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1 OBSERVATÓRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: ESTUDO EM REDE NACIONAL SOBRE AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS NAS ESCOLAS COMUNS PROJETO 039 OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO – EDITAL 2010 FOMENTO A ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO EDITAL Nº 38/2010/CAPES/INEP Novembro de 2010

OBSERVATÓRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL ONESSP - VERSÃO... · 1 . o. bservatÓrio nacional de educaÇÃo especial: e. studo em rede nacional sobre as salas de recursos multifuncionais

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1

OOBBSSEERRVVAATTÓÓRRIIOO NNAACCIIOONNAALL DDEE

EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO EESSPPEECCIIAALL::

EESSTTUUDDOO EEMM RREEDDEE NNAACCIIOONNAALL

SSOOBBRREE AASS SSAALLAASS DDEE RREECCUURRSSOOSS

MMUULLTTIIFFUUNNCCIIOONNAAIISS NNAASS EESSCCOOLLAASS

CCOOMMUUNNSS

PROJETO 039 OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO – EDITAL 2010

FOMENTO A ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO EDITAL Nº 38/2010/CAPES/INEP

Novembro de 2010

2

Sumário 1. Identificação do projeto ................................................................................. 5

2. Instituições participantes/ IES ........................................................................ 5

3. COORDENADOR(A) ................................................................................... 6

4. DETALHAMENTO DO PROJETO ............................................................ 10

4.1 SUMÁRIO............................................................................................. 10

4.2 INTRODUÇÃO .................................................................................... 11

4.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 19

4.4 OBJETIVOS .......................................................................................... 29

4.5 METODOLOGIA .................................................................................. 32

4.6 AÇÕES PREVISTAS ............................................................................ 37

ETAPA I .................................................................................................. 37

ETAPA II ................................................................................................ 37

ETAPA III ............................................................................................... 37

ETAPA IV ............................................................................................... 38

ETAPA V ................................................................................................ 39

ETAPA VI ............................................................................................... 39

ETAPA VII.............................................................................................. 39

ETAPA VIII ............................................................................................ 39

ETAPA IX ............................................................................................... 39

ETAPA X ................................................................................................ 39

ETAPA XI. .............................................................................................. 40

ETAPA XII.............................................................................................. 41

ETAPA XIII ............................................................................................ 41

ETAPA XIV ............................................................................................ 41

ETAPA XV ............................................................................................. 41

Procedimento de Análise de dados ........................................................... 41

3

4.7 CRONOGRAMA/ DURAÇÃO DO PROJETO ..................................... 42

4.8 RESULTADOS ESPERADOS .............................................................. 44

4.9. ESTRATÉGIAS DE DISSEMINAÇÃO DOS RESULTADOS ............. 44

5. ORÇAMENTO ............................................................................................ 45

DETALHAMENTO DO ORÇAMENTO .................................................... 48

I BOLSAS ............................................................................................... 48

II. MATERIAL DE CONSUMO .............................................................. 48

III. DIÁRIAS ........................................................................................... 48

IV. PASSAGENS .................................................................................... 48

V. CAPITAL ........................................................................................... 49

6. CONTRAPARTIDA TÉCNICA E FINANCEIRA ..................................... 50

7. OUTROS PROJETOS E/OU LINHAS DE PESQUISA AOS QUAIS SE

VINCULAM OU VINCULARÃO AO OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO

ESPECIAL ................................................................................................................. 50

PROJETO1: Educação especial e redes de apoio: uma política de

consolidação da inclusão escolar? ........................................................................... 50

PROJETO 2: As salas de recursos multifuncionais em questão: construindo

uma sistemática de avaliação com os professores .................................................... 51

PROJETO 3: Avaliação de um programa de formação de professores

especializados com foco no Planejamento Educacional Individualizado .................. 52

PROJETO 4: Inclusão escolar do deficiente intelectual no estado de São

Paulo: quem é este aluno e como é identificado? ..................................................... 53

PROJETO 5: Educação inclusiva e organização da escola: projeto

pedagógico na perspectiva da teoria crítica .............................................................. 54

PROJETO 6: Identidade e prática docente: os significados do currículo

escolar à luz das políticas públicas de educação inclusiva nos anos iniciais no

município do Rio de Janeiro/RJ ............................................................................... 55

4

PROJETO 7: Inclusão escolar pela educação bilíngue/bicultural de alunos

surdos: experiências na segunda etapa do ensino fundamental na escola municipal

Paulo Freire/Niterói/RJ ........................................................................................... 56

PROJETO 8: Formação de professores e educação inclusiva: experiências do

instituto de educação prof.º Moysés Henrique dos Santos/São João de Meriti/RJ ..... 57

PROJETO 9: Educação inclusiva na escola pública: formação de professores e

implementação de políticas públicas ........................................................................ 59

PROJETO 10: Centro de apoio pedagógico para atendimento às pessoas com

deficiência visual/Cap/São Gonçalo/RJ: atendimento educacional especializado como

suporte à inclusão escolar de alunos com deficiência visual ..................................... 59

PROJETO 11. Programa ‘Escola Acessível’: Sua Implementação Em Uma

Escola Municipal De Itaboraí/ Rj ............................................................................ 60

8. TERMO DE COMPROMISSO DOS PARTICIPANTES QUANTO À

CONCORDÂNCIA PARA O CUMPRIMENTO E A EXECUÇÃO DO PROJETO ... 62

9. OUTRAS INFORMAÇÕES ........................................................................ 63

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 64

5

1. Identificação do projeto

Titulo

OBSERVATÓRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: ESTUDO EM

REDE NACIONAL SOBRE AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

NAS ESCOLAS COMUNS.

2. Instituições participantes/ IES 1. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

3. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA- Campus Bauru

4. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA- Campus Araraquara

5. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

6. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

7. UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

8. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

9. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA

10. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

11. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

12. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

13. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

14. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS- Campus Catalão

15. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

16. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

17. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

18. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL

19. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- Campus Marabá

20. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

21. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

22. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

6

3. COORDENADOR(A) PROFA DRA ENICÉIA GONÇALVES MENDES

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

E-mail e telefone para contato: [email protected] [email protected] [email protected] 016- 33519358 016-33717951 (res) 016- 8173-6485 (cel)

Endereço para correspondência

Universidade Federal de São Carlos

Centro de Educação e Ciências Humanas

Programa de Pós-Graduação em Educação Especial

Rodovia Washington Luís, Km 232

São Carlos, SP CEP- 13565-905

Equipe do Projeto

7

ESTADOS UNIDADE/INSTITUIÇÃO

MEMBROS DA RNPEE Links para o CV LATTES

COORDENAÇÃO GERAL

Programa de Pós-Graduação em Educação Especial/UFSCar

1. Enicéia Gonçalves Mendes http://lattes.cnpq.br/3897627554738983

VICE-COORDENAÇÃO GERAL

Programa de Pós-Graduação em Educação Especial/UFSCar

2. Fabiana Cia http://lattes.cnpq.br/5999108571365402

1. ALAGOAS Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira/ UFAL

3. Neiza de Lourdes Frederico Fumes

http://lattes.cnpq.br/8834824295660511

2. AMAPÁ Programa de Mestrado Integrado de Desenvolvimento Regional/UNIFAP

4. Marinalva Oliveira http://lattes.cnpq.br/2203097637966105

3. AMAZONAS Programa de Pós-Graduação em Educação/UFAM

5. Aristonildo Chagas Araújo Nascimento

http://lattes.cnpq.br/4976737419000759

4. BAHIA Programa de Pós-Graduação em Educação/UFBA

6. Theresinha Guimarães Miranda

http://lattes.cnpq.br/8564192925828018

5. ESPÍRITO SANTO Programa de Pós-Graduação em Educação/UFES Programa de Pós-Graduação em Educação/UFES

7. Denise Meyrelles de Jesus 8. Sonia Lopes Victor

http://lattes.cnpq.br/0848394898016789 http://lattes.cnpq.br/2432786277131614

6. GOIÁS Departamento de Pedagogia –UFG-Campus

9. Dulcéria Tartuci http://lattes.cnpq.br/9300315252743903

8

Catalão 7. MATO GROSSO

DO SUL Programa de Pós-Graduação em Educação/UFMS

10. Alexandra Ayach Anache http://lattes.cnpq.br/4480521042611530

Programa de Pós-Graduação em Educação - UFGD.

11. Morgana Agostini Martins http://lattes.cnpq.br/9425072594458947

8. MINAS GERAIS Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia

12. Solange Rodovalho 13. Sonia Bertoni

http://lattes.cnpq.br/2283989124715050 http://lattes.cnpq.br/5227136685437982

9. PARÁ Programa de Pós-Graduação em Educação/UEPA Universidade Federal do Pará- campus Marabá

14. Ivanilde Apoluceno de Oliveira

15. Hildete Pereira dos Anjos

http://lattes.cnpq.br/6486192420682817 http://lattes.cnpq.br/7935566504348919

10. PARAÍBA Programa de Pós-Graduação em Educação/UFPB

16. Windyz Ferreira http://lattes.cnpq.br/4337891221903633

11. PARANÁ Programa de Pós-Graduação em Educação/UEL

17. Maria Cristina Marquezine http://lattes.cnpq.br/6533483453677022

12. RIO DE JANEIRO Programa de Pós-Graduação em Educação/UFF

18. Valdelúcia Alves da Costa http://lattes.cnpq.br/3766561922402070

Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ

19. Mônica Pereira dos Santos http://lattes.cnpq.br/8795823734042859

13. RIO GRANDE DO NORTE

Programa de Pós-Graduação em

20. Lúcia de Araújo Ramos Martins

http://lattes.cnpq.br/4028503466396532

9

Educação/UFRN 14. RONDÔNIA Universidade Federal de

Rondônia- Campus de Ji-Paraná

21. Anamaria Silveira http://lattes.cnpq.br/1501921246241020

15. SÃO PAULO Programa de Pós-Graduação em Educação/USP

22. Rosangela Gavioli Prieto http://lattes.cnpq.br/9335359966061935

Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. UNESP- Bauru

23. Vera Lúcia Messias Fialho Capellini

http://lattes.cnpq.br/9928758732344366

Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar

24. Maria Júlia Canazza Dall´ Acqua

http://lattes.cnpq.br/5883180177100670

16. SERGIPE Núcleo de Educação da Universidade Federal de Sergipe, Campus Itabaiana

25. Isa Regina dos Santos Anjos

http://lattes.cnpq.br/3348839151783245

10

4. DETALHAMENTO DO PROJETO

Eixo Temático: EDUCAÇÃO ESPECIAL

Área(s) de Investigação:

a) Estudos que

b) Avaliação institucional das salas de recursos multifuncionais tomando como base:

indicadores de qualidade do ensino-aprendizagem, do trabalho didático e da

carreira docente; indicadores de desempenho do atendimento educacional

especializado e da qualidade de ensino em salas de recursos multifuncionais.

c) Educação e desenvolvimento: análise do fluxo escolar de alunos com necessidades

educacionais especiais;

d) Temáticas relacionadas aos desafios contemporâneos da educação especial brasileira.

4.1 SUMÁRIO

Apesar do crescimento expressivo da produção científica na área de Educação

Especial, o conhecimento que vem sendo produzido tem tido pouco ou nenhum impacto

na definição dos caminhos que as políticas educacionais para a escolarização de

crianças e jovens com necessidades educacionais especiais têm assumido no país. Isso

acontece em parte pela falta de articulação entre pesquisadores e seus projetos,

resultando em produções reiterativas e que acabam tendo muito pouca visibilidade.

Considerando a importância atual da articulação da produção científica em contextos de

redes colaborativas de pesquisa, a presente proposta visa a fomentar a criação do

Observatório Nacional de Educação Especial (Oneesp), cujo foco será a produção de

estudos integrados sobre políticas e práticas direcionadas para a questão da inclusão

escolar na realidade brasileira. O presente projeto de pesquisa pretende inaugurar as

atividades do Oneesp e terá como foco uma avaliação de âmbito nacional do programa

de implantação de “Salas de Recursos Multifuncionais” (SRMs), promovido pela

Secretaria de Educação Especial/MEC que desde 2005 vem apoiando a criação deste

serviço de atendimento educacional especializado (AEE). Segundo dados do MEC,

11

entre os anos de 2005 a 2009, foram financiadas 15.551 SRMs para 4.564 municípios

brasileiros, espalhadas em todos os estados. Em que medida este tipo de serviço tem

apoiado a escolarização de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais?

Que limites e possibilidades as SRMs oferecem? Para responder a essas questões 25

pesquisadores provenientes de 16 estados brasileiros, representantes de 22

universidades e de 18 programas de pós-graduação, estão se propondo a conduzir um

estudo em rede cujo delineamento misto envolverá estudos locais nos municípios com

professores de salas de recursos, baseados na metodologia da pesquisa colaborativa que

tem como foco produzir simultaneamente conhecimento e formação; combinado com

um estudo nacional do tipo survey que pretende coletar dados com uma amostra de

2.500 professores das SRMs, através de um questionário disponibilizado em sítio de

internet.

4.2 INTRODUÇÃO Estatísticas estimadas pela UNESCO (2005) apontavam que nos países pobres e

em desenvolvimento, mais de 140 milhões de crianças e jovens não tinham acesso à

escolarização básica; e que apenas 2% de uma população dos indivíduos com

deficiências, estimada em mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, estavam

recebendo algum tipo de educação. Tais evidências reforçaram o consenso sobre a

necessidade de concentrar esforços para atender as necessidades educacionais de

inúmeros alunos até então privados do direito de acesso, ingresso, permanência e

sucesso, na escola básica.

Os estudantes com necessidades educacionais especiais (NEEs) fazem parte

dessas estatísticas de crianças sem acesso à escolarização básica e nos poucos países

que lhes garantem acesso à escola os caminhos encontrados para isso são diversificados.

Analisando as políticas educacionais dos países europeus a European Agency for

Development in Special Needs Education (2003) encontrou três modelos básicos de

provisões de escolarização para estes estudantes, a saber: de via única, de vias mistas e

de vias paralelas.

