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6/25/10 1 ONDAS INFLUENCIADAS PELA ROTAÇÃO DA TERRA 1. Ondas influenciadas pela rotação da Terra 1. Ondas de Rossby 2. Ondas de Kelvin DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 8 CONTEÚDO DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 8 As correntes oceânicas, geostróficas e dirigidas pelo vento, estão em estado quase estacionário. Elas apresentam poucas variações de velocidade, como se fossem um fluxo quase constante. Por isso, nesses movimentos os termos de aceleração foram desprezados nas equações do movimento. Embebidas nessas correntes acontecem movimentos acelerados, que podem ser vistos como perturbações ou instabilidades do estado de equilíbrio dessas correntes. Esses movimentos acelerados são as ondas. ONDAS INFLUENCIADAS POR F DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 8 Ondas de diversos comprimentos e períodos ocorrem, desde aquelas vistas na praia, as quais tem período de alguns segundos e comprimento de poucos metros ou centímetros, ate ondas muito longas, cujo período é maior que o período inercial. As ondas que vemos na praia são ondas geradas pelo vento e denominadas de ondas de gravidade, pois o mecanismo restaurador da onda é a força peso. Nesse caso, a perturbação causada pelo vento deforma a superfície do mar e a força peso atua no sentido de trazer a superfície da água ao seu estado de repouso, ou seja, restaurar a superfície ao seu estado de equilíbrio. A trajetória descrita pelas partículas ao passar da onda ocorre no plano vertical. Estas ondas não são influenciadas pela rotação da Terra, pois o movimento das partículas é muito pequeno para que a força de Coriolis atue sobre elas. ONDAS INFLUENCIADAS POR F Approximate distribution of ocean surface wave energy (after Kinsman 1965)

ONDAS INFLUENCIADAS PELA ROTAÇÃO DA TERRA

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Aulas do prof. Dr. Renato Ghisolfi.1. Ondas de Rossby2. Ondas de KelvinDiagrama Hovmöller

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ONDAS  INFLUENCIADAS  PELA  ROTAÇÃO  DA  TERRA  

1.  Ondas  influenciadas  pela  rotação  da  Terra  1.  Ondas  de  Rossby  2.  Ondas  de  Kelvin  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

CONTEÚDO

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

As correntes oceânicas, geostróficas e dirigidas pelo vento, estão em estado quase estacionário. Elas apresentam poucas variações de velocidade, como se fossem um fluxo quase constante.

Por isso, nesses movimentos os termos de aceleração foram desprezados nas equações do movimento.

Embebidas nessas correntes acontecem movimentos acelerados, que podem ser vistos como perturbações ou instabilidades do estado de equilíbrio dessas correntes. Esses movimentos acelerados são as ondas.

ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

Ondas de diversos comprimentos e períodos ocorrem, desde aquelas vistas na praia, as quais tem período de alguns segundos e comprimento de poucos metros ou centímetros, ate ondas muito longas, cujo período é maior que o período inercial.

As ondas que vemos na praia são ondas geradas pelo vento e denominadas de ondas de gravidade, pois o mecanismo restaurador da onda é a força peso. Nesse caso, a perturbação causada pelo vento deforma a superfície do mar e a força peso atua no sentido de trazer a superfície da água ao seu estado de repouso, ou seja, restaurar a superfície ao seu estado de equilíbrio. A trajetória descrita pelas partículas ao passar da onda ocorre no plano vertical.

Estas ondas não são influenciadas pela rotação da Terra, pois o movimento das partículas é muito pequeno para que a força de Coriolis atue sobre elas.

ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F  

Approximate distribution of ocean surface wave energy (after Kinsman 1965)

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

No entanto, as ondas cujo período é igual ou maior que o período inercial são extremamente longas, longas o suficiente para serem influenciadas pela rotação.

Neste caso, a trajetória das partículas, ao passar da onda, deixa de ocorrer no plano vertical pois adquire uma componente horizontal devido ao efeito de Coriolis.

Nestas ondas as partículas descrevem uma elipse inclinada, pois além da forca peso existe a força de Coriolis atuando.

