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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
DISSERTAO DE MESTRADO
Adeso higienizao das mos: instrumento de
observao Fundamentado na Estratgia multimodal
aplicado UTI Neonatal
Linha de Pesquisa O Contexto do Cuidar em Sade
Autor (a): Mrcia Mello de Oliveira Arajo
Orientadora: Prof. Dr. Simone Cruz Machado Ferreira (UFF)
Banca: Prof. Dr. Simone Cruz Machado Ferreira (UFF) Prof. Dr. Snia Regina de Souza (UNIRIO) Prof. Dr. Ana Karine Ramos Brum(UFF)
Suplentes: Prof. Dr. Graciele Oroski Paes(UFRJ) Prof Dr Gisella de Carvalho Queluci (UFF)
ADESO HIGIENIZAO DAS MOS: INSTRUMENTO DE
OBSERVAO FUNDAMENTADO NA ESTRATGIA
MULTIMODAL APLICADO UTI NEONATAL
Mrcia Mello de Oliveira Arajo
Orientadora: Prof. Dr. Simone Cruz Machado Ferreira
Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de Mestrado em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense/UFF para o Exame de Qualificao. Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Sade.
Niteri,08 de Novembro de 2016.
Niteri, XX de 2016
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
DISSERTAO DE MESTRADO
Adeso higienizao das mos: instrumento de
observao Fundamentado na Estratgia multimodal
aplicado UTI Neonatal
Linha de Pesquisa O Contexto do Cuidar em Sade
Autor (a): Mrcia Mello de Oliveira Arajo
Orientadora: Prof. Dr. Simone Cruz Machado Ferreira (UFF)
Banca: _______________________________________
Prof. Dr. Simone Cruz Machado Ferreira (UFF) ________________________________________
Prof. Dr. Snia Regina de Souza (UNIRIO) _______________________________________ Prof. Dr. Ana Karine Ramos Brum(UFF)
Suplentes: Prof. Dr. Graciele Oroski Paes(UFRJ) Prof Dr Gisella de Carvalho Queluci (UFF
FICHA CATALOGRFICA
A 663 Arajo, Mrcia Mello de Oliveira. Adeso higienizao das mos: instrumento
de observao fundamentado na estratgia multimodal aplicado UTI neonatal / Mrcia Mello de Oliveira Arajo. Niteri: [s.n.], 2016.
86 f.
Dissertao (Mestrado Profissional em Enfermagem
Assistencial) - Universidade Federal Fluminense, 2016.
Orientador: Prof. Dr Simone Cruz Machado Ferreira.
1. Higiene das mos. 2. Pessoal de sade. 3. Unidade de
terapia intensiva neonatal I. Ttulo.
CDD 613
DEDICATRIA
Dedico esta dissertao primeiramente a Deus que deu fora para
transposio dos momentos difceis e dificuldades, e ao meu esposo e minha filha
pela compreenso e apoio.
AGRADECIMENTO
A minha orientadora e amiga Prof Dr Simone Cruz Machado Ferreira, por
acreditar em mim, mostrar o caminho do conhecimento, fazer parte da
minha vida nos momentos bons e ruins, por ser exemplo de profissional
que sempre far parte da minha vida.
A Jacqueline Ursulino Gonalves apoio incondicional durante a construo
e evoluo, alm dos cuidados minuciosos dos detalhes na formatao da
dissertao.
A Ana Lcia dos Santos Coutinho pelo carinho, apoio, incentivo na busca
de novos conhecimentos.
Nas amigas Sofia Cerqueira Oliveira e Sandra Rivelli da Silva que
incentivaram a persistir no crescimento do conhecimento cientfico.
Assistentes de Pesquisa: Enf Sabrina Lafet Aguiar Residente
Multiprofissional
EnfRoberta Wagner Pereira da Silva Residente
Multiprofissional
Reviso de Portugus: Luiz Felipe Figueiredo Carvalho de Arajo
Assessoria Estatstica: Prof DrKeila Mara Cassiano
Ilustrao: Geiza Konther de Oliveira
EPGRAFE
Reconhecer as no conformidades como oportunidades de melhorias sem
personagens definidos pode ser um caminho para o amadurecimento
institucional... afinal no existe perfeio.
Como dar segurana ao paciente e trat-lo com respeito e amor, se ainda se
persiste em prticas inseguras?Se ainda no se acordou para os riscos dirios a
que ele est exposto?Se no se trata o outro como se gostaria de ser tratado?
Sylvia Lemos Hinrichsen
SUMRIO
1 INTRODUO 1
1.1 HIPTESE 4
1.2 OBJETIVOS 4
1.3 JUSTIFICATIVA 5
2 BASES CONCEITUAIS 7
2.1 O CONTROLE DE INFECES RELACIONADAS ASSISTNCIA SADE NO CONTEXTO DOS SUS
7
2.2 A IMPORTNCIA DA HIGIENIZAO DAS MOS NA REDUO DAS INFECES RELACIONADAS ASSISTNCIA SADE
10
2.3 PRODUTOS UTILIZADOS NA HIGIENIZAO DAS MOS 14
2.3.1 QUADRO DE SNTESE DA PUBLICAO DA ANVISA SEGURANA DO PACIENTE EM SERVIOS DE SADE-HIGIENIZAO DAS MOS ACERCA DOS PRODUTOS UTILIZADOS
16
2.3.2 ALGUMAS CONSIDERAES SOBRE OS ALCOIS 17
2.4 A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL E O CONTROLE DE IRAS
18
2.5 ESTRATGIA MULTIMODAL: PROMOO DA HIGIENIZAO DAS MOS
20
SITUAES QUE CARACTERIZAM COMO OPORTUNIDADES DE HIGIENIZAO DAS MOS DURANTE A ASSISTNCIA AO PACIENTE
26
3 METODOLOGIA 30
3.1 TIPO DE ESTUDO 30
3.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO 31
3.3 O CENRIO DO ESTUDO 33
3.4 PARTICIPANTES 34
3.5 AMOSTRA 34
3.6 COLETA DE DADOS 35
3.7 ANLISE DE DADOS 36
3.8 ASPECTOS TICOS DA PESQUISA 37
4 PRODUTO DE PESQUISA 38
4.1 ROTEIRO DE PREENCHIMENTO DO FORMULRIO DE OBSERVAO 39
4.1.2 FORMULRIO DE OBSERVAO 42
4.1.3 RESULTADOS E DISCUSSO 43
5 CONSIDERAES FINAIS 61
6 REFERNCIAS 63
APNDICES 66
APNDICE 67
ANEXOS 71
ANEXO 1 71
ANEXO 2 74
ANEXO 3 75
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - QUADRO DE SOLUES UTILIZADAS PARA HIGIENIZAO DAS MO-
PAG 16
FIGURA 2 - FLUXOGRAMA DE LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO PAG 31
LISTA DE GRFICOS
GRFICO 3 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS E OPORTUNIDADES PERDIDAS EM CADA CATEGORIA PROFISSIONAL- PAG 45
GRFICO 4 - NDICE DE ADESO A HIGIENIZAO EM RELAO OPORTUNIDADE, POR ESPECIALIDADE - PAG 46
GRFICO 5- OPORTUNIDADES APROVEITADAS COM LCOOL, OPORTUNIDADES APROVEITADAS COM GUA E SABO E OPORTUNIDADES PERDIDAS EM CADA CATEGORIA PROFISSIONAL - PAG 48
GRFICO 6 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS ADEQUADAMENTE, OPORTUNIDADES APROVEITADAS INADEQUADAMENTE E OPORTUNIDADES PERDIDAS EM CADA CATEGORIA PROFISSIONAL PAG 51
GRFICO 7 - NDICE DE ADESO ADEQUADA NA HIGIENIZAO EM RELAO OPORTUNIDADE, POR CATEGORIA PROFISSIONAL PAG 53.
GRFICO 8 - NDICE DE ADESO A HIGIENIZAO COM LCOOL EM RELAO OPORTUNIDADE, POR CATEGORIA PROFISSIONAL. PAG 53
GRFICO 9 - NDICE DE ADESO ADEQUADA NA HIGIENIZAO DAS MOS EM RELAO OPORTUNIDADE, POR CATEGORIA PROFISSIONAL-PAG 54.
GRFICO 10 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS PELOS ENFERMEIROS, POR MOMENTO- PAG 56.
GRFICO 11 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS PELOS MDICOS, POR MOMENTO. - PAG 56
GRFICO 12 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS PELOS TCNICOS DE ENFERMAGEM, POR MOMENTO. - PAG 57
GRFICO 13 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS PELOS FISIOTERAPEUTAS, POR MOMENTO PAG 58
GRFICO 14 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS PELOS FONOAUDILOGOS, POR MOMENTO. PAG 58
GRFICO 15 - OPORTUNIDADES APROVEITADAS NA UTI NEONATAL, POR
MOMENTO. PAG 59.
RESUMO
Situao-problema: O objeto deste estudo a adeso ao uso de soluo
alcolica para higienizao simples das mos pelos profissionais de sade que atuam na
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) da Maternidade Escola da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Objetivos: Apresenta o seguinte objetivo geral: Determinar a
adeso ao uso de soluo alcolica para higienizao das mos pelos profissionais de
sade da UTIN, a partir de observaes realizadas em conformidade com a estratgia
multimodal da OMS. Tem como objetivos especficos: Elaborar um instrumento de
observao da higienizao das mos fundamentado no Manual para observadores:
estratgia multimodal da OMS, considerando as especificidades relacionadas UTI
Neonatal. Observar a adeso ao uso de soluo alcolica para higiene das mos dos
profissionais de sade nas oportunidades durante a assistncia ao paciente e a
adequao da tcnica. Calcular a adeso dos profissionais ao uso de soluo alcolica
na higiene simples das mos. Bases conceituais: A importncia da higienizao das
mos na reduo das infeces relacionadas assistncia sade, a unidade de terapia
intensiva neonatal e o controle de infeco com nfase na estratgia multimodal.
