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Função Pública Revista do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte Novembro 2019 www.stfpsn.pt AINDA NESTA EDIÇÃO: POLÍCIA JUDICIÁRIA · PLANO DE ACTIVIDADES SAÚDE E ADSE · PROTOCOLOS · FORMAÇÃO PROFISSIONAL ONDE PÁRAM AS CARREIRAS? Unidos pela defesa do estatuto sócio-profissional dos trabalhadores da Administração Pública p. 4 ?

ONDE PÁRAM AS CARREIRAS? - STFPSN | Sindicato dos trabalhadores em … · 2019-12-01 · E é especialmente grave a destruição de postos de trabalho levada a cabo pelo Governo

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FunçãoPública

Revista do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte

Novembro 2019

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PORTO - Sede Rua Vasco de Lobeira, nº 47/51 4249-009 Porto T. 225574060 | F. 225507257 [email protected]

BRAGA - Delegação Avª Imaculada Conceição, nº 388 4700-034 Braga T. 253610712 | F. 253267361 [email protected]

BRAGANÇA - Delegação Edifício Translande, Avª Sá Carneiro, r/c, loja 33 5300-252 Bragança T. 273331642 | F. 273100120 [email protected]

VIANA DO CASTELO – Delegação Rua do Anjinho, nº 43 – 45 4900-320 Viana do Castelo T. 258823218 | F. 258070255 [email protected] VILA REAL – Delegação Rua Marechal Teixeira Rebelo, 13, Loja S 5000-525 Vila Real T. 259324737 | M. 968481132 | F. 259100184 [email protected]

03 EDITORIAL ORLANDO GONÇALVES

04 TEMA RECUPERAÇÃO DE CARREIRAS

06 ARTIGO POLÍCIA JUDICIÁRIA

08 OPINIÃO VALDEMAR MADUREIRA

10 ARTIGO JURÍDICO PROTECÇÃO E BANCO DE HORAS

12 ACTIVIDADE PROPOSTA DE PLANO DE ACTIVIDADES

22 ORÇAMENTO PROPOSTA DE ORÇAMENTO PARA 2020

24 ESTUDO EUGÉNIO ROSA

27 PROTOCOLOS SAÚDE · COMUNICAÇÕES · FORMAÇÃO

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(Valdemar Madureira) �

Parabéns CGTP-IN, por estes 49 anos de defesa, luta, conquista de

direitos para os trabalhadores e para o povo português.

A FNSTFPS e os seus sindicatos orgulham-se de estar dentro e ao lado da CGTP-IN, de ter contribuído com a sua luta para engrossar este grande colectivo que somos. Travamos muita luta desde sempre.

Fizeram-nos muito mal mas não nos dobraram, não nos vergaram.

Tivemos camaradas detidos e julgados mas estamos aqui e vamos con-tinuar a resistir. No dia 6 de Outubro tivemos a primeira vitória.

Não houve maioria absoluta do PS neste País.

É uma vitória para todos mas sobretudo para a Função Pública porque as maiorias absolutas deixaram marcas que ainda hoje estão gravadas na memória das pessoas, nos direitos que lhes tiraram e nos prejuízos que tiveram. Nós temos sofrido grandes ataques.

Lembro a maioria absoluta de José Sócrates que fragilizou os vínculos da Administração Pública e as funções sociais do Estado. Tivemos o governo do Passos Coelho com outra maioria absoluta, da PAF, com cortes muito sérios nos salários. Sempre respondemos com muita luta.

E aqui estamos, nesta grande central sindical, ao lado de todos os traba-lhadores – mesmo que muitos insistam em dividir o privado do público –, para continuar este projecto, com a nossa luta, as nossas propostas, a nossa razão, na defesa das populações.

A Federação e os seus sindicatos distribuíram um manifesto reivindicati-vo durante a campanha eleitoral comprometendo-se a lutar por aumen-tos de salários que estão congelados há 11 anos, pela reposição das carreiras, pelas 35 horas para todos, pela redução da contribuição para a ADSE, pelo direito à aposentação mais cedo, por um programa que combata efectivamente a precariedade. Neste momento já temos mais de 80 mil trabalhadores em regime de precariedade.

Podem contar connosco nesta luta.

Viva os trabalhadores. Viva os trabalhadores de todo o mundo.

ANA AVOILA Coordenadora da FNSTFPS

Pelo 49º aniversário da CGTP-IN

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Editorial

Pese embora o tempo ser de balanço, considera-se pertinente apresentar a análise do Programa do XXII Governo Constitucio-nal, já que do balanço da legislatura anterior resta referir que ficou muito aquém do que aquilo que a correlação de forças poderia ter permitido no que respeita aos trabalhadores.

Do Programa do XXII Governo, para além de ter encontrado várias contradições, dá para perceber que, no que respeita à Administração Pública, será “mais do mesmo”.

Apesar de referir uns “serviços públicos bem geridos, renova-dos e com profissionais motivados” e que se propõe combater “a política de baixos salários, repondo a atualização anual dos salários na Administração Pública e, valorizando a remuneração dos trabalhadores de acordo com as suas qualificações e reco-nhecimento do mérito”, não se descortina como há de ser feito, uma vez que a margem orçamental imputada no Programa para a massa salarial não permite a concretização do afirmado ante-riormente.

Senão vejamos: o documento refere que o crescimento da eco-nomia portuguesa se situa nos 9%, nos últimos 4 anos, e alude que o rendimento médio líquido dos trabalhadores terá crescido, no mesmo período, 7%. Contudo, os trabalhadores não viram os seus rendimentos aumentados, nem tão pouco na mesma pro-porção. E todos sabemos que este aumento da massa salarial bruta se ficou a dever ao aumento do salário mínimo nacional, sendo que os outros não são aumentados há 11 anos.

Relativamente aos salários e às carreiras e de acordo com a nossa proposta, a Tabela Remuneratória Única tem que ser urgentemente revista, até pelo esmagamento dos quatro pri-meiros níveis pelo salário mínimo nacional, bem como pela falta de diferenciação entre as carreiras gerais de grau de complexi-dade I e II. Contudo, o Governo assume no seu Programa um aumento anual em torno dos 3% da massa salarial da adminis-tração pública (670 milhões) que visa contemplar: as progres-sões nas carreiras, o efeito extraordinário do tempo de serviço nalgumas carreiras, as novas contratações e aumentos salari-ais. Partindo do pressuposto que as primeiras matérias são já decisões tomadas previamente, pergunta-se o que sobejará para aumentos salariais e para quando.

Destaca-se que o programa refere a revisão das carreiras não revistas e subsistentes sob o ponto de vista economicista assen-te na sustentabilidade económica e no mérito dos trabalhado-res, mas sem concretizar como irá acontecer. Desde já se exige que a lei da negociação coletiva seja respeitada, o que não acon-teceu na legislatura anterior e não poderemos, mais uma vez, aceitar que a negociação das carreiras se faça com base no mérito, aferido pelo SIADAP, sistema de avaliação que todos

sabemos o quão pernicioso, subjetivo e limitativo é, para além das margens impostas pelas quotas.

Neste documento mantém-se a política de descentralização e transferência de competências para as autarquias locais, para as CIM – Comunidades Intermunicipais, para o executivo (a criar) das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e para as CCDR – Centros de Coordenação de Desenvolvimento Regional, o que não deixa de ser um desmantelamento dos serviços pú-blicos. É evidente que todo o Programa indicia o alargamento da municipalização dos serviços públicos, o que não beneficia os trabalhadores, nem os beneficiários destes serviços, em prejuí-zo da qualidade dos mesmos e potenciando as assimetrias e alargando o fosso da almejada equidade. Se o objetivo do Go-verno é desburocratizar e voltar à ideia da regionalização, então «regionalize-se» e não «se municipalize».

O Governo propõe que haja lugar a compensação pelo número de atendimentos nos serviços públicos, pondo a tónica na quan-tidade do serviço prestado e não na qualidade dos mesmos.

Quanto às políticas governativas setoriais, evidencia-se o setor da Educação, onde o Programa não tem uma única referência ao pessoal não docente, desvalorizando por completo estes trabalhadores, que comprovadamente são essenciais para o bom funcionamento das escolas. Em relação aos trabalhadores do setor da Saúde, o Programa fala no aprofundamento da con-vergência entre os dois regimes de trabalho existente no setor, ao mesmo tempo que o Governo teima em fazer uma interpre-tação errada do Acordo Coletivo de Trabalho do setor da Saúde (que o próprio Governo assinou!), particularmente no que res-peita ao reposicionamento na tabela remuneratória e à reclassi-ficação profissional dos trabalhadores com regime de contrato individual de trabalho, empurrando para a Comissão Paritária onde não se consegue acordo com os representantes dos Hos-pitais EPE, originando que não haja harmonização, mas sim o aumento das clivagens entre trabalhadores do mesmo setor, e até do mesmo local de trabalho.

