Olavo de Carvalho

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Biografia

O comunismo e suas variantes so alvos recorrentes das crticas filosficas de Olavo de Carvalho aqui o autor aparece sentado sobre uma esttua de Vladimir Lnin no Leste Europeu.Filho do Luiz Gonzaga de Carvalho e Nica Pimentel de Carvalho, nasceu em Campinas por onde viveu por volta de 1 ano e meio.7 casado com Roxane Andrade de Souza e pai de 8 filhos, dos quais um deles, Luiz Gonzaga de Carvalho Neto, atualmente segue a vocao do pai e promove cursos de filosofia.8Olavo de Carvalho chegou a ser na juventude um militante comunista.9 Colaborou no primeiro curso de extenso em astrologia na PUC de So Paulo, para os formandos em psicologia em 1979.10Seu primeiro livro foi lanado em 1980 e chama-se "A imagem do homem na astrologia". Em 1996, publicou o livro que o tornou conhecido, "O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras", no qual critica o meio cultural e intelectual brasileiro. Trabalhou em revistas e peridicos tais como Bravo!, Primeira Leitura, O Globo, poca, Zero Hora, Jornal do Brasil e Jornal da Tarde, tendo sido demitido destes cinco ltimos.11 12 13Olavo de Carvalho declarou em seu programa que em dezembro de 2009 recebeu do governo dos Estados Unidos o visto especial de residncia EB-1,14 o qual concedido a estrangeiros com "habilidade extraordinrias" na rea educacional, artstica, cientfica ou de negcios ou a "professores ou pesquisadores notveis". Esse visto d ao estrangeiro o direito de residncia permanente nos Estados Unidos.15Alm da manuteno peridica da pgina pessoal com novos artigos e ensaios, Carvalho ministra, com certa frequncia, cursos distncia de Histria da Filosofia e realiza palestras e conferncias, mantendo, desde 2006, um programa peridico de rdio em streaming pela internet, denominado True Outspeak, com participao do pblico por telefone, VOIP ou correio eletrnico, alm de ser o presidente do Inter-american Institute.16Oposio e crticasOlavo foi alvo de crticas em diversas ocasies, como por exemplo quando debateu com o ativista russo Aleksandr Dugin.17 18 Outros opositores foram Janer Cristaldo,19 jornalista e ex-colaborador de seu site Mdia Sem Mscara, e Rodrigo Constantino,20 21 economista e liberal, que afirma que "Olavo foi alado ao patamar de 'lder iluminado' por seus seguidores, e isso o cegou". Nessa lista poderia incluir-se tambm os jornalistas Mrio Augusto Jakobskind22 e Sebastio Nery,23 e o engenheiro Jos Colucci Jr.24Em virtude de crticas realizadas em seus artigos e talk show, Olavo foi acionado judicialmente em 2007 pelo professor aposentado de filosofia da Unicamp Joo Carlos Kfouri Quartim de Moraes,25 26 em conjunto com a Editora J.B. S/A e a Associao Comercial de So Paulo, por menes ao assassinato do oficial do exrcito norte-americano Charles Chandler em 1968.27 Em sentena de 28 de novembro de 2012 somente as empresas foram condenadas a indenizar Quartim por danos morais, constando ainda que Olavo deixou de fazer parte do processo, em virtude da desistncia posterior do autor do prosseguimento da ao com relao a ele, por este residir em local incerto. A deciso ainda no transitou em julgado.28CondecoraesOlavo de Carvalho recebeu os seguintes prmios e medalhas honorficas: Medalha do Pacificador (1999),29 Medalha Tiradentes (2012),30 Medalha do Mrito Santos-Dumont, distino honorfica da Ordem Nacional do Mrito da Romnia, Primeiro Prmio no concurso sobre Jos Ortega y Gasset (institudo pela embaixada do Reino da Espanha), Primeiro Prmio no concurso de ensaios sobre histria islmica (institudo pela Embaixada do Reino da Arbia Saudita).3O pensamento de Olavo de CarvalhoDe acordo com o prprio Olavo de Carvalho, a tnica de seu pensamento a "a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia 'cientfica'".1Os alvos de crticasEntre indivduos j criticados por Olavo esto Barack Obama,31 32 George Soros,33 Al Gore, Bill Clinton,34 Che Guevara,35 Leandro Konder,36 e Chico Buarque,37 38 alm de Marilena Chau39 e Emir Sader.40 Poderia-se citar ainda entidades como o Foro de So Paulo, o MST, o Partido dos Trabalhadores, da CNBB (como divulgadora nacional da teologia da libertao).Marxismo e CapitalismoOlavo afirma que o capitalismo foi criado por religiosos protestantes, baseados na ideia da prtica coletiva de valores cristos no comrcio.41Afirma tambm que o marxismo no surgiu de nenhum estudo econmico cientfico e que a maior parte da obra de Karl Marx, incluindo conceitos de luta