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Entrevista www.odontomagazine.com.br Ano 1 - N° 5 - Junho de 2011 Saúde bucal e qualidade de vida

Odonto Magazine #05

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Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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Entrevista

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Saúde bucal e qualidade de vida

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Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

Gerência GeralMarcela Petty

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7502

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7761

Atendimento GeralNatalia Piedade

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7765

ArteChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7760

Débora Beckere. [email protected]

t. + 55 (11) 4197.7509Wesley Costa

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7763

Web / ProgramaçãoWander Martins

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7762

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Pacca

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7507

Diretora CientíficaDra. Lusiane Borges

e. [email protected]

Conselho CientíficoAugusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Éber Fel-trim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Rodolfo Candia Alba Jr., Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal infor-mações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de odonto-logia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 1 • N° 5 • Junho de 2011

Editorial

Ciência, tecnologia e qualidade de vida

Temos imenso prazer em participar da construção desse novo canal de comunicação que alia ciência, tecnologia e qualidade de vida.A Odonto Magazine está crescendo em passos largos, e a cada edição o retorno de

leitores e parceiros têm sido surpreendente.Nosso quinto número traz uma enorme diversidade de assuntos.Em Reportagem temos o tema “Sedação Consciente”, com a participação do Dr. José Reynal-do Figueiredo, da Dra. Danielle Monsores Vieira e do Dr. Marcelo Diniz de Pinho, abordando a técnica, as indicações e as contraindicações do procedimento.Em Entrevista temos como discussão em destaque a “Saúde bucal e qualidade de vida”, com o Dr. Francisco Xavier Paranhos Coêlho Simões.No Espaço Equipe, Dra. Marina Montenegro aborda a humanização na Odontologia e a rela-ção do ASB e TSB com o atendimento humanizado.Em Relacionamento abordamos o Projeto Saúde Bucal nas Estradas Brasileiras, que atende ca-minhoneiros e populações carentes de todo Brasil, em parceria com a Ford, Gnatus e Johnson.Em Ponto de Vista temos a Dra. Lúcia Coutinho falando sobre Odontohebiatria em uma visão psicológica.Nossas Colunas desta edição estão bem diversificadas:

» Odontologia na UTI: O papel do cirurgião-dentista UTI, com a Dra. Cláudia Monteiro Santos Sousa, Dr. Ronaldo Homero Sanches Hidalgo e Dra. Eliane Gomes Leal.» Periodontia: O segredo do sucesso, com a Dra. Regina Auxiliadora de Amorim Marques.» Gestão Odontológica - Planejamento financeiro, com a Dra. Shirlei Cristina Devesa.

Em Especial - Implantodontia temos o Dr. Carlo Trivoli mostrando os benefícios da técnica, apontando o surgimento de uma nova era para a especialidade no Brasil.Em Casos Clínicos contamos, mais uma vez, com assuntos diversos e interessantes. O tema “Cirurgia de levantamento de seio maxilar e instalação imediata de implantes Sistema KOPP®”, com Dr. Hésio Magri de Lacerda e Dra. Evelyn M. Juri de Rezende. “Excelência estética do sorriso: novos conceitos e tecnologias em Implantodontia”, com Dr. Fábio J. B. Bezerra, Dr. Ariel Lenharo e Dr. Luciano Castellucci. O caso clínico “ Laminados cerâmicos minimamente invasivos”, com os autores Dra. Maristela Lobo, Dr.Ariovaldo Stefani, Dr. Sér-gio Siqueira Júnior, Dr. Carlos Eduardo Pena e Dr. Oswaldo Scopin de Andrade.Agradecemos o valioso apoio de nosso corpo científico e patrocinadores e desejamos a todos uma proveitosa leitura!

Dra. Lusiane BorgesDiretora Científica

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Reportagem Sedação consciente: mais conforto para o paciente

EntrevistaSaúde bucal e qualidade de vida

Espaço equipeA humanização da OdontologiaMarina Montenegro Rojas

RelacionamentoSaúde bucal nas estradas brasileiras

Ponto de vistaOdontohebiatria: uma visão psicológicaLúcia Coutinho Porto

ColunistasGestão Shirlei Cristina Devesa

Odontologia na UTIClaudia Monteiro Santos Sousa, Ronaldo Ho mero Sanches Hidalgo e Eliane Gomes Leal

PeriodontiaRegina Auxiliadora de Amorim Marques

Casos ClínicosCirurgia de levantamento de seio maxilar e instalação imediata de implantes Sistema KOPP®Hésio Magri de Lacerda e Evelyn M. Juri de Rezende

Excelência estética do sorriso: novos conceitos e tecnologias em ImplantodontiaFábio J. B. Bezerra, Ariel Lenharo e Luciano Castellucci

Laminados cerâmicos minimamen-te invasivos Maristela Lobo, Ariovaldo Stefani, Sér-gio Siqueira Júnior, Carlos Eduardo Pena e Oswaldo Scopin de Andrade

Normas para publicação

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Editorial

Programe-se

Notícias

Produtos e serviços

Especial: Implantodontia

SumárioJunho de 2011 • Edição: 05

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Casos ClínicosCirurgia de levantamento de seio maxilar e instalação imediata de implantes Sistema KOPP®Hésio Magri de Lacerda e Evelyn M. Juri de Rezende

Excelência estética do sorriso: novos conceitos e tecnologias em ImplantodontiaFábio J. B. Bezerra, Ariel Lenharo e Luciano Castellucci

Laminados cerâmicos minimamen-te invasivos Maristela Lobo, Ariovaldo Stefani, Sér-gio Siqueira Júnior, Carlos Eduardo Pena e Oswaldo Scopin de Andrade

Normas para publicação

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6 junho de 2011

Programe-se

Julho20º Congresso Internacional de Odon-tologia do Rio de Janeiro - CIORJ

20 a 23 de julho de 2011Com um público estimado de 55.000 parti-cipantes, o CIORJ apresentará riquíssimo conteúdo científico, além de grandes opor-tunidades de negócios.

Barra da Tijuca – RJwww.ciorj.org.br

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AgostoCongresso Odontológico da Paraíba

04 a 06 de agosto de 2011O evento contará com conteúdo científico ministrado por renomados profissionais das mais diversas especialidades da odontologia.

João Pessoa – PBwww.abopb.com.br

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V Congresso de Ortopedia da CBOFM

21 a 24 de agosto de 2011 O evento contará com uma programação científica impecável, e será palco da come-moração dos 10 anos da Ortopedia Funcio-nal dos Maxilares como especialidade odon-tológica.

Termas do Rio Quente - GOwww.cbofm.com.br

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XVI Reunião Científica Dor e Disfun-ção da AILDC

25 a 28 de agosto de 2011 O tema central da reunião é a atualização so-bre o diagnóstico e tratamento da DTM e Dor Orofacial.

Termas do Rio Quente - GOwww.aildc.net

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Programe-se

Setembro1º Congresso Internacional de Odon-tologia  da ABO-SP – CINOSP

04 a 07 de setembro de 2011 O congresso contará com 80 dos mais reno-mados professores, clínicos e pesquisadores da odontologia internacional e nacional, que apresentarão as mais recentes tendências, técnicas inovadoras e os últimos lançamen-tos em materiais e equipamentos.

São Paulo - SPwww.abosp.org.br/cinosp

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FDI Annual Dental World Congress

14 a 17 de setembro de 2011“Novos Horizontes da Saúde Oral” é o tema do programa científico do congresso. Além do programa científico, a feira co-mercial paralela ao congresso apresentará centenas de expositores de todo o mundo. A experiência ficará completa com uma visita turística aos inúmeros pontos de in-teresse do México, a começar pela famosa cozinha e espólio cultural.

Cidade do México – Méxicowww.fdi2011.org

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19º Conclave Odontológico Interna-cional de Campinas

21 a 23 de setembro de 2011O COIC é um evento científico com apre-sentação de trabalhos de pesquisas, ca-sos clínicos, tendências, procedimentos ao vivo com pacientes, demonstração de técnicas com materiais, equipamentos e medicamentos, além de recursos em diag-nóstico e prevenção.

Campinas – SPwww.acdc.com.br

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16º Congresso Internacional de Odon-tologia de Goiás - CIOGO

21 a 24 de setembro de 2011Serão mais de 1.000 horas de atividades cien-tíficas distribuídas entre cursos internacio-

nais, nacionais, integrados, ‘hand’s on’, con-ferências, videoconferências internacionais, fóruns acadêmico, científico e clínico, painéis, simpósios, temas livres e reuniões paralelas.

Goiânia – GOwww.ciogo.com.br

Outubro11º Congresso Internacional de Odon-tologia do Paraná (XI CIOPAR)

06 a 08 de outubro de 2011O XI Ciopar foi lançado oficialmente no dia 6 de dezembro do ano passado, durante co-quetel na sede da ABO/PR. O lançamento serviu para apresentar o evento aos futuros congressistas, expositores e profissionais li-gados à Odontologia.

Curitiba-PRwww.ciopar.com.br

12º Congresso Internacional de Téc-nicos em Prótese Dentária da APDESP

27 a 29 de outubro de 2011Os participantes terão a oportunidade de seguir as mais recentes atualizações e avan-ços nos principais temas da prótese dentá-ria. Ministradores nacionais e internacionais apresentarão cursos e conferências sobre as atualidades e novas técnicas.

São Paulo-SPwww.apdesp.org.br

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Novembro4º Congresso Maranhense de Odontologia

09 a 12 de novembro de 2011O congresso realizado pela Associação Bra-sileira de Odontologia (ABO) seção Mara-nhão terá como tema: “Evidência Científica e Inovações Tecnológicas na Prática Odonto-lógica”.

São Luís – MAwww.abo.ma.com.br

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8 junho de 2011

Notícias

A 18ª edição da Hospitalar, o mais importante encontro de empresários e profissionais do setor de saúde das Américas, atraiu para São Paulo, nos dias 24 a 27 de maio, mais de 89.000 visitas profissionais, principalmente de diretores e gestores de hospitais, cirurgiões-dentistas, enfermeiros, médicos, distribuidores, industriais do setor e compradores internacionais.

Hospitalar: negócios e relacionamento no setor de saúde

A área de exposição do evento contou com a presença de 1.250 empresas, de mais de 30 países, ocupando 82.000 m2 nos pavilhões do Expo Center Norte. Nos

quatro dias de feira, foi apresentado o que de melhor existe em matéria de saúde mundial para utilização em hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios. O mercado brasileiro de saúde tem apresentado evolução acelerada nos últimos anos, graças à constante expansão de hospitais e estabelecimentos prestadores de serviços, que investem em equipamentos, ampliações e novos empreen-dimentos, em um setor que movimenta hoje cerca de 8% do PIB nacional. A médica e empresária Waleska Santos, fundadora e presi-dente da Hospitalar, destacou que a feira se tornou um even-to imprescindível na agenda de empresários e profissionais de saúde do mundo todo. “A Hospitalar promove negócios e fomenta as relações entre a indústria fornecedora e diretores

Ao lado da presidente e fundadora da Hospitalar, Dra. Waleska Santos, participaram da solenidade de inauguração o Ministro da Saúde e Presidente do Conselho Nacional de Saúde, Alexandre Padilha; o secretário da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri; o secretário de Saúde da cidade de São Paulo, Januário Montone, os presidentes da ANS, Anvisa, deputados federais e os presidentes de quase 20 entidades representativas da cadeia da saúde

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de hospitais, clínicas e profissionais de saúde. É o grande ponto de encontro anual do setor hospitalar nas Américas”, disse Waleska Santos.

Visitantes de 60 países A presença de compradores internacionais na Hospitalar cresce mais de 20% a cada ano. O grande número de visitan-tes internacionais confirma que os compradores de todo o mundo consideram a feira um evento indispensável na agen-da mundial de saúde.A feira funciona também como uma plataforma de negócios para os fornecedores mundiais com os mais importantes compradores da América Latina. Basta mencionar que entre os 15 países com maior representatividade entre os visitan-tes da última edição, 12 eram latino-americanos: Argentina, Brasil, Perú, Chile, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Ve-nezuela, México, Equador e Costa Rica.

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9junho de 2011

Notícias

Dr. João Rubens Montenegro falando sobre as melhoras nos processos empresarias em odontologia

Movimento dos visitantes na área dos expositores

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Mas a área de influência do evento é muito maior, compro-vada pela diversidade de países visitantes: Canadá, China, República Checa, França, Finlândia, Alemanha, Estados Uni-dos, Indonésia, Irã, Coreia do Norte, Rússia, Arábia Saudita, Angola, Inglaterra, Paquistão e muitos outros.

OdontoBrasilReunindo marcas líderes do setor, a OdontoBrasil 2011 - 7ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Odontologia - ofereceu uma diversificada amostragem do que existe de mais novo em produtos, equi-pamentos e serviços para clínicas, consultórios odontológi-cos e laboratórios de prótese. Durante os quatro dias de evento, o profissional de saúde bucal encontrou uma excelente oportunidade de negócios e de relacionamentos.

Eventos simultâneosA Hospitalar contou com 60 eventos simultâneos para atuali-zação profissional, entre congressos, seminários, workshops e reuniões setoriais, com foco em gestão e otimização dos recursos financeiros e humanos dos estabelecimentos de saúde. A Hospitalar também apresentou eventos direciona-dos aos profissionais de saúde bucal.

Fórum sobre Gestão em Odontologia estimula empresários da áreaA terceira edição do evento foi focada na concentração de orientações técnicas e de gestão para empresários da área odontológica, seja, clínicas ou redes de serviços e/ou franquias. Organizado pela Hospitalar e coordenado por Dr. João Rubens Montenegro e Dr. Luiz Renato de Melo Paz, o evento ofereceu palestras e debates com profissionais renomados do mercado para estimular o lado empreendedor dos dentistas, para que eles vejam o seu consultório como um negócio de sucesso.Na abertura oficial, o Dr. João Rubens Montenegro agrade-ceu a parceria da Hospitalar e frisou a necessidade de atua-lizar gestores na área para acompanharem o crescimento e modernização do mercado. “A gestão em Odontologia não se deve debater apenas nas universidades, por isso, criarmos instâncias de discussão neste Fórum para melhorar os processos empresariais”, disse Dr. Montenegro, anunciando a primeira palestra do evento, que foi apresentada pelo cirurgião-dentista, Plínio Augusto

Thomaz, um dos profissionais master em empreendedoris-mo e inovação que falou sobre “Odontologia como Negócio”.Pós-graduado em Marketing, com especialização em Saúde Pública e Administração Hospitalar, Dr. Plínio Augusto, que também dirige a Tomaz Soluções em Gestão e Marketing, dis-se que além dos tratamentos, o dentista tem que se preocupar também com a qualidade técnica clínica e formato do atendi-mento. “Como o comportamento de compra influencia mui-to na escolha do profissional, é justamente neste momento que o empresário tem que gerar oportunidades de envolver os clientes, criando expectativas e desejos, além das possibi-lidades de escolhas. O segredo do sucesso começa aí”, disse.