O modelo de via única (“one track approach”) é aquele com políticas e práticas

orientadas para a escolarização de quase todos os alunos num único sistema comum de

ensino, mas agregando um conjunto importante de serviços de apoio; como pode ser

observado no Chipre, em Espanha, na Grécia, na Islândia, na Itália, na Noruega, em

12

Portugal e na Suécia. O segundo modelo agrupa os países que seguem vias mistas

(“multi track approach”) oferecendo uma diversidade de serviços para a escolarização

dessa população em ambos os sistemas (Educação Especial e Educação Comum) e pode

ser observado nos seguintes países: Dinamarca, França, Irlanda, Luxemburgo, Áustria,

Finlândia, Reino Unido, Latvia, Liechtenstein, República Checa, Estónia, Lituânia,

Polónia, Eslováquia e Eslovénia. O terceiro modelo é o de via paralela onde há dois

sistemas educacionais completamente distintos (“two track approach”), e os alunos com

NEEs são geralmente colocados em escolas separadas, não seguem o currículo comum

de seus pares sem necessidades especiais, e sua escolarização pode até regida por

legislação diferente. Este seria, por exemplo, o caso da Suíça e da Bélgica.

Entretanto, independentemente destes diferentes caminhos históricos, na

atualidade o direito dos alunos com NEEs de frequentar uma classe comum da escola

regular de seu bairro, para onde eles iriam se não fossem considerados “diferentes”, tem

sido uma prática cada vez mais defendida na ampla maioria dos países, e muitas

reformas educacionais nos sistemas educacionais públicos estão sendo conduzidas para

este alvo. Além da questão do direito, imperam também razões éticas, considerando que

não há motivos fortes que justifiquem a segregação escolar indiscriminada destes

alunos, e por isso, no mundo todo, os sistemas educacionais têm procurado se

reestruturar para responder também às necessidades de todos os seus alunos.

No campo da Educação Especial o termo educação inclusiva se refere

justamente a este movimento que busca criar escolas que caminhem ao encontro das

necessidades de todos os alunos, que estabeleçam comunidades de aprendizagem para

estudantes com e sem limitações, e que oportunize que eles sejam educados juntos, em

classes comuns compatíveis em idade, e em escolas da vizinhança (FERGUSON, 1996).

Entretanto, o termo educação inclusiva se refere a uma população abrangente, que não

se restringe à tradicional população referida para a Educação Especial. Para evitar

confusões conceituais decorrentes da redução do conceito de educação inclusiva à

educação de estudantes com NEEs, temos adotado por convenção o termo “inclusão

escolar” em referência à questão específica da escolarização dessa parcela da população.

Embora a questão da inclusão escolar não devesse ser tão controvertida, o tema

tem despertado um debate fervoroso nos últimos 30 anos, em parte porque esta filosofia

não afeta apenas os estudantes com NEEs, mas implica também em modificar a

educação de todos os alunos. E é na necessidade de reestruturar a escola brasileira que

reside o fascínio desta filosofia que promete dinamizar uma escola básica que tem um

13

dos piores desempenhos do planeta, mas que ao mesmo tempo representa um enorme

desafio, frente à complexidade que este tipo de reforma impõe a um sistema educacional

que resiste a mudanças.

Wang, Reynolds e Walberg (1995) consideram que na atualidade o

conhecimento científico acumulado sobre a educação de crianças e jovens com NEEs,

permite reconhecer no mínimo três tipos diferenciados de programas educacionais para

essa parcela da população.

Um primeiro tipo de programa seria uma versão de uma boa escola, com

educação de qualidade para todos os tipos de estudantes. Tal tipo de programa poderia

prevenir a ocorrência de dificuldades no processo de escolarização tanto para os alunos

já considerados de risco quanto para qualquer tipo de aluno. Especificamente em

relação ao ensino especial, esse tipo de programa poderia beneficiar os estudantes com

dificuldades específicas de aprendizagem, deficiência intelectual leve, distúrbios

emocionais, dificuldades de linguagem, distúrbios leves de conduta, e mesmo aqueles

pertinentes a grupos minoritários em desvantagem cultural. A população para tal

programa é estimada em cerca de 75% do alunado da Educação Especial, e por ser

maioria numérica essa população tem sido referida na literatura como aquela das

“dificuldades de alta incidência”. Para tais alunos o ensino necessário não é diferente

em tipo, mas pode ser em magnitude ou intensidade com o intuito de responder às

necessidades específicas de cada estudante. Neste caso também as intervenções mais

bem sucedidas têm sido aquelas que começam cedo, ou desde a fase prevista na

Educação Infantil, oferecem acomodações no currículo desde o primeiro grau, sendo

mantidas ao longo dos anos de escolarização. Tal tipo de programa tem implicações

tanto para a organização escolar, em virtude da necessidade de serviços de apoio

complementares; quanto para a formação de professores para os serviços educacionais

regulares e os de apoio.

Um segundo conjunto de programas inclui tipos efetivamente distintos de

práticas instrucionais que são tradicionalmente encontradas na escolar regular, tal como,

por exemplo, o ensino do Braille para cegos, de língua de sinais para surdos, de

sistemas de comunicação alternativos para alunos sem produção de fala, etc. Este tipo

de programa requer competências altamente especializadas do professor e um tipo de

organização escolar ainda indefinida. Existe inclusive na literatura muita controvérsia

sobre os tipos mais adequados de arranjos educacionais para esse tipo de programa, cuja

população alvo seria a de alunos com deficiências auditivas, visuais, intelectuais (de

14

nível moderada e até severa), e aqueles com distúrbios acentuados de linguagem; que

correspondem a cerca de 20 a 25% do alunado da Educação Especial.

O terceiro conjunto de programas destina-se a alunos que apresentam

dificuldades realmente acentuadas e em vários domínios, nos quais tanto a organização

escolar quanto o conhecimento sobre instrução que se têm são ainda muito limitados.

Tal programa seria necessário para uma minoria da população do ensino especial, e o

atendimento educacional previsto iria requerer mais do que serviços de escolarização,

pois deveria envolver coordenação com outras agências de prestação de serviços da

comunidade e particularmente um intensivo envolvimento da família.

E como esta demanda pelos três tipos de programas pode ser equacionada no

contexto das políticas de inclusão escolar? Seria possível e viável prover todos esses

três tipos de programa nas escolas comuns? E mais do que isso, seria de fato a melhor

opção escolarizar qualquer estudante com necessidades educacionais especiais em

tempo integral numa classe comum com os colegas de mesma idade?

De modo geral tem havido pouca controvérsia quando se fala de inclusão escolar

no caso dos alunos com dificuldades leves, que compõe cerca de 80% dos alunos com

necessidades educacionais especiais que demandam apenas uma escolarização apoiada e

uma escola de boa qualidade. Entretanto, o consenso diminui quando se trata dos cerca

de 20% de alunos referidos para o segundo e terceiro tipo de programa que exigem

especificidades de ensino que não são necessariamente compatíveis com a escolarização

em classe comum.

Paralelo a um contexto de extrema complexidade que engendra a discussão

sobre as políticas de inclusão escolar aparece ainda outro complicador para desviar o

debate de seu cerne. Como bem apontou Sowell (1995), há no presente uma divisão

ideológica, onde de um lado estão os “iluminados” que advogam com mais ênfase em

favor da inclusão total, mais radical, e que tem sido hegemônicos na definição dos

caminhos da política, e do outro, os “ignorantes”, uma condição atribuída aos que

manifestam qualquer espécie de resistência, cautela ou mesmo de rejeição radical a este

tipo de proposta.

E tem sido neste contexto que, uma vez instituída uma proposta política na

perspectiva da educação inclusiva, qualquer evidência empírica que aponte para

impactos inesperados, passa a ser explicada em função de um conflito entre as visões;

batalhas entre “nós” e “eles”, como se estivéssemos medindo as forças da moralidade x

imoralidade, entre justos x injustos; e não à procura do avanço em nossas proposições

15

teóricas, práticas e políticas (KAVALE & FORNESS, 2000). O que torna este contexto

perigoso não é apenas o fato de que as resistências podem provocar ou mesmo justificar

as descontinuidades das propostas políticas, ou que o efeito obtido possa ser um

retrocesso à história até então conquistada, mas também o fato de que, ao se fechar o

olho para as evidências científicas, perde-se também a possibilidade de descobrir e

garantir como promover avanços nas políticas e práticas.

O fato é que a área de Educação Especial passa por fortes tensões entre aqueles

que apontam para a necessidade de uma mudança radical, e outros que recomendam

uma aproximação mais cautelosa, pautada em mudanças fundamentadas em análises

empíricas e em considerações históricas (MEREDITH & UNDERWOOD, 1995;

DORN, FUCHS, & FUCHS, 1996, MENDES, 2006).

Enfim, a idéia de que o melhor lócus para a escolarização de estudantes com

necessidades educacionais especiais é na classe comum da escola regular, não é nova e

emergiu em meados da década de 70, de modo que temos hoje um acúmulo de mais de

trinta anos de pesquisas investigando essa possibilidade. Em síntese, o que esta

literatura indica é que o processo de inclusão parece não ser algo que simplesmente

acontece espontaneamente, mas algo que requer pensamento cuidadoso e bastante

preparo. Muito ainda não é conhecido, mas já se sabe que o impacto deste tipo de

prática sobre a educação comum não é uniformemente encorajadora e que é preciso uma

implementação cuidadosa, debatida e monitorada (DOWNING ET AL., 1997; IDOL,

1997).

Neste contexto, cabe à Educação Especial enquanto área de conhecimento

científico, aprofundar o conhecimento sobre o assunto produzindo mais e mais

pesquisas sobre a temática da inclusão escolar, sem perder de vista que sua verdadeira

missão é de investigar como prover a melhor educação possível para as crianças e

jovens com necessidades educacionais especiais.

E no caso do Brasil, como tem sido planejada e conduzida a política de inclusão

escolar na realidade brasileira?

16

Os caminhos da política de inclusão escolar no contexto brasileiro

A partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação, foram reforçados os pressupostos da escola inclusiva, que aparecem

referendados nas iniciativas com vistas à reforma do sistema educacional brasileiro. No

que tange às crianças e jovens com NEEs, está garantida legalmente a matrícula nas

escolas públicas regulares, o que poderá permitir a ampliação das oportunidades

educacionais e universalizar o acesso à educação para esse contingente da população.

Entretanto, a garantia de permanência e, consequentemente, o direito à educação e ao

sucesso escolar, somente serão possíveis se a escola comum conseguir responder às

necessidades educacionais especiais desses alunos, uma vez que a igualdade de

condições, nesse caso, não significa equiparação de oportunidades para acessar o

conhecimento produzido e acumulado pela cultura.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN Nº 9.394/96), ao

tratar do processo de escolarização de pessoas com NEEs, sinaliza, em seu art. 58, que a

Educação Especial deve ser oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino.

Esses movimentos têm levado tanto a União, quanto Estados e Municípios a adotarem

políticas públicas que garantam o direito a educação para as pessoas com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Esta mesma

lei, em seu art. 58, convoca-nos a reorganizar os sistemas de ensino com vistas a

assegurar currículos, métodos, técnicas, recursos educativos, organizações específicas,

profissionais especialistas e professores capacitados para garantir o desenvolvimento

educacional desses alunos.

O documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva” (PNEE-EI) do MEC (BRASIL, 2008) recomenda a implementação

de políticas públicas para que alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação tenham garantido o acesso, a

participação e o aprendizado nas escolas comuns. Esse documento, além de definir os

estudantes elegíveis para a Educação Especial, também reforça os princípios e

fundamentos das escolas inclusivas.

O Decreto Nº 6.571/08 (BRASIL, 2008) dispõe sobre o atendimento educacional

especializado (AEE) definindo este sistema de apoio à escolarização de alunos com

NEEs como sendo:

17

o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e

pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma

complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino

regular (Brasil/SEESP,2008,§ 1).

O Art. 3o deste decreto especifica que o MEC prestará apoio técnico e financeiro

às seguintes ações voltadas à oferta do atendimento educacional especializado, entre

outras que atendam aos objetivos previstos neste Decreto:

I- Implantação de salas de recursos multifuncionais (grifo nosso);

II- Formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado;

III- Formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para a educação inclusiva;

IV- Adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade;

V- Elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade; e

VI- Estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior.

Ao definir a função do AEE o documento da PNEE-EI estabelece como sendo

de:

“[...] identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de

acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena

participação dos alunos, considerando suas necessidades

específicas” (BRASIL, 2007, p.10).

Em relação aos níveis de ensino, a PNEE-EI prevê que o AEE seja ofertado:

a) Na Educação Infantil, incluindo os serviços de estimulação precoce.

b) Na etapa da escolaridade obrigatória, no ensino fundamental, com a ressalva de que

deve “ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro

especializado que realize esse serviço educacional” (BRASIL, 2007, p. 1).

18

c) Na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional, visando a

ampliar oportunidades de escolarização, formação para ingresso no mundo do trabalho e

efetiva participação social.

d) Na educação indígena, do campo e quilombola deve ser assegurado que os recursos,

serviços e o AEE estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com base nas

diferenças socioculturais desses grupos.

e) Na educação superior, estas ações envolvem o planejamento e a organização de

recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações,

nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser

disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades

que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão.

Adicionalmente, o Decreto Nº 6.571/08 (BRASIL, 2008) especifica que o AEE

poderá ser oferecido pelos sistemas públicos de ensino ou pelas instituições

especializadas e define as salas de recursos multifuncionais (SRMs) como ambientes

dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta

do atendimento educacional especializado.

Como vemos, a legislação educacional prescreve que o AEE deve se organizar

preferencialmente pela oferta de “salas de recursos multifuncionais” (SRMs), para que

alunos com NEEs não interrompam seus percursos escolares na classe comum, mas que

ao mesmo tempo tenham supridas suas demandas de escolarização.

A Secretaria de Educação Especial/MEC lançou no ano de 2005 o programa de

implantação de Salas de Recursos Multifuncionais para apoiar os sistemas de ensino a

criarem SRMs com materiais pedagógicos e de acessibilidade, para a realização do

AEE, complementar ou suplementar à escolarização. De acordo com dados

disponibilizados pelo MEC, entre os anos de 2005 a 2009, foram oferecidas 15.551

salas de recursos multifuncionais a 4.564 municípios brasileiros, distribuídas em todos

os estados e o Distrito Federal. Com base nas demandas apresentadas no Programa de

Ações de Articuladas (PAR), esse quantitativo atenderia as 82% da necessidade de salas

de recursos multifuncionais.