de classes, revoluo, ditadura do proletariado, socializao dos meios de produo e misso da vanguarda revolucionria, j teria sido antecipada pelas mesmas doutrinas protestantes e reformistas. Afirma tambm que as ideias de Lnin e de Gramsci foram originadas por John Wyclif, John Huss, Thomas Mnzer, entre outros.42Globalismo e socialismoOlavo critica fortemente o chamado movimento globalista, que em sua viso no trata-se apenas da simples defesa de abertura de mercados, mas sim da "introduo de regulamentaes em escala mundial que transferem a soberania das naes para organismos internacionais", procurando o estabelecimento de uma "Nova Ordem Global". Tal ordem estaria associada uma "uniformizao econmica do planeta", e traria "no seu bojo as sementes de uma neo-religio hbrida, meio ecolgica, meio ocultista (...) e cuja implantao resulta pura e simplesmente na destruio completa do cristianismo e do judasmo". Os principais agentes do globalismo seriam as fundaes Ford, Rockefeller e, MacArthur, como tambm George Soros e seus associados, o Clube Bilderberg, o Council on Foreign Relations, a Comisso Trilateral, como tambm, politicamente, o "Partido Democrata, Dilogo Interamericano, os Clintons, os Kennedys e uma multido de Carters". Segundo Olavo esses chamados agentes globalistas financiam a esquerda latino-americana visando obter um "instrumento para enfraquecer a resistncia americana, facilitando a implantao do governo mundial que a ONU j declarou ser seu objetivo prioritrio para as prximas dcadas".43 44Afirma ainda que essa elite globalista nada tem a ver com o capitalismo liberal. "Ao contrrio: tudo fez para promover trs tipos de socialismo: o socialismo fabiano na Europa Ocidental e nos EUA, o socialismo marxista na URSS, na Europa Oriental e na China e o nacional-socialismo na Europa central. Gastou, nisso, rios de dinheiro. Criou o parque industrial sovitico no tempo de Stlin, a indstria blica do Fhrer e, mais recentemente, a potncia econmico-militar da China (...)".45Olavo aponta que o chamado socialismo fabiano ("terceira via, keynesianos, sociais-democratas"46 ) "distingue-se do marxista porque forma quadros de elite para influenciar as coisas desde cima em vez de organizar movimentos de massa. Seu momento de glria veio com a administrao keynesiana de Roosevelt, que, a pretexto de salvar o capitalismo, estrangulou a liberdade de mercado e criou uma burocracia estatal infestada de comunistas (...). No poder, os fabianos do uma maquiada na economia capitalista enquanto fomentam por canais aparentemente neutros a disseminao de idias socialistas, promovem a intromisso da burocracia em todos os setores da vida (no necessariamente os econmicos) e subsidiam a recuperao do socialismo revolucionrio. Quando este est de novo pronto para a briga, (...) novamente eles fingiro salvar a ptria enquanto salvam, por baixo do pano, o socialismo".47 "O fabianismo nunca foi inimigo do socialismo marxista: adora-o e cultiva-o, porque a economia marxista, incapaz de progresso tecnolgico, lhe garante mercados cativos, e tambm porque sempre considerou o comunismo um instrumento da sua estratgia global. Os comunistas, claro, respondem na mesma moeda, tentando usar o socialismo fabiano para seus prprios fins e infiltrando-se em todos os partidos socialistas democrticos do Ocidente".45Com essa linha de raciocnio, afirma que a Guerra Fria "foi, em grande parte, puro fingimento: a elite Ocidental concorria com o comunismo sem nada fazer para destru-lo. Ao contrrio, ajudava-o substancialmente. (...) A concorrncia entre capitalismo e socialismo foi um vu ideolgico para uso das multides, mas a luta entre Oriente e Ocidente para valer".45Nesse sentido Olavo enxerga como atuantes trs grandes "projetos de dominao global":48 alm do movimento acima mencionado (globalismo stricto sensu ou ocidental), estariam em ao os "globalistas islmicos" que visariam a unificao de Estados muulmanos em um "grande projeto do Califado Universal", como tambm um bloco "russo-chins" cuja classe dominante seria oriunda da "Nomenklatura comunista" e composta "essencialmente de burocratas, agentes dos servios de inteligncia e oficiais militares", classe essa que, uma vez que teria admitido "a derrota do comunismo, (...) reagiu e criou do nada uma nova estratgia independente, o eurasianismo, mais hostil a todo o Ocidente do que o comunismo jamais foi".45Direita ideolgicaOlavo define o conservadorismo como a "poltica que se constitui da sntese inseparvel de economia de livre mercado, democracia parlamentar, lei e ordem, moral judaico-crist e predomnio da cultura clssica na educao".49Ainda afirma que " uma farsa monstruosa situar nazismo e fascismo na extrema-direita, subentendendo que a democracia liberal est no centro, mais prxima do socialismo. Ao contrrio: o que h de mais radicalmente oposto ao socialismo a democracia liberal. Esta a nica verdadeira direita. mesmo a extrema direita: a nica que assume o compromisso sagrado de jamais se acumpliciar com o socialismo. Nazismo e fascismo no so extrema-direita, pela simples razo de que no so direita nenhuma: so o maldito centro, so o meio-caminho andado, so o abre-alas do sangrento carnaval socialista".50Sobre o golpe militar de 1964, Olavo afirma que os militares "no eram conservadores de maneira alguma, eram indivduos formados na tradio positivista forte nos meios militares at hoje que abomina o livre movimento das idias na sociedade e acredita que o melhor governo possvel uma ditadura tecnocrtica". "O positivismo nada tem de conservador: , com o marxismo, uma das duas alas principais do movimento revolucionrio. Compartilha com sua irm inimiga a crena de que cabe elite governante remoldar a sociedade de alto a baixo, falando em nome do povo para que o povo no possa falar em seu prprio nome".51 "E, na concorrncia de poder e prestgio, eles eliminaram alguns polticos de direita da mais alta qualidade, como Carlos Lacerda. A Arena era ideologicamente incua. De l para c, a classe poltica, que era de maioria direitista, acabou sendo marginalizada e deixando um espao vazio. Esse espao foi preenchido pelos polticos de esquerda que voltavam do exlio. Quando veio a Constituio de 1988, a esquerda j era praticamente hegemnica".52Nesse mesmo sentido, diz que o governo militar "se ocupou de combater a guerrilha, mas no de combater o comunismo na esfera cultural, social e moral. Havia a famosa teoria da panela de presso, do general Golbery do Couto e Silva. Ele dizia: 'No podemos tampar todos os buraquinhos e fazer presso, porque seno ela estoura'. A vlvula que eles deixaram para a esquerda foram as universidades e o aparato cultural. Na mesma poca, uma parte da esquerda foi para a guerrilha, mas a maior parte dela se encaixou no esquema pregado por Antonio Gramsci, que a revoluo cultural, a penetrao lenta e gradual em todas as instituies de cultura, mdia etc". "O perodo militar foi a poca de maior progresso da indstria editorial de esquerda no Brasil. Nunca se publicou tanto livro de esquerda".52Segundo ele "o povo brasileiro profundamente conservador. Sobretudo no aspecto social. maciamente contra o aborto, o feminismo radical, as quotas raciais, o gayzismo organizado. No entanto, no h poltico que fale em nome do povo". "O Brasil no tem uma direita h muito tempo. Nas ltimas eleies presidenciais, os discursos de todos os candidatos eram semelhantes. O Partido Democratas foi inspirado na esquerda norte-americana. Portanto, no pode ser considerado exemplo de partido conservador".53 Acrescenta que "o PSDB que no [de direita]. O PSDB um partido da Internacional Socialista que est comprometido com o globalismo de esquerda, com todos esses valores politicamente corretos. a direita da esquerda. No Brasil, infelizmente, a poltica ficou reduzida a isso: uma luta entre a esquerda da esquerda e a direita da esquerda. Quem conservador mesmo no se deixa enganar por PSDB".54Olavo tambm crtico do liberalismo. "O conservadorismo a arte de expandir e fortalecer a aplicao dos princpios morais e humanitrios tradicionais por meio dos recursos formidveis criados pela economia de mercado. O liberalismo a firme deciso de submeter tudo aos critrios do mercado, inclusive os valores morais e humanitrios. O conservadorismo a civilizao judaico-crist elevada potncia da grande economia capitalista consolidada em Estado de direito. O liberalismo um momento do processo revolucionrio que, por meio do capitalismo, acaba dissolvendo no mercado a herana da civilizao judaico-crist e o Estado de direito".55CinciaOlavo criticou fortemente a figura de Isaac Newton, vendo-o como uma fonte de "uma burrice formidvel", e procurou refutar aspectos da mecnica newtoniana com argumentos filosficos.56 Segundo ele, ainda, "a cincia de Galileu e Newton fazia pouco caso da observao da natureza, preferindo a construo de modelos matemticos sem equivalncia na realidade sensvel".57Acrescenta, ainda, que "um fundo de charlatanismo parece j ter sido introduzido