Prêmio SINOG destaca profissionais da Odontologia Como forma de incentivar e promover o trabalho da classe odontológica no Brasil, tanto no setor acadêmico quanto no profissional, o SINOG – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo realizou durante o jantar da Hospitalar a entrega do “10º Prêmio SINOG de Odontologia”, em duas categorias: Estudante de Odontologia e Cirurgião-Dentista.O primeiro prêmio da noite, entregue pelo presidente do SINOG, Carlos Roberto Squillaci, foi da categoria Estudante de Odonto-logia, conferido à Lilian Lessa França, do sétimo período do Cur-so de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Lilian é autora do trabalho intitulado “Perspectivas e proposições para o uso das novas tecnologias em imagem como forma de melho-rar a qualidade do relacionamento entre credenciados e operadoras e da prestação dos serviços em saúde”. Ela recebeu um prêmio de oito mil reais, além de troféu e diploma.Na categoria Cirurgião-Dentista, o premiado foi o Dr. Rowan do Vale Vilar, da cidade do Rio de Janeiro. Dr. Rowan é o au-tor do trabalho intitulado “Valorização da Odontologia: ações que contribuam para a ampliação e fidelização da rede credenciada das operadoras e que aprimorem a qualidade dos serviços prestados aos beneficiários dos planos odontológicos”. O premiado recebeu o valor de 13 mil reais, troféu e diploma, além do troféu de professor-orientador, pelo trabalho da es-tudante Lilian França, vitorioso neste ano.Como forma de homenagear a unidade de ensino superior e o corpo docente do Curso de Odontologia, o SINOG também entregou à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o tro-féu do Prêmio SINOG Trabalho Acadêmico.www.hospitalar.com

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10 junho de 2011

Notícias

A Faculdade Ingá Santo Amaro está com inscrições abertas para os cursos de especialização e aperfeiçoamento direcionados ao cirurgião-dentista e à equipe auxiliar.

Especialização em Implantodontia - Uningá - Registro MEC e CFOCoordenação: Dr. Reginaldo Migliorança e equipe.Início: junho de 2011, com duração de 24 meses.Aperfeiçoamento em Implantodontia – Módulos - Full TimeCoordenação: Dr. Reginaldo Migliorança e equipe.Início: junho de 2011, com duração de nove meses.Especialização em Ortodontia - Uningá - Registro MEC e CFOCoordenação: equipe do Dr. Miguel Neil Benvenga - Dr. SylvioGonçalves Filho e Dra. Regina Rossi Gonçalves.

Início: junho de 2011, com duração de 36 meses.Curso de Capacitação para Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) – Registro CFO/CROCoordenação: Dra. Lusiane Borges e equipe.Início: junho de 2011, com duração de seis meses.Intensivo Teórico-Prático de Biossegurança e Esterilização para CDs e Equipe Auxiliar (TSB, ASB e secretária)Ministradora: Dra. Lusiane Borges.Data: 30 de julho de 2011 - sábado.Carga horária: 8 horas - material didático incluído.*** Descontos especiais para alunos e ex-alunos***

A instituição é localizada na Rua Izabel Schimidt, 118 (esquina com a Av. Adolfo Pinheiro, 220), em Santo Amaro, SP. Mais informações sobre a grade curricular e o investimento podem ser obtidas por meio dos telefones: (11) 2619-5390, 2361-2342 ou 2361-2145.

Novos cursos: especialização para CD e capacitação para ASB

O Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo (SOESP) realizou uma nova mesa redonda em sua sede, em São Paulo, para discutir as primeiras propostas de um valor mínimo a ser pago pelas operadoras de planos de saúde para cada procedimento odontológico prestado. O encontro, realizado recentemente, que retomou o debate iniciado em 23 de maio, foi coordenado pelo presidente do SOESP, Dr. Pedro Petrere. Durante a mesa redonda, ficou estabelecida a criação da “Co-missão do Piso Mínimo”, que será formada por cirurgiões-dentistas sindicalizados e ficará responsável por levantar informações e criar tabelas de custos, base de honorários e índices de reajustes anuais. O grupo se reunirá periodicamente para avaliar e discutir os dados levantados e, posteriormente, os encaminhará ao Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (SINOG) como proposta para obtenção de um valor mínimo a ser repassado pelos atendimentos odontológicos prestados pelos cirurgiões-dentistas. “Nós iremos negociar em todos os níveis. Queremos dos convênios um valor que seja sustentável, garantido e pré-estabelecido”, salientou o presidente do SOESP, Dr. Pedro Petrere.O sindicato monitorará o andamento da “Comissão do Piso Mínimo” e deve se reunir novamente com os membros que a compõem, assim que o levantamento for concluído. www.soesp.org.br

SOESP cria ‘Comissão do Piso Mínimo’

O ‘Serra Sorrindo’ prevê a distribuição de cartilhas, treinamento de professores, atividades lúdicas, além de outras iniciativas socioeducativas. Em uma ação conjunta das secretarias de Saúde e Educação do município Serra (ES), foi lançado o projeto Serra

Sorrindo. A iniciativa tem como objetivo ensinar os fundamentos da saúde bucal a quase cinco mil alunos de primeira a quarta série de nove escolas do município.

O projeto inicial foi concebido com a participação da especialista em Saúde Coletiva e Odontopediatria, Marisa Galvão, e também da Odontopediatra, Débora Domingues Gonçalves. A experiência já foi aplica-

da em uma escola do bairro de Feu Rosa e agora será expandida ao restante do município.O Serra Sorrindo prevê a distribuição de cartilhas desenvolvidas apropriadamente para cada série escolar,

ensinando, por meio de recursos lúdicos, a importância de cuidar da saúde bucal. Além disso, o projeto prevê a orientação dos 181 professores que atuam no ensino fundamental da cidade sobre como abordar o assunto em sala de aula. Também há atividades, como teatro, música, poesia, exposições, desenhos, brincadeiras, jogos, entre outras.A iniciativa tem ainda a intenção de levar às crianças informações que vão além da saúde bucal. Noções de cidadania, bons hábitos alimentares, importância da saúde corporal e meio-ambiente são alguns dos assuntos que também serão abordados pela ação.Fonte: Odonto 1

Projeto para ensinar a saúde bucal para as crianças

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11junho de 2011

Produtos e Serviços

Curaprox: kit “soft implant”

Conscientização ambiental entre dentistas

Proteção contra cáries com diversos sabores

O kit de escovas interdentais, fabricado pela Curaprox, foi desenvolvido para a utilização em áreas com implantes odontológicos. Atualmente sabe-se que os implantes odontológicos podem ser acometidos por inflamações e infecções gengivais semelhantes às que ocorrem nos dentes naturais. É fundamental uma escovação cuidadosa e minuciosa para evitar esses problemas. Por isso, as escovas interdentais “soft implant” possuem cinco diferentes tipos e diâmetros cuidadosamente selecionados que facilitam a higienização. As cerdas do tipo ultramacias e muito longas se adaptam a 100% das necessidades dos pacientes com próteses múltiplas sobre implantes e também sobre os chamados “protocolos”, onde o paciente possui todos os seus dentes substituídos por uma prótese fixa ou removível. As escovas ainda possuem a haste central encapada por um plástico, evitando que os implantes de titânio sejam danificados. www.curaprox.com.br

Com o objetivo de conscientizar os cirurgiões-dentistas sobre a importância dareciclagem do lixo, a Angelus Indústria de Produtos Odontológicos desenvolveu o projeto Angelusorriso que, além de auxiliar na preservação do natureza, também ajuda uma entidade assistencial e premia os profissionais que colaboram. Para participar, basta enviar embalagens usadas de produtos da marca de volta à indústria após o preenchimento de um cadastro no hotsite do projeto e escolher, como contrapartida, kits de produtos no valor de R$ 50 ou R$ 150, de acordo com o número de embalagens devolvidas.O processo para participação consiste no preenchimento do cadastro no site e do envio à Angelus das embalagens vazias de produtos da marca, juntamente com a ficha de troca, via correio.Para estimular a participação do maior número de profissionais de Odontologia, as assistentes também receberão um presente do O Boticário juntamente com o produto enviado pela Angelus.www.angelus.ind.br/angelusorriso

Evite náuseas e reclamações comuns em seus procedimentos de aplicação tópica profissional de flúor, principalmente em crianças. Chocolate, fresh (menta), uva, morango e tutti-frutti foram os sabores atrativos escolhidos pela FGM Produtos Odontológicos para o Flúor Care, indicado para a fluoretação do esmalte de pacientes de alto risco à cárie, entre eles portadores de necessidades especiais, pacientes que utilizam aparelho ortodôntico, os submetidos à raspagem periodontal e casos de hipersensibilidade dentinária.O produto é apresentado em forma de espuma, o que facilita a aplicação e evita riscos de possíveis ingestões do produto, além de render oito vezes mais do que produtos com a mesma finalidade. www.fgm.ind.br

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12 junho de 2011

ReportagemReportagem

12 junho de 2011

É fato que muitas pessoas evitam os tratamentos odontológicos por sentirem o chamado pavor da anestesia ou, em casos mais extremos, a fobia do dentista.

Por: Silvia Guedes

Sedação consciente: mais conforto para o paciente

Hoje, proporcionar aos pacientes mais conforto durante os procedimentos odontológicos significa estar atento as no-vas técnicas, adotando em seu consultório um diferencial

positivo no tratamento da saúde bucal e com isso diminuir o medo, o estresse e a ansiedade durante o procedimento, atuan-do indiretamente na prevenção, uma vez que se sentindo mais confortável com o profissional, o paciente retorna com maior frequência às consultas de revisão. Neste contexto, uma das práticas utilizadas é a sedação cons-ciente com óxido nitroso e oxigênio que se trata de uma técnica de sedação leve, segura e passível de titulação. Com uma de-pressão mínima do nível de consciência, a sedação por meio do óxido nitroso permite que o paciente mantenha a respiração es-pontânea, respondendo aos estímulos físicos e verbais e que se restabeleça imediatamente após a finalização da administração.Os doutores José Reynaldo Figueiredo, Danielle Monsores Viei-ra Ferreira e Marcelo Diniz de Pinho utilizam o procedimento e explicam: “Esta sedação é possível porque o óxido nitroso é um gás anestésico de menor potência, de absorção e eliminação rá-pida, que controla a ansiedade e proporciona uma sensação de relaxamento e conforto ao paciente”.Para os cirurgiões-dentistas, a técnica chegou para facilitar o tra-tamento odontológico nos pacientes mais ansiosos e com trau-mas de cuidados anteriores. Com isso, os próprios profissionais conseguem realizar seus procedimentos com calma, critério e cautela, não tendo o medo do paciente como pressão para ante-cipar o término da sessão.O óxido nitroso é um gás incolor, com odor e sabor agradáveis, não irritante, é pouco solúvel no sangue, pois não sofre meta-bolização no organismo e atinge rápida concentração. Também apresenta início e término dos efeitos extremamente rápidos após a remoção do gás. “Nitidamente, a utilização da sedação com óxido nitroso em pessoas com medo, ansiosas ou assustadas com o barulho, fa-cilita a abordagem do tratamento odontológico, principalmente a anestesia, devido ao estado de conforto e relaxamento, permi-tindo o tratamento sem restrições”, acrescenta a Dra. Danielle, especialista em Dentística pelo SOESP, especialista em Estética Dental pela São Leopoldo Mandic, especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais pelo APCD e Mestre em Ciências da Saúde pela UNICSUL.

IndicaçõesDe acordo com os especialistas, o óxido nitroso não apresenta efeitos adversos sobre o sistema cardiovascular, respiratório, fígado, rim e cérebro e, portanto, pode ser utilizado, inclusive, em pacientes que requerem cuidados especiais, como cardio-patas, diabéticos e hipertensos. “Adultos, crianças, idosos ou pessoas que necessitem de cuidados especiais podem utilizar esta sedação para controlar o medo, a ansiedade e até mesmo o comportamento, sendo indicado especialmente para porta-dores de deficiências”, acrescentam os doutores. A maioria dos tratamentos odontológicos, em diversas es-pecialidades, pode ser executada com a sedação com óxido nitroso, como cirurgias, endodontias, procedimentos longos e outros. Entretanto, algumas práticas odontológicas são otimizadas com uso da sedação consciente, como os tratamentos em crianças e em pacientes com alteração de comportamento, as cirurgias e os procedimentos longos e complexos.

ContraindicaçõesSão poucos os casos em que o óxido nitroso não é aconselhá-vel. Dentre eles, em pacientes com alterações de personalidade, crianças com problemas de conduta, claustrofóbicos, respirado-res bucais e pacientes com obstruções das vias respiratórias ou com doença pulmonar obstrutiva crônica.O histórico do paciente e a associação do óxido nitroso com ou-tras drogas devem receber um cuidado constante do profissional. “O cirurgião-dentista deve saber as drogas utilizadas e seu po-tencial para produzir efeitos adversos e ainda ter o conhecimento do estado físico e da história do paciente, para estar apto a exer-cer a técnica de sedação com óxido nitroso, para que em caso de emergência o quadro seja revertido rapidamente”, alerta o Dr. José Reynaldo, especialista em Odontopediatria pela FO-UNICAMP,

Demonstração da técnica de sedação consciente

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13junho de 2011

Reportagem

O Dr. Marcelo Diniz de Pinho, apto na utilização da sedação consciente, destaca o uso do procedimento em pacientes com ne-cessidades especiais que necessitam de atenção redobrada, como os portadores de doenças cardiovasculares, neurovasculares, hepáticas, convulsivas, alérgicas e diabéticos compensados. “A técnica pode ser considerada como método farmacológico de condicionamento em pacientes com necessidades especiais”, afirma.No entanto, o profissional deve estar sempre atento. “Em pacientes com necessidades especiais e com dificuldade de comunica-ção (devido aos problemas neurológicos) temos que avaliar bem a indicação da técnica. Precisamos da colaboração do paciente e tomar o devido cuidado com interações medicamentosas de determinados fármacos, principalmente depressores do sistema nervoso central, que podem ser potencializados pela sedação; e ao invés de sedar pode levar o paciente a um estágio mais pro-fundo e causar uma depressão no sistema respiratório e cardíaco”, alerta o Dr. Marcelo.O dentista cita alguns casos que considera a sedação consciente inapropriada: em diabéticos descompensados, usuários de ben-zodiazepínicos, coagulopatias, infecção sistêmica e respiratória alta, temperatura superior a 38ºC, obesidade severa, asmáticos, anêmicos e pacientes com transtornos psiquiátricos.