O programa é destinado às escolas das redes estaduais e municipais de educação,

em que os alunos com NEEs são registrados no Censo Escolar MEC/INEP. No entanto,

nem sempre os dispositivos legais conseguem ser implementados na prática, visto a

realidade complexa e dinâmica que envolve os sistemas escolares.

19

Estudos sobre políticas de inclusão escolar realizados em várias cidades do

Estado do Espírito Santo (JESUS, 2008; 2009; GONÇALVES, 2010) têm indicado que

ainda que pertencentes a um mesmo estado e submetidos a uma mesma política nacional

e estadual, os municípios têm apresentado diferentes modelos de organização de

serviços de apoio à escolarização de alunos com NEEs. Foram encontrados modelos

baseados em salas de apoio/reforço, na colaboração entre professores especializados e

professores do ensino comum, no auxílio de estagiários contratados e, apenas mais

recentemente, os modelos de apoio em SRMs conforme recomendação do MEC.

Nesse movimento diverso de cada município, com uma tendência de se forçar a

padronização da política de inclusão escolar com a oferta de AEE baseado nas SRMs

por parte do MEC, podemos questionar: será de fato este o melhor caminho? Como

avaliar essa política de implementação das SRMs nas escolas comuns?

4.3 JUSTIFICATIVA

No caso brasileiro a gestão da política de inclusão escolar tem sido conduzida

com algumas dificuldades, em parte porque tem se ignorado sistematicamente a

literatura nacional e internacional, e às vezes até mesmo o que prescreve a legislação

brasileira sobre a escolarização de estudantes com necessidades educacionais especiais.

A seguir destacaremos três grandes problemas que identificamos na atual política de

inclusão escolar que se referem à questão do atendimento educacional especializado nas

SRMs, à formação de professores e à questão da avaliação dos estudantes com NEEs.

1) Atendimento educacional especializado (AAE) nas salas de recursos multifuncionais (SRMs)

A Figura 1 foi construída para ilustrar a estrutura organizacional dos serviços de

apoio encontrado na atualidade em diferentes países. A primeira parte da figura

apresenta o sistema proposto na literatura da área a partir da década de 1970, que se

baseava no princípio de normalização e no corolário da integração escolar, e propunha

um contínuo de serviços, indo do considerado menos restritivo (classes comum), até o

mais segregado (classe hospitalar/ensino domiciliar).

20

Deno (1970) nos E.U.A. propôs o sistema em cascata, com diferentes níveis ou

graus de integração envolvendo: 1) classe comum, com ou sem apoio; 2) classe comum

associada a serviços suplementares; 3) classe especial em tempo parcial; 4) classe

especial em tempo integral; 5) escolas especiais, 6) lares; 7) ambientes hospitalares ou

instituições residenciais.

Outros países tais como o Reino Unido (RELATÓRIO WARNOCK, 1978; E

HEGARTY, POCKLING, E LUCAS, 1981) e a Suécia (SODER,1980) também

indicaram arranjos muito semelhantes na forma de um contínuo de possíveis soluções, o

que indica que desde o início do movimento pela integração escolar, houve restrição à

colocação de todo e qualquer estudante com necessidades educacionais especiais na

classe comum da escola regular. Também todos os modelos pressupunham a

manutenção dos serviços já existentes e uma opção preferencial pela inserção na escola

comum, e mais especificamente na classe comum, mas admitindo a necessidade de

manter o contínuo de serviços com diferentes níveis de integração.

Figura 1. Ilustração dos meios de provisão de serviços de apoio à escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais

Posteriormente, na década de 1990, a filosofia de inclusão escolar veio priorizar

a escolarização de estudantes com NEEs na classe comum do ensino regular (ilustrada

com a seta indicando os tipos de serviços na segunda parte da figura), e a partir de então

emergiram as pesquisas sobre como levar não apenas o aluno, mas também todos os

apoios os quais ele necessitasse para o ambiente da classe comum, a fim de evitar ao

21

máximo os serviços que envolviam retiradas do aluno da sala, atendimentos

alternativos, suplementares, ou mesmo substitutivos, que acabavam por manter em

paralelo os sistemas da Educação Especial ou Regular.

O fato é que um sistema não anula necessariamente o outro, de modo que, na

atualidade, a grande maioria dos países investe prioritariamente na implantação dos

serviços de apoio dentro da perspectiva da inclusão escolar, tais como ensino

colaborativo entre professores da educação comum e especializada, serviços de

consultorias colaborativas de profissionais especializados e na implementação de

recursos e tecnologias alternativas (MENDES, 2008). Entretanto, a maioria dos países

ainda mantém na atualidade o contínuo de serviços, sendo que o único país que tem

uma política mais radical nesse sentido é a Itália, que desde a década de 70 efetivou

nacionalmente, por meio de mandatos legais, a escolarização de praticamente todos os

estudantes com deficiência nas classes comuns (CABRAL, 2010).

Como vimos, a tendência atual, embora com ênfase na incrementação da classe

comum, é de manter um estrutura cada vez mais diversificada de apoios e serviços para

atender à população dos estudantes com NEES.

No caso do Brasil, a Educação Especial se organizou tradicionalmente como

atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, em escolas

especiais e classes especiais (BRASIL, 2008, p. 9), num modelo de sistemas ou vias

paralelas de educação. Atualmente, a opção política da SEESP é de priorizar a chamada

“sala de recurso multifuncional” (ilustrada na figura com o destaque colorido em

amarelo), uma espécie de “serviço tamanho único”, quando ele deveria ser apenas mais

um dos vários serviços disponíveis no sistema do contínuo dos serviços. Tal opção,

entretanto, representa uma simplificação dos serviços de apoio que não encontra

sustentação na literatura da área de Educação Especial, em termos de efetividade para

atender às necessidades tão diversificadas deste alunado.

Tal sistema de apoio traz razoáveis desafios na realidade brasileira porque os

professores especializados terão a responsabilidade de responder, em uma ou duas horas

de atendimento em turno alternado, às necessidades diferenciadas das mais variadas

crianças, que em geral, chegam à escola só aos seis anos de idade, sem requisitos

mínimos, e já com atrasos consideráveis no desenvolvimento.

E como tem funcionado esse serviço de apoio em SRMs? Muitas são as questões

que surgem dessa proposta de atendimento educacional especializado, tais como:

1) Como tem sido organizado o atendimento a alunos com idades e deficiências

22

díspares?

2) Que compreensão os professores têm do AEE oferecido em SRMs?

3) Que relação existe entre o currículo da SRMs e das classes comuns que o

aluno frequenta?

4) Como os professores têm planejado e desenvolvido o ensino dos alunos com

NEEs nas salas de recursos?

5) Que limites e possibilidades oferecem as SRMs como serviço de apoio para

todos os tipos de alunos?

Além do modelo de AEE Baseado nas SRMs, a política de inclusão escolar

brasileira tem ainda um segundo aspecto problemático que tem preocupado muitos

pesquisadores, e por isso se tornou em foco de interesse para o presente estudo, que se

refere à questão da avaliação do estudante com necessidades educacionais especiais.

2) Avaliação do estudante com necessidades educacionais especiais

A avaliação educacional é um processo que envolve coleta de dados para guiar

tomadas de decisão. No caso dos alunos com NEEs a avaliação tem tido duas

finalidades distintas: identificar e planejar o ensino.

A avaliação para identificação visa a identificar se determinado aluno tem ou

não NEEs para definir sua potencial elegibilidade aos serviços de AEE. A avaliação

para o ensino tem como meta o desenvolvimento de um plano individualmente talhado

para responder às necessidades do aluno com NEEs e monitorar seu percurso

educacional para que ele seja bem sucedido. No contexto brasileiro, tanto a avaliação

para a identificação quanto para o ensino tem sido muito negligenciada no caso dos

alunos com NEEs.

A falta de definições mais precisas e de critérios tem gerado, por exemplo, dados

estatísticos inconsistentes das matrículas dos alunos com NEEs no sistema de ensino.

Segundo as estatísticas oficiais do censo escolar, o número de alunos matriculados em

escolas especiais e comuns, nos anos de 2005, 2006 e 2007 foi de respectivamente,

640.317, 700.624 e 724.699. Portanto, até 2007 se evidenciava um aumento progressivo

no número de matrículas, o que parecia indicar um avanço pelo menos quanto ao acesso

à escola. Entretanto, a partir de 2007 o número de matrículas diminuiu, sendo

computadas 695.699 matrículas em 2008, e 639.718 em 2009, número este equivalente

23

ao número e matrículas de cinco anos atrás. O que significam tais decréscimos? Estaria

havendo uma redução no acesso à escola para alunos com NEEs, ou estão sendo

continuamente alterados os critérios de identificação?

Possivelmente a segunda hipótese seja a verdadeira, pois algumas mudanças nos

critérios de identificação podem ser observadas a partir da aprovação do Decreto nº

6.571 (BRASIL, 2008) que garantiu que a matrícula do aluno com NEEs iria contar

duas vezes para efeito da repartição dos recursos. O repasse dessas verbas está sendo

feito da União para os estados e municípios, via Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Assim, o que se observa é que na

medida em que se ampliou o financiamento dos alunos com NEEs matriculados em

escolas comuns, diminuiu a população considerada elegível, o que evidencia que os

critérios de identificação têm sido arbitrários e parecem flutuar ao sabor das

conveniências políticas e financeiras.

Em estudo em desenvolvimento investigamos como está sendo realizada a

identificação de alunos com deficiência intelectual em cinco municípios paulistas, sendo

que em cada município investigamos o processo de identificação feito em escolas

especiais em redes municipais e estaduais de educação. Os dados evidenciam que os

processos de identificação não são uniformes, cada instância tem critérios próprios, o

que torna a identificação desses alunos que compõem cerca de 50% de todo o alunado

da Educação Especial, completamente subjetivo e arbitrário (VELTRONE, 2010).

Assim, não há normas claras sobre como deve ser realizada a avaliação dos

alunos com NEEs, e que irão embasar as tomadas de decisão relacionadas à educação

deles. Além da indefinição em relação ao processo de avaliação, tanto a legislação

educacional quanto os documentos normativos do Ministério da Educação são

completamente omissos sobre como deve ser realizado o planejamento educacional

individualizado que irá responder às necessidades educacionais especiais peculiares de

cada aluno em situação de deficiência (TANNÚS-VALADÃO, 2010).

No caso da avaliação do desempenho acadêmico, Capellini (2001) investigou o

rendimento escolar de 89 alunos com necessidades educacionais especiais (deficiência

auditiva, física, mental, múltipla e visual), inseridos no ensino regular, do ciclo I (1ª a 4ª

série) jurisdicionadas a uma diretoria estadual de ensino. Como conclusão geral, a

autora encontrou que foram fornecidas evidências suficientes, em mais de um tipo de

medida (padronizadas e informais) que apontam para um baixo rendimento escolar

24

generalizado para a grande maioria dos alunos com NEEs que está sendo escolarizado

em classes comuns, com ou sem outro tipo de apoio.

É fato que as medidas oficiais padronizadas de rendimento escolar coletadas

sistematicamente em nosso país nas redes públicas de ensino na última década, têm

mostrado que o rendimento escolar abaixo do esperado para a série não é uma

prerrogativa dos estudantes com NEEs, pois abrange enorme contingente da população

escolar. Entretanto, a situação é pior no caso dos alunos com NEEs e os dados do censo

escolar nos oferecem alguns indicadores do restrito avanço dos alunos com NEEs ao

longo do percurso de escolarização.

A Tabela 1 apresenta os dados oficiais mais recentes, de 2009, referente ao

número de matrículas de alunos da Educação Especial, em relação ao nível e

modalidade de ensino, incluindo matrículas em todos os tipos de provisões (escolas

especiais, classes especiais e classes comuns).

Tabela 1 – Números de matrículas de alunos da Educação Especial no ano de 2009, em

relação ao nível e modalidade de ensino, incluindo escolas especiais, classes especiais e

classes comuns.

Níveis e modalidades de ensino Total de

matrícula

Creche 6.131

Pré-Escola 27.510

Ensino Fundamental – anos iniciais 262.212

Ensino Fundamental – anos finais 96.489

Ensino Médio 20.080

Educação de Jovens e Adultos/Ensino fundamental 34.730

Educação de Jovens e Adultos/Ensino Médio 3.255

TOTAL 450.407

Fonte: INEP/MEC, 2009.

O que chama mais a atenção nesses dados é a alta proporção de matrícula de

estudantes em situação de deficiência no ensino fundamental (87%), principalmente,

nos anos iniciais (58% do total), associado ao fato de que o número total de matrículas

na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (37.985) supera o número de

matrículas no Ensino Médio (20.080). No conjunto tais dados parecem evidenciar que

25

os alunos com NEEs que têm acesso à escola pouco avançam no percurso de

escolarização.

Enfim, em relação à avaliação dos alunos com NEEs muitas têm sido as

questões emergentes:

1) Como eles vêm sendo avaliados e identificados como alunos com NEEs? Quais são

as definições e critérios adotados para identificá-los?

2) Como é a avaliação para planejar os apoios que os alunos com NEEs precisam?

3) Como é monitorado o rendimento acadêmico dos alunos com NEEs? Eles participam

das medidas oficiais padronizadas? Suas notas são computadas na média nacional?

4) Se a média nacional registrada em 2007 para o IDEB foi de 4,2, para a 4ª série; 3,8

para a 8ª série e 3,5 para o ensino médio; quanto é esta média para o grupo dos

alunos com NEEs?

4) Como tem sido a participação dos alunos com NEEs no Programa Internacional de

Avaliação de Alunos - Pisa ?

5) Considerando que há evidências de que alunos com NEEs têm baixo rendimento, que

impacto tem os resultados das avaliações deles sobre o desempenho de suas

escolas? A presença de alunos com NEEs que não estão aprendendo está

influenciando negativamente a avaliação da escola?

6) Qual é o índice de analfabetismo na população dos alunos com NEEs?

7) Que nível de conhecimentos acadêmicos básicos de leitura, escrita e matemática eles

dominam?

E somam-se às preocupações relacionadas à política de inclusão escolar

brasileira já apontadas quanto ao modelo de AEE baseado nas SRMs e a questão da

falta de avaliação do estudante com NEEs, um terceiro aspecto problemático que é a

formação de professores de modo geral, mas em particular os professores de Educação

Especial que irão fornecer o suporte aos alunos com NEEs nas escolas comuns. Este

será o tema abordado a seguir.