Metodologia: Estudo quantitativo do tipo observacional, cujos participantes foram os
membros da equipe multiprofissional que atuam na UTI Neonatal. A coleta de dados se
deu por meio de sesses de observao baseada nas oportunidades de higienizao das
mos durante a assistncia ao paciente propostas no Manual para observadores:
estratgia multimodal da OMS. Resultados e discusso: O ndice global de adeso
higienizao das mos da UTI neonatal foi elevado em comparao aos estudos
publicados e destacados pela OMS.Os dados demonstram que a utilizao do lcool na
higiene das mos predominou, mesmo com erros na tcnica na utilizao da soluo
alcolica pelos profissionais de sade,h um reconhecimento das indicaes para
efetivao da adeso.Produto:O produto consiste num instrumento denominado
formulrio de observao com enfoque na UTI neonatal e um roteiro de orientao para o
observador registrar as oportunidades de higienizao das mos e o clculo da adeso
dos profissionais.
Descritores: Higiene das mos e Pessoal de sade.
ABSTRACT
The object of this study is the adherence to the use of alcoholic solution for
simple sanitization of the hands by healthcare professionals working in the
Neonatal Intensive Care Unit (NICU) of maternity School of the Federal University
of Rio de Janeiro. Objectives: Displays the following general objective: to
determine the adherence to the use of alcoholic solution for hand hygiene by
health professionals of the NICU, from observations carried out in accordance with
the strategy of the multimodal WHO. Has as specific objectives: to draw up an
instrument of observation of hand hygiene in "Manual for reasoned observers:
multimodal strategy of WHO", considering the specificities related to neonatal ICU.
Observe the adherence to the use of alcoholic solution for hand hygiene of health
professionals in the opportunities during patient care and the adequacy of the
technique. Calculate the adherence of professionals to the use of alcoholic
solution in simple hygiene of hands. Conceptual bases: the importance of hand
washing in the reduction of infections related to health care, the neonatal intensive
care unit and the control of infection with emphasis on multimodal strategy.
Methodology: a quantitative study of the observational study, whose participants
were the multiprofessional team members that act in the neonatal ICU. The data
collection was carried out through observation sessions based on opportunities for
hand hygiene during patient care proposals in the "Manual to observers:
multimodal strategy WHO." Results and Discussion: The overall rate of
adherence to hand hygiene in the neonatal ICU was high in comparison to other
studies published and highlighted by WHO.The data shows that the use of alcohol
on hand hygiene was predominant, even with errors in the technique in the use of
alcoholic solution by health professionals,there is a recognition of the signs for
effectuation of membership.
Product: The product consists of an instrument called the observation form with
focus in the neonatal ICU and a roadmap of guidance for the observer to register
opportunities of hand washing and the calculation of the accession of the
professionals.
Descriptors: Hand hygiene and health staff
RESUMEN
El objeto de este estudio es el adhesin al uso de solucin alcohlica para
la desinfeccin simple de las manos por parte de los profesionales sanitarios que
trabajan en la Unidad de Cuidados Intensivos Neonatales (UCIN) de la
maternidad de la escuela de la Universidad Federal de Ro de Janeiro. Objetivos:
muestra el siguiente objetivo general: determinar el adhesin al uso de solucin
alcohlica para la higiene de las manos por parte de los profesionales de la salud
de la UCIN, a partir de observaciones realizadas en conformidad con la estrategia
multimodal de la OMS.Tiene como objetivos especficos: elaborar un
instrumento de observacin de la higiene de las manos en el "Manual para los
observadores motivado: estrategia multimodal de la OMS", teniendo en cuenta las
especificidades relacionadas con UCI neonatales. Observar la adherencia al uso
de solucin alcohlica para la higiene de las manos de los profesionales de la
salud en las oportunidades durante la atencin al paciente y la adecuacin de la
tcnica. Calcular la adherencia de los profesionales para el uso de la solucin
alcohlica en simple higiene de manos. Bases conceptuales: la importancia de
lavarse las manos en la reduccin de las infecciones relacionadas con la atencin
de la salud, la unidad de cuidados intensivos neonatales y el control de la
infeccin, con nfasis en la estrategia multimodal. Metodologa: estudio
cuantitativo del estudio observacional, cuyos participantes fueron los miembros
del equipo multiprofesional que acten en las UCI neonatales. La recoleccin de
datos se llev a cabo mediante sesiones de observacin basada en
oportunidades para la higiene de las manos durante la atencin al paciente
propuestas en el "Manual para los observadores: estrategia multimodal de la
OMS." Resultados y Discusin: La tasa global de adherencia a la higiene de las
manos en las UCI neonatales fue alta en comparacin con otros estudios
publicados y destac por la OMS. Los datos muestran que el consumo de alcohol
en la higiene de las manos fue predominante, incluso con errores en la tcnica en
el uso de solucin alcohlica por profesionales de la salud, existe un
reconocimiento de los signos de efectivacin de membresa.Producto:El producto
consiste en un instrumento denominado formulario de observacin, con foco en la
UCI neonatales y una gua de orientacin para el observador para registrar
oportunidades
de lavarse las manos y el clculo de la adhesin de los profesionales.
Descriptores: La higiene de las manos y el personal de salud
1
1 INTRODUO
O objeto deste estudo a adeso ao uso de soluo alcolica para
higienizao simples das mos pelos profissionais de sade que atuam em uma
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de uma maternidade pblica
federal do municpio do Rio de Janeiro. A higiene das mos um termo geral, que
se refere a qualquer ao de higienizar as mos para prevenir a transmisso de
microorganismos e consequentemente evitar que pacientes e profissionais de
sade adquiram infeces relacionadas assistncia sade.
De acordo com a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), o
termo engloba a higiene simples das mos, a higiene antissptica, a frico
antissptica das mos com preparao alcolica, a antissepsia das mos e a
antissepsia cirrgica das mos. 1,2
A higiene simples das mos o ato de higienizar as mos com gua e
sabo comum, sob forma lquida; a higiene antissptica consiste no ato de
higienizar as mos com gua e sabo associado com agente antissptico; a
frico antissptica das mos com preparao alcolica inclui a aplicao de
preparao alcolica nas mos para reduzir a carga de microrganismos sem
necessidade de enxgue em gua ou secagem com papel toalha ou outros
equipamentos. A antissepsia cirrgica das mos a eliminao da microbiota
transitria e reduo da microbiota residente com esponja impregnada com
antissptico2, 3.
Relatos mostram pouca adeso aos protocolos de higienizao das mos
pelos membros da equipe de sade de unidades de tratamento intensivo, em
especial pelos mdicos e os demais profissionais que lidam com pacientes sob
precaues de contato. A falha no procedimento problema complexo que pode
ser causada pela pouca motivao ou pela falta de conhecimento a respeito da
relevncia da propedutica1, 2,4.
Algumas das razes apontadas para o descumprimento da prtica de
higienizao das mos nos servios de sade referem-se falta de equipamentos
necessrios para a higienizao das mos, como pias, ou sua localizao de
difcil acesso e a no disponibilizao, pelos servios de sade, como tambm a
2
falta de produtos e suprimentos para higienizao das mos, que abrange
sabonetes, preparaes alcolicas e papel toalha4.
As publicaes sobre a higienizao das mos evidenciam as
divergncias entre a prtica e o preconizado nos manuais, levando concluso
que no uma problemtica de fcil e nica soluo. Assim, no contexto da rea
de sade possvel reconhecer que prticas inadequadas decorrentes do
comportamento humano, cultura institucional e falta de conhecimento fazem parte
do cotidiano e acrescentam riscos aos trabalhadores e aos pacientes. Portanto,
necessrio refletir sobre os determinantes da baixa adeso higienizao das
mos de acordo com a realidade institucional e explorar alternativas facilitadoras
para mudanas2, 3.
Desde 2004, a iniciativa da Organizao Mundial de Sade (OMS) firmada
com vrios pases atravs da Aliana Mundial para Segurana do Paciente, tem
como prioridade a higienizao das mos, devido a ser a medida mais importante
e reconhecida h muitos anos na preveno de infeces relacionadas
assistncia sade3, 4,5.
As mos devem ser higienizadas em momentos essenciais e necessrios
de acordo com o fluxo de cuidados assistenciais para preveno de infeces
relacionadas assistncia sade causada por transmisso cruzada pelas mos.
Nesta perspectiva, a Organizao Mundial de Sade (OMS) preconizou em 2009,
os cinco momentos para higienizao das mos. Sendo eles: antes de tocar no
paciente, antes de realizar procedimento limpo/assptico, aps exposio a
fluidos corporais, aps tocar no paciente e aps tocar as superfcies prximas ao
paciente5.
A higienizao das mos regida pelas cinco indicaes j citadas. Ento,
conhecer, entender e reconhecer estas indicaes so os pilares sobre os quais
se baseia a higienizao das mos. Se os profissionais de sade reconhecerem
estas indicaes e responderem a elas com a adeso s prticas de higienizao
das mos, possvel prevenir as infeces relacionadas assistncia sade
por transmisso cruzada, provocada pelas mos. A ao correta, no momento
correto, uma garantia de uma assistncia limpa e segura ao paciente5.
3
A parceria entre a ANVISA e a OPAS/OMS vem contribuindo com o
desenvolvimento de aes que promovem a segurana do paciente com base em
evidncias e boas prticas. O primeiro Desafio Global de Segurana do Paciente
est focado na higienizao das mos. Para a realizao desta interveno foram
disponibilizadas aos servios de sade inmeras ferramentas da OMS, traduzidas
para o portugus e impressas, tendo como exemplo o Manual para observadores
- Estratgia Multimodal da Organizao Mundial de Sade para a melhoria da
higienizao das mos, que auxiliam na aplicao desta estratgia. Com esta
iniciativa, a ANVISA espera proporcionar aos profissionais, administradores e
gestores de servios de sade, conhecimento tcnico para embasar as aes
relacionadas preveno e reduo da incidncia do agravo e dos bitos
provocados pelas infeces relacionadas assistncia sade5.
O interesse por este tema surgiu durante a atuao como coordenadora da
Comisso de Controle de Infeco Hospitalar, que iniciou em 2006 e ainda
permanece, na qual foi possvel observar que mesmo aps a participao em 45
treinamentos realizados entre 2008 e 2012, principalmente, com os profissionais
da equipe de enfermagem, que atuam na assistncia direta na UTI neonatal,
adeso s boas prticas de higiene de mos principalmente com a soluo
alcolica ainda pode ser melhorada e deve ser continuamente estimulada.