Pacientes com necessidades especiais precisam de atenção redobrada

especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais pelo CFO, mestre em Odontologia Legal e Deontologia pela FOUSP e mestre em Ciências Odontológicas pela FOUSP.

HabilitaçãoPara utilizar no consultório a técnica da sedação consciente, os dentistas devem se habilitar em um curso específico, onde te-rão a oportunidade de aprender os conceitos de dor e ansieda-de, avaliação física e psicológica do paciente, monitoramento durante a sedação, emergências médicas, além de treinamento em suporte básico de vida.No Brasil, a Lei nº. 5081, de 24 de agosto de 1966, que regula-menta o exercício da profissão odontológica, em seu artigo 6º,

item VI, autoriza o cirurgião-dentista a aplicar a analgesia, desde que o profissional esteja comprovadamente habilitado e a mes-ma seja indicada como meio eficaz para o tratamento. O uso do óxido nitroso como forma de analgesia em consultório odonto-lógico e os cursos de habilitação foram disciplinados na resolu-ção 51/2004 do Conselho Federal de Odontologia.

Tendência mercadológicaO mercado nacional ainda é pouco explorado pelos fabricantes de aparelhos para sedação com óxido nitroso em consultórios odon-tológicos e a demanda por parte dos profissionais ainda é pequena, entretanto, de acordo com os profissionais que já os utilizam, esse contexto vem passando por mudanças. “A pequena demanda na-

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14 junho de 2011

Reportagem

Dra. Danielle Monsores Vieira

“Nitidamente, a utilização da sedação com óxido nitroso em pessoas com medo, ansiosas ou assustadas com o barulho, facilita a abordagem do tratamento odontológico”

Dr. José Reynaldo Figueiredo

“O cirurgião-dentista deve saber as drogas utilizadas e seu potencial para produzir efeitos adversos”

Dr. Marcelo Diniz de Pinho

“A técnica pode ser considerada como método farmacológico de condicionamento em pacientes com necessidades especiais”

O óxido nitroso foi descoberto pelo pesquisador Joseph Priestley por volta de 1770. Entretanto, os primeiros rela-tos de inalação do óxido nitroso foram descritos em 1800 por Humphrey Davy. Porém, durante quatro décadas, o uso do óxido nitroso foi apenas recreacional. Horace Wells, um dentista americano, foi o primeiro a utilizar o gás em procedimentos odontológicos, em 1844. Em 1868, Edmunds Andrews, preocupado com a oxige-nização do paciente, sugeriu a mistura pré-dosada de gases, misturando 80% de óxido nitroso e 20% de oxigê-nio. Neste mesmo ano, Paul Bert desenvolveu o primeiro aparelho para administrar o óxido nitroso e o oxigênio no paciente, começando assim, a ser utilizado com mais frequência e mais segurança. A técnica de sedação cons-ciente com óxido nitroso foi idealizada e difundida pelo professor Harry Langa, em 1949, na qual a Odontologia foi a principal área de saúde a utilizar este procedimento.

Um pouco de história

cional não permite uma disputa entre os fabricantes que tornem os equipamentos com preços competitivos. Mas, aos poucos com mais informação e principalmente com mais formação de profis-sionais habilitados, a tendência é a melhora desse quadro. Desde a aprovação da prática pelo CFO, a queda de preços dos gases utili-zados é real e novos fabricantes começam a aparecer no mercado”, acrescenta o Dr. Reynaldo. Segundo ele, as máscaras utilizadas na aplicação dos gases atual-mente são bastante confortáveis, com tamanhos ajustáveis, colori-das, leves e muitas delas têm aroma agradável, o que favorece a aceitação do paciente, principalmente as crianças.

Monitoramento constanteDe acordo com o Dr. Marcelo, que é especialista em cirurgia buco-maxilofacial, habilitado em sedação com óxido nitroso, coordenador do projeto social “Vila Maria um caso de amor” e membro da Câ-mara Técnica de especialidades do CROSP, como todos os sedativos podem produzir depressão da respiração, é necessária a constante monitoração do paciente, com a observação da respiração, oxime-tria de pulso, monitoramento cardíaco e controle da pressão arterial.Para o dentista, diversos tipos de monitores podem ser utilizados durante a sedação consciente, entre eles os mais comuns são: os oxímetros de pulso, aparelhos de pressão, estetoscópios precordiais e termômetros. “O oxímetro de pulso é um instrumento fechado que monitora de modo não-invasivo a saturação de oxigênio das molé-culas de hemoglobina no sangue do paciente e o ritmo cardíaco do paciente”, acrescenta.

Passo-a-passo da sedação conscienteO Dr. Marcelo Diniz de Pinho explica detalhadamente os passos para a prática da sedação consciente.

» Anamnese completa e detalhada» Traçar o perfil psicológico do paciente» Explicar ao paciente ou responsável o procedimento de sedação» Autorização para o procedimento assinada» Remoção de anéis, pulseiras, relógios e esmaltes» Sinais vitais / Teste de Trieger inicial (teste psicomotor)» Teste de apneia» Auscultação cardíaca e pulmonar» Ficha clínica» Familiarizar o paciente com o procedimento - adaptação da máscara nasal» Colocação de oxímetro de pulso e monitoramento cardíaco no paciente» Mensuração da P.A.» Colocação de máscara nasal e orientação para não conversar e manter respiração nasal» Determinar o total de litros por minuto de O2 » Adicionar 10% ou 1 L de N2 O a cada minuto até atingir o nível ideal de sedação (fluxo constante de O2 )» Manter o monitoramento» Checar os sinais vitais no trans-operatório» Finalizar com O2 puro por cinco minutos» Teste de Trieger pós-sedação» Checar os sinais vitais no pós-operatório» Dispensar o paciente com acompanhante

Para saber maisNo Brasil há diversos estudos em andamento sobre a utilização do óxido nitroso nos procedimentos odontológicos. Confira:

» Langa, Harry. Relative analgesia in dental practice. W.B. Saun-

ders Company, 2a.ed, 1976.» Craig, David and SKELLY, Meg. Practical Conscius Sedation. Quintessence Publishing Co, 2004.» Malamed, Stanley F. Sedation a guide to patient management. Mosby Inc., 4a.ed, 2003.» Clark, Morris, Brunick, Ann. Handbook of Nitrous Oxide and Oxigen Sedation. Mosby Inc., 2a.ed., 2003.» Falqueiro, João M. Analgesia Inalatória por óxido nitroso/oxi-gênio. Livraria Editora Santos, 1ª.ed., 2005.» http://www.odontosedacao.com.br/publicacoes_0202.asp» http://www.abo.org.br/jornal/105/profissao1.php» http://www.sbtd.org.br/artigos_sbtd_detalhes.asp?IdArtigo=3» http://www.odontosedacao.com.br/publicacoes_0901.asp» http://www.odontosedacao.com.br/publicacoes_0701.asp» http://www.odontologia.ufrj.br/odontopediatria/esp_analgesia.ht

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EntrevistaEntrevista

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Entrevista

Saúde bucal e qualidade de vida

Dr. Francisco Xavier Paranhos Coêlho SimõesCirurgião-Dentista. Especialista em Odontopediatria pela APCD-Bauru. Mestre em Clínicas Odontológicas pela FOUFBA. Doutor em Odontopediatria pela FOUSP. Professor Adjunto de Odontopediatria da EBMSP e UESB.

A saúde e a qualidade de vida andam de mãos dadas. Não é diferente quando o assunto está relacionado à saúde bucal. O cirurgião-dentista, Dr. Francisco Xavier Paranhos Coêlho Simões, mostra - de maneira simples e objetiva - que a prevenção é sempre a melhor saída.

Por: Vanessa Navarro

Odonto Magazine - Como a saúde bucal pode afetar direta-mente na qualidade de vida da população?Dr. Francisco X. P. C. Simões - A qualidade de vida está di-retamente relacionada com o estado de saúde. Os idosos apre-sentam ausência parcial ou total de dentes, e esta condição in-terfere na mastigação, fonação e na estética. Os alimentos não são processados corretamente, resultando em uma digestão insatisfatória, além de restringir a consistência dos alimentos, sendo mais adequados os alimentos líquidos e pastosos. Uma das funções dos dentes é de cortar e triturar os alimentos. Nesse momento, os alimentos são envolvidos pela saliva, que formará o bolo alimentar e, assim, dará início a primeira fase da diges-tão. Quando o paciente tem restabelecida sua oclusão com as próteses dentárias sua autoestima aumenta. A limitação na mas-tigação dos alimentos pela perda de dentes pode comprometer o processo de digestão, que resulta em problemas de saúde ge-ral. Dor de cabeça pode ser sintoma de desajuste da oclusão, principalmente pela falta de dentes, repercutindo no processo da mastigação e do humor do indivíduo. O profissional deve es-tar apto a realizar o correto diagnóstico e tratamento. Boa saúde bucal significa melhor convivência social, autoconfiança social. A maioria dos problemas bucais é passível de prevenção. Quan-do a saúde bucal está comprometida, resulta em desajustes que irão influenciar em todos os setores da vida. Dores, desconforto, insônias causadas por patologias bucais, tais como as doenças cárie e periodontal, erosões dentárias ou câncer bucal, refletem na saúde e nas atividades escolares e laborativas.

Odonto Magazine - Há algum tempo a OMS apresentou um documento afirmando que a saúde bucal está entre os cinco

primeiros itens que contribuem para a qualidade de vida. O senhor poderia nos explicar essa relação?Dr. Francisco X. P. C. Simões - A saúde é definida pela Orga-nização Mundial da Saúde como “completo estado de bem-es tar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”. Isso dá a certeza de que não basta estar livre de doenças sistêmicas, mas devem ser considerados outros fatores de saúde da vida do indivíduo, como por exemplo, indicadores que possam mensurar a qualidade de vida. Isso envolve mora-dia, lazer, satisfação pessoal, emprego, remuneração adequada. Esses fatores e muitos outros irão definir o bem-estar do indiví-duo. Essa condição é definida como qualidade de vida, que ain-da pode ser bem entendida como a “percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A saúde bucal era avaliada somente clinicamente e separada do corpo - além de não ter critérios -, sem visualizar o impacto que a falta de saúde bucal pode in-fluenciar na vida do indivíduo. Hoje existem vários instrumentos que avaliam a qualidade de vida e que contemplam vários fato-res do bem estar do paciente.

Odonto Magazine - O Brasil conta com programas sociais que têm como missão cuidar da saúde bucal das populações mais carentes. Mesmo com tais facilidades, grande parte dos brasileiros não dá a devida importância para os dentes. Como o senhor explicaria esse descomprometimento das pessoas com a saúde da boca?Dr. Francisco X. P. C. Simões - Este questionamento pode ser explicado pelo tempo que a saúde bucal não era valorizada, mas de alguns anos para cá, a informação tem chegado à po-

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Entrevista

pulação de diferentes formas. Os cursos de Odontologia vêm realizando atividades extramuros que motivam as pessoas a dar maior atenção à saúde bucal. Os meios de comunicação (escrita e televisiva) abordam assuntos de interesse da popula-ção, dando ênfase aos cuidados com a saúde bucal e da forma que devem ser cuidada. A televisão tem seu papel importante, pois atinge uma boa parte da população e as pessoas tendem a copiar. O mercado de trabalho também exige boa aparên-cia no vestir, nas atitudes, mas também ter um belo sorriso, o que significa ter uma estética dental. Os últimos resultados do levantamento epidemiológico demonstram que os índices de cárie, de dentes restaurados e perdidos têm diminuído. O sorriso contribui para rejuvenescer as feições, pois estimula a musculatura facial. Mas, para uma parcela da população brasi-leira, o hábito de não sorrir pode ter por trás problemas bucais, como cáries, mau hálito, escurecimento dentário e até mesmo perda da dentição. Nestes últimos anos, o governo federal tem inaugurado vários centros de atendimento, que proporcionam o acesso ao consultório odontológico. É uma questão de tem-po para que outros centros de atendimento sejam implanta-dos, ampliando ainda mais a área de abrangência, permitindo maior acesso das pessoas ao tratamento odontológico.

Odonto Magazine - A perda dos dentes pode causar não só da-nos estéticos, mas também psicológicos e sociais. Como o den-tista pode auxiliar o paciente com tais sensibilidades psicosso-ciais para que o mesmo volte a desfrutar de qualidade de vida?Dr. Francisco X. P. C. Simões - O ideal é que não ocorra a per-da dos dentes. Para isso, o profissional deve instruir o paciente quais os métodos de prevenção. O Odontopediatra tem papel importante neste processo, motivando seus pacientes para que tenham saúde bucal adequada. A instalação do hábito de higiene bucal na infância resulta em saúde bucal adequada na fase adulta. Os indivíduos que têm perda dentária apresentam maloclusão e estética comprometida. Essa condição também interfere na vida social. O cirurgião-dentista restaura a função e a estética e, consequentemente, a autoestima do paciente. Este terá a mastigação e fonação restabelecida, e estética adequada. O tratamento protético não é privilégio de poucos, a população menos favorecida tem acesso aos centros de atendimento odon-tológico, como faculdades de Odontologia ou unidades odonto-lógicas. Manter os dentes e a boca bem cuidados é o primeiro passo para garantir um sorriso saudável, elevando a autoestima. Para isso, a higienização bucal após as refeições é tão importan-te quanto a visita ao dentista. O mau hálito pode estar relacio-nado ao cuidado com a cavidade bucal. Manter um bom hálito é escovar os dentes e a língua. Pessoas que possui mau hálito pode sofrer discriminação no meio social e no trabalho, com-prometendo o rendimento e a qualidade de vida. Parte da po-pulação procura os consultórios para realização de clareamento dentário - para ter dentes brancos semelhantes aos artistas.

Odonto Magazine - Com o crescimento acelerado da popu-lação idosa, as patologias bucais aumentam - fator que com-promete a qualidade de vida. Os profissionais de saúde bucal estão preparados para tal realidade? Dr. Francisco X. P. C. Simões - A população tem mais aces-so aos serviços odontológicos, com o aumento do número de locais de atendimento (faculdades, centros odontológicos

Boa saúde bucal significa melhor convivência social, autoconfiança social. A maioria dos problemas bucais é passível de prevenção

municipais e estaduais). A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010) revela que o Brasil passou a integrar o grupo de países com baixa prevalência de cáries. Desde 2003, cres-ceu 30% o número de crianças sem cárie, um reflexo direto da implantação do programa Brasil Sorridente, em 2003, pelo Ministério da Saúde, que passou a oferecer prevenção, trata-mento especializado e reabilitação em todo o país. Salvador, na Bahia, apresenta um dos menores índices de cárie do país (CPOD 1,43 aos 12 anos). Podemos ainda citar alguns dados fornecidos pelo Ministério da Saúde: para indivíduos de 35 a 44 anos o número de dentes perdidos passou de 13,2 para 7,3. Outros dados podem ser encontrados no site do Ministério e demonstram que o Brasil está conseguindo diminuir o número de dentes acometidos por cárie, restaurados e perdidos.