3) Formação de professores para a inclusão escolar

A formação de professores para a Educação Especial no país assumiu ao longo

do tempo diferentes contornos nos diversos estados brasileiros, onde alguns priorizaram

os estudos adicionais para professores do ensino regular do nível médio, outros

investiram na formação em nível de pós-graduação lato sensu, e outros ainda na

26

formação específica em nível superior (MENDES, 2009). Toda esta diversidade de

propostas apontava para uma falta de diretriz política para a formação de professores de

Educação Especial, embora o MEC tenha feito, possivelmente desde a década de 70,

investimentos sistemáticos tendo em vista a formação de professores para a proposta de

integração escolar de estudantes com deficiências, via secretarias estaduais de educação,

portanto fora do circuito do sistema de ensino superior que ia pouco a pouco se

ampliando no país (MATTOS, 2004).

A LDB de 1996, em seu Capítulo V, que dispõe sobre a Educação Especial, no

artigo 59 previu que os sistemas de ensino deveriam, entre outras coisas, formar dois

tipos de professores: “professores com especialização1 adequada em nível médio ou

superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular

capacitados para a integração desses estudantes nas classes comuns” (BRASIL, 1996,

p. 23).

No caso específico da formação de professores para a Educação Especial havia

no país até o ano 2000, 31 cursos de Pedagogia com habilitação em Educação Especial,

e um único curso de nível superior de Licenciatura Plena em Educação Especial que era

o da Universidade de Santa Maria (BUENO, 2002).

Em 2001 foi aprovada a Resolução Nº 02/2001, do Conselho Nacional de

Educação e da Câmara de Educação Básica, que instituiu as “Diretrizes Nacionais para

a Educação Especial na Educação Básica”, reforçando necessidade de prover tanto

professores do ensino comum capacitados2 quanto professores de Educação

Especial especializados para o atendimentos às necessidades diferenciadas dos alunos

(Artigo 8, inciso I). Quanto aos professores especializados em Educação Especial, o

Artigo 18 estabeleceu a necessidade de comprovação de:

I - formação em cursos de licenciatura em educação especial ou

em uma de suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e

associado à licenciatura para educação infantil ou para os anos

iniciais do ensino fundamental;

II - complementação de estudos ou pós-graduação em áreas

específicas da educação especial, posterior à licenciatura nas

1 Grifo nosso.

2 Grifo nosso.

27

diferentes áreas de conhecimento, para atuação nos anos finais do

ensino fundamental e no ensino médio; (BRASIL. Conselho

Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica, Parecer Nº

17/2001, p.39).

Contudo, passados cinco anos a Resolução CNE/CP Nº 1 de 2006, que instituiu

a reforma no curso de Pedagogia, iria sepultar as habilitações, incluindo a de Educação

Especial que até então era o modelo mais tradicional no país de formação nessa área em

nível superior. Atualmente apenas duas universidades oferecem curso de licenciatura

plena para a formação para professores de Educação Especial: a Universidade Federal

de Santa Maria e a Universidade Federal de São Carlos.

O documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva” (PNEE-EI) (BRASIL, 2007) especificou a necessidade de garantir

entre outras coisas a “formação de professores para o atendimento educacional

especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar” (BRASIL,

2007, p. 8). Analisando a proposta de formação de professores contida neste documento

pode-se concluir que a proposta de formação para atuar no AEE é bastante complexa,

pois deve envolver habilidades e conhecimentos para trabalhar:

Com todos os tipos de alunos com necessidades educacionais especiais

(deficiência intelectual, deficiência física, deficiência auditiva,

deficiência visual, deficiência múltipla transtornos globais de

desenvolvimento, e talentosos/superdotados)

Em todos os níveis e modalidades de ensino (educação infantil, ensino

fundamental, ensino médio, ensino superior, educação do campo,

educação tecnológica, educação de jovens e adultos) e

Em todos os tipos de lócus (escolas especiais, classes de recursos,

classes hospitalares, ensino domiciliar, exceto nas classes especiais,

opção esta vedada pela política);

A referência ao papel de docente subjacente à PNEE-EI deixa implícita uma

visão de que o professor especializado deverá ser algum professor do ensino comum

que acumulará posteriormente uma formação especializada, portanto, como formação

continuada, não considerando assim a possibilidade de formação especializada desde o

processo de formação inicial

Enfim, a complexa proposta contida neste documento, quando contextualizada

no atual momento, na qual se observa a escassez de oportunidades de formação inicial

28

em âmbito dos cursos de graduação nas agências que tradicionalmente vêm se

responsabilizando pela formação em nível superior, permite-nos vislumbrar muitas

dificuldades para implementar uma política de Educação Especial na perspectiva da

inclusão escolar.

A Secretaria de Educação Especial (SEESP) vem desenvolvendo programas,

projetos e implementando ações de formação, tais como o “Programa Educação

Inclusiva: Direito à Diversidade”, “Formação em educação inclusiva” e o “Programa de

Apoio à Educação Especial- PROESP”. Analisando estes três programas de fomento à

formação de professores da SEESP, podemos concluir que:

1. Dois dos programas são de formação continuada, direcionados para

professores em atuação, e um é voltado para os formadores dos professores,

mas cujo foco é a produção de conhecimento. O fato de não haver propostas

para a formação inicial parece indicar que a formação especializada em nível

de graduação foi descartada, embora isso contrarie embasamento legal da

LDB de 1996, e a Resolução 02 de 2001.

2. Os dois programas de formação para os professores do ensino regular têm a

característica de atender a uma demanda emergencial, sem resolver a lacuna

na formação inicial, o que faz com que eles tenham capacidade limitada de

resolver o problema da falta de formação inicial generalizada, além de

perpetuar a necessidade de compensar uma formação inicial deficitária.

3. Considerando que a complexidade do AEE vai exigir habilidades e

conhecimentos sobre os mais diversos tipos de alunos, em todos os níveis e

modalidades de ensino, além da capacidade de atuar em diferentes ambientes

educacionais, pode-se questionar seriamente se uma formação a distância, e

em cursos de 40, 180 a 260 horas seria suficiente para atingir a formação

pretendida.

No documento da SEESP referente à “Política Nacional de Educação Especial

na perspectiva da Educação Inclusiva”, são apresentadas algumas estatísticas indicativas

do avanço na questão da formação de professores de Educação Especial. Em 2006,

havia 54.625 professores nessa função (0,62% com formação no ensino fundamental,

24% ensino médio e 75,2% ensino superior), dos quais 77,8% declararam ter curso

específico nessa área de conhecimento. Este dado é um tanto quanto paradoxal,

considerando-se a extinção gradual dos cursos de formação inicial e a precariedade dos

cursos de formação continuada. Resta, portanto saber:

29

1) Como e onde os 77,8% dos professores que declaram ter curso específico

foram formados?

2) Eles se sentem aptos para oferecer o AEE, com toda a complexidade

preconizada pela atual política de Educação Especial?

3) Como os atuais 55 mil professores serão substituídos no futuro, num

contexto de formação precária e que possivelmente continua mantendo o

amadorismo na área, cuja necessidade de “formação emergencial” parece

que se perenizou em função da falta de uma proposta política que dê conta

da formação inicial?

Assim, diante do atual contexto da política de inclusão escolar brasileira, duas

grandes demandas têm mobilizado a atenção dos pesquisadores nacionais nos frequentes

fóruns de discussão da área de Educação Especial:

a) Como produzir conhecimento para avançar as políticas e práticas de inclusão

escolar no país?

b) Como melhorar a articulação entre o conhecimento que vem sendo

produzido e as decisões nas políticas educacionais relacionadas à perspectiva

de inclusão escolar?

Foi pensando nessas questões que emergiu a idéia de fomentar a implantação de

uma rede nacional de pesquisadores da área de Educação Especial e da instituição do

Observatório Nacional da Educação Especial (Oneesp) com foco na produção de

estudos integrados sobre políticas e práticas direcionadas para a questão da inclusão

escolar na realidade brasileira.

Nossa meta é liderar algumas iniciativas para a criação do Oneesp, uma rede

cooperativa entre pesquisadores que terá como meta potencializar a produção de

informações e conhecimentos necessários para melhorar as decisões em matéria de

políticas de inclusão escolar dos sistemas educacionais, além de oportunizar o

compartilhamento de experiências entre pesquisadores para aperfeiçoar a sistemática de

produção de conhecimento e de desenvolvimento de pessoal na área de Educação

Especial.

4.4 OBJETIVOS

30

O termo “Observatório” tem sido usado para denominar uma rede formada por

parceiros colaborativos que se unem com a perspectiva de produzir evidências

científicas que embasem a definição de prioridades e estratégias de pesquisa e

formação, que permitam fazer o acompanhamento de progressos, identificam as

barreiras e promovem os avanços, além de ser potencialmente um veículo poderoso de

intercâmbio e formação para todos os envolvidos.

A criação do Oneesp começou a se tornar realidade a partir da aprovação do

projeto “Fomento às ações do PPGEES da UFSCAR em redes de cooperação científica

sobre educação inclusiva¨, do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da

UFSCar, ao Edital PROESP/2009 Nº 01/2009. O programa PROESP é uma iniciativa

do Ministério da Educação/SEESP, em parceria com a Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, e que tem por objetivo a

formação e a pesquisa na área da educação especial na perspectiva da educação

inclusiva. O objetivo híbrido do projeto aprovado para este edital consiste em, no

contexto interno, induzir o desenvolvimento de projetos de pesquisa e atividades de

formação (inicial, continuada, presencial e a distância) no âmbito do PPGEEs que

contemplem a filosofia da inclusão escolar; e no contexto externo, incentivar a criação

de uma rede nacional de pesquisadores para produzir estudos integrados com o intuito

de avançar o conhecimento na área de Educação Especial no país.

Uma vez aprovado o projeto3 iniciamos os procedimentos para a implantação e

funcionamento da rede que envolveu a busca de pesquisadores e grupos com linhas de

pesquisa em Educação Especial; para estabelecer os primeiros contatos e sondar o

interesse deles em relação à instituição do Oneesp.

Em resposta ao chamado para a constituição do Oneesp 25 pesquisadores

provenientes de 16 estados brasileiros, representantes de 22 universidades, e de 18

programas de pós-graduação, aderiram à proposta. O desafio a partir de então passou a

ser financeiro, posto que os recursos do PROESP/CAPES são insuficientes para a

constituição de uma rede desta natureza.

Entende-se que os membros da rede nacional de pesquisa manterão sua própria

identidade e responsabilidades rotineiras, mas assumirão também a responsabilidade de

compartilhar seus estudos de uma forma mais sistemática, e se comprometerão em

desenvolver seus planos de trabalho de forma mais coordenada de modo a responder às 3 Projeto CAPES , AUX-PE-PROESP-1292/2009.

31

necessidades do país, coletivamente identificadas pelo conjunto.

Os objetivos do Oneesp serão:

a) estimular o fortalecimento e a ampliação de programas de pós-graduação stricto

sensu e de redes de pesquisa no País que tenham a educação especial como eixo de

investigação;

b) fortalecer o diálogo entre a comunidade acadêmica, os gestores das políticas

nacionais de educação especial e os diversos atores envolvidos no processo educacional;

c) estimular a utilização de dados estatísticos educacionais produzidos pelo INEP como

subsídio ao aprofundamento de estudos sobre a realidade da Educação Especial

brasileira;

d) fomentar e apoiar projetos de estudos e pesquisas em Educação Especial relacionados

aos diferentes níveis e modalidades da educação: básica; superior; profissional; a

distância; continuada, especial e educação de jovens e adultos;

e) divulgar a produção e os resultados encontrados, compartilhando conhecimento e

boas práticas e integrando a pesquisa à dinâmica da Universidade e dos sistemas

públicos de educação básica.

O presente projeto de pesquisa pretende inaugurar as atividades do Oneesp e terá

como foco uma avaliação de âmbito nacional do programa de implantação de “Salas de

Recursos Multifuncionais” (SRMs) da Secretaria de Educação Especial/MEC.

Em que medida este tipo de serviço tem servido para apoiar a escolarização de

crianças e jovens com necessidades educacionais especiais? Que limites e possibilidades

as SRMs oferecem?

Para responder a essas questões os 25 pesquisadores provenientes de 16 estados

brasileiros, representantes de 22 universidades e de 18 programas de pós-graduação, se

propõem a conduzir um estudo em rede cujo delineamento do tipo misto envolverá

estudos locais com professores de salas de recursos, baseados na metodologia da

pesquisa colaborativa; combinado com um estudo nacional do tipo survey que pretende

coletar dados com uma amostra de 2.500 professores das SRMs, através de questionário

disponibilizado em sítio de internet.

Os objetivos específicos deste estudo inaugural serão:

1) Avaliar os limites e as possibilidades das salas de recursos

multifuncionais como sistema de apoio à escolarização de alunos com

32

deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação);

2) Identificar aspectos que possam potencializar o AEE oferecido em

SRMs.

4.5 METODOLOGIA

Avaliar serviços e programas educacionais não é tarefa fácil, pois eles são de

natureza complexa, envolvem múltiplas dimensões e perspectivas, e em geral a

necessidade de recortes para viabilizar o estudo acaba limitando os resultados. Por

pragmatismo, o pesquisador em geral constrói algum instrumento a priori para chegar à

situação, aplicar e agilizar a coleta de dados. Nesse caso, os participantes têm o papel de

informantes e, na maioria das vezes, não compreendem para que servirão os dados que

estão cedendo aos pesquisadores.

Neste estudo optamos por uma pesquisa do tipo colaborativa. Em sua acepção

original, o conceito de pesquisa colaborativa significa fazer pesquisa “com” os

professores e não “sobre” eles (LIEBERMAN, 1986). Entretanto, são várias as correntes

de pesquisa que têm em comum fazer “com” os professores e não “sobre” eles, embora

todas tenham como pressuposto o reconhecimento das competências e

responsabilidades dos professores como autores do contexto da escola.

A pesquisa colaborativa se insere no conjunto de práticas de pesquisa de caráter

participativo, sendo que tais práticas têm recebido na literatura diferentes

denominações: pesquisa-ação, pesquisa-ação-colaborativa, pesquisa participante,

pesquisa em parceria etc. As fronteiras entre essas diferentes práticas de pesquisa e no

interior de uma mesma categoria não são estanques e nem deveriam ser, pois

representam, de certa maneira, as ênfases particulares em determinados aspectos

(DESGAGNÉ; BEDNARZ; LEBUIS; POIRIER ; COUTURE, 2001).