Os treinamentos acima citados ocorreram na sala destinada aos rounds
multiprofissionais com a utilizao de recursos audiovisuais (notebook e
datashow) e no interior da UTI neonatal, sempre com a utilizao de almotolias de
lcool a 70% para demonstrao da tcnica, alm da utilizao de cartazes
alocados junto s pias de higienizao das mos, que permanecem como fontes
de orientao da tcnica adequada.
A necessidade constante de estratgias para estimular e incentivar a
higienizao das mos um fato que pode ser justificado pela rotatividade de
pessoal caracterstica da instituio de ensino e pesquisa como o caso da
maternidade escola. Por outro lado, possvel refletir que o foco dos treinamentos
tem sido a equipe de enfermagem, tornando - se mais evidente a necessidade do
treinamento dos demais profissionais, membros da equipe de sade,
principalmente, os residentes.
4
Devido ao cenrio deste estudo tratar-se de uma UTI Neonatal, que
apresenta peculiaridades relacionadas sobrecarga de trabalho e jornadas
extensas, possvel apreender que em certas condies de trabalho,
procedimentos rotineiros podem ser negligenciados. Desta forma, o uso das
estratgias em conjunto com as observaes deve ser fomentado no dia a dia das
equipes multiprofissionais.
Esta dissertao de mestrado est inserida na linha de pesquisa o
contexto do cuidar em sade do Mestrado Profissional Enfermagem Assistencial
(MPEA) da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (EEAAC) da
Universidade Federal Fluminense (UFF), como tambm, contribui para o
fortalecimento do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Cidadania e Gerncia de
Enfermagem (NECIGEN). Essa linha de pesquisa aborda o processo de gesto
em enfermagem e inclui aspectos das polticas publicas de sade, como a de
preveno e controle de IRAS e no caso deste estudo com enfoque no Manual
para Observadores da Estratgia Multimodal da OMS para a melhoria da
higienizao das mos.
1.1 HIPTESE
A adeso dos profissionais de sade tcnica de higienizao das mos
com soluo alcolica baixa em relao ao nmero de oportunidades
observadas durante a assistncia na Uti neonatal.
1.2 OBJETIVOS
- Objetivo Geral:
Determinar a adeso ao uso de soluo alcolica na tcnica de
higienizao das mos pelos profissionais de sade da Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal, a partir de observaes realizadas em conformidade com a
estratgia multimodal da OMS.
5
- Objetivos Especficos:
1) Elaborar um instrumento de observao da higienizao das mos
fundamentado no Manual para observadores: estratgia multimodal da OMS,
considerando as especificidades relacionadas UTI Neonatal.
2) Observar a adeso ao uso de soluo alcolica na tcnica de higienizao das
mos dos profissionais de sade nas oportunidades durante a assistncia ao
paciente, aplicando o instrumento.
3) Calcular a adeso dos profissionais ao uso de soluo alcolica na higiene
simples das mos.
1.3 JUSTIFICATIVA
As infeces relacionadas assistncia sade (IRAS) representam um
problema srio e tm um impacto econmico significativo nos pacientes e
sistemas de sade em todo o mundo. No entanto, a higienizao das mos,
considerada uma ao simples, mas realizada no momento certo e da maneira
certa, pode salvar vidas21.
A Organizao Mundial da Sade (OMS) desenvolveu as Diretrizes da
OMS sobre Higiene das Mos em Servios de Sade baseadas em evidncias
cientficas para auxiliar os servios de sade a melhorar a higiene das mos e,
assim, reduzir as IRAS21. A melhora da prtica de higienizao das mos, de
forma bem sucedida e sustentada, alcanada por meio da implementao de
estratgia multimodal, ou seja, um conjunto de aes para transpor diferentes
obstculos e barreiras comportamentais22.
A Estratgia Multimodal da Organizao Mundial de Sade - OMS para a
Melhoria da Higienizao das Mos foi proposta para traduzir, na prtica, as
recomendaes sobre a higiene das mos e acompanhada por uma ampla
gama de ferramentas prticas e de implementao prontas para serem aplicadas
nos servios de sade. A observao direta dos profissionais de sade durante
sua rotina diria de trabalho a maneira mais precisa de estudar as prticas de
higienizao das mos. Ela fornece oportunidade para identificar o
comportamento dos profissionais de sade e para avaliar as lies aprendidas,
6
bem como as falhas remanescentes. Os resultados da observao ajudam a
determinar as intervenes mais adequadas para promoo, instruo e
treinamento de higienizao das mos, tambm, como parte do Desafio Global de
Segurana do Paciente Uma assistncia limpa uma assistncia mais segura22.
Nessa perspectiva, a realizao deste estudo importante por atender
s especificidades da Uti neonatal implementando na prtica as diretrizes do
manual de observadores da estratgia multimodal da OMS.Assim, o produto
formulado e aplicado nesta pesquisa apresenta os elementos propostos na
estratgia multimodal,embora traga inovaes no que se refere observao na
realizao da tcnica de higienizao das mos ,como tambm o roteiro para
guiar o olhar do observador.
7
2 BASES CONCEITUAIS
Este captulo aborda a fundamentao terica que alicera este estudo,
cuja temtica se refere adeso higienizao das mos como principal fator
preventivo de infeco relacionada assistncia sade. Est estruturado
trazendo aspectos importantes no controle de infeces relacionadas
assistncia sade no contexto dos SUS e sua especificidade na Uti
neonatal.Utiliza as diretrizes da Estratgia Mutiltimodal da OMS,atravs das
orientaes contidas no manual de observadores,que traduz as normas que
servem de base para as aes de preveno de infeco e incremento de
melhoria da adeso higienizao das mos, com utilizao de instrumento de
mensurao para efetiva interveno.
2.1 O CONTROLE DE INFECES RELACIONADAS ASSISTNCIA
SADE NO CONTEXTO DOS SUS
Em 1998, foi institudo o Programa Nacional de Controle de Infeco
Hospitalar, pela Portaria n2616, que dispe sobre a obrigatoriedade da
manuteno pelos hospitais do pas de Programa de Controle de Infeces
Hospitalares, por considerar que essas infeces constituem risco significativo
sade dos usurios dos hospitais, e sua preveno e controle envolvem medidas
de qualificao da assistncia hospitalar, da vigilncia sanitria e outras, tomadas
no mbito do Estado, do Municpio e de cada hospital, pertinentes a seu
funcionamento6.
O Programa de Controle de Infeces Hospitalares (PCIH) um conjunto
de aes desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas reduo
mxima possvel da incidncia e da gravidade das infeces hospitalares.
Segundo a Portaria n 2616, para a adequada execuo do PCIH os hospitais
devem constituir Comisso de Controle de Infeco Hospitalar (CCIH), que um
rgo de assessoria autoridade mxima da instituio e de execuo das aes
de controle de infeco hospitalar6.
Desta forma, a CCIH composta por profissionais da rea de sade, de
nvel superior, formalmente designados e o seu presidente ou coordenador deve
ser qualquer um dos membros da mesma, indicado pela direo do hospital. Os
8
membros que a compem so de dois tipos, consultores e executores. Os
membros consultores so representantes dos seguintes servios: servio mdico,
servio de enfermagem, servio de farmcia, laboratrio de microbiologia e
administrao6.
Os membros executores da CCIH representam o Servio de Controle de
Infeco Hospitalar e, portanto, so encarregados da execuo das aes
programadas de controle de infeco hospitalar. Os membros executores so, no
mnimo, 2 (dois) tcnicos de nvel superior da rea de sade para cada 200
(duzentos) leitos ou frao deste nmero com carga horria diria, mnima, de 6
(seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais; um
dos membros executores deve ser preferencialmente, um enfermeiro6.
Em 1999, com a constituio da ANVISA, a Portaria 1.241 desse mesmo
ano, repassou as atividades de controle de infeces hospitalares para a
Gerncia de Controle de Riscos sade. Nos anos seguintes vrias estratgias
com foco no controle de infeces foram institudas como, no ano 2000, a RDC n
48, que dispe sobre o Roteiro de Inspeo que estabelece a sistemtica para a
avaliao do cumprimento de aes do Programa de Controle de Infeco
Hospitalar. Tambm, a partir de 2001, a ANVISA iniciou um projeto de diagnstico
do controle de IRAS no Brasil. J em 2002, em parceria com a OPAS, foi
desenvolvido um inqurito nacional sobre os laboratrios de microbiologia do
Brasil. No ano de 2003, foi criada a Unidade de Controle de Infeco Hospitalar
(UCISA), que passou a ser denominada como Gerncia de Investigao e
Preveno das Infeces e dos Eventos Adversos (GIPEA) 7.
A ANVISA lanou, em 2009, um documento dirigido para situaes de
pacientes em UTI e criou a meta nacional de reduo da Infeco Primria da
Corrente Sangunea (IPCS) associada ao cateter venoso central (CVC) 7.
Em 2011, ocorreu uma reformulao da ANVISA passando o programa nacional a
ser conduzido pela Gerncia de Vigilncia e Monitoramento em Servios de
Sade (GVIMS). Neste mesmo ano, a RDC n 63 determinou o estabelecimento
de estratgias e aes voltadas para a segurana do paciente, incluindo a
preveno de infeces relacionadas assistncia sade. No ano de 2012, foi
instituda a Comisso Nacional de Preveno e Controle de Infeces
9
Relacionadas Assistncia Sade (CNCIRAS) por meio da Portaria 158 da
ANVISA7.
Em abril de 2013 foi publicada a Portaria MS/GM n 529 que institui o
Programa Nacional de Segurana do Paciente (PNSP), o qual contempla no seu
escopo as IRAS. Esse movimento foi impulsionado pela resoluo aprovada
durante a 57 Assembleia Mundial da Sade, que recomendou aos pases
ateno ao tema "Segurana do Paciente. Em julho deste mesmo ano, a ANVISA
publicou a RDC n36 que institui aes de segurana do paciente em servios de
sade dentre as quais, aquelas voltadas para a preveno e controle das IRAS. 7
As gestes de riscos voltadas para a qualidade e segurana do paciente
englobam princpios e diretrizes, tais como a criao de cultura de segurana; a
execuo sistemtica e estruturada dos processos de gerenciamento de risco; a
integrao com todos os processos de cuidado e articulao com os processos
organizacionais dos servios de sade; as melhores evidncias disponveis; a
transparncia, a incluso, a responsabilizao e a sensibilizao e capacidade de
reagir a mudanas; e a necessidade de se desenvolver estratgias, produtos e
aes direcionadas aos gestores, profissionais e usurios da sade sobre
segurana do paciente, que possibilitem a promoo da mitigao da ocorrncia
de evento adverso na ateno sade8.