Odonto Magazine - Sabe-se que a saúde bucal está direta-mente ligada à saúde geral. Como é possível divulgar essa as-serção junto a população e aos pacientes?Dr. Francisco X. P. C. Simões - Realizando fóruns entre mé-dicos e cirurgiões-dentistas para que a população tenha infor-mação completa e de duas profissões da área de saúde que se completam. As pessoas devem dar maior credibilidade aos cirurgiões-dentistas, que são profissionais da saúde e estão capacitados para esclarecer sobre as consequências da saú-de bucal deficiente na saúde geral. Instalações de centros de atendimento odontológico, como os Centros de Especialidades Odontológicas - que já são 853 em todo o país - são importan-tíssimas. O Programa Brasil Sorridente, do Governo Federal, tem ampliado o número de procedimentos odontológicos, in-cluindo tratamento ortodôntico e implante dentário. Essa ação vem contribuir com a qualidade de vida do indivíduo. Esses programas são divulgados na mídia e chegam à população.

Odonto Magazine - Como o cirurgião-dentista pode motivar seus pacientes no cuidado da saúde bucal, mostrando-o como um grande facilitador na qualidade de vida?Dr. Francisco X. P. C. Simões - O cirurgião-dentista orienta a família quanto às técnicas de higiene bucal. Várias formas de motivação são adotadas, tais como: projeção de imagens, víde-os, além da explicação das técnicas preventivas. É importante mostrar imagens das consequências que podem ocorrer em caso da falta de higiene bucal (desde a mancha branca, cavita-ção, até a perda do dente), que resulta em mastigação inade-quada. Deve expor também imagens de como prevenir todas essas situações, como: técnica de escovação, uso do fio dental e enxaguatórios e orientação dietética. O mau hálito é outra con-sequência da falta de higiene, e atrapalha no convívio social.

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20 junho de 2011

Espaço Equipe

A humanização da Odontologia

Com a crescente necessidade de profissionalização e melhoria contínua da qualidade dos serviços médicos e hospitalares, é cada vez mais comum o interesse em

humanizar ambientes e utilizar palavras como “acolhimento” e “atendimento de excelência”, como se bastasse para agregar valores ao tratamento em si. Mas assim como a tecnologia tem sido um dos maiores responsáveis pela desumanização dos serviços em saúde, a busca exagerada pelo status por meio de premiações, creditações e selos de órgãos nacionais e in-ternacionais também tem desviado a atenção do real objetivo: cuidar da saúde dos pacientes. Apesar do avanço tecnológico, o importante é o que se trans-mite ao paciente. A confiança, o respeito, o reconhecimento e a compreensão são fundamentais para o sucesso de qualquer tratamento odontológico, e a melhor técnica é aquela que resol-ve a queixa principal do paciente e satisfaz suas necessidades.Nossos pacientes estão cada vez mais exigentes e informados sobre os diversos tipos de tratamento. Devemos personalizar, ouvir cada caso, respeitando suas decisões. Cada ser humano é único e traz consigo seus conceitos, medos, traumas; e o pro-fissional que consegue captar, sobretudo, o perfil psicológico do paciente, estará mirando no sucesso de qualquer tratamento.Diferente dos demais modelos de qualidade, o Planetree visa resgatar o cuidado com a saúde pela perspectiva dos pacien-tes. É um selo de reconhecimento de instituição com serviço centrado nos pacientes, em ambientes saudáveis e de cura. Através de mais informação e educação, incentiva a participa-ção ativa dos pacientes e cuidadores.

Componentes do Modelo Planetree1. Interações humanas: atendimento personalizado para os pa-cientes e seus familiares, além de suporte e apoio à equipe.2. Apoio da família, dos amigos e do grupo social: envolvimento

Cirurgiã-Dentista. Membro da Diretoria da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD Pinheiros) e da Coordenação do Projeto Odontocomunidade – CIOSP. Cirurgiã- Dentista do Programa Saúde da Família da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Docente da Equipe  Biológica nos Cursos para Auxiliares - APCD e ABO. Consultora em Odontopediatria do site “multiplos.com.br”. [email protected]

Marina Montenegro Rojas

da família e amigos sempre que possível; terapia com animais de estimação pode melhorar o humor, melhorar os níveis de pressão arterial e a interação social. 3. Acesso a informações como forma de aumentar a participação dos pacientes: oferecer aos pacientes mais informações e habi-lidades para que participem ativamente de seu cuidado. 4. Alimentação e nutrição: a nutrição é parte integral do processo de cura, não só essencial para uma boa saúde, mas também fonte de prazer, conforto e familiaridade. 5. Artes e diversão - nutrição para a alma: música, contadores de história, palhaços e filmes engraçados criam uma atmosfera de serenidade e diversão no Modelo Planetree. Obras artísticas nos quartos dos pacientes e áreas de tratamento criam a am-bientação correta. 6. Ambientes de cura através da arquitetura: o ambiente físico é essencial para a cura, e deve valorizar o ser humano e não só tecnologia, incluindo bibliotecas, cozinhas, sala-de-estar e de atividades, capela, jardins e acomodação para que as famílias possam passar as noites.7. Terapias complementares: aromaterapia, acupuntura, Reiki, ioga são opções que podem ser oferecidas além das modalidades clí-nicas de tratamento, pois melhoram a dor e acalmam o paciente. 8. Toque humano: o toque reduz a ansiedade, a dor e o stress e beneficia os pacientes, seus familiares e a equipe. 9. Espiritualidade - a importância dos recursos internos: a espiritu-alidade tem papel essencial na cura da pessoa como um todo.

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Espaço EquipeEspaço Equipe

As capelas, jardins, labirintos e salas de meditação são oportu-nidades para reflexão e oração. 10. Comunidades saudáveis - como expandir as fronteiras do ser-viço de saúde: ao trabalhar com escolas, centros de terceira idade, igrejas e outros parceiros na comunidade, os hospitais estão rede-finindo a saúde para incluir a saúde e o bem-estar da comunidade como um todo. Expande-se o papel dos hospitais, passando do tratamento exclusivo de doenças para a promoção do bem-estar.Na Saúde Pública, temos a Política Nacional de Humanização, HumanizaSus, uma proposta de nova relação entre profissionais da saúde e a comunidade, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Seus objetivos: redução das filas e tempo de espera com ampliação do acesso e atendimento acolhedor e resolutivo basea-dos em critérios de risco, identificação e responsabilização de fun-cionários, garantia dos direitos dos usuários do SUS, gestão par-ticipativa da equipe de saúde e usuários, assim como educação permanente e valorização do profissional. A clínica ampliada visa produzir saúde e aumentar a autonomia do sujeito, da família e da comunidade, por meio da integração da equipe multiprofissional, construção de vínculo, intervenção precoce e tratamento indivi-dualizado, respeitando os anseios e expectativas de cada um.Como já vimos em outras edições, a primeira impressão é mui-to importante! O paciente julga o serviço prestado com base na aparência local e na simpatia e profissionalismo da equipe. São necessários vários comportamentos positivos para anular o impacto de um único comportamento inicial negativo.

A parte clínica de um consultório deve ser criada para tornar o trabalho mais prazeroso à toda equipe, de maneira prática e funcional. Já a recepção deve ser projetada para refletir o gosto dos pacientes e para tornar o local agradável, dando a sensação de conforto, bem–estar e aconchego, reduzindo a tão comum ansiedade (...), fazendo com que se sintam realmente especiais.A intenção, na humanização do espaço, é a de adequar o es-paço físico do seu consultório ou clínica em função das neces-sidades, desejos e expectativas de todos que realmente inte-ressam: você, seus funcionários e pacientes, aumentando os lucros, a qualidade de vida e o prestígio social.Humanizar o atendimento não é apenas chamar o paciente pelo nome, nem ter um sorriso nos lábios constantemente, mas também compreender seus medos, angústias, incertezas, dando-lhes apoio e atenção permanente.Hunter “Patch” Adams, inspiração do filme Patch Adams: o amor é contagioso, foi um médico norte-americano famoso por sua metodologia inusitada no tratamento a enfermos. Na verdade, seu lema era “a amizade é o melhor remédio”. Sua filosofia de vida era o amor no âmbito hospitalar e em nossas relações sociais como um todo, independente de lugar. Para ele, o objetivo do médico não era curar e sim cuidar. Cuidar com muito amor, com um toque, com um olhar, com conversa, com sorriso (...). A saúde está relacionada com a família, com a comunidade, com o mundo. Fazer realmente o que gosta e transmitir essa energia e dedicação a quem precisa.

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22 junho de 2011

Relacionamento

Dr. Cássio de MeloCirurgião-Dentista formado pela Faculdade de Odontologia de Santos. Idealizador do “Projeto Sorrindo com a Ford”.

Odonto Magazine - Qual é a missão principal do “Projeto Sor-rindo com a Ford”? Dr. Cássio de Melo - O “Sorrindo com a Ford” iniciou suas ati-vidades em 10 de abril de 2000 em Cambé (PR), com o objeti-vo social de levar a informação e a educação em saúde bucal, além do tratamento odontológico gratuito aos caminhoneiros e às comunidades carentes de todo o Brasil. No Odontomóvel Ford são realizados todos os procedimentos em Odontologia, desde a consulta até cirurgia oral menor.

Odonto Magazine - Existem dados estatísticos que apontam o número de atendimentos e quais foram os principais procedimen-tos realizados desde a criação do “Projeto Sorrindo com a Ford”?Dr. Cássio de Melo - Até o momento, nossos números são esses:

» 408.176  km percorridos.» 267 municípios.» 22 estados brasileiros.» 39.916 caminhoneiros.» 11.127 pessoas de comunidades.» Ações e palestras em 162 escolas para 82.337 crianças.» Kits de higiene bucal e folders distribuídos: 133.380. » Procedimentos realizados: 147.062 (consultas, profilaxias, raspagem, restaurações, cirurgias e emergências).

Há mais de uma década, o “Projeto Sorrindo com a Ford” percorre as estradas do Brasil levando atendimento bucal aos caminhoneiros, às crianças e às populações carentes do país. A entrevista com o idealizador do projeto, Dr. Cássio de Melo, apresenta o funcionamento da ação social.

Por: Vanessa Navarro

Lembrando que não estão computadas as outras ações nas escolas.

Odonto Magazine - Como é realizada a divisão de atendimento entre caminhoneiros brasileiros e outras pessoas das comuni-dades visitadas? Dr. Cássio de Melo - Quando estamos realizando as ações em pos-tos de abastecimento pelo Brasil, a preferência do atendimento é dirigida ao caminhoneiro, uma vez que estes profissionais, na sua grande maioria, não encontram tempo para visitar um dentista em sua estada em casa. Isso não impede de atendermos a comunida-de local, visto que as rodovias normalmente são margeadas por uma população distante de qualquer serviço de atenção à saúde.

Odonto Magazine - A Ford lançou recentemente o veículo mo-delo 2011. Qual é a diferença do modelo em termos de estrutura e atendimento? Dr. Cássio de Melo - Neste veículo incorporamos uma área para a realização da escovação antes do indivíduo passar pela consulta. A pessoa responde a um questionário sobre seus atos de higiene, ganha uma escova de dente, faz a higienização e depois vai para o consultório. A área é composta por quatro pias com torneiras e um espelho.

Saúde bucal e atendimento gratuito aos caminhoneiros e comunidades carentes

Saúde bucal nas estradas brasileiras

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Relacionamento

Odonto Magazine - Além dos atendimentos odontológicos, existem outras ações promovidas pelo projeto e direcionadas à saúde bucal da população? Dr. Cássio de Melo – Existem. A principal delas é a realização de palestras e exibição de vídeos educativos sobre os principais te-mas em Odontologia. Abordamos principalmente a educação quanto aos corretos hábitos da higienização, que é o fator primor-dial para evitar as principais doenças em Odontologia. Essas pa-lestras são dirigidas para crianças, jovens, adultos, colaboradores e professores de instituições de ensino. Outra palestra importante é sobre a prevenção do câncer bucal. Posteriormente à palestra, realizamos uma consulta preventiva para todos os interessados.

Odonto Magazine - Como são financiados os gastos com mate-rial e equipamentos necessários para um excelente atendimen-to odontológico? Dr. Cássio de Melo - Os principais gastos são absorvidos pela Ford Caminhões, a patrocinadora do programa, mas alguns itens es-senciais têm a participação importante de algumas empresas. A Gnatus, que nos apoia desde o início do projeto, doou todo equi-pamento odontológico. Posso garantir que temos à disposição o que há de melhor nesse sentido. A Reach Johnson e Listerine doam os principais itens que compõem o kit de higiene bucal, ofe-

recido para cada pessoa que passa em consulta. Eles cedem a es-cova dental ECO, o fio dental Essencial e o enxaguatório Listerine. A pasta de dente é oferecida pela Ice Fresh e a necessaire é doada pela Locomotiva (empresa que fabrica lonas para cobertura de caminhões e outros itens que compõem nosso dia-a-dia). Infeliz-mente nenhuma empresa de Odontologia fabricante de produtos de uso diário no consultório participa deste projeto.

Odonto Magazine - Como as pessoas atendidas pelo projeto po-dem garantir a manutenção do tratamento realizado durante a visita do veículo? Dr. Cássio de Melo - Mantendo sempre a boa higiene bucal e prin-cipalmente adotando o hábito saudável de visitar o dentista a cada seis meses, uma vez que a grande maioria das pessoas que nos visitaram até o momento, só procura este profissional em caso de dor, e na sua maior porcentagem é para extrair o dente (66%).

Odonto Magazine - Como deve agir o profissional de saúde bucal para obter mais informações sobre o projeto que leva a saúde bucal pelas estradas brasileiras? Dr. Cássio de Melo - As informações podem ser obtidas pelo site www.sorrindocomaford.com.br ou pelo telefone (11) 8555-7855.