Sobre o setor privado, o documento é uma incógnita, salvo na menção de “valorizar o contributo da economia social”, apre-sentando um vasto conjunto de boas intenções sem contudo se aferir como serão concretizadas, o que exigirá da nossa parte e dos trabalhadores um acompanhamento de proximidade ao longo da presente legislatura.

Mais haveria a dizer, mas claramente fica a ideia de que este Programa de Governo não dá resposta às necessidades dos tra-balhadores e das populações. Estou certo que só não haverá um retrocesso social e laboral nesta legislatura se os trabalhadores estiverem unidos e se se fizerem ouvir através da sua luta!

ORLANDO GONÇALVES Coordenador do STFPSN

Caros Associados,

03 EDITORIAL

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TEMA 04

Uma das componentes do mais se-vero ataque contra as funções so-ciais do Estado e os serviços públi-cos foi a reconfiguração das rela-ções laborais com a fragilização dos vínculos dos trabalhadores da Administração Pública através da Lei 12-A/2008. Ao invés de resolver os já graves problemas de instabilidade e pre-cariedade laboral que existiam na Administração Pública, com a pu-blicação desta lei, a precariedade e incerteza do futuro, para traba-lhadores e utentes, tornou-se re-gra. Ao contrário do que sucessi-vos governos PS, PSD e CDS afir-maram, esta “reforma” da Admi-nistração Pública não visou nunca criar serviços mais eficazes e mais eficientes para a população, mas atacar a Administração Pública e o seu papel central na defesa e cum-primento da Constituição e na prestação de serviços públicos uni-versais e a todos. Não existe uma Administração Pú-blica independente, eficaz e efici-ente sem se garantir a estabilidade laboral dos funcionários públicos, a dignidade das suas carreiras e conteúdos funcionais, o respeito pela especificidade dos serviços. No fundo, o reconhecimento aos trabalhadores da dignidade que merecem pelo contributo funda-mental que dão para o bom funci-onamento do Estado e a satisfação das necessidades da comunidade.

EM DEFESA DO ESTATUTO

SÓCIO-PROFISSIONAL DOS TRABALHADORES

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Pela recuperação de carreiras e das profissões

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05 TEMA

A realidade, no entanto, mostra que nem sempre é assim e que, por vezes, é precisamente o Estado a o primeiro a des-respeitar os direitos dos seus trabalhadores. Neste campo assume especial gravidade a situação de precariedade em que se encontram milhares de trabalhadores apesar de desempe-nharem funções correspondentes a necessidades permanen-tes dos serviços.

E é especialmente grave a destruição de postos de trabalho levada a cabo pelo Governo PS durante o seu mandato. A aprovação da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro e da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), vieram de-terminar a precarização da generalidade dos trabalhadores da Administração Pública, acarretando a conversão do vínculo público de nomeação em contrato de trabalho e a destruição das suas carreiras e dos mecanismos de progressão, repre-sentando um sério retrocesso nos seus direitos.

A reestruturação e a revalorização das carreiras da Adminis-tração Pública é uma reivindicação e um objectivo fundamen-tal dos trabalhadores e dos seus sindicatos.

Contudo, e com prejuízos demasiado graves para os serviços públicos, os governos têm apostado quer na destruição das carreiras, quer nos sistemas de progressão, degradando quer vidas inteiras de trabalho, quer salários, com congelamentos nas progressões e liquidação de conteúdos funcionais.

Como exemplo, em 2017, a remuneração base média líquida de todos os trabalhadores da Administração Pública era, em ter-mos médios de poder de compra, inferior à remuneração base média líquida de 2010 em 12%.

Assim, entre 2010 e 2017, o poder de compra do ganho médio que, além da remuneração base, inclui todos outros comple-mentos que os trabalhadores recebem, inclusive horas extraor-dinárias, da Administração Pública diminuiu, em média, 12,7% e as suas condições de remuneração e de vida continuam a ser inferiores às que tinham em 2010, ano desde o qual não existiu qualquer actualização geral de salários.

A par disto, o congelamento das progressões, a par da insistên-cia da não revisão da Tabela Remuneratória Única, garantindo a progressividade entre escalões, degrada as condições de traba-lho e todos os serviços públicos.

Assim, exige-se a recuperação das profissões dos grupos: técnico su-perior, técnico profissional, admi-nistrativo e auxiliar operário.

CARREIRA DO GRUPO TÉCNICO SUPERIOR

Deve agregar todas as profissões que pertenciam ao grupo profissional de Técnico Superior.

CARREIRAS DO GRUPO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Integração neste grupo de carreiras de todas as profissões que dele faziam parte, sem prejuízo de, por um lado, excluir determinadas situações que estão a ser objecto de análise específica e, por outro lado, incluir outras profissões manifes-tamente mal integradas no chamado grupo auxiliar.

CARREIRAS DO GRUPO ADMINISTRATIVO

Quanto aos assistentes administrativos, devem ser mantidas as 3 categorias anteriormente previstas.

GRUPO AUXILIAR

Este grupo não integra propriamente carreiras, mas sim um vasto conjunto de profissões com uma única categoria.

A Frente Comum exige ainda a recuperação da carreira auxiliar de acção educativa e da carreira de auxiliar de acção médica.

PESSOAL OPERÁRIO

Exigimos dois grupos de pessoal que foram extintos em 2009: - Operário altamente qualificado - Operário qualificado

As carreiras do Regime Geral devem ser criadas com índice 100, correspondente a 850 euros, remuneração base da AP.

PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PROGRESSÃO E PROMOÇÃO NAS DIVERSAS CARREIRAS/ CATEGORIAS Regras comuns a todas as carreiras, incluindo as carreiras não revistas e as carreiras subsistentes, sem prejuízo de eventuais adaptações impostas por especificidades muito próprias de determinadas profissões, nos seguintes termos:

PROGRESSÃO

Evolução de uma posição remuneratória para a seguinte, na mesma categoria, após se completarem 3 anos em determi-nada posição, com avaliação de desempenho positiva.

PROMOÇÃO

Passagem de uma categoria para a seguinte, de uma deter-minada carreira, por concurso.

A revisão das carreiras e corpos especiais, a ocorrer, será com base no Novo Sistema Retributivo (Decreto-Lei n.o 353-A/89, de 16 de outubro).

Defender os trabalhadores, as suas carreiras, os seus direi-tos, é defender o serviço público, instituições mais democráti-cas, mais participadas, que defendam e valorizem as funções sociais do Estado, que respeitem e dignifiquem os trabalhado-res e sirvam melhor as populações.

É por estes objectivos que o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte se bate e por isso defende esta proposta de prin-cípios gerais sobre estrutura, progressão e promoção nas diversas carreiras/categorias.

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A Polícia Judiciária fez no passado dia 20 de outubro de 2019, 74 (setenta e quatro) anos de existência, sendo cri-ada pelo Decreto-lei nº. 35.042 de 20 de outubro de 1945, tal como hoje existe, integrada organicamente no Ministério da Justiça, em substituição da Polícia de Investigação Criminal (PIC). É uma instituição fundamental no sistema de Justiça, sendo um pilar insubstituível para a consolidação e credibilização do Estado de Direito Democrático. Ao longo da sua exis-tência tem pugnado por manter uma firme e inabalável equidistância entre todos os poderes fáticos, sendo eles, políticos, partidários, económicos ou doutra natureza menos transparentes, pugnando pelo cumprimento escrupu-loso da Lei, em defesa intransigente das normas jurídicas que regem a nossa comunidade. A Polícia Judiciá-ria sendo um órgão coadjuvante às autoridades judiciárias, goza de total independência e de autonomia em relação à judicatura, seja do Ministé-rio Público, titulares da ação penal ou Judicial, afirmando-se diariamente como organização de referência na prevenção e investigação aos fenó-menos criminais de elevada comple-xidade, particularmente grave e vio-lenta, exigindo especiais conhecimen-tos técnicos e científicos, estando do-tada de um conjunto de mulheres e homens onde pontua a disponibilida-de total para garantir a eficácia do sistema de Justiça.

Encontrando-se, ainda, inserida no sistema de segurança interna, com funções legalmente atribuídas para potenciar o equilíbrio entre o eixo da segurança com o da Justiça, fruto da sua matriz humanista onde os direitos, liberdades e garantias constitucionalmente estabelecidos são o farol que a guia na sua atuação.