Ainda, em 2013, foi institudo o Programa Nacional de Preveno e
Controle de Infeces Relacionadas Assistncia Sade (PNPCIRAS), que se
refere a um perodo de tempo determinado, ou seja, de 2013 ao ano de 2015.
Esse programa fruto da avaliao dos componentes essenciais preveno e
controle de infeces relacionadas assistncia sade (IRAS), segundo a
OMS. Os componentes essenciais avaliados so: Organizao do programa;
Guias de recomendao tcnica; Recursos humanos; Vigilncia de IRAS; Suporte
de Laboratrio de microbiologia; Ambiente; Monitoramento e Avaliao; e
Ligaes com sade pblica. No Brasil, os avaliadores foram os membros
constitudos da CNCIRAS. Os resultados finais foram discutidos na CNCIRAS,
visando direcionar as estratgias de planejamento para elaborao do
PNPCIRAS. Mas, com essa avaliao foi possvel detectar a necessidade de se
uniformizar as aes e condutas para preveno e controle das IRAS, para
10
viabilizar a produo de indicadores, que torne efetiva a mensurao dos
resultados obtidos com os esforos empreendidos8.
2.2 A IMPORTNCIA DA HIGIENIZAO DAS MOS NA REDUO DAS
INFECES RELACIONADAS ASSISTNCIA SADE
As infeces relacionadas assistncia sade constituem um problema
grave e um grande desafio, exigindo dos responsveis pelos servios de sade,
aes efetivas de preveno e controle. Tais infeces ameaam tanto os
pacientes quanto os profissionais de sade, podendo acarretar sofrimentos e
resultar em gastos excessivos para o sistema de sade4.
Alm da suscetibilidade do indivduo doente aos processos infecciosos,
existem diversos fatores que contribuem para o aparecimento das infeces
relacionadas assistncia sade (IRAS). Entre eles, observam-se: o estado
clnico e/ou a suscetibilidade do hospedeiro; falta de adoo de medidas
preventivas na realizao dos procedimentos; manipulao inadequada de
substncias (uso indiscriminado de antisspticos e antibiticos), os descuidos nas
medidas de segurana na preparao e conservao dos hemoderivados ou nas
prescries de solues parenterais, que aumentam a possibilidade da introduo
de bactrias no organismo do paciente2.
A portaria 2616, de maio de 1998, foi a primeira a estabelecer as aes
mnimas a serem desenvolvidas sistematicamente, com vistas reduo da
incidncia e da gravidade das infeces relacionadas sade. Posteriormente, a
RDC n50 da ANVISA, de fevereiro 2002, que dispe sobre normas e projetos
fsicos de Estabelecimento Assistenciais de Sade, favoreceram ainda mais
essas aes. Tais instrumentos normativos reforam o papel de boas prticas na
preveno e no controle das infeces relacionadas assistncia a sade4.
De acordo com a RDC 50, todos os lavatrios, pias e lavabos cirrgicos
devem possuir torneiras ou comandos do tipo que dispensem o contato das mos
quando do fechamento da gua. Junto a estes deve existir proviso de sabonete,
alm de recursos para secagem das mos. Nos ambientes em que sejam
executados procedimentos invasivos, dispensados cuidados a pacientes crticos
11
e/ou nos quais a equipe de assistncia tenha contato direto com feridas e/ou
dispositivos invasivos4.
Entre os equipamentos necessrios para higienizao das mos esto
includos os lavatrios/pias, lavabo cirrgico, dispensadores de sabonete e
antisspticos, porta-papel toalha e lixeira para descarte do papel toalha4.
O lavatrio exclusivo para higienizao das mos, possui formato e
dimenso variada devendo ter profundidade suficiente para que o profissional de
sade lave as mos sem encost-las nas paredes laterais ou bordas da pea e
tampouco na torneira, alm de evitar respingos nas laterais4.
O lavabo cirrgico exclusivo para o preparo cirrgico das mos e
antebraos, possui rea suficiente para permitir a lavagem do antebrao sem que
o mesmo toque no equipamento4.
Antes que seja efetuada a compra dos dispensadores de sabonete e
antisspticos deve-se realizar a avaliao para assegurar seu correto
funcionamento, facilidade de limpeza, liberao de volume suficiente do produto e
existncia de dispositivos que no favoream a contaminao do sabonete lquido
e produto antissptico. Existem recomendaes que devem ser seguidas para
preveno de contaminao das solues, que incluem os dispensadores
possurem dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento, no caso
dos recipientes de sabonete lquido e antissptico no serem descartveis.
Tambm, preconiza proceder limpeza destes com gua e sabo, desprezando o
produto residual e realizando a secagem. Outra recomendao refere que o
contedo do recipiente no deve ser completado antes do trmino do produto,
devido ao risco de contaminao importante optar por dispensadores de fcil
limpeza e que evitem o contato direto com as mos. Preferencialmente, devem
ser escolhidos o tipo refil e a limpeza deste ser realizada no momento da troca do
refil. O acionamento desses dispensadores pode ser manual ou automtico,
sendo indicado o uso preferencialmente dos modelos descartveis, acionados por
cotovelos, ps ou clulas fotoeltrica4.
O porta papel toalha deve ser fabricado, de preferncia, com material que
no favorea a oxidao, sendo de fcil limpeza. A instalao ser de tal forma que
ele no receba respingo de gua e sabonete. necessrio o estabelecimento de
12
rotinas de limpeza e de protocolos de reposio do papel pelos servios de
sade. Ainda recomenda que junto aos lavatrios e s pias deve sempre existir
um recipiente para acondicionamento do material utilizado na secagem das mos,
esse recipiente ser de fcil limpeza com tampa articulada com acionamento de
abertura sem utilizao das mos4.
A gua e o papel toalha constituem, respectivamente, insumos e
suprimento imprescindveis para a prtica da higienizao das mos nos servios
de sade. A qualidade da gua utilizada nos servios de sade de fundamental
importncia para as prticas de higienizao das mos. A gua deve ser livre de
contaminantes qumicos e biolgicos, obedecendo portaria GM/MS n518 de
2004, que estabelece os procedimentos relativos ao controle e a vigilncia da
qualidade deste insumo. Os reservatrios construdos conforme as normas
vigentes, alm de possuir tampa ser frequentemente limpos e desinfetados, como
tambm submetidos, semestralmente, a controles microbiolgicos4.
O papel toalha utilizado para a secagem das mos deve ser suave,
composto por 100% de fibras celulsicas, sem fragrncia, impureza ou furos, no
liberar partculas e possuir boa propriedade de secagem. Deve ser de preferncia
em bloco ou rolo que possibilitam o uso individual, folha a folha. O uso coletivo de
toalhas de tecido contraindicado, pois estas podem permanecer midas,
favorecendo a proliferao bacteriana4.
O secador eltrico no indicado para a higienizao das mos nos
servios de sade, pois raramente o tempo necessrio para a secagem
obedecido, alm de haver dificuldade no seu acionamento e tambm pode
acumular microrganismos em seu interior. O acionamento manual de certos
modelos de aparelho tambm pode permitir a recontaminao das mos4.
As bases de controle de infeco so construdas sobre diversas
precaues simples e bem estabelecidas que demonstram ser eficazes e
amplamente avaliadas. As precaues padro incluem todos os princpios bsicos
de Controle de Infeco obrigatrios em todas as unidades de assistncia de
sade5.
Desde 1846, a higienizao das mos considerada a mais importante
medida para reduzir a transmisso de infeces nos servios de sade.
13
Atualmente, a ateno segurana do paciente envolvendo o tema higienizao
das mos tem sido prioridade, atravs da Aliana Mundial para a Segurana do
Paciente, que consiste num conjunto de iniciativas da Organizao Mundial da
Sade criadas para reduo dos problemas relacionados a esta questo, devido
s mos serem consideradas as principais ferramentas dos profissionais que
atuam nos servios de sade, pois atravs delas que eles executam suas
atividades. Assim, a segurana dos pacientes, nesses servios, depende da
higienizao cuidadosa e frequente das mos dos profissionais, uma vez que est
no centro das precaues padro e a medida de controle de infeco mais
eficaz5.
As mos dos profissionais de sade tornam-se cada vez mais colonizadas
com microorganismos e potenciais agentes patognicos durante o cuidado aos
pacientes. Ressalta-se que quanto mais longa for durao do cuidado, maior
ser o grau de contaminao das mos, quando a ao de higienizao das mos
no ocorre. A adeso dos profissionais de sade s boas prticas tem sido
extremamente baixa em diversos centros, entretanto as estratgias para
aperfeioar a higienizao das mos, quando adotadas, tm levado a reduo
substancial de taxas de infeco relacionada assistncia sade5.
A higienizao das mos a ao mais importante na preveno e no
controle das infeces relacionadas assistncia sade, pois com a adeso s
boas prticas h melhoria da qualidade no atendimento ao paciente e
consequentemente, reduo de morbidade e da mortalidade, como tambm,
reduo de custos associados ao tratamento dos quadros infecciosos4.
As principais intervenes no sentido de melhoria adeso higienizao
das mos tm sido direcionadas para mudanas nos processos e protocolos de
assistncia sade que enfatizam a higienizao das mos precedendo as
atividades e no comportamento dos profissionais de sade, por meio de adoo
de produtos alcolicos5. Tambm, necessria a implantao de programas
efetivos com campanhas educativas peridicas, lembretes com adesivos e
cartazes e folder com tcnica adequada de higienizao das mos nas
instituies de sade2.
14
As melhorias combinam com outras medidas de controle de infeco que
tem sido eficazes na reduo da transmisso de agentes patognicos prejudiciais
tanto em situaes de surto quanto nas endmicas5.