Saúde bucal e atendimento gratuito aos caminhoneiros e comunidades carentes

Dr. Cássio mostra com orgulho o fruto do seu sonho

No Odontomóvel Ford são realizados todos os procedimentos em Odontologia, desde a consulta até cirurgia oral menor

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24 junho de 2011

Ponto de Vista

Odontohebiatria: uma visão psicológica

Lúcia Coutinho PortoEspecialista em Odontopediatria. Odontologia para Adolescentes e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Membro da Associação Paulista de Odontopediatria – APO. Ministra conferências em Simpósios e Congressos no Brasil e no exterior. Coordenadora do Grupo de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

A adolescência é um período da vida que começa aos 10 e vai até os 20 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,

esta fase começa aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Não se pode definir com exatidão o início e fim da adolescência (ela varia de pessoa para pessoa), porém, na maioria dos indi-víduos, ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade. Muitas pes-soas confundem adolescência com puberdade. A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transforma-ções físicas e biológicas no corpo dos meninos e das meninas. Durante a adolescência ocorrem significativas mudanças hor-monais no corpo. As alterações hormonais acabam influencian-do no comportamento dos adolescentes. Uma marca comum da maioria dos adolescentes é a necessidade de fazer parte de um grupo. As amizades são importantes e dão aos adolescentes a sensação de fazer parte de um grupo de interesses comuns.A dualidade entre o amadurecimento do corpo e o amadureci-mento psicológico, frequentemente, causa certa susceptibilida-de à instabilidade emocional, que pode levar ao consumo de drogas ou álcool, problemas mentais, como esquizofrenia ou distúrbios alimentares (como anorexia e bulimia), e aos proble-mas sociais, como a gravidez adolescente.É um ser humano em fase de mudanças físicas e psicológi-cas, uma criança se descobrindo adulto e questionando valo-res morais, responsabilidades sociais e se perguntando ainda sobre relações humanas e os valores de suas famílias. Logo, de “aborrescente” o adolescente nada tem, já que ele vê pos-sibilidades de mudanças onde muitos adultos desistiram de enxergar.Por se tratar de uma fase difícil para os adolescentes, é im-portante que haja compreensão por parte de pais, professores e profissionais de saúde que irão tratá-los, incluindo a abor-

dagem do dentista e equipe. O acompanhamento e o diálogo neste período são fundamentais.

O adolescente no consultórioA abordagem inicial ao adolescente é importante, pois pode in-fluenciar no sucesso ou no fracasso das consultas.Os adolescentes já estão cansados do estereótipo, assim não se deve tratar o paciente nem como uma criança nem usando gírias de adolescentes. É importante que o adolescente enxer-gue toda a equipe odontológica como adultos compreensíveis e amigos, que irão dizer o que está certo e o que está errado, sem infantilidades ou rodeios. Trazer o adolescente para o tratamento odontológico é uma ta-refa que exige criar um vínculo de credibilidade e identidade, com o objetivo de traçar um compromisso do adolescente com o tratamento proposto e a prevenção odontológica.Algumas alterações bucais têm maior prevalência durante este pe-ríodo. Entre elas: o traumatismo dentário e as lesões não cariosas.

Como falar com o adolescenteÉ importante pedirmos ao nosso adolescente para fazer o bá-sico bem feito. Não adianta pedir “excessos”, pois não vamos conseguir a sua colaboração.Usar a capacidade do adolescente de aceitar desafios e correr riscos de uma maneira positiva é uma das formas de convencer o paciente adolescente a adotar bons hábitos.Buscar sua colaboração, fazendo tratos e dizendo que ele é ca-paz e que existe confiança, mencionando que ele não irá te de-cepcionar (...). Juntos vocês mostrarão aos pais que ele é ótimo e cumpriu o que prometeu.É importante utilizar temas tocantes para os adolescentes, como a estética do sorriso que pode influenciar na relação com os amigos, namoradas (os) e o mau hálito. A halitose para o

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adolescente é um quesito importante, assim conseguimos a colaboração na higie-ne de dentes e língua, usando isso como estímulo. Utilizar sempre o reforço positivo, não criticar repetidas vezes e elogiar qualquer sinal, mesmo que leve, de melhora. Devemos abordá-lo de forma elucidativa com orientações e críticas amenas, reforçando seu comportamento positivo em outras áreas e trazendo suas qualidades e habilidades para o cuidado com seus dentes.Mostrar que “ele é capaz” e “ele sabe fazer” e que o tratamento será feito com o comprometimento em melhorar a higiene.Não permita que a mãe fique criticando seu comportamento na cadeira odontológica. Quando o paciente apresentar lesão de cárie, não podemos criticá-lo, e sim mostrar a lesão no espelho e por meio do raio-x, dizendo a ele o prejuízo e o desconforto de sua saúde dentária, e que a evolução da lesão de cárie poderia levar a necessidade de um tratamento endodôntico. Faze-lo entender que o maior “prejudicado” é ele, e que estamos prontos para tratar e explicar que a cárie é uma doença que não tem tanta frequência hoje em dia, e que ele já aprendeu conosco como evitá-la e vai cuidar para não se repetir. Tirar fotos do cliente antes e depois, fazendo-o enxergar que ficou melhor, auxilia no incentivo e reforço positivo.Não adianta bater de frente com o adolescente quando diz respeito à higiene, à dieta e aos hábitos, o ideal é achar formas alternativas que atinjam o objetivo maior: a saúde.Não criticar se a higiene não estiver boa, usando termos que possam confrontá-los. Os pais já fazem isso todos os dias. Não podemos repetir o papel dos “pais críticos e repressores” na cabeça deles, porque não conseguiremos atingir nosso objetivo.Ajudar o adolescente a criar autoconfiança, levantar a sua autoestima com elogios ver-dadeiros e significantes são fatores essenciais. Outra tática para convencer o adoles-cente é falar diretamente a eles. Além de mostrar os benefícios futuros de um esforço extra agora, deve-se apresentar como é frustrante ficar mais velho e se dar conta de que deveria ter tido alguns cuidados extras na adolescência.Existem aqueles que, com tudo isso, ainda se mostram “preguiçosos” para a hi-giene. Os meninos apresentam mais dificuldades com relação à higiene quando comparados com as meninas.O ideal é propor para a mãe uma profilaxia e orientação de higiene mensal no adolescente, principalmente quando se faz uso de aparelho ortodôntico.

Ponto de Vista

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26 junho de 2011

Coluna - Gestão Odontológica

Planejamento financeiro

Shirlei Cristina DevesaCirurgiã-Dentista. Professora de Empreendedorismo.

Em um cenário econômico cheio de incertezas, crises eco-nômicas e grande concorrência, o planejamento financeiro mostra-se não somente como uma ferramenta para a boa

gestão, mas sim como algo necessário para a sobrevivência da empresa. O conceito de planejar é traçar metas, elaborar planos direcionados a peculiaridades do projeto que se almeja colocar em prática. O planejamento é uma ferramenta administrativa que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, cons-truir um referencial futuro, que organiza e define as ações a se-rem utilizadas. Sendo, portanto, o lado racional da ação. É uma maneira de antecipar (por suposições e/ou análises es-tatísticas) os resultados esperados e a possibilidade de concre-tização dos mesmos.A intenção do planejamento dentro de um consultório, bem como em qualquer empresa, é buscar, racionalmente, o me-lhor caminho para chegar ao lugar esperado (meta estipulada).O planejamento financeiro estabelece o modo pelo qual os ob-jetivos financeiros podem ser alcançados. Um plano financeiro é, portanto, uma declaração do que deve ser feito no futuro. A estruturação de um planejamento financeiro é um documen-to semelhante a um demonstrativo de resultados do exercício (DRE), pois contém informações necessárias para estipular me-tas, objetivos, serviços a serem comercializado, estabelecimen-to do preço de venda de cada serviço e obtenção de índices financeiros, como rentabilidade, tempo de retorno do investi-mento e lucratividade.É possível perceber, dessa forma, que será o planejamento fi-nanceiro que responderá algumas das dúvidas mais frequen-tes entre os dentistas:

» Como cobrar pelo procedimento?» Quanto cobrar?» Como determino o preço do meu trabalho?» Devo cobrar conforme os consultórios próximos ao meu?» Posso parcelar o tratamento ou tenho que cobrar à vista?

O primeiro passo do planejamento financeiro de um consultó-rio é estabelecer o volume de atendimento semanal, mensal e anual que ele terá.A partir daí, com os serviços prestados já estabelecidos, é que se pode iniciar o cálculo do preço de venda (PV) dos serviços, conforme fórmula a seguir:

PV=CF+CV+CC+L

Ou seja:» PV – Preço de venda.» CF – Custo Fixo: são todos os custos do consultório que não estão relacionados com os serviços odontológicos pres-tados, ou seja, eles continuarão existindo mesmo que não haja atendimento aos pacientes.» CV – Custo Variável: são todos os custos que estão direta-mente ligados aos serviços prestados (pacientes atendidos). » CC – Custo de Comercialização: são os custos relacionados com a venda do produto.» L – Lucro: é a remuneração do capital investido.

De posse da formação de preço de cada serviço é possível co-meçar a lançar mão de estratégias para alcançar as metas de volume de atendimento estabelecidas no início do planejamen-to, sabendo exatamente qual será o resultado alcançado.Siga seu planejamento rumo ao SUCE$$0!

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28 junho de 2011

Coluna - Odontologia na UTI

O papel do cirurgião-dentista na UTI

As unidades de terapia intensiva (UTIs) têm a finalidade de agrupar pacientes com necessidades de cuidados frequentes e extraordinários de suporte de vida. Nes-

ses pacientes, o monitoramento de órgãos e sistemas, que não são a causa direta do problema, não é esquecido. Este monitoramento também deve incluir o sistema estomatogná-tico, pois existem evidências clínicas de que a saúde bucal está relacionada à saúde geral.Os cuidados bucais dos pacientes de UTIs são essenciais para evitar a proliferação de bactérias e fungos, que, além de pre-judicar a saúde bucal e o bem-estar do paciente, pode preju-dicar outros órgãos e sistemas, agravando o quadro clínico e prolongando a estada na UTI. A diminuição na limpeza natural da boca pela mastigação, pela movimentação de língua, boche-chas, a xerostomia e a ventilação mecânica (intubação) que im-pede o fechamento da boca deixando-a ressecada, somada às periodontopatias, favorecem a colonização por micro-organis-mos, agravando ainda mais a condição sistêmica pré-existente, influenciando o curso das infecções respiratórias. Após a aspi-ração, esses patógenos vão para as vias aéreas inferiores e os pacientes que recebem intubação e ventilação mecânica têm as defesas alteradas, aumentando o risco de desenvolver uma infecção pulmonar, principalmente broncopneumonia – BCP.A cavidade oral tem sido considerada como um potente re-servatório de patógenos respiratórios, em especial, a pneu-monia nosocomial, ou por aspiração, que é uma infecção prevalente de alto custo e representa uma significativa causa de morbidade e mortalidade. A maioria dos pacientes que se encontram impossibilitados (de forma temporária ou perma-nente) com pneumonia bacteriana nosocomial são: crianças,

Claudia Monteiro Santos SousaCirurgiã-Dentista. Especialista em Odontopediatria. Assistente da Clínica de Odontopediatria do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM). Aprimoramento em Odontologia para bebês e Odontolo-gia Hospitalar. Membro da equipe de Odontologia Hospitalar – UTI Adulto do HSPM.

Ronaldo Homero Sanches HidalgoCirurgião-Dentista. Especialista em Dentística Restauradora pela USP. Assistente da Clínica de Odontologia de Adultos do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM). Membro da equipe de Odontologia Hospitalar responsável pela criação e implantação dos Protocolos das UTIs, Pacientes Oncológicos, HIVs e Hepatites. Treinamento em Serviço em DST/AIDS: Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Eliane Gomes LealCirurgiã-Dentista. Assistente da Clínica de Odonto-pediatria do Hospital do Servidor Público Munici-pal de São Paulo (HSPM). Membro da equipe de Odontologia Hospitalar - UTI Pediátrica do HSPM.

jovens, pessoas acima de 65 anos de idade, pessoas que têm doença de base grave, imunossupressão, doença cardiopul-monar e pessoas que fizeram cirurgia tóracoabdominal.Os protocolos de cuidados com a saúde bucal para diminuir riscos de doenças sistêmicas infecciosas são de grande valia para a saúde pública e privada, mas poucas instituições em-pregam esses protocolos para pacientes internados em en-fermarias ou UTI. Nunca é demais lembrar que ter saúde bu-cal é um direito de cidadania, assegurado pela Constituição de 1988, direito que deve ser efetivado mediante políticas públicas ou privadas, assegurando a promoção, a proteção e a recuperação, significando o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.Medidas simples, como limpar a região peribucal, mucosa jugal, palato, dentes ou rebordos alveolares e a língua, com gaze e escovas dentais descartáveis embebidas em digluco-nato de clorexidina a 0,12% duas vezes ao dia, influenciam na prevenção da pneumonia nosocomial, modulando-se o am-biente oral.A clorexidina, até o momento, é o agente antimicrobiano local e apresenta boa substantividade, pois se adsorve às super-fícies orais, mostrando efeitos bacteriostáticos até 12 horas após a sua utilização, pois é de amplo espectro e atua como antisséptico, descontaminando a cavidade bucal. A concen-tração preconizada atualmente é de 0,12%, o que permite a retenção de mais de 30% da clorexidina nos tecidos moles. Alguns desafios são identificados, mas nenhum que não pos-sa ser enfrentado:

» Cirurgião-Dentista com conhecimento de fisiologia oral, identificando as barreiras relacionadas à higiene bucal para

Cirurgiões-dentistas atendem paciente em UTI Adulto

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Coluna - Odontologia na UTI

Nunca é demais lembrar que ter saúde bucal é um direito de cidadania, assegurado pela Constituição de 1988, que deve ser efetivado mediante políticas públicas ou privadas

saber transmitir à equipe de enfermagem.» Aquisição ou adaptação de materiais já existentes na UTI.» Percepção da importância do tratamento bucal e entender o desconforto do paciente pela equipe de enfermagem.» Dificuldades de comunicação com o paciente crítico.

O projeto de lei 2776/2008, de autoria do Deputado Federal Neilton Mulin (PR-RJ), está em andamento na Câmara dos Deputados, que torna obrigatória a inclusão do cirurgião-den-tista nas equipes multiprofissionais das unidades de terapia

intensiva (UTI), e se aprovado, vai garantir mais benefícios para a população e para a Odontologia. As dificuldades na melhora do quadro clínico do paciente infantil ou adulto e o prolongamento do tempo de internação na UTI geram uma diminuição no número de vagas disponíveis e, consequente, aumento dos gastos hospitalares.A participação do cirurgião-dentista na relação interdiscipli-nar de saúde é de fundamental importância para a terapêutica e qualidade de vida dos pacientes hospitalizados.

