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APOSTILA TERCEIRO ANO HISTÓRIA – IV UNIDADE TÓPICOS I-FEUDALISMO II-REFORMA RELIGIOSA III-ABSOLUTISMO IV-FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS V-MERCANTILISMO VI-EXPANSÃO MARÍTIMA VII-REVOLUÇÕES BURGUESAS (INGLESA E FRANCESA) ------------------------------------------- ------------------------------------------ A Sociedade Medieval Introdução O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras ), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. Estrutura Política do Feudalismo Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos). Sociedade feudal [Colégio Ofenísia Freire] Página 1

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APOSTILA TERCEIRO ANO HISTÓRIA – IV UNIDADE

TÓPICOSI-FEUDALISMO

II-REFORMA RELIGIOSA

III-ABSOLUTISMO

IV-FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS

V-MERCANTILISMO

VI-EXPANSÃO MARÍTIMA

VII-REVOLUÇÕES BURGUESAS (INGLESA E FRANCESA)

-------------------------------------------------------------------------------------

A Sociedade Medieval

Introdução 

O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras ), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 

Estrutura Política do Feudalismo 

Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.

Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).

Sociedade feudal 

A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

Economia feudal

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A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

Religião 

Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

As Guerras 

A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

 Castelo da época do feudalismo

Educação, artes e cultura

A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.

A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.

Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

O fim do feudalismo

O feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina. Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista. Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e econômicas. O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.

Vassalagem e Suserania 

Introdução

Vassalagem e suserania formavam um sistema sócio-econômico da Idade Média entre um vassalo e seu suserano.

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Nesta relação de reciprocidade, o vassalo recebia terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo de seu suserano. Em troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano.

Cerimônia da Homenagem 

Havia uma cerimônia denominada "homenagem", que muitas vezes poderia acontecer dentro de uma igreja, para selar os laços entre vassalo e suserano. Na cerimônia, o vassalo se ajoelhava e colocava suas mãos entre as mãos do suserano (senhor), prometendo-lhe lealdade e fidelidade. 

Suseranos e Vassalos 

O rei, geralmente, era o suserano com mais poder na Idade Média, sendo que seus vassalos eram, principalmente, senhores feudais e cavaleiros. Estes senhores feudais e cavaleiros também possuíam vassalos, formando, na Idade Média, extensos laços de vassalagem. Desta forma, num momento de guerra, milhares de guerreiros eram mobilizados. 

Nas Cruzadas, por exemplo, os cristãos conseguiram mobilizar milhares de guerreiros, para combater os muçulmanos na Terra Santa, graças às inúmeras relações de vassalagem e suserania que existiam na Europa Medieval.

Feudo

Definição

Na Europa, durante a Idade Média (século V ao XV) o feudo era um terreno ou propriedade (bem material) que o senhor feudal (nobre) concedia a outro nobre (vassalo). Em retribuição, o vassalo deveria prestar serviços ao senhor feudal, pagar impostos e oferecer lealdade e segurança.

Um feudo medieval (território), geralmente, era constituído pelas seguintes instalações: castelo fortificado (residência do nobre e sua família), vila camponesa (residência dos servos), área de plantio, igreja ou capela, moinho, estábulo, celeiro, etc.

Como neste período a propriedade da terra era sinônimo de poder econômico, político e social, eram comuns as guerras e batalhas pela disputa de feudos.

Divisão do Feudo

Durante o feudalismo na Europa (Idade Média), o feudo era a principal unidade de produção. As terras do feudo eram de propriedade do senhor feudal, porém possuíam uma divisão bem determinada.

Domínio (Manso Senhorial)

As terras do manso senhorial eram de utilização exclusiva do senhor feudal. Porém, os servos eram convocados para trabalharem de 2 a 3 dias por semana nesta terra, sendo que toda produção era destinada ao senhor feudal.

Manso servil

Eram as terras destinadas ao uso dos servos (camponeses do feudo). Os servos não eram proprietários destas terras, mas apenas usavam e delas deveriam tirar o sustento da família e também pagar as taxas e impostos ao senhor feudal. A condição de servo passava de pai para filho, assim como o direito de usar estas terras.

Terras comunais

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Área do feudo de uso coletivo. Eram os bosques, florestas e pastos. Porém, dependendo do feudo existiam regras para sua utilização. Em muitos locais da Europa, era comum a proibição da caça realizada por servos em terras comunais. Os servos podiam levar seus animais para pastarem nestas terras, assim como pegar lenha.

Talha, Corvéia e Banalidades

Introdução

Na época do feudalismo, durante a Idade Média, os servos (camponeses) habitavam as terras dos senhores feudais. Em troca, eram obrigados a pagar taxas em forma de trabalho e mercadorias. Quase tudo que produziam acabava indo para as mãos dos senhores feudais. Para os servos, sobrava apenas o pouco para a sobrevivência da família.

Talha 

Era uma obrigação pela qual o servo deveria passar, para o senhor feudal, metade de tudo que produzia nas terras que ocupava no feudo. Se colhesse 20 quilos de batata, 10 quilos deveriam ser separados para o pagamento da talha. 

Corvéia

Esta obrigação correspondia ao pagamento através de serviços prestados nas terras ou instalações do senhor feudal. De 3 a 4 dias por semana, o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como, por exemplo, fazer a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc. Podia também realizar trabalhos de plantio e colheita no manso senhorial (parte das terras do feudo de uso exclusivo do senhor feudal).

Banalidades

Esta obrigação correspondia ao pagamento pela utilização das instalações do castelo. Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno, deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal.

Outras obrigações

Além da talha, da corvéia e das banalidades, os servos também deviam pagar outras taxas e impostos. Havia a mão-morta, que era uma espécie de taxa que o servo devia pagar ao senhor feudal para permanecer no feudo quando o pai morria. Havia também o Tostão de Pedro (10% da produção), que o servo devia pagar à Igreja de sua região.

As Cruzadas

Introdução 

As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.

Organização 

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.   

Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.

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Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. 

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. 

Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. 

Consequências 

Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. 

Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.

Curiosidade:

- A expressão "Cruzada" não era conhecida nem mesmo foi usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram usados termos como, por exemplo "Guerra Santa" e Peregrinação para fazerem referência ao movimento de tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos.

Peste Negra 

Introdução

Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população européia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste.

A peste espalha a morte pela Europa 

Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades européias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.

Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.

Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Vale lembrar

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que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. A doença foi identificada e estudada séculos depois desta epidemia.

Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.

O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais. 

Revoltas Camponesas 

Com a morte de boa parte dos servos, muitos senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo os camponeses trabalharem e pagarem impostos pelos que haviam morrido. Como a exploração sobre os servos já era exagerada, em muitos feudos, principalmente na França e Inglaterra), ocorreram revoltas camponesas. Estes, chegaram a invadir e saquear castelos, assassinando os senhores feudais e outros nobres. Os senhores feudais que conseguiram sobreviver não ficaram inertes aos movimentos de revolta. Organizaram exércitos fortes e combateram com violência as revoltas. Porém, em muitas regiões da Europa, os camponeses obtiveram conquistas importantes, conseguindo diminuir as obrigações servis.

Baixa Idade Média 

Introdução

A Baixa Idade Média é o período da história Medieval que vai do século XIII ao XV. Corresponde a fase em que as principais características da Idade Média, principalmente o feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o sistema feudal estava entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem nesta fase.

Mudanças na forma de produzir 

O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área agrícola. O desenvolvimento do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a utilização da atrelagem dos animais (bois e cavalos) pelo peito representaram uma evolução agrícola importante, trazendo um aumento significativo na produção dos gêneros agrícolas.

Crescimento demográfico 

O século XIII foi marcado também pela diminuição nas guerras. Vivenciou-se neste período uma situação de maior tranqüilidade em função do fim das cruzadas. Este clima de paz em conjunto com o aumento na produção de alimentos significou um significativo aumento populacional no continente europeu. Este crescimento demográfico foi interrompido em meados do século XIV com a peste bubônica, que matou cerca de um terço da população européia.

Renascimento Comercial e Urbano 

Quando retornavam das cruzadas, muito cavaleiros saqueavam cidades no oriente. O material proveniente destes saques (jóias, tecidos, temperos, etc) eram comercializados no caminho. Foi neste contexto que surgiram as rotas comerciais e as feiras medievais. A saída dos muçulmanos do mar Mediterrâneo também favoreceu o renascimento comercial. 

Foi neste contexto que começou a surgir uma nova camada social: a burguesia. Dedicados ao comércio, os burgueses enriqueceram e dinamizaram a economia no final da Idade Média. Esta nova camada social necessitava

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de segurança e buscou construir habitações protegidas por muros. Surgiam assim os burgos que, com o passar do tempo, deram origem a várias cidades (renascimento urbano).

As cidades passaram a significar maiores oportunidades de trabalho. Muitos habitantes da zona rural passaram a deixar o campo para buscar melhores condições de vida nas cidades européias (êxodo rural).  Com a diminuição dos trabalhadores rurais, os senhores feudais tiveram que mexer nas obrigações dos servos,

amenizando os impostos e taxas. Em alguns feudos, chegaram a oferecer pequenas remunerações para os servos. Estas mudanças significaram uma transformação nas relações de trabalho no campo, desintegrando o sistema feudal de produção.

Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como, por exemplo, os cambistas (trocavam moedas) e os banqueiros (guardavam dinheiro, faziam empréstimos, etc). 

Estes novos componentes sociais (burgueses, cambistas, banqueiros, etc) passaram a começar a se preocupar com a aquisição de conhecimentos. Este fato fez surgir, nos séculos XII e XIII, várias universidades na Europa. Estas instituições de ensino dedicavam-se ao aos conhecimentos matemáticos, teológicos, medicinais e jurídicos. 

Alguns fatos históricos importantes ocorridos na Baixa Idade Média:

- Cisma entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente (1054)

- O papa Urbano II convoca a Primeira Cruzada com o objetivo de libertar a Terra Santa (1095)

- A Inquisição foi instituída pelo papa Gregório IX (1231)

- Início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra (1337)

- Chegada dos espanhóis, liderados por Cristovão Colombo, à América (1492)

Crise do Feudalismo

Causas da crise do feudalismo 

A partir do século XII, ocorreram várias transformações na Europa que contribuíram para a crise do sistema feudal:

- O renascimento comercial impulsionado, principalmente, pelas Cruzadas;

- O aumento da circulação das moedas, principalmente nas cidades. Este fator desarticulou o sistema de trocas de mercadorias, característica principal do feudalismo;

- Desenvolvimento dos centros urbanos, provocando o êxodo rural (saída de pessoas da zona rural em direção às cidades). Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos por oportunidades de trabalho nos centros urbanos;

- As Cruzadas proporcionaram a volta do contato da Europa com o Oriente, quebrando o isolamento do sistema feudal;

- O surgimento da burguesia, nova classe social que dominava o comércio e que possuía alto poder econômico. Esta classe social foi, aos poucos, tirando o poder dos senhores feudais;

- Com o aumento dos impostos, proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis passaram a contratar exércitos profissionais. Este fato desarticulou o sistema de vassalagem, típico do feudalismo;

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- No final do século XV, o feudalismo encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores feudais perderam poder econômico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o capitalismo.