As estratgias comuns para melhorar o desempenho da prtica incluem
educao, marketing social, mudana de sistemas, auditoria e feedback. No que
diz respeito higiene das mos, extenso material educacional e de "marketing"
tm sido esforos realizados pelos Centros de Controle e Preveno de Doenas,
alm das diretrizes da OMS publicados na ltima dcada, resultaram em sistemas
revolucionrios que envolvem mudana no uso de antisspticos para as mos e
nfase no ponto que se refere disponibilidade de produtos. No entanto,
evidncias de qualquer impacto sustentado destas intervenes so escassas e
no so particularmente encorajadoras17.
Mesmo a higienizao sendo, comprovadamente, uma importante medida
para o controle da infeco hospitalar, as mos dos profissionais de sade
continua sendo a fonte mais frequente de contaminao e disseminao. Existem
vrias razes para dificultar a adoo das recomendaes de lavagem das mos,
nos nveis individual, grupal ou institucional, que envolvem complexidade dos
processos de mudana comportamental. Um fator de estmulo dessa mudana
refere-se s intervenes que devem ser feitas no somente com base no
conhecimento, mas com base em treinamentos repetidos e em programas que
forneam o resultado do desempenho aos profissionais5.
2.3 PRODUTOS UTILIZADOS NA HIGIENIZAO DAS MOS
Para prevenir a transmisso de microorganismos pelas mos, trs
elementos so essenciais para essa prtica: agente tpico com eficcia
antimicrobiana, procedimento adequado ao utiliz-lo, com tcnica adequada e no
tempo preconizado e adeso regular ao seu uso, nos momentos indicados. No
servio de sade existem produtos determinados para a higienizao das mos
que so o sabonete comum e os antisspticos como lcool, clorexidina,
iodo/iodforos e triclosan4.
Ao decidir pela escolha do produto para higienizao das mos, o
profissional dever levar em considerao a necessidade de remoo da
15
microbiota transitria e/ ou residente. Os produtos contendo anti-sptico que
exercem efeito residual na pele das mos podem ser indicados nas situaes em
que h necessidade de reduo prolongada da microbiota como em cirurgias e
procedimentos invasivos. A escolha deve ser baseada nas orientaes da
Comisso de Controle de Infeco Hospitalar (CCIH) e da Comisso de Farmcia
e Teraputica (CTP). Na aquisio de produtos destinados higienizao das
mos, deve-se verificar se estes esto registrados na ANVISA, atendendo s
exigncias especficas para cada produto4.
A escolha de produtos adequados para a prtica da higienizao das mos
fundamental para melhor adeso pelos profissionais de sade e minimizao
dos efeitos adversos provocados pelos mesmos. Algumas estratgias so
importantes para reduzir os efeitos adversos como racionalizar as indicaes da
prtica de higienizao das mos, por meio da reduo da exposio
desnecessria aos produtos; substituir produtos que causam ressecamento,
irritao e dermatites por outros que causam menos danos pele,
disponibilizando produtos contendo mais emolientes; educar os profissionais
quanto s medidas de preveno de dermatites de contato e ressecamento com o
uso dirio de creme hidratante para pele das mos; evitar gua muito quente ou
muito fria na higienizao das mos, a fim de prevenir o ressecamento da pele;
enxaguar bem as mos para remover todo o resduo de produtos qumicos e
secar bem as mos antes de calar as luvas. Enfim, favorecer o entendimento do
profissional de sade de que a prtica da higienizao das mos essencial para
o planejamento de intervenes nos servios de sade4.
16
2.3.1 QUADRO DE SNTESE DA PUBLICAO DA ANVISA SEGURANA
DO PACIENTE EM SERVIOS DE SADE-HIGIENIZAO DAS MOS
ACERCA DOS PRODUTOS UTILIZADOS
PRODUTOS CARACTERSTICAS AO
ANTIMICROBIANA EFICCIA
Sabonete comum
Pode ser apresentado sob vrias formas: em preparaes lquidas e em espuma.
No contm agentes antimicrobianos ou os contm em baixas concentraes.
Remoo de sujeira, de substncias orgnicas e da microbiota transitria, tornando as mos limpas, que normalmente dura em mdia, 8 a 20 segundos.
Gluconato de
clorexidina
pouco solvel em gua, formulaes aquosas ou detergentes contendo 0,5%%, 0,75% ou 1% de clorexidina so mais efetivas que sabonetes no associados a anti-spticos, mas menos efetivas que solues detergentes contendo gluconato de clorexidina a 4%.
Apresenta boa atividade contra bactrias Gram-positivas, menor atividade contra bactrias Gram-negativas e fungos, mnima atividade contra micobactrias e no esporicida. A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente.
Seguro e a absoro pela pele mnima, seno nula. Apresenta efeito residual importante, em torno de seis horas.
Iodforos
rapidamente inativado em presena de matria orgnica, como sangue e escarro sua atividade antimicrobiana tambm pode ser afetada pelo pH, temperatura, tempo de exposio, concentrao e quantidade/tipo de matria orgnica e compostos inorgnicos presentes.
Tem atividade ampla contra bactrias Gram-positivas e Gram negativas bacilo da tuberculose, fungos e vrus (exceto enterovrus), possuindo alguma atividade contra esporos.
O efeito residual controverso quando ocorre enxge aps a higienizao anti-sptica das mos, os mesmos podem causar menos irritao da pele e menos reaes alrgicas que o iodo, porm causam mais dermatite de contato irritativa
Triclosan um derivado fenlico, incolor pouco solvel em gua, mas solvel em lcool e em detergentes aninicos.
Ao bacteriana por difuso na parede bacteriana, resultando na inibio ou morte bacteriana, pois tem um amplo espectro na atividade antimicrobiana. A velocidade de ao iantimicrobiana intermediria.
O efeito residual minimamente afetado por matria orgnica.
17
2.3.2 ALGUMAS CONSIDERAES SOBRE OS ALCOIS
Em geral, a atividade antimicrobiana dos alcois se eleva com o aumento
da cadeia de carbono, porm sua solubilidade em gua diminui. Somente os
alcois alifticos so completamente miscveis em gua e preferencialmente, o
etanol, o isopropanol e o n-propanol so usados como produtos para higienizao
das mos. A maioria das solues base de lcool para antissepsia das mos
contm etanol (lcool etlico), isopropanol (lcool isoproplico), n-propanol ou
ainda, uma combinao de dois produtos. A ao predominante dos alcois
consiste na desnaturao e coagulao das protenas. A coagulao das
protenas, induzida pelo lcool, ocorre na parede celular, na membrana
citoplasmtica e entre vrias protenas plasmticas. Essa interao do lcool com
as protenas levou a hiptese da interferncia de sujidade contendo protenas na
anti-sepsia e desinfeco. De um modo geral, os alcois apresentam rpida ao
e excelente atividade bactericida e fungicida em relao a todos os agentes
utilizados na higienizao das mos. Desta forma, solues alcolicas entre 60%
e 80% so mais efetivas e 5 concentraes mais altas so menos potentes, pois
as protenas no se desnaturam com facilidade na ausncia de gua4.
Os produtos alcolicos so mais efetivos na higienizao das mos de
profissionais de sade quando comparados aos sabonetes comuns ou sabonetes
associados a anti-spticos. Em estudo relacionado s bactrias multirresistentes,
os produtos alcolicos foram mais efetivos na reduo destes patgenos das
mos de profissionais de sade do que a higienizao das mos com gua e
sabonete. Ressaltando que a eficcia de preparaes alcolicas para
higienizao das mos afetada por vrios fatores: tipo, concentrao, tempo de
contato, frico e volume de lcool utilizado, como tambm, se as mos estavam
molhadas no momento da aplicao do lcool4.
Os produtos alcolicos usados para higienizao das mos em servios de
sade esto disponveis nas formas de soluo lquida, gel e espuma. Importante
ressaltar que os dispensadores e almotolias de lcool devem ser projetados para
minimizar sua evaporao e manter a concentrao inicial, uma vez que o lcool
voltil. As formulaes alcolicas tm sido indicadas como produto de escolha
para higienizao das mos, se no houver sujidade visvel nestas, pois
18
promovem a reduo microbiana, requerem menos tempo para a aplicao e
causam menos irritao do que a higienizao com gua e sabonete ou
antisspticos, alm de facilitar a disponibilidade em qualquer rea do servio de
sade4.
2.4 A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL E O
CONTROLE DE IRAS
As Unidades de terapia intensiva, em especial a neonatal tm pacientes
graves que so submetidos a procedimentos invasivos e tm maior risco para
eventos adversos, entre esses as infeces relacionadas assistncia sade
(IRAS), as mos dos profissionais de sade constituem fonte e veculo de
transmisso de microrganismo entre diversos stios corporais de um mesmo
paciente, entre pacientes, e reciprocamente entre esses ambientes e o ambiente
da assistncia. Para reduzir a carga microbiana, recomenda-se higienizao das
mos com soluo alcolica, sabonete lquido ou soluo degermante. Tambm o
ambiente assistencial tem papel importante na epidemiologia das infeces visto
que superfcies contaminadas, frequentemente manipuladas por profissionais,
podem atuar como fonte de transmisso de microrganismos, que se d
principalmente pelas mos2, 16.
Neste contexto, a realizao da higienizao das mos durante a prtica
profissional em sade ao paciente crtico como forma de prevenir as infeces
relacionadas assistncia sade pode se constituir na oportunidade de
interrupo da principal forma de transmisso de patgenos, qual seja o contato
direto entre o profissional, o paciente e o ambiente de assistncia16.
Em fevereiro de 2010, foi instituda a resoluo n7 da ANVISA que dispe
sobre os requisitos mnimos para funcionamento de Unidades de Terapia
Intensiva, que define Unidade de Terapia Intensiva Neonatal como sendo a
destinada assistncia a pacientes admitidos com idade entre 0 e 28 dias. Tendo
como uma das medidas para preveno de infeces relacionadas assistncia
sade: disponibilizar os insumos, produtos, equipamentos e instalaes
necessrios para as prticas de higienizao de mos de profissionais de sade e
visitantes; os lavatrios para higienizao das mos devem estar disponibilizados
19
na entrada da unidade, no posto de enfermagem e em outros locais estratgicos
definidos pela CCIH e possuir dispensador com sabonete lquido e papel toalha;
as preparaes alcolicas para higienizao das mos devem estar
disponibilizadas na entrada da unidade, entre os leitos e em outros locais
estratgicos definidos pela CCIH14.