Atendimento odontológico realizado em UTI Pediátrica

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30 junho de 2011

Coluna - Periodontia

lhes cabe? E qual é a parte que lhes “cabe desse latifúndio”?A vivência clínica e muitos estudos científicos têm demonstrado que o sucesso em Odontologia, e certamente em qualquer de suas especialidades clínicas, está fundamentado no processo de educação para adoção de um bom controle mecânico do biofil-me dentário, utilizando não apenas a escova dental, mas tam-bém o fio ou a fita dental e recursos auxiliares, como as escovas interdentais, de acordo com cada caso.As mudanças comportamentais também são fundamentais para a manutenção da saúde periodontal. Em muitos dos casos é pre-ciso uma mudança radical de hábitos. Esse é o desafio maior. Mudar hábitos é sempre muito difícil.Conhecer os efeitos deletérios de determinados comportamen-tos, hábitos ou vícios sobre a saúde bucal pode auxiliar nas mudanças de comportamento dos nossos pacientes. Esse co-nhecimento pode ser alcançado por informações impressas ou se processa por meio de ações educativas realizadas por pro-fissionais de saúde bucal.Os Auxiliares em Saúde Bucal – ASB e os Técnicos em Saúde Bu-cal – TSB desempenham importante papel no processo educati-vo, orientando os pacientes, motivando-os a adotar práticas sau-dáveis de cuidado bucal. As ações educativas em saúde bucal podem e devem ser também realizadas pelo cirurgião-dentista, principalmente pelo clínico geral, quando o comprometimento periodontal ultrapassa a capacidade de resolução no âmbito do clínico geral e vai para o especialista.

Ao ser convidada para escrever uma coluna sobre a es-pecialidade que mais me encanta, a Periodontia, fiquei pensando o que seria importante e também interessante

aos nossos leitores.Conversando com um e outro colega, clínicos gerais, não havia confluência entre as sugestões. Pensei, então, no que mais me perguntam alguns estudantes e colegas: o que fazer para ter su-cesso em Odontologia? Qual o segredo? Será que há mesmo algum segredo? Sinceramente? Não há segredo.O sucesso de qualquer tratamento odontológico está fundamen-tado em uma boa relação profissional x paciente, cada um assu-mindo suas responsabilidades. Admitindo que os profissionais assumem tais responsabilidades, o que se verifica é que há certo conflito. Como fazer para que os pacientes façam a parte que

Regina Auxiliadora de Amorim MarquesCirurgiã-Dentista. Especialista em Periodontia.

O segredo do sucesso

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Coluna - Periodontia

O sucesso de qualquer tratamento odontológico está fundamentado em uma boa relação profissional x paciente

tegridade dos tecidos. Além do exame físico (exame clínico intra e extrabucal), deve-se realizar anamnese muito criterio-sa, identificando não apenas a história pregressa da doença, mas fatores de risco a que o paciente esteve ou está exposto para instalação e/ou agravamento das doenças periodontais. A realização de procedimentos básicos em Periodontia deve restabelecer a saúde bucal, mas só serão bem sucedidos se atrelados a um bom controle.Todas as intervenções em odontologia devem ser precedidas de orientações educativas para despertar o autocuidado, seguidas de avaliação das condições periodontais para diagnóstico preco-ce e tratamento de alterações periodontais. Essa recomendação se aplica aos procedimentos restauradores, tratamentos endo-dônticos, preparos para colocação de prótese, exodontias ou qualquer outra cirurgia eletiva, como a colocação de implantes dentários, movimentações ortodônticas ou tratamento ortopédi-co em odontologia.Em suma, cabe ao cirurgião-dentista, clínico geral ou especia-lista, fazer a identificação de alterações periodontais o mais precocemente possível, sensibilizar e motivar o paciente para o autocuidado e, diante de situações que fujam à sua alçada, encaminhar o caso a um periodontista, explicando os motivos do encaminhamento.Deve ficar claro que o cirurgião-dentista tem um espectro de ação, mas o sucesso pleno do tratamento odontológico só será alcançado com a participação e empenho de ambos: pro-fissional e paciente.

Qualquer profissional ao receber um paciente precisa saber qual foi o motivo da consulta, qual sua queixa principal. Quer o pa-ciente tenha sido encaminhado, quer ele tenha vindo por si, é importante ouvir a sua queixa. No que se refere aos pacientes encaminhados para o periodon-tista, o que observamos (muitas vezes) é que o paciente chega ao especialista sem entender muito bem porque ele foi encami-nhado. O paciente que chega sabendo porque foi encaminhado, normalmente tende a ser mais colaborativo, sensibilizado, mais aberto ao processo educativo. Nesses casos é mais fácil desper-tar a corresponsabilidade.O tratamento periodontal é fundamental para devolver a in-

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Especial Implantodontia

32 junho de 2011

Mais dentes para os brasileiros

A técnica da Implantodontia começou a ser desenvolvida na década de 1950 pelo médico sueco Per Ingvar Branemark, porém, a prática só ganhou espaço mundial em uma apre-

sentação no congresso do Canadá, em 1982.“No ano de 1986 foram realizadas as primeiras cirurgias dos im-plantes osseointegrados no Brasil, feitos por profissionais brasi-leiros que estudavam em universidades Americanas e Suecas e trouxeram a técnica para cá. Daí por diante, outros profissionais procuraram o conhecimento no exterior e outros passaram a fre-quentar cursos ministrados pelos colegas que voltavam ao país”, esclarece o Dr. Carlo Trivoli, especialista em Endodontia e Implan-todontia, coordenador do Curso de Implantes da SDS Cidade do Porto (Portugal), coordenador do Curso de Implantes da ABO – Campinas e palestrante internacional. “No início dos anos 1990, a osseointegração já estava bem di-fundida no Brasil. Hoje em dia podemos dizer com orgulho que figuramos entre os primeiros do mundo na técnica”, completa o Dr. Trivoli.Com o advento da carga imediata, implantes colocados em re-giões com osso de pior qualidade, implantes unitários, implan-tes colocados em regiões enxertadas e planejamentos de maior risco e complexidade, a margem de insucesso aumentou. Em contrapartida, a tecnologia melhorou. O avanço das superfícies, os desenhos dos parafusos modernos e o progresso científico no entendimento do comportamento do sistema de reabilitação com implantes estão sendo fatores determinantes para atingir o mesmo patamar dos resultados excelentes da região mentoniana apresentados por Branemark.O implante dentário, que antes era um procedimento realizado apenas em pessoas da classe média e alta, hoje, já é praticado em todas as classes da população brasileira. Tal a afirmação se deve, primeiramente, ao avanço da indústria nacional, responsável pela fabricação de implantes similares aos importados e com preços muito mais incorporados à realidade econômica brasileira. Além disso, o número de profissionais na área aumentou muito nos úl-timos anos, acirrando a concorrência e forçando a redução dos preços.“A consolidação das técnicas cirúrgicas tornou a cirurgia de im-plantes corriqueira nos consultórios odontológicos, a tal ponto que os implantes se tornaram a primeira opção na reabilitação de dentes perdidos. O avanço da técnica, tornando-a mais rápida e indolor, encorajou o paciente a acreditar e a procurar mais por essa solução dos problemas dentais”, afirma o Dr. Carlo Trivoli.

A Implantodontia é um dos segmentos que mais cresce na prática odontológica. As informações cedidas pelo Dr. Carlo Trivoli mostram os benefícios da técnica, apontando o surgimento de uma nova era para a especialidade no Brasil.

Por: Vanessa Navarro

Odonto Magazine - Como o cirurgião-dentista deve agir ao escolher o implante ideal para cada caso clínico?Carlo Trivoli - O principal fator para escolha do implante é o tipo de osso em que iremos trabalhar (qualidade óssea). Nisso implica saber que o planejamento, desde a escolha da prótese até o ato cirúrgico, muda de acordo com a área a ser reabilitada. A indústria nos oferece grande variedade nos desenhos, formas, superfícies, chegando, uma mesma marca de implantes, a produ-zir 10, 12 ou mais implantes diferentes, levando o profissional a ter dificuldade de escolha e manutenção de estoque. Seria perfeito que um implante só resolvesse todos os problemas. Já que isso ainda não é possível para simplificar, utilizamos implantes côni-cos na maxila e cilíndricos na mandíbula. Damos preferência as superfícies trabalhadas e procuramos dimensões certas para cada tamanho de dentes e espessura óssea da região a ser reabilitada.

Odonto Magazine - Quais são os tratamentos ligados a Im-plantodontia mais procurados pelos pacientes?Dr. Carlo Trivoli - Os pacientes desdentados são as melhores indicações e talvez os que mais procuram o dentista pela desa-daptação das próteses, dificuldade de se alimentar e convívio social prejudicado por falta de segurança e perda da autoes-tima, pois uma prótese total bem executada têm só 20% de efetividade mastigatória.Esse paciente geralmente é reabilitado com as próteses fixas híbridas com quatro, cinco ou seis implantes suportando 12 ele-mentos dentais, ou ainda nos casos mais avançados, os implan-tes zigomáticos.Perdas dentais por fraturas, infecções irreversíveis também têm alta procura nos consultórios, e por último: as reabilitações ósseas por meio dos enxertos para posterior reabilitação com implantes.

Odonto Magazine - Hoje, quais são os tipos de implantes mais utilizados na prática odontológica?Dr. Carlo Trivoli - No mercado nacional, o que ainda é mais utilizado é o implante de hexágono externo, cópia dos primei-ros implantes desenvolvidos por Branemark. Isso se deve à fa-cilidade de estoque dos componentes que são padrão interna-cional, das brocas e fresas, peças de moldagens e domínio da técnica de reabilitação. Segundo a indústria nacional, 70% do mercado utiliza o hexágono externo. Porém, o avanço tecnológi-

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Especial Implantodontia

Dr. Carlo Trivoli

“ Segundo notícias veiculadas, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, liberará uma verba de 134 milhões para somar aos 710 milhões gastos anualmente com a saúde bucal, para que 1.15 milhões de brasileiros tenham acesso aos implantes orais. Espero que essa notícia seja mesmo real e que este dinheiro seja realmente empregado para este fim”.

Dr. Carlo Trivoli - Com os avanços tecnológicos, as pesqui-sas enveredando à genética humana com as células-tronco e o mapeamento dos genes, talvez não utilizaremos mais os pa-rafusos atuais de titânio e produziremos os dentes humanos a partir das células progenitoras e fatores de crescimento.Embora as pesquisas já estejam em andamento, ainda é cedo para fazer tal afirmação, pois existem alguns fatores complicadores, como posição tridimensional do dente, tamanho, oclusão, tecidos periodontais, técnica cirúrgica e outros.Por outro lado, se ainda não estivermos produzindo dentes hu-manos, estaremos bem avançados com os materiais, no controle maior da integração óssea em qualidade e tempo, no crescimento dos ossos dos rebordos alveolares e na estética e função de nos-sas próteses dentais.

Especial Implantodontia

co incorporou novos desenhos e encaixes protéticos, tornando os implantes novos peças mais sofisticadas com melhor distribuição de cargas e adesão óssea. Porém, isso implica em investimento em novos kits cirúrgicos e protéticos, pois fogem do padrão dos implantes tipo Branemark; e também no aprendizado à novas téc-nicas o que envolve custo mais elevado e tempo.

Odonto Magazine - Qual é a importância do preparo adequa-do para a prática da Implantodontia?Dr. Carlo Trivoli - Os implantes são a última parte da reabilita-ção oral, primeiro o preparo de boca com a execução da perio-dontia, remoção das infecções e cáries dentais. Depois o ajuste da articulação, a recuperação da dimensão vertical, o prepa-ro e os provisórios dentais, de acordo com o planejamento e diagnóstico prévio. O planejamento reverso com enceramento diagnóstico e produção do guia tomográfico, cirúrgico e multi-funcional nos dará a perfeita orientação para chegarmos a um resultado favorável esperado.Portanto, o planejamento é fundamental para o sucesso das rea-bilitações com implantes, e nele está incluído todo o preparo ade-quado. Além disso, o profissional deve ser bem treinado e espe-cializado na técnica, e deve também dar continuidade aos estudos para estar “up to date” às novas tecnologias.

Odonto Magazine - Como o senhor vê a prática da Implanto-dontia daqui a 10 anos?

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Especial Implantodontia

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Diminuição de tempo cirúrgicoOs implantes dentais de Torque Direto (TD) Bionnovation dispensam o uso de monta-dor, cuja vantagem está na diminuição do tempo cirúrgico. O tratamento de superfície é de última geração (Supex), além disso, possuem o hexágono externo - que permite a  adaptação protética  universal. As chaves de instalação TD Bionnovation foram me-canicamente desenvolvidas com a finalidade de preservar o hexágono do implante. Possuem pontas de 0,9mm, que permitem a instalação do Tapa Implante.www.bionnovation.com.br

38 novas opções de ortoimplantes da Conexão chegam ao mercadoAno a ano, o Brasil busca técnicas mais modernas e eficazes para aperfeiçoar os produtos dirigidos às diferentes características das pessoas. Cada vez mais, a segurança e a variedade de opções são imprescindíveis para garantir a qua-lidade dos tratamentos de ortoimplantes. Por esta razão, a Conexão Sistemas de Prótese apresenta a nova linha de ortoimplantes. São 38 novos modelos, de diversas medidas, que foram aperfeiçoados ao associar ciência e tecnologia em todos os detalhes, desde a cabeça até o ápice.Para o diretor da empresa, Dr. Rodolfo Candia Alba Junior, os novos ortoimplan-tes aumentam as opções de tratamento e o sucesso nos procedimentos, o que possibilita realizar com maior precisão e agilidade intrusões, correção de api-nhamentos e diastemas, onde, em alguns casos, elimina-se o uso dos aparelhos ortodônticos convencionais. www.conexao.com.br

A hora e a vez do ProssA Implantodontia é uma área com a qual a Dabi Atlante apre-senta uma sinergia natural, incluindo a montagem de consul-tórios completos para os profissionais da área e as soluções em biossegurança que os procedimentos com implantes re-querem. Por isso, entrou no mercado com um sistema de im-plantes próprio, o Pross, que foi apresentado pela primeira vez no CIOSP de 2010 para um público restrito. Mas, a partir do segundo semestre de 2011, os cirurgiões-dentistas de todo o país poderão encontrar Pross em mais de 70 pontos de varejo da rede Dabi.www.dabiatlante.com.br

