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O Círculo Mágico

Oficina das Mandalas

Sü Cardoso

O Círculo Mágico | Sü Cardoso

1 Rua 5 de Outubro, 135 – 4420-086 Gondomar

NIPC 501 634 851 Telefone: +351 224 63 3 1 84

email: [email protected] / Web: www.amut.pt

O Círculo Mágico

Construção e decoração de Mandalas

Índice História que faz a história. ................................................................................................. 2

Origem ........................................................................................................................... 2

Mandalas no dia-a-dia.................................................................................................... 3

Mandalaterapia .............................................................................................................. 4

Mãos à Obra...................................................................................................................... 5

Material Necessário ....................................................................................................... 6

Formas Básicas e Padrões ............................................................................................ 7

Construção da Mandala ............................................................................................... 10

Notas Finais .................................................................................................................... 14

Sobre a Sü ...................................................................................................................... 15

Contactos ........................................................................................................................ 15

Bibliografia ...................................................................................................................... 16



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História que faz a história.

Origem

A mandala é simultaneamente um símbolo

universal e um símbolo do universo, de tudo que se

encontra dentro dele, tudo irradia a partir de um

ponto, e tudo está interligado, o início e o fim. O

universo como uma série de anéis encontra-se nas

culturas mais antigas: galáxias girando envolta de

um centro, planetas rodopiando à volta do sol…

A arte de criar mandalas é das expressões

artísticas mais antigas da humanidade e usada

como ferramenta meditativa desde então.

Encontramos mandalas ao longo de toda a história da humanidade, representada por

elementos diferentes em várias culturas. Encontramos mandalas todos os dias na natureza e

no nosso quotidiano basta que observemos o que nos rodeia e as características de uma

mandala.

As mandalas são originárias da Índia, onde são criadas e contempladas pelos Hindus desde

tempos ancestrais, foram introduzidas no Tibet e são utilizadas no Budismo desde do séc.

VIII. A palavra Mandala em Sânscrito significa círculo, Khyil-khor (mandala) no Tibet

significa: “o centro do universo onde reside um ser desperto”, um verdadeiro círculo mágico

com um simbolismo tão rico quanto belo.

Hoje em dia o termo mandala já é utilizado de uma

forma mais abrangente como definição de qualquer

desenho/padrão geométrico que seja concêntrico

em estrutura, sendo que são sempre padronizadas

a partir de um ponto central. Regra geral os

elementos são expostos em forma circular apesar

de as mandalas tradicionais Hindus serem muitas

vezes envoltas por um quadrado, estas mandalas

depois dividiam-se em 4 saídas que terminavam

em forma de T. Tradicionalmente as mandalas eram feitas com areia colorida, tal como ainda

praticado pelos monges Budistas. Hoje já encontramos mandalas criadas em inúmeros

suportes com uma panóplia de materiais. Mais importante que a estrutura de uma mandala é

o seu simbolismo, cada mandala é especial, diferente e única, seu significado muda de criador

India

Mandala Tibetana



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para criador, de mandala para mandala - é aqui que reside a verdadeira magia das

mandalas…

Mandalas no dia-a-dia

Se resumimos tudo nas mandalas a uma forma dominante e importante, é

sem dúvida, o círculo. É a forma que nos é mais natural. É a forma que é

mais facilmente reconhecida e observada por um bebê e tendencialmente a

primeira forma desenhada por uma criança.

Podemos observar a importância do círculo em várias culturas, onde

simboliza muitas vezes algo sagrado como para os Índios Nativos

Americanos que utilizam o círculo para representar Wakan Tanka, o Criador

ou Grande Mistério, ou os vitrais de muitas catedrais cristãs entre alguns

exemplos.

Encontramos o círculo abundantemente na natureza onde plantas, insetos e pedras são

facilmente identificadas só de observação, como as flores com seu centro circular e pétalas

radiando para fora. Encontramos mais mandalas na natureza se observarmos mais de perto

a fruta, basta cortar um kiwi ao meio para nos defrontarmos com uma das mandalas mais

belas da natureza. Até os flocos de neve são pequenas mandalas que nos caiem do céu!