O Renascimento e as Reformas ReligiosasO Renascimento foi um movimento histórico ocorrido inicialmente na Itália e difundido pela Europa entre os séculos XV e XVI. Foi caracterizado pela crítica aos valores medievais e pela revalorização dos valores da Antigüidade Clássica ( greco-romana ).

Foi na cidade de Florença que os textos clássicos passaram a ser estudados e as idéias renascentistas difundiram-se para outras cidades italianas e , posteriormente, para outras regiões da Europa.

Itália no século XV

O berço do Renascimento foi a Itália em virtude de uma série de fatores: -Intenso desenvolvimento comercial das cidades italianas que exerciam o monopólio sobre o comércio no mar Mediterrâneo;

-Desenvolvimento e ascensão de uma nova classe social

-a burguesia comercial - que passava a difundir novos hábitos de consumo;

-O urbanismo e a disseminação do luxo e da opulência;

-Influência da cultura grega, através do contato comercial das cidades italianas com o Oriente, especialmente Constantinopla;

-O Mecenato, prática exercida pelos burgueses, príncipes e papas, de financiar os artistas, procurando mostrar o poderio da cidade e ampliar o prestígio pessoal;

-A vinda de sábios bizantinos para a Itália após a conquista de Constantinopla pelos turcos Otomanos;

-A presença, em solo italiano, da antigüidade clássica.

Aspectos da Renascença.

Os homens que viviam sob a Renascença criticavam a cultura medieval, excessivamente teocêntrica, e defendiam uma nova ordem de valores.

Os principais aspectos do Renascimento foram:

a) o racionalismo e o abandono do mundo sobrenatural;

b) o antropocentrismo, onde o homem é o centro de tudo;

c) o universalismo, caracterizado pela descoberta do mundo;

d) o naturalismo, acentuando o papel da natureza;

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e) o individualismo, valorizando o talento e o trabalho;

f) o humanismo.

Humanista era um sábio que criticava os valores medievais e defendia uma nova ordem de déias. Valorizava o progresso e buscava revolucionar o mundo através da educação.Foi o grande responsável pela divulgação dos valores renascentista pela Europa.Outro elemento responsável pela expansão das novas idéias foi a imprensa de tipos móveis, inventada pelo alemão Johan Gutenberg, tornando mais fácil a reprodução de livros.No Renascimento desenvolveram-se as artes plásticas, a literatura e os fundamentos da ciência moderna.

Artes Plásticas.

As obras renascentistas são caracterizadas pelo naturalismo e retratam o dinamismo comercial do período. Os estilos desenvolvidos levaram a uma divisão da Renascença em três períodos: o Trecento (século XIV) , o Quatrocento ( século XV ) e o Cinquecento ( século XVI).

TRECENTO - destaque para a pintura de Giotto ( 1276/1336 ) que muito influenciou os demais pintores;

QUATROCENTO - período de atuação dos Médicis, que financiaram os artistas. Lourenço de Médici foi o grande mecenas da época.Destaques para Botticelli ( 1444/1510 ) e Leonardo da Vinci (1452/1519).

CINQUECENTO - O grande mecenas do período foi o papa Júlio II que pretendia reforçar a grandiosidade e o poder de Roma. Iniciou as obras da nova basílica de São Pedro. O autor do projeto foi Bramante e a decoração à cargo de Rafael Sânzio e Michelângelo.

Michelângelo ( 1475/1564 ) apesar de destacar-se como o pintor da capela Sistina foi o grande escultor da Renascença.

Literatura

Graças à imprensa, os livros ficaram mais acessíveis, facilitando a divulgação de novas idéias.PRECURSORES

Três grandes autores do século XIV:Dante Alighieri (1265/1321),autor de A Divina Comédia, uma crítica à concepção religiosa; Francesco Petrarca, com a obra África e Giovanni Boccaccio que escreveu Decameron.

PRINCIPAIS NOMES ITÁLIA

Maquiavel, fundador da ciência política com sua obra O Príncipe, cuja tese central considera que os fins justificam os meios. Contribuiu para o fortalecimento do poder real e lançou os fundamentos do Estado Moderno.

Campanella, que relatou a miséria italiana no livro A Cidade do Sol.

FRANÇA Rabelais, que escreveu Gargântua e Pantagruel;Montaigne, que foi o autor de Ensaios.

HOLANDA Erasmo de Roterdan, considerado o "príncipe dos humanistas" que satirizou e criticou a sociedade da época. Sua obra-prima é O Elogio da Loucura ( 1569 ).

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INGLATERRA Thomas Morus, que escreveu Utopia eShakespeare, autor de magníficos textos teatrais.

ESPANHA Miguel de Cervantes, com o clássico Dom Quixote de la Mancha.

PORTUGAL Camões, que exaltou as viagens portuguesas na sua obra Os Lusíadas.

Ciência Moderna

O racionalismo contribuiu para a valorização da matemática, da experimentação e da observação sistemática da natureza. Tais procedimentos inauguraram a ciência moderna. Principais nomes:

Nicolau Copérnico- demonstrou que o Sol era o centro do universo (heliocentrismo) em oposição ao geocentrismo (a Terra como o centro).Giordano Bruno-divulgou as idéias de Copérnico na Itália. Considerado herege foi queimado na fogueira em 1600.

Kepler - confirmou as teorias de Copérnico e elaborou uma série de enunciados referentes à mecânica celeste.

Galileu Galilei - inaugurador da ciência moderna e aprofundou as idéias de Copérnico, pressionado pela Igreja negou as suas idéias.

Crise do Renascimento

O Renascimento entra em decadência após a perda de prestígio econômico das cidades italianas, em decorrência das Grandes Navegações -que muda o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; e da Contra-Reforma Católica que limitou a liberdade de expressão.

A Reforma Religiosa.

Ao longo da Idade Média, a Igreja Católica afastou-se de seus ensinamentos, sendo por isto criticada e considerada a responsável pelos sofrimentos do período: guerras, fomes e epidemias seriam como castigos de Deus pelo afastamento da Igreja de seus princípios.

Precursores

John Wyclif(1300/1384) e João Huss (1369/1415 ).

Causas da Reforma

Além das questões religiosas, como o nicolaísmo e a simonia, outros elementos constribuíram para o sucesso da Reforma:

A exploração dos camponeses pela Igreja -a Senhora feudal. A vontade de terras para o cultivo leva esta classe a apoiar a Reforma;Interesses da nobreza alemã nas terras eclesiásticas;

A condenação da usura pela Igreja feria os interesses da burguesia comercial;

O processo de centralização política, onde era interesses dos reis o enfraquecimento da autoridade papal;

A centralização desenvolve o nacionalismo, aumentando a crítica sobre o poder de Roma em outras regiões.

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Nota: A palavra usura, em seu sentido atual, significa a cobrança de juros exorbitantes. Mas, no tempo medieval e mesmo no século XV, chamava-se usura a cobrança de juros de qualquer espécie ou como define Le Goff, a usura é um valor imposto  sobre o poder aquisitivo, sem relação com a produção, freqüentemente mesmo sem relação com as possibilidades de produção.

A igreja condenava o usurário porque ele ganhava sobre um tempo que não lhe pertencia, o fruto de seu dinheiro não vinha de um trabalho suado, hipoteca sobre um tempo que só a Deus pertence. pois o seu ganho pressupõe uma hipoteca sobre um tempo que só a Deus pertence.

Por que a Alemanha?

Na Alemanha a Igreja Católica era muito rica e dominava amplas extensões territoriais, limitando a expansão econômica da burguesia, inibindo o poder político da nobreza e causando insatisfação camponesa.

Lutero e a Reforma

Monge agostiniano que rompeu com a Igreja Católica em virtude da venda de indulgências, efetuada pela Igreja para a construção da basílica de São Pedro pelo papa Leão X.

Lutero protestou através da exposição de suas 95 teses, condenando, entre outras coisas a venda das indulgências.

Suas principais idéias reformistas eram:Justificação pela fé: a única coisa que salva o homem é a fé, o homem está diante de Deus sem intermediários;

A idéia de livre-exame significa que todo homem poderia interpretar livremente a Bíblia, segundo a sua própria consciência;

Sendo assim, a Igreja e o Papado perdem sua função.

As idéias de Lutero agradaram a nobreza alemã que passou a se apropriar das terras eclesiásticas. A revolta atingiu as massas camponesas -que queriam terras - e foi duramente criticada por Lutero.

Reforma Calvinista

Defesa da teoria da predestinação, onde o destino do homem é condicionado por Deus. Dizia haver sinais de que o indivíduo era predestinado por Deus para a salvação: o sucesso material e a vontade de enriquecimento, pois a pobreza era tida como um desfavorecimento divino.

A valorização do trabalho, implícita na teoria; bem como a defesa do empréstimo de dinheiro a juros contribuem para o desenvolvimento da burguesia e representam um estímulo para o acúmulo de capitais.

Reforma Anglicana

Henrique VIII é o reformador da Inglaterra, através do Ato de Supremacia, aprovado em 1513, que colocou a Igreja sob a autoridade real - nascimento da Igreja Anglicana.

A justificativa para o rompimento foi a negativa do papa Clemente VII em dissolver o casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão.

Além disto, havia um enorme interesse do Estado nas propriedades eclesiásticas, para facilitar a expansão da produção de lã.

A Contra-Reforma

Diante do sucesso e da difusão das idéias protestantes, a Igreja Católica inicia a sua reforma, conhecida como Contra-Reforma. As principais medidas - tomadas no Concílio de Trento - foram:

1-Proibição da venda de indulgências;

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2-Criação de seminários para a formação do clero;

3-O Índex - censura de livros;

4-Restabelecimento da Inquisição;

5-Manutenção dos dogmas católicos;Proibida a livre interpretação da Bíblia;Reafirmação da infalibilidade papal.

Com a Contra-Reforma é fundada a ordem religiosa Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1534, com o intuito de fortalecer a posição da Igreja Católica em países católicos e difundir o catolicismo na Ásia e América.