Por ser uma organização inserida no sistema de Justiça, goza de prerrogativas de atividade sindical, sendo os seus trabalha-dores absolutamente livres em organizar e desenvolver ativida-de sindical, nomeadamente o direito à greve, nos termos da Constituição e da Lei.

Dentro da Polícia Judiciária existe uma enorme tradição e res-peito pela atividade sindical, existindo no seu interior uma plu-ralidade sindical, abrangendo as diversas categorias dos traba-lhadores, designadamente, da investigação criminal, carreiras de apoio, peritos forenses e seguranças.

Até ao início deste ano de 2019, existia quase unanimidade de filiação dos trabalhadores da carreira de investigação criminal num sindicato interno, totalmente independente de quaisquer estruturas federativas ou confederativas nacionais, todavia, este caminho foi rompido por diversos episódios internos que ditou a quebra de confiança, levando uma quantidade significativa de investigadores criminais, associando-se a estes, muitos outros trabalhadores do apoio, a aderir em massa ao Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte.

Marco fundamental nesta quebra de coesão sindical interna centrou-se na discussão (ou melhor, simulacro de…) do novo Estatuto Profissional e da nova Lei Orgânica da PJ, diplomas já publicados pelos Decretos-Leis n.º 138/2019 e 137/2019, ambos de 13 de setembro, representando sobretudo o Estatuto Profis-sional um retrocesso insustentável na carreira e valorização dos trabalhadores da Polícia Judiciária.

O caminho gizado pelo Ministério da Justiça neste suposto pro-cesso de concepção e negociação do Estatuto Profissional foi pautado pelo arrepiante e inqualificável desrespeito da Lei da Negociação Coletiva inserto na LTFP e na Constituição, trans-formando-o num mero paliativo de audição pública para susten-tar a imposição já previamente definida.

Polícia Judiciária

ARTIGO

Paulo Ferrinho Delegado Sindical (Inspetor-Chefe da PJ)

ARTIGO 06

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É por este inaceitável desrespeito pe-los trabalhadores da PJ que nos mantemos em luta, com greve decre-tada ao trabalho suplementar, uni-dos nestes desideratos:

Na carreira de investigação criminal;

a) Existe uma perda efetiva na valorização profissional em resultado numa inaceitável tabela remuneratória, originando falta de atratividade da carreira e afastando-a de carreiras co-nexas como as Magistraturas Judiciais e do Ministério Público;

b) Cria um inaceitável fosso salarial entre a classe diri-gente (indexada à Magistratura Judicial) e a carreira de investi-gação criminal;

c) Não foi resolvida a limitação da jornada de trabalho, mantendo a sua total desregulação;

d) Não foi resolvido o enquadramento legal do trabalho realizado fora de piquetes, prevenções e turnos;

e) Não contempla o pagamento de horas extraordinárias para quem não está enquadrado no regime de piquete, preven-ção e turnos, gerando ilegalidades financeiras caso se recorra ao pagamento via prevenções, insistindo pelo não cumprimento da condenação em 2014 por violação da Carta Social Europeia;

f) Impõe o fim da utilização dos transportes públicos nos moldes realizados há décadas, resultando de uma perda efetiva de remuneração mensal;

g) Atribuem capacidades diminuídas aos investigadores no regime da posse de armas de fogo em relação, pasme-se, a qualquer cidadão;

h) Não resolve o problema das doenças profissionais ten-do os investigadores um regime mais desfavorável do que os restantes trabalhadores da administração pública;

i) Não resolve o problema dos concursos, tanto externos como internos, perpetuando medidas que originam constantes beligerância administrativa e judicial originando falta de atrati-vidade da carreira;

j) Deixa para as calendas gregas a regulamentação de aspetos importantes e determinantes como o subsídio de risco, disponibilidade, salubridade, acesso da medicina no trabalho, regime de avaliação, entre outras…;

Na carreira de apoio à investigação criminal

a) Destrói o vínculo de nomeação à função pública alte-rando unilateralmente e a “meio do jogo” os contratos de traba-lho celebrados, alguns com décadas de vigência;

b) Origina claros retrocessos remuneratórios para as novas contratações em comparação com aqueles que subsistem nas carreiras atuais;

c) Promove divisões artificiais entre trabalhadores, crian-do lugares de “primeira e segunda” dentro de carreiras com conteúdos funcionais semelhantes;

d) Põe fim à harmonização e equilíbrios funcionais entre a carreira de investigação criminal e as carreiras do apoio.

Não menos importante do que o desconforto objetivo e direto nas carreiras é a forma como a Senhora Mi-nistra da Justiça, ora reconduzida, lida com o cum-primento da Constituição e da Lei, parecendo um pa-radoxo, visto tratar-se de uma insigne Magistrada do Ministério Público já com lugar reservado como Juíza do Supremo Tribunal de Justiça, em virtude de:

1. Em 30 de maio de 2019 (antes da aprovação do Estatuto Pro-fissional) comprometeu-se com este sindicato num processo de negociação coletiva, de acordo com a LTFP, ficando assente a metodologia, a saber, entrega de contraproposta e discussão artigo a artigo de todos os que fossem divergentes;

2. Esta deliberação nunca foi cumprida sendo posteriormente imposto e transformado pela Senhora Ministra da Justiça um processo legal de negocial coletiva numa famigerada consulta pública;

3. Estamos desde 30 de maio de 2019 à espera de ter acesso à Ata e gravação da reunião, já devidamente notificada para esse efeito e ilegalmente a Sr.ª Ministra mantém a recusa no seu acesso, evocando que os documentos fazem parte da “tal nego-ciação” que efetivamente nunca existiu;

Os trabalhadores da Polícia Judiciária não viram a cara à luta. Não se resignam! Estão habituados a grandes sacrifícios para garantir que a Justiça seja célere, equilibrada, com qualidade e respeitadora dos direitos, liberdades e garantias, sabendo dis-tinguir as tropelias políticas, feitas ao sabor de uma conjuntura, com os desígnios que fundam esta nobre instituição.

Os trabalhadores da Polícia Judiciária es-tão e continuarão a lutar pela dignidade do exercício da sua função bem sabendo que quanto melhor estiverem enquanto profissionais mais e melhor resposta irão dar aos problemas que diariamente somos confrontados.

Porto, 5 de novembro de 2019

05 TEMA

07 ARTIGO

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As eleições para a Assembleia da Re-pública, realizadas no passado dia 6 de Outubro, trouxeram uma situação distinta da que resultou das eleições efectuadas em 4 de Outubro de 2015. Nestas, a coligação PSD/CDS-PP teve o maior número de votos, embora te-nha perdido cerca de 700 mil e, acima de tudo, tenha deixado de ter a maio-ria absoluta. Foi perante esta situação e a fim de impedir que PSD/CDS-PP continuas-sem a sua política de desastre para o País, para o Povo e para os Trabalha-dores Portugueses, que o PCP desafi-ou o PS a constituir Governo conforme as atribuições cometidas à Assembleia da República que, entre outras, consi-dera que a formação do Governo de-corre das maiorias que nela se for-mem. Cavaco Silva ainda insistiu em dar posse a um Governo PSD/CDS-PP, mas a aprovação de uma moção de censura na AR frustrou os seus inten-tos. Contra a vontade, manobras e ameaças do então Presidente da Re-pública, Cavaco Silva, a AR viabilizou um Governo do PS após terem sido celebradas Posições Conjuntas entre este Partido, o PCP, o BE e o PEV, con-forme o PR exigia.

Um Governo do PS que, ao contrário dos comentadores e for-madores, melhor, deformadores, de opinião, não era um go-verno de esquerda, de maioria de esquerda ou maioria parla-mentar de esquerda tal como a vida o demonstrou. Basta que nos recordemos, por exemplo, do Código do Trabalho aprovado só com o apoio da direita, a transferência de competências para as autarquias, a degradação das funções sociais do Esta-do, as politicas desenvolvidas contra os trabalhadores da Ad-ministração Pública e o aumento insuficiente do Salário Míni-mo Nacional.

Nas últimas eleições para a Assembleia da República, o PS teve o maior número de votos, embora sem atingir a maioria absoluta, e, por isso e no respeito pela Constituição da Repú-blica, o Presidente da República incumbiu-o de formar Gover-no, o que veio a acontecer.

Estamos, portanto, numa situação distinta da que se verificou há quatro anos. Situação dis-tinta, mas igual nas preocupações com o que vai acontecer nesta legislatura.