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35junho de 2011

Especial Implantodontia

Novo implante Cone Morse da DentoflexApresentando um corpo com núcleo cônico e três formatos diferentes de espiras, o implante Supreme apresenta também microespiras na pla-taforma protética do implante, além de possuir um assentamento proté-tico menor em comparação ao diâmetro de sua plataforma, o que con-fere ao implante um conceito de plataforma switch. O passo de rosca largo aliado à dupla rosca permite uma inserção mais rápida e menos traumática do implante em qualquer tipo de osso.Sua conexão do tipo Morse permite ao cirurgião a instalação em três situações clínicas possíveis – ao nível de crista, 1,0mm ou ainda 2,0mm abaixo da crista óssea.www.dentoflex.com.br

Os implantes Cone Morse, da Neodent, conta agora com indexador protético hexagonalO indexador simplifica a instalação, diminui o tempo cirúrgico, aumenta a resistência ao torque de inserção e proporciona ainda mais segurança e ver-satilidade aos trabalhos clínicos e laboratoriais. O comportamento biomecânico do implante CM permanece, promovendo re-sistência mecânica, estabilidade do parafuso protético e selamento bacteria-no, garantindo a saúde dos tecidos peri-implantares.Também merece destaque o lançamento do implante DRIVE, que é indicado para ossos tipo III/IV e promove um novo conceito de estabilidade primária. Os componentes protéticos EXACT permitem o posicionamento da prótese com transferência de forma indexada e moldagem direta dos implantes.www.neodent.com.br

Ômega II: harmonia e tecnologiaO Ômega II, da Dentscler, possui display gráfico com maior defini-ção dos caracteres; visor de cristal líquido, facilitando a leitura pelo operador; painel de fácil leitura e interpretação; novo software PID. A peça de mão leve, anatômica e autoclavável, proporciona maior precisão e segurança nos movimentos.O novo modelo da bomba peristáltica apresenta maior facilidade para substituição do conjunto de condutos para assepsia e esterili-zação. As ponteiras são em aço inoxidável.Mais uma novidade do equipamento é o pedal, que funciona como acelerador. Pressionando o acionamento, o profissional tem o contro-le progressivo da rotação, o que facilita e aumenta a segurança nos procedimentos cirúrgicos. Por meio do pedal é possível acessar os programas armazenados na memória do motor (até 20 programas).O Ômega II possui sistema bivolt: 90/240V.www.dentscler.com.br

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Caso Clínico

Hésio Magri de LacerdaMestre e Especialista em Implantodontia. Coordenador do curso de especialização em Implantodontia Aprimore Barbacena.

Evelyn M. Juri de RezendeMestre e Especialista em Implantodontia. Coordenadora do curso de especialização em Implantodontia Aprimore Barbacena.

Uma das mais frequentes limitações à correta implan-tação na maxila em região posterior é representada pela pneumatização dos seios maxilares, associa-

das à crescente reabsorção em edentados e ao osso tipo IV caracterizado por má qualidade, baixa densidade e fina ca-mada cortical1. Os procedimentos de levantamento do assoalho do seio maxilar têm demonstrado, há mais de duas décadas, ser uma opção segura e previsível para a reabilitação oral com implantes osseointegrados.  Algumas complicações, du-rante e após os procedimentos de enxerto de seio, foram e têm sido demonstradas na literatura, sendo dentre elas: a perfuração da membrana do seio maxilar, sinusite crônica, infecção, perda do material do enxerto e do implante2-3. A técnica invasiva inicialmente apresentada4 vem sendo modificada no que tange a incisão5-6 osteotomia maxilar7-8 e aos diferentes tipos de enxertos empregados.Em um consenso com objetivo de chegar a pontos de acordo sobre as grandes controvérsias desta técnica, definiu-se que:9

» O objetivo  fundamental da técnica é a formação de osso vital no seio maxilar para a sobrevivência em lon-go prazo dos implantes.» Os biomateriais mais comumente utilizados são eficazes. Mesmo em casos graves de atrofia seu potencial para re-generar osso é  limitado a osteocondução, ou seja, a ca-pacidade de criar uma matriz óssea, onde o coágulo que o permeia na verdade é o substrato para regeneração ós-sea biológica. O biomaterial é um mantenedor de espaço, e as paredes da cavidade fornece a vascularização, célu-las e fatores de crescimento responsáveis pela formação óssea  endosteal. Os xenoenxertos  têm  mostrado  me-lhores resultados do que o autógeno isolado em termos de sobrevivência do implante. A membrana sinusal é usa-

da para evitar a contaminação bactéria e a disseminação de biomaterial através do seio maxilar.» A perfuração da membrana de Schneider é a compli-cação cirúrgica mais comum, com incidência entre 7 e 56%. A perfuração da membrana não parece  determi-nar a sobrevivência ou o fracasso de implantes.» Aumentar o número de implantes é uma medida ex-celente para reduzir o  stress  no osso.  É recomenda-do  um  implante  para cada dente perdido. Em caso de parafunções, recomenda-se colocar dois implantes para cada molar perdido.» A antibioticoterapia profilática  é recomendada  para reduzir a incidência de infecções.» Tratamento com  PRP  não  parece melhorar a evolu-ção clínica dos procedimentos de elevação do seio com osso autógeno ou substitutos ósseos.

Compararam a eficácia de  duas técnicas diferentes  pa-ra aumentar os seios maxilares utilizando uma abordagem lateral, por meio de barreira reabsorvíveis  sintética  rígi-da versus granulos inorgânicos, usados de forma randomi-zada, e os resultados mostrararam que apesar de enxerto ósseo não ser necessário para aumentar os seios maxila-res atróficas, desde que o espaço conseguido pela barrei-ra seja mantido, o  osso se apresentou, histologicamente, mais maduro e resistente quando usado o Bio-Oss. Além disso,  foi considerado mais simples para preencher cavi-dades do que a aposição de uma barreira rígida para a ma-nutenção do espaço10. Em um estudo com total de 263 implantes submetidos a um procedimento de elevação do seio, todos os sítios fo-ram tratados com enxerto composto de autógeno cortical, bovino e plasma rico em plaquetas (PRP). Com implanta-ção tardia e simultânea. Os locais foram examinados clini-

Cirurgia de levantamento de seio maxilar e instalação imediata deimplantes Sistema KOPP®

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Caso Clínico

ca e radiograficamente 24 meses após o seu carregamento protético. Não houve diferença estatísticamente signifi-cante no que tange o momento da implantação.11 Com base em uma  análise  retrospectiva  em  uma  sé-rie de 177 procedimentos  realizados por mais de 12 anos, pode-se concluir  que  o aumento  dos seios  é um proce-dimento muito versátil. Sua eficácia e previsibilidade em termos de  sobrevida do implante é extremamente eleva-da  e  independente do material  de enxerto, técnica  cirúr-gica,  comorbidades associadas, tabagismo,  e tempo  de colocação do implante.  Complicações, como perfuração de  membrana, sinusite  e  peri-implantite parecem ter in-fluenciado falha do implante12.O objetivo deste caso clínico é relatar a técnica empregada para alteração da anatomia do soalho do seio por meio da instalação de implantes imediatos associados a enxerto xenógeno e autógeno.

Caso clínicoPaciente leucoderma, sexo feminino, 76 anos, ASA II. Pre-sença apenas dos elementos 21, 22 do lado esquerdo e um implante osseointegrado, funcionalmente aproveitável no 23. Paciente medicada com Amoxicilina 875 mg – Clavu-lanato de potássio 125 mg de 12 em 12 horas por 10 dias, 04mg de Dexametasona uma hora antes a 0,5mg de Alpra-zolan. Anestésico e incisão na crista da região do 23 ao 28.Radiograficamente apresentava disponibilidade óssea para implante região do 24, porém osso sem espessura onde foi utilizada apenas a fresa piloto e o uso de expansores rosque-áveis Kopp, que nos permitiu não somente expansão como promoveu uma condensação óssea lateral, onde foi utilizado implante FI de 3,3 x 10 mm com torque acima de 45 N.A partir da região 25, radiograficamente o seio maxilar com grande pneumatização, restando uma disponibilidade

óssea aproximada de 1,5 mm.Uma janela óssea foi realizada com auxílio de fresa dia-mantada esférica e ponta reta sob abundante irrigação com solução fisiológica.A cortical vestibular foi reservada em soro e procedimen-tos de descolamento da membrana sinusal foram cuidado-samente realizados.Um instrumental adequado foi colocado no seio com a fi-nalidade de proteger a membrana durante as perfurações.Com a fresa piloto foram efetuadas, seguindo orientações da guia cirúrgica, mais três perfurações que foram cuidado-samente alargadas com uma fresa de Lindemann de 10mm em ponta reta apenas para adaptação da ponta do primeiro expansor rosqueável de 02mm dando início a expansão do orifício para melhor travamento imediato dos implantes.Foram utilizados manualmente os expansores Kopp de 2,0 e 2,5mm. O de 3,0mm foi usado levemente com a intensão apenas na entrada de cada orifício para permitir adaptação da primeira rosca do implante e penetrar no alvéolo cirúrgico.Três implantes Friccional I - Kopp foram instalados com excelente travamento digital conseguido nas roscas ini-ciais. A partir deste momento, interrompeu-se a aspira-ção do campo cirúrgico para que a presença abundante do coá gulo fosse garantida, como princípio básico de toda regeneração tecidual guiada.Todo o osso autógeno da janela do seio e das perfurações foram colhidos e misturados com xenoenxerto ao sangue presente na área e loja cirúrgicas com auxílio de um des-colador de Molt em um pote e colocado no seio maxilar, preenchendo toda a cavidade sinusal disponível.Toda a abertura óssea com margem de segurança foi co-berta com uma membrana reabsorvível de colágeno.Dada a excelente disponibilidade de gengiva queratinizada do lado palatino do retalho, manobras de deslizamento de

Figuras 1 e 2Aspectos pré-operatórios.

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Caso Clínico

Figura 9Abertura óssea para acesso ao seio.

Figura 10Membrana descolada.

Figura 3Incisão na crista.

Figura 5Uso de expansor nº 2 – Kopp após perfuração cortical com fresa piloto – aumento de espessura.

Figura 7Implante instalado.

Figura 8Instalação anteriormente ao seio.

Figura 6Implante Kopp FI Medular.

Figura 4Deslocamento e divulsão de tecidos moles (rebordo em faca).

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Figuras 14 e 15Instalação do segundo implante Kopp FI Medular.

Figuras 12 e 13Alargamento dos alvéolos cirúrgicos com fresa Lindemann com diâmetro aproximado de 2,8 a 3 mm – sub-instrumentação.

O objetivo fundamental da técnica é a formação de osso vital no seio maxilar para a sobrevivência em longo prazo dos implantes

Caso Clínico

Figura 11Perfurações com fresa Lindemann.

retalho e enxerto conjuntivo foram realizadas, contribuin-do substancialmente com a melhora da qualidade e quan-tidade de mucosa queratinizada.Suturas isoladas e colchoeiro modificado foram feitos sem tracionamento ou tensão nos tecidos moles.A paciente foi orientada a manter irrigação com soro nas narinas três a quatro vezes ao dia, com finalidade de auxi-liar na drenagem pelo óstio sinusal além de outros cuida-dos pertinentes a este tipo de intervenção.As suturas foram removidas após oito dias.

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40 junho de 2011

Caso Clínico

Figuras 20 a 23Coleta de sangue local para misturar ao material de enxerto Allobone® e início do preenchimento da cavidade sinusal.

Figuras 16 a 19Conclusão da instalação dos implantes.

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Caso Clínico

Figuras 24 e 25Término do preenchimento sinusal com Alobone Poros®/sangue.

Figuras 27 a 29Cobertura da janela óssea com membrana de colágeno Colatape®.

Figura 30Final de preenchimento. Adaptação da membrana.

Figura 26Alobone Poros®.

A membrana sinusal é usada para evitar a contaminação por bactéria e a disseminação de biomaterial através seio maxilar

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42 junho de 2011

Caso Clínico

Figuras 34 e 35Suturas tipo colchoeiro modificado e complementado com pontos isolados.

Figuras 36 e 37Aspectos radiográficos do pré-operatório e pós-operatório de 120 dias.

Figuras 31 a 33Enxertia conjuntiva e deslizamento de retalho, visando a melhoria de espessura e contornos da mucosa queratinizada.

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43junho de 2011

Caso Clínico

Referências 1. Goodacre CH, Bernal G, Runcharassaeng K, Kan J. Clinical complications with implants and implant protheses. J Prosthet Dent 2003; 90:121–132.

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8. Misch C.E. Implante odontológico contemporâneo.  Editora Pancast, São Paulo 1996.

9. Conferência Nacional de Consenso sobre el Injerto Óseo del Seno Maxilar.Rev esp cir oral maxilofac. 2010;32(2):41-63.

10. Pietro Felice, Antonio Scarano, Roberto Pistilli, Luigi Checchi, Maurizio Piat-telli, Gerardo Pellegrino, Marco Esposito. A comparison of two techniques to augment maxillary sinuses using the lateral window approach: rigid synthetic resorbable barriers versus anorganic bovine bone. Five-month post-loading clinical and histological results of a pilot randomised controlled clinical trial Eur J Oral Implantol 2009;2(4)293–306.

11. Evaluation of sinus floor elevation using a composite bone graft mixture Pablo Galindo-Moreno, Gustavo A´ vila, Juan Emilio Fernández-Barbero, Maria-no Aguilar, Elena Sánchez-Fernández, Antonio Cutando, Hom-Lay Wang, 2007 The Authors. Journal compilation c_ 2007 Blackwell Munksgaard 377 | Clin. Oral Impl. Res. 18, 2007 / 376–382.

12. A 12-year Retrospective Analytic Study of the Implant Survival Rate in 177 Consecutive Maxillary Sinus Augmentation Procedures Gui-Youn Cho-Lee, MD1/Luis Naval-Gías, MD, DMD, PhD2/Sergio Castrejón-Castrejón, MD3/ Ana Laura Capote-Moreno, MD, PhD2/Raúl González-García, MD4/Jesús Sastre--Pérez, MD2/ Mario Fernando Muñoz-Guerra, MD, PhD2 Int J Oral Maxillofac Implants 2010;25:1019–1027.

ConclusãoA técnica de elevação invasiva do seio maxilar com implantação imedia-ta, enxerto xenógeno associado a autógeno é um procedimento viável e amparado pela literatura vigente desde que princípios, como estabilidade primária do implante, conhecimento da técnica cirúrgica e possíveis inter-corrências sejam criteriosamente seguidos.

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Caso Clínico

Fábio J. B. BezerraProfessor do Curso se Especialização em Implantodontia da ABO – Bahia. Diretor Clínico e Científico do INEPO - [email protected]

Ariel LenharoDoutor em Implantodontia pela UNESP – Araçatuba.

Luciano CastellucciDoutor em Reabilitação Oral pela FOB-USP.

Os implantes osseointegráveis têm sido utilizados para reabilitação de pacientes nas últimas décadas com índices crescentes de sucesso clínico e evidenciação

científica, impactando positivamente na qualidade de vida de pacientes, do ponto de vista social, funcional e estético1. Dentro desta realidade, o conhecimento aprofundado da bio-mecânica e biologia peri-implantar possibilitaram a utilização de novos conceitos e tecnologias para preservação do nível ósseo ao redor dos implantes2, aumentando assim o prognós-tico de sucesso clínico, sobretudo em casos de alta demanda estética ou funcional (figura 1). Como em todos os procedimentos realizados em Implanto-dontia, a decisão clínica baseada em evidências científicas que demonstrem efetivamente o benefício para os nossos pacientes deverá nortear a terapia utilizada no dia-a-dia da reabilitação oral com implantes. Com este intuito, existe uma convergência de opiniões de diversos autores embasados em resultados científicos expressivos de que a manutenção do nível ósseo peri-implantar é mutifatorial, sendo que alguns fa-tores têm demonstrado ser importantes, como o tratamento de superfície, o tipo de conexão protética, a plataforma swi-tching e a macrogeometria do implante, além de variáveis clí-nicas, como higienização, risco periodontal e padrão oclusal. Em recente artigo, Momen e colaboradores3 revisaram com-pletamente a literatura sobre a eficiência da plataforma swi-tching para preservação do osso marginal peri-implantar, através de uma metodologia padronizada e com alto impacto científico (meta-análise), e concluíram que quando há a uti-lização de um abutment com diâmetro menor do que o do implante, a perda óssea tende a ser menor do que quando implante e abutment possuem o mesmo diâmetro.Um estudo clínico longitudinal realizado por Canullo e colabo-radores4, demonstrou que as alterações no nível ósseo margi-nal peri-implantar podem estar relacionadas com o diâmetro de assentamento do abutment, sendo que os níveis ósseos marginais foram melhor mantidos nos casos reabilitados, de acordo com o conceito de plataforma switching.

López-Marí e colaboradores5 avaliaram a literatura disponível e concluíram que o conceito de plataforma switching ajuda a prevenir a perda da crista óssea marginal após a colocação de implantes, contribuindo para a obtenção e manutenção de resultados estéticos satisfatórios.Outro fator fundamental para preservação da estrutura ós-sea marginal está relacionado ao tipo de plataforma protética utilizada, sendo que a associação de conexões internas e a plataforma switching geram menor stress ósseo e dissipação mais uniforme das cargas oclusais6, fatores estes que têm mi-nimizado a perda óssea marginal e, consequentemente, incre-mentado a excelência da terapia com implantes. Wennenberg e Albrektsson7 avaliaram o efeito da topogra-fia da superfície do implante na resposta óssea e concluíram que, apesar da falta de padronização dos estudos disponíveis atualmente, a topografia óssea influencia a resposta óssea em nível micrométrico e existem indícios de que isto também pode acontecer no âmbito nanométrico. Os autores citam que superfícies lisas ou minimamente rugosas demonstraram res-posta óssea mais fraca do que as superfícies rugosas.A distribuição uniforme das forças oclusais também pode ser potencializada pela macrogeometria do implante, sendo que um dos objetivos deve ser minimizar a concentração de stress na região cervical do implante para diminuir ou evitar a perda óssea marginal fisiológica, definida como saucerização. Uma das possibilidades é a utilização de microrroscas na porção cervical do implante, que têm como objetivo aumentar a esta-bilidade primária do implante e ao mesmo tempo transferir as forças oclusais para a medular óssea ao invés de concentrá-las na cortical alveolar8, 9. Dentro dos critérios de sucesso propostos por Albrektsson e co-laboradores10, na década de 1980, caracterizava-se como suces-so e fisiologicamente aceitável uma perda óssea marginal de 1,5 milímetros no primeiro ano após a instalação do implante e, a partir daí, uma perda de 0,2 milímetros anualmente. Em recente meta-análise, Laurell e Lundgren11 demonstraram que os siste-mas de implantes que se enquadraram nos critérios de inclusão

Excelência estética do sorriso: novos conceitos e tecnologias em Implantodontia

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Caso Clínico

Figura 1Harmonia estética da composição dento-gengival que deve ser mimetizada com o tratamento reabilitador com implantes.

Figura 2Caso clínico demonstrando a agenesia dos incisivos laterais maxilares tratada com implantes osseointegráveis. Denotar o correto contorno do tecido mole peri-implantar.

Figura 3Próteses sobre os implantes instaladas em harmonia com os dentes naturais.

O conhecimento da biomecânica e da biologia peri-implantar possibilitaram a utilização de novos conceitos e tecnologias para preservação do nível ósseo ao redor dos implantes

do estudo apresentaram perda óssea marginal estatisticamente inferior aos critérios propostos por Albrektsson, variando de 0,24 a 0,75 milímetros após cinco anos em função. Estes mesmos au-tores sugerem que os critérios utilizados atualmente deveriam ser revistos, uma vez que a evolução nos sistemas de implantes associada ao conhecimento biológico atual incrementaram a es-tabilidade da estrutura óssea peri-implantar.Clinicamente, o desafio se encontra na identificação dos fato-res de risco estético e funcional de cada caso tratado, sendo que quanto maior for a complexidade do caso, mais crítico

será o conhecimento dos limites biológicos e biomecânicos a serem vencidos, sempre em busca da previsibilidade de re-sultados e manutenção da excelência alcançada por períodos longos de tempo (figuras 2, 3 e 4). Novos conceitos e tecnologias, como o tratamento de super-fície, a plataforma switching, conexões internas, selamento marginal e alterações macrogeométricas na porção cervical dos implantes parecem contribuir de maneira multifatorial para a preservação da estrutura óssea marginal, de acordo com a literatura disponível atualmente (figura 5).

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46 junho de 2011

Caso Clínico

Referências 1. Felix Gb, Filho HN, Padovani CR, Machado WM.A longi-tudinal study of quality of life of elderly with mandibular implant-supported fixed protheses.Clin Oral Implants Res 2008;19:704-708.

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4. Canullo L, Fedele GR, Iannelo G, Jepsen S. Platform swi-tching and marginal bone-level alterations: the results of a randomized-controlled trial. Clin Oral Implants Res. 2010 Jan; 21(1): 115-21.

5. López-Marí L, Calvo-Guirado, JL, Martin-Castellote B, Go-mez-Moreno G, López-Marí M. Implant platform switching concept: an updated review. Med Oral Patol Oral Cir Buccal, 2009 Sep 1; 14(9): 450-4.

6. Rodríguez-Ciurana X, Vela-Nebot X, Segalà-Torres M, Roda-do-Alonso C, Méndez-Bianco V, Mata-BuquerolesM. Biome-chanical repercussions of boné resorption related to biologic width: a finite element analysis of three implant-abutment configuations. Int J Periodontics Restorative Dent. 2009 Oct; 29(5): 479-87.

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11. Laurell L, Lundgren D. Marginal bone level changes at den-tal implants after 5 years in function: A meta-analysis. Clin Im-plant Dent Relat Res. 2009 Aug (3) Epub ahead of print, 1-10.

Figura 4Excelência estética do resultado final do tratamento com implantes.

Figura 5Novos conceitos macrogeométricos para manutenção óssea peri-implantar exemplificado pelo Implante Strong SW, SIN, Sistema de Implante Nacional, São Paulo, Brasil.

Micro-roscas cervicais

Plataforma Switching

Tratamento de SuperfícieIntegral (Até a Cervical)

Conexão InternaSelamento Marginal

A associação de conexões internas e a plataforma switching geram menor stress ósseo e dissipação mais uniforme das cargas oclusais

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Caso Clínico

Laminados cerâmicos minimamente invasivos

Maristela LoboEspecialista em Periodontia. Mestre em Cariologia. Doutora em Dentística. Membro ITI. Professora dos cursos de especialização em Implantodontia e Pós-Graduação em Odontologia Estética do Centro Universitário SENAC.

Ariovaldo StefaniEspecialista em Periodontia. Mestrando em Prótese. Professor dos cursos de especialização em Implantodontia e Pós-Graduação em Odontologia Estética do Centro Universitário SENAC.

Sérgio Siqueira JúniorEspecialista em Periodontia e Implantododontia. Mestre em Implantodontia. Membro ITI. Professor dos cursos de especialização em Implantodontia e Pós-Graduação em Odontologia Estética do Centro Universitário SENAC.

Carlos Eduardo PenaMestre em Dentística. Professordos cursos de especialização em Implantodontia e Pós-Graduação em Odontologia Estética do Centro Universitário SENAC.

Oswaldo Scopin de AndradeEspecialista. Mestre e Doutor em Prótese. Coordenador dos cursos de especialização em Implantodontia e Pós-Graduação em Odontologia Estética do Centro Universitário SENAC.

A Odontologia Moderna busca “restaurações invisíveis” – que mimetizam os dentes naturais – confeccionadas com o mínimo de prejuízo dos tecidos dentais. Essa

união entre as técnicas restauradoras avançadas, materiais com propriedades biomiméticas e a filosofia de preservação do remanescente dental favorece a construção de sorrisos sau-dáveis, funcionais e estéticos. Nesse contexto, os laminados cerâmicos são excelentes opções restauradoras, quando bem-indicados, pois requerem pouco des-gaste de estrutura dental e devolvem anatomia, forma, textura, cor e harmonia aos dentes envolvidos. Quando aderidas ao es-malte dental, as cerâmicas têm excelente longevidade clínica. O presente artigo tem como objetivo descrever um caso clínico no qual restaurações prévias de resina composta falharam e fo-ram substituídas por laminados cerâmicos minimamente inva-sivos, aderidos em esmalte dental, que conseguiram devolver a estética natural ao sorriso da paciente em questão.

Caso clínicoUma paciente do gênero feminino, com 28 anos, cirurgiã-dentis-ta, procurou a clínica de pós-graduação em Odontologia Estética do Centro Universitário SENAC, em São Paulo, insatisfeita com o seu sorriso. Essa paciente teve agenesia de laterais e submeteu--se ao tratamento ortodôntico, quando ainda era adolescente, com o objetivo de posicionar os caninos na posição dos incisivos laterais, e os primeiros pré-molares na posição dos caninos. Ao final do tratamento ortodôntico, esses dentes foram reanatomi-zados com restaurações de resina composta, quando a paciente tinha a idade de 16 anos. Foram realizadas facetas diretas em resina composta nos dentes anteriores superiores (dentes #13 ao 23). A paciente relatou que, durante os primeiros cinco anos, essas restaurações mantiveram-se de forma satisfatória. Entre-

Aspecto inicial do caso - com coloração A2. A inserção de Arc Flex (FGM) garante o acesso ideal ao campo operatório.

Figuras 1a e 1bNota-se o colapso da reconstrução em resina composta, percebido por meio de pigmentação marginal, desgaste superficial, fraturas, além da ausência de forma, contorno e textura adequados. A interface dente-resina composta é facilmente notada, gerando a desarmonia visual.

tanto, após esse período, elas fraturaram, e os reparos se torna-ram constantes, o que a desagradava (figuras1a e 1b).Após um minucioso exame clínico, radiográfico e fotográfico da paciente, e um estudo em modelos de gesso encerados, foi proposto à mesma que fizesse laminados cerâmicos com pre-paros minimamente invasivos e aderidos em esmalte dental. Um enceramento diagnóstico do resultado final foi confeccio-

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Caso Clínico

Figuras 2a e 2bA discrepância da margem gengival dos dentes #13, 14, 15, 23, 24 e 25 interfere na harmonia estética do sorriso, portanto, foi corrigida por meio de cirurgia plástica periodontal prévia: aumento de coroa clínico estético.

Figuras 3a e 3b Os preparos dentais supra-gengivais e restritos ao esmalte foram realizados com o auxílio de guias de silicone baseados no enceramento diagnóstico.

Figura 4aApós a inserção dos fios afastadores (#000 e #00), nota-se a transparência gengival, revelando a fragilidade do biótipo periodontal fino/festonado.

Figura 4bNa técnica de moldagem de duplo-fio, o primeiro fio afastador gengival pode estar capturado no molde.

nado e transferido para a boca da paciente através de mock up. Esse ensaio restaurador intraoral permite a avaliação de diversos parâmetros clínicos: estética, fonética, guias de deso-clusão, proporção gengiva-dentes, suporte labial, quantidade de desgaste necessária para o material restaurador, dentre ou-tros. O mock up, nesse caso específico, confirmou a necessida-de do aumento de coroa clínico dos dentes #13, 14, 15, 23, 24, 25, envolvidos na estética do corredor bucal (figuras 2a e 2b).Inicialmente, foi realizado um clareamento dental caseiro, com peróxido de carbamida a 10% por 21 dias consecutivos. Depois, a paciente foi submetida ao aumento de coroa. Noventa dias após a cirurgia periodontal, foi realizado o preparo dental guia-do pelo enceramento diagnóstico, utilizando-se guias de pre-paro em silicone (Zetalabor, Zhermack), e pontas diamantadas de granulação fina e extra-fina, sob rotação controlada (contra-ân gulo multiplicador Sirona) (figuras 3a e 3b). A moldagem foi realizada com slicone de adição (Virtual, Ivoclar-Vi vadent), sob a técnica de passo único e de duplo-fio (fios afas-tadores gengivais Ultrapack #000 e #00) (XXX) (figuras 4a e 4b). Os provisórios foram confeccionados de maneira direta com o uso de resina bisacrílica (Luxatemp, DMG) e cimentados com resina fluida (Tetric Flow, Kerr), permanecendo por sete dias (figura 5).Os laminados, confeccionados sobre refratário (cerâmica feldspá-tica) foram cimentados (Variolink II, Ivoclar-Vivadent) após a apro-vação estética e funcional da paciente (figuras 6a, 6b e 6c). A prova foi realizada utilizando pastas de prova à base de glicerina corada, próprias do sistema de cimentação empregado.

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Caso Clínico

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para:Vanessa Navarro ou Vivian Pacca – ODONTO MAGAZINEAlameda Amazonas, 686 – G1Alphaville Industrial – Barueri-SPCEP 06460-100

11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail.

12) Informações:

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Paccae. [email protected]. + 55 (11) 4197.7508

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

Figura 5Os provisórios foram confeccionados com resina bis-acrílica, guiados pelo enceramento diagnóstico.

Figuras 6a, 6b e 6c Após a cimentação definitiva, nota-se a harmonia visual entre os laminados e os elementos que compõem o sorriso da paciente.

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