Segundo Catelli (1995), a ideia de colaboração na pesquisa surgiu no contexto

educacional americano e derivou da tradicional pesquisa-ação surgida no final dos anos

de 1960 e 1970 com os trabalhos implicando os atores do próprio contexto, e no caso da

pesquisa educacional, as equipes de professores, como forma privilegiada de assegurar

o desenvolvimento profissional de todos os envolvidos. No final da década de 1980, as

críticas sobre o distanciamento entre a academia e as escolas apontaram para processos

33

de construção de conhecimentos mais ajustados às necessidades da prática, o que

envolveria uma maior aproximação entre os pesquisadores e profissionais da educação.

Tal contexto agregaria ao sentido inicial dado à colaboração – que era o de favorecer o

trabalho conjunto entre professores formando-se uma comunidade reflexiva num dado

contexto escolar – um segundo sentido, que seria o de favorecer uma reaproximação

entre pesquisadores universitários e professores.

Essa história aportou à pesquisa colaborativa dois ângulos. De uma parte, tem-se a

ênfase no desenvolvimento profissional dos professores da equipe da escola, e aqui se

trata especificamente de formação continuada para encorajar os professores a examinar

suas próprias práticas, refiná-las, e se mobilizar em torno dos problemas que enfrentam

na realidade escolar contemporânea etc. De outra parte, ao insistir na reaproximação

entre professores universitários e professores práticos, direciona-se para reduzir o fosso

entre teoria e prática, entre conhecimentos acadêmicos e conhecimentos para a ação.

Assim, são esses dois aspectos fundamentais que caracterizam a pesquisa colaborativa:

formação e pesquisa.

A pesquisa colaborativa será realizada em três níveis, a saber: Município, Estado e

Federação. No âmbito da Federação será composta tanto uma rede nacional de pesquisa

composta por até três pesquisadores por estado, que se reunirão sistematicamente após

os encontros estaduais, com a finalidade de analisar os dados dos encontros estaduais. A

cada encontro um documento contendo uma análise será elaborado, e este documento

será analisado posteriormente nos âmbitos estaduais e locais.

Os trabalhos serão realizados mediante a organização de grupos de trabalhos

coletivos e entrevistas com grupos focais.

No âmbito dos estados serão compostas redes estaduais de pesquisa com

pesquisadores das universidades, professores de salas de recursos multifuncionais e

demais interessados que atuarem no âmbito do estado.

No âmbito dos municípios o estudo será realizado com a rede de pesquisa local

envolvendo pesquisadores da universidade pertencente à rede estadual, professores de

salas de recursos, e sempre que possível, gestores municipais da educação comum e

especial. Serão realizados no mínimo quatro encontros sistemáticos, e pré-agendados,

para a realização de estudos coletivos do enquadramento legal da Educação Especial,

dos indicadores educacionais do município, das escolas envolvidas e do contexto

histórico da criação das salas de recursos.

34

A seguir serão detalhados os programas previstos para cada um dos encontros das

redes municipais:

Primeiro encontro: Conhecendo o contexto educacional do município

Para o primeiro encontro serão coletados alguns dados no site do Inep,

especificamente nas seguintes bases de dados:

a) censo escolar, especificamente no tocante às informações da educação básica

na esfera administrativa municipal, que abrange as suas diferentes etapas e modalidades:

ensino regular (educação infantil e ensinos fundamental e médio), educação especial e

educação de jovens e adultos (EJA), e considerando dados sobre estabelecimentos,

matrículas, funções docentes, fluxo e rendimento escolar;

b) Ideb de cada município e das escolas envolvidas no estudo com o

levantamento e análise do indicador com escala de zero a dez, sintetizando dois

conceitos referentes a medidas da qualidade da educação: aprovação e média de

desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é

calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e

médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil. A série histórica

de resultados do Ideb se inicia em 2005;

c) Investimento público em educação do município: indicadores brasileiros de

Investimentos Públicos em Educação fornecem informações de cunho orçamentário e

financeiro sobre a aplicação de recursos públicos em todos os níveis de ensino,

desagregados por natureza de despesas, subfunção e por dependência administrativa

(União, estados, Distrito Federal e municípios), além de índices financeiros

educacionais, como Percentual do Investimento em Educação por aluno em relação ao

PIB per capita desagregados por dependência administrativa e níveis de ensino.

Os três conjuntos de dados serão divididos entre os grupos de trabalhos

compostos pelos participantes que deverão apresentar uma análise dos indicadores ao

final do encontro.

Ao final dessa etapa o grupo deverá produzir um documento único sobre a

educação e a educação especial no município, a respeito dos indicadores educacionais,

no tocante à Educação e Educação Especial e referente às escolas envolvidas. Caso haja

necessidade, poderão ser realizados mais de um encontro para esta etapa.

Todas as análises prévias da base de dados do INEP serão desenvolvidas por um

bolsista de iniciação científica, que fará tais análises separadamente de cada município

35

onde será desenvolvida a presente pesquisa e enviará para os pesquisadores

representantes.

Segundo encontro: Conhecendo o enquadramento legal da Educação Especial

Para este segundo encontro serão analisadas e compiladas informações contidas

nos seguintes documentos:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394 de 1996 (LDB / 96);

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica – Resolução CNE / CEB n.º 2 de 2001; Educação Inclusiva: Documento Subsidiário à Política de Inclusão

(BRASIL, 2005); Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva (BRASIL, 2008); Decreto nº 6.571 de 2008; Parecer n.º 13 de 2009; Resolução n.º 4 de 2009, Documentos norteadores de educação especial no estado e município

participante do estudo.

Terceiro encontro: conhecendo a história e a realidade das salas de recursos

multifuncionais dos municípios - SRMs

O terceiro encontro terá dois momentos. Num primeiro momento os participantes,

em trabalhos de grupos, descreverão a história da educação especial no município em

questão, de modo geral, e em particular, de como surgiram as SRMs.

Num segundo momento, por meio da técnica dos grupos focais (ou entrevistas em

pequenos grupos), serão descritas informações para caracterizar as SRMs, em termos

dos seguintes aspectos:

perfil dos professores processo de avaliação dos alunos perfil dos alunos e dos alunos; ISTO ESTÁ SOBRANDO? organização do trabalho pedagógico funcionamento das salas demandas para os professores especializados, outros.

Ao final de cada encontro, no âmbito municipal, será produzido um documento

local que deverá ser enviado para os representantes da rede estadual. Nos encontros da

36

rede estadual os documentos locais serão organizados e analisados em trabalhos de

grupos compostos pelos participantes, e ao final deverá ser redigido um relatório

contendo todos os dados referentes ao estado.

Os documentos de referências dos estados deverão ser retornados aos

municípios envolvidos, para análise das redes locais, e também serão encaminhados,

pelos representantes das redes estaduais, para análise no âmbito da rede nacional de

pesquisa. As análises da rede nacional serão, por sua vez, remetidas às redes estaduais e

locais para que todos os participantes acompanhem os resultados produzidos no âmbito

do estudo.

Além da base metodológica do estudo fundamentada na pesquisa colaborativa, o

estudo envolverá também um estudo de campo, tipo survey nacional conduzida

simultaneamente em vários estados por meio da disponibilização via internet de um

instrumento de coleta de dados construído coletivamente no contexto das redes de

pesquisa. Este questionário pretende coletar informações sobre a opinião dos

professores especializados, quanto à implementação e funcionamento das salas de

recursos multifuncionais.

Local

O estudo será desenvolvido simultaneamente nos estados de Alagoas; Amapá;

Amazonas; Bahia; Espírito Santo; Goiás; Maranhão; Mato Grosso do Sul; Minas

Gerais; Pará; Paraíba; Paraná; Rio de Janeiro; Rio Grande do Norte; Rondônia; São

Paulo e Sergipe, em cidades a serem definidas. Segundo dados obtidos no sítio da

SEESP, entre os anos de 2005 a 2009, foram financiadas 15.551 SRMs para 4.564

municípios brasileiros, espalhadas em todos os estados. Este seria, portanto o universo

do estudo.

Participantes

Participarão do estudo os professores de SRMs dos municípios envolvidos e

pesquisadores das redes de pesquisa (nacional, estadual e municipal). A estrutura da

rede será composta por:

a) Rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar: composta por três

pesquisadores representantes por estado com função de coordenação da rede

local, com cargos de coordenador, vice-coordenador e secretário.

37

b) Rede estadual de pesquisa sobre inclusão escolar, composta por até três

pesquisadores representantes dos municípios participantes da rede;

c) Rede municipal de pesquisa sobre inclusão escolar: composta por

pesquisadores e profissionais da educação especial dos municípios. A meta

final é de envolver pelo menos 2.500 professores de salas de recursos de

todo o país no estudo.

4.6 AÇÕES PREVISTAS

O delineamento do estudo prevê 15 (quinze) etapas, sendo a maioria delas

destinada à realização de cinco rodadas de encontros presenciais com cada uma das

instâncias da rede de pesquisa (local, estadual e nacional). Esses encontros terão como

objetivo apresentar o projeto, coletar dados para construir o instrumento (um

questionário on line), conhecer e aperfeiçoar a versão final do questionário e socializar

os resultados, analisar e compartilhar resultados preliminares de outras redes.

Além dos encontros presenciais, em todas as etapas serão realizados encontros

virtuais via vídeo-conferência, além de utilização de outros recursos de comunicação via

internet. A seguir são detalhadas as etapas.

ETAPA I: I Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

Este encontro será realizado com as equipes coordenadores das redes estaduais e

será destinado a discussão sobre:

1. Como está a estruturação das redes estaduais (integrantes, municípios e

respectivos participantes envolvidos);

2. Como será a operacionalização do projeto no âmbito estadual e local.

ETAPA II: I Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão escolar

A coordenação estadual deverá organizar um encontro semelhante com os

mesmos objetivos envolvendo os coordenadores das redes municipais dos municípios

participantes do estudo. Nessa etapa o projeto será apresentado a esses participantes.

ETAPA III. Condução de procedimentos éticos

38

Considerando que esta é uma pesquisa a ser realizada com seres humanos, ela

será submetida, como projeto multicêntrico, à comissão de ética da Universidade

Federal de São Carlos – UFSCar –, com a finalidade de assegurar que ela será

conduzida da melhor maneira e que não trará danos a ninguém. Além disso, deverão ser

solicitadas autorizações para a realização do estudo mediante assinatura dos termos de

consentimento livre e esclarecido de todos os professores participantes e gestores dos

sistemas educacionais envolvidos nas redes municipais.

ETAPA IV- I Encontro municipal dos professores de salas de recursos

Nesta etapa serão realizados pelo menos três encontros locais entre

pesquisadores da rede e professores de salas de recursos com, respectivamente, as

seguintes finalidades:

1. Apresentar o projeto;

2. Conhecer o contexto educacional do município, com base na análise dos

indicadores;

3. Conhecer e analisar a legislação educacional nacional, estadual e local

relacionada a inclusão escolar e ao AEE;

4. Descrever o histórico e atual cenário político, administrativo da

implementação da educação e das salas de recursos multifuncionais

nacional no município em questão;

5. Identificar pontos importantes na opinião dos atores para se avaliar o

serviço prestado nas salas de recursos multifuncionais, especificamente em

relação:

a) Aos processos de avaliação dos alunos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

b) Processo de implantação e manutenção das SRMs – descrição do

número de salas implantadas, a localização destas no âmbito do

município e a manutenção dos recursos e equipamento, bem como sua

expansão;

c) Adequação dos recursos às necessidades do atendimento desenvolvido

com avaliação de número e tipos de recursos que compõem os kits em

relação ao tipo de trabalho desenvolvido;

d) Formação para o AEE – avaliação da pertinência da avaliação em

relação à demanda que os professores têm na SRMs.

39

ETAPA V: II Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão escolar

Nesta etapa serão compiladas e sistematizadas todas as informações coletadas

em âmbito local de modo a se produzir um único documento por estado. Concluídos os

documentos estaduais, estes serão encaminhados à equipe coordenadora da rede

nacional para serem sintetizados.

ETAPA VI: II Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

Os documentos estaduais serão sintetizados num único documento por meio de

trabalhos de pequenos grupos compostos pelos membros estaduais da rede.

ETAPA VII: III Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão escolar

Nesta etapa serão realizados encontros estaduais para socializar os resultados da

caracterização do serviço de SRMs em âmbito nacional e estadual.

ETAPA VIII. II Encontro dos professores de salas de recursos

Nos encontros locais ou regionais serão socializados os resultados da

caracterização do serviço de SRMs em âmbito nacional e estadual. Ao final serão

elencados pelos professores os pontos que deverão estar contidos no instrumento final

de avaliação da SRMs. Este instrumento deverá ser um questionário abrangente para ser

utilizado numa survey nacional, tendo como respondentes 2.500 professores de SRMs

de todo o país.

ETAPA IX. IV Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão escolar

Ao final desta etapa as sugestões para o instrumento, identificadas na etapa

anterior, serão sistematizadas no âmbito das coordenações estaduais.

ETAPA X: III Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

Neste encontro as sugestões para o instrumento provenientes das redes estaduais

serão sistematizadas num único instrumento. Esta compilação levará em consideração

também uma ampla revisão da literatura sobre avaliação de serviços de educação

especial e ao final deverá ser construído um questionário abrangente que será

disponibilizado num site do Observatório Nacional de Educação Especial (Oneesp)

40

ETAPA XI. III Encontro municipal de professores de SRMs

Neste encontro será apresentado o instrumento de coleta de dados para análise

nas redes locais. Sugestões de mudanças serão incorporadas até se chegar à versão final

do questionário.

Nesta etapa os professores das SRMs receberão instruções finais sobre como

responder ao instrumento e cada (um desses) que consentir em participar desta etapa

receberá uma senha para ter acesso e responder o questionário on line disponibilizado

no site do Oneesp.

No site o sistema informatizado para coletar dados conterá três partes como

descritas nos subitens a seguir:

A. Site Institucional

Fornecerá informações sobre o survey, como objetivos e abrangência, bem

como informações sobre os autores do projeto. Também dará acesso ao

cadastro e relatórios.