A obsessão pelo défice mantém-se com o Governo a prever que, este ano, se fixe em -0,1% e no próximo ano seja nulo. Isto pode merecer os aplausos da UE, mas constitui uma ma-nifestação de desprezo pelos problemas do País, do Povo e dos Trabalhadores. Nós não estamos no mesmo grau de desenvol-vimento, por exemplo, da Alemanha, França ou Holanda, te-mos carências de infra-estruturas, casos da Educação, da Saúde e dos Transportes, falta de investimento no sector pro-dutivo e carência de recursos humanos nas funções sociais do Estado. Temos ainda um dos salários mínimos mais baixos a nível da UE a 28. E se levarmos em consideração que cada décima percentual corresponde a cerca de 200 milhões de euros, facilmente se conclui quanto está a custar ao desenvol-vimento do País e ao bem-estar da sua população esta obses-são, esta vaidade, mesmo esta paranóia.

Como se isto fosse pouco no que respeita à não aplicação dos recursos existentes a favor do País e dos Portugueses, o Pro-grama do Governo prevê um saldo orçamental primário de 3% do PIB, ou seja cerca de 6,3 mil milhões de euros que serão aplicados, na sua quase totalidade, no pagamento dos juros da dívida que continua acima dos 250 mil milhões de euros. E enquanto isto acontece, não se quer encarar a realidade do exangue dos recursos do País desenvolvendo diligências para

TEMA 04

Valdemar Madureira Presidente da Assembleia-geral do STFPSN

O QUE OS TRABALHADORES PODEM ESPERAR DA NOVA CORRELAÇÃO DE FORÇAS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

OPINIÃO

OPINIÃO 08

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a renegociação da dívida nos seus montantes, prazos e juros, conforme o PCP propõe desde 5 de Abril de 2011.

No que respeita à política salarial, fundamental para o aumen-to da procura interna, dinamizadora do crescimento da capa-cidade produtiva e da economia, as nuvens são bastante ne-gras. O Governo avançou com a meta de 750 euros até ao final da legislatura. Trata-se de uma meta inaceitável, contrária ao que o desenvolvimento do País e da sua economia precisam e ao que os trabalhadores necessitam depois de anos de conge-lamentos. Têm o direito a recuperar o que perderam, por isso o objectivo de 850 euros reclamado pela CGTP e algumas for-ças políticas é inteiramente justo.

De igual modo o aumento das pensões e das reformas é uma exigência para uma política que leve em consideração as con-dições dramáticas em que vivem centenas de milhares de Portugueses e que, também, contribuiria com os mesmos efeitos do aumento do SMN.

O aumento do SMN para 850 euros abrangeria grande parte dos trabalhadores da Administração Pública, por isso é tam-bém uma exigência que a eles se coloca.

De igual modo, não pode ser esquecida a questão da progres-são das carreiras há muito congelada.

A política de baixos salários é nociva ao desenvolvimento do País e motivadora do aumento das desigualdades sociais e da pobreza.

Mas sabendo que a precariedade continua ser uma realidade bem viva na Administração Pública, torna-se indispensável a tomada de medidas que a eliminem o que passa pela conclu-são do PREVAP garantindo o vínculo efectivo a todos os traba-lhadores que desempenhem funções permanentes.

Vai fazendo parte do quotidiano da vida dos Portugueses e das notícias dos órgãos de comunicação social a falta

de profissionais de saúde, de profes-sores, de auxiliares de

acção educativa, de funcionários judiciais, de profissionais das forças de segurança e de tantos trabalhadores que fazem falta aos serviços públicos. Esta situação contribui para a degrada-ção da qualidade dos serviços prestados nas funções sociais do Estado, na Justiça e na Segurança Pública. Por isso, torna-se urgente que o Governo abra os respectivos concursos para a contratação do pessoal que se mostra necessário.

O que podem os trabalhadores esperar? Do Governo, a continuação da sua sub-missão às políticas decorrentes do Euro e às imposições da UE em detrimento dos interesses do País, do Povo e dos Traba-lhadores. A certeza de que nada lhes será oferecido e que tudo terá de ser conquistado. Con-quistas que só serão possíveis com a luta, em unidade, dirigida pelas suas organi-zações, no caso o STFPSN e a CGTP-IN. Só pela luta, os trabalhadores conquista-rão aquilo a que têm direito e que ao longo dos anos lhes foi retirado! A luta é o caminho!

09 OPINIÃO

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JURÍDICO 10

1. Proteção do trabalhador com doença oncológica

2. Formação contínua – aumento para mínimo de 40 horas por ano

3. Revogação do banco de horas individual

No passado dia 4 de setembro foi publicada, em Diário da República, a Lei 93/2019 com novidades e alterações para o regime laboral constante do Código do Trabalho (aprovado pela Lei 7/2009).

Destacamos aqui, pela sua especial relevância, três pontos:

Proteção do trabalhador com doença oncológica

A novidade quanto à proteção do trabalhador com doença oncológica (uma realidade a que ninguém fica indiferente, de tal forma é frequente e com impacto significativo na vida pes-soal, familiar e pessoal de todos).

O Código do Trabalho já contemplava, no âmbito da proteção do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, em especial, daqueles que são portadores de deficiência ou do-ença crónica, algumas medidas:

- prevê expressamente que estes trabalhadores são titulares dos mesmos direitos e estão adstritos aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso ao emprego, à formação, promoção na carreira profissional e às condições de trabalho que os restantes trabalhadores, sem prejuízo das especifici-dades inerentes à sua situação (artigo 84º nº 1 );

- o dever do Estado estimular e apoiar os empregadores na contratação de trabalhador com deficiência e doença crónica

(artigo 84º nº 2 ) – neste âmbito temos já o DL 29/2001 e a Lei 4/2019 que prevêem o sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60% (o DL aplicável à Administração Pública e a Lei ao setor público não abrangido pelo DL 29/201 e ainda aplicá-vel ao privado);

- a dispensa da prestação de trabalho em regime de adaptabi-lidade e banco de horas, dispensa de trabalho entre as 20h e as 7h – desde que este regime de horários possa prejudicar a saúde e segurança do trabalhador (artigo 87º):

- a dispensa de realização de trabalho suplementar (artigo 88º)

A alteração agora introduzida ao Código do Trabalho vem alargar estas medidas ao trabalhador com doença oncológica. Ou seja, a estes trabalhadores devem ser garantidas condi-ções de trabalho que atendam às especificidades decorrentes da doença oncológica, nomeadamente, as que possam impli-car a sua readaptação profissional; podem ficar dispensados de trabalhar em regime de banco de horas e adaptabilidade, dispensa de trabalhar das 20h às 7h e dispensa de trabalho suplementar em especial quando a doença está ativa em fase de tratamento.

Formação contínua – aumento para mínimo de 40 horas por ano

A entidade empregadora está obrigada a garantir formação contínua aos seus trabalhadores. Até agora, a entidade em-pregadora deveria assegurar 35 horas de formação contínua, por ano, a cada trabalhador. Com a publicação da Lei 93/2019 este dever passou para 40 horas anuais. Devemos considerar neste crédito de horas não só a formação desenvolvida na entidade empregadora ou à sua responsabilidade; como aque-la que resulta de autorização para frequentar formação por iniciativa do trabalhador; ou ainda as horas de dispensa de trabalho para frequência de aulas e de faltas para prestação de provas de avaliação ao abrigo do regime de trabalhador-estudante (artigo 131º).

Artigo JurídicoCarla Margarida Costa

Jurista do STFPSN

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11 JURÍDICO

Revogação do banco de horas individual

Por último, a Lei 93/2019 vem introduzir alterações ao regime de banco de horas.

A propósito deste ponto, aproveitamos para deixar um breve enquadramento quanto ao que é o regime de adaptabilidade e de banco de horas (até para que se compreenda melhor o alcance da alteração agora introduzida).

O Código do Trabalho prevê um limite máximo de horas de trabalho por dia (8 horas) e por semana (40 horas). Este limite máximo pode ser reduzido por instrumento de regulamenta-ção coletiva de trabalho.

Excetuando-se, então, situações de horários de trabalho es-pecíficos (por exemplo, horários em regime de flexibilidade no âmbito da parentalidade – artigo 56º e 57º) todas as horas de trabalho prestadas além das 8h por dia (ou outro período de trabalho diário que esteja fixado por instrumento de regula-mentação coletiva de trabalho) são consideradas horas de trabalho suplementar e devem ser compensadas como tal (com acréscimo do valor hora no caso do trabalho prestado em dias úteis, sábados e feriados e com acréscimo do valor hora e descanso compensatório no caso do trabalho prestado aos domingos).

