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Olga Roriz Olga Roriz nasceu a 8 de Agosto de 1955 em Viana do Castelo. Cedo veio para Lisboa onde iniciou os estudos de dança na Escola do Teatro Nacional de S. Carlos, com Ana Ivanova. Com 18 anos de idade completou o curso da Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa. Em 1976 ingressou no elenco do Ballet Gulbenkian dirigido por Jorge Salavisa, onde permaneceu até 1992.

Olga Roriz

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Olga Roriz  

Olga Roriz nasceu a 8 de Agosto de 1955 em Viana do Castelo. Cedo veio para Lisboa onde iniciou os estudos de dança na Escola do Teatro Nacional de S. Carlos, com Ana Ivanova. Com 18 anos de idade completou o curso da Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa. Em 1976 ingressou no elenco do Ballet Gulbenkian dirigido por Jorge Salavisa, onde permaneceu até 1992. 

Iniciou o seu trabalho coreográfico nesta Companhia, para a qual criou mais de 20 obras, algumas das quais de reconhecido sucesso nacional e internacional, tanto pela crítica como pelo público. Internacionalmente os seus trabalhos têm sido apresentados nas mais importantes

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cidades europeias, bem como em Nova Iorque, Brasil, Senegal e Egipto. Alguns deles foram gravados pela RTP.

Como coreógrafa tem sido convidada a trabalhar com agrupamentos como a Companhia Nacional de Bailado, Dança Grupo e Companhia de Dança Contemporânea em Portugal; Ballet Teatro Guaira, no Brasil; Ballets de Monte Carlo, no Mónaco; Compañia Nacional de Danza, em Espanha; English National Ballet, no Reino Unido, Reportory American Ballet, nos EUA, e Maggio Danza di Firenze, em Itália. 

Criou, ainda, 5 espectáculos a solo apresentados nos festivais Encontros ACARTE, Eurodanse, Mulhouse, Le Triangle, Rennes, e Danse à Aix. 

Tem trabalhado regularmente em ópera e teatro, colaborando com encenadores como João Perry, Ricardo Pais, Claude Lulé, João Lourenço, Carlos Avilez, Silvio Porcaretti, Adriano Luz e Manuel Coelho.

Entre Maio de 1992 e Outubro de 1994 foi Directora Artística da Companhia de Dança de Lisboa. 

Em Fevereiro de 1995 fundou a Companhia Olga Roriz. 

Em 1997 encenou para o Teatro Nacional de S. Carlos a ópera Perséphone de Igor Stravinsky, e em Janeiro de 1999, para o Teatro Plástico, estreou-se em encenação para teatro na peça Crimes Exemplares de Max Aub, onde assinou também a dramaturgia e uma nova versão do texto.

Lecciona regularmente na Escola de Dança do Conservatório Nacional.

A infância de Olga Roriz

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    Olga Roriz nasceu, numa maternidade situada no Monte

de Santa Luzia.Viana do Castelo é a terra de sua mãe, embora parte da

família paterna também se encontrasse lá porque o pai, José Sequeira, foi um dos fundadores dos estaleiros navais de Viana. O núcleo familiar era constituído por outra criança. Maria José, a irmã mais velha de Olga, com sete anos de diferença.

Frequentou com dois anos um jardim de infância, dirigido por uma senhora que, para além de ter um curso de educadora infantil, tirado na Suíça, tinha conhecimentos noutras vertentes pedagógicas e psicológicas, tendo a possibilidade de ajudar os pais a determinar quais as inclinações das crianças, tanto a nível criativo como comportamental. Desde cedo, a educadora disse que Olga Roriz tinha talento para a dança, pois gostava muito de se dedicar a esta actividade e de fazer dela um momento de exposição.

Olga Roriz tem memória desta educadora contar que, muitas vezes, dizia: "meninos, se se portarem bem, depois a Olguinha dança".

Com este aconselhamento, a mãe achou prudente não deixar passar em branco o talento da sua filha mais nova, tal como havia sucedido com ela. Deste modo, impôs-se uma separação da família. A mãe com as duas filhas veio para Lisboa enquanto o pai permaneceu em Viana, porque lhe era impossível sair dos estaleiros. Assim, o seu pai vinha todos os fins-de-semana a Lisboa visitá-las.

Começou por frequentar o Colégio Príncipe Carlos e Princesa Ana (frequentado agora pela sua filha mais nova), onde tinha uma professora de ballet – Georgina Villas Boas.

No entanto, impunha-se frequentar uma verdadeira escola de ballet. Assim, entrou na escola de Margarida de Abreu com seis anos de idade. Mas, esta impulsionadora do bailado em Portugal, achou que Olga Roriz deveria frequentar uma escola oficial e sugeriu que a matriculassem na escola do

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Teatro Nacional de S. Carlos, a única escola oficial que havia na altura.

Obra

 

Alguns destaques:

  No Ballet Gulbenkian:Três Canções de Nina Hagen, Terra do Norte, Espaço Vazio, Treze Gestos de um Corpo e Isolda;

Na Companhia de Dança de Lisboa:Cenas de Caça, Introdução ao Princípio das Coisas, Finis Terra e Cold Hands;

Na Companhia Olga Roriz:Propriedade Privada, Start and Stop Again, Anjos, Arcanjos, Serafins, Querobins... e Potestades e Propriedade Pública;

 

espectáculos produzidos

    1993-  "Cold Hands" 1994-  "Cenas de Caça"             "Introdução ao Princípio das Coisas" 1995-  "Finis Terra"             "Propriedade Privada" 1996-  "Start  and  Stop  Again"  1998-  "Anjos, Arcanjos, Serafins, Querubins,             ... e Potestades"           "Propriedade Pública" 2000-  "Os olhos de Gulay Cabbar" 

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2001-  "Código md8" 2002-  "Não Destruam os Mal-Me-Queres"

Obras criadas de 1978 a 2002

 

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1978- QUE LOUCOS QUE SOMOS! TU NÃO ÉS?1979- INVISIVEIS LIMITES1980- DUAS VOZES1981-ABSTRAÇÕES1982- ENCONTROS1983- LÁGRIMA / SONATINA Nº11984- O LIVRO DOS SERES IMAGINÁRIOS / TRÊS CANÇÕES DE       NINA HAGEN / INCERTO-EXACTO / CADÊNCIA1985- TERRA DO NORTE / AS TROIANAS1986- ESPAÇO VAZIO / TERRA DE NINGUÉM1987- TREZE GESTOS DE UM CORPO / CASTA DIVA / VIOLONCELO NÃO ACOMPANHADO EM SUITE DE LUXO1988- PRESLEY AO PIANO / "1988"(Solo) / AFTER DE PARTY1989- TRAIÇÃO OPUS 27 DE GIULIETA GUICCIARDI / ISOLDA / IDMEN B / TRAVESSIA / JARDIM DE INVERNO(Solo)1990- CAVALEIROS DA NOITE / PASSAGENS / INFRACÇÕES (Solo) / SITUAÇÕES GOLDBERG (Solo)1991- DUELO / PASSAGENS II / SETE SILÊNCIOS DE SALOMÉ1992- CASTA DIVA(Solo-RTP) / CENAS DE CAÇA1993- INTRODUÇÃO AO PRINCÍPIO DAS COISAS1994- FINISTERRA / COLD HANDS1996- PROPRIEDADE PRIVADA / CENAS DE CAÇA II1997- START AND STOP AGAIN1998- ANJOS, ARCANJOS, SERAFINS, QUERUBINS,…E POTESTADES  / PROPRIEDADE PÚBLICA2000- F.I.M. / OS OLHOS DE GULAY CABBAR(Solo)2001- CÓDIGO MD82002- NÃO DESTRUAM OS MAL-ME-QUERES / STAND BY

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Encenações

    1997- ÓPERA PERSEPHONE de Igor Stravinsky1999- CRIMES EXEMPLARES de Max Aub

Movimento para Teatro  TEATRO DE ENORMIDADES APENAS CRIVEIS À LUZ ELÉCTRICA /AMOR DE PERDIÇÃO- Ricardo PaisHORÁCIOS E COREÁCEOS- João PerryTU E EU/ROMEU E JULIETA/ÓPERA DOS TRÊS VINTÉNS/MÃE CORAGEM- João Lourenço, Teatro AbertoHAMLET/RICARDO II/O CRIME DA ALDEIA VELHA/MAÇON- Carlos Avilez, Teatro Nac. D. Maria IICRISTOPHER COLOMB- Claude LuléA TEMPESTADE- Silvio PorcarettiEDMUND- Adriano LuzO PODER DA GORGONE- Manuel CoelhoO MERLIM- João Brites, Teatro O BandoESCADAS TORTAS SEM CORRIMÃO (mov. e interpretação)- Carlos GomesABAIXO DA CINTURA- Paulo Filipe MonteiroVERTIGEM- João Brites, Teatro O BandoALMA-GRANDE- João Brites, Teatro O Bando

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Olga Roriz

  poema

 

DESLIZAR o tempo sobre o tempo... DESCALÇAR os pés sobre um chão mole...PROCURAR um fim qualquer...DORMIR sobre os diamantes...SONHAR com as palavras sem sentido...ENCONTRAR um olhar distante com um ouvido atento...DIZER o que se quer, para que fique dito para sempre...SABER que ontem já passou e amanhã ainda está para vir...REPOUSAR sobre a vida das flores e o voo nupcial...DESCOBRIR que há dois tipos de pessoas, os narcisos e os gladíolos...ACREDITAR nos buracos de vermes...ANDAR para que a calma restabeleça a ordem dos sentidos...TRAZER tudo o que até agora se guardou...DEVOLVER as cores às noites sem fim...CORRER com uma mão livre e um livro debaixo do braço...APRENDER com as crianças que o tempo é subjectivo...VER a história de cada um de nós esvair-se como se fosse uma ampulheta...PROCURAR um fim qualquer... NÃO DESLIZAR o tempo sobre o tempo...NÃO DESCALÇAR os pés sobre um chão mole...

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NÃO PROCURAR um fim qualquer...NÃO DORMIR sobre os diamantes...NÃO SONHAR com as palavras sem sentido...NÃO ENCONTRAR um olhar distante com um ouvido atento...NÃO DIZER o que se quer, para que fique dito para sempre...NÃO SABER que ontem já passou e amanhã ainda está para vir...NÃO REPOUSAR sobre a vida das flores e o voo nupcial...NÃO DESCOBRIR que há dois tipos de pessoas, os narcisos e os gladíolos...NÃO ACREDITAR nos buracos de vermes...NÃO ANDAR para que a calma restabeleça a ordem dos sentidos...NÃO TRAZER tudo o que até agora se guardou...NÃO DEVOLVER as cores às noites sem fim...NÃO CORRER com uma mão livre e um livro debaixo do braço...NÃO APRENDER com as crianças que o tempo é subjectivo...NÃO VER a história de cada um de nós esvair-se como se fosse uma ampulheta...NÃO PROCURAR um fim qualquer...  CORTAR a meta...CORRER o risco...CHEIRAR a coca...RASGAR a pele...QUERER amar...CRIAR o espaço...VOLTAR a vê-lo...PEDIR de vida...ESTENDER os olhos...FECHAR os olhos...TROCAR as voltas...DIZER que não...ABRIR a porta...FICAR sozinho...SOLTAR o filho...IR ao acaso...MATAR o tempo...LER-lhe nos olhos...DEIXAR passar...TER para dizer...LEVAR consigo...SABER guardar...GOSTAR de rir...PODER fugir...

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ESQUECER o fim...CONTAR a história...PERDER o rumo...OUVIR falar...ACRESCENTAR...                                          9 de Junho 97                                               Olga Roriz 

 

Prémios

    Distinguida com:

*1º Prémio Coreográfico do Concurso de Dança de Osaka, Japão, em 1987;

* Prémio ''The Best Choreography of the Year'' da revista londrina ''Time Out'' em 1991;

*2º Prémio no Festival Internacional de Dança Suzanne Dellal, Tel Aviv, em 1994;

* vários prémios em Portugal  Os Olhos de Gulay Cabbar

http://www.olgaroriz.com/conteudos/novo_index.html

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