Os estados nacionais, O Absolutismo, o mercantilismo e a expansão marítima européiaFormação dos Estados Nacionais Modernos

No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, veio a transformar a importância política dos reis.

A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e lingüísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.

Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.

Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.

A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança

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de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.

Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.

Absolutismo

Comumente compreendida como uma forma de governo que veio superar os entraves do mundo feudal, a ascensão dos Estados Nacionais Absolutistas envolve um conjunto de fatores bem mais amplos que simples mudança de um sistema sócio-econômico. É bem verdade que, desde o século XI, com o reaquecimento das atividades comerciais pela Europa, alguns costumes e práticas da Idade Média perderam espaço para o início de um novo período histórico. Porém, existem outros fatores de ordem cultural, geográfica e filosófica importantes para a compreensão desse processo.

Dessa forma, não foi só pelo interesse da burguesia comercial que os Estados Nacionais conseguiram se firmar em solo Europeu. Os chamados teóricos do absolutismo, que surgiram principalmente no século XVI, também serviram de base para que essa nova forma de regime político pudesse se estabelecer. Mesmo defendendo novas idéias, podemos também compreender que as teorias absolutistas não promoveram uma ruptura completa com alguns pontos da sociedade feudal.

No Estado Absolutista, a autoridade máxima era representada pela figura do rei, que na grande maioria dos casos tinha origem nobre. A partir disso, podemos evidenciar que a nobreza detentora de terras, poderosa durante o mundo feudal, também participou dos mais elevados quadros políticos da Idade Moderna. É importante lembrar que os nobres, dentro do Estado Absolutista, desfrutavam de grandes privilégios como, por exemplo, a isenção de impostos.

Contundo, não podemos deixar de frisar o papel da burguesia, que via na unificação e nas padronizações político-adminstrativas um meio eficaz para ampliar seus ganhos comerciais. A descentralização política, o pagamento de tributos feudais e a falta de uma unidade monetária limitavam imensamente os ganhos comerciais. Com a criação de um território unificado, onde só o Estado cobrava impostos e existia uma mesma moeda, era possível aumentar os lucros da burguesia.

Para a criação dos estados, além do interesse da burguesia e da nobreza, também deveriam ser desenvolvidas um novo conjunto de valores culturais e ações geopolíticas que legitimassem a nova ordem estabelecida. Dessa forma, os Estados Nacionais procuraram definir seus territórios, promoveram a criação de símbolos nacionais, criaram uma única moeda, estabeleceram uma língua oficial e, até mesmo, recontaram as origens do povo pertencente àquela nação. Outro fator importante na construção do Estado Nacional foi a adesão da Igreja ao novo poder, proclamando o caráter divino do rei.

Assim, devemos compreender que a formação dos Estados Nacionais como um processo lento e gradual. As monarquias nacionais foram surgindo na Europa ao custo de diversas batalhas e tratados que vão dar a estabilidade necessária a esse tipo de governo. Entre outras batalhas podemos destacar a Guerra da Reconquista, que expulsou os árabes da península Ibérica; e a Guerra dos Cem Anos, que marcou disputas territoriais entre a Inglaterra e a França como exemplos das disputas que marcaram a formação das Monarquias Nacionais.

Absolutismo Francês

Durante a Idade Moderna, o Estado Francês foi considerado um dos mais bem consolidados exemplos do absolutismo dentro da Europa. Contudo, a centralização política francesa aconteceu de forma gradual, sendo iniciada no século X, com a ascensão da dinastia capetíngia. No final da Idade Média esse processo foi ameaçado com as guerras que colocavam em perigo a unidade política do país com a deflagração da Guerra dos Cem Anos.

Chegado o século XVI, a dinastia Valois retomou o fortalecimento da autoridade monárquica em meio às sangrentas guerras religiosas que tomavam o país. No governo do rei Carlos IX (1560 - 1574), vários conflitos entre a nobreza católica e os burgueses calvinistas colocaram em risco a estabilidade do poder monárquico. Em 24 de agosto de

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1572, a noite de São Bartolomeu marcou um dos mais violentos confrontos com a morte de 30 mil moradores da cidade de Paris.

Depois disso, o trono francês foi comandado por Henrique III, que teve que reafirmar sua autoridade em uma guerra contra o nobre católico Henrique de Guise e o protestante Henrique de Navarra, que também ambicionavam a sucessão do governo. Nesse conflito, popularmente conhecido como a Guerra dos Três Henriques, os protestantes saíram vencedores. Dessa forma, teve início a dinastia de Bourbon sob a liderança do monarca Henrique IV.

Para dar fim aos conflitos de ordem religiosa, o novo rei estabeleceu a assinatura do Edito de Nantes, acordo que concedia liberdade de culto aos protestantes. Após esse governo, o monarca Luís XIII chegou ao trono delegando amplos poderes ao ministro Richelieu. Com os poderes do Estado em suas mãos, Richelieu tomou medidas que ampliavam os poderes da monarquia sobre os nobres e comerciantes do país. Além disso, colocou a França contra dinastia dos Habsburgo durante a Guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648).

O triunfo do governo francês nesse conflito enriqueceu os cofres do Estado e estabeleceu importantes domínios coloniais para os franceses. Dessa forma, o governo de Luís XIV experimentou o ponto máximo do absolutismo na França. Preparado para o cargo desde criança, o rei Luís XIV sintetizou a supremacia do governo absolutista ao dizer que o Estado era ele mesmo. Com o auxílio do ministro Colbert, esse monarca consolidou o mercantilismo francês estimulando a atividade burguesa.

Apesar de promover essas ações em favor do Estado e da burguesia, o governo de Luís XIV também representou as contradições geradas pelo próprio absolutismo. Para impedir a ascensão política da classe burguesa, Luís XIV realizou a revogação do Edito de Nantes. Com tal medida, o rei poderia perseguir a burguesia no momento em que ela contrariasse os interesses monárquicos. Após o fim do seu governo, a tensão entre Estado e burguesia preparou terreno para a deflagração da Revolução Francesa, em 1789.

Mercantilismo

O mercantilismo envolve um conjunto de práticas e teorias econômicas desenvolvidas ao longo da Idade Moderna. Nesse contexto histórico, observamos a relevante associação entre os Estados nacionais, que buscavam meios de fortalecer seu poder político, e a classe burguesa responsável pelo empreendimento das atividades comerciais. Essa experiência de longo prazo teve grande importância para a acumulação primitiva de capitais.

Essa fase de acumulação de capitais (dinheiro, máquinas, bens de consumo e construções) seria de suma importância para que o sistema capitalista fosse instituído. A reunião dessas riquezas foi possível por meio de importantes transformações experimentadas no fim da Idade Média. Entre outros fatores podemos salientar a distensão das obrigações feudais, a apropriação dos meios de produção artesanal, a ampliação do trabalho assalariado e a formação de um mercado mundial.O processo de maturação da economia foi responsável pela disputa comercial entre as nações que se formavam nesse período. A disputa pelos mercados criou uma situação de grande rivalidade onde cada um dos estados nacionais buscava a incessante ampliação de seus lucros e o fortalecimento da sua economia. Nesse sentido, a teria da balança comercial favorável estipulava que uma economia nacional forte dependeria de um volume de exportações superior ao das importações.

No entanto, a manutenção de um alto nível de exportações exigia um tipo de economia dinâmica que atuasse em diferentes campos da produção manufatureira. Sem atender esse tipo de característica, uma economia nacional estaria à mercê dos produtos de outra nação, criando uma relação de dependência econômica. Uma outra tese defendida pela teoria mercantilista exigia que o país fosse capaz de acumular um grande número de metais preciosos. Dessa forma, os governos mercantilistas procuravam acumular metais preciosos e evitar a perda de moedas de sua economia.

Em contexto econômico tão concorrencial, os Estados mercantilistas impunham pesadas taxas alfandegárias que encareciam a entrada de produtos importados em sua economia. Outra prática comum era a constituição de monopólios comercias que privilegiassem a entrada de seus produtos em uma região colonizada ou em países que tivessem grande demanda de um determinado produto. De forma geral, a economia mercantilista concebeu a criação de um estado intervencionista capaz de atender as demandas de sua própria economia.

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A possibilidade de intervenção do Estado na economia era uma questão delicada no interior das monarquias nacionais européias. Muitas vezes, as ações do governo iam de encontro com costumes outrora estabelecidos ou exigiam a quebra dos privilégios de determinados grupos sociais e econômicos. Sendo uma experiência de longo prazo, o mercantilismo abriu portas para a criação de uma economia capitalista integrada internacionalmente.

A expansão marítima européia

Processo histórico ocorrido entre os séculos XV e XVII contribuiu para que a Europa superasse a crise dos séculos XIV e XV.

Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.

O contato comercial entre todas as partes do mundo (Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma história em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos conhecimento geográficos e o contato entre culturas diferentes.

Fatores para a Expansão Marítima

A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este processo como uma empresa comercial de navegação, ou como grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.

Formação do Estado Nacional e a centralização política - As Grandes Navegações só foram possíveis com a centralização do poder político, pois se fazia necessário uma complexa estrutura material de navios, armas, homens, recursos financeiros. A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão marítima.

Avanços técnicos na arte náutica - oprimoramento dos conhecimentos geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de instrumentos náuticos: bússola, astrolábio, sextante - e a construção de embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e as caravelas.

Interesses econômicos- a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em virtude da retomada do crescimento demográfico; a necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo que contribuía para o encarecimento das mercadorias vindas do Oriente; tomada de Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda mais os produtos do Oriente.

Sociais - enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.Religiosos-a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação missionária da Igreja Católica.

Expansão marítima portuguesa

Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela sua centralização política que, como vimos, era condição primordial para as Grandes Navegações.

A formação do Estado Nacional português está relacionada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica.A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial interna.

Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal conhece um movimento político denominado Revolução de Avis -movimento que realiza a centralização do poder político: aliança entre a burguesia mercantil lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão marítima.

Etapas da expansão

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A expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de terras; à Igreja Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.

A seguir, as principais etapas da expansão de Portugal:

1415 -tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África;

1420 - ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;

1434 - chegada ao Cabo Bojador;

1445 - chegada ao Cabo Verde;

1487 - Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das Tormentas;

1498 - Vasco da Gama atinge as Índias (Calicute);

1499 - viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

Expansão marítima espanhola

A Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.

No ano de 1492 o último reduto mouro -Granada -foi conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristovão Colombo ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.

Colombo acreditava que, navegando para oeste, atingiria o Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber chegou a um novo continente: a América.

A seguir a principais etapas da expansão espanhola:

1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;

1504 -Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;

1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.