Para reduzir custos de produção com pagamento de trabalho suplementar foram aprovados regimes de flexibilidade dos horários de trabalho (adaptabilidade e banco de horas - arti-gos 204º a 208º-B) que permitem às entidades empregadoras colocar os trabalhadores a fazer mais horas de trabalho, sem contudo as enquadrar no âmbito do trabalho suplementar.

A adaptabilidade e o banco de horas têm, então, pontos em comum e diferenças.

Pontos em comum no regime até agora em vigor:

a. Podem resultar de previsão em instrumento de regula-mentação coletiva de trabalho:

a. Neste caso o acréscimo de trabalho diário poderá ser até 4h por dia, no máximo de 60 h por semana;

b. Podem resultar de acordo entre o trabalhador e empre-gador:

a. Neste caso o acréscimo de trabalho diário poderá ser até 2h, no máximo de 50 h por semana;

c. Podem resultar da extensão a todos os trabalhadores (grupal) quando 75% dos trabalhadores estiverem abrangidos por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou 60% dos trabalhadores tiverem aderido ao acordo individual (neste caso a flexibilidade por adap-tabilidade ou bando de horas poderá ser imposta mesmo aos trabalhadores não abrangidos pelo instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou que não tenham dado o seu acordo a este regime de horário de trabalho!)

Agora as diferenças:

No regime de adaptabilidade a compensação do acréscimo de trabalho é sempre em tempo. A entidade empregadora elabora o horário de trabalho com antecedência para um pe-ríodo de referência (por exemplo, 4 meses). Significa isto, que se a entidade empregadora sabe que em determinadas sema-nas/meses precisa do trabalhador não 8h por dia mas 10h,

elabora os horários a contar com esse acréscimo de disponi-bilidade do trabalhador. E nas semanas em que não precisa desse tempo todo, reduz-lhe o tempo de trabalho (será então inferior às 8h dia). Desta forma ao fim de x semanas opera-se o acerto de horas. E não é paga qualquer hora de trabalho suplementar.

Já no banco de horas a compensação do acréscimo de trabalho pode ser em tempo (e neste caso assemelha-se à adaptabilidade), dias de férias ou pagamento (sendo que o pagamento do valor hora não tem qualquer acréscimo em relação ao valor hora normal). Aqui a entidade empregadora tem o dever de avisar o trabalhador da necessidade da sua disponibilidade com um determinado tempo de antecedência. Também aqui há dias em que irá trabalhar mais horas que o período normal de trabalho diário e depois ou é compensado em tempo (com menos horas de trabalho) ou dias de férias ou pagamento – podendo a entidade empregadora conjugar até as três possibilidades de compensação. O que não é pago é trabalho suplementar!

Aos trabalhadores abrangidos pelo regime de adaptabilidade ou banco de horas só é possível exigir a realização de trabalho suplementar em casos de força maior!

Estão dispensados destes regimes de horários a traba-lhadora grávida e lactante; o trabalhador com com filho me-nor de 3 anos de idade; o trabalhador com deficiência, doença crónica e doença oncológica – como acima de referiu.

Ora, a Lei 93/2019 veio agora revogar a possibilidade da entidade empregadora implementar o regime banco de ho-ras por acordo individual (revogação do artigo 208º - A)!

O que é que isso significa?

Que por acordo entre a entidade empregadora e o traba-lhador só é possível o regime de adaptabilidade.

E o banco de horas só pode ser implementado pelas outras duas possibilidades: estar prevista em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho (artigo 208º) ou grupal (artigo 208º - B).

Refere-se na nova redação deste artigo 208º - B que a aplicação do regime de banco de horas pode ser aplicado ao conjunto dos trabalhadores desde que aprovado em referendo, por pelo menos 65% dos trabalhadores abrangidos. E se não for aprovado em referendo a entidade empregadora só pode realizar novo referendo 1 ano depois. O procedimento a aplicar ao referendo ainda vai ser regulado por legislação específica.

Em síntese, (e agora em jeito de comentário), estes regimes de flexibilidade até podem ter impacto significativo para as entidades empregadoras na medida em que lhes permite reduzir custos de produção com recursos humanos. Mas também é inegável que do ponto de vista dos trabalhado-res e das suas famílias são regimes laborais muito penaliza-dores pois retiram ao trabalhador o controle dos horários de trabalho e a possibilidade de conciliar a profissão com a vida familiar (pelo menos com a estabilidade que seria desejável).

Numa altura em que tanto se fala de serem tomadas medidas para conciliar trabalho e família a revogação do ban-co de horas por acordo individual (e a alteração do procedi-mento para implementar o banco de horas grupal) não dei-xando de ser um pequeno passo no âmbito da proteção do trabalhador é, pelo menos, um passo positivo pois o regime é menos penoso que o que estava em vigor.

Porto, 8 de Novembro de 2019

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ACTIVIDADES 12

INTRODUÇÃO

A valorização dos trabalhadores e a garantia dos seus direitos passa pela rotura com o mo-delo de baixos salários e uma justa distribui-ção de riqueza, por uma política de progresso e justiça social, o que implica o desenvolvi-mento dos serviços públicos e das funções so-ciais do Estado. O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), com os trabalhadores, propõe para o seu Plano de Actividades para 2020 prosseguir as suas rei-vindicações, tais como, o aumento de salários, subsídios e pensões, a dignificação das carrei-ras, o descongelamento das progressões para todos, a regulamentação dos suplementos de insalubridade, penosidade e risco, a reposição do trabalho suplementar, a redução dos des-contos para ADSE, a melhoria das condições de trabalho e a defesa e o reforço dos servi-ços públicos. Neste contexto, e no âmbito das prioridades da Política Reivindicativa da CGTP-IN, o STFPSN defende que o futuro do trabalho tem de as-sentar no respeito pelos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores constitucional-mente consagrados e de assegurar os princípi-os essenciais que a seguir se destacam:

•O AUMENTO GERAL DOS SALÁRIOS; •A VALORIZAÇÃO DAS PROFISSÕES; •UM SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL DE 850€, A CURTO PRAZO;

•UMA LEGISLAÇÃO LABORAL QUE COMBATA A PRECARIEDADE E GARANTA A JUSTIÇA SOCIAL;

•A REGULAMENTAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO;

•ASSEGURAR AS 35 HORAS SEMANAIS PARA TODOS;

•EFECTIVAR A LIBERDADE SINDICAL; •AFIRMAR OS DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS DOS TRABALHADORES;

•MELHORAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS E AS FUNÇÕES SOCIAIS DO ESTADO PARA O BEM-ESTAR DA POPULAÇÃO;

•JUSTIÇA FISCAL PARA DESENVOLVER PORTUGAL.

Assim, o STFPSN apresenta as seguintes Reivindicações Gerais e Sectoriais:

Plano de Actividades para 2020

PROPOSTA

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13 ACTIVIDADES

I REIVINDICAÇÕES GERAIS

Dignificar o estatuto sócio-profissional dos Trabalhadores

• Garantir que os trabalhadores e as suas famílias pos-sam melhorar as suas condições de vida;

• Valorizar as profissões, em articulação com o reco-nhecimento das competências e experiência profissi-onal, considerando ainda o seu impacto na motivação dos trabalhadores e no aumento da produtividade;

• Permitir a aproximação à média dos salários pratica-dos na UE;

• Permitir o aumento real dos salários, tendo por base a reivindicação da CGTP-IN de 850 euros do salário mínimo nacional (SMN) a curto prazo;

• Criar as carreiras do Regime Geral com o índice 100 correspondente a 850 euros, como remuneração base da Administração Pública;

• Rever a Tabela Remuneratória Única, de acordo com o n.º 3 do artigo 147º e o artigo 148º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, até à criação das car-reiras do Regime Geral;

• Promover o descongelamento efectivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias, abrangendo todas as carreiras e todas as categorias, salvaguardando, para a sua generalidade, a contabili-zação de todo o tempo de serviço, sem faseamento e, consequentemente, garantindo o pagamento integral da valorização remuneratória a quem se aposente;

• Proceder à contagem de todo o tempo de serviço nas carreiras em que as progressões dependem deste factor, tal como é recomendado na Resolução da As-sembleia da República n.º 1/2018, cuja expressão remuneratória obedece ao estipulado no art.º 17.º do Orçamento do Estado para 2019, no que respeita ao prazo e modo de concretização;

• Reposicionar as carreiras e os seus conteúdos profis-sionais específicos, tal como existiam antes da revo-gação operada pela Lei n.º 12-A/2008, contribuindo para uma urgente dignificação do trabalho e dos tra-balhadores no âmbito da Administração Pública;

• Revogar o SIADAP, que deve ser substituído por um sistema de avaliação sem quotas, formativo, transpa-rente, equitativo e justo, que valorize, realmente, os trabalhadores, potenciando a progressão profissional nas suas carreiras;

• Repor o valor do pagamento das horas extraordinári-as, do trabalho normal em dias de feriado, das horas de qualidade e de todos os suplementos que foram alvo de cortes, com acréscimo de 50% na primeira hora e de 75% nas seguintes, nos dias úteis, e de 100% nos dias de descanso, bem como a reposição do descanso compensatório;

• Regulamentar e actualizar os suplementos remune-ratórios, destacando o suplemento de risco, insalu-bridade e penosidade.