na fsica por Galileu, quando proclamou ter superado a noo da cincia antiga, segundo a qual um objeto no impelido por uma fora externa permanece parado uma iluso dos sentidos, segundo ele. Na realidade, pontificava, um objeto em tais condies, permanece parado ou em movimento retilneo e uniforme. E, aps ter assim derrubado a fsica antiga, esclarecia discretamente que o movimento retilneo e uniforme no existe realmente, mas uma fico concebida pela mente para facilitar as medies. Ora, se o objeto no movido de fora permanece parado ou tem um movimento fictcio, isto significa, rigorosamente, que ele permanece parado em todos os casos, exatamente como o dizia a fsica antiga, e que Galileu, mediante um novo sistema de medies, conseguiu apenas explicar por que ele permanece parado. Ou seja, Galileu no contestou a fsica antiga, apenas inventou um modo melhor de provar que ela tinha razo, e que o testemunho dos sentidos, sendo verdico o bastante, no tem em si a prova da sua veracidade coisa que j era arroz-com-feijo desde o tempo de Aristteles. Foi este episdio que inaugurou a mania dos cientistas modernos de tomarem simples mudanas de mtodos como se fossem provas de uma nova constituio da realidade".58Olavo defende que a Inquisio no promoveu um atraso no desenvolvimento cientfico. "Basta examinar o Index Librorum Prohibitorum para verificar que nele no consta nenhuma das obras de Coprnico, Kepler, Newton, Descartes, Galileu, Bacon, Harvey e tutti quanti. A Inquisio examinava apenas livros de interesse teolgico direto, que nada poderiam acrescentar ao desenvolvimento da cincia moderna". O processo de Galileu teria sido uma "farsa concebida pelo Papa, padrinho de Galileu, para que seu protegido se livrasse de um grupo de inquisidores fanticos mediante uma simples declarao oral sem efeitos prticos, aps a qual ele pde continuar divulgando suas idias sem que ningum voltasse a incomod-lo". "Giordano Bruno no fez nenhuma descoberta (...). Nem sequer estudou as cincias modernas, fsica, astronomia, biologia ou matemtica. Ele no foi condenado por defender teorias cientficas, mas por prtica de feitiaria, que na poca era crime".58Olavo ope-se a astrnomos e cientistas em geral que recusam a possibilidade da astrologia de tornar-se um ramo de estudo cientfico, vendo isto como uma postura partidria. "Existe uma correspondncia estrutural entre a figura dos astros no cu na hora do nascimento e o carter do indivduo. Isso comprovvel".59Ele tambm faz crticas ao heliocentrismo e teoria da relatividade. Na viso do autor, o heliocentrismo no uma teoria cientfica superior ao geocentrismo: "No confronto entre geocentrismo e heliocentrismo no existe nenhuma prova definitiva de um lado nem do outro". A experincia de Michelson-Morley, na viso de Olavo, no trata-se de um forte indcio da constncia da velocidade da luz, e sim de uma evidncia em favor do geocentrismo: estando a Terra parada em relao ao ter, no seria esperada variao na velocidade da luz. A teoria da Relatividade seria uma teoria com "noes estranhas" e que "nunca foram provadas", mas "intelectualmente elegantes", feita justamente para "salvar as aparncias" do heliocentrismo. "O cidado chamado Albert Einstein achou que era prefervel modificar a fsica inteira s para no admitir que no havia provas do heliocentrismo".60Outro alvo de crtica o darwinismo. Segundo Olavo, "tudo o que ele [Darwin] fez foi arriscar uma nova explicao para essa teoria [teoria da evoluo] e a explicao estava errada. Ningum mais, entre os autoproclamados discpulos de Darwin, acredita em 'seleo natural'. A teoria da moda, o chamado 'neodarwinismo', proclama que, em vez de uma seleo misteriosamente orientada ao melhoramento das espcies, tudo o que houve foram mudanas aleatrias. (...) O 'design inteligente' no apenas um complemento final da teoria darwinista, mas a sua premissa fundamental, espalhada discretamente por todo edifcio argumentativo de A Origem das Espcies". Adiciona, ainda, que "o darwinismo genocida em si mesmo, desde a sua prpria raiz. Ele no teve de ser deformado por discpulos infiis para tornar-se algo que no era".61Tambm crtico do trabalho de Georg Cantor a respeito de nmeros transfinitos, acusando-o de confundir "nmeros com seus meros signos", vendo seu trabalho como um "jogo de palavras" e uma "falsa lgica".58 62Quanto resistncia que suas idias sofreram dentro da comunidade cientfica, chegou a afirmar: "No conheo fanticos mais irracionais do que os adeptos de teorias cientficas".63