As rivalidades Ibérica

Portugal e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos ou a descobrir, resolveram assinar um acordo -proposto pelo papa Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas.O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações européias.

Navegações Tardias Inglaterra, França e Holanda.

O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e, após este longo conflito, a Inglaterra passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI (1461-1483).

Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima.

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A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima.

CONSEQÜÊNCIAS

As Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade. Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos.

A seguir algumas das principais mudanças:A decadência das cidades italianas; a mudança do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico; a formação do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América; o retorno do escravismo em moldes capitalistas; o euro-centrismo, ou a hegemonia européia sobre o mundo; e o processo de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do capitalismo.

[Revoluções Burguesas]

Entende-se por Revoluções Burguesas os processos históricos que consolidam o poder econômico da burguesia, bem como sua ascensão ao poder político.

Ao longo dos séculos XVII e XVIII a burguesia se demonstrará como uma classe social revolucionária, destruindo a ordem feudal, consolidando o capitalismo e transformando o Estado para atender seus interesses.

As chamadas Revoluções Burguesas foram: as Revoluções Inglesas do século XVII ( Puritana e Gloriosa ), a Independência dos EUA, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

Revolução Inglesa

Fatos que antecederam a revolução inglesa :

Henrique VIII ( O ato de supremacia )

Henrique VIII foi rei da Inglaterra entre 1509 e 1547. Casou-se com a viúva de seu irmão, Catarina de Aragão, após autorização do Papa Júlio II. Henrique e Catarina tiveram apenas uma filha, Maria I, da Inglaterra. O desejo de ter um filho fez com que, em 1527, o rei decidisse se divorciar de Catarina para se casar com Ana Bolena. 

A diplomacia inglesa tentou uma série de manobras para que a dissolução do casamento ganhasse a aprovação do Papa Clemente VII, que estava sob o poder do imperador Carlos V, sobrinho de

Catarina. O fracasso das negociações fez com que Henrique VIII iniciasse uma política antieclesiástica, com o objetivo de forçar o Papa a consentir seu divórcio. 

Em 1533, Henrique VIII e Ana Bolena, ignorando as leis da Igreja, se casaram. O Papa declarou a excomunhão do rei. Henrique, então, rompeu com a Igreja Católica Romana e formou a Igreja Anglicana, oficializada em 1534, pelo Ato de Supremacia que alem de oficializar O Anglicanismo como a religião oficial da Inglaterra e empossar o próprio rei como líder máximo da igreja, eliminando a interferência do Papa, também confiscou todos os bens e propriedades eclesiásticas, resolvendo o grave problema das finanças Inglesas.

A sucessora de Henrique VIII foi sua filha Elisabeth I

Elisabeth I (a última representante dos Tudor). Tanto ela como seu pai Henrique VIII,são relacionados com um período de prosperidade na Inglaterra.e de harmonia no parlamento, principalmente na opinião dos gentry, que dominavam a câmara dos comuns.

Gentry – pequena nobreza geralmente agrária, empreendedora e protestante (gentlemen era o membro da gentry). Foi o grupo social que mais se beneficiou com a revolução inglesa.E o mais ativo na queda da monarquia inglesa.

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A dinastia Tudor Favoreceu os gentry,em sua ascensão política, econômica e religiosa, pois para reduzir o poder da alta nobreza, concederam cargos administrativos aos gentry tanto nas cidades como nos campos.  

Henrique VIII quando rompeu com igreja católica e confiscou os bens desta, para angariar fundos(o ato de supremacia) , vendeu estes bens aos gentry. Henrique VIII , também vende a gentry o padroado sobre os benefícios eclesiásticos, com este padroado a gentry podia nomear o clero em muitas regiões.Isso fez com que o rei perdesse o controle de sua própria igreja em muitas localidades.  

Henrique VIII, reduz o poder da alta nobreza e consegue arrecadar os fundos que necessita, mas a longo prazo fortalece por demais a gentry cuja a lealdade ao rei depende do carisma do rei e de ser atendida nos seus interesses religiosos,políticos e econômicos.  

Na Inglaterra do século XVI e XVII, não importava a questão seja a nomeação de um rei ou mesmo cataclismas naturais ou problemas administrativos, o que interessava era saber se a vontade de Deus estava sendo cumprida e era bíblia a principal fonte de sua palavra.  

Os Tutor envolvidos na reforma, procuram produzir uma igreja que apresente uma doutrina que satisfaça católicos e protestantes ( um papismo disfarçado)..  

Papismo e papista são termos, geralmente depreciativos, utilizados para categorizar os católicos romanos. Foram criados pelos protestantes ingleses como referência à soberania do papa sobre os cristãos e para nomear os que respeitavam esta ascendência. ...

No principio este artifício até que deu certo, mas devido a incerteza doutrinária desta nova igreja e a venda de padroados,, não permitiu a constituição de uma igreja nacional sólida. 

Leia Para Compreender......

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Igreja Anglicana de Liverpool

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Importante Entender: influência da Reforma Protestante , nas revoluções Burguesas

A reforma     gerou dois conflitos imediatos:    

1-A interpretação da bíblia.Liberdade de leitura da bíblia (liberada a todos é como se Lutero concede-se o sacerdócio a todos os fiéis.)  

2-E os questionamentos ao direito divino dos reis.Os reis teriam sido escolhidos por Deus para governar os homens., logo possuíam uma autoridade superior a qualquer coisa que houvesse na terra e não precisavam ser questionados em suas ações.Só deviam explicações a Deus.  

*** Quanto Roma perde o seu rígido controle sobre a interpretação bíblica, perde também parte de sua influência política e religiosa sobre toda a Europa.  

Muitos ingleses do século XVII acreditavam estar em contato direto com Deus, este tipo de pensamento era rejeitado tanto pelo estado quando pela igreja.Por isso, muitos ingleses acabaram por procurar novas experiências religiosas.  

Durante o reinado de Elisabeth I, os conflitos religiosos foram contidos e surgiu uma interpretação protestante (presbiteriano e puritano) da bíblia.Esta interpretação não era aprovada por todos os ingleses, muito menos pela coroa ou pela igreja anglicana.  

Com a morte de Elisabeth I em 1603 e como esta não deixou herdeiros (era chamada de “A rainha Virgem” ), a dinastia Tutor chega ao seu fim e principia a dinastia Stuart, no controle do trono Inglês.

 1603 – Assume a coroa Jaime Stuart:

Ao assumir o trono inglês, não imaginava de maneira alguma a real situação da coroa inglesa.

Ao invés de poder e riquezas, o que Jaime I encontrou foi:

1-Os cofres vazios  

2-As propriedades confiscadas da igreja católica no ato de supremacia já foram vendidas e os lucros consumidos em guerras externas e conflitos internos.  

3-Diversos monopólios perdidos  

4-A administração do reino na mão dos gentry (que não cobravam pelo seu trabalho e por isso eram extremamente independentes nas suas decisões em relação a coroa)  

5-O parlamento era formado pela câmara dos lordes ( a alta nobreza e em geral católicos) e pela câmara dos comuns composta pelos gentry que eram protestantes,puritanos e presbíteros e parlamentarista.  

6-Mesmo na época dos Tutor não foi possível construir um exercito regular, na realidade o que havia era uma milícia local, pequena em volume, mal armada e mal treinada.  

7- Em casos extremos o rei dependia das forças tradicionais que pertenciam a alta nobreza, o problema é que mesmo a alta nobreza não possuía mais esta força regular, pois estava se dedicando mais ao comércio por isso, muitas vezes o rei era obrigado a recorrer aos exércitos mercenários.  

8- Sem exercito regular ou algo que fosse parecido Jaime I não tinha condições de realizar ofensivas em larga escala contra as rebeliões internas. A não ser que recorre-se aos seus súditos.   Nota: Nem o parlamento, nem mesmo O Rei Confia nos seus súditos. Alias os chamavam de “ Gente Mesquinha” e achavam

muito perigoso armar estas pessoas.

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A longo de seu reinado a dinastia Stuart resolveu estes problemas com as seguintes medidas:

1- A lei do Cercamento:

Para conseguir recursos, expulsam os camponeses das terras comunais ou mesmo das florestas e cercam as mesmas declarando propriedades da coroa inglesa.

2-O Absolutismo:

A dinastia Stuart era absolutista, não , admitia ser contestada em seus atos ou nas suas decisões, logo entram em conflito com o parlamento inglês, principalmente com a Câmara dos comuns, composta pela Gentry e protestantes em geral.

O parlamento inglês era composto por:

A Camâra dos lordes: a alta nobreza em

geral católicos.

A Camâra dos Comuns: composta pela

Gentry e Protestantes em geral, burgueses

ou a baixa nobreza, que ambicionavam

O parlamentarismo.

3-Unem-se a países católicos, tradicionais inimigos da Inglaterra.

4-Expulsam os protestantes da igreja anglicana que cada vez mais se torna semelhante a igreja católica.  

5-Operam gastos exorbitantes, e ampliam as suas fontes de renda mesmo contra a vontade do parlamento, fazendo uso de antigas leis e costumes.  

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*** estas ações impopulares dos stuart só fizeram aumentar o descontentamento da gentry e plebe contra a monarquia.  

Com a morte de Jaime I assume o seu filho, Carlos I, que acreditava fielmente na teoria do Direito divino.

***No entanto, como já falamos a Reforma Protestante que apregoa que todos os homens são iguais perante a Deus e que um verdadeiro rei deve ser humilde e servir os seus súditos, assim como Cristo, o rei dos reis serviu e se sacrificou pela humanidade. Provoca a desestruturação da hierarquia social, aonde um homem comum questiona a obediência, o respeito e a lealdade ao seu senhor.E principalmente a total dependência do servo em relação ao seu senhor.

Surgem então uma nova classe de súditos na Inglaterra “ Os Homens sem Senhor”.

Estes homens sem senhor eram mendigos,vagabundos e ladrões a disposição de quem paga-se mais.Vagando pelo campo, como pela cidades (principalmente Londres).

Outro tipo de homem sem senhor, os protestantes que viviam principalmente nas cidades, eram artesãos,aprendizes e trabalhadores voluntários, por fim os homens que viviam longe da vista e do poder do estado e da igreja, camponeses pobres e ocupantes ilegais de terrenos comunais, florestas e terras incultas. O que todos estes homens tinham em comum é não aceitar a Lei do direito divino, ou seja, não se sujeitar ao mando e desejos dos reis.  

Carlos I detestava esta nova sociedade, aonde um homem, não tinha senhor e não se sujeitava a ele.

Por isso, sua difícil relação com o Parlamento (principalmente a câmara dos comuns) e com a plebe em geral.