Mandalas na Natureza



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Mandalaterapia

Entendendo melhor esta relação entre os círculos e as mandalas, é

mais fácil perceber sua eficácia como ferramenta meditativa, uma

combinação perfeita de Art Therapy/ Colouring Therapy com a

meditação.

Simbolizando o universo e o ciclo da vida, as mandalas são usadas

essencialmente como ferramentas de meditação que permitem uma

união com o Self (o próprio), simboliza a viagem, o ponto onde

começamos irradiando para onde iremos. Os padrões criados são visualmente apelativos e

permitem esta conexão. A construção/colorir de uma mandala sossega a mente racional e

activa, dando asas à nossa parte mais criativa e espiritual. Permite que a sabedoria e o

conhecimento venham de dentro de nós, e não dos excessivos estímulos externos que

normalmente só agravam um momento de stress. Criar, observar e contemplar uma mandala

permite a criação de um momento único de foco interno que auxilia a equilibrar e harmonizar.

O psiquiatra e psicoterapeuta Suíço, Dr. Carl Jung usava activamente mandalas com os seus

pacientes, acreditava que quando contemplada havia uma elevação notória da consciência

do paciente, ao ponto de conseguir conscientemente um entendimento sobre seu verdadeiro

potencial e ver-se holisticamente, como um todo.

Um estudo de Curry e Kasser em 2005 – “Can Coloring Mandalas Reduce Anxiety?”,

explorando os efeitos de “Colouring Therapy”, onde investigaram a redução de stress com

colorir mandalas - revelou que há um estado profundo de envolvimento e foco que a mandala

trás, que sugere que a mandala promove o relaxamento e reduz o stress.

Hoje Mandalaterapia auxilia em casos de depressão, stress, luto entre outros, é utilizada

para promover a reflexão - substituindo o tradicional castigo com crianças com resultados

muito positivos.

Coloured Mandala by Sü

Carl Gustav Jung



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Mãos à Obra

Com alguns materiais que temos por casa rapidamente conseguimos desenhar a nossa

própria mandala, por vezes a necessidade dá asas à criatividade e em pouco tempo

encontramo-nos encantados com a magia e tranquilidade da nossa mandala.

Apesar de defender a espontaneidade e criatividade, podendo iniciar uma mandala free-style

e free-hand sempre que a vontade surgir, existem alguns passos que seguidos darão outra

uniformidade à mandala, e pequenos truques lhe trarão outra delicadeza.

Antes de abordar materiais e técnicas o mais importante na construção da mandala resume-

se a estas três regras, que com a prática são de facto de ouro e a base para uma mandala

única:

Süs´Mandala Golden Rules

A grelha de orientação é a base da mandala, se a grelha ficar torta a mandala vai ficar torta

independentemente dos padrões que possam lá colocar, não é o padrão que faz com que a

mandala seja concêntrica e equidistante, mas sim a grelha. Procure sempre a maior precisão

(e paciência!) na execução da grelha, é por vezes a parte mais demorada, mas que vale a

pena executar para que o efeito final seja de uma bela mandala circular!

1.Uma grelha bem feita - é uma mandala

perfeita.

1.A folha de papel é muito prática, mas a folha não é estática!

1.Nada é definitivo -

deixa fluir o teu Eu Criativo!



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As folhas de papel, telas etc., não são estáticas, a rotação da mesma à medida que vamos

trabalhando auxilia a criar uniformidade no traço. Com o tempo veremos que temos mais

facilidade em executar determinados traços em determinadas direções e a rotação do suporte

é fundamental para manter a uniformidade pretendida.

Nada está definido, mude o padrão, acrescente um ornamento, não tenha medo de se desviar

do plano inicial da mandala, acima de tudo divirta-se a desenhar a sua mandala!

Material Necessário

Folha de papel

Lápis

Borracha

Régua transparente

Compasso

Esquadro/transferidor

Caneta de ponta fina/marcadores vários

Canetas de feltro/lápis de cor a gosto

Grande parte deste material temos por casa, e o que não temos consegue ser “remediado”

com pequenos truques, copos, pratos etc…

Com o tempo e tomando o gosto por desenhar mandalas, gostava de realçar a importância

de conseguir investir em pelo menos 3 canetas/marcadores de tamanhos diversos - fazem

toda a diferença para conseguir dar mais enfase a uma linha ou sombrear outra. Hoje os

tamanhos das pontas variam entre os 20mm indo até aos finíssimos 4mm, que auxilia em

criar padrões mais delicados e pequenos ornamentos que irão embelezar a mandala.

Recomendando assim um ultrafino (4mm), um fino (5-7mm) e um pouco mais grosso (10mm),

relembrando que a importância da escolha deve ser ao tamanho da ponta e não

necessariamente à marca do produto.

Material Necessário



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Formas Básicas e Padrões

O que trás uniformidade à mandala é a sua disposição concêntrica, isto na prática significa

que independentemente da forma que escolha, um triângulo ou um quadrado por exemplo, o

padrão é criado pela sua disposição repetitiva dentro do segmento escolhido. Podemos usar

as formas mais diversas para criar os nossos padrões e ornamenta-las de outras tantas

formas:

Diversos marcadores e canetas



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Basic Mandala Shapes by Sü

Basic Mandala Shapes by Sü



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Os padrões surgem com a junção destas diversas formas usadas da inventiva e

criativamente. Os padrões criados servem tanto para mandalas como para Zentangles,

aproveitando o tema para destacar a diferença entre estes dois “estilos de desenho” e que

muitas vezes se cofundem um com o outro.

Hoje no mercado encontramos muitos livros para colorir para adultos, sendo que passa tudo

por “Mandalas”, nem todos os desenhos o são. As mandalas são sempre circulares, dispondo

os padrões de forma concêntrica, os zentanlges são desenhos dos mais diversos temas com

padrões repetitivos dentro dos mesmos, como por exemplo: um dragão ou uma coruja

ornamentada por padrões…

Basic Patterns by Sü



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Construção da Mandala

Reunido o material necessário para construir a mandala e de lápis em punho, seguindo alguns

passos simples rapidamente a mandala ganha forma. Uma advertência para iniciantes e uma

dica importante: o lápis é mais benevolente que a tinta! Os passos iniciais, assim como o

desenho inicial deve ser feito a lápis, é mais fácil de correção e cria uma base por onde passar

o marcador. Quando estiver satisfeito com a mandala passa à fase da tinta.

Passo 1 – Círculos

O primeiro passo é definir o centro da folha e com o

compasso desenhar os círculos que vão servir de base

da mandala. Não precisam de ter medidas certas entre

eles, sendo que á medida que for fazendo

circunferências aleatórias, garante sempre que a

mandala será diferente.

Passo 2 – Pontos e Linhas

De seguida com a régua trace uma linha horizontal pelo

centro da grelha. A partir desta linha com o transferidor

marque com um ponto os ângulos que irão definir

quantas pétalas terá a mandala 8, 12 etc…. Ter atenção

para marcar os pontos em ambos os hemisférios,

podendo um transferidor circular facilitar nesta tarefa.

Passo 3 – Diagonais

Com a régua trace as diagonais: certificar-se que passa

sempre pelo ponto central da mandala. A grelha está assim

pronta para receber a mandala.



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Passo 4 – Ao Centro

Iniciar a mandala é o primeiro passo para entrar neste mundo

encantado das mandalas, rapidamente somos absorvidos pelos

seus padrões. Inicie a mandala ao centro, mesmo que este fique

em branco.

Passo 5 – Por Camadas

Trabalhar por camadas torna a criação da mandala mais

fácil e simultaneamente mais precisa, O mais importante

nesta fase é divertir se e experimentar e experienciar a

mandala, podendo alternar em espessura de linha para

dar enfase a determinado segmento, ornamentar formas,

no fundo dar asas à criatividade…

Passo 6 – Continuando…

Continue a adicionar formas à mandala até preencher

o espaço desejado, rodando a página sempre que

necessário para dar uniformidade ao traço.



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Passo 8 – Diverte-te!

Rapidamente perceberá que o mais importante na

mandala não é o traço perfeito, mas sim o bem-estar e

a tranquilidade que todo o processo proporciona.

Nesta fase se estiver satisfeito com a mandala, refaz o

desenho com caneta e marcador dando enfase ás

partes a destacar, a ornamentar ou alterar algo que

não tenha resultado como pretendido, podendo até

acrescentar mais circunferências à mandala…



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Passo 9 – Parabéns! Responsabiliza-te!

Quando terminar a mandala há duas coisas muito importantes para dar a mandala como

concluída por completa:

Parabéns! Dê um passo atrás e deixe-se ser absorvido pela mandala, e congratule-

se por um trabalho bem feito, um momento bem passado e por um belo pedacinho de

si que ganhou forma no mundo real…

Responsabilize-se! Assine a mandala e coloque lhe data, se não quiser “perturbar” a

mandala assine e date no verso. Assinar a mandala é muitas vezes por um ponto final

num tema, ou questão que possa estar a inquietar. Por vezes iniciando uma mandala

sem razão aparente tranquiliza a mente, mas simultaneamente poderá trazer um tema

pertinente à luz, auxiliando das mais diversas formas para que com tranquilidade

possa surgir uma resolução. Assinar o seu pedacinho de si torna o ainda mais seu…



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Notas Finais

Chegando até aqui é sinónimo de que a mandala foi executada com sucesso, esperando que

tenha encontrado tranquilidade no processo! Criar mandalas é uma arte encantadora que

inicialmente parece algo de uma complexidade extrema, mas que na realidade é bastante

simples. O mais importante e que se divirta e descontraia…

Com tempo ganhamos mão,

com paciência ganhamos precisão – treina que isso passa!

Sü



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Sobre a Sü

Sofia Santos Cardoso, ou Simplesmente Sü, é Artista

Plástica e Terapeuta de Orientação que se dedica à arte da

transformação com um objetivo simples: Criar uma memória!

Acredita que quando criamos uma memória numa criança,

criamos um momento de felicidade - é a felicidade que

movimenta o sonho, e há sempre um sonho por de trás de

um sonho. Através de histórias e lendas de todo mundo

pretende apresentar às crianças novas culturas e novos

valores.

Cresceu em terras de Madiba, onde enraizou muitos valores

e muitas cores da terra, onde nasceu a sua paixão por contos

e lendas desde tenra idade. A partir do seu atelier em

Gondomar, transforma lixo em arte e ensina crianças desde

o pré-escolar a transformar lixo em instrumentos musicais, vincando que nada se perde, tudo

se transforma! Desta autora e contadora de histórias, nascem contos e lendas dos povos

mais diversos deste nosso Mundo Mágico e que leva em formato Oficina às escolas e

infantários locais.

“Mostrar que através da nossa imaginação nasce o sonho, a vontade e a

capacidade de criar, com cada conto fazemos um ponto. Com cada lenda

existe uma nova aprendizagem, uma nova etapa e uma nova história que

é também a nossa história…”

Sü

Contactos

Simply Sü - Mundo Mágico - www.simplysu.wixsite.com/mundomagico

Mundo Mágico on Facebook - www.facebook.com/simplysu.pt

Mundo Mágico - Chiado Kids - www.chiadobookskids.com/autores/su-cardoso

Sofia Santos Cardoso

Artista Plástica | Reiki Master and Teacher | ICC Certified Coach

E-mail: [email protected] | Telemóvel: 93 837 6306



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Bibliografia

Jung, C.G. (1968). Man and his Symbols. E.U.A: Dell Publishing.

Thames and Hudson. (1995). Sacred Symbols: Mandala. E.U.A: Thames and Hudson Ltd

Curry, N. and Kasser, T. (2005). Can Coloring Mandalas Reduce Anxiety? E.U.A: Art

Therapy: Journal of the American Art Therapy Assiciation, 22(2) pp. 81-85

Miller, D. (2005). Mandala Symbolism in Psychotherapy: The potencial utility of the LMT for

enchancing the idividuation process. E.U.A: The Journal os Transpersonal Psychology, 2005,

vol. 37, Nº. 2

Coloured Zentanlge by Sü

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