B. Cadastro e Formulários do Survey

Fornecerá os seguintes recursos:

Cadastro de grupos de pesquisa;

Cadastro de pesquisadores;

Autenticação de usuários (pesquisadores);

Apresentação dos formulários do survey;

Armazenamento dos dados do survey.

C. Gerador de Relatórios

Este módulo gerará os relatórios estatísticos a partir dos dados do survey e

opcionalmente a visualização dos dados por meio de gráficos. O acesso a essa parte

será restrito aos administradores da rede nacional e das redes estaduais.

D. Tecnologias

Linguagem PHP 5.2;

Linguagem Javascript;

MySQL Server como gerenciador de banco de dados;

Servidor web Apache 2.2.

41

O objetivo desta etapa será coletar dados sobre como vem sendo na prática a

implementação e o funcionamento das SRMs, na ótica dos professores especializados

regente das salas. A meta aqui será a de conseguir pelo menos 2.500 questionários

preenchidos.

ETAPA XII. IV Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

Neste encontro serão sistematizados os resultados finais em níveis local, estadual

e nacional das respostas dos professores aos questionários.

ETAPA XIII: V Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão escolar

Neste encontro serão socializados os resultados finais em níveis local, estadual e

nacional das respostas dos professores aos questionários.

ETAPA XIV. V Encontro dos professores de SRMs

Neste encontro (municipal e/ou regional) serão socializados os resultados finais

em níveis local, estadual e nacional das respostas dos professores aos questionários.

ETAPA XV. V Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

Neste encontro será realizada a avaliação geral do projeto com os integrantes das

redes estaduais.

Procedimento de Análise de dados

A análise dos dados referentes ao estudo de campo (tipo survey) será feita

através de um sistema incorporado no próprio sítio da pesquisa que conterá um módulo

gerador de relatórios estatísticos a partir dos dados do survey e, opcionalmente, a

visualização dos dados sistematizados em gráficos. Nas fases de entrevistas por meio de

grupos focais, os dados qualitativos serão examinados e sintetizados os dispositivos dos

documentos com base na análise de conteúdo.

Quanto aos dados do INEP, considerando o censo escolar, o IDEB e os

investimentos públicos, serão realizadas análises descritivas separadamente para cada

município. Essas análises serão apresentadas por meio de gráficos, tabelas e figuras.

42

4.7 CRONOGRAMA/ DURAÇÃO DO PROJETO

ETAPAS ANO /SEMESTRE

ano1/1 ano 1/2

ano 2/1

ano2/2 ano3/1 ans3/2 ano4/1 ano 4/2

ETAPA I: I Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar de

alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA II: I Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão escolar

de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA III. Condução de procedimentos éticos X X

ETAPA IV- I Encontro das redes municipais de professores de SRMs X X

1º Relatório Parcial do Projeto X X

ETAPA V: II Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão

escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA VI: II Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

de alunos com necessidades educacionais especiais

X

43

ETAPA VII: III Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão

escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA VIII. II Encontro das redes municipais professores de SRMs X

2º Relatório parcial do projeto X X

ETAPA IX. IV Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão

escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA X: III Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão escolar

de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA XI. III Encontro das redes municipais professores de SRMs X

3º Relatório parcial do projeto X X

ETAPA XII. IV Encontro da rede nacional de pesquisa sobre inclusão

escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA XIII: V Encontro das redes estaduais de pesquisa sobre inclusão

escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

X

ETAPA XIV. V Encontro das redes municipais de professores de SRMs X

ETAPA XV. V Encontro da rede nacional de professores de SRMs X

Redação do relatório final X

Redação do livro X X

44

4.8 RESULTADOS ESPERADOS

1) Coletar e sistematizar informações municipais que subsidiem tomadas de

decisões para as políticas de inclusão escolar, permitindo, por exemplo,

identificar demandas para a formação de professores, limites e possibilidades

das salas SRMs, monitoração do desempenho dos alunos com NEEs na escola,

etc.

2) Ampliar o impacto do conhecimento científico na definição das políticas de

inclusão escolar nos estados e no país;

3) Divulgar os resultados na forma de publicações (metas mínimas estabelecidas: 1

livro, 10 artigos em periódicos qualificados e 10 trabalhos em eventos

reconhecidos pela área);

4) Prover formação sobre AEE e SRMs a todos os pesquisadores e professores

envolvidos no estudo;

5) Fortalecer a produção científica nacional na área de Educação Especial através

da rede de cooperação técnica-científica entre pesquisadores.

4.9. ESTRATÉGIAS DE DISSEMINAÇÃO DOS RESULTADOS

Todas as produções dos integrantes da rede serão publicadas no site do Oneesp

que será criado para a pesquisa e que deverá servir como repositório do projeto.

Além de disponibilizar a produção os integrantes da rede se responsabilizarão

para disseminar o conhecimento produzido em atividades de ensino, pesquisa e

extensão.

45

5. ORÇAMENTO TABELA DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

DESPESAS ANO 1 ANO2

DURAÇÃ

O

(meses)

QUANTID

ADE

(nº de

bolsistas)

VALOR SUBTOTA

L

DURAÇ

ÃO

(meses)

QUANTI

DADE

(nº de

bolsistas)

VALO

R

SUBTOT

AL

TOTAL

B

O

L

S

A

S

COORDENAÇÃO

(R$ 1.5000,00)

0 0 0 0,0 0 0 0 0,0 0,0

DOUTORADO

(R$ 1.8000,00)

0 0 0 0,0 0 0 0 0,0 0,0

MESTRADO

(R$ 15000,00)

0 0 0 0,0 0 0 0 0,0 0,0

PROF. DE ED. BÁSICA

(R$ 765,00)

12 1 765,00 9.180,00 12 1 765,00 9.180,00 18.360,00

ALUNO DE GRADUAÇÃO

(R$ 400,00)

12 18 400,00 86.400,00 12 18 400,00 86.400,00 172.800,00

CUSTEIO MATERIAL DE

CONSUMO

15.000,00 15.000,00 30.000,00

DIÁRIAS 10.000,00 10.000,00 20.000,00

PASSAGENS 25.000,00 25.000,00 50.000,00

CAPITAL CAPITAL (R$ 8.000,00) 8.000,00 8.000,00 16.000,00

TOTAL GERAL 1º e 2º ano 307.160,00

46

CONTINUAÇÃO - TABELA DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

DESPESAS ANO 3 ANO4

DURAÇÃO

(meses)

QUANTID

ADE

(nº de

bolsistas)

VALOR SUBTOTA

L

DURAÇ

ÃO

(meses)

QUANTI

DADE

(nº de

bolsistas)

VALO

R

SUBTOTA

L

TOTAL

B

O

L

S

A

S

COORDENAÇÃO

(R$ 1.5000,00)

0 0 0 0,0 0 0 0 0,0 0,0

DOUTORADO

(R$ 1.8000,00)

0 0 0 0,0 0 0 0 0,0 0,0

MESTRADO

(R$ 15000,00)

0 0 0 0,0 0 0 0 0,0 0,0

PROF. DE ED. BÁSICA

(R$ 765,00)

12 1 765,00 9.180,00 12 1 765,00 9.180,00 18.360,00

ALUNO DE

GRADUAÇÃO

(R$ 400,00)

12 18 400,00 86.400,00 12 18 400,00 86.400,00 172.800,00

CUSTEIO MATERIAL DE

CONSUMO

15.000,00 15.000,00 30.000,00

DIÁRIAS 10.000,00 10.000,00 20.000,00

PASSAGENS 25.000,00 25.000,00 50.000,00

CAPITAL CAPITAL (R$ 8.000,00) 8.000,00 8.000,00 16.000,00

TOTAL GERAL 3º e 4º ano 307.160,00

ORÇAMENTO GERAL

47

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 TOTAL

BOLSAS 95.580,00 95.580,00 95.580,00 95.580,00 382.320,00

MATERIAL DE

CONSUMO

15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 60.000,00

DIÁRIAS 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 40.00,000

PASSAGENS 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 100.000,00

CAPITAL 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 32.000,00

614.320,00

ORÇAMENTO TOTAL

TOTAL

BOLSAS 382.320,00

CUSTEIO 200.000,00

CAPITAL 32.000,00

614.320,00

48

DETALHAMENTO DO ORÇAMENTO

I BOLSAS

Com a finalidade de contemplar o maior número possível de integrantes da rede

nacional de pesquisadores optou-se pela solicitação de 18 bolsas para estudantes de

graduação e uma bolsa para um professor de sala de recurso. As 19 bolsas serão

distribuídas entre os coordenadores estaduais da rede nacional de pesquisa, com a

previsão de um bolsista para cada estado.

II. MATERIAL DE CONSUMO

Prevê-se a compra de material de escritório e de informática tais como

pendrives, papel sulfite, cartuchos, tonners, lâmpadas para projetores de multimídia,

pastas, lápis canetas, etc.

III. DIÁRIAS

Será realizado no mínimo um encontro por ano entre os coordenadores estaduais

da rede e considerando-se a meta de ter um coordenador por estado, previu-se a

necessidade de cerca de 50 diárias ao ano, a uma média de R$ 200,00 cada diária, para

contemplar cerca de 30 integrantes por encontro.

IV. PASSAGENS

Tendo em vista que haverá no mínimo um encontro por ano entre os

coordenadores estaduais da rede, e considerando-se a meta de ter um coordenador por

estado, previu-se a necessidade de cerca de 25 passagens aéreas ao ano, a uma média de

R$ 1.000,00 cada passagem, para contemplar no míninmo 25 integrantes por encontro.

49

V. CAPITAL

Recursos de capital serão destinados à compra de um computador potente que

funcionará exclusivamente como servidor do site do observatório e que deverá arquivar

os dados. Este computador cujo valor é de R$ 6.000,00, terá as seguintes especificações:

Sistema Operacional: Mac OS X 10.6 Snow Leopard Interface de Memória:PC3-8500 DDR3 SODIMM 1066MHz Slot de Memória Livre: 2 Slot de Memória Total: 4 Velocidade de Disco (RPM): 7200 Porta Firewire: 01 Saída RJ-45: 1 Mouse:Óptico Caixa de Som Cache de Processador (L2):3MB Clock do Processador (GHz): 306 Disco Rígido Padrão: 1TB Interface de Disco: SATA Memória Máxima: 16GB Memória Padrão: 4GB Mídia Óptica: DVD-RW Placa de Rede (Mbps): 10/100/1000 Placa de Som: Integrada Porta USB: 04 Processador: Intel Core2 Duo E7600

Além do computador servidor serão adquiridos 26 netbooks que serão

distribuídos entre os coordenadores das redes estaduais, com a finalidade de viabilizar a

comunicação via internet entre os integrantes da rede. Os netbooks serão de valor médio

de R$ 1.000,00, com as seguintes especificações:

Processador Intel® Atom™ N270 1,60 GHz memória de 512MB, HD de 8GB, tela LCD de 8,9 polegadas widescreen,

webcam e sistema operacional windows. Memória: 512MB. Barramento da memória: DDR2. Disco Rígido - HD: 8GB. Interface HD: SSD. Webcam/ Resolução webcam: 0,3 megapixels. Leitor de cartões Placa de rede: LAN 10/100 BASE T. Placa wireless Teclado: ABNT.

50

Som integrado

6. CONTRAPARTIDA TÉCNICA E FINANCEIRA A maioria dos integrantes da rede integra outros grupos de pesquisa, atua em

cursos de pós-graduação, possui laboratórios ou núcleos de pesquisa que serão

disponibilizados para o estudo.

Encontros virtuais utilizando a infra-estrutura das universidades envolvidas

serão realizados periodicamente.

Além disso, faz parte dos planos da rede oferecer assessoria mútua entre os

integrantes para a elaboração de projetos de pesquisa e de extensão com a finalidade de

concorrer em editais e captar recursos junto às outras agências de fomento (CNPq e

FAPES) e às respectivas universidades.

7. OUTROS PROJETOS E/OU LINHAS DE PESQUISA AOS QUAIS SE VINCULAM OU VINCULARÃO AO OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

No presente encontram-se em andamento 11 projetos de mestrado e de

doutorado, que em função da afinidade de objetivos, já poderão imediatamente se

integrar ao ONEESP. Tais projetos serão sinteticamente descritos a seguir.

PROJETO1: Educação especial e redes de apoio: uma política de

consolidação da inclusão escolar?

Rosanna Claudia Bendinelli (Bolsista Fapesp - 2009/2011 - em andamento)

Orientadora: Rosangela G. Preito (USP)

Resumo: A importância da inclusão do aluno com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades / superdotação no ensino regular é notória e tem

sido amplamente discutida. É necessário avançar os estudos para que saiamos do plano

ideológico e mergulhemos de forma efetiva na investigação de práticas inclusivas no

51

âmbito da rede pública. Atualmente inicia-se um processo de compreensão de que a

inclusão escolar, visando a uma educação de qualidade, não pode ser feita sem apoios à

equipe escolar e aos alunos, sejam estes apoios internos ou externos à instituição de

ensino. Nesse sentido, começamos a vislumbrar no Brasil bibliografias que discorrem

sobre a importância de articulações entre diferentes serviços voltados ao atendimento do

alunado da educação especial com vistas à constituição de redes de apoio. Essa

discussão, porém, é ainda escassa em nosso país, com poucos autores se aprofundando

nessa temática. Com referência ao processo de inclusão escolar, vemos que, na esfera

pública, medidas têm sido tomadas. Em 2004, a Secretaria Municipal de Educação de

São Paulo, buscando firmar sua política de atendimento na esfera da educação especial,

criou os Centros de Formação e Acompanhamento à Inclusão cujo Decreto e Portaria

que os regulamentam, ambos de 2004, entre outras ações, indicam a possibilidade de

serviços de educação especial conveniados, estabelecimento de parcerias com

instituições privadas / públicas, bem como articulações intersetoriais e intersecretariais

entre diferentes esferas públicas que possuam interface com a educação especial. A

partir desse cenário, o presente trabalho propõe uma pesquisa qualitativa que visa, em

um primeiro momento, ao aprofundamento teórico acerca do significado e relevância de

redes de apoio voltadas tanto para as escolas, seus profissionais e alunos, quanto ao

sistema público de ensino, no âmbito das esferas administrativas, em seguida, a

averiguação e análise sobre como tais redes estão sendo constituídas no âmbito de três

Cefai, com o fito de avaliar seus resultados, contribuições e consequências tanto para a

equipe escolar, quanto para os alunos com necessidades educacionais especiais.