Mas no governo de Carlos I, ocorre uma revolta escocesa que toma uma dimensão nunca esperada, os revoltosos escoceses, repelem os exércitos ingleses e principiam a invasão do território inglês e exigem a emancipação em relação a coroa inglesa, sem contar nas inúmeras revoltas internas com as quais sofria a Inglaterra (principalmente os Nobres).

Carlos I, não possui um exercito regular, nem mesmo os nobres que possuem exércitos particulares, possuem homens suficientes para tal empreitada, a solução é recorrer as forças mercenárias, mas para isto, se faz necessário recursos, muitos recursos, recursos que Carlos I não dispõe, a solução um aumento substancial nos impostos. Só que o aumento nos impostos, principalmente de tal monta teria que ser aprovado pelo parlamento.

Neste momento o parlamento aproveita e exigi as reformas e a retratação pelas vexações realizadas pelos stuart, O rei se irrita com estes pedidos e dissolve o parlamento três semanas depois de o ter convocado ( por isso chamado de parlamento curto ), mas a necessidade era tão grande que o rei convoca novamente o parlamento ainda em 1640 ( chamado de parlamento longo ) O parlamento aproveita e ordena mudança nas leis e no estado tais mudanças restringem o poder real e aumentam substancialmente o poder do parlamento.Este ato dará inicio a revolução Puritana de 1640

O parlamento

REVOLUÇÂO PURITANA (1640 a 1648)

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A crise financeira pelo não pagamento de impostos em 1640, fez com que o rei convocasse novamente o parlamento, mas um mês depois foi novamente dissolvido por não aceitar aumentar os impostos como era a vontade do rei. Em 1641, o parlamento se dividiu entre líderes radicais e a aristocracia juntamente com os burgueses capitalistas.  

Em 1642, o rei tentou retomar seu poder indo contra medidas parlamentares e isso gerou a Guerra Civil em 1642. 

O parlamento que contou com os presbiterianos e os puritanos como aliados venceram o rei Carlos I que tinha os anglicanos e os católicos aliados a ele. O parlamento conseguiu vencer o rei com o exército de Oliver Cromwell. 

Cromwell recebeu o comando do exército e o tornou mais eficiente. Os postos oficiais então passaram a ser por merecimento (Meritocracia) e o povo (gente Mesquinha) assim participou da revolução. O exército de Cromwell foi influenciado pelas idéias democráticas que favoreceu proletários urbanos e rurais que não tinham terras.

Quando a guerra civil começou a preocupação com a gente mesquinha se mostrou real uma vez que realizarem saques em diversos condados. O que ninguém esperava e que surgissem agitadores oficiais, bem treinados e armados e que não obedeciam a nenhum senhor.Esta plebe inglesa, foi denominada como exercito de novo tipo.

Depois de muitas reviravoltas em 1647, o exercito do novo tipo tinha se organizado da seguinte forma:  

1-Os soldados rasos haviam eleito dois representantes por regimento.

2-Estes dois representantes compunham o conselho do exercito.

3-Pagavam contribuições para manter a sua organização

4-Possuíam estreita relação com organizações civis

5-Possuíam gráfica própria

6-Redigiam petições de caráter civil e militar.Durante a guerra este exercito atravessou o pais e se misturou a todo o tipo de pessoas e acendeu culturalmente e socialmente aprendendo novos costumes e pensamentos.Tornaram-se pregadores de idéias radicais que questionavam a terra, a propriedade, o direito de se expressar no parlamento e principalmente a não submissão as figuras oficiais do estado.  

Então temos o  acordo do povo resulta da união entre os levellers (niveladores) uma espécie de partido político formado por pequenos produtores, que tentam se unificar ao exército, com objetivo de alcançar o seus fins pois somente através da organização democrática que havia no exercito seriam ouvidos.  

O acordo do povo era um contrato social, discutido por soldados e oficiais do exército, este acordo foi consolidado por um dos seus lideres  chamado Lillburne, este acordo propunha:  

1-Comércio Livre para os pequenos produtores  

2-Fim dos monopólios  

3-A separação entre a igreja e o estado  

4-abolição dos dízimos eclesiásticos  

5-Proteção a pequena propriedade  

6-Reforma da lei dos débitos (proibindo a prisão por divida)  

7-Sufrágio universal masculino com exceção (dos mendigos,pedintes e assalariados)  

8-O fim do cercamento

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No entanto não houve unanimidade entre soldados rasos no que se refere o acordo do povo.

Mas vamos voltar a guerra, A guerra civil continuava de um lado havia os cavaleiros, o exército fiel ao rei e apoiado pelos senhores feudais, o rei também teve o apoio dos aristocratas do oeste e do norte, juntamente com uma parte dos ricos burgueses, que estavam preocupados com as agitações sociais (medo da Gente Mesquinha – O Povo) . Do outro, os cabeças-redondas, visto que não usavam perucas e estavam ligados a gentry, eram forças que apoiavam o parlamento.Como já dissemos o exercito do parlamento foi comandado por Oliver Cromwell formado por camponeses, burgueses de Londres e a gentry. Os Cabeças Redondas derrotaram os Cavaleiros na Batalha de Naseby em 1645. Carlos I perdeu a guerra e fugiu para a Escócia, lá ele foi preso e vendido para o parlamento inglês, este mandou executar o rei, E em 1649 a câmara dos comuns considera a função do rei como inútil,onerosa e perigosa a liberdade. E desta forma, foi abolida a figura do rei e foi Proclamada a República.Ao tomar esta decisão a sociedade representada pelo parlamento rompia com a idéia da origem divina do rei e de sua incontestável autoridade. Assim, a guerra civil fomentou novas idéias lançando as bases políticas do mundo contemporâneo. 

Cromwell, muito disciplinado se tornou uma força política poderosa. No parlamento baniu todos os que se opunham as suas idéias, compondo o parlamento, apenas com pessoas que lhe fossem fiéis e não representassem perigo a sua liderança, este parlamento ficou conhecido como parlamento “TOCO”.

Outros movimentos vão surgir para contestar a autoridade de Cromwell ou para fazer parte da nova ordem dominante Inglesa.

Um deles o exercito novo, se mostrava dividido, Com a não unanimidade na votação do acordo do povo. Estes movimento começou apresentar lutas internas pelo poder, Cromwell e seus oficiais vão aproveitar este momento de desunião para restaurar a disciplina e a hierarquia, os representantes dos soldados foram afastados do conselho do exército.Os lideres mais radicais foram presos ou executados (os que realizaram motins), os últimos regimentos revoltosos foram massacrados em 1649.  

Ainda em 1649 surge movimento dos (escavadores ou verdadeiros niveladores),Formado por camponeses expropriados,artesãos,comerciantes pobres e distendes dos niveladores.As características do grupo eram:  

1-Eram pacifistas  

2-E sonhavam organizar a Inglaterra no sistema de cooperativas agrárias, aonde todos os bens seriam comunitários.  

*** Conseguiram efetivar em parte estas propostas pois construíram doze colônias agrárias no sul da Inglaterra. Esta colônias acabaram sendo destruída pelo exército.  

Havia no pensamento dos escavadores e dos niveladores a força motivadora da religião. E se conformaram seitas extremamente radicais anabatistas, familitas, separatistas, etc...que iam contra as instituições oficiais, religião tradicional e a política oficial.  

Por exemplo os anabatistas eram contrários ao batismo de crianças pois diziam que  a aceitação do ato do batismo devia ser de livre vontade e não uma tradição imposta pelos pais ou igreja.Também propunham a construção de organizações religiosas, se opunham ao pagamento do dizimo e defendiam o igualitarismo pois segundo eles não havia nenhuma diferença entre servos e senhores, se opunham a guerra, ao serviço militar,e negavam o direito de propriedade.  

Já os separatistas pregavam a eleição de ministros pelas congregações, o pagamento do dizimo voluntário,a tolerância a todas as seitas protestantes, fim da censura eclesiástica,ou seja uma serie de modificações que poria em risco a existência da igreja nacional.  

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Os familistas, pregavam, que apenas os fieis abençoados pelo espírito de Deus eram capazes de interpretar as escrituras,acreditava ser possível restaurar aqui na terra a inocência e a pureza existente antes da queda,eram adeptos da propriedade coletiva,Em suma um crente leigo e anti-clerical.  

Ou seja, não importava a ordem ou seita  todas desejam inverter a ordem social.De 1640 a 1688 a gente mesquinha procuram se apossar do trono ou do parlamento, ou simplesmente destruir tudo.E havia muita agitação e revolta na plebe que a tornava suscetível a esse tipo de chamado e punha em risco a jovem república inglesa.  

Mas sem exceção, Cromwell e seus comandados esmagaram um a um os movimentos de revolta ou contestação ao seu governo

A REPÚBLICA DE CROMWELL (1649 A 1658)

O governo de Oliver Cromwell atendia os interesses burgueses. Quando começou a haver rebeliões na Escócia e na Irlanda, ele as reprimiu com brutalidade. Oliver procurou eliminar a reação monarquista. Fez uma “limpeza” no exército. Executou os líderes escavadores (estes eram trabalhadores rurais que queriam tomar terras do estado, nobreza e clero). Com tantas execuções os menos favorecidos ficaram a “mercê da sorte” e acabaram por entrar em movimentos religiosos radicais.

Uma medida para combater os holandeses e fortalecer o comércio foi os Atos de Navegação. Essa lei resumia-se no seguinte: o comércio com a Inglaterra só poderia ser feito por navios ingleses ou dos países que faziam negócios com a Inglaterra.

 Em 1653,Cromwell, dissolve o parlamento toco, constituído pela câmara de comuns que em boa parte era formada por gentrys e por maioria protestante.E cria uma assembléia composta única e exclusivamente pelos seus partidários. Esta assembléia oferece a Cromwell o titulo de lorde protetor da Inglaterra.Cromwell aproveita e com o auxilio desta assembléia aprova uma constituição extremamente radical para a época. Suas propostas eram:  

1-Ensino publico gratuito  

2-Liberdade de imprensa  

3-Voto secreto  

4-Voto feminino porem censitário  

5-E um único parlamento para a Inglaterra, Irlanda e escócia.  

Cromwell morre em 1658 e seu filho Richard Cromwell assumi o poder. Logo Richard Cromwell demonstra não possuir a mesma capacidade do Pai, se demonstra relutante em tomar decisões, se torna um marionete na mão dos próprios oficiais e conselheiros.