As infeces relacionadas assistncia sade voltada para o recm
nascido abrangem aquelas que acometem os perodos pr-natal, perinatal e
neonatal. A ocorrncia das infeces neonatais correlaciona-se, principalmente,
com peso ao nascimento, uso de cateter venoso central (CVC) e tempo
prolongado de ventilao mecnica. Muitos outros fatores tambm podem ter forte
correlao com a incidncia de infeces, como falta de treinamento de pessoal,
pequeno contingente de profissionais na unidade assistencial, uso inadequado de
antimicrobiano e ausncia de vigilncia13.
As principais causas de infeces em unidades neonatais so: as mos
dos profissionais e os equipamentos contaminados, solues contaminadas por
via enteral (leite) e parenteral (hemoderivados, medicamentos, nutrio
parenteral) e presena de flora multirresistentes selecionada por uso excessivo de
antimicrobianos nas unidades neonatais13.
Algumas medidas de preveno as infeces relacionadas assistncia
sade na UTI neonatal so consideradas imprescindveis, como: treinamento
adequado, tendo como foco principal a higienizao das mos com uso de
soluo alcolica em momentos adequados; uso racional de antimicrobianos;
internao criteriosa; rastreamento adequado de bactria multirrestente13.
De acordo com a portaria 930 de maio de 2012 do Ministrio da Sade, fica
definida as diretrizes e objetivos para organizao da ateno integral e
humanizada ao recm-nascido grave ou potencialmente grave e os critrios de
classificao e habilitao de leitos de Uti Neonatal no mbito do Sistema nico
de Sade(SUS). De acordo com definio de Uti neonatal tipo II, deve funcionar
em estabelecimento hospitalar cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Sade (SCNES) e que possuam no mnimo 80 (oitenta)
leitos gerais, dos quais 20 leitos obsttricos, com a seguinte estrutura mnima:
centro cirrgico, servio radiolgico convencional, servio de
20
ecodopplercardografia, hemogasmetro 24 horas e banco de leite humano ou
unidade de coleta15.
Considerando a complexidade da assistncia, em UTI neonatal, a adeso
higienizao das mos inversamente proporcional s oportunidades, deste
modo, em locais que demandam maior nmero de oportunidades, a taxa de
adeso menor. Desta forma, necessrio que haja investigaes que busquem
compreender o que est envolvido no que se refere adeso13.
2.5 ESTRATGIA MULTIMODAL: PROMOO DA HIGIENIZAO
DAS MOS
A dcada de 1980 representou um marco na evoluo de conceitos de
higiene das mos nos cuidados de sade e as primeiras orientaes nacionais de
higiene das mos foram publicados neste perodo. Em 1995 e 1996, o CDC /
Sade Prticas de Controle Comit Consultivo nos EUA recomendou que sabo
antimicrobiano ou um agente anti-sptico sem gua deve ser utilizado para a
limpeza de mos em quartos de pacientes com patgenos multirresistentes. Mais
recentemente, as orientaes do Comit Consultivo de 2002 definiu soluo
base de lcool, se disponveis, como o padro de cuidados para as prticas de
higiene das mos em ambientes de cuidados de sade, enquanto que a lavagem
das mos reservada somente para situaes particulares. As presentes
orientaes que baseiam este documento anterior, representam a mais ampla
reviso das evidncias na literatura relacionadas com a higiene das mos. Tm
como objetivo alargar o mbito de recomendaes para uma perspectiva global
sobre questes controversas relacionadas com a higiene das mos nos cuidados
de sade e propor uma abordagem prtica para a implementao bem-
sucedida18.
Desde 2008 surgiu uma proposta da Organizao Mundial de Sade
denominada estratgia multimodal, que para sua aplicao utiliza o manual para
observadores com objetivo de melhorar prtica de higienizao das mos. As
estratgias multimodais so as abordagens mais eficazes para promover as
prticas de higienizao das mos e exemplos bem sucedidos tm demonstrado
sua eficcia na reduo de infeces relacionadas assistncia sade5.
21
A OMS recomenda como padro - ouro para a higienizao das mos o
uso de solues alcolicas frente eficcia, baixa exigncia em infraestrutura,
pouco tempo para aplicao e boa tolerncia da pele5, 16.
Existem elementos chave para o sucesso das estratgias multimodais junto
equipe que incluem: programa de motivao, adoo de produtos alcolicos como
padro ouro, o uso de indicadores de desempenho e o forte comprometimento de
todas as partes interessadas tais como equipe da linha de frente, gerentes e
lderes de sade5.
A higienizao das mos pode ser praticada friccionando as mos com
uma preparao alcolica (gel ou soluo) para as mos ou higienizao das
mos com gua e sabo. A maneira mais eficaz de garantir uma excelente
higienizao das mos utilizar uma preparao alcolica que tenha as seguintes
vantagens imediatas: eliminao da maioria dos microorganismos, disponibilidade
de preparao alcolica perto do ponto de assistncia/tratamento, pouco tempo
necessrio para realizao e eficcia (20-30 segundos) e boa tolerncia da pele5.
De acordo com as recomendaes da OMS, quando h disponibilidade de
preparao alcolica para higienizao das mos, essa deve ser usada como
primeira escolha. Os profissionais de sade devem, em condies ideais,
proceder higienizao das mos no ponto e no momento de
assistncia/tratamento. Refere-se a ponto de assistncia/tratamento como o local
onde ocorrem trs elementos: o paciente, o profissional de sade e a assistncia
ou tratamento envolvendo o contato com o paciente5.
As indicaes para higienizao das mos correspondem a momentos
precisos durante a assistncia ao paciente, elas deveriam ajudar os profissionais
de sade a localizar os momentos chave e integrar a higienizao das mos nas
suas atividades respectivas, independentemente do ambiente de assistncia em
que trabalham e o tipo de cuidado que prestam. As indicaes tambm devem
facilitar o fornecimento de treinamento em higienizao das mos e a avaliao
de suas prticas5.
A necessidade de higienizao das mos est intimamente ligada s
atividades dos profissionais de sade dentro de ambientes especficos, assim
como as indicaes para higienizao das mos dependem dos movimentos dos
22
profissionais de sade entre reas geogrficas distintas (ambiente de
assistncia/cuidado e as reas prximas ao paciente) e as tarefas executadas
nessas reas5.
Para melhor entendimento da estratgia multimodal necessrio o
conhecimento de alguns termos a serem utilizados: ambiente de assistncia,
reas prximas ao paciente, contato, procedimento assptico, fluidos corporais,
risco de exposio, profissionais de sade, atividade de assistncia, indicao e
oportunidade5. Esses termos sero explicados a seguir:
- O ambiente de assistncia considerado todos aqueles elementos que formam
ambiente de assistncia ao paciente (objetos, equipamentos mdicos e pessoas
presentes no hospital, clnica ou ambulatrio) 5.
- reas prximas ao paciente um local restrito ao ambiente de assistncia,
temporariamente destinado a um paciente, incluindo equipamentos (vrios
dispositivos mdicos), moblia (cama, mesa de cabeceira) e pertences pessoais
(roupa, livros) manuseado pelo paciente e pelos profissionais de sade ao prestar
assistncia ao paciente. O ambiente de assistncia e reas prximas ao paciente
so sempre considerados em relao a cada paciente5.
- O contato pode ser visto por duas vertentes: em relao ao paciente e as reas
prximas ao paciente. No contato com o paciente refere-se s mos dos
profissionais de sade que tocam a pele ou as roupas do paciente e o contato
com as reas prximas ao paciente, em relao s mos dos profissionais de
sade no toque de objetos e superfcies inanimadas nas proximidades do
paciente5.
- Procedimento assptico realizado por um profissional de sade de forma a
evitar a contaminao ou a inoculao por microorganismos podendo existir toque
direto ou no com: mucosa, pele ferida, dispositivo invasivo (cateter, sonda) ou
um equipamento mdico5.
- Os fluidos corporais so considerados sangue ou qualquer outra substncia
secretada pelo corpo (mucosa, saliva, esperma, lgrima, com cerume, leite, etc.),
excretada (urina, fezes, vmito) e ex e transudada (fluido pleural, fluido crebro-
espinhal, fluido ascite, com exceo de suor). Por extenso ainda pode-se citar as
23
amostras corporais (amostra de bipsia, rgo, amostras biolgicas, etc.) que so
assimiladas por fluidos corporais5.
- Refere-se ao risco de exposio a exposio potencial e real a fluidos
corporais5.
- So considerados profissionais de sade, os que estejam em contato direto ou
indireto com pacientes e seus ambientes por meio de equipamentos ou produtos
mdicos durante suas atividades e devem se preocupar com a higienizao das
mos. Enfatizando que as maneiras de transmisso de microorganismos podem
ser diferenciadas dependendo da atividade, mas, de forma alguma determinam a
escala de risco associada transmisso em situao especfica que sempre
desconhecida5.
- Atividades de assistncia sade so todas as atividades no ambiente de
servio de sade que envolvam contato direto ou indireto com pacientes. Por essa
razo, todas as pessoas envolvidas com a prestao de assistncia sade so
responsveis por impedir a transmisso de microrganismos quando as indicaes
para a higienizao das mos estiverem presentes durante as atividades de
assistncia sade. No que se refere adeso higienizao das mos durante
as atividades de assistncia sade, cada profissional de sade tem
responsabilidade pessoal pela higienizao das mos5.
A atividade de assistncia sade descrita como uma sucesso de
procedimentos durante os quais as mos dos profissionais de sade tocam tipos
diferentes de superfcies (paciente, objeto, fluido corporal, etc.). Dependendo da
ordem em que esses contatos ocorrem, a transmisso de microorganismos de
uma superfcie para outra deve ser interrompida, uma vez que cada contato
uma fonte potencial de contaminao das mos dos profissionais de sade.
durante esse intervalo entre dois contatos que se encontra a indicao ou as
indicaes para a higienizao das mos5.
A indicao ou indicaes a razo pela qual necessria a higienizao
das mos. Ela justificada pelo risco de transmisso de micro-organismo de uma
superfcie para outra. Ela formulada em termo de ponto de referncia temporal:
antes ou aps o contato. As indicaes antes e aps no correspondem
necessariamente ao incio ou concluso da sequencia de cuidado ou atividade.
24
Elas ocorrem durante movimentos entre reas geogrficas, durante transies
entre tarefas prximas aos pacientes, ou a alguma distncia deles5.