Estas ondas são ondas de gravidade influenciadas pela rotação, conhecidas como ondas de Poincaré ou ondas giroscopicas.

ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F  

Nos  capítulos  anteriores  foram  considerados  os  movimentos  que  ocorrem  essencialmente  na  horizontal,  desprezando  a  componente  horizontal  do  movimento,  que  agora  passa  a  ser  considerada.    

A  componente  verFcal  do  movimento  surge  por  causa  das  ondas.  Dissemos  que  o  movimento  podia  ser  dividido  em  media  +  desvios  da  media  e  parametrizamos  o  efeito  dos  desvios,  obtendo  equações  que  representam  o  movimento  médio,  o  qual  é  estacionário.    

 Estavamos  modelando  apenas  o  campo  médio  de    correntes,  que  está  em  equilíbrio  hidrostáFco.    

Agora,no  estudo  de  ondas,  a  aceleração  local  passa  a  ser  importante,  pois  as  oscilações  da  superfcie  causam  movimentos  locais  acelerados.    

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

Fluido incompressível e homogêneo; Dissipação pelo atrito é desprezada.

Termos advectivos Caráter não-linear.

EQUAÇÕES  DAS  ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F  DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÕES  LINEARES  DAS  ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÕES  LINEARES  DAS  ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F      RESOLUÇÃO  DO  PROBLEMA.  

As  ondas  são  uma  perturbação  sobre  o  estado  de  repouso  do  mar  (equilíbrio  hidrostáFco),  por  isto  diz-­‐se  que  existe  um  estado  de  repouso,  que  é  chamado  de  estado  básico,  mais  as  perturbações  sobre  este  estado.    

Assim  cada  variável  é  separada  em  estado  básico  +  a  perturbação  sobre  o  estado  básico.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÕES  LINEARES  DAS  ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F      RESOLUÇÃO  DO  PROBLEMA.  

No  estado  básico  uo=vo=wo=  0  e  o  equilíbrio  em  z    é  hidrostáFco.    O  Resultado  é:  

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÕES  LINEARES  DAS  ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F      ESQUEMA  DO  PROBLEMA.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÕES  LINEARES  DAS  ONDAS  INFLUENCIADAS  POR  F      RESOLUÇÃO  DO  PROBLEMA.  

As  perturbações  de  pressão  p”  são  proporcionais  às  oscilações  η.  

As  oscilações  η  variam  horizontalmente  e  temporalmente:      η  =  η(x,y,t)  

A  topografia  de  fundo  e  a  altura  de  nível  de  repouso  variam  apenas  espacialmente  e  são  independentes  do  tempo:  

   Ho=Ho(x,y)  e  hf=hf(x,y)  

Oceano  é  homogêneo.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

ONDAS  DO  MOVIMENTO  GLOBAL  

1.  Esse  estudo  é  direcionado  para  ondas  muito  longas,  ditas  ondas  planetárias;  

2.  Foca-­‐se  apenas  na  componente  barotrópica  dessas  ondas.  1.  ÚFl  integrar  as  equações  verFcalmente,  e  analisar  o  movimento  

da  coluna  d’água  como  um  todo.    

3.  Estudo  é  dito  "estudo  do  movimento  global",  contrariamente  ao  estudo  local,  que  foca  em  movimentos  de  menor  escala.    

 Assumindo  que  o  efeito  do  atrito  é  desprezível,  fazendo  com    que  não  ocorra  decaimento  do  movimento  ao  longo  da  coluna    d’água,  ou  seja  que  a  velocidade  não  varia  verFcalmente.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÃO  DA  CONTINUIDADE  INTEGRADA  VERTICALMENTE  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÃO  DA  CONTINUIDADE  INTEGRADA  VERTICALMENTE  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÕES  INTEGRADAS  VERTICALMENTE  

Pois H= Ho+η-bf

Quando integradas verticalmente.