Exigir a regulamentação dos horários de trabalho e as 35 horas semanais para todos

• Exigir a aplicação das 35 horas do horário semanal a todos os trabalhadores que exerçam funções públi-cas, quer em regime de contrato de trabalho em fun-ções públicas, quer com contrato individual de traba-lho, sem redução de salário;

• Revogar os regimes de adaptabilidade e de banco de horas;

• Exigir o aumento do acréscimo remuneratório por prestação de trabalho suplementar;

• Repor e melhorar a retribuição do trabalho normal, escala em dia de feriado, assim como dos descansos compensatórios;

• Garantir os 2 dias de descanso semanal consecutivos – sábado e domingo, em geral.

Defender o emprego público e acabar com o vínculo precário

• Defender Serviços Públicos de qualidade e reforço das funções sociais do Estado;

• Repor o vínculo de nomeação a todos os trabalhado-res que exerçam funções públicas;

• Exigir a conclusão imediata das homologações e abertura de concursos no âmbito do PREVPAP;

• Proceder à contagem de todo o tempo de serviço dos trabalhadores que foram a concurso, independente-mente do vínculo de contratação, por analogia com os trabalhadores integrados via PREVPAP;

• Considerar a contagem, para efeitos de progressão, de todo o tempo de serviço aos trabalhadores com contrato individual de trabalho;

• Lutar pelo fim dos bloqueios à contratação de traba-lhadores na Administração Central, Regional ou Local;

• Eliminar todas as formas de precariedade na Admi-nistração Pública e a abertura de procedimentos con-cursais que garantam a efectivação do princípio de que a necessidades permanentes tem de correspon-der um vínculo efectivo.

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Garantir a Liberdade Sindical e Afirmar os Direitos, Liberdades e Garantias dos Trabalhadores

• Exigir a revogação das normas gravosas previstas no Código do Trabalho que impedem um efectivo direito dos trabalhadores quanto à liberdade sindical e ao exercício dos direitos sindicais;

• Promover a remoção de todos os entraves à liberdade sindical através de uma intervenção que passe pela salvaguarda e valorização do exercício dos direitos sindicais e pelo reforço da proteção dos representan-tes dos trabalhadores;

• Eliminar todas as práticas de abuso na interpretação e na aplicação da lei da greve que são tendentes ao seu esvaziamento e abrem caminho à sua alteração, nomeadamente na interpretação abusiva do conceito dos serviços sociais impreteríveis em dia de greve; na substituição dos “serviços mínimos” por “serviços máximos” a garantir durante a greve; no recurso in-discriminado à requisição civil e a formas encapota-das de substituição de trabalhadores em greve;

• Consagrar, no mínimo, de 25 dias úteis de férias.

Defender o direito a uma Aposentação/ Reforma com dignidade

• Exigir a actualização das pensões e reformas e das prestações da segurança social;

• Lutar pela alteração das regras de acesso à reforma com a reposição dos 65 anos como idade legal;

• Repor a forma de cálculo das pensões e das condi-ções gerais para aposentação com 36 anos de serviço, independentemente da idade, salvaguardando regi-mes específicos consagrados ou a consagrar com condições de acesso mais favoráveis;

• Garantir a possibilidade de passagem dos trabalhado-res à reforma com 40 anos de contribuições e sem penalizações;

• Garantir a possibilidade de antecipação da reforma para os trabalhadores com profissões de risco e de elevado desgaste e penosidade, como é o caso dos trabalhadores por turnos;

• Exigir a revisão da legislação para assegurar a actua-lização anual das pensões e o aumento do seu poder de compra;

• Rever os regimes relativos ao IAS, à actualização das pensões e prestações sociais;

• Melhorar o regime de protecção social no desemprego;

• Garantir que os descontos para a CGA incidam sobre a totalidade das remunerações e suplementos auferi-dos pelos trabalhadores da Administração Pública em situação de cedência, mobilidade ou qualquer outra legalmente prevista. Este procedimento deve ser as-segurado pela entidade pública processadora da re-muneração, de modo a não prejudicar o valor de refe-rência para efeitos de aposentação;

• Assegurar a fixação da pensão de sobrevivência em 60% da pensão do cônjuge falecido e 70% no caso de haver mais do que um beneficiário da pensão do côn-juge falecido;

• Criar condições específicas no acesso à aposentação sem penalizações aos trabalhadores vítimas de aci-dentes de trabalho ou de doença profissional;

• Lutar pela aplicação da retribuição mínima mensal garantida como valor base para actualização de pen-sões e de outras prestações atribuídas pelo sistema de segurança social;

• Garantir a antecipação da idade da reforma para os trabalhadores em regimes de trabalho por turnos ou nocturno e garantia do direito a sair deles, passando para o horário diurno, após 20 anos de sujeição a tais horários, ou quando o trabalhador tiver 55 anos de idade, em virtude do desgaste e da penosidade des-sas formas de prestação de trabalho;

• Continuar a lutar por melhores condições para uma aposentação/ reforma com dignidade.

Respeitar os direitos sociais e laborais, individuais e colectivos

• Valorizar a negociação e a contratação colectiva que os governos têm inteira obrigação de respeitar;

• Prosseguir a luta pela reposição do direito de contra-tação colectiva;

• Eliminar a caducidade dos instrumentos de contrata-ção colectiva e a reintrodução do princípio do trata-mento mais favorável ao trabalhador;

ACTIVIDADES 14

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• Intensificar a luta contra a precariedade laboral nos sectores público e privado;

• Solicitar no plano legal que, no âmbito da Assembleia da República, seja solicitada a fiscalização sucessiva das alterações à legislação do trabalho promulgadas pelo Presidente da República e que visam legitimar a precariedade, através do alargamento do período expe-rimental para 180 dias dos jovens à procura do primei-ro emprego e dos desempregados de longa duração, do alargamento do período de duração dos contratos a termo de muita curta duração, ainda que com a aplica-ção da taxa de rotatividade excessiva;

• Repor o direito à indemnização devida por motivo de acidente de trabalho e/ou doença profissional;

• Identificar e regulamentar as profissões de desgaste rápido;

• Pugnar pelo direito ao emprego e o reforço do papel da Administração Pública na satisfação das necessidades básicas da população e das funções sociais do Estado;

• Defender a manutenção da ADSE como sistema públi-co complementar de saúde na Administração Pública, reduzindo o valor das contribuições para 1,5% sobre o período de 12 meses, para os aposentados e trabalha-dores da Administração Pública, independentemente do tipo de vínculo.

Pugnar por uma Justiça Fiscal

• Aumentar a distribuição do rendimento nacional, no que respeita à parte salarial;

• Aumentar a capacidade financeira da segurança social para assegurar a melhoria das pensões e da protecção social;

• Alterar e melhorar o modelo de arrecadação das recei-tas fiscais do Estado para garantir mais e melhores serviços públicos aos trabalhadores, aos pensionistas e à população em geral;

• Considerar o englobamento obrigatório de todos os rendimentos no IRS;

• Melhorar as deduções e dar continuidade ao alarga-mento do número de escalões;

• Repor a taxa de IVA da eletricidade e do gás para os 6%;

• Exigir a introdução de uma nova taxa de IRC para as empresas com maiores resultados financeiros;

• Criar medidas que aproximem o lucro contabilístico (que serve para distribuir dividendos) do lucro tributá-vel (sobre o qual incidem impostos);

• Cessar com a atribuição de benefícios fiscais às gran-des empresas;

• Criar uma taxa sobre as transacções financeiras;

• Intensificar e efetivar o combate à fuga e evasão fiscal e ao fim dos paraísos fiscais.