Nesta perspectiva, cinco indicaes foram adotadas e elas constituem os
pontos de referncia temporal fundamental para os profissionais de sade, que
so: antes de contato com o paciente, antes de realizar procedimentos
asspticos, aps risco de exposio a fluidos corporais, aps o contato com o
paciente e aps o contato com reas prximas ao paciente. Eles indicam os
momentos em que a higienizao das mos necessria para interromper,
eficazmente, a transmisso de microrganismo durante a assistncia. O foco nas
cinco indicaes tem como objetivo facilitar o entendimento dos momentos em
que h risco de transmisso de microorganismos por meio das mos, memoriz-
los e assimil-los na assistncia sade5.
A oportunidade para higienizao das mos um assunto para o
observador, do ponto de vista dele a oportunidade est onde estiver presente e
for observada uma das indicaes para a higienizao das mos. Cada uma
dessas oportunidades deve corresponder a uma ao. A oportunidade a
unidade que responda pela ao, que determina a necessidade de higienizar as
mos, seja a razo simples ou mltipla indicao que leva a ao. Ela constitui o
denominador para medir a taxa de adeso higienizao das mos por
profissionais de sade5.
Se for bem desenvolvida, a higienizao das mos implica o reconhecimento das
indicaes, pelos profissionais de sade, durante as atividades e dentro do
processo em que se organiza o cuidado. Para medir a adeso higienizao das
mos, a ao comparada com a oportunidade. A ao considerada necessria
somente quando corresponde a pelo menos uma indicao. De acordo com as
evidncias cientficas, se a ao estiver sendo desempenhada quando houver
indicao para ela, no ter impacto em termos de preveno de transmisso de
microorganismos e no deve ser considerada como ato de adeso5.
H uma relao ntima entre as atividades, as indicaes, as oportunidades
e as aes para higienizao das mos, e o clculo de concordncia. As cinco
indicaes so justificadas pelos riscos de transmisso de microorganismos esto
dissociados ou associados. Quando h risco de transmisso h uma indicao
25
para higienizao das mos; quando h indicao, h uma oportunidade para
higienizao das mos. Diversas indicaes podem vir juntas para constituir uma
nica oportunidade de higienizao das mos. Cada oportunidade independe do
nmero de indicaes a partir das quais ela determinada, deve estar associada
a uma ao de higienizao das mos. A adeso higienizao das mos, pelos
profissionais de sade, expressa pela taxa de aes e oportunidades positivas5.
As cinco indicaes so analisadas da seguinte forma: antes do contato
com o paciente considerado quando o profissional de sade entra no ambiente
do paciente para fazer algum contato (gesto de cortesia como aperto de mo,
toque de brao), contato direto (ajuda na deambulao, realizao de higiene
corporal) e exame clnico (aferio do pulso e da presso arterial, ausculta
cardaca e pulmonar, palpao do abdome). Antes de realizar procedimentos
asspticos aplica-se antes de qualquer tarefa que envolva contato direto ou
indireto com a mucosa, pele ferida, dispositivos invasivos (cateter e sonda) ou
equipamentos e produtos mdicos. Na indicao aps risco de exposio a
fluidos corporais quando em qualquer cuidado h exposio real ou potencial
das mos a fluidos corporais. Na indicao aps o contato com o paciente
aplicada quando o profissional de sade deixa as proximidades do paciente aps
contato com o paciente. Na indicao aps o contato com as reas prximas ao
paciente, refere-se quando o profissional de sade deixa o ambiente prximo ao
paciente aps ter tocado equipamento, mvel, produto mdico pertences pessoais
ou outras superfcies inanimadas, sem ter tido contato com o paciente (Ilustrao
abaixo) 5.
Ressaltando que a oportunidade um conceito de responsabilidade que
pertence ao observador, onde a indicao um ponto de referncia conceitual,
que pertence ao profissional de sade e que define o momento em que a
higienizao das mos tem de ser observada. Entretanto, durante uma sequncia
de procedimentos de assistncia sade, o profissional de sade pode identificar
que a ocorrncia virtual simultnea de vrias indicaes pede apenas uma ao
de higienizao das mos5, 16.
26
SITUAES QUE SE CARACTERIZAM COMO
OPORTUNIDADE DE HIGIENIZAO DAS MOS
DURANTE A ASSISTNCIA AO PACIENTE
27
O uso de luvas interfere na higienizao das mos devido aos movimentos
envolvidos. Esses precisam ser divididos e integrados como uma sucesso
compulsria de determinados gestos, pelas indicaes para higienizao das
mos e for justificada por aquelas que exigem o uso de luvas: higienizar as mos,
calar e remover luvas. Sempre que uma ao de higienizao das mos for
justificada por uma indicao que coincida com o uso de luvas, a higienizao
deve ser feita imediatamente antes de calar as luvas ou imediatamente aps a
remoo delas. Quando necessrio, as luvas devem ser removidas e trocadas
para fazer a higienizao das mos. O uso de luvas no determina indicaes
para higienizao das mos. Entretanto, se essas indicaes estiverem
presentes, a necessidade das aes de antes e adiar as aes feitas aps5.
A observao do comportamento se constitui uma estratgia para
promover a adeso higienizao das mos, uma vez que permite conhecer a
frequncia com que os profissionais que atuam em UTI higienizam as mos, nas
oportunidades durante a assistncia16.
A observao direta dos profissionais de sade durante sua rotina diria de
trabalho a maneira mais precisa estudar as prticas de higienizao das mos,
pois a oportunidade para identificar o comportamento dos profissionais de
sade e para avaliar o aprendizado aps treinamentos, bem como as falhas
remanescentes. Os resultados da observao ajudam a determinar as
intervenes mais adequadas para promoo, instruo e treinamento de
higienizao das mos. A principal finalidade do mtodo proposto produzir
dados em larga escala sobre a adeso higienizao das mos, os dados devem
ser coletados por meio de observao direta dos profissionais de sade, com
utilizao de um formulrio de observao, encarregados da assistncia ao
paciente5. (Anexo3)
O principal papel do observador observar abertamente as prticas e
reunir dados sobre a higienizao das mos, usando a metodologia e as
instrues propostas. Antes de realizar a observao, os observadores devem
estar familiarizados com os mtodos usados numa campanha de promoo,
aprender como usar as ferramentas disponveis e familiarizar-se com o conceito
das cinco indicaes ao longo de inmeras atividades. O objetivo do trabalho do
28
observador fornecer uma imagem geral sobre como os profissionais de sade
aderem higienizao das mos5.
Os resultados das observaes so utilizados somente para promover,
instruir e treinar os profissionais de sade, como parte do desafio global de
segurana do paciente. A posio dos observadores os investem de um papel de
referncia, tanto para pessoas observadas quanto para a equipe administrativa e
de tomada de deciso. Eles so responsveis por promover, instruir, dar retorno e
comentar os resultados e por direcionar a campanha de acordo com as
necessidades dos profissionais de sade5.
A finalidade da observao da higienizao das mos , inicialmente,
determinar o grau de adeso dos profissionais de sade s prticas de
higienizao das mos, bem como avaliar a qualidade no desempenho dos
procedimentos e das instalaes. Alm disso, a observao uma maneira de
chamar a ateno dos profissionais de sade para a importncia do ato,
simplesmente prestando a ateno e mostrando interesse pela higienizao das
mos, atingindo-se um efeito promocional imediato5.
Os resultados relacionados com a adeso higienizao das mos,
medido durante dois perodos diferentes, ou seja, basal e
acompanhamento/monitoramento, correspondem dois perodos antes e aps a
implantao da estratgia de melhoria da higienizao das mos e pode ser muito
til para o servio de sade5.
Diversos profissionais de sade podem ser observados ao mesmo tempo,
quando estiverem trabalhando com o mesmo paciente ou no mesmo ambiente.
Entretanto, no aconselhvel observar simultaneamente mais do que trs
profissionais de sade. Dependendo da intensidade das atividades e indicaes,
os observadores devem decidir pela observao de um profissional de sade para
no perder as oportunidades durante a sequencia do cuidado. Um exemplo, se as
prticas esto sendo observadas em uma Unidade de Terapia Intensiva, apenas
um profissional de sade dever ser observado por vez. Para fins de observao,
apenas os profissionais de sade que trabalham com pacientes e nas
proximidades deles esto envolvidos. A deciso de restringir a observao a
29
profissionais que trabalham diretamente com os pacientes uma metodologia,
baseada na eficcia da observao5.
Segundo o Manual para observadores: estratgia multimodal da OMS
possvel modificar o formulrio de observao na combinao de indicao-ao
de acordo com os objetivos para o perodo de observao e os recursos
disponveis. Qualquer que seja a modificao escolhida, o mtodo bsico de
observao permanece o mesmo. Isto quer dizer que possvel tomar como base
o mtodo de observao descrito no manual, entretanto pode-se elaborar um
formulrio que atenda as especificidades da unidade na qual ser realizada a
observao das oportunidades de higienizao das mos5.
O clculo da adeso higienizao das mos a razo entre o nmero de
aes e o nmero de oportunidades expressa na seguinte frmula:
Adeso (%) = Aes de higienizao das mo x 100
Oportunidades
Na frmula as oportunidades para higienizao das mos (o denominador)
contra o qual a ao real de higienizao das mos colocada servindo como um
numerador, estas duas variveis permitem o clculo da adeso5.
Os resultados para a adeso podem ser calculados globalmente, mas
tambm podem ser divididos por categoria profissional ou por oportunidades5.
De acordo com as recomendaes da OMS, um dos fatores que melhora a
aceitao a produtos de higienizao das mos a possibilidade dos usurios
escolherem o produto. Junto com a eficcia provada como antissptico, a
tolerncia da pele um dos principais critrios para seleo do produto. Existem
diversas maneiras de garantir tolerncia da pele e aceitao de produtos
alcolicos5.
O mtodo mais simples garantir a tolerncia e aceitao de um produto
que est em uso ou que est para ser introduzido, pois esta a maneira mais
bsica de introduzir a higienizao das mos usando produtos alcolicos5.
Quando os resultados da anlise de dados estiverem disponveis, o
coordenador e o observador devem entrar num acordo sobre a maneira de
apresent-los lideres de equipe e participantes da unidade e sobre como
disseminar os dados de forma que provoque um impacto direto na equipe5.