Palavras-chave: Educação especial. Redes de apoio. Município de São Paulo.

PROJETO 2: As salas de recursos multifuncionais em questão:

construindo uma sistemática de avaliação com os professores Josiane Beltrami Milanesi (bolsa de mestrado FAPESP 2010-2011)

Orientadora: Enicéia Gonçalves Mendes

RESUMO

As chamadas salas de recursos multifuncionais (SRM) têm sido o lócus preferencial de

oferta do atendimento educacional especializado (AEE) na atual política nacional de

52

Educação Especial do Ministério da Educação, dentro da perspectiva da educação

inclusiva. Segundo dados oficiais entre os anos de 2005 a 2009, o MEC distribuiu

15.551 salas de recursos multifuncionais, em todos os estados e o Distrito Federal, para

4.564 municípios brasileiros. Mas em que medida este tipo de serviço tem respondido às

necessidades dos mais variados tipos de alunos com necessidades educacionais

especiais que estão sendo escolarizados em escolas comuns? Esta é uma questão

empírica importante porque esta política de implantação das SRMs é recente e é preciso

investigar como contribuir para enriquecer as possibilidades de ações pedagógicas com

alunos que demandam intervenções específicas, principalmente por adotarmos a

educação como um direito público e subjetivo. Neste contexto, este estudo tem como

foco analisar a política de implementação das salas de recursos multifuncionais com

recorte em um município a fim de avaliar o quanto este tipo de esses espaço na escola

regular contribui para o AEE, considerando o movimento de implantação, os desafios e

as possibilidades dos profissionais que nelas atuam.

Palavras chaves:_ Educação Especial, inclusão escolar, sala de recursos multifuncional,

atendimento educacional especializado, avaliação de serviços.

PROJETO 3: Avaliação de um programa de formação de

professores especializados com foco no Planejamento Educacional

Individualizado Gabriela Tannus-Valadão (bolsa de doutorado FAPESP- 2010-2013)

Orientadora: Enicéia Gonçalves Mendes

RESUMO

Embora a legislação brasileira contemple dispositivos que garantem o direito à

educação de crianças e jovens em situação de deficiência preferencialmente no ensino

regular regular, desde de 1988, ainda hoje o assunto é tratado como algo recente, ainda

que as estatísticas oficiais apontem o crescimento contínuo de matrículas deste

segmento populacional nas escolas públicas regulares. Considerando que a proposta

política de inclusão escolar pressupõe que não apenas o acesso, mas também a

permanência e o sucesso do aluno em situação de deficiência sejam garantidos, o

crescimento das matrículas por si só não permite avaliar o impacto desta política. Em

todos os países onde se vislumbra uma intenção real de implantação de políticas de

inclusão escolar existe um dispositivo legal que garante um acompanhamento do

53

percurso dos alunos, que é o Planejamento Educacional Especializado (PEI), e que

cumpre justamente esta função de garantir a estes alunos não apenas a presença na

escola mas também que eles completem com sucesso o percurso de escolarização.

Entretanto no Brasil não há nenhuma exigência formal de que estes alunos tenham um

planejamento baseado em suas peculiaridades e consequentemente, na prática

procedimentos de avaliação e acompanhamento contínuo são pouco utilizados, o que

compromete os objetivos da política de inclusão escolar para estes alunos. O presente

estudo tem como objetivo desenvolver, implementar e avaliar um programa de

formação continuada com foco no PEI para estudantes em situação de deficiência. O

estudo será realizado na cidade de São Carlos, tendo os professores de Educação

Especial e estudantes em situação de deficiência como participantes, será baseado

numa metodologia de pesquisa ação colaborativa, e envolverá o quatro etapas, visando

a: a) conduzir os procedimentos éticos; b) diagnosticar a situação inicial dos

procedimentos de avaliação e planejamento educacional; c) intervir tomando como base

o princípio da consultoria colaborativa entre pesquisador e participantes, d) avaliar a

intervenção. Os procedimentos de coleta de dados serão baseados em análise

documental, observação e registro em diários de campo, filmagens e entrevista coletiva

com grupos focais. A análise dos dados será baseada na análise de conteúdo dos

documentos, a tringulaçao das categorias extraidas dos documentos, dos diários de

campo, das filmagens das reuniões e dos relatos das entrevistas , buscando se responder

a questão norteadora do estudo: como promover a prática do PEI na Educação Especial?

Palavras-chave: Planejamento Educacional Individualizado, Consultoria Colaborativa,

Pesquisa ação colaborativa, Formação Continuada de Professores.

PROJETO 4: Inclusão escolar do deficiente intelectual no estado

de São Paulo: quem é este aluno e como é identificado? Aline Aparecida Veltrone (bolsa de doutorado FAPESP- 2009-2012)

Orientadora: Enicéia Gonçalves Mendes

RESUMO

A literatura científica da Educação Especial brasileira sempre evidenciou a dificuldade

nos procedimentos de identificação e diagnóstico de alunos com deficiência mental para

a definição de elegibilidade e encaminhamento aos serviços educacionais

especializados. Com a adoção da política da inclusão escolar a identificação não é mais

54

considerada necessária se o propósito for a retirada do aluno da classe comum para o

posterior encaminhamento aos serviços especializados. Por outro lado, ela ainda se faz

necessária quando se prevê a identificação e oferta de serviços de apoio especializados

no caso de matrícula na classe comum. Há no momento em nosso país uma indefinição

legal a respeito da definição e dos critérios de identificação da deficiência mental e as

conseqüências disso na prática ainda são desconhecidas. O objetivo geral do estudo é

descrever o processo de elegibilidade dos alunos com deficiência mental, enfocando

definições oficiais, critérios e procedimentos de identificação; e descrever e analisar

como vem ocorrendo na prática a identificação do aluno com deficiência mental. Será

realizado um estudo de caso envolvendo o Estado de São Paulo. Na Etapa I será feita

uma análise documental para identificar definições e procedimentos oficiais que

porventura dizem respeito à avaliação do aluno com deficiência mental. Na Etapa II será

investigado o perfil, concepções e práticas dos profissionais que atuam na avaliação do

aluno através da entrevista por meio do grupo focal e ficha de identificação. Os dados

obtidos nas duas etapas serão triangulados buscando-se contribuições para se

compreender as representações oficiais e percepções dos profissionais sobre a avaliação

da condição da deficiência mental e o processo de inclusão escolar destes alunos.

Palavras-chave: Educação Especial; inclusão escolar, deficiência mental; avaliação.

PROJETO 5: Educação inclusiva e organização da escola: projeto

pedagógico na perspectiva da teoria crítica Allan Rocha Damasceno (bolsista CAPES de doutorado)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo

Neste estudo, que considera a educação inclusiva como um movimento cultural

inserido na dimensão social contemporânea, tendo por pressuposto a democratização

tanto da educação quanto da sociedade, investigamos a organização da escola inclusiva

brasileira tendo como elemento central seu projeto pedagógico. Assim, adotando como

aporte teórico do estudo o pensamento de Theodor Adorno e Horkheimer, representante

das Teoria Crítica da Sociedade, analisamos a conjuntura social contemporânea onde se

insere a escola, com vistas ao entendimento de seu processo de (re)organização, tendo

como elemento articulador seu projeto pedagógico. Nesse sentido, o estudo que elegeu

como locus uma escola no âmbito da Secretaria Estadual de Educação do Rio de

55

Janeiro, definiu como objetivos: Caracterizar o projeto pedagógico no âmbito das

políticas públicas de educação e seus documentos oficiais considerando suas

possibilidades de democratização da educação e da escola no processo de inclusão dos

estudantes com deficiências; Verificar a implementação do projeto pedagógico

considerando os aspectos de acessibilidade arquitetônica, curricular e pedagógica nas

salas inclusivas; Identificar no projeto pedagógico os aspectos referentes ao atendimento

educacional especializado às deficiências cognitivas, sensoriais e físicas dos estudantes

incluídos, disponível na sala de recursos multifuncionais; Avaliar as concepções dos

profissionais da escola sobre inclusão e deficiência e os impactos no acesso e

permanência dos estudantes com deficiência na escola. Nessa perspectiva,

assumimos que o debate político, promovido na elaboração e implementação do projeto

pedagógico, pode se constituir como necessário ao processo de democratização da

educação na contemporaneidade.

Palavras-chave: Educação inclusiva; Projeto pedagógico; Organização escolar.

PROJETO 6: Identidade e prática docente: os significados do

currículo escolar à luz das políticas públicas de educação inclusiva nos

anos iniciais no município do Rio de Janeiro/RJ Alessandra de Sousa Pinheiro da Rocha (doutorado/CAPES)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo

Este projeto de tese, em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em

Educação/UFF, no Campo de Políticas Públicas, Movimentos Instituintes e Educação,

que é vinculado ao projeto de pesquisa ‘Políticas públicas de educação especial no

Estado do Rio de Janeiro: desafios da inclusão escolar de alunos com deficiência’,

apresenta como questão de estudo, a investigação sobre os significados do currículo

escolar à luz das propostas de educação inclusiva, pelos órgãos de ensino, nos anos

iniciais da escola pública, no Município do Rio de Janeiro/RJ. Para tal, são consideradas

as práticas pedagógicas da escola pública, que se organiza para se tornar inclusiva.

Como também as possibilidades da reflexão e do debate sobre as práticas educativas de

inclusão que podem produzir outros sentidos e significados de ensinar e aprender dos

alunos com deficiência incluídos nos anos iniciais da escola pública. No suporte teórico-

metodológico deste estudo é considerado o pensamento de Theodor Adorno e

56

Horkheimer, dentre outros, representantes da teoria crítica da sociedade. Seus objetivos

são: avaliar o fazer pedagógico dos professores dos anos iniciais, atuantes em uma

escola municipal, em relação aos alunos com deficiência incluídos, levando em conta

sua relação com o currículo oficial de ensino; caracterizar a implementação do projeto

pedagógico da escola e a participação docente em sua efetivação quanto ao suporte à

inclusão por intermédio do atendimento educacional especializado, dentre outros

aspectos. Este estudo justifica-se por suas possibilidades de desvelar as práticas do

Estado de regulação e silêncio dos profissionais da escola para o estado de emancipação

pedagógica, tendo como consequência a produção de identidades docentes reflexivas, na

afirmação da educação inclusiva dos alunos com deficiência nos anos iniciais na escola

pública.

Palavras-chave: Políticas públicas de inclusão; Currículo escolar; Identidade e prática

docente.

PROJETO 7: Inclusão escolar pela educação bilíngue/bicultural

de alunos surdos: experiências na segunda etapa do ensino

fundamental na escola municipal Paulo Freire/Niterói/RJ Rosana Maria do Prado Luz Meireles (doutorado/CAPES)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo

Este estudo está sendo realizado na Escola Municipal Paulo Freire/Niterói/RJ, tendo

como objeto de estudo seu projeto de educação bilíngue/bicultural para alunos surdos na

segunda etapa do ensino fundamental. O estudo propõe as seguintes questões: Como a

escola se organiza, em termos de atendimento educacional especializado, para receber

alunos surdos na segunda etapa do ensino fundamental? Como acontece a atuação de

professores não bilíngues durante as aulas para alunos surdos e ouvintes? Como

promover uma educação democrática para alunos surdos e ouvintes considerando as

línguas e culturas próprias desses indivíduos? Qual o papel do intérprete de LIBRAS no

processo educacional inclusivo? De que maneira são estabelecidas as relações

interpessoais em ambiente inclusivo? Como garantir a manutenção da língua de sinais

para alunos surdos em turmas constituídas por maioria de alunos ouvintes? Com base

57

nessas questões, este estudo tem por objetivo central avaliar o processo de inclusão e de

organização pedagógica da educação de surdos na Municipal Paulo Freire/Niterói/RJ.

Os demais objetivos são: Caracterizar o Projeto de Educação Bilíngue para alunos

surdos, em turmas regulares, na segunda etapa do ensino fundamental, no que se refere

à sua organização pedagógica no atendimento à demanda de alunos surdos; à formação

de professores para atuação em turmas inclusivas com alunos surdos e ouvintes; ao

respeito às línguas, culturas e identidades de alunos surdos e ouvintes no mesmo espaço

de aprendizagem; às estratégias de manutenção da língua e cultura surda no contexto

educacional inclusivo; às metodologias, recursos e planejamento das aulas; e às relações

interpessoais entre indivíduos surdos e ouvintes. É adotada a teoria crítica como suporte

teórico-metodológico, com ênfase no pensamento de Adorno e Horkheimer quanto aos

aspectos democráticos possíveis da educação, considerando a escola como lugar de

reflexão e crítica às ações de dominação cultural, visando à não reprodução social de

práticas excludentes. Também é considerado o pensamento de Skliar quanto à

perspectiva de educação de alunos surdos que respeita as singularidades da língua e

cultura da comunidade surda, assim como o bilinguismo, uma opção teórico-

metodológica de atendimento às demandas dos alunos surdos e de sua formação com

base na Libras e na língua portuguesa. Quanto aos procedimentos de coleta de dados,

serão realizadas observações no cotidiano escolar; aplicação de questionários e

entrevistas semi-estruturadas aos profissionais da escola, na caracterização quanto ao

atual processo inclusivo e à compreensão das diversas concepções dos profissionais

sobre a cultura organizacional inclusiva e análise documental, para caracterização da

proposta pedagógica em desenvolvimento na escola. Assim, este estudo se desenvolve

de maneira crítico-reflexiva, transitando pelas questões que possibilitam o debate acerca

da escola pública que demanda ser inclusiva, o que historicamente não tem sido.

Palavras-chaves: Educação bilíngue/bicultural; Inclusão escolar; Alunos surdos.

PROJETO 8: Formação de professores e educação inclusiva:

experiências do instituto de educação prof.º Moysés Henrique dos

Santos/São João de Meriti/RJ Keilla de Oliveira Fernandes (Mestrado/CAPES)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo

58

Este projeto volta-se à avaliação da formação de professores, das políticas públicas de

educação especial na perspectiva da inclusão de alunos com deficiência, tendo como

objeto de estudo o Curso de Formação de Professores do Instituto de Educação

Professor Moysés Henrique dos Santos, localizado em São João de Meriti/RJ. Insere-se

no projeto de pesquisa ‘Políticas públicas de educação especial no Estado do Rio de

Janeiro: desafios da inclusão escolar de alunos com deficiência’, coordenado por minha

orientadora, vinculando-se às linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em

Educação/UFF, do Campo de Confluência Políticas Públicas, Movimentos Instituintes e

Educação. Apresenta como questão central a discussão sobre a educação inclusiva no

combate à exclusão escolar e as possibilidades da formação do professor para a

efetivação da inclusão escolar e organização de escolas democráticas. Seus objetivos

são: Avaliar o Curso de Formação de Professores do Instituto de Educação Moysés

Henrique dos Santos/São João de Meriti/RJ no que se refere ao projeto político

pedagógico, currículo escolar e estágios como espaços de formação dos futuros

professores; Descrever o currículo do Curso no que se refere às disciplinas que

contemplam a educação especial e a inclusão de alunos com deficiência, quanto à carga

horária, as concepções de educação especial/inclusiva e conteúdos relativos às políticas

de inclusão e; Identificar as concepções de educação inclusiva e inclusão escolar de

alunos com deficiência dos professores que atuam no Curso e dos estudantes, futuros

professores. Quanto aos resultados e perspectivas deste estudo, destacam-se às

impressões, à identificação das atitudes de futuros professores quanto à segregação dos

alunos com deficiência na escola pública com base nos conhecimentos adquiridos no

referido curso; à identificação de políticas públicas implementadas no município de São

João de Meriti/RJ; à verificação das contribuições do curso de formação de professores

na organização de escolas inclusivas; à caracterização das adaptações curriculares,

atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais que

permitem o acesso à aprendizagem e a democratização da escola pública na perspectiva

da educação inclusiva, ou seja, oferecendo aos futuros professores os elementos

necessários para sua formação docente, tendo a reflexão sobre sua prática docente como

fundamental para sua atuação profissional.

Palavras-chave: Curso de formação de professores; Políticas públicas de educação

especial/inclusiva; Inclusão escolar.

59

PROJETO 9: Educação inclusiva na escola pública: formação de

professores e implementação de políticas públicas Priscilla Millar Ridell (mestrado/CAPES)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo

Este projeto de dissertação refere-se à discussão sobre os movimentos na educação em

prol da formação de professores e a organização da escola, com vistas à inclusão de

alunos com deficiência. Para tal, problematiza a implementação das políticas públicas

de educação da SEEDUC/RJ para a inclusão no Município de Niterói/RJ. Essas

políticas são relacionadas à atuação do Núcleo de Apoio Pedagógico

Especializado/NAPES/Niterói e ao funcionamento de uma sala de recursos

multifuncionais, por intermédio do atendimento educacional especializado, como

suporte à inclusão de alunos com deficiência em uma escola estadual. Este estudo

vincula-se às linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação/UFF, do

Campo de Confluência Políticas Públicas, Movimentos Instituintes e Educação e ao

Projeto de Pesquisa/CAPES, coordenado por minha orientadora, ao considerar ser

essencial pensar sobre a escolarização dos alunos com deficiência e a formação dos

professores na perspectiva inclusiva. Tem como referencial teórico-metodológico a

teoria crítica da sociedade com base no pensamento de Adorno e Horkheimer, quanto à

compreensão e análise da educação, formação, cultura e preconceito contra os alunos

com deficiência na escola pública.

Palavras-chave: Educação inclusiva; Formação de professores; Políticas públicas.

PROJETO 10: Centro de apoio pedagógico para atendimento às

pessoas com deficiência visual/Cap/São Gonçalo/RJ: atendimento

educacional especializado como suporte à inclusão escolar de alunos

com deficiência visual Wesley Soares Guedes de Moraes (Mestrado/CAPES)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo

Neste estudo considera-se o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às

Pessoas com Deficiência Visual/CAP, situado em São Gonçalo/RJ, instituição vinculada

ao MEC/SEEsp, que atua no apoio à implementação da Política Nacional de Educação

60

Especial na perspectiva inclusiva/2008, por meio de serviços de atendimento

pedagógico especializado e suplementação didática aos professores e escolas com

inclusão de alunos com deficiência visual (cegos e baixa visão), como também

programas de formação continuada de professores. Assim, este estudo apresenta como

eixo, a discussão dos processos de inclusão de alunos com deficiência visual no ensino

regular. Para tal, avalia as contribuições do CAP aos professores e escolas da rede

estadual do ensino/RJ no que se refere ao apoio pedagógico especializado no processo

de inclusão de alunos com deficiência visual. Como referencial teórico tem-se a teoria

crítica da sociedade, com destaque para os pensadores Adorno e Horkheimer, como

também autores como Costa, Crochík, Larrosa e Skliar. Como procedimentos de análise

dos dados, o CAP é caracterizado como espaço de oportunidades inclusivas para alunos

cegos e com baixa visão no acesso aos recursos pedagógicos especializados, necessários

à sua aprendizagem na escola inclusiva. São aplicados questionários e entrevistas semi-

estruturadas para obtenção das opiniões dos professores sobre suas experiências com

alunos cegos/baixa visão em sala de aula inclusiva e como eles consideram o apoio

pedagógico oferecido pelo CAP. Como resultados parciais, foi verificado que o CAP é

uma instância necessária à inclusão de alunos com deficiência visual, por intermédio do

atendimento educacional especializado. Os dados relativos aos programas de formação

continuada de professores oferecidos pelo CAP e o processo de inclusão na escola

regular, ainda estão sendo analisados.

Palavras-chave: Atendimento educacional especializado, Alunos com deficiência

visual; Educação inclusiva.

PROJETO 11. Programa ‘Escola Acessível’: Sua Implementação Em

Uma Escola Municipal De Itaboraí/ Rj Lívia Maria Affonso da Veiga (Mestrado/CAPES)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa/UFF

Resumo d

O presente estudo está diretamente vinculado ao projeto “Políticas públicas de

educação especial do Estado do Rio de Janeiro: desafios da inclusão escolar de alunos

com deficiência”, coordenado por minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da

Costa. Tendo como objeto de estudo, o Programa ‘Escola Acessível’, podemos perceber

que ele faz parte de um processo histórico da educação brasileira, no que se refere à

61

educação dos indivíduos com deficiência. Pois, o Governo Federal, por intermédio da

SEESP/MEC, vem realizando ações e políticas, resultantes de fóruns de discussões e

acordos mundiais acerca da educação inclusiva. Tais eventos, em linhas gerais,

fundamentam-se na concepção de direitos humanos, que conjugam igualdade e

diferença como valores indissociáveis e que avançam quanto à idéia de equidade

formal, ao contextualizar as circunstâncias da produção da exclusão dentro e fora da

escola. Propondo, assim o acesso e permanência dos alunos com deficiência na escola,

agora orientada para ser inclusiva. Nesse contexto, o Programa ‘Escola Acessível’ está

diretamente ligado ao Decreto 5.296/2004, que estabelece normas gerais e critérios

básicos para a promoção da acessibilidade dos alunos com deficiência ou com

mobilidade reduzida. Este estudo se justifica devido à necessidade de tornar o espaço

físico escolar acessível a todos os alunos. Para que assim, de fato, as demais propostas

de inclusão educacional tenham êxito nas instituições de ensino. Seus objetivos são

caracterizar: a implementação do Programa ‘Escola Acessível’/SESP/MEC na Escola

Municipal Izaura Zainotti Peccini/Itaboraí/RJ; a acessibilidade física e arquitetônica

para alunos com deficiência física e sensorial (cegueira e surdez); a organização

curricular para atendimento à diversidade de aprendizagem dos alunos com deficiência

sensorial e física; os métodos de ensino e recursos pedagógicos adaptados às diferenças

de aprendizagem dos alunos com deficiência sensorial e física, oferecidos na sala de

recursos multifuncionais e; a formação dos professores para atuarem em salas

inclusivas. Esse estudo poderá contribuir para a organização pedagógica que atenda às

diferenças de aprendizagem dos alunos com deficiência na escola pública.

Palavras–chave: Programa ‘Escola Acessível’; Educação inclusiva; Atendimento

educacional especializado e acessibilidade arquitetônica.

62

8. TERMO DE COMPROMISSO DOS PARTICIPANTES QUANTO À CONCORDÂNCIA PARA O CUMPRIMENTO E A EXECUÇÃO DO PROJETO

Em virtude da restrição colocada no edital em relação ao volume do arquivo

final dos projetos, não será possível anexar a este documento todos os termos de

compromisso. Entretanto, será enviado em anexo separado os termos de compromisso

assinados pelos outros 24 pesquisadores componentes da rede, a saber:

1. Alexandra Ayach Anache

2. Anamaria Silveira

3. Aristonildo Chagas Araújo Nascimento

4. Denise Meyrelles de Jesus

5. Dulcéria Tartuci

6. Fabiana Cia

7. Hildete Pereira dos Anjos

8. Isa Regina dos Santos Anjos

9. Ivanilde Apoluceno de Oliveira

10. Lúcia de Araújo Ramos Martins

11. Maria Cristina Marquezine

12. Maria Júlia Canazza Dal Acqua

13. Marinalva Oliveira

14. Mônica Pereira dos Santos

15. Morgana Agostini Martins

16. Neiza de Lourdes Frederico Fumes

17. Rosangela Gavioli Prieto

18. Solange Rodovalho

19. Sonia Bertoni

20. Sonia Lopes Victor

21. Theresinha Guimarães Miranda

22. Valdelúcia Alves da Costa

23. Vera Lúcia Messias Fialho Capellini

24. Windyz Ferreira

63

9. OUTRAS INFORMAÇÕES

Estarão vinculados ao ONEESP 32 grupos de pesquisas, aos quais se integram o

conjunto dos 2 pesquisadores da rede, a saber:

1. A inclusão da pessoa com deficiência e os contextos de aprendizagem e

desenvolvimento – UNESP

2. Aleph - Programa de Pesquisa, Aprendizagem-ensino e Extensão em Formação

de Profissionais da Educação – UFF

3. Aprendizagem, escolarização e desenvolvimento humano - UNB

4. Base de Pesquisa sobre Educação de Pessoas com Necessidades Especiais -

UFRN

5. Centro de Investigação e Estudos em Educação (CIEEd) – UFG

6. Centro sobre Inclusão Escolar, Síndrome de Down e Necessidades Educacionais

– UNIFAP

7. Desenvolvimento Humano e Educação Especial – UFMS

8. Desenvolvimento infantil: avaliações e intervenções psicoeducativas e em

situações de crise – UNESP

9. Educação Especial: abordagens e tendências - UFES

10. Educação Especial: contextos de formação e práticas pedagógicas – UNESP

11. Educação Especial: formação, práticas pedagógicas e políticas de inclusão

escolar- UFES

12. Educação Inclusiva e Necessidades Educacionais Especiais - UFBA

13. Educação para inclusão - UEL

14. Educação Popular - UEPA

15. Grupo de Estudo Dimensões do Esporte Adaptado – UEL

16. Grupo de Estudos e Extensão em Atividade Motora Adaptada (GEEAMA) -

UFAL

17. Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Inclusiva GEPEI - UFGD

18. Grupo de Estudos e Pesquisas do Núcleo de Educação Especial (GEP/NEES) –

UFPA

19. Grupo de Estudos e Pesquisas Identidades e Alteridades: Desigualdades e

Diferenças na Educação (GEPIADDE) – UFS

20. Grupo de Pesquisa em Avaliação, Política, Gestão e Organização da Educação -

APOGEU – UFS

64

21. Grupo de Pesquisa em Inclusão Escolar da Pessoa com Deficiência – UFS

22. Grupo de Pesquisa sobre Formação de Recursos Humanos em Educação

Especial -UFSCAR

23. LaPEADE - Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à

Diversidade em Educação - UFRJ

24. Núcleo de Estudo em Educação e Diversidade (NEEDI) – UFAL

25. Núcleo de Estudos em Planejamento e Metodologias do Ensino da Cultura

Corporal – UFU

26. Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Atividade Física e Saúde -

UFU

27. Políticas de Educação Especial – USP

28. Políticas em Educação: Formação, Cultura e Inclusão – UFF

29. Políticas Públicas, Educação E Inclusão Social - UEPA

30. Práticas Educativas e Inclusão - UFG

31. Práticas educativas na família e na escola: Impactos no desenvolvimento infantil

(UFSCAR)

32. PROCACE- Projeto de Estudo do Comportamento e Aprendizado da Criança na

Escola –UFGD

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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recursos de tecnologia assistiva para profissionais. 2006. Iniciação Científica.

(Graduando em Terapia Ocupacional) - Universidade Federal de São Carlos, Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

BRANCO, Renata de Freitas. Paralisia cerebral e diferentes tipos de escolarização: o

cotidiano das crianças. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em

Psicologia) - Universidade Federal de São Carlos.

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Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf.

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de 2008.

BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento

educacional especializado. Presidência da República/Casa Civil/Subchefia para Assuntos

Jurídicos. Brasília. 2008.

BRASIL. Documento subsidiário à política de inclusão / Simone Mainieri Paulon,

Lia Beatriz de Lucca Freitas, Gerson Smiech Pinho. –Brasília : Ministério da Educação,

Secretaria de Educação Especial, 2005. Disponível em

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/docsubsidiariopoliticadeinclusao.pdf .

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da

educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de

dez. 1996. Seção 1. 1996.

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educacional especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial .

Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. 2009. D.O.U. de

24/9/2009, Seção 1, Pág. 13. 2009.

BRASIL. Resolução CNE/CP Nº 1 de 2006. Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Brasília: Conselho Nacional de

Educação. 2006.

BRASIL. Resolução Nº 02/2001. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

Educação Básica. Brasília. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação

Básica. 2001.

BRASIL/ RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 Institui Diretrizes

Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,

modalidade Educação Especial. Ministério da Educação/Conselho Nacional de

Educação/ Câmara de Educação Básica. 2009. Disponível em

http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf.

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MEC-Secretaria de Educação Especial, 2002

CABRAL, Leonardo. S. A. A legislação brasileira e italiana sobre a Educação

Especial: da década de 1970 aos dias atuais. Dissertação de Mestrado do Programa de

pós-graduação de Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar,

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CAPELLINI ,Vera Lúcia Messias Fialho. A inclusão de alunos com necessidades

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