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

CONJUNTO  DE  EQUAÇÕES  A  SER  RESOLVIDO.  

onde É o Jacobiano de H e η

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

SOLUÇÃO  DA  EQUAÇÃO  

A equação acima é parcial homegênea que não é fácil de ser resolvida.

Como o estudo é voltado para ondas, pode-se assumir que Η tenha um comportamento de onda, isto é, tendo amplitude e fase com solução oscilatória e periódica, na forma de:

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

SOLUÇÃO  DA  EQUAÇÃO  

k  e  l  são  os  número  de  onda  na  direção  x  e  y,  respecFvamente,  ou  k  e  l  são  as  componentes  do  vetor  número  de  onda  K;  ω  é  a  frequência  da  

SubsFtuindo-­‐se  a  solução  na  equação  anterior,  obtém-­‐se  uma  equação  que  relaciona  a  frequência  com  o  comprimento  da    onda:  

A  equação  mostra  que  a  onda  pode  se  propagar  em  qualquer  direção  horizontal  e  possui  ω  >  f.  

ONDAS  DE  POINCARÉ,  OU  ONDAS  DE  SVERDRUP  OU  ONDAS  DE  GRAVIDADE    INFLUENCIADAS  PELA  ROTAÇÃO.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

PROPRIEDADES  DA  RELAÇÃO  DE  DISPERSÃO  

1.  Ondas  são  dispersivas,  exceto  quando  ω  >>  f.  Neste  caso,  a  propagação  da  fase    é:    

Plot  da  relação  de  dispersão  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

ÓRBITA  DA  PARTÍCULA  

Como  a  relação  de  dispersão  é  simétrica  com  respeito  a  k  e  l,  pode-­‐se    assumir  l=0  para  convenientemente  encontrar  a  órbita  da  parqcula.  

Nesse  caso,  as  componentes  de  velocidade  são:  

       Para  encontrar  a  órbita  é  só  considerar  x=0              e  considerar  3  valores  diferentes          para  ωt  =  0,  π/2  e  π.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

ÓRBITA  DA  PARTÍCULA  

A  figura  mostra  que  o  vetor  velocidade  roda  no  senFdo  horário  (HN)  de  forma  elípFca;  

A  elipse  ocorreu  em  função  da  presença  do  parâmetro  de  Coriolis.    

   Parqculas  são  constantemente  defleFdas  para  a  direita  no  HN,  resultando  em  órbitas  elípFcas;  

   As  elipses  possuem  um  eixo  de  rotação  ω/f  e  o  eixo  maior  é  orientado  na  direção  da  propagação  da  onda.  As  elipses  se  tornam  cada  vez  mais  estreitas  conforme  ω/f  aumenta,  se  aproximando  de  órbitas  reFlíneas  das  ondas  de  gravidade  não  influenciadas  pela  rotação.    No  entanto,  a  elevação  da  superucie  em  uma  onda  de  gravidade  rotacional  não  difere  de  uma  onda  de  gravidade  ordinária:  oscilatória  na  direção  da  propagação  e  invariante  na  direção  paerpendicular.  

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

ONDAS  INERCIAIS  

No  limite  quando    ω    f  :  

   trajetória  das  parqculas  é  circular;  

   K    0.  

   Já  estudado.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  DE  KELVIN  

A  onda  está  se  propagando  para  dentro  do  painel,  ao  longo  da  direção  x.  No  painel  da  esquerda  a  velocidade  é  para  dentro  e  no  da  direita  a  velocidade  é  para  fora  do  painel.    

A  velocidade  v  é  nula  na  parede  e  analisa-­‐se  a  possibilidade  dela  ser  nula  em  toda  a  região.  

•  Balanço  da  velocidade  requer  que:      

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  DE  KELVIN  Se  a  parede  da  figura  anterior  for  extendida  ao  infinito    onda  de  

gravidade  “presa”  à  costa.  

Uma  onda  de  gravidade  trapeada  à  costa  com  velocidade  perpendicular  nula  em  todo  o  local  é  denominada  de      ONDA  DE  KELVIN.  