II REIVINDICAÇÕES SECTORIAIS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

• Regularização do vínculo de todos os trabalhadores inscritos no PREVPAP, nomeadamente os Técnicos Especializados da Educação e ainda alguns Assistentes Operacionais;

• Abertura de procedimentos concursais, para contrato de trabalho por tempo indeterminado, para todos os trabalhadores não docentes que já se encontram nas escolas com contrato a termo e contrato de emprego e inserção e ainda para a admissão do número trabalha-dores necessários para o bom funcionamento das es-colas;

• Negociação do Caderno Reivindicativo dos trabalhado-res não docentes dos Estabelecimentos de Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário das Escolas da Rede Pública;

• Criação de carreiras específicas para os trabalhadores não docentes que preveja inequivocamente o seu con-teúdo funcional;

• Pugnar pelo fim do processo de municipalização das escolas;

• Melhorar a Portaria de Rácios para responder à efectiva necessidade das Escolas, nomeadamente: adequar ao contexto sócio-económico onde se insere a escola; ajus-tar o número de alunos do pré-escolar, básico e secun-dário ao cálculo do número necessário de trabalhadores Assistentes Técnicos; obrigar que todos os alunos do ensino especial possam contar com o acompanhamento de Assistentes Operacionais em número suficiente;

• Abertura de concursos para Encarregados Operacio-nais e Coordenadores de Assistentes Técnicos, bem como, a consolidação das mobilidades existentes;

13 ACTIVIDADES15 ACTIVIDADES

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ACTIVIDADES 16

• Assegurar um Encarregado Operacional por estabe-lecimento com 10 ou mais assistentes operacionais;

• Exigir a substituição dos trabalhadores ausentes ao serviço por período superior a 30 dias;

• Criar um regulamento próprio que estabeleça regras quanto à deslocação de trabalhadores dentro dos Agrupamentos;

• Exigir o pagamento do abono para falhas a todos os trabalhadores que, independentemente da categoria profissional, tenham à sua guarda ou manuseamento de numerário, títulos ou documentos;

• Exigir formação contínua de todo o pessoal não do-cente, nomeadamente dos trabalhadores afectos a alunos com necessidades educativas especiais;

• Agilizar o processo de mobilidade geográfica, dando a possibilidade ao trabalhador de iniciar o processo através da plataforma SIGRHE.

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR

• Negociar um Acordo de Empresa para os trabalhadores em regime de Contrato Individual de Trabalho da Uni-versidade do Porto e da Universidade do Minho, em Bra-ga, que permita criar igualdade entre trabalhadores e regule, entre outras matérias, o horário de trabalho;

• Exigir o reconhecimento da antiguidade na condição de Bolseiro de Investigação para efeitos de posição e progressão remuneratória, de acordo com o previsto e aplicado para os restantes trabalhadores integrados pelo PREVPAP;

• Regularizar a situação dos trabalhadores Encarrega-dos de Trabalho do Politécnico do Porto e exigir o reforço do número de trabalhadores não docentes.

MINISTÉRIO DO TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL

Instituto da Segurança Social, I.P.

• Abertura de procedimentos concursais para recruta-mento de Trabalhadores em Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas acabando com o trabalho precário no ISS, designadamente dos Contratos Empre-go-Inserção e dos Contratos Emprego-Inserção+;

• Abertura de procedimentos concursais para Chefes de Equipa;

• Proceder à consolidação da mobilidade intercarreiras dos trabalhadores;

• Fim da privatização de serviços do âmbito do ISS-IP;

• Fim da passagem de equipamentos e outros serviços, nomeadamente, para as IPSS;

• Cumprimento do ACEEP nº 9/2011;

• Reforço de Recursos Humanos, nomeadamente para os serviços locais de atendimento e os de fiscalização;

• Integrar nos quadros de pessoal do Centro Nacional de Pensões, os trabalhadores que desempenham funções efectivas por recurso a “outsourcing”, e ter-minar com os contratos com estas empresas;

• Atribuir suplemento remuneratório aos trabalhadores das Lojas do Cidadão;

• Exigir a extensão do Acordo Colectivo da Saúde aos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica e Técnicos Su-periores de Diagnóstico e Terapêutica;

• Pugnar pela criação de um complemento remunera-tório para os trabalhadores dos Núcleos de Contribui-ções, por terem responsabilidade directa na liquida-ção, cobrança e informatização das contribuições e quotizações, bem como, na regularização da conta-corrente do ISS, I.P., neste âmbito.

Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P.

• Reforço de recursos humanos e de equipas de traba-lho, para garante da prestação de um serviço de quali-dade.

Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.

• Pugnar pela criação de carreiras específicas;

• Acabar com regulamentos internos unilaterais;

• Exigir a regularização de situações de carreiras e vínculos de trabalhadores do quadro do IEFP, prévia à consolidação da mobilidade de trabalhadores doutros organismos.

Centros Protocolares

• Pugnar pela negociação de Acordos de Empresa para os trabalhadores do CINFU – Centro de Formação Profissional da Indústria da Fundição e para os traba-lhadores do CFPIMM – Centro de Formação Profissio-nal da Indústria da Madeira e do Mobiliário;

• Acompanhar a correcta aplicação dos Acordos de Empresas nos Centros Protocolares;

• Intentar propostas de negociação de Acordos de Em-presa com outros Centros Protocolares que garantam melhores direitos para os trabalhadores.

Autoridade para as Condições de Trabalho

• Reforço de recursos humanos e de equipas de trabalho para garante da prestação de um serviço de qualidade.

Amas

• Aumento do valor da comparticipação alimentar por criança;

• Exigir o reconhecimento da antiguidade na carreira para efeitos de progressão, de acordo com o previsto e aplicado para os restantes trabalhadores integrados pelo PREVPAP;

• Exigir a atribuição do subsídio de alimentação, como aos demais trabalhadores da Administração Pública.

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SECTOR SOCIAL E SOLIDÁRIO

Instituições Particulares de Solidariedade Social • Exigir a correcta aplicação do CCT - CNIS/FNSTFPS

aos trabalhadores das IPSS por parte das Institui-ções;

• Exigir a negociação de uma proposta de revisão da Tabela Salarial e das diuturnidades para 2020;

• Exigir aumentos efectivos dos valores do subsídio de refeição e do abono para falhas;

• Exigir o pagamento do trabalho prestado em regime de turnos rotativos, independentemente de serem total ou parcialmente nocturnos;

• Pugnar por uma cada vez mais efectiva, fiscalização do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Misericórdias

• Apresentar propostas de AE às Misericórdias, aten-dendo à recusa da UMP de representar as suas filia-das em sede de negociação;

• Lutar pela revisão da Tabela Salarial para 2019, que se encontra em processo de conciliação na DGERT;

• Exigir a revisão da Tabela Salarial para 2020;

• Lutar para continuar a negociar aumentos salariais dignos para os trabalhadores das Misericórdias;

• Pugnar por uma cada vez mais efectiva fiscalização do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, quer na vertente da correcta aplicação dos valores concedidos através dos Acordos de Coopera-ção, quer na do respeito pelo previsto nos Instrumen-tos de Regulamentação Colectiva de Trabalho.

Cruz Vermelha Portuguesa

• Lutar pelo desbloqueamento da negociação da pro-posta de AE para a CVP, que se encontra em processo de conciliação na DGERT.

MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos (SRIJ), integrado no Turismo de Portugal, I.P.

Ao Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos são co-metidas atribuições no âmbito do controlo, inspecção e regulação da exploração e prática de jogos de fortuna ou azar em casinos e em salas de bingos assim como de jogos de fortuna ou azar, de apostas desportivas à cota e de apostas hípicas, mútuas e à cota, quando pra-ticados à distância, através de suportes eletrónicos, informáticos, telemáticos e interactivos ou por quais-quer outros meios. Os seus funcionários, designada-mente os integrados na carreira especial de inspecção estão sujeitos a diversas especificidades da sua condi-ção profissional e, por isso, exigimos:

• A negociação imediata de um estatuto de carreira especial de inspecção superior de jogos onde conste:

• O reconhecimento da especificidade da carreira especial de inspecção superior de jogos, face às demais carreiras de inspecção, decorrente não apenas da sua actividade inspectiva, mas tam-bém da actividade de regulação;

• A redução da idade da reforma, por forma a compensar o desgaste rápido e os ónus sociais e familiares, decorrentes da prestação de trabalho contínuo em regime de turnos rotativos e pelas frequentes deslocações no território continental e regiões autónomas, estas últimas de duração mensal;

• A concessão expressa do subsídio de turno;

• A concessão de um subsídio de insularidade a atribuir durante as diligências nas regiões autó-nomas;

• A revisão do valor de subsídio de alimentação e de ajudas de custo, valores que actualmente são manifestamente insuficientes para suprir as ne-cessidades das deslocações que são realizadas, invariavelmente, em locais de forte pressão tu-rística, onde se praticam preços de alojamento e alimentação elevados;