A república se mostra ineficiente para manter a ordem e conter os avanços e barbáries realizados pela gente mesquinha. Aproveitando-se deste momento a gentry principalmente a presbiteriana se une aos realistas e ao general Monck (um ex-realista que governava a escócia) e com a ajuda de um exercito, os conservadores porão fim a república (depondo Richard Cromwell em 1659) e restaurarão a

monarquia,uma monarquia muito limitada pela legislação e que se concretizava na figura de Carlos II.Para simbolizar o fim da república exumaram o corpo de Cromwell e o enforcaram e decapitaram em praça pública.

Revolução inglesa de 1688

Com o fim da republica, os conservadores colocarão no poder descendente direto de Carlos I, Seu filho Carlos II.

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Carlos II

Durante o governo de Carlos II a monarquia permaneceu obediente e estável, cumpridora da legislação que limitava os seus poderes.No entanto com a morte de Carlos II, surge a figura do seu filho Jaime II, que desejava restaurar o sonho absolutista,e católico de Carlos I.Mas os grupos que cerceavam os poderes da monarquia estavam atentos e destituíram Jaime II, colocando em seu lugar Guilherme de Orange, evitando convulsões sociais e revoltas democratizantes, o ato que afastou Jaime II se chamou Revolução gloriosa. 

Jaime II

Por fim foi elaborada a Declaração dos Direitos (Bill or Rights) que declarava que o parlamentarismo e as leis parlamentares eram incontestáveis.Que acabava de vez com qualquer sonho absolutista e dizia que com a morte do rei quem decidiria quem seria o próximo rei seria o parlamento, bem como , que votaria e autorizaria o orçamento anual seria o parlamento,Haveriam datas previstas e conhecidas para a reunião do parlamento que agora se reúne com regularidade,haveria também eleições regulares no parlamento, inspetores controlariam as contas e gastos reais, não haveria a manutenção de um exército regular em tempos de paz.  

Guilherme de Orange

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I – Vídeos Interessantes

As revoluções burguesas

https://www.youtube.com/watch?v=u_paMmu10YA

A dinastia Tutor

https://www.youtube.com/watch?v=xqrScQO91A8

II – Textos interessantes

Elizabeth I

Rainha da Inglaterra e da Irlanda (7/9/1533-23/3/1603). Filha de Henrique VIII e sua segunda esposa, Ana Bolena, nasce em Greenwich e passa a infância fora da corte. Em 1544, contudo, o Parlamento a coloca na linha de sucessão, depois de seus irmãos Eduardo VI e Maria I. Após a morte de ambos, Elizabeth sobe ao trono em 1558.

Enérgica e autoritária, implanta definitivamente a Igreja Anglicana na Inglaterra, perseguindo católicos e membros da seita presbiteriana dos puritanos. Temendo conspirações, aprisiona Mary Stuart, sua prima e rival, rainha católica da Escócia, e manda decapitá-la em 1587.

O fato é pretexto para desencadear uma guerra entre a católica Espanha, o mais poderoso império da época, e a Inglaterra protestante, países que já travavam disputas comerciais envolvendo as colônias no Novo Mundo. Quando a frota espanhola, chamada de A Invencível Armada, é derrotada por uma tempestade no litoral inglês, em 1588, a Inglaterra tem o caminho aberto para estabelecer colônias próprias e tornar-se uma potência mundial.

Elizabeth desenvolve o comércio e a indústria, institui algumas leis trabalhistas e incentiva o renascimento das artes, que florescem em seu tempo. Por uma combinação de motivos pessoais e políticos, Elizabeth I reluta em escolher um marido e acaba não se casando, o que a deixa sem herdeiros. Já no leito de morte, indica como sucessor o filho de Mary Stuart, James IV da Escócia, que se torna James I da Inglaterra.

Henrique VII

Fundou a Igreja Anglicana. Foi o segundo rei da dinastia dos Tudor. Era o segundo filho de Henrique VII, tornou-se

herdeiro e sucessor com a morte de Arthur, seu irmão mais velho. Tomou posse da Coroa inglesa em 1509. Nesse

mesmo ano, casou com Catarina de Aragão, viúva de seu irmão Arthur e filha do rei espanhol Fernando de Aragão.

Dos cinco filhos, apenas a Princesa Maria sobreviveu. Henrique VIII sentindo que a dinastia estava ameaçada, sem

um filho homem, solicitou seu divórcio ao Papa Clemente VII. Seu pedido foi negado, pois a Igreja Católica proibia.

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Com a ajuda do Arcebispo da Cantuária, seu divorcio foi efetivado. O rei se proclamou Chefe Supremo da Igreja na

Inglaterra e fundou a Igreja Anglicana.

Henrique VIII (1491-1547) nasceu em Greenwich, nos arredores de Londres. Filho de Henrique VII, tomou posse em

1509, numa época de grandes conflitos entre Inglaterra e França. No mesmo ano casou-se com Catarina de Aragão,

filha de Fernando de Aragão, rei da Espanha. O casal teve cinco filhos, mas, apenas a Princesa Maria sobreviveu.

Henrique VIII sentindo que sua dinastia estava ameaçada, sem um filho homem para lhe suceder, e desejando

romper o casamento com Catarina de Aragão, fez o pedido de divórcio ao Papa, mesmo sabendo que a Igreja

Católica não permitia. O Papa Clemente VII recusou seu pedido. Com a ajuda de Thomas Cromwell, Arcebispo da

Cantuária, o mais alto cargo eclesiástico da Inglaterra, o divorcio foi realizado. O Parlamento Inglês declarou que o

direito divino dos reis substituía a autoridade da Igreja.

Henrique conseguiu o divorcio. Excomungado pelo Papa, se proclamou Chefe Supremo da Igreja na Inglaterra e

fundou a Igreja Anglicana. Junto com seu novo ministro-chefe, Thomas Cromwell, dissolveu os mosteiros,

aumentando o total de terras da Coroa. Estava consolidado definitivamente o absolutismo da monarquia ao separar-

se da Igreja Católica.

O divorcio de Henrique VIII e Catarina de Aragão marcou o início da Reforma Inglesa. Em 1533 casa-se com Ana

Bolena, dama de honra de Catarina, com quem teve apenas uma filha, Elizabeth I. O casamento durou apenas três

anos. Sob a acusação de adultério, em 1536, Ana Bolena foi executada. Nesse mesmo ano Gales foi incorporado à

Coroa inglesa.

Após a morte de Ana Bolena, casou-se com Jane Seymour. A nova rainha conseguiu que Henrique VIII aceitasse na

Corte suas duas filhas, nascidas de casamentos anteriores. Após haver dado ao rei o tão esperado filho homem, a

rainha morre, deixando o herdeiro Eduardo VI, que falece com apenas 17 anos.

O rei Henrique VIII parte para o seu quarto casamento. Em 1540 A filha do Duque de Flandres, Ana Cléves, é a nova

rainha. Ana era pouco atraente, e por não satisfazer a um rei tão requintado, como era Henrique VIII, o casamento foi

declarado nulo.

O Rei casa pela quinta vez. Uma jovem de dezessete anos, dama de honra, Catarina Howard, sobrinha do poderoso

duque de Norfolk. A jovem procurou amenizar o caráter cruel do marido, mas quando sua conduta leviana foi

revelada ao rei, este mandou decapitá-la.

Henrique VIII aos 50 anos, parecia envelhecido, mas não sabia viver sozinho. A dama da corte Catarina  atraiu-lhe a

atenção. Era uma jovem viúva, graciosa, meiga, digna e afeiçoada aos filhos do rei. Foi sua sexta e última esposa.

Catarina Parr viveu ainda cinco anos após a morte do rei.

Em 1541 Henrique VIII foi declarado rei da Irlanda. Os últimos anos do reinado de Henrique VIII foram tranquilos pela

influência da boa e sábia Catarina Parr. Em 1547, sofrendo de uma grave infeção, morre no Palácio de Whitehall.

Seu corpo foi sepultado na Capela de São Jorge, no Castelo de Windson.

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Declaração de Direitos 1689Bill of Rights

Os Lords1o espirituais e temporais e os membros da Câmara dos Comuns declaram, desde logo, o seguinte:

1. que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento.2. que, do mesmo modo, é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para dispensar as leis ou o seu

cumprimento, como anteriormente se tem verificado, por meio de uma usurpação notória.3. que tanto a Comissão para formar o último Tribunal, para as coisas eclesiásticas, como qualquer outra

Comissão do Tribunal da mesma classe são ilegais ou perniciosas.4. que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de

prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.5. que os súditos tem direitos de apresentar petições ao Rei, sendo ilegais as prisões vexações de qualquer

espécie que sofram por esta causa.6. que o ato de levantar e manter dentro do país um exército em tempo de paz é contrário a lei, se não proceder

autorização do Parlamento.7. que os súditos protestantes podem Ter, para a sua defesa, as armas necessárias à sua condição e

permitidas por lei.8. que devem ser livres as eleições dos membros do Parlamento.9. que os discursos pronunciados nos debates do Parlamento não devem ser examinados senão por ele

mesmo, e não em outro Tribunal ou sítio algum.10. que não se exigirão fianças exorbitantes, impostos excessivos, nem se imporão penas demasiado deveras.11. que a lista dos Jurados eleitos deverá fazer-se em devida forma e ser notificada; que os jurados que decidem

sobre a sorte das pessoas nas questões de alta traição deverão ser livres proprietários de terras.12. que são contrárias as leis, e, portanto, nulas, todas as concessões ou promessas de dar a outros os bens

confiscados a pessoas acusadas, antes de se acharem estas convictas ou convencidas.13. que é indispensável convocar com freqüência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para

corrigir, afirmar e conservar as leis.14.  15. Reclamam e pedem, com repetidas instâncias, todo o mencionado, considerando-o como um conjunto de

direitos e liberdades incontestáveis, como também, que para o futuro não se firmem precedentes nem se deduza conseqüência alguma em prejuízo do povo.

16. A esta petição de seus direitos fomos estimulados, particularmente, pela declaração de S. A. o Príncipe de Orange (depois Guilherme III), que levará a termo a liberdade do país, que se acha tão adiantada, e esperamos que não permitirá sejam desconhecidos os direitos que acabamos de recordar, nem que se reproduzam os atentados contra a sua religião, direitos e liberdades.

Revolução Francesa (1789-1799)

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Conceito:

Movimento social e político ocorrido na França no final do século XVIII que teve por objetivo principal derrubar o Antigo Regime e instaurar um Estado democrático que representasse e assegurasse os direitos de todos os cidadãos.

Introdução:

A Revolução Francesa é considerada o mais importante acontecimento da história contemporânea. Inspirada pelas idéias iluministas, a sublevação de lema"Liberdade, Igualdade, Fraternidade" ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e ascendendo os valores burgueses. Foi à revolução burguesa, tendo vista a sua condição de destruidora da velha ordem em nome das ideias e valores burgueses e por conta da ideologia burguesa predominante durante praticamente todo processo revolucionário.

A França pré-revolucionária

A sociedade francesa anteriormente à revolução era uma sociedade moldada no Antigo Regime. Ou seja, politicamente o Estado era Absolutista (Absolutismo Monárquico), economicamente predominavam as práticas mercantilistas que sofriam com as constantes intervenções do Estado e na área social predominavam as relações de servidão uma vez que a maioria da população francesa era camponesa. Em torno de 250 milhões de pessoas viviam em condições miseráveis nos campos franceses, pagando altíssimos impostos a uma elite aristocrática que usufruía do luxo e da riqueza gerados pelo trabalho dos campesinos em propriedades latifundiárias, ou feudos, dos nobres. Nas áreas urbanas a situação não era muito diferente de quem vivia nas áreas rurais.

A população urbana, composta em sua maioria por assalariados de baixa renda, desempregados (excluídos)e pequenos burgueses (profissionais liberais), também arcava com pesadíssimos impostos e com um custo de vida cada vez mais elevado. Os preços em geral dos produtos sofriam reajustes constantemente e isso pesava na renda dos trabalhadores em geral – urbanos e rurais. Já as elites, compostas por um alto clero, uma alta nobreza e, claro, a Família Real – a realeza francesa: Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes – vivam em palácios luxuosos – como o monumental Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris e que era a residência de veraneio da Família Real e da elite – não pagavam impostos, promoviam banquetes – às custas do dinheiro público – em suma: viviam nababescamente (do requinte, da opulência, do luxo, das mordomias,...) face a situação de miséria e pobreza da maioria da população. Veja o que demonstra a ilustração abaixo:

A Revolução e suas Fases

No final do século XVIII a situação sócio-econômica da França era de total calamidade. Numa perspectiva de tentar resolver as situações problemas, o Monarca Luis-XVI convocou seu Ministro das finanças Necker, que estava afastado do cargo, para decidir quanto a situação de crise econômica e financeira. Por sugestão de Necker, Luis-XVI convocou, no dia 5 de maio de 1789, a Assembléia dos chamados Estados Gerais que reunia os representantes políticos do 1º. ,  2º. e 3º. Estados os quais não se reuniam desde o século XVII. O 1º. Estado era formado pelo alto clero, o 2º. Estado pela alta nobreza e o 3º. Estado, pelos deputados que representavam a maioria da população (assalariados, camponeses e pequena burguesia) – era o grupo maior, pois continha um número maior de representantes. Observe os Estados Gerais reunidos em 1789, convocados por Luis-XVI:

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Na ocasião da convocação e da reunião dos Estados Gerais, depois de abrir a sessão, Luis-XVI deu por aberta as discussões e votações para os problemas que atingiam a sociedade francesa. A questão, porém, centrava-se no sistema de votação dentro da Assembleia. Sobre a questão dos pagam e dos não pagam impostos, por exemplo, o sistema de votação favoreceu ao 1º. e ao 2º. Estados. Como? Como a votação era por Estado e  não por indivíduo (individual), cada Estado tinha direito a um só voto. No caso dos impostos, votou-se contra ou a favor do 1º. e do 2º. Estados arcarem com o pagamento de impostos. Resultado: pelo sistema de votação vigente, os dois Estados permaneceram isentos da obrigação do pagamento de impostos, já que totalizou dois votos contra um. Esse modelo de votação gerou revolta por parte dos deputados do 3º. Estado que reagiram prontamente, exigindo a qualquer custo que as reuniões fossem conjuntas e não separadamente por Estados. Diante da negação, o 3º. Estado proclama-se em Assembléia Geral Nacional. O Rei, desesperado diante do atrevimento dos representantes populares, manda fechar a sala de reuniões. Mas o 3º. Estado não se deu por vencido e seus deputados se dirigiram para um salão que a nobreza utilizava para jogos. Lá mesmo fizeram uma reunião, onde ficou estabelecido que permaneceriam reunidos até que a França tivesse uma Constituição. Esse ato ficou conhecido com o nome de “O Juramento do Jogo de Pela”.

Os deputados que fundaram a Assembléia NACIONAL nela juraram igualdade jurídica e direitos políticos para todos os homens comuns. Veja a seguir como ficou esse juramento simbolizado no imaginário da Revolução Francesa:

Pela imagem percebemos que os seus integrantes se voltam para o centro onde está um orador. Possivelmente este orador é um membro de importância, pois dirige a sessão conduzindo os demais a jurarem por algo. Este algo era CONSTITUIÇÃO na qual constariam todos os direitos políticos e jurídicos dos cidadãos.

Portanto, concluindo, eles juraram pela liberdade, igualdade e fraternidade – lemas da Revolução Francesa.

No dia 9 de julho de 1789, reúne-se uma Assembleia Nacional Constituinte, incumbida de elaborar uma Constituição para a França.

Isso significava que o Rei deixaria de ser o senhor absoluto do reino. A burguesia francesa, por sua vez, apelou para o povo. No dia 14 de julho de 1789, toda a população parisiense avança, num movimento nunca visto, para a Bastilha, a prisão política da época, onde o responsável pela prisão, o carcereiro, foi espancado pela multidão vindo a falecer. Veja a imagem a seguir também parte do imaginário da Queda da Bastilha:

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O momento agora é dos camponeses, que percebendo a fraqueza da nobreza, invadem os castelos, executando famílias inteiras de nobres numa espécie de vingança, de uma raiva acumulada durante séculos. Avançam sobre a propriedade feudal e exigem reformas – sobretudo a Reforma Agrária. A burguesia, na Assembléia, temerosa de que as exigências chegassem também às suas propriedades, propõe que sejam extintas os direitos feudais como única saída para conter o furor revolucionário dos camponeses. A 4 de agosto de 1789, extingue-se aquilo que por muitos séculos significou a opressão sobre os camponeses:as obrigações feudais. Porém, os impostos continuaram altos, o custo de vida pouco se alterou e a França continuava em guerras externas significando despesas altas para o Estado, agora burguês. A burguesia, preocupada em estabelecer as bases teóricas de sua revolução, fez aprovar, no dia 26 de agosto do mesmo ano (1789), um documento que se tornou mundialmente famoso: A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Nesse documento a burguesia francesa declarava, entre outras, quem era cidadão e não cidadão esperando que houvesse uma aceitação por parte das classes populares que ainda encontravam-se insatisfeitas com as realizações políticas e sociais daqueles que se diziam seus representantes políticos. Na realidade a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi uma forma de legitimar a  burguesia no poder político do Estado sendo ela a classe dominante, de elite. Portanto, para a burguesia a revolução estava por encerrada uma vez que seus interesses já haviam sido conquistados por ela. Era necessário impedir a radicalização do movimento revolucionário; ou seja, era necessário impedir que a revolução se tornasse popular, o que não interessava à burguesia.

1ª. Fase da Revolução: A Assembléia Nacional Constituinte – 1789-1792

Nesta fase, fundou uma Monarquia Parlamentarista, ou Constitucional. Um dos atos mais importantes da Assembléia foi o confisco dos bens do clero francês, que seriam usados como uma espécie de lastro para os bônus emitidos para superar a crise financeira. Parte do clero reage e começa a se organizar e como resposta a Assembléia decreta a Constituição Civil do Clero; isto é, o clero passa a ser funcionário do Estado, e qualquer gesto de rebeldia levaria a prisão. A situação estava muito confusa. A Assembléia não conseguia manter a disciplina e controlar o caos econômico. O Rei entra em contato com os emigrados no exterior (principalmente na Prússia e na Áustria) e começam a conspirar para invadir a França, derrubar o governo revolucionário e restaurar o absolutismo. Para organizar a contra-revolução, o monarca foge da França para a Prússia, mas no caminho e reconhecido por camponeses, é preso e enviado à Paris. Na capital, os setores mais moderados da Assembléia conseguiram que o Rei permanecesse em seu posto. A partir daí uma grande agitação tem início, pois seria votada e aprovada a Constituição de 1791. Esta constituição estabelecia, na França, a Monarquia Parlamentar, ou seja, o Rei ficaria limitado pela atuação do poder legislativo (Parlamento).

Neste poder legislativo era escolhido através do voto censitário e isso equivalia dizer que o poder continuava nas mãos de uma minoria, de uma parte privilegiada da burguesia. Resumindo, o que temos é uma Monarquia Parlamentar dominada pela alta burguesia e pela aristocracia liberal, liderada, por exemplo, pelo famoso La Fayette. É o total afastamento do povo francês que continuava sem poder de decisão. No recinto da Assembléia, sentava-se à esquerda o partido liderado por Robespierre, que se aproximava do povo: eram os Jacobinos ou Montanheses (assim chamados por se sentarem nas partes mais altas da Assembléia); ao lado, um pequeno grupo ligado aos Jacobinos, chamados Cordeliers, onde apareceram nomes como Marat, Danton, Hebert e outros; no centro, sentavam-se os constitucionalistas, defensores da alta burguesia e a nobreza liberal, grupo que mais tarde ficará conhecido pelo nome de planície; à direita, ficava um grupo que mais tarde ficará conhecido como Girondinos, defensores dos interesses da burguesia francesa e que temiam a radicalização da revolução; na extrema direita, encontram-se alguns remanescentes da aristocracia que ainda não emigrara, conhecidos por aristocratas, que pretendiam a restauração do poder absoluto.

Esta fase terminou com a radicalização do movimento revolucionário depois que Robespierre e seus seguidores agiram incitando à população a pegarem em armas e lutarem contra a Assembléia e as forças conservadoras.

2ª. Fase da Revolução: A Convenção Nacional – 1792-1794/95

Foi a fase considerada mais radical do movimento revolucionário porque foi a etapa em que os  Jacobinos, liderados por Robespierre, assumiram o comando da revolução. Portanto, foi a etapa mais popular do movimento já que os Jacobinos eram representantes políticos das classes populares. Para alguns historiadores, esta etapa não predominou a ideologia burguesa, já que a burguesia não conduzia a revolução neste período. Porém, antes da queda da Monarquia Parlamentar, a burguesia chegou a proclamar uma República – a República Girondina em setembro de 1792. A república foi proclamada como um mecanismo de assegurar a burguesia seus interesses, projetos, no poder político do Estado. Como as tensões estavam exaltadas, a alta burguesia francesa decidiu tirar todo o poder

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político do rei Luis-XVI e transferi-lo para si (a burguesia). Desta forma caía a Monarquia na França. Em 1792, a Assembléia Legislativa aprovou uma declaração de guerra contra a Áustria.

É interessante salientar que a burguesia e a aristocracia queriam a guerra por motivos diferentes. Enquanto para a burguesia a guerra seria breve e vitoriosa, para o rei e a aristocracia seria a esperança de retorno ao velho regime. Palavras de Luís XVI: "Em lugar de uma guerra civil, esta será uma guerra política" e da rainha Maria Antonieta:"Os imbecis [referia-se a burguesia]! Não vêem que nos servem". Portanto, o rei e a aristocracia não vacilaram em trair a França revolucionária. Luís XVI e Maria Antonieta foram presos, acusados de traição ao país por colaborarem com os invasores. Verdun, última defesa de Paris, foi sitiada pelos prussianos.

O povo, chamado a defender a revolução, saiu às ruas e massacrou muitos partidários do Antigo Regime. Sob o comando de Danton,Robespierre e Marat, foram distribuídas armas ao povo e foi organizada a Comuna Insurrecional de Paris. As palavras de Danton ressoaram de forma marcante nos corações dos revolucionários. Disse ele: "Para vencer os inimigos, necessitamos de audácia, cada vez mais audácia, e então a França estará salva". Em   21 de Janeiro do ano seguinte, 1793, Luis-XVI foi condenado e guilhotinado na “praça da revolução” – atual Praça da Concórdia situada na avenida Champs-Élysées, em Paris – uma vez que os Jacobinos já haviam assumido a liderança do movimento revolucionário. A rainha Maria Antonieta, foi decapitada no mesmo ano só que em setembro.

A República Girondina caiu e os Jacobinos assumiram a direção política do Estado proclamando uma nova República: a República Jacobina e com ela uma nova Constituição: a Constituição de 1793. Na Constituição Jacobina continham princípios que satisfazia a população porque garantia-lhe direitos e poder de decisão. Vejamos os mais importantes pontos da nova Constituição:

Voto Universal ou Sufrágio Universal -  Todos os cidadãos homens maiores de idade, votam. Lei do Máximo ou Lei do Preço Máximo – estabeleceu um teto máximo para preços e salários. Venda de bens públicos e dos emigrados para recompor as finanças públicas. Reforma Agrária – confisco de terras da nobreza emigrada e da Igreja Católica, que foram divididas em lotes menores vendida a preços baixos para os camponeses pobres que puderam pagar num prazo de até 10 anos. Extinção da Escravidão Negra nas Colônias Francesas – que acabou por motivar a Revolução Haitiana em 1794 e que durou até 1804 quando no Haiti aboliu-se a escravidão. Organização dos seguintes comitês: o Comitê de Salvação Pública, formado por nove (mais tarde doze) membros e encarregado do poder executivo, e o Comitê de Segurança Pública, encarregado de descobrir os suspeitos de traição. Criação do Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução e geralmente os condenavam à Guilhotina.

Ressalta-se que para que os Jacobinos pudessem alcançar o poder político do Estado e assumi-lo, teve que contar com um apoio fundamental: os sans-culottes. Os sans-culotteseram indivíduos populares – normalmente desempregados e assalariados, a plebe urbana – que eram identificados pelo frígio, ou barrete, vermelho que usavam sobre suas cabeças. Veja a ilustração:

Os sans-culottes acabaram por se transformar em uma força motora da revolução. Isto é, como era formado por uma massa de indivíduos, graças as ações violentas dos mesmos que os Jacobinos, ligados a eles, chegaram ao poder. Definitivamente os sans-culottes tiveram um papel fundamental no processo revolucionário francês já que correspondiam as aspirações populares.Porém, mesmo com o apoio dos sans-culottes e estando na direção política do Estado realizando determinadas reformas

políticas e sociais significativas, os Jacobinos não duraram muito no poder devido ao que implantaram durante sua República – a Era do Terror. Robespierre, líder supremo dos Jacobinos, decidiu implantar a Era do Terror. Mas o que significou isso? Significou que era necessário agir de modo ditatorial para alcançar um governo democrático e assegurar as conquistas instituídas pelas reformas que se realizavam. Para tais fins teve que Robespierre impor o poder do Estado sobre a população e condenar todos os que eram considerados suspeitos de traição à Guilhotina. Foi o período em que a Guilhotina foi mais usada. Até mesmo líderes Jacobinos próximos a Robespierre, como Danton por exemplo, foram guilhotinados. O excesso de terror fez com que os Girondinos articulassem um Golpe de Estado – o golpe “9 do Termidor” – e derrubassem  com a República Jacobina, guilhotinando inclusive Robespierre. Iniciava-se a terceira fase revolucionária.

3ª. Fase da Revolução: o Diretório – 1795-1799 / A Era Napoleônica-1799-1815

Conhecido como Reação Termidoriana, o golpe de Estado armado pela alta burguesia financeira, que marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário, em compensação os estabelecimentos comerciais cresciam, porque as ações burguesas anteriores haviam eliminado os empecilhos feudais. O novo governo,

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denominado Diretório(1795-1799), autoritário e fundamentado numa aliança com o exército (então restabelecido após vitórias realizadas em guerras externas), foi o responsável por elaborar a nova Constituição, que manteria a burguesia livre de duas grandes ameaças: a República Democrática Jacobina e o Antigo Regime. O Poder Executivo foi concedido ao Diretório, e uma comissão formada por cinco diretores eleitos por cinco anos. Apesar disso, em 1796 a burguesia enfrentou a reação dos Jacobinos e radicais igualitaristas. Graco Babeuf liderou a chamada Conspiração dos Iguais, um movimento socialista que propunha a "comunidade dos bens e do trabalho", cuja atenção era voltada a alcançar a igualdade efetiva entre os homens, que segundo Graco, a única maneira de ser alcançada era através da abolição da propriedade privada. A revolta foi esmagada pelo Diretório, que decretou pena de morte a todos os participantes da conspiração, e o enforcamento Babeuf.

O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais. Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que com o Diretório não teriam condição de resistir aos inimigos externos e internos e manter o poder. Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora, para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros. A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada. Após um breve período de entusiasmo pelos Jacobinos, chegando até mesmo a ser amigo dos familiares de Robespierre, afastou-se deles quando estavam sendo depostos. Lutou na Revolução contra os países absolutistas que invadiram a França e foi responsável pelo sufocamento do golpe de 1795.

Enviado ao Egito para tentar interferir nos negócios do império inglês, o exército de Napoleão foi cercado pela marinha britânica nesse país, então sobre tutela inglesa. Napoleão abandonou seus soldados e, com alguns generais fiéis, retornou à França, onde, com apoio de dois diretores e de toda a grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico com o golpe de Estado conhecido por  “18 de Brumário”. Com o golpe Napoleão foi adquirindo poderes políticos  até que em 6 de maio de 1804 foi consagrado Imperador com o título de Napoleão Bonaparte-I governando até 1814, quando caiu do poder e foi exilado. Durante seu governo Napoleão não só estendeu com as fronteiras francesas por meio de guerras, como realizou diversas reformas políticas e sociais, sempre em nome dos interesses burgueses, instituindo o código civil, reformando o sistema educacional e adotando o estilo artístico neo-clássico como modelo arquitetônico que servia de veículo de propaganda para as dimensões de seu poder político e para a alta burguesia em seu estilo de vida.

A revolução Francesa (Documentário)

https://www.youtube.com/watch?v=jV1klgZHHwk

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Resumo da Revolução Francesa

> A França pré-revolucionária

1)Absolutismo

2)Mercantilismo

3)Sociedade Estamental

4) Fenômenos climáticos (seca,Inundações, frio intenso)

5)Crise na agricultura: Faltam alimentos e os preços dos mesmos estão  excessivamente caros..

6)A população mais carente com fome começa a saquear as propriedades dos nobres e mosteiros.

>A sociedade

1)Fundamentada nos privilégios de nascimento

·         1º Estado – Clero

·         2º Estado – Nobreza

·         3º Estado – povo

1º e 2º Estados não pagavam impostos

2)Grave crise financeira e econômica

3) Iluminismo

4) Crítica ao Antigo Regime

5) Convocação dos Estados Gerais

6)Discussão sobre votação

> 1ª Fase - Assembléia Nacional Constituinte (1789 – 1791)

1) Demissão de Necker

2) Juramento do campo de Péla        

3) Tomada da Bastilha

4) Grande Medo

5) Rei é levado à Paris – Jornadas de Outubro

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6) Fim dos privilégios

7) Declaração Universal dos Direitos Humanos

8) Emissão dos Assignats -  papel moeda

9) Constituição Civil do Clero

 >  2ª Fase - Monarquia Constitucional (1791–1792)

1) A Constituição de 179

2) Monarquia constitucional

3) Voto censitário

4)  Liberdades econômicas

5) Defesa da propriedade

> Grupos políticos na Assembléia Legislativa (eleita em 01/10/1791)

1)Jacobinos apoiados pelos sans-culottes

2)Girondinos

3) Feuillants - Pântano – planície

à Povo descontente

1)Povo invade as Tulherias e prende o rei  agosto/1792

2)Batalha de Walmy 20/09/1792

3)Proclamação da República 22/09/92

 > 3ª Fase - A  Convenção Nacional (1792–1795)

1)Inicio da elaboração de uma nova Constituição

2)Execução do rei e sua família  21/01/1793

Março de 1793

1)1ª Coligação contra a França:      Inglaterra, Áustria, Prússia, Holanda, Espanha, Rússia e Sardenha

2)Instituído o Tribunal Revolucionário

3)Criado o Comitê de Salvação Publica – Danton: garantir a ordem segurança interna Abril 1793

Lei do Máximo ( Maio 1793)

1)Jacobinos assumem o poder da Convenção

2) Promulgada a nova Constituição 24/06/1793 

3)Marat é assassinado

Período do terror

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1)Fim da escravidão nas colônias

2)Reforma agrária

3)Voto universal

4)Educação pública e gratuita

5)Derrota da coligação anti–francesa

6)Luta entre as facções dos Jacobinos

7) Reação Termidoriana

> 4ª Fase -  O Diretório (1795 – 1799)

1)País em desordem a crise econômica

2)Situação difícil para o povo

3)Conspiração dos Iguais

4)2ª coligação contra a França

5)Corrupção no governo

6)Golpe de 18 Brumário 09/11/1799

Pensando ao Estilo ENEM

Qual a Importância da Revolução Francesa

https://www.youtube.com/watch?v=TfvdGt7iKQE

Paródias da Galera

Revolução Francesa

https://www.youtube.com/watch?v=Ec8Hn8xxcYU&feature=related

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