30
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo que apresenta duas abordagens: a primeira
baseada em pesquisa bibliogrfica, que buscou como evidncia a Estratgia
Multimodal da OMS e a segunda, que utiliza dados quantitativos, resultantes da
observao da higienizao das mos, cuja anlise determina o ndice de adeso
dos profissionais.
Inicialmente, foi utilizado o Manual de Observadores da Estratgia
Multimodal da OMS, como referencial para a construo do instrumento de
observao da higienizao das mos aplicado UTI Neonatal. Tambm, foi
elaborado o roteiro de orientao ao observador, cujas tcnicas so
fundamentadas no Manual de Higienizao das Mos da ANVISA.
A abordagem quantitativa refere-se a fatos relativos ao mundo concreto,
objetivo e mensurvel e caracteriza-se pelo processo de quantificao, tanto no
processo de coleta de informaes, como no tratamento destas por meio de
tcnicas estatsticas e procedimentos matemticos20. Esse momento do estudo
quantitativo do tipo observacional, realizado na UTI Neonatal da maternidade
escola.
Por ser tratar de um estudo observacional, a tcnica de coleta de dados
realizada foi a observao, que utiliza os sentidos para a obteno de dados de
determinados aspectos da realidade. Tem como objetivo recolher e registrar de
maneira ordenada, os dados sobre o assunto que se pretende estudar. A
observao sistemtica a modalidade desenvolvida neste estudo, na qual o
pesquisador procurou o que mais importante numa determinada situao,
utilizando um instrumento bem definido, onde os profissionais foram codificados
de acordo com a categoria20.
31
3.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO
Inicialmente a busca foi desenvolvida em outubro de 2014 e atualizada em
agosto de 2016, atravs das bases de dados para fundamentao cientfica em
relao higienizao das mos. Foram consultados dados indexados, com texto
na ntegra e o recorte temporal de fevereiro de 2010 a junho de 2016,
estabelecendo como critrios de incluso: artigos publicados, cuja temtica esteja
relacionada higiene das mos e profissionais de sade, utilizando os seguintes
descritores: higiene das mos, pessoal de sade, tendo como filtro do idioma o
ingls, portugus e o espanhol. Os critrios de excluso foram os textos
incompatveis com o assunto, artigos com texto completo no acessvel.
Os artigos analisados foram publicados nos ltimos 5 anos em revistas
indexadas nas bases de dados: Medline, Lilacs, Pubmed e BDENF. Aps
avaliao de 1.136 artigos que tinham como descritores higiene das mos e
pessoal de sade e aplicao dos critrios de incluso/excluso foram
encontrados 118 artigos, que estavam disponveis online na ntegra. Aps leitura
foram selecionados 37 artigos, sendo 3 Lilacs, 14 Medline,20 Pubmed. Tambm
forma consultados os manuais da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
(ANVISA) e Organizao Mundial de Sade (OMS) para melhor embasamento.
Descritores: Higiene das mos e Pessoal de
Sade
1.136 Artigos
Aplicao dos critrios de Incluso/Excluso
118 Artigos
aaaaaaaaaAartig
o Artigos
BVS/BIREME
3 Artigos - LILACS
Leitura dos resumos
20 Artigos - PUBMED 14 Artigos - MEDLINE
37 artigos selecionados
32
Na leitura minuciosa dos artigos emergiram aspectos diferentes no que se
refere higienizao das mos, tais como: avaliao e monitoramento da prtica
da higienizao das mos, mtodos e procedimentos para higienizao das mos
e interveno para aumento da adeso higienizao das mos.
Em anlise das produes cientficas que focam avaliao e monitoramento
da prtica de higienizao das mos foi detectado que os profissionais de sade
reconhecem a higienizao das mos como uma ao efetiva para preveno de
infeces relacionadas assistncia sade. Entretanto, quando h
monitoramento da prtica de higienizao das mos atravs de observao e
relacionando-a ao nmero de oportunidades que surgem na prtica assistencial,
ainda possvel afirmar que apresentam baixa adeso. O monitoramento e
clculo de indicadores demonstram essa realidade, pois evidenciam as falhas no
cotidiano, discutindo que motivao e conscientizao das equipes so
fundamentais para melhoria da adeso higienizao das mos, alm da
possibilidade de utilizao de vrios modelos tericos com auxilio de instrumentos
que viabilizem a melhoria prtica da higienizao das mos, sendo importante a
utilizao de estratgias com participao efetiva das lideranas para que haja
aumento significativo da adeso higienizao das mos, bem como avaliao
peridica das intervenes junto s equipes 21, 22, 23,24.
No tocante aos mtodos e procedimentos mencionados nas produes,
enfatizado a importncia do fcil acesso aos produtos e proteo da pele
adequada para que haja um comportamento satisfatrio para realizao da
higienizao das mos. As solues base de lcool para frices das mos
podem ser melhor do que as lavagens das mos tradicionais por exigir menos
tempo, agir mais rapidamente, ser menos irritantes e contribuir para a melhoria
sustentada em conformidade, associada com a diminuio das taxas de infeco.
Por consequncia, independente do mtodo ou procedimento, o uso de
estratgias para promover a higiene das mos no deixa de ser
fundamental25,26,27,28.
33
Nas produes cientficas que se referem interveno para aumento da
adeso higienizao das mos, enfatizam que medidas eficazes para melhorar
o cumprimento da higiene das mos so vitais para a qualidade da assistncia ao
paciente atravs de inmeras estratgias para aumentar a frequncia e a eficcia
da higiene das mos e indicam que a educao em combinao com feedback de
desempenho a abordagem mais bem sucedida. Portanto, a educao focada
com incorporao de novas tecnologias de ensino automatizado em um programa
de higiene das mos pode incentivar a participao da equipe na aprendizagem
bem como um importante meio para o aumento da conscincia dos profissionais
nos momentos da assistncia ao paciente29,30 ,31,32 .
3.3 O CENRIO DO ESTUDO
A Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
uma instituio de ensino, pesquisa e extenso em sade, vinculada ao Ministrio
da Educao, situada na cidade do Rio de Janeiro, fundada em 18 de janeiro de
1904. Sua finalidade era de assistir s gestantes e s crianas recm-nascidas
das classes menos favorecidas do Estado do Rio de Janeiro. Aps obras
emergenciais comeou a funcionar em 1 de abril de 1904. Atualmente
classificada como instituio de acompanhamento de pr-natal de alto risco e a
UTI neonatal do tipo II, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Sade (CNES).
Esta instituio presta atendimento ambulatorial, internao e servio de
apoio diagnstico e teraputico com demanda espontnea e referenciada. Com
total de 85 leitos e estando com 78 ativos, assim distribudos: 4 leitos de pr parto
e parto,16 leitos de UTI neonatal,10 leitos de cuidados intermedirios neonatal e
48 leitos de alojamento conjunto.
A UTI neonatal est localizada no segundo andar da maternidade, prxima
ao centro obsttrico e as unidades de apoio (Lactrio, Central de Material e
Esterilizao, Unidade de recuperao nutricional e Enfermaria Me Canguru).
dividida em dois ambientes denominados UTI 1 e UTI 2, sendo priorizada a
internao de recm nascidos mais crticos na UTI 1, onde so realizados
procedimentos especializados e de alta complexidade. Com atuao de uma
equipe multiprofissional composta por: enfermeiros, tcnicos de enfermagem,
34
mdicos staff, mdicos residentes, fisioterapeutas, fonoaudilogo, nutricionista e
profissionais da Residncia Multiprofissional (enfermeiros, nutricionistas e
psiclogos).
3.4 PARTICIPANTES
Os participantes do estudo so os profissionais que estavam atuando na
UTI Neonatal durante as sesses de observao das oportunidades de
higienizao das mos.
Em mdia, durante o perodo de 7:00 19:00, desenvolvem atividades
nesta unidade, por planto, 03 enfermeiras, 05 tcnicos de enfermagem, 03
mdicos, 05 mdicos residentes e 01 enfermeiro residente. Entretanto, ao longo
dessa jornada, podem atuar l fisioterapeutas e fonoaudilogos. Assim, as
observaes realizadas no horrio diurno, ocorriam concomitantes atuao de
uma mdia de 18 a 20 profissionais de sade.
No perodo noturno, ou seja, de 19:00 7:00, o staff da UTI Neonatal
constitudo por 02 enfermeiras, 05 tcnicos de enfermagem e 03 mdicos,
totalizando em mdia 10 profissionais de sade por planto.
3.5 AMOSTRA
A amostra do estudo foi caracterizada pelas oportunidades de higienizao
das mos, que ocorreram no cenrio estudado. Entendendo que durante a
prestao da assistncia ao paciente na UTI Neonatal, os profissionais de sade
se depararam com situaes em que h indicao para eles de que necessitam
proceder higienizao das mos.
A Estratgia Multimodal preconiza que pelo menos 200 oportunidades
sejam observadas na unidade envolvida no estudo5. Assim foram realizadas
observaes, totalizando 395 sesses de observao, sendo que 180 com a 1
verso do formulrio de observao e 215 na verso final. Nas 395 sesses
realizadas, foram observadas 429 oportunidades.
Ressalta-se que o foco principal das observaes so as oportunidades de
higienizao das mos, logo o ndice de adeso na perspectiva da Estratgia
Multimodal se estabelece numa relao entre o nmero de oportunidades que
35
cada categoria de profissional de sade teve e que aproveitou ou no naquele
momento indicado para a higienizao das mos.
3.6 COLETAS DE DADOS
O procedimento realizado para coleta de dados foi a observao
sistemtica direta dos profissionais durante a atuao na assistncia ao paciente
na UTI Neonatal no perodo de maro a abril de 2016. Na maneira de realizar a
coleta de dados foi considerada a importncia de no influenciar o
comportamento dos participantes, porm sem ocultar a presena dos
observadores que mantiveram conduta discreta, assim foi mantida uma distncia
que permitiu a observao sem interferir na dinmica da unidade.
Em razo da autora do presente estudo atuar como coordenadora da
Comisso de Controle de Infeco do cenrio do estudo optou-se pela utilizao
de dois observadores que foram treinados como assistentes de pesquisa em
quatro etapas: 1) a leitura do manual de observadores da Estratgia