A  onda  de  Kelvin  somente  se  propaga  de  forma  que  a  costa  esteja  a  sua  direita/esquerda  (HN/HS)  

A  relação  de  dispersão  para  a  onda  de  Kelvin  será  

de  modo  que  a  onda  é  não  dispersiva  e  se  propaga  com  velocidade  

A  ONDA  SE  PROPAGA  DA  MESMA  FORMA  QUE  UMA  ONDA  DE  GRAVIDADE  NÃO  ROTACIONAL  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  DE  KELVIN  –  ESTRUTURA  TRANSVERSA  

A  elevação  da  superucie    e  o  campo  de  velocidade  para  a  onda  de  Kelvin  será  da  forma:  

A  escala  de  decaimento  transversal  da  onda  de  Kelvin  é:  

Que  é  o  Raio  de  deformação  de  Rossby.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  DE  KELVIN  –  ESTIMATIVA  DE  Λ  

H  =  5000  m;  f  =  10-­‐4  s-­‐1  

C2  =  gH  =  220  m/s    Λ  =  c/f  =  2200  km.  

As  marés  são  forçadas  por  mudanças  periódicas  na  atração  gravitacional  da  Lua  e  do  Sol.  A  componente  M2  é  uma  onda  que  se  propaga  na  costa  como  uma  onda  de  Kelvin  de  frequencia  semidiurna.  

Essas  ondas  se  propagam  ao  longo  das  bacias  oceanicas  e  provocam  flutuações  no  nível  do  mar  nas  estações  costeiras.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  INTERNA  DE  KELVIN  

Como  existe  uma  onda  superficial  “externa”  de  Kelvin,  há  também  Onda  Interna  de  Kelvin.  

A  onda  interna  de  Kelvin  ocorre  na  interface  entre  dois  fluidos  de  densidade  diferente.    

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  INTERNA  DE  KELVIN  

Se  a  camada  inferior  for  profunda,  então  a  velocidade  de  propagação  será        c2  =  g’H  

Onde  H  é  a  espessura  e  g’  a  gravidade  reduzida.  

Se  o  meio  H  for  conFnuamente  estraFficado  e  possui  frequência  de  flutuabilidade  N,  as  ondas  internas  de  Kelvin  podem  se  propagar  em  qualquer  modos  normais  n      c  =  NH/nπ,                n  =  1,  2,  …….  

A  escala  de  decaimento  das  ondas  internas  de  Kelvin  será  o  Raio  de  Deformação  interno  de  Rossby.  

Ex.  Considerando  n=1,  Λ  =  NH/πf  ~  50  km  e    Λ  será  da  ordem  de  1000  km  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  ONDA  INTERNA  DE  KELVIN  –  EX.  

Ondas  internas  de  Kelvin  são  frequentemente  forçadas  pelo  vento  próximo  a  áreas  costeiras.  

Exemplo:  vento  de  norte  soprando  ao  longo  da  costa  da  Califórnia  gera  uma  camada  de  Ekman  superficial  cujo  fluxo  é  dirigido  para  o  oceano  aberto.  Esse  fluxo  de  massa  é  compensado  pela  ascenção  de  água  do  fundo  que  eleva  a  termoclina.  

O  Movimento  verFcal  da  termoclina  na  região  forçada  pelo  vento  se  propaga  para  o  polo  ao  longo  da  costa  como  uma  onda  interna  de  Kelvin.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

ONDAS  DE  ROSSBY  

Nesta  seção  serão  estudados  movimentos  oscilatórios  que  ocorrem  devido    a  existência  do  fator  β,  ou  seja,  variação  do  parâmetro  de  Coriolis  com  a  laFtude.  

Neste  caso,  um  Fpo  importante  de  onda  se  desenvolve,  as  Ondas  de  Rossby.  

A  escala  espacial  dessas  ondas  na  atmosfera  é  muito  grande,  tanto  que    ocorrem  somente  poucos  comprimentos  de  onda  ao  redor  do  todo  o  globo.  

   Por  isso  mesmo,  Ondas  planetárias  

Já  no  oceano,  o  λ  é  da  ordem  de  100  km.  