• Em alternativa ao ponto anterior, a concessão de subsídio para despesas de representação;

• A não aplicação de quaisquer limites no paga-mento de horas extraordinárias;

• A previsão expressa de que as deslocações para o serviço contam como trabalho efectivamente prestado e pago em conformidade;

• A implementação de suplementos compensatóri-os do risco decorrente das condições penosas a que os trabalhadores estão sujeitos, da disponi-

17 ACTIVIDADES

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ACTIVIDADES 18

bilidade permanente e do manuseamento e guarda de valores, numerário e títulos represen-tativos de numerário;

• A concessão de uso e porte de arma, com dis-pensa da respectiva licença, valendo para tal o cartão de identificação do funcionário;

• A clarificação do domicílio profissional dos traba-lhadores;

• A protecção do trabalhador na mobilidade geo-gráfica;

• A aplicação imediata do subsídio de turno, tal como preconizado na Lei 35/2014 de 20 de Junho;

• O pagamento integral das horas extraordinárias efec-tivamente prestadas;

• Higiene, saúde e segurança no trabalho;

• Uma frota automóvel adequada ao serviço efectuado, ou, em alternativa, a previsão do pagamento das des-locações em viatura própria;

• Abertura de concursos internos para a promoção nas carreiras;

• Abertura de novos concursos para admissão de pes-soal;

• Plano de formação;

• Integrar um regime de avaliação que não o SIADAP (este não pode ser aplicado de forma mecânica, na carreira de inspecção).

Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE)

A ASAE é um órgão de polícia criminal e que obedece a regras específicas nas suas várias vertentes de actua-ção e como tal também os seus funcionários estão su-jeitos a diversas especificidades da sua condição pro-fissional e, por isso, exigimos:

• Criação de uma carreira de apoio à inspecção da ASAE, que contemple os técnicos de laboratório, técnicos de colheita de amostras e assistentes técnicos e operaci-onais que directamente lidam com matérias atinentes aos actos inspectivos e de investigação criminal;

• Implementação de subsídio de risco decorrente das condições penosas a que os trabalhadores estão su-jeitos;

• Implementação de subsídio de prevenção e piquete aos trabalhadores a tal obrigados;

• Abertura de concursos para admissão de novos traba-lhadores, em todas as carreiras existentes na ASAE;

• Uma frota automóvel adequada aos percursos longín-quos a que foram sujeitos alguns trabalhadores após o fecho de serviços existentes em cada capital de distrito, passando assim a uma Unidade Regional do Norte, que inclui: Oliveira de Azeméis - Trás-os-Mon-tes até Valença, Melgaço e Monção… - (sendo também um problema para os consumidores porque não têm proximidade com serviços de fiscalização e preven-ção);

• Plano de formação articulado com o Plano de Activi-dades da ASAE;

• Implementar um regime de avaliação adequado ao serviço de inspecção e investigação;

• Promoção de serviços de proximidade.

MINISTÉRIO DO PLANEAMEN-TO E DAS INFRAESTRUTURAS

Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP, S.A.)

• Alteração do Acordo Colectivo de Trabalho que garanta a equidade entre trabalhadores das várias empresas;

• Alteração legislativa que garanta a aplicação do ACT.

Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P. (IMT, I.P.) • Acompanhar os processos relativos à reestruturação,

fusão e extinção de serviços resultante da aplicação dos novos estatutos;

• Negociação de carreira específica de inspecção.

MINISTÉRIO DA CULTURA

• Negociar Caderno Reivindicativo para o Sector, no-meadamente, a criação de carreiras específicas cor-respondente às funções efectivamente desempenha-das, de forma a fixar e dignificar estes trabalhadores;

• Consolidar a mobilidade intercarreiras na carreira de Técnico Superior aos trabalhadores Assistentes Téc-nicos que, com formação superior, exercem funções integradas na carreira de técnico superior;

• Abertura de procedimentos concursais para admissão de mais trabalhadores;

• Exigir a criação de um regulamento de fardamento para os trabalhadores da DGCP e da Direcção Regio-nal do Norte;

• Exigir a realização de formação profissional específica;

• Exigir a aplicação da legislação sobre higiene e segu-rança no trabalho.

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (INCF, I.P.); Agência Portuguesa do Ambiente (APA); Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Vigilantes da Natureza exigem:

• Revisão, valorização e continuidade da carreira específica;

• Regulamentar horário de trabalho específico;

• Integração no vencimento do suplemento de risco;

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• Atribuição de meios operacionais individuais e colecti-vos necessários ao exercício das funções conforme previsto no Decreto-Lei nº 470/99, de 6 de Novembro;

• Reforço de efectivos na Carreira;

• Atribuição de formação contínua conforme o previsto no Decreto-Lei nº 470/99, de 6 de Novembro;

• Eliminação da imposição de objectivos para além do seu conteúdo funcional.

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Autoridade Tributária e Aduaneira

• Negociações dos diplomas pendentes no âmbito do Decreto-Lei nº 132/2019, de 30 de Agosto, carreiras especiais da AT designadamente quanto:

• Ao regulamento de uniformes dos trabalhadores da AT;

• Acompanhamento das regras de transição das carreiras especiais para a TRU;

• Atenção particular aos processos de mobilidade intercarreiras;

• Negociação de um regulamento de horários de traba-lho para a AT;

• Acompanhamento dos processos das carreiras sub-sistentes.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) • Combater a cedência de competências aos municípios

na gestão da inspecção veterinária;

• Exigir uma verdadeira e efectiva negociação da carrei-ra específica de inspecção veterinária; pugnar pela substituição do DL 141/2019 de 19 de Setembro;

• Efectiva aplicação do Despacho 40-G/2017, designa-damente quanto ao domicílio necessário, aos horários de trabalho, ao pagamento do subsídio de turno, das ajudas de custo, à utilização de viatura de serviço;

• Defender a abertura de procedimento concursal para as carreiras de inspecção veterinária, acabando com a precariedade e a falta de pessoal nos serviços.

MINISTÉRIO DO MAR

• Criação da carreira da inspecção das pescas;

• Exigir melhores condições de trabalho a bordo dos navios de investigação do IPMA;

• Exigir a restituição do pagamento do subsídio de mar.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

• Acompanhar o processo reivindicativo dos trabalhado-res dos serviços e organismos do Ministério da Justi-ça, consubstanciado no Caderno Reivindicativo já en-tregue à tutela e cuja negociação se exige;

• A negociação do Caderno Reivindicativo dos trabalha-dores da vigilância eletrónica, já entregue, designa-damente quanto à criação da carreira de técnico de vigilância eletrónica;

• Reposição dos Serviços Sociais do Ministério.

Direcção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP)

• Revisão/criação das carreiras subsistentes ou não revistas da DGRSP;

• A criação de carreira especial para os trabalhadores dos Centros Educativos de Reinserção Social e Vigi-lância Eletrónica;

19 ACTIVIDADES

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• A revogação do Despacho nº 15073/2008, de 30 de Maio reafectando os trabalhadores transferidos para o Instituto de Segurança Social ao Instituto de Reinser-ção Social;

• A revisão do Decreto-Lei nº 237/97, de 08/09 que alte-ra o Decreto-Regulamentar nº 38/82, de 07/07 que regula a forma de cálculo do subsídio de risco aos trabalhadores afectos aos Estabelecimentos Prisio-nais (indexado ao índice 100 já revogado);

Policia Judiciária (PJ)

• Pugnar pela alteração dos DL 137 e 138/2019 de 13 de Setembro, exigindo uma verdadeira e efectiva negoci-ação do estatuto profissional de carreira especial de investigação criminal e do apoio à investigação assim como uma nova lei orgânica;

• Pagamento integral do subsídio de risco de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2018;

• Exigir o suplemento de disponibilidade da função de investigador criminal;

• Defender a abertura de procedimentos concursais para as carreiras de investigação e do apoio.

Instituto dos Registos e do Notariado (IRN, I.P.)

• Pugnar pela alteração do diploma das carreiras espe-ciais de conservador e de oficial de registo, DL 115/2018 de 21 de Dezembro;

• Integração nas carreiras do IRN, I.P. dos trabalhado-res que exercem funções no Departamento de Identi-ficação Civil;

• A negociação de um justo regime de atribuição de emolumentos no IRN, I.P. que impeça a presente situ-ação de discricionariedade.

Instituto Medicina Legal e Ciências Forense

• Criação e valorização de carreiras especiais;

• Reforço do mapa de pessoal.

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

• A valorização da carreira de inspecção do SEF;

• Exigir o alargamