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www.odontomagazine.com.br Ano 3 - N° 26 - Março de 2013 772179 879602 9 26 ISSN 2179-8796 Marketing Odontológico Reportagem Segurança do paciente na clínica odontológica Gestão e comprometimento Espaço Equipe Entrevista

Odonto Magazine nº 26 - Março/2013

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Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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3Março de 2013

Editorial

O novo ano já anda acelerado. Perguntamo-nos o quanto a Odontologia caminha junto, com a expectativa permanente de uma evolução diretamente proporcional à moder-nidade atual. Muitos questionamentos são feitos acerca do futuro da profissão, que

somente serão concluídos com o acompanhamento e o entendimento do presente.Ao mesmo tempo em que a humanidade evolui em todos os seus aspectos, a saúde bucal acompanha em qualidade, conscientização e dedicação, tanto por parte de seus profissionais, que cada vez mais saem das Universidades com uma visão generalista e de prevenção e educa-ção em saúde, assim como por parte das pessoas em suas diversas classes culturais e sociais, que buscam cada vez mais o bem-estar.A Odontologia Moderna pode ser associada a essa nova filosofia de inclusão social, visando à prevenção e à educação em saúde, ao contrário da Odontologia Curativa, que vem se tornando uma necessidade de demanda, e não uma prioridade. Com esse novo aspecto generalista, ve-mos a inserção de todas as classes sociais através de programas de Governo que, a cada ano, investem mais, expandindo assim, a cultura e a possibilidade de tratamento e de manutenção de uma boca saudável, tão importante para a saúde sistêmica e para a autoestima de pessoas que antes não tinham oportunidade de sorrir e de se relacionar.Muitos programas sociais, planos privados empresariais e um melhor acesso às clínicas e aos consultórios odontológicos são os maiores facilitadores e incentivadores dessa expansão, sem tamanho, que a Odontologia no Brasil vem tendo juntamente com a vontade e interesse do outro lado da relação profissional-paciente.Esse avanço exige, como qualquer outro, muita dedicação e mudança de paradigma do pro-fissional, o que demonstra uma nova visão desde o período acadêmico, paralelamente aos profissionais que, a cada dia, especializam-se e se familiarizam mais com essa nova cultura de saúde, que em médio e longo prazo tornará o dentista como um profissional cada vez mais incorporado à saúde sistêmica, onde corpo e alma desejam, no seu íntimo, sorrir com mais facilidade e oportunidade.Portanto, tenhamos um ano de muito trabalho e ainda mais expectativas com os novos con-textos que fazem, a cada dia, surgir mais respeito e valorização do profissional por parte do paciente e uma nova realidade de prevenção, educação, promoção de saúde e inclusão so-cial por parte dos profissionais com os seus pacientes, que independente de classe e cultura, tornam-se cada vez mais aptos a seguir caminhos que os levem à saúde e ao bem-estar onde, nós dentistas, somos os pilares e as estradas desse caminho que exige dedicação, empenho e interesse, como sempre, de ambas as partes.

Tempos modernos de uma Odontologia para todos

Diego MicheliniMembro do Conselho Científico

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

Gerência GeralMarcela Petty

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7502

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7761

Assistente AdministrativoMichelle Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7765

MarketingIronete Soares

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7500

Designers GráficosDébora Becker

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

Bob Nogueirae. [email protected]

t. + 55 (11) 4197.7763

Analista de SistemasFernanda Perdigão

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7521

SistemasWander Martins

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7762

Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7760

Publicidade - Gerente de ContasVictorio Rosa

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7768

Conselho CientíficoAlice Granthon de Souza, Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal infor-mações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comer-ciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de Odonto-logia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 3 • N° 26 • Março de 2013

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Reportagem Marketing Odontológico

EntrevistaGestão e comprometimento Luiz Fernando Varrone

Espaço EquipeSegurança do paciente na clínica odontológicaDanielle Ramos

RelacionamentoFGM é referência internacional pela qualidade e tecnologia de seus produtos

Ponto de vistaGestação e OrtodontiaFernando Massi

ColunistasPrevençãoHelenice BiancalanaSaúde PúblicaRegina Vianna Brizolara

Casos ClínicosCirurgia ortognática bimaxilar para correção de deformidade dentofacial de paciente portador de má-oclusão classe III com laterognatismoRui Bueno de Oliveira e André Sakima Serrano

Clareamento de consultório para dentes vitais e não vitaisAlessandra Reis B. de Oliveira

Período crítico de erupção: como minimizar a vulnerabilidade do 1º molar permanenteSucena Matuk Long e Ana Maria Peixoto Guimarães de Araujo

Normas para publicação

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Editorial

Programe-se

Notícias

Odontologia Segura

Produtos e Serviços

SumárioMarço de 2013 • Edição: 26

4 Março de 2013

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.

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6 Março de 2013

Programe-se

AbrilOdonto Management Brazil 15 e 16 de abril de 2013Com um conceito e um formato inovador, a Odonto Management Brazil chega ao mer-cado de Odontologia para debater e tratar sobre um assunto de grande importância para o crescimento e fortalecimento deste mercado: práticas de gestão empresarial.Com o objetivo de equipar, informar e capacitar dentistas e administradores de clínicas, esta conferência abordará temas voltados para: planejamento estratégico, tributário, financeiro, estratégias de ma-rketing e comunicação com aplicação de benchmarks, casos práticos, apresenta-ção de soluções e discussões de dilemas e desafios do dentista no papel de admi-nistrador com renomados especialistas.

São Paulo - SPwww.odontomanagementbrazil.com.br

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Maio16º Congresso Internacional de Odontologia do Litoral Paulista – CIOLP23 a 25 de maio de 2013O evento conta com simpósios, cursos teóricos e workshops com procedimen-tos e cirurgias ao vivo e com transmissão simultânea.

Santos – SPwww.ciolp.com.br

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Junho3rd Neodent International Congress13 a 15 de junho de 2013Com o tema central “História, Ciência e Inova-ção”, o congresso faz parte da programação alusiva aos 20 anos de fundação da Neodent.

Curitiba – PRwww.neodentcongress.com.br

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XXI Congresso Internacional de Odontologia do Pará27 a 29 de junho de 2013Renomados profissionais discutem sobre o futuro da Odontologia no Brasil e no mundo.

Belém – PAwww.abopa.org.br

Programe-se

Julho21º Congresso Internacional de Odon-tologia do Rio de Janeiro - CIORJ10 a 13 de julho de 2013O CIORJ- Congresso Internacional de Odon-tologia do Rio de Janeiro é o ponto de en-contro dos dentistas e profissionais da saúde bucal no Rio de janeiro. O evento traz os últi-mos trabalhos de pesquisa, novidades tec-nológicas e produtos para cuidados com a saúde bucal, ortodontia e estética.

Rio de Janeiro - RJwww.ciorj.org.br

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XXI Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia17 a 20 de julho de 2013Em julho de 2013, a SOBEP realizará seu con-gresso anual na acolhedora cidade de Salva-dor. Com sua característica itinerante, pas-sando por todas as regiões do país, o evento anual acontecerá, desta vez, na capital do es-tado da Bahia, conhecida por sua importância histórica e cultural. A tradição de elevada qua-lidade acadêmica associada ao clima agra-dável e profícuo das discussões científicas e à descontração nos momentos de confrater-nização, característicos dos eventos da nossa sociedade, farão parte do XXI Congresso Bra-sileiro de Estomatologia e Patologia Oral. 

Salvador – BAwww.estomatologiabahia.com.br

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AgostoJornada Odontológica Sul Rio-grandense – JOS16 a 18 de agosto de 2013Um número muito grande de associados e de colegas manifestou-se favoravelmente a nova fórmula para a Jornada. Grande tam-bém é a satisfação das autoridades da Serra Gaúcha com a realização do evento.  Estão sendo programadas  reuniões paralelas tra-tando do Ensino e da Pesquisa no nosso País.

Serra Gaúcha – RSwww.abors.org.br

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XXII Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – COBRAC20 a 24 de agosto de 2013O evento contará com renomados cirurgiões brasileiros e estrangeiros, de riquíssima con-

tribuição científica mundial, discutindo sobre o que há de mais novo na especialidade.Serão abordados os temas: cirurgia den-toalveolar, trauma maxilofacial, enxertos ósseos, distracção osteogênica, cirurgia ortognática e estética facial, patologia oral e maxilofacial, ronco e apneia do sono, cirurgia da ATM, cirurgia endoscó-pica, navegação e novas tecnologias. Ainda será oferecido um pré-congresso com o objetivo de treinar cirurgiões interessados nos mais recentes avanços da especialidade.

Rio de Janeiro – RJwww.cobrac2013rio.com.br

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SetembroXII Congresso Internacional de Odontologia do Paraná – CIOPAR19 a 21 de setembro de 2013O evento contará com palestras nacionais e internacionais ministradas pelos mais renomados profissionais de saúde bucal.

Curitiba - PRwww.ciopar.com.br

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IN - Latin American Osseointegration Congress 25 a 28 de setembro de 2013Sob a presidência de honra de Per Ingvar Brå-nemark, o IN 2013 deverá reunir cerca de 5.000 especialistas de todo o Brasil e dos demais paí ses latino-americanos.

São Paulo – SP(11) 3566-6205

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Outubro9º Congresso Internacional da ABOR09 a 12 de outubro de 2013Natal sediará, pela primeira vez, a edição de um congresso internacional da área de Ortodontia e Ortopedia Facial e estima ter um público de 2.500 participantes. Nesse sentido, o evento objetiva pro-mover o intercâmbio científico entre os pesquisadores, educadores e profissio-nais nacionais e internacionais que atu-am nessa área, possibilitando a troca de experiên cias e inovações.

Natal - RNwww.congressoabor2013.com.br

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8 Março de 2013

na qual o esmalte do dente libera na saliva um composto nele fixado – chamado hidróxiapatita – formado por cálcio e fosfato. Com isso, o esmalte dos dentes fica mais fraco por segundos. O flúor presente no gel, contudo, sequestra rapidamente esses dois minerais da saliva gruda juntamente com eles no esmalte dos dentes, onde formam um novo composto, chamado hidró-xiapatita fluoretada.Vilhena explica que o composto – formado por cálcio, fosfato e flúor – é muito mais resistente contra o ataque ácido das bactérias cau-sadoras de cáries.Em uma das etapas do estudo clínico do produto, ficou compro-vado que crianças que escovaram os dentes com o gel por seis meses apresentaram três vezes mais flúor nos reservatórios bu-cais (bochecha e dentes) que as que usaram creme dental con-vencional durante o mesmo período. E que o flúor presente no biofilme dentário do primeiro grupo de crianças é capaz de regu-lar o desenvolvimento bacteriano.“Quando um processo de cárie começa a se instalar, o flúor disponí-vel nos reservatórios da boca é liberado para tentar conter o avanço do ataque das bactérias”, explicou Vilhena. “Os testes clínicos de-monstraram que o gel dental acidulado com pH reduzido foi capaz de disponibilizar mais flúor nos reservatórios bucais para regredir as cáries do que um creme dental convencional”, comparou.Apesar de ser mais indicado para crianças de 11 meses até nove anos (que terão maior benefício contra as cáries e fluorese), Vi-lhena afirmou que o gel pode ser usado por pessoas de todas as idades. O produto está registado no Instituto Nacional de Pro-priedade Intelectual (INPI) pela Universidade de São Paulo, onde a pesquisa foi realizada.Para comercializá-lo, a Oralls – empresa que integra o Parque Tec-nológico de São José dos Campos e que tomou parte na pesqui-sa – assinou contrato de licenciamento com a Agência USP de Inovação. O produto será comercializado em supermercados e drogarias do país.Fonte: Agência Fapesp

Notícias

O flúor presente em cremes dentais utilizados por adultos pode ocasionar problemas odontológicos em crianças com idade entre 11 meses e sete anos. Isso ocorre em decorrência da quantidade de flúor presente na pasta, que, se engolido pelas crianças, pode causar manchas na dentição, a chamada fluorose dentária. Porém, se os dentistas recomendam dentifrícios com menor concentração de flúor, aumenta o risco do aparecimento de cáries.A procura de uma solução para a questão levou o cirurgião-dentista Fabiano Vieira Vilhena a desenvolver um gel dental acidulado com composição de flúor adequada para crianças e que não acarretasse perda na proteção contra cáries. Após passar por testes clínicos e aprimoramentos ao longo de cinco anos, o gel foi lançado no início de fevereiro, em São Paulo, durante o 1º Congresso Interdisciplinar da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas.“Encontramos a fórmula perfeita para maximizar o efeito anticárie e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos da ingestão de flúor pelas crianças. Temos pedidos da ordem de meio milhão de unidades do produto até fevereiro”, informou o cirurgião. O produto, que foi cria-do em conjunto com a professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, campus de Bauru, orientadora de Vilhena, recebeu o nome de Gel Dental do Escovinha – Sabor Bubble Gum.A principal diferença do novo produto, em relação ao outros cremes dentais com baixa concentração de flúor existentes no mercado, está no índice de acidez (pH) – enquanto os géis dentais com baixa concentração de flúor convencionais têm pH neutro (em torno de 7) o novo produto tem pH reduzido (de 4,5). Segundo Vilhena, essa di-ferença é responsável pelo produto conferir maior proteção contra as cáries dentárias, com menor quantidade de flúor.“Muitos estudos já haviam comprovado que uma formulação de 550 ppm de flúor em pH neutro tem efeito cariogênico limitado. Po-rém, até então não tinham sido realizados estudos com a mesma formulação em pH reduzido, de até 4,5, por exemplo, que é o máxi-mo permitido para géis dentais”, explicou o cirurgião-dentista.O pH reduzido promove reação química instantânea na boca,

Cuidados em Odontopediatria

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9Março de 2013

Notícias

A Angelus lança prêmio para ideias de produtos odontológicos.Estudos indicam que, de cada 3.000 ideias que surgem, apenas quatro são realmente finalizadas. Porém, existem aqueles que ignoram as dificuldades e as estatísticas e se colocam a serviço da humanidade. São designados de empreendedores e às ve-zes de imprudentes.Desta forma, as importantes invenções da história surgiram de “ideias” brilhantes dessas pessoas que, curiosas ou inconfor-madas, encontraram soluções simples para grandes desafios.A Angelus acredita que essas ideias contribuem para o de-senvolvimento das ciências em prol do ser humano, por isso investe, constantemente, em pesquisa e desenvolvimento em busca de soluções inovadoras.A empresa vai desafiar, em 2013, os profissionais do merca-do odontológico a desenvolverem a criatividade com o Prêmio Angelus Novas Ideias 2013. A empresa quer incentivar a comuni-dade odontológica a criar novos produtos para a área.São duas categorias: Geral e Odontopediatria. O ganhador de cada categoria concorre a uma viagem para Barcelona (com acompanhan-te) e a benefícios sobre o lucro do produto, caso este venha a ser lançado!www.angelus.ind.br/premioangelus

A obesidade é um problema de saúde que está afetando grande parte do mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 15,8% da população adulta são obesos e 48,5% têm sobrepeso.Assusta também a velocidade com que as crianças estão entrando na faixa de sobrepeso e obesidade, caracterizando uma epidemia. Além de aumentar o risco para doenças, como diabetes tipo 2, cân-cer e cardiopatias, estudo publicado recentemente no jornal norte-americano General Dentistry afirma que a obesidade também é um fator de risco para a gengivite.De acordo com Charlene Krejci, coordenadora do estudo, o or-ganismo de uma pessoa obesa produz citocinas sem parar. “As citocinas são proteínas com propriedades inflamatórias e podem

Ideias e soluções odontológicas

Obesidade e gengivitelesar diretamente os tecidos gengivais, reduzindo o fluxo de san-gue e resultando em doenças como a gengivite, por exemplo”. A especialista afirma que metade da população dos Estados Unidos com mais de 30 anos é afetada por doenças periodon-tais – que comprometem as estruturas que suportam os dentes. Como a gengivite também produz um conjunto de citocinas, o nível dessas proteínas inflamatórias na corrente sanguínea acaba desencadeando uma reação em cadeia.Na opinião de Luís Fernando Bellasalma, especialista em periodon-tia e professor da EAP – Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), independente-mente do fato de o estudo mencionado ainda não ser conclusivo, é importante que as pessoas visitem pelo menos duas vezes ao ano o cirurgião-dentista, para avaliar os riscos de desenvolver gengivite e determinar estratégias de prevenção.“A gengivite é a mais branda das doenças periodontais. Geralmen-te, é causada por falta de higiene apropriada e pode ser facilmente identificada quando há sangramento durante a escovação ou quan-do há presença de sangue nos alimentos que se está ingerindo. A falta de regularidade na escovação, a não inclusão do fio dental durante a higiene bucal e o excesso de alimentos - que se transfor-mam em açúcar - acabam favorecendo o aparecimento das placas bacterianas que liberam toxinas e irritam a gengiva”, diz Bellasalma.O especialista alerta para a evolução da gengivite, que, se não tra-tada adequadamente, pode evoluir para um quadro mais severo e acabar comprometendo a sustentação dos dentes ao destruir o osso e o tecido conjuntivo que sustentam o sorriso.Fonte: Assessoria de Imprensa

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12 Março de 2013

Mitos da biossegurançaLusiane BorgesBiomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização - FAMESP. Pós-Graduanda em  Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autora-coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www.portalbiologica.com.br.

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É fato que o assunto é de extrema importância, sobretudo, quando nos referimos às hepatites B e C e a outras doen-ças de alto risco ocupacional. No entanto, existem mitos

que precisam ser derrubados. A maioria dos profissionais ainda trabalha com protocolos de controle de infecção ultrapassados e inapropriados.

Toda esterilização em autoclave é seguraÉ uma inverdade, pois a marca e a procedência da autoclave não asseguram necessariamente a esterilização. Evidentemen-te, existem equipamentos mais seguros (câmara interna de aço inoxidável, processamento automático, pré-vácuo, reservatório de água, secagem com porta fechada, etc), porém, a certeza de esterilização é dada através de teste químico (integrador quí-mico) e biológico realizados, respectivamente, a cada ciclo e semanalmente.

Utilização da estufa para secagem de pacotes, ainda úmidos, já processados em autoclaveO processo de esterilização em autoclave ocorre com parâmetros diferentes da estufa. No primeiro, são utilizados três parâmetros físicos: tempo, temperatura e pressão e, no segundo, somente dois: tempo e temperatura. Portanto, não se deve confundir os dois processos, sobretudo, no tocante à secagem. Uma autoclave que termina seu ciclo com pacotes úmidos necessita de revisão técnica urgentemente.

Utilização de pastilhas de formalina para esterilizaçãoA colocação de pastilhas de formalina em caixas fechadas com instrumental não assegura esterilização. Somente condições es-peciais: calor seco, tempo específico, umidade relativa e outros, garantem a esterilização com pastilhas de formalina (tese de dou-torado da Profª Kazuko – USP – www.portalbiologica.com.br). Esta

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prática pode causar intoxicação ao operador e ao paciente, caso não haja lavagem em abundância com água ou soro estéril.

Óculos, avental e gorro atrapalham o profissionalO EPI (Equipamento de Proteção Individual) é essencial para a se-gurança da equipe no cotidiano da clínica odontológica. Óculos de proteção devem ser utilizados por todos da equipe de trabalho e pacientes. Existem óculos com película antiembaçante, inclusive para o profissional que utiliza óculos de grau. O avental de manga longa e punho estreito e o gorro são igualmente importantes para todos os procedimentos. Estes auxiliam na prevenção da infecção cruzada. A máscara deve ser utilizada de forma correta, protegendo as vias aéreas: boca e nariz. As luvas, além de descartáveis para cada paciente, não devem ser utilizadas por mais de 40 minutos.

Vacinação é certeza de imunização para hepatite BNão necessariamente. Existe uma parcela da população que não se imuniza (10%) na primeira sequência de três doses e indiví-duos que perdem a imunização ao longo dos anos. É necessário que se faça um teste anual denominado Anti-HBS para confirmar a presença e permanência da imunização para hepatite B.

Utilização de sabão ou detergente comum para lavagem de instrumentalOutra inverdade que a maioria dos profissionais desconhece. É de extrema importância diferenciar a ação do sabão e detergente comum (emulsificadores de gordura) do detergente enzimático, que atua na quebra da rede de fibrina do sangue e tem ação enzimática na matéria orgânica aderida ao instrumental. Atual-mente, já se utiliza o detergente alcalino em hospitais.

É muito arriscado atender paciente HIV +Realmente é perigoso atender o paciente HIV+ ou HIV-AIDS, mas o risco é maior para o próprio paciente. Este é altamente vulne-rável à infecções de toda ordem. O risco do profissional adquirir o vírus em um acidente perfurocortante é muito pequeno, menor que 0,5%. É importante esclarecer que o cirurgião-dentista e a equipe auxiliar que notificam o acidente com material biológico a órgãos competentes (MS) têm o direito, por constituição, de receber gratuitamente o coquetel para HIV, bem como os proce-dimentos de urgência para hepatite B e C.Até a próxima!

Existem mitos que precisam ser derrubados. A maioria dos profissionais ainda trabalha com protocolos de controle de infecção ultrapassados

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Produtos e Serviços

A Angelus apresenta dois lançamentos direcionados à saúde bucal infantil.A Seringa Tríplice Kids é indicada para procedimentos que utilizam ar/água/spray em crianças. Com imagem lúdica, o equipamento pro-porciona a melhor interação da criança ao tratamento odontológi-co. A Seringa tríplice Kids pode ser encontrada nas cores rosa e azul.Já o Flex Suctor Kids, suctor de saliva pediátrico, conta com pontas de aspiração em forma divertida, o que auxilia o tratamento de crianças.A ponta de sucção é flexível para não machucar a boca do pequeno paciente durante a aspiração. O equipamento, além de ser produzido em copolímero com rigidez, o que possibilita o afastamento de lábios, bochecha e língua, ainda conta com a vantagem de ser pré-angulado, permitindo um melhor posicionamento do suctor na cavidade oral.O Flex Suctor Kids é esterilizável em autoclave, o que promove a garantia de biossegurança.www.angelus.ind.br

A escova de dentes Sonic Generation® é hidroativa e conta com fluxos pulsantes de fluidos que neutralizam as bactérias. Suas cerdas vão muito além do alcance das conven-cionais, impedindo assim, a proliferação de micro-organismos.A Sonic Generation® apresenta tecnologia de ponta, podendo atingir até 45 mil movi-mentos ultrassônicos ativos por minuto, melhorando a eficiência da limpeza em aproxi-madamente 30%. A nova cabeça Dual-Clean com cerdas microfinas KONEX® canaliza as ondas de energia diretamente para os pequenos nichos, preservando os tecidos macios da boca devido ao seu corte semelhante à escova. O resultado é uma limpeza profunda suave e altamente eficiente para dentes naturalmente brancos e saudáveis.www.edel-white.com

Odontopediatria em foco

Tecnologia e conforto

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A Dabi Atlante, empresa de Ribeirão Preto (SP), projeta dobrar de tamanho até 2015, atuando em diferentes segmentos do mercado odontológico.

Em linha com este crescimento, a empresa marcou presença no CIOSP 2013 com o lançamento dos consultórios New Croma e New Galla.Os consultórios se destacam pelo design envolvente e pela robustez. São os únicos do mercado que apresentam base com

regulagem de nível construída em vigas de aço e revestidas em integral skin, que confere melhor acabamento e maior estabilidade

ao consultório, estofamentos com visco elástico e a tecnologia B-Safe, camada protetiva bactericida e fungicida, que garante biossegurança por meio da nanotecnologia de prata. São 32 diferentes configurações de consultórios, em 25 opções de cores.www.dabiatlante.com.br

Dabi Atlante apresenta novidades

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Produtos e Serviços

Pesquisa e planejamento cirúrgico

Misturador automático

Com pesquisa e desenvolvimento totalmente pautados em ciência e tecnologia, a Emfils lança o Sistema Novo Colosso, um produto completo e coerente, onde, com um único kit cirúrgico, o profissional conta com implantes cone morse, hexágono interno e hexágono externo, o que permite total liberdade no planejamento cirúrgico do implantodontista.O novo sistema oferece ao mercado alta praticidade, agora com muito mais pesquisas científicas, pois acaba de englobar e contemplar os melhores resultados obtidos nos últimos anos.www.emfils.com.br

A Zhermack apresenta Hurrimix, o mais novo misturador automático para gessos e alginatos, desenvolvido, especialmente, para satisfazer as necessidades dos profissionais mais exigentes.Hurrimix proporciona misturas sempre consistentes, cremosas e homogêneas, com um mínimo de esforço; tempos de mistura muito menores em comparação com a mistura manual; menor desperdício de materiais e maior higiene no ambiente de trabalho.A utilização de Hurrimix é intuitiva desde o início. É totalmente automatizado. Suas operações são silenciosas. Contém mostrador de amplas dimensões para garantir uma programação rápida e fácil. O software inclui 20 programas, sendo 10 para alginatos e 10 para gessos (sete dos quais estão previamente definidos para os produtos Zhermack). O usuário pode modificar as programações a qualquer momento, e misturar até 80g de alginato ou 100g de gesso Zhermack. Hurrimix é personalizável, com seis opções de cores para adequar a máquina à decoração do consultório (item opcional). É fornecido com espátula, bastão para pré-mistura, duas cubas para mistura de alginato, duas cubas para mistura de gesso, uma garrafa dosadora para água e medidores.www.labordental.com.br

Gnatus G4 chega para inaugurar uma nova etapa na vida e no trabalho de quem almeja evoluir a partir do talento.O consultório é idealizado para privilegiar os conceitos de biossegurança e ergonomia, contemplando o que há de

mais moderno em tecnologia.A linha G4 é uma linha versátil que possui múltiplas configurações, que se adaptam às necessidades e aos

desejos da nova geração, agregando atributos que privilegiam o conforto e valorizam o trabalho do profissional. Com um pedal de comandos integrado, o consultório G4 trabalha com quatro posições

de trabalho e um sistema de iluminação LED com movimentação orbital, que permite, inclusive, a programação para diferentes intensidades de luz.

Seu amplo equipo também permite a inclusão de até seis terminais de trabalho e sua unidade de água se apresenta com cuba rebatível a 180° e braço alcance, priorizando ergonomia para o profissional que trabalha sozinho e facilitando o acesso do paciente.

Destaque também à parceria Gnatus Bien Air, que para a linha G4 traz ao mercado a linha de motores elétricos MCX, a reconhecida linha Micro Series, que se apresenta ao

mercado como o menor micro motor elétrico do mundo, com altíssimo torque e perfeito controle de velocidade de rotação. A linha MCX apresenta ao mercado brasileiro uma

linha de motores com 40% do tamanho das peças de mão convencionais e com leveza e empunhadura incomparáveis.

www.gnatus.com.br

Biossegurança e ergonomia

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Produtos e Serviços

A tecnologia a serviço da saúde bucal

Primeiro implante brasileiro com superfície de característica hidrofílica

A Maxbase apresenta o kit multimídia produzido, especialmen-te, para profissionais de Odontologia, destinado à captura, ao armazenamento e ao gerenciamento de imagens intraorais. Com ele é possível proporcionar maior precisão no acompa-nhamento dos trabalhos executados em cada paciente. O kit da Maxbase é composto pelos seguintes equipamentos:

» Câmera digital de 4.0 megapixels, que captura e reproduz imagens com a mais alta resolução existente no mercado brasileiro, foco automático em distâncias de 4 a 60 mm das imagens a serem capturadas, seis LEDs de iluminação, leve (apenas 50g), de fácil manuseio pelo profissional que a opera e fidelidade de cores. » Software para gerenciamento das imagens capturadas, que acompanha a câmera, de fácil instalação em computa-dores de mesa ou notebooks equipados com os sistemas operacionais Windows Vista™, 7 ou 8. Além disso, é com-patível e faz integração com os principais softwares da área odontológica do mercado. Os drivers de instalação são for-necidos gratuitamente pelo Microsoft Windows Update. » Monitor Maxbase de 18,5 polegadas, widescreen LED, HD, com corpo nas cores preto ou branco (opcional), espe-cialmente calibrado para trabalhos conjuntos com a câmera digital. Ideal para os profissionais que acreditam ser a quali-dade das imagens dos seus trabalhos o principal referencial nesse mercado competitivo.

O desenvolvimento de produtos na área da saúde deve ser ba-seado na seguinte pergunta: “O que o paciente espera de pro-fissionais da saúde diante da evolução tecnológica que marca o século XXI”? Em se tratando de procedimentos cirúrgicos, no qual temos a instalação de implantes dentários, a respos-ta desta pergunta se traduz em dinamismo, melhora no pós-operatório e previsibilidade no sucesso. Pensando aumentar a previsibilidade do contato osso/implante, a superfície de im-plantes Acqua foi lançada no início deste ano.

Características da Superfície Acqua:» Aumento da energia superficial: a superfície Acqua é resul-

do mercado Odontólogico.

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» A melhor maneira de divulgar seu produto e/ou serviço para especialistas

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» Serão impressos 10 mil exemplares

DIRETO NO SEU PÚBLICO-ALVO

Entre em contato:(11) 4197 7769

[email protected] | www.odontomagazine.com.br

» Braço para sustentação do monitor totalmente articula-do. Pode ser manipulado e posicionado de acordo com as necessidades de espaço do consultório. É possível fixá-lo na parede frontal, lateral ou no teto sobre a cadeira. Para a adaptação do braço em equipos já instalados, recomenda-mos consultar o técnico de sua confiança. As articulações permitem girar o monitor em todas as direções desejadas.

www.maxbase.com.br

Câmera digital intraoral e monitor: fidelidade nas imagens. Braço articula-do fixado na parede maximiza o espaço interno do consultório.

tado de um processo físico químico agregado a nossa atual superfície NeoPoros, que resulta no aumento da energia su-perficial do titânio. » Molhabilidade: o aumento da energia superficial promove característica hidrofílica para o implante, ou seja, o implante, quando em contato com o sangue, o atrai ao longo de suas roscas. Esse fenômeno também pode ser chamado de mo-lhabilidade.» Maior potencial de neoformação óssea: além da atração do sangue, observa-se maior potencial de neoformação ós-sea ao redor do implante.

www.neodent.com.br

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do mercado Odontólogico.

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Reportagem

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Reportagem

Marketing odontológico: uma necessidade empresarial

É comum associarmos o marketing somente a propa-ganda, publicidade, vendas e, por isso, muitos o consi-

deram dispensável na Odontologia”, explicou Dr. Éber Eliud Fel-trim, que fez questão de esclarecer que “marketing, que vem do inglês e deriva do latim mercátus, em português significa mercadologia ou ação de mercado”, ou seja, o marketing odon-tológico é a compreensão/estudo do mercado na Odontologia com objetivo de tornar a clínica competitiva.Para Dr. Feltrim, também Professor de Marketing para o Curso de Especialização em Dentística da Fundação Odontológica de Ribeirão Preto – FUNORP - USP, o marketing, na realidade, faz parte de uma ferramenta que auxilia o gestor da clínica/consul-tório na tomada de decisão, entendendo o mercado e atenden-do às necessidades do mesmo, por meio de algumas vertentes, dentre elas, público-alvo (perfil dos clientes) e posicionamento (fixação da marca na mente do cliente). “Estes dois, aliás, são os grandes ativos da clínica e é o que permite a longevidade do negócio”.O marketing odontológico é baseado nos princípios de planejamento, organização, direção e controle. Uma estratégia de marketing torna o negócio menos vulnerável às crises, pois estas podem ser previstas com antecedência. Também é possível superar os concorrentes, planejando cuidadosamente os serviços mais adequados aos desejos e necessidades dos clientes.Algumas soluções para problemas, como falta de capital, falta de clientes e poucas vendas também podem surgir com uma estratégia coerente e consistente. Esta estratégia pode ser tra-çada por um plano de negócio, um documento que descreve, por escrito, os objetivos e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Permite identificar e restringir seus erros no papel, minimizando os riscos de cometê-los no mercado.Dr. Feltrim lembrou, no entanto, que uma gestão estratégica para clínicas e consultórios, não tem uma regra a ser seguida, pelo contrário, deve ser analisada criteriosamente caso a caso, em conjunto com os objetivos do seu negócio.

Na Odontologia, não é importante ter inúmeros clientes ou agenda “lotada”, se esses clientes não fecham o plano de trata-mento. A grande maioria pensa em ações de curto prazo para captar clientes massiva e indiscriminadamente, mas o desafio não é captar a qualquer preço, mas adquiri-los (adquirir e man-ter inteligentemente). “Conhecer quem se incorpora na nossa carteira de clientes, o que é capaz de alcançar, quanto tempo pode permanecer conosco e o que pode gerar durante esse tempo são diferenciais competitivos decisórios”, orientou.Toda a estratégia de captação deve ter como principal objetivo a rentabilidade, definindo quanto investir em cada segmento de clientes potenciais e quais canais e recursos utilizar. Em pa-ralelo a estratégias de captação, é importante assumir também estratégias de reativação, que despertam clientes inativos e permitem recuperá-los.A conquista de novos clientes é um sintoma de boa saúde em-

Por: Célia Gennari

A Odontologia brasileira está em franca, acelerada e irreversível reorganização. A classe odontológica passou, de uma época para cá, a ter que enxergar sua clínica como um negócio. Hoje em dia, a relação com a concorrência tem aumentado proporcionalmente ao número de franquias, um dos motivos de algumas clínicas terem mais sucesso do que outras. Por ora, as clínicas/consultórios que têm mantido suas relações com os clientes/fornecedores bem administradas e gerenciadas, baseadas em princípios do marketing, têm tido destaque e alcançado espaço no mercado odontológico. Segundo Dr. Éber Eliud Feltrim, Gestor da SIS Consultoria - Marketing para Profissionais de Saúde, temos vários exemplos de casos reais que comprovam tal situação.

Princípios de planejamento, organização, direção e controle

» Planejar todas as ações a serem executadas, a fim de otimi-zar os resultados.» Organizar as ações a serem realizadas (quem, quando, como, quanto custa para executar).» Direcionar a execução das ações de acordo com os objeti-vos traçados (aonde quero chegar com esta ação).» Controlar / mensurar os resultados para se certificar das estratégias corretas.

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Reportagem

presarial, uma vez que não existe empresa que cresça sem au-mentar regularmente a sua quota de mercado. Por isso, para captação é preciso utilizar-se de estratégias direcionadas e per-sonalizadas. “Com marketing, trabalhar com processos auto-máticos é um grande erro”.O marketing estuda e auxilia a percepção do cliente, utilizando o gerenciamento da clínica/consultório para melhor direcionar as ações para aquele mercado. Identifica necessidades e cria oportunidades para atendê-las, visando superar a satisfação do cliente e, consequentemente, evoluir o seu setor financeiro.Porém, clientes satisfeitos não significam clientes fiéis. Existem citações de que até mesmo o cliente satisfeito pode procurar outro profissional, por diversos motivos. Segundo Dr. Feltrim, de acordo com a Burke Customer Satisfaction Associates (uma das maiores empresas de pesquisa de mercado dos Estados Unidos), o único cliente cativo é aquele que teve suas expecta-tivas superadas e não apenas correspondidas. “As expectativas dos pacientes são diretamente afetadas pelo que se divulga sobre os profissionais, por isso, evite elevar a expectativa do cliente e prometa sempre menos do que é possível entregar”.Os serviços prestados são intangíveis, portanto, fazem com que os clientes procurem algumas indicações de qualidade, por exemplo, apresentação da clínica, site elaborado, equipe muito bem treinada, papelaria padronizada e diversos outros fatores. “Cada um tem suas necessidades e desejos pessoais, e o dentista tem que estar atento a isso. Humanização no con-sultório pode ser um ótimo diferencial para o cliente preferir seus serviços e indicá-los para seus amigos; chamamos esse conceito de marketing de relacionamento”, disse.A determinação do preço deve considerar os custos do serviço e ainda proporcionar o retorno desejado. Os produtos e servi-ços devem ser especificados, projetados e produzidos de tal forma a ter valor, ou seja, serem necessários, desejados e am-bicionados pelo cliente.Segundo Jay Conrad Levinson, apenas 14% dos clientes deci-dem suas compras baseando-se exclusivamente no preço. Para o cliente, o valor que realmente importa é o valor percebido, e segundo Shultz, para o consumidor, a percepção é a verdade. A percepção pode não estar correta, mas é o que ele conhece,

e o que ele conhece é tudo o que ele precisa conhecer. O preço do serviço se traduz no custo para o cliente e ele irá preferir um bem que tenha, segundo sua percepção, um algo a mais, um maior valor agregado.O tempo de espera na recepção, no telefone, a localização da clínica, qualidade no produto, entre outras coisas, tudo é leva-do em conta para que o cliente analise o seu custo. “Para me-lhor gestão do seu preço, é necessário considerar o custo ope-racional total (custos fixos + variáveis) do negócio e ter ciência do seu real ponto de equilíbrio (PE)”, orientou. “Uma análise financeira criteriosa por profissional habilitado permite mapear detalhes importantes para tomada de decisão”.As evidências físicas fazem parte do ambiente onde o serviço é executado e interage com o cliente, ou seja, qualquer compo-nente tangível que facilite o desempenho ou a comunicação do serviço. Os clientes normalmente procuram indicativos tangí-veis chamados de evidências físicas, para avaliar o serviço an-tes de ser comprado e para que possam avaliar sua satisfação com o mesmo durante e após o consumo.Uma evidência física se solidifica pela presença de uma estrutura de qualidade. Mural organizado e moderno; revistas e jornais atu-alizados e diversificados na recepção; folder institucional da clíni-ca; flyer (espécie de folhetos informativos); quadros modernos; maquiagem leve e unhas bem feitas com tons claros das auxilia-

Fundamentos da visão empreendedora

“O primeiro passo é enxergar o consultório como a sua empresa e pensar em como você administra o seu negócio”, orientou Dr. Éber Eliud Feltrim, MBA em Marketing (FGV e OHIO University).Alguns fundamentos:

» Conhecer muito bem o seu cliente, seu público-alvo, o que ele espera do seu serviço e o que você pode fazer para satisfazê-lo; isso é possível por meio de pesquisas de satisfação e pesquisas de mercado.» Analisar seus principais concorrentes e o que oferecem como diferencial.» Encaixar o serviço oferecido no mix de marketing (8Ps – produto, preço, ponto, propaganda, evidências físicas, processos, produtividade e pessoas).

A partir destas diretrizes principais, é importante traçar um planejamento estratégico de marketing, este é o melhor ins-trumento para um retrato fiel do mercado em que se está inserido. Ele deve ser o primeiro fundamento para uma boa gestão, que diz respeito à formulação de objetivos para a se-leção de programas de ação para execução, levando em con-ta as condições internas e externas à clínica e sua evolução esperada. Considera premissas básicas que o negócio deve respeitar para que toda a gestão tenha coerência e susten-tação. Visa antecipar o futuro da empresa. “De uma forma genérica, consiste em saber o quê e de quê maneira deve ser executado. Isto é crucial para o sucesso da clínica / consultó-rio, permitindo conhecer ‘onde está’ e ‘aonde se pretende ir’.”

Apesar das inovações e tecnologias que surgem a todo instante nos dias de hoje, temos uma significativa parcela de profissionais que não buscam novos conhecimentos

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Reportagem

“O marketing odontológico possibilitou ao dentista fidelizar relacionamentos com seus

clientes, entender as necessidades de seu público-alvo e administrar sua clínica / con-

sultório como uma empresa”.Dr. Éber Eliud Feltrim

res e recepcionistas; porta-cartões individuais e personalizados; armários organizados e privados; sustentabilidade empresarial (depósito de pilhas usadas, separação de lixo, coletor de remé-dios vencidos, utilização de papel rascunho), são algumas evidên-cias que contribuem com o valor agregado de cada serviço.“Para um melhor entendimento, comparamos aos três órgãos do sentido: visão, audição e olfato, que podem ter relação di-reta com a aceitação de um plano de tratamento proposto por um dentista”, alertou. O cheiro do ambiente tem o poder de determinar um comportamento de aproximação ou aversão, segundo Eroglu e Machleit (1993). O aroma interfere no hu-mor das pessoas e resulta no sucesso ou não da aceitação do tratamento proposto. Portanto, um ambiente agradável, com uma música ambiente compatível com aquele espaço, com o cheiro também agradável, poltronas que sejam confortáveis de sentar-se e de permanecer por alguns instantes, sinaliza para o consumidor que aquele atendimento possui qualidade.Segundo Dr. Feltrim, estas questões agregam valor ao trabalho técnico do profissional e fazem com que o paciente entenda que ele está recebendo mais benefícios além do atendimento clínico. “E é o que ele quer, benefícios maiores do que o custo!”

Preparação adequada Apesar das inovações e tecnologias que surgem a todo instan-te nos dias de hoje, temos uma significativa parcela de profis-sionais que não buscam novos conhecimentos. No entanto, a atualização significa uma poderosa ferramenta para o profis-sional que deseja se manter ativo no mercado da Odontologia. A informação gera conhecimento e, como consequência, per-mite uma constante evolução no trabalho. “É impossível man-ter-se estático na profissão, ignorando os avanços e utilizando apenas os conteúdos acadêmicos adquiridos na universidade”.O profissional não precisa se dedicar exclusivamente à adminis-tração, mas integrar ambas as atividades, Odontologia e adminis-tração. Administrar não está relacionado apenas ao financeiro da empresa, que deve ser controlado e monitorado, mas também ao planejamento e personalização do atendimento da secretária, preparar a estrutura física para receber o cliente e conhecê-lo, en-fim, “administrar proporciona uma visão macro do negócio”.Para iniciar o processo de administração/gestão, o profis-sional pode começar bloqueando, por exemplo, uma hora diária de sua agenda, na qual trabalhará de uma forma dife-rente: ganhando em otimizações, melhorias de processos e qualidade de vida.Neste período é possível avaliar a agenda, conferir os pacien-tes inadimplentes e adimplentes, analisar o ticket médio da clí-nica, alimentar planilhas de controle financeiro, acompanhar o trabalho da secretária, buscar e programar melhorias para se diferenciar, organizar as informações - de forma a não perder oportunidades, entre outras ações. “Isto permite ao dentista sair do casulo, estar em contato com o cliente também fora da clínica, olhar ao redor e saber o que está acontecendo no mercado odontológico e no mundo e de que forma isso pode interferir diretamente em seu negócio”.Segundo Philip Kotler, é importante atuar sobre um público-alvo, um segmento do público total sobre o qual o profissional de marketing vai trabalhar para resolver ou prevenir um pro-blema. Hoje em dia, clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam e “há uma tendência em classificar os públicos, tomando por base os prin-cípios de marketing, onde se adota a noção de stakeholders

‘interessados’, ou seja, pessoas ou grupos que têm interesse pelos serviços da clínica. Essas mudanças levaram as institui-ções a classificar seus públicos pelo critério de interesse ou de prioridade, e isso só é possível com um estudo com base em princípios e ferramentas do marketing”. Outro fator muito importante para a atualização na Odontolo-gia é o uso e abuso de networking. Um bom networking, que significa manter ativa sua rede de contatos profissionais e pes-soais, permite que as pessoas conheçam suas habilidades e competências e que novas parcerias sejam firmadas.Hoje em dia, é extremamente recomendando interagir com as plataformas de marketing digital, uma vez que é sempre maior o número de usuários que buscam nas redes sociais, como Twitter e Facebook, canais de informação sobre as empresas. O que antes era feito pelas centrais de SAC, hoje é feito por meio das redes sociais.A combinação do marketing tradicional com o marketing digital, respeitando um planejamento que se adapte as necessidades de cada caso, é uma das chaves para o sucesso de um negócio.

Marketing x ética

“De todas as atividades empresariais, o marketing é a de maior visibilidade e, por isso, a mais sujeita aos questionamentos de ordem ética. Historicamente, as práticas de marketing sempre foram alvo de críticas. Existem basicamente duas categorias de questionamentos éticos em relação ao marketing: a primeira, ligada às características do sistema capitalista, refere-se ao estímulo despertado pelo marketing ao consumo materialista; a segunda enfoca atividades de marketing como precificação, propaganda e vendas.Em comum, entre marketing e ética, está a multiplicidade de visões relativas, por se tratar de definições complexas e subjetivas, cabíveis de várias interpretações, que variam conforme as circunstâncias e as percepções, dificultando o senso comum.Contradizendo a maioria, é possível fazer marketing com ética, de forma diferenciada, seguindo as diretrizes traçadas pelo Código de Ética da Odontologia. Desta forma, alcan-çam-se resultados muito mais seguros, não tratando todas as ferramentas de marketing de forma igual e massiva, sem planejamento e direcionamento.Fazer marketing e propaganda hoje, associados às qualifica-ções do profissional, pode trazer a longevidade do seu negó-cio. De modo que é possível alinhar o marketing da clínica sem infração ética alguma.”

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Entrevista

Luiz Fernando VarroneCirurgião-dentista. Especialista em Endodontia. Mestre em Odontologia, área de concentração Endodontia. Presidente da Associação Brasileira de Odontologia – ABO Nacional.

Por: Vanessa Navarro

Gestão e comprometimento O cirurgião-dentista Luiz Fernando Varrone é o novo presidente da Associação Brasileira de Odontologia, e assume a direção da entidade para o triênio 2013-2015.

Entrevista

Odonto Magazine - Quais são as principais mudanças que o senhor pretende realizar dentro da ABO Nacional durante este triênio como presidente da Associação?Luiz Fernando Varrone - Temos que ter dois focos distin-tos: as associações e os cirurgiões-dentistas. Precisamos pensar ações locais e olhar para “dentro de casa”, para as ABOs Regionais e dos Estados, ao mesmo tempo olhar para os cirurgiões-dentistas, que estão na ponta. Nesta gestão, vamos dar continuidade ao apoio às políticas internacionais,

mas vamos mudar a direção do pensar da ABO Nacional, com base nesta visão pré-definida.

Odonto Magazine - O que o cirurgião-dentista brasileiro pode esperar da nova gestão? Luiz Fernando Varrone - Pode esperar uma ABO bem mais próxima do dia a dia dos cirurgiões-dentistas, pensan-do e elaborando estratégias para melhor atendê-los. Vamos realizar uma grande pesquisa para saber quais as reais ne-

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Entrevista

cessidades dos profissionais, traçar o perfil de cada área, detectar quais são os principais problemas e detectar as prioridades. Vamos trabalhar fortemente junto a Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC), aos ór-gãos governamentais, as demais entidades de classe, ten-tando visualizar as reais dificuldades e buscar as soluções para a classe.

Odonto Magazine - Qual é a opinião da ABO Nacional so-bre a relação entre os cirurgiões-dentistas e os planos odon-tológicos? Luiz Fernando Varrone - A relação ainda está bem distan-te. Apesar do trabalho da Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC), falta uma intermediação mais proativa. Precisamos saber a real necessidade do cirurgião-dentista em relação aos planos, além da questão remunera-tória e, encontrarmos os pontos de convergência entre os dois lados.

Odonto Magazine - Quais são as medidas cruciais no que tange a defesa da classe odontológica e a saúde bucal da população brasileira?Luiz Fernando Varrone - Com relação à saúde pública,

as propostas da ABO foram colocadas e vamos continuar a defendê-las, partindo de quatro pontos básicos: trans-formar o Brasil Sorridente em de uma Política de Governo em Política de Estado; transformar a Política Nacional de Alta Complexidade em Reabilitação Estético Funcional La-biopalatal em Política Nacional de Alta Complexidade em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais; mudar o sta-tus da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, vinculada ao Departamento de Atenção Básica, para um Departamento de Atenção em Saúde Bucal, com olhar para todos os níveis de atenção; e a implementação de uma Carreira de Estado para a Odontologia, com a fixação de um teto salarial digno para o profissional do serviço públi-co. Em relação ao Governo Federal, saliento o trabalho do Coordenador Nacional de Saúde Bucal, Dr. Gilberto Pucca, que mudou a cara da Odontologia no país. Existe muito a ser conquistado, mas já temos avanços nítidos em relação à saúde bucal. Temos que acompanhar, ser parceiro, dar o apoio necessário. Devemos atuar em conjunto com os sin-dicatos, conselhos, manter a união entre as entidades de classe, em prol das melhorias.

Odonto Magazine - Quais são os projetos desenvolvidos

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Entrevista

pela ABO e quais são os benefícios que tais projetos pro-porcionam aos dentistas? Luiz Fernando Varrone - Embora a ABO seja uma rede, as seccionais e regionais atuam de formas independentes da Nacional, as ações promovidas por cada uma são inúme-ras, porém, fragmentadas. A ABO Nacional precisa nacio-nalizar essas ações, por exemplo, no Tocantins, a ABO usa o Selo de Responsabilidade Ambiental em um projeto em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente para calcular quanto de gás carbônico a ABO produz por ano, para plan-tarmos árvores de reposição de oxigênio. Existem as ações de Responsabilidade Social da ABO, essas, no momento, são mais presentes nas ABOs, temos ações no Brasil todo. Outro trabalho bonito é o ABO Amiga do Peito, que, apesar de ainda pouco difundido, merecerá nossa atenção. É pos-sível estabelecer parcerias com os bancos de leite e incenti-var as dentistas mães a doarem leite, assim como também, promover ações onde todos os dentistas incentivem suas pacientes mães a doarem leite. Pretendemos incrementar projetos para difundir ações para doação de sangue, par-cerias de luta contra Aids, prevenção e tratamento do dia-betes, enfim, tudo relacionado com a saúde é interessante para ABO e, tais projetos se revertem em destaque para a classe e para os cirurgiões-dentistas.

Odonto Magazine - A associação é a única entidade bra-sileira Membro Regular da Federação Dentária Internacional (FDI) e conta com acordo firmado com a Associação Dentária Americana (ADA). Com tais méritos, quais são os benefícios oferecidos aos membros da ABO? Luiz Fernando Varrone - Na verdade, a ABO representou até 2012 todos os cirurgiões-dentistas brasileiros junto a FDI

e, todos, portanto, tinham acesso com descontos a todas as iniciativas e eventos da FDI. A partir deste ano, será forma-do um comitê nacional para representar o Brasil na FDI, com a participação da ABO, como entidade majoritária e a ABCD como segunda entidade membro regular. A partir daí, esses benefícios serão oferecidos aos associados de cada entidade.

Odonto Magazine - Qual é a visão da ABO sobre as novas tecno-logias que estão sendo implantadas no mercado odontológico?Luiz Fernando Varrone - A evolução destas tecnologias ocorre de maneira espetacular. O profissional que não es-tuda, que não se recicla está ficando para trás. Temos no-vidades constantemente no mercado. Toda tecnologia para tratarmos de saúde é válida. Hoje temos recursos que nos proporcionam fazer tratamentos que antes eram supercom-plexos, de maneira mais simples e segura, como os lasers, as tecnologias de clareamento dental, entre outras.

Odonto Magazine - Existem planos para implantação de novos projetos com apoio da ABO no período de 2013 a 2015? Luiz Fernando Varrone – Sim. Teremos departamentos es-pecíficos para trabalhar com novos projetos, inclusive proje-tos direcionados a beneficiar diretamente o cirurgião-dentis-ta. A nova diretoria vai se reunir para pontuar esses novos projetos para a classe odontológica.

Odonto Magazine - O calendário de congressos realizados pela ABO já está definido. Qual é a importância de tais even-tos para os cirurgiões-dentistas brasileiros?Luiz Fernando Varrone - A ABO Nacional já definiu os con-gressos até 2020, em alguns casos, como em 2014, devido a Copa do Mundo, possivelmente este calendário sofrerá adequações. É de extrema importância a participação dos cirurgiões-dentistas em congressos, pois são nestes eventos que somos apresentados às novas tecnologias e lançamen-tos do mercado. Nos congressos tiramos a base para cursos de especialização e aperfeiçoamento, que são realizados em todo o Brasil.

Odonto Magazine - A Associação Brasileira de Odonto-logia conta com o selo de Responsabilidade Social. Qual é principal missão deste segmento?Luiz Fernando Varrone - Dentre as ABOs é o selo mais utilizado. A principal missão deste selo é identificar proje-tos que levam às pessoas carentes, e em lugares precários e de difícil acesso, prevenção e promoção de saúde e, em alguns casos, tratamentos curativos. São projetos focados em contribuir com o resgate da dívida social deste imenso país com a população mais necessitada.

Odonto Magazine - Como o senhor pretende agir para manter a integração das seções e regionais da ABO em be-neficio da Odontologia brasileira?Luiz Fernando Varrone - É necessária uma comunicação mais expressiva e integrada entre as ABOs. Precisa haver uma relação menos burocrática entre as Seccionais e suas Regionais, bem como entre a Nacional e as Seccionais. Va-mos trabalhar para que essas inter-relações funcionem bem e contribuam com melhorias para a classe. Desta forma, te-remos força para atuar de forma conjunta, buscando parce-rias em nível nacional para todas as ABOs.

É necessária uma comunicação mais expressiva e integrada entre as ABOs. Vamos trabalhar para que essas inter-relações funcionem bem e contribuam com melhorias para a classe. Desta forma, teremos força para atuar de forma conjunta, buscando parcerias em nível nacional para todas as ABOs

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Segurança do paciente na clínica odontológica

A preocupação com a segurança do paciente em ambien-tes de saúde tem se mostrado uma preocupação global, com diversas iniciativas, como criação de programas

e diretrizes que visam sensibilizar e mobilizar profissionais de saúde e a população para a busca de soluções que promovam a segurança do paciente.No final de 1999, o cenário mundial passou a ser diretamente influenciado pela publicação do Institute of Medicine (IOM), To Err is Human (Errar é Humano), que divulgou números alar-mantes de vítimas em função de erros relacionados à assis-tência à saúde. A partir daí, houve uma maior mobilização e aumento de esforços no sentido de construir um sistema de saúde mais seguro.Quando pensamos em segurança do paciente em Odontolo-gia, ocorre em mente a biossegurança, que é o conjunto de ações e procedimentos realizados no intuito de proteger o pa-ciente e também aos profissionais. Este é um fator de grande

importância, pois abrange uso adequado de EPI (Equipamen-to de Proteção Individual) e a esterilização e desinfecção de artigos e superfícies. Entretanto, em um contexto ampliado, quando pensamos em se-gurança, devemos nos preocupar em criar situações para garan-tir que os pacientes entrem nos serviços de saúde e saiam com respostas as suas queixas e não como vítimas de possíveis erros.Cada vez mais, acompanhamos na mídia a divulgação dos erros que ocorrem em Hospitais, Pronto-Socorros (PS) ou Unidades Básicas de Saúde (UBS), apontando como principal culpado os profissionais que atuam na linha de frente. Porém, o movimento para segurança do paciente pressupõe a condição humana, isto é, que humanos erram e isso conclui que a segurança depende da criação de sistemas que antecipem e previnam os erros.Mas você pode estar se perguntando: Por que nós, da Equipe de Saúde Bucal, devemos nos preocupar com a segurança nes-te contexto? Pois é, devemos nos preocupar, pois, também cor-

Danielle RamosCirurgiã-Dentista. Especialista em Programas Governamentais - Saúde Bucal da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cruzeiro do Sul.

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remos o risco de realizar procedimentos em pacientes errados (fallha na identificação do paciente), errar nas prescrições de medicamentos (erro de medicação), de sermos agentes trans-missores de doenças (lavagem incorreta das mãos, não uso de EPI, entre outros). Muitos exemplos podem surgir, levando-se em conta a infinidade de situações as quais somos expostos no nosso dia a dia de atendimento.Para proporcionar uma assistência odontológica segura aos pacientes, é necessário que os profissionais estejam capacita-dos e habilitados, que a equipe multiprofissional siga correta-mente os protocolos e procedimentos descritos, além de ações para a segurança do ambiente, equipamentos e materiais.Quando pensamos em segurança, um dos passos a ser im-plantado nas instituições de saúde é a notificação de eventos. Através dessa ferramenta é possível conhecer os eventos e, a partir disso, revisar os processos e os sistemas assistenciais e organizacionais, pensando em oportunidades de melhoria que possam prevenir novos eventos. A subnotificação é um fato, principalmente pelo receio dos profissionais de punição e ex-posição e, por conta disso, a instituição deve sempre utilizar a notificação focada no processo e não no profissional envolvido no erro e de forma não punitiva. Enfim, uma Equipe de Saú-de Bucal que atua na Estratégia de Saúde da Família deve ter como grande desafio a adequação das normas, protocolos e sistemas de segurança do paciente e dos profissionais - ampla-mente discutidos na literatura, proporcionando aos pacientes um serviço seguro e de qualidade.

Quando pensamos em segurança, um dos passos a ser implantado nas instituições de saúde é a notificação de eventos. Através dessa ferramenta é possível conhecer os eventos e, a partir disso, revisar os processos e os sistemas assistenciais e organizacionais, pensando em oportunidades de melhoria

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Relacionamento

FGM é referência internacional pela qualidade e tecnologia de seus produtos

Inaugurada em 1996, em Joinville - Santa Catarina, pelos empresários Friedrich G. Mittelstadt e Bianca O. Mittelstadt, a FGM produz, hoje, cerca de 200 itens, distribuídos em uma

completa linha de clareadores dentais de uso de consultório e caseiro, compósitos (resina composta, cimento resinoso, sis-tema adesivo, etc.), produtos para acabamento e polimento, pinos de fibra de vidro, agentes dessensibilizantes e remine-ralizantes, entre outros. O primeiro produto lançado pela empresa foi um sistema de clareamento dental. Na época, o principal desafio enfrentado pela empresa foi consolidar sua tecnologia e sua marca no Brasil, pois a química dos clareadores era limitada às empre-sas internacionais e os profissionais valorizavam os produtos importados. Apesar das barreiras iniciais, os diretores da FGM sempre acreditaram que a qualidade de seus produtos seria reconhecida, e em quatro anos a empresa se tornou líder na-cional em clareadores, fidelizando a marca Whiteness. “Nós tivemos a oportunidade de encontrar professores fantásticos que endossaram nossos produtos, nossa marca, e, então, gradualmente, conquistamos nossa credibilidade dentro do Brasil”, recorda Bianca, diretora administrativa da FGM. Hoje são mais de oito milhões de sorrisos clareados com a linha Whiteness ao redor do mundo.Em 2002 a FGM percebeu que estava preparada para assu-

Presente em mais de 50 países, a empresa brasileira comercializa os produtos odontológicos para a Comunidade Europeia, América Latina, África e Ásia.

A FGM possui produtos para dentística, endodontia, ortodontia, odontopediatria e periodontia, e está desenvolvendo novos produtos para atender as especialidades atuais

mir novos desafios e conquistar novos mercados no cenário internacional. Este plano de expansão foi acompanhado do desenvolvimento de novos produtos e do estabelecimento de parcerias com distribuidores mundiais. Nesses mais de 17 anos de atuação, a empresa tem investi-

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Relacionamento

pesquisa em universidades e centros de pesquisa, nacionais e internacionais, projetos estes que visam tanto à validação (la-boratorial e clínica) de seus produtos quanto o desenvolvimen-to de novos produtos, tecnologias e protocolos de tratamento. A presença e a participação ativa em eventos é uma das prin-cipais ferramentas de marketing utilizada pela FGM, e entre os principais eventos em que participa destacam-se: IDS (Ale-manha), IADR, CIOSP, CIORJ, SBPqO, Dental Meeting, SBOE, entre outros. A empresa, ainda, edita a revista FGM News, que traz uma abordagem técnico-científica e comercial de seus produtos. Para os próximos anos, Bianca Mittelstadt acredita que a empre-sa estará diferente, com maior presença internacional, pois gran-

des e boas oportunidades estão surgindo, e o investimento em capital humano é intenso. Além disso, a

FGM possui um mix de produ-tos diversificado e destinado às diferentes especialidades e

segmentos odonto-lógicos.

do, continuamente, em pesquisa e desenvolvimento de tec-nologias, oferecendo aos seus consumidores, nacionais e in-ternacionais, produtos inovadores com garantia da qualidade, a qual pode ser medida pelas certificações conquistadas pela empresa: ISO 9001:2000; o sistema de Gestão da Qualidade, conforme ISO 13485 e enquadramento na Diretiva CD 93/42 - Dispositivos Médicos, habilitando-se a vender para todos os países da Comunidade Europeia; certificação de Boas Práticas de Fabricação, concedida pela ANVISA. Quase 100% dos produtos comercializados com a marca FGM são desenvolvidos e produzidos pela própria empresa, e as tecnolo-gias empregadas são assinadas por Friedrich Mittelstadt, diretor técnico da empresa. Além de deter a tecnologia de sistemas clare-adores, a empresa possui know-how em sistemas poliméricos (compósitos) e em nanotecnologia. A FGM possui pro-dutos para dentística, endodontia, ortodontia, odon-topediatria e periodontia, e está desenvolvendo novos produtos para atender as especialidades atuais e a de implantodontia.Além dos investimentos internos em pesquisa e desenvolvimento, a FGM apoia projetos de

Linha Whiteness para clareamento dental

Resinas Opallis e Adesivo Ambar

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Ponto de Vista

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Gestação e Ortodontia

Fernando MassiEspecialista em Radiologia e Imaginologia Odontológica. Fundador da rede de clínicas odontológicas Ortodontic Center. Diretor de expansão e especialista em gestão de redes de franquias. [email protected]

Em uma gestação, as mudanças hormonais estão bem defi-nidas. É um período especial na vida de uma mulher, onde o organismo fica mais vulnerável, mas também é uma fase

em que surgem muitas dúvidas em relação ao que pode ou não prejudicar a saúde do bebê e da futura mamãe.Há uma falta de consciência em relação à higienização, princi-palmente nesse período, onde a futura mamãe está mais foca-da em questões que dizem respeito à gravidez, preocupando-se menos com os cuidados diários de saúde bucal. Esta situação pode vir a favorecer o surgimento da placa bacteriana, cáries e doenças da gengiva, necessitando assim, de maior acompanha-mento por parte do dentista. O cuidado tem que ser redobrado. Durante a gravidez, dentes e gengivas merecem atenção espe-cial, ainda mais quando a gestante faz um tratamento ortodônti-co, que facilita o acúmulo de resíduos alimentares. Pode surgir a chamada gengivite gravídica, caracterizada por inflamação gen-gival, que torna o tecido volumoso e sangrante ao toque. Alguns estudos apontavam que, com as mudanças nos níveis de estrógeno na gravidez, ocorria uma diminuição na movi-mentação ortodôntica. Hoje em dia, depois de vários estudos realizados, não foi constatado diferenças na movimentação dentária entre pacientes gestantes e não gestantes. Outro pon-to importante a ser considerado seria um aumento da acidez bucal e as alterações dos hábitos alimentares, devido ao au-mento do apetite, que leva a gestante a comer mais e de tudo para suprir a formação do feto. Na gravidez também temos uma maior probabilidade de surgi-mento de cáries, pela dieta ser predominantemente cariogênica. A cárie dentária é um produto direto da variação contínua do PH da cavidade oral; resulta de ciclos de desmineralização e re-mineralização através dos minerais presentes na saliva, como o cálcio e o fosfato. Assim, é importante a informação sobre to-dos os cuidados relacionados com a saúde oral da gestante e do feto, além da motivação em manter esses cuidados, pois esses, quando deixados de lado, aliados ao aumento da vascularização durante esse período, podem provocar, diretamente, o surgi-mento de reabsorção óssea, causando assim, uma interferência no tratamento ortodôntico e o insucesso do mesmo.As alterações hormonais que ocorrem na gravidez só aumentam os sinais de inflamações já existentes na gengiva. Portanto, se no início da gravidez a gengiva estiver sadia e se a limpeza ade-quada dos dentes for mantida durante este período, a gengiva não ficará inflamada. Por outro lado, pesquisas recentes mos-tram que gestantes com periodontite têm maiores chances de

dar a luz a bebês prematuros e de baixo peso. Dessa forma, a prevenção é sempre o mais indicado, pois o pe-ríodo ideal para que as gestantes façam qualquer tipo de trata-mento odontológico seria o segundo trimestre. Isso porque os três primeiros meses são marcados por enjôos e indisposições, enquanto os três últimos são marcados por inchaços e descon-fortos, como o estresse, podendo causar uma gravidez prema-tura. Caso, durante tratamento, seja necessária a realização de radiografias e extrações, é preciso ter algumas precauções. Uma delas diz respeito à utilização do avental e do colar de chumbo, onde a quantidade de radiação nas gônadas e no concepto tor-na-se tão insignificante que não permite qualquer tipo de men-suração. Portanto, se realmente for necessário Raio-x, este pode ser realizado preferencialmente no segundo e terceiro trimestre, e ser evitado no primeiro trimestre (período da embriogênese). Já em relação às extrações ou ao tratamento mais invasivo, vale destacar que o anestésico pode ser utilizado sem riscos a ges-tante. É seguro realizar procedimentos odontológicos sob anes-tesia local em gestantes. Importante estar ciente da gravidez da paciente, para assim, escolher qual a dose e o tipo de anestesia mais apropriados para cada caso.A verdade é que a saúde bucal das gestantes necessita dos mes-mos cuidados básicos que a de qualquer outra mulher. Limpeza diária com uso de escova apropriada e fio dental são cuidados preventivos que irão favorecer uma situação de estabilidade sem grandes problemas no período gestacional.Algumas inverdades são comuns nesse período, como: perda de cálcio dos dentes para formar as estruturas mineralizadas do bebê. A gravidez não é responsável por isso. O cálcio provém, exclusivamente, da alimentação da gestante. Outro ponto im-portante seria a perda de dentes na gravidez. Na maioria das vezes, o fator está relacionado com a higiene bucal inadequada e hábitos alimentares prejudiciais, que favorecem também ao surgimento da maior incidência de cáries. Outro mito existente é que na gravidez o tratamento odontológico pode ser prejudi-cial à mãe. Antes de tudo, a gestante precisa ter saúde, visitar periodicamente o dentista e fazer corretamente seu pré-natal, in-clusive com cuidados em relação à saúde bucal. Cuidados esses que evitaria que um simples problema se agravasse ao longo do tempo, atrapalhando os momentos finais da gestação. Assim, para uma conclusão satisfatória do tratamento ortodôn-tico, deve haver uma boa comunicação entre a paciente e o orto-dontista, com o objetivo de beneficiar e melhorar a qualidade de vida da paciente gestante.

Ponto de Vista

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Coluna - Prevenção

Programa de melhoria de acesso e qualidade de atendimento: benefício para a população

Helenice BiancalanaEspecialista em Odontopediatria. Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente. Diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas – APCD Central. Diretora da Associação Paulista de Odontopediatria – APO. Coordenadora dos projetos de educação e prevenção desenvolvidos pela APCD em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADs e com as Faculdades de Odontologia - Ação SOS Sorriso Saudável.

esperados a melhoria da eficiência com eficácia e a melhoria no uso dos recursos.Classificar a saúde em boa, má ou razoável é também definir a qualidade de vida, pois ela surge das condições da classe social, das relações no trabalho, da alimentação, da moradia, do saneamento básico, do meio ambiente saudável, do aces-so à educação, ao transporte, ao lazer, aos serviços de saúde, enfim, de tudo o que diz respeito à vida. A relação entre qua-lidade de vida e saúde bucal tem sido motivo de atenção dos profissionais da Odontologia, especialmente pela relevância de problemas bucais e dos impactos físicos e psicossociais que ela acarreta na vida das pessoas. Os problemas bucais podem causar dor, desconforto, limitações e outras condições decor-rentes de fatores estéticos que afetam a vida social, a alimen-tação, o exercício de atividades diárias e o bem-estar do indiví-duo, acarretando problemas significativos na qualidade de vida do indivíduo, o que torna essencial entender como o indivíduo percebe a própria condição bucal, pois seu comportamento é condicionado por esta percepção.Diante dessas preocupações e necessidades, a partir deste ano, os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) também passam a fazer parte do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ). Com essa iniciativa divulgada por meio da Portaria 261 publicada em 22/02/2013, o Ministério da Saúde, promoverá a melhoria do atendimento prestado à população. Por meio da adesão ao PMAQ-CEO, o gestor pode dobrar os recursos recebidos pelo Ministério da Saúde se cum-prir os padrões de qualidade.Os CEOs oferecem serviços especializados, como tratamento endodôntico, cirurgia oral menor, periodontia, diagnóstico bu-

A melhoria das condições de saúde de grupos sociais ou de uma população pode contribuir para o crescimento econômico de diversas formas, como reduzir as per-

das de produção causadas por doença do trabalhador; per-mitir o uso de recursos humanos que não estiveram total ou parcialmente acessíveis por motivo de doença; aumentar o número de crianças matriculadas em escolas, o que as torna mais aptas a estudar e liberar recursos que, uma vez não apli-cados em organizações de saúde, podem ter outro destino. A demanda crescente da sociedade em relação aos serviços de qualidade gerou uma necessidade de mudanças nas caracte-rísticas destes e maior exigência para com os fornecedores de diversos tipos de serviços, inclusive os voltados à área de saú-de. A prestação de serviços realizada pelo poder público ainda mantém em foco a própria existência do serviço, deixando sua qualidade relegada a um segundo plano. As organizações do setor público são as maiores prestadoras de bens e serviços à comunidade, que está dependente da qualidade, agilidade e localização desses serviços, tendo como principal caracterís-tica uma relação de responsabilidade direta com a sociedade, necessitando continuadamente redefinir sua missão. A quali-dade nas organizações de saúde pode ser interpretada e re-presentada como a expressão de certas formações subjetivas: preocupação constante em criar e manter entre todos os que estão ocupados nas organizações de saúde, administradores e funcionários, o entendimento quanto à estrutura e ao pro-cesso das intervenções; e preocupação quanto aos resultados para satisfazer as necessidades emergentes e as demandas explícitas dos clientes usuários. Finalmente, a administração da qualidade das organizações de saúde tem como resultados

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cal, com ênfase ao diagnóstico de câncer bucal, e podem ofere-cer ainda a colocação de implantes e o tratamento ortodôntico. Atualmente, há 948 centros em funcionamento e outros 100 em fase de construção em todo o país. A adesão ao programa será voluntária para todas as unidades que estão em funcionamento.O PMAQ é composto pelas seguintes fases: adesão e contratu-alização; desenvolvimento; avaliação externa; e recontratualiza-ção. A fase de adesão ao PMAQ-CEO será realizada nos meses de fevereiro e março de 2013. Com a adesão e contratualização, o Centro passa a receber 20% do incentivo do programa. Os CEOs que aderirem serão monitorados por meio de indicadores de produção, de gestão, de processo de trabalho e satisfação do usuário, de acordo com o tipo de Centro (I, II ou III).Após avaliação externa, o CEO poderá ampliar para 60% ou para 100% o incentivo, manter os 20% ou perdê-lo. Os valores de in-centivo do programa serão publicados em portaria específica, a ser publicada oportunamente. O Ministério da Saúde também irá produzir materiais de apoio para auxiliar os CEO no processo de qualificação e cumprimento dos padrões de qualidade.“Ao fazer parte do PMAQ, os Centros de Especialidades Odon-tológicas poderão alcançar um padrão de qualidade compará-vel em âmbito nacional, regional e local. Periodicamente, todas as equipes e gestões municipais serão objeto de acompanha-mento do Ministério e de avaliação externa feita por especia-listas de universidades. Também será pesquisada a satisfação do usuário. Dessa forma, teremos subsídios para qualificar o cuidado e aperfeiçoar a saúde bucal dos brasileiros”, de acordo com Gilberto Pucca, coordenador-geral de Saúde Bucal do De-partamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.O PMAQ, que já acompanha o atendimento prestado por equi-

pes do Saúde da Família, é um programa que tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade dos serviços. Assim, permite maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.

Brasil SorridenteO Programa Brasil Sorridente é a primeira política nacional fei-ta, especificamente, para tratar de saúde bucal no país. Inclui, além das ações de prevenção e tratamento básico, o atendi-mento especializado e a reabilitação em saúde bucal.Atualmente o país conta com 22.213 Equipes de Saúde Bucal, cobrindo 88% dos municípios brasileiros, 948 CEO, 1.409 La-boratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD) e 185 Uni-dades Odontológicas Móveis (UOM) em funcionamento. O nú-mero de dentistas atuando no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou, em 2012, a 62.430 profissionais.Para 2013, o Ministério da Saúde irá ampliar ainda mais a rede assistencial em saúde bucal, levando acesso a áreas de me-nor cobertura, principalmente na região Norte do Brasil, com a implantação de 100 novos CEO. Outro objetivo é aumentar as ações de reabilitação protética, iniciando a produção em 250 novos municípios, distribuídos em regiões prioritárias do Pla-no Brasil Sem Miséria. Além disso, está prevista a doação de três mil equipamentos odontológicos para novas equipes de saúde bucal e em substituição a equipamentos antigos. http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/9493/162/ms-vai--avaliar-servicos-odontologicos-no-sus.html É um avanço significativo da Saúde Bucal no Brasil, um esforço contínuo da Equipe da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

Coluna - Prevenção

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Coluna - Saúde Pública

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Coluna - Saúde Pública

Equipe de Saúde Bucal na Atenção Básica

Olá queridos leitores da Odonto Magazine!Retomo a coluna para conversarmos sobre a composi-ção das equipes na saúde bucal, em especial nos servi-

ços públicos de atenção básica. Com o passar dos anos, a saúde bucal incorporou novos traba-lhadores para auxiliar o cirurgião-dentista no processo de tra-balho. Discussões travadas na 1ª Conferência Nacional de Saú-de Bucal (1986) já sugeriam a composição de uma Equipe de Saúde Bucal – ESB que contaria com o cirurgião-dentista – CD, o auxiliar em saúde bucal – ASB (antes Atendente de Consul-tório Dentário – ACD), e o técnico em saúde bucal - TSB (antes técnico em higiene dental – THD). A Política Nacional de Saúde Bucal - Brasil Sorridente (2004), em vigência, preconiza que o processo de trabalho se desenvolva em equipe de saúde bucal integrada a equipes multiprofissio-nais das unidades de saúde, reiterando recomendações anterio-res. Em 2008, finalmente foi aprovada a Lei Federal nº 11.889 que regulamenta o exercício das profissões de TSB e ASB.Outros profissionais, como o auxiliar em prótese dentária, téc-nico em prótese dentária e o técnico em manutenção de equi-pamentos podem ainda compor a ESB.Embora a incorporação de pessoal auxiliar/técnico nas equipes de saúde bucal propicie aumento da produtividade, da quali-dade dos serviços odontológicos e do acesso aos serviços de saúde bucal, o trabalho em equipe não é realidade em todos os serviços do SUS ou da iniciativa privada. Nos serviços públicos de atenção básica, a Política Nacional de Atenção Básica – PNAB preconiza, desde a inclusão da saúde bucal na Estratégia Saúde da Família – ESF (antes Programa Saúde da Família – PSF), o trabalho em equipe. Até pouco tem-po atrás os profissionais de saúde bucal poderiam compor as equipes de saúde da família em três modalidades: I - cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família e ASB;

Regina Vianna BrizolaraPossui Graduação em Odontologia. Aprimoramento em Odontologia Hospitalar. Especialização em Saúde Coletiva. Curso de Formação de Governantes. Mestre em Odontologia em Saúde Coletiva. Recém-ingressa no Doutorado na Unicamp. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com interesse no Planejamento em Saúde; Gestão de Serviços/Programas de Saúde; Desenvolvimento e Avaliação de Projetos e Programas na Área de Saúde e Desenvolvimento de Políticas Públicas em Saúde. Atuou como técnica especializada no Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (2009-2012). Cirurgiã-dentista da Prefeitura Municipal de Paulí[email protected]

II - cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, TSB e ASB; e III - profissionais das modalidades I ou II que operam em Unidade Odontológica Móvel.Recentemente foi publicada a Portaria nº 3.012, de 26 de de-zembro de 2012, que altera a Portaria nº 2.488/GM/MS/ 2011 e redefini a composição das ESB da ESF constante na PNAB. Segundo a nova portaria, os profissionais de saúde bucal que compõem as Equipes Saúde da Família podem se organizar nas seguintes modalidades:

» I – cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família e ASB ou TSB.» II – cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, TSB e ASB ou outro TSB.

Os profissionais de ambas as modalidades (I ou II) podem de-senvolver parte de suas atividades em Unidade Odontológica Móvel. A diferença entre as modalidades de equipe ainda refe-re-se ao número de profissionais auxiliares e/ou técnicos que compõem a ESB.Segundo dados do Departamento de Atenção Básica/Secreta-ria de Atenção à Saúde/Ministério da Saúde, em dezembro de 2012, estavam implantadas 20.155 ESB tipo I e 2.048 ESB tipo II. Hoje, o ASB e TSB têm suas competências definidas em lei, mas será que futuramente irá se extinguir o trabalho do ASB na ESB? Será que os gestores acreditam que é vantajoso con-tratar o TSB, pois fará o seu papel e do ASB? Ou será que a alteração simplesmente quis atender a realidade dos cargos/contratações realizadas no âmbito local? Seria interessante entender o que motivou a mudança da le-gislação que permite que o ASB seja substituído pelo TSB na modalidade I e II. Vamos acompanhar o cadastramento das equipes e os futuros debates para chegarmos a uma conclusão.Até a próxima!

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Caso Clínico

Cirurgia ortognática bimaxilar para correção de deformidade dentofacial de paciente portador de má-oclusão classe III com laterognatismo

Rui Bueno de OliveiraMembro praticante do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Especialista em Anatomia Cirúrgica da Face pelo ICB-USP. Mestre em Anatomia: Estrutura e Ultraestrutura pelo ICB-USP. Cirurgião Bucomaxilofacial da Retaguarda do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein.

André Sakima SerranoEspecialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Especialista em Implantodontia pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP – Bauru. Cirurgião Bucomaxilofacial da Retaguarda do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein.

A cirurgia ortognática bimaxilar está indicada para a cor-reção de vasta gama de discrepâncias das relações maxilomandibulares que não pode ser obtida com o

tratamento ortodôntico convencional. O reposicionamento das bases ósseas deve levar em consideração a oclusão final, os efeitos na estética facial e a estabilidade em longo prazo. O tratamento ortodôntico-cirúrgico obedece tipicamente às se-guintes fases: consulta inicial; anamnese; avaliação dos mo-delos de estudo e exames de imagem; análise facial; ortodon-tia pré-cirúrgica; planejamento cirúrgico com novos modelos, novos exames de imagem e nova análise facial; cefalometria pré-operatória e traçado predictivo; cirurgia de modelos mon-tados em articulador e confecção de guias cirúrgicas; cirurgia propriamente dita; ortodontia pós-cirúrgica e fase de conten-ção. Neste artigo apresentamos o tratamento ortodôntico-cirúrgico de uma paciente portadora de má-oclusão classe III associada à hipoplasia de maxila, laterognatismo e excesso vertical de mento por meio de cirurgia ortognática bimaxilar associada à mentoplastia.Estudos em animais do início da década de 1970 demonstra-ram a revascularização da maxila após a realização de oste-otomia do tipo Le Fort I, na qual um corte ósseo é realizado acima das raízes dos dentes superiores e a maxila é separada do esqueleto fixo da face1-3. Desde então, a osteotomia do tipo Le Fort I passou a ser utilizada nos procedimentos de cirurgia ortognática, que contemplavam, no seu início, apenas o re-posicionamento da mandíbula. Nos casos de protrusão man-dibular, após a cirurgia e o recuo da mesma, os espaços aé-

reos da faringe tendiam a diminuir, aumentando os riscos de desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono. Atualmente, com as cirurgias bimaxilares, o avanço maxilar permite que o recuo mandibular seja menor, reduzindo esses riscos.Tradicionalmente as cirurgias bimaxilares iniciavam com a osteotomia da maxila, reposicionamento e estabilização da mesma no esqueleto fixo da face com fios de osteossíntese. Em seguida, osteotomia mandibular, reposicionamento e es-tabilização da mesma com fios de osteossíntese eram, por fim, realizados4. O paciente permanecia com bloqueio maxilo-mandibular rígido por 45 a 60 dias no pós-operatório.A introdução da fixação interna rígida (FIR)5,6 com miniplacas e parafusos trouxe grandes avanços7-10, como maior estabili-dade das fixações, maiores possibilidades de rotações do pla-no oclusal, possibilidade de iniciar a cirurgia pela mandíbula, possibilidade de liberação do bloqueio maxilomandibular no pós-operatório imediato, início de fisioterapia oral precoce-mente e recuperação mais rápida. A sequência da cirurgia iniciando pela maxila foi mantida por grande parte dos cirur-giões por estarem assim habituados, entretanto, alguns auto-res demonstraram situações em que iniciar as cirurgias pela mandíbula trazia vantagens: rotação anti-horária do plano oclusal com posicionamento inferior da maxila, incerteza do registro oclusal em relação cêntrica, dificuldade do bloqueio maxilomandibular devido à guia intermediária espessa, fixa-ção da maxila não rígida o suficiente, cirurgia concomitante das articulações temporomandibulares, quando necessário. Como desvantagens de iniciar a cirurgia pela mandíbula, os

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Caso Clínico

autores citam os casos em que ocorre fratura indesejável da mandíbula e rotações horárias da maxila para fechamento de mordida aberta anterior11,12.A opção por se iniciar a cirurgia pela maxila ou mandíbula cabe ao cirurgião. No caso apresentado não foi necessário a rotação do plano oclusal e a paciente apresentava laterogna-tismo. Em casos de assimetria, os autores acreditam ter me-lhor controle dos resultados iniciando-se pela maxila.

Caso clínicoPaciente do sexo feminino, 17 anos, leucoderma, caucasia-na, apresentando como queixa principal o descontentamen-to com o tamanho do seu queixo. Ao exame clínico extraoral apresentava deficiência anteroposterior da região paranasal, altura excessiva do terço inferior da face e projeção excessiva dos tecidos moles da mandíbula.O exame físico intraoral revelou desvio das linhas médias den-tais da maxila de 1 mm para direita e da mandíbula de 2 mm para esquerda. Apresentava relações de classe I de Angle em caninos e molares do lado esquerdo e relação de classe III em caninos e molares do lado direito. A paciente não possuía pro-blemas periodontais nem ausência de quaisquer dos dentes.O preparo ortodôntico consistiu de alinhamento e nivelamen-to, bem como de o correto posicionamento dos dentes em suas respectivas bases ósseas, eliminando compensações e inclinações excessivas. Como parte do preparo ortodôntico, foram realizadas extrações dentais dos elementos 38, 48, 14 e 24, cerca de um ano e meio antes da cirurgia.Com o término do preparo ortodôntico e a confecção de mo-delos em gesso, pode-se observar a harmonia entre as arca-das dentais superior e inferior e sua correta relação de oclu-são entre si, claro, obtendo-se relação entre molares de classe II, consequência das exodontias realizadas somente na arcada superior, o que de nenhum modo prejudicou a obtenção de uma oclusão favorável e estável em longo prazo. Na verdade, tais exodontias auxiliaram na obtenção de espaço necessá-rio para o correto alinhamento dos dentes da arcada superior, bem como na obtenção de inclinações dos dentes incisivos superiores mais estáveis e corretamente implantados nas suas bases ósseas. Isso aumentou o grau de discrepância an-teroposterior entre as duas arcadas, “piorando” o caso pre-viamente à cirurgia, mas facilitando o reposicionamento ante-rior da maxila e melhorando a estética do seu sorriso.

Após a realização dos traçados cefalométricos iniciais e do traçado predictivo, aliados aos dados obtidos do exame clíni-co tanto em repouso quanto com a paciente sorrindo, podese proceder à cirurgia de modelos para obtenção dos guias cirúr-gicos de acrílico. Foi utilizada a Plataforma de Erickson para o correto reposicionamento tridimensional do maxilar superior, em uma posição que privilegiasse a estética facial da pacien-te, tanto em repouso quanto sorrindo.A cirurgia para o reposicionamento dos maxilares ocorreu nas dependências do Hospital Israelita Albert Einstein, sob anes-tesia geral, sem intercorrências e com um tempo de interna-ção de apenas dois dias. Os objetivos principais da cirurgia ortognática, neste caso, foram:

» Resolver as queixas estéticas da paciente.» Restabelecer a oclusão dental dentro dos parâmetros de normalidade, trazendo consequências positivas na sua es-tética facial.» Eliminar o retroposicionamento maxilar.» Diminuir a altura do terço inferior da face através de men-toplastia, diminuíndo, por consequência, a altura facial total.» Diminuir a falta de projeção da região paranasal através do reposicionamento anterior da maxila auxiliado pelos enxer-tos ósseos autógenos bilaterais obtidos da mentoplastia.» Correção dos desvios das linhas médias dentais fazendo com que elas coincidissem com a linha média facial.

Tais objetivos foram plenamente alcançados através da reali-zação de osteotomias do Tipo Le Fort I, Sagital do ramo man-dibular e mentoplastia.No período pós-operatório, a dieta da paciente se restringiu a alimentos na forma líquida e pastosa por seis semanas. Como foi utilizada a técnica de Fixação Interna Rígida (placas e para-fusos de titânio) dos segmentos osteotomizados, não houve necessidade de bloqueio intermaxilar em nenhuma ocasião.

Figura 1aVista frontal pré-operatória. Em repouso.

Figura 1bVista lateral pré-operatória.

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Caso Clínico

Figura 2Vista3/4 pré-operatória.

Figura 4Detalhe da região labial e paranasal. Note a projeção excessiva do lábio inferior.

Figura 3Vista pré-operatória sorrindo. Note ausência de exposição gengival.

Figura 5Oclusão pré-operatória. Vista frontal.

Figura 6Oclusão pré-operatória. Vista lateral direita.

Figura 7Oclusão pré-operatória. Vista lateral esquerda.

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Caso Clínico

Figura 8Traçado cefalométrico pré-operatório.

Figura 9Traçado predictivo.

Figura 10Cirurgia de modelo. Maxila operada e reposicionada. Mandíbula intacta.

Figura 11Cirurgia de modelo. Maxila operada e mandíbula operada. Oclusão final desejada.

Figura 12Maxila operada e FIR. Note a enxertia óssea para aumento do volume da região paranasal.

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Caso Clínico

Figura 13Mandíbula operada.

Figura 14Mentoplastia para redução em altura.

Figura 15Vista frontal pós-operatória em repouso. Cinco anos de acompanhamento.

Figura 16Vista lateral pós-operatória. Cinco anos de acompanhamento.

Figura 17Vista 3/4 pós-operatória. Cinco anos de acompanhamento.

Figura 18Vista frontal pós-operatória sorrindo. Cinco anos de acompanhamento.

desses pacientes, como mastigação e fonação. Mas, talvez, a melhoria mais importante se dê na autoestima desses pacien-tes, proporcionando um bem-estar social e uma segurança nas relações interpessoais que havia lhes sido negada por tais de-formidades esqueléticas. Essa é, sem dúvida, a mais importante contribuição e o primordial objetivo da cirurgia ortognática.

ConclusãoCom o desenvolvimento e o aprimoramento das técnicas de ci-rurgia ortognática e da Ortodontia, mais e mais pacientes pu-deram e podem, hoje, beneficiar-se desse tipo de tratamento. Importante notar que o restabelecimento da correta oclusão, bem como da harmonia facial, melhora funções básicas da vida

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Caso Clínico

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Figura 19Detalhe da região labial e paranasal. Pós-operatório de cinco anos.

Figura 20Oclusão pós-operatória de cinco anos. Vista frontal.

Figura 21Oclusão pós-operatória de cinco anos. Vista lateral direita.

Figura 22Oclusão pós-operatória de cinco anos. Vista lateral esquerda.

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Caso Clínico

Clareamento de consultório para dentes vitais e não vitais

Alessandra Reis B. de OliveiraEspecialista em Dentística Restauradora. Mestranda em Ciências da Saúde. Professora de Dentística da Universidade Paulista UNIP - Brasília.

A paciente C.M do sexo feminino, 27 anos, insatisfeita com a cor amarelada dos seus dentes, procurou a clíni-ca particular para realizar o clareamento dental. Após

o exame clínico, foi escolhida a técnica de clareamento de consultório com uso de Whiteness HP Blue Calcium 35% em duas sessões.

Previamente ao clareamento, para amenizar e prevenir a sen-sibilidade dentinária, usou-se o Desensibilize KF 2% (FGM) por 10 minutos. Na segunda sessão, o clareamento externo e in-terno foi realizado com o mesmo produto - Whiteness HP Blue Calcium 35%. Na figura 14 podemos observar o resultado final após o clareamento com a técnica de consultório.

Figura 1Registro da cor inicial com o uso da escala de cor.

Figura 3Esfregar com cavibrush (FGM) por 10 segundos em cada dente

Figura 2Aplicação do Desensibilize KF 2% (FGM) por 10 minutos.

Figura 4Aplicação da barreira gengival (Top Dam-FGM).

Figura 5Kit com duas aplicações.

Figura 6As seringas conectadas.

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Caso Clínico

Figura 7A consistência do produto após a manipulação.

Figura 9Resultado após a primeira sessão de 40 minutos. Pequena alteração na cor do elemento 21 em relação aos outros dentes.

Figura 11Após o término da segunda sessão do clareamento no consultório com whiteness HP Blue.

Figura 13Sorriso antes do clareamento.

Figura 10Na segunda sessão, para igualar a cor do 21 com o 1, optou-se pelo clare-amento interno e externo ao mesmo tempo. Após verificação favorável do tratamento endodôntico, foi realizado um selamento cervical para prote-ção do conduto radicular. Utilizou-se o mesmo produto do clareamento no consultório - whiteness HP Blue 35% internamente por 40 minutos.

Figura 12A cor final A1.

Figura 14Sorriso após o clareamento.

Figura 8Aplicação do agente clareador. Observe a consistência mais espessa do produto, facilitando o trabalho do profissional. Presença de bolhas de oxigênio devido à reação do peróxido de hidrogênio.

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Caso Clínico

Período crítico de erupção: como minimizar a vulnerabilidade do 1º molar permanente

Os primeiros molares permanentes merecem uma aten­ção especial, pelo fato de sua formação se iniciar na vida intrauterina e a coalescência das cúspides ocor­

rer ao nascimento. Geralmente apresentam zonas de fusão incompleta, que facilitam a retenção de biofilme que, no momento de sua erupção, pode prejudicar a maturação pós­eruptiva, tornando­os bastante suscetível à doença cárie. Por volta dos seis anos de idade dá­se o início da erupção do primeiro molar permanente e, muitas vezes, os responsáveis não têm conhecimento de que é um dente da série perma­nente, já que não ocorre a esfoliação de nenhum elemento dental. Essa desinformação dos pais, o fato do período de erupção ser longo e, como a criança depende do auxílio de um adulto para realizar a higiene bucal, um acúmulo maior de placa supragengival pode ocorrer. Além disso, a presença do capuz gengival sobre a face oclusal destes dentes favorece esse acúmulo (figura 1). Assim, o período crítico, para o de­senvolvimento de lesões de cárie para um determinado dente, inicia­se a partir de seu irrompimento na cavidade bucal e se estende até sua completa erupção e seu uso funcional1,2.Em dentes parcialmente erupcionados, com fossas e fissuras profundas e estreitas, pode ocorrer o acúmulo de bactérias patogênicas, que ficarão protegidas contra a remoção de seus nichos pela ausência de contato entre os dentes. A vulnerabi­lidade das superfícies oclusais está intimamente relacionada com estágio de erupção destes dentes devido à incompleta maturação do esmalte dentário nas fases iniciais1,2. Um con­trole individualizado destas superfícies seria necessário para impedir a instalação de um processo de cárie2­4. Sabe­se que o diagnóstico precoce em superfícies oclusais é extremamente difícil, gerando controvérsias entre pesquisa­dores e profissionais. O ideal é a associação de exame clínico e radiográfico, com uma tomada interproximal.O objetivo desse trabalho é instituir medidas de atenção bási­ca para molares no período crítico de erupção, auxiliando os profissionais no controle e prevenção da doença cárie, mini­mizando a vulnerabilidade desses dentes.

Opções de tratamento caseiro Controle do biofilmeDepende, em grande parte, da motivação do paciente e do núcleo familiar por parte do profissional, com relação aos cui­dados de higiene bucal. Em crianças, principalmente abaixo de oito anos de idade, estes cuidados ficam à mercê de um adulto, pois ainda não possuem nem responsabilidade nem habilidade adequadas para realizar estes procedimentos de higiene de maneira satisfatória5.Como opção de tratamento caseiro para superfícies oclusais, no período crítico de erupção, tem sido utilizada, para o controle do biofilme, a escova unitufo associada ao dentifrício com flúor6, removendo a placa bacteriana de maneira eficaz (figuras 2 e 3).

Controle dos hábitos alimentaresOrientações relativas ao controle na frequência de ingestão de alimentos, limitar doces às refeições principais, evitar alimen­tos pegajosos e disciplinar a ingestão de redutores de apetite como balas, salgadinhos, pirulitos. Outro fator que deve ser abordado pelo profissional é a ingestão de sucos de frutas, sucos de soja, refrigerantes, isotônicos e energéticos, que por apresentarem um pH muito abaixo do pH crítico, se usados sem parcimônia, podem levar também à erosão dental.

Opções de tratamento profissional Limpeza profissionalSendo a quantidade de acúmulo de placa influenciada pelo estágio de erupção do dente, frente aos molares permanentes em oclusão completa há mais de um ano, uma redução signi­ficativa nos índices de placa foi observada. Em dentes parcial­mente erupcionados, ao contrário, embora tivessem pequena participação na função oral, não tinham sua placa reduzida por este fato. A ausência de função em dentes parcialmente erupcionados contribui para o acúmulo de placa com poten­cial cariogênico e, consequentemente, maior número de le­sões de cárie oclusais (figura 4). Embora a suscetibilidade em

Sucena Matuk LongProfessora Titular da Disciplina de Odontopediatria – UNIP – SP. Professora dos Módulos de Clínica Infantil, Cariologia e Epidemiologia da UMESP. Coordenadora do Curso de Especialização em Odontopediatria do SENAC – SP. Mestre e Doutora em Odontopediatria – [email protected]

Ana Maria Peixoto Guimarães de AraujoProfessora Adjunta da Disciplina de Odontopediatria – UNIP – SP. Especialista em Odontopediatria – UNIP. Mestre em Odontopediatria – [email protected]

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dentes em erupção esteja relacionada à maturação pré e pós­­eruptiva do esmalte, as condições para o acúmulo de placa tinham maior importância neste aspecto2.A limpeza profissional dos dentes compreende a remoção efe­tiva da placa pelo cirurgião­dentista, por meio de instrumentos mecânicos rotatórios e uma mistura de pedra pomes e água ou pasta profilática não oleosa (figura 5). Nas superfícies pro­ximais, deve­se utilizar o fio dental. O principal objetivo desse procedimento é remover a placa das áreas mais suscetíveis a le­sões de cárie, locais normalmente negligenciados pelo pacien­te. Destina­se, também, a motivar o paciente, levando­o a de­sempenhar, cada vez mais, a limpeza de seus próprios dentes.Além disso, para o diagnóstico precoce da doença cárie é im­portante que os dentes recebam uma profilaxia prévia e que o campo operatório esteja seco e iluminado. As radiografias in­terproximais constituem procedimento auxiliar, complemen­tando o exame clínico realizado pelo profissional7,8.

Verniz fluoretado Foi desenvolvido no final dos anos 1960 com o intuito de me­lhorar os conceitos de uso tópico do flúor existentes na época, prolongando o contato da substância com o esmalte dentário. Após a aplicação do verniz há formação de glóbulos de fluoreto de cálcio, que funcionam como um reservatório de flúor. Frente a um pH baixo (crítico), os íons flúor são liberados lentamente, diminuindo a solubilidade do esmalte9. Juntamente com outras formulações a base de flúor, o uso dos vernizes tem sido asso­ciado com a diminuição da incidência de lesão de cárie oclusal3.São indicados para dentes em erupção, pois se constituem agentes efetivos na prevenção e controle das lesões de cárie nas superfícies oclusais, por promoverem um contato mais prolongado do flúor com o esmalte dentário, além de favore­cer a maturação pós­eruptiva desses dentes.A limpeza profissional precede a aplicação do verniz fluoreta­do e este pode ser aplicado com pincel ou microbrush (figuras de 1 a 7). Após a aplicação do verniz, o profissional deve re­comendar ao paciente para não ingerir alimentos sólidos por duas a quatro horas após a aplicação, bem como evitar esco­var os dentes tratados por 12 horas9. As reaplicações dependem do risco do paciente, podendo ocorrer semestralmente ou trimestralmente10­12. Verniz de clorexidinaEm virtude da dificuldade em remover completamente a placa dental e da impossibilidade de se usar os selantes resinosos, tem­se sugerido o uso de agentes antimicrobianos em con­junto com a escovação normal para controlar o acúmulo de biofilme, especialmente em dentes parcialmente erupciona­dos. Devido à dificuldade em se manter uma higiene bucal adequada através da escovação por tempo prolongado, os agentes químicos podem compensar este descuido, levando a uma limpeza mais satisfatória16.Apresenta uma ação efetiva contra um grande número de mi­croorganismos, tais como estreptococos do grupo mutans (EGM), leveduras, fungos, anaeróbios facultativos e aeróbios13­15.Diversas formas de apresentação do produto são utilizadas, tais como bochechos, dentifrícios, géis, que apresentam uma proteção limitada, pois não são capazes de eliminar EGM por períodos prolongados16. Entretanto, após o uso da clorexidi­na na forma de verniz, a contagem bacteriana de EGM pode ser reduzida por um período de três meses17,18. Este material

é constituído da associação de dois agentes antimicrobianos, clorexidina e timol, ambos na concentração de 1%. Nenhum efeito colateral tem sido observado com o uso do verniz, e a possibilidade de deglutição, por parte do paciente, é extre­mamente reduzida, fatores importantes a serem observados quando se trata do atendimento de crianças. Os efeitos colaterais mais comuns podem ser observados com o uso prolongado de bochechos com clorexidina, tais como o manchamento dos dentes e de restaurações de resina, altera­ção do paladar e descamação da mucosa oral. Estes efeitos não foram observados com o uso de verniz com flúor (Cervitec®)17,18.O verniz com clorexidina foi utilizado em primeiros molares per­manentes em erupção, em crianças de seis a oito anos, da cida­de de São Paulo­ BR, realizando­se três aplicações, no período de um ano, até que os dentes entrassem em oclusão funcional com o antagonista. A técnica de aplicação é semelhante à do verniz fluoretado, necessitando de profilaxia prévia e isolamento relativo com roletes de algodão. Após dois anos de estudo, não foram detectadas lesões de mancha branca ativa nos dentes tra­tados com Cervitec®, enquanto que 50% dos dentes não tratados desenvolveram lesões incipientes17. A diferença no incremento de cárie foi altamente significante, assim como redução estatis­ticamente, significante também, foi encontrada com relação à contagem de EGM na placa da superfície oclusal dos primeiros molares permanentes em erupção tratados com Cervitec®.Devido à dificuldade de se importar o Cervitec®, pode­se uti­lizar o verniz de clorexidina a 2% fabricado pela Fórmula & Ação, que apresenta composição semelhante a do verniz im­portado, porém, está combinado com o xilitol. É fabricado no Brasil e o custo é bem mais acessível.A aplicação do verniz deve se dar a cada três meses, seguindo os passos iniciais até a completa erupção dental e fim do pe­ríodo crítico. Recomendações: evitar se alimentar com subs­tâncias sólidas, por no mínimo duas horas.A vantagem da utilização desse material reside no fato de que o dente é capaz de terminar a maturação pós­eruptiva na au­sência de EGM, devido às propriedades do material e ao seu longo período de retenção nas fissuras oclusais, onde perma­nece uma ação residual por três meses. Por meio de um tra­tamento não invasivo, como parte integrante de um progra­ma preventivo, o profissional consegue a promoção de saúde do paciente infantil de forma mais segura, com preservação maior de estruturas dentais sadias17.

Selamento provisório com cimento de ionômero de vidroIndicados para o selamento provisório das superfícies oclusais no período crítico de erupção, frente à presença de mancha branca ativa e/ou sulcos oclusais duvidosos (figura 9). Como o selante resinoso é contraindicado em dentes parcialmente erup­cionados, devido à impossibilidade de manter o campo operató­rio seco durante a aplicação acarretando em dificuldades na sua retenção3. Recomenda­se um selante com cimento de ionômero de vidro (figura 10). Esse material apresenta como vantagens: adesão química ao esmalte e à dentina, capacidade de liberar flúor, constantemente, para a superfície tratada e para o meio bucal, permitindo que se forme um reservatório constante do íon flúor. Além disso, deixa a superfície oclusal menos aciden­tada, suavizando os sulcos e favorecendo a limpeza mecânica.O material permanece retido nas fossas e fissuras por longos períodos e sua retenção é superior a dos selantes convencionais, contribuindo para prevenção de lesões de cárie oclusais19.

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Figura 1Aspecto clínico do 1º molar em erupção (período crítico).

Figura 2Após escovação com escova convencional dos dentes corados por eviden­ciador de placa.

Figura 5Profilaxia com pedra pomes e água.

Figura 4Aspecto clínico do primeiro molar em erupção.

Figura 6Aplicação do verniz fluoretado com microbrush ou pincel sob isolamento relativo.

Figura 3Controle de placa com escova unitufo.

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ConclusãoO profissional deve orientar o núcleo familiar sobre a importân­cia do molar permanente, salientando os cuidados preventivos necessários à manutenção da saúde oral e preservação desse dente, que é chave de oclusão e muito importante ao desenvol­vimento estomatognático da criança.

Figura 7Aspecto final após aplicação do verniz fluoretado.

Figura 9Aspecto clínico do 1º molar permanente com manchas brancas oclusais e sulcos profundos.

Figura 10Aspecto clínico do 1º molar permanente após a aplicação do cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável.

Figura 8Aplicação do verniz de clorexidina. Aguardar 25 segundos antes de remover o isolamento relativo.

O profissional deve orientar o núcleo familiar sobre a importância do molar permanente

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A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

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2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para:Vanessa Navarro ou Christian Visval – ODONTO MAGAZINEAlameda Amazonas, 686 – sala G1Alphaville Industrial – Barueri-SPCEP 06454-070

11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail.

12) Informações:

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visvale. [email protected]. + 55 (11) 4197.7760

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

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