As  ondas  de  Rossby  obedecem  a  relação:        ω  <<  f  

  Isso  implica  que  os  termos  da  derivada  temporal  possuem  uma  ordem  de    magnitude  menor  que  a  força  de  Coriolis  e  a  FGP.    

     MOVIMENTOS  QUASE-­‐GEOSTRÓFICOS  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÃO  DE  VORTICIDADE  QUASE-­‐GEOSTRÓFICA  

Considere  a  aproximação  do  plano  β  de  forma  que  βy<<fo.  Assuma-­‐se  uma  simplificação  da  equação  da  vorFcidade  para  movimentos  quase-­‐geostróficos,  assumindo  que  a  velocidade  geostrófico  é  a  ordem  menor  do  movimento.  Nesse  caso,  os  pequenos  desvios  da  geostrofia  são    Importantes  uma  vez  que  eles  determinam  como  o  fluxo  evolui  no  tempo.  

Que  pode  ser  re-­‐escrita  como:  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÃO  DE  VORTICIDADE  QUASE-­‐GEOSTRÓFICA  

Expandindo  a  derivada  material  e  subsFtuindo  h=H+η,  sendo  H  a    profundidade  da  água  não  perturbada  e  η  o  deslocamento  da  superucie  livre,  obtém-­‐se:      

f  foi  subFtuido  por  fo  em  função  da  aproximação  do  plano  beta.  

Para  pequenas  perturbações  pode-­‐se  deprezar  os  termos  quadráFcos  não-­‐  Lineares,  dando:  

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÃO  DE  VORTICIDADE  QUASE-­‐GEOSTRÓFICA  

Esta  é  a  forma  linearizada  da  equação  da  vorFcidade  potencial.  

Sua  versão  quase-­‐goestrófica  é  obFda  subsFtuindo-­‐se  a  aproximação  geostrófica  da  velocidade:  

Cuja  vorFcidade  é:  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

EQUAÇÃO  DE  VORTICIDADE  QUASE-­‐GEOSTRÓFICA  

SubsFuindo-­‐se  a  equação  anterior  na  equação  da  vorFcidade  potencial:  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

RELAÇÃO  DE  DISPERSÃO  DA  ONDA  DE  ROSSBY  

Assumindo  uma  solução  na  forma  

Sendo  ω  posiFvo,  k  e  l  determinarão  a  direção  da  propagação  da  fase.  

SubsFtuindo  a  expressão  acima  na  equação  da  vorFcidade,  tem-­‐se  que:  

A  assimetria  com  relação  a  k  e  l    significa  que  a  onda  se  propaga  de  forma  anisotrópica  na  horizontal,  o  qual  é  esperado  em  função  do  efeito  beta.  

HEMISFÉRIO NORTE:

CICLONE (ANTI-HORÁRIO): ζ+ ANTICICLONE (HORÁRIO): ζ-

HEMISFÉRIO SUL:

CICLONE (HORÁRIO): ζ+ ANTICICLONE (ANTI-HORÁRIO): ζ-

EM AMBOS OS HEMISFÉRIOS CICLONES POSSUEM VORTICIDADE RELATIVA POSITIVA ENQUANTO QUE OS ANTICICLONES POSSUEM VORTICIDADE RELATIVA NEGATIVA.

SINAIS  DA  VORTICIDADE  RELATIVA  

Por Olga Sato

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

PROPRIEDADES  DA  ONDA  DE  ROSSBY  

Re-­‐escrevendo  a  relação  de  dispersão  anterior  como    

É  possível  plotar  a  relação  para  valores  constantes  de  ω.  Os  contornos  são  círculos:  

Por Olga Sato

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DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

PROPRIEDADES  DA    ONDA  DE  ROSSBY  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

PROPAGAÇÃO  DA  VELOCIDADE  DE  GRUPO  (CG)  DA  ONDA  DE  ROSSBY  

A  velocidade  de  grupo  é  definida  por:  

Mostrando  que  o  vetor  velocidade  de  grupo  é  o  gradiente  da  frequencia  no  domínio  do  número  de  onda.    

