8
Nono poema da obra Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, lida durante a Semana de Arte Moderna de 22 Integrantes do grupo: João Pedro Queiroga Zancanaro Giuliano Vieira Martins Pedro Rapôso Ciarlini Gabriel Valls de Salles Ode ao burguês

Ode ao b urguês

  • Upload
    abdalla

  • View
    33

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Ode ao b urguês. Nono poema da obra Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, lida durante a Semana de Arte Moderna de 22 Integrantes do grupo: João Pedro Queiroga Zancanaro Giuliano Vieira Martins Pedro Rapôso Ciarlini Gabriel Valls de Salles. Título. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Ode  ao b urguês

Nono poema da obra Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, lida durante a Semana de Arte Moderna de 22

Integrantes do grupo:João Pedro Queiroga ZancanaroGiuliano Vieira MartinsPedro Rapôso CiarliniGabriel Valls de Salles

Ode ao burguês

Page 2: Ode  ao b urguês

Título

• ODE - poema lírico cujas estrofes possuem versos com mesma medida e com caráter animador e entusiástico. Sua simetria e perfeição podem ser associados ao erudito. • Impressão inicial de homenagem• Quem é o burguês? • Insulto transforma-se em ódio: gradação• ÓDIO AO BURGUÊS x ODE AO BURGUÊS

Page 3: Ode  ao b urguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês!

A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas!

O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Níquel: dinheiro, valor, elite, não-popularDigestão: transformações de uma cidade burguesaNádegas: HedonismoFrancês, brasileiro, italiano: todo e qualquer burguêsCauteloso pouco-a-pouco: lentidão, equilíbrio -> tradicional

Análise do texto

Page 4: Ode  ao b urguês

Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!

que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos

para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os "Printemps" com as unhas!

Barões lampiões: Condes Joões: nobres de origem humildeDentro de muros: conforto, equilíbrio.Gemem sangues: fazem os proletários sofrerem para que sua prole possa ter prazer com coisas fúteis.

Page 5: Ode  ao b urguês

Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!

Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros!

Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais

o èxtase fará sempre Sol!

Burguês-funesto: que sente aflição, morte. -> PESSIMISMODono das tradições: recusa as tradiçõesAlgarismam: neologismo, relacionando o amanhã com númerosFará Sol? Choverá? Arlequinal: neologismo com o personagem Arlequim do Bumba-meu-boi. A dúvida, a incerteza, o valor dado ao futuro pertencem ao popular.O èxtase fará sempre Sol: o não-racional, o emocionalmente fora de si sempre brilhará -> triunfo

Page 6: Ode  ao b urguês

Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais!

Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!

"–Ai, filha, que te darei pelos teus anos? –Um colar... –Conto e quinhentos!!!

Mas nós morremos de fome!“

Morte: gradação do insulto. Grito de guerra e revolução.Adiposidades cerebrais: o erudito não faz esforço para pensar, para criticar.“Ai, filha...de fome”: oralidade, informalidade e, na fala, aceitação da miséria pela futilidade.

Page 7: Ode  ao b urguês

Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais!

Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares!

Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!

Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais!

De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha!

Todos para a Central do meu rancor inebriante

Come-te: Devore-se, burguêsÓdio: gradação do desejo de morte, advinda da interjeição Oh!Relógios, somas, sem desfalecimentos nem arrependimentos:crítica ao equilíbrio, à razão, ao dinheiro, à indiferençaDe mão nas costas...Todos para a Central do meu rancor inebriante:Convocação, a partir do ritmo tradicional, para o moderno, para recusar o tradicional e mudar.

Page 8: Ode  ao b urguês

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão!Fora! Fu! Fora o bom burgês!....” Ódio: irá se reproduzir, é periódico e não irá perdoar o burguêsReticências: muito ainda virá.O eu-lírico termina seu manifesto clamando pelo fim da burguesiaUso intenso, ao longo do texto, de anáforas para dar ritmo ao texto, e hipérboles para exaltar a emoção.

Função da linguagem predominante: emotiva.

FIM