A  direção  de  cg  é  perpendicular  aos  contornos  de  ω.    

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

PROPAGAÇÃO  DA  FASE  (CF  )A  ONDA  DE  ROSSBY  

A  velocidade  de  fase  da  componente  x  é  dada  por:  

•  Sinal  negaFvo  indica  que  a  propagação  de  fase  é  sempre  é  para  oeste.  A  fase  aFnge  a  máxima  velocidade  quando  k2+l20,  o  que  corresponde  a  comprimentos  de  onda  muito  grandes  representados  pela  região  próxima  da  origem  na  Figura  anterior.  Nessa  região,  as  ondas  são  praFcamente  não  dispersivas:  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

PROPAGAÇÃO  DA  FASE  (CX)  DA  ONDA  DE  ROSSBY  

Se  β=  2  x10-­‐11  1/(ms)  C  ~  2m/s  (qpica  velocidade  baroclínica)  f0  ~  10-­‐4  1/s  

  Cx  =  0.01  m/s    Com  esse  valor  de  velocidade,  a  onda  de  Rossby  levaria  anos  para  

atravessar  o  oceano.  Assim,  as  ondas  de  Rossby  são  mais  importantes  nas  baixas  laFtudes,  onde  elas  se  propagam  mais  rapidamente.  Faixa  de  3o  em  torno  do  Equador  –  relação  quase-­‐geostrófica  não  é  válida.  

  Na  atmosfera  a  velocidade  da  onda  de  Rossby  se  propaga  a  uma  velocidade  muito  maior  (muitos  metros/segundo)  

  Se  a  onda  de  Rossby  for  superimposta  a  um  fluxo  para  leste,  então  é  possível  observar  um  fase  para  leste  ou  formar  uma  onda  estacionária:    

ONDAS DE ROSSBY NO OCEANO

A  existência  das  ondas  foi  descrita  por    Carl-­‐Gustav  Rossby,  1930)  o  que  foi  confirmado  com  o  advento  dos  satélite  oceanográficos.    

Por  que  é  tão  diicil  observá-­‐las?    

Em  função  da  diferença  na  escala  dos  movimento  (horizontal  e  vermcal)  

Visão  esquemáFca  do  primeiro  modo  baroclínico  da  onda  de  Rossby  

Velocidade  varia  com  a  laFtude  e  aumenta  em  direção  ao  Equador  (da  ordem  de  cm/s)    

Ondas de Rossby e os jatos atmosféricos

Os jatos atmosféricos estão intimamente ligados as Ondas de Rossby

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Rossby waves and the westerly wind belt

Meandros de larga escala no jato atmosférico (HS). 30° latitude

Zeta + f = const.

Ondas de Rossby e os jatos atmosféricos

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

IMPORTÂNCIA  DA  ONDA  DE  ROSSBY  1.  São  o  mecanismo  básico  para  

transporte  de  energia  através  dos  oceanos  afetando  o  tempo  e  o  clima;  

2.  Mantém  as  correntes  de  borda  Oeste:  •  Corrente  do  Brasil,  •  Kuroshio  (Japão),  •  Gulf  Stream  (EUA),  etc.;  

3.  Estão  associadas  ao  El  Niño/La  Niña;  4.  Causam  anomalias  na  TSM;  5.  Causam  anomalias  no  calor  

armazenado;  6.  Modificam  a  produção  primária  

oceânica;  7.  Interferem  na  circulação  atmosférica;  8.  Respondem  por  uma  parcela  

considerável  da  energia  do  oceano.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

COMO  SE  OBSERVAR  ONDA  DE  ROSSBY  COM  DADOS  DE  SATÉLITE?  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

COMO  SE  OBSERVAR  ONDA  DE  ROSSBY  COM  DADOS  DE  SATÉLITE?  

Por Olga Sato

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

COMO  SE  OBSERVAR  ONDA  DE  ROSSBY  COM  DADOS  DE  SATÉLITE?  

Por Olga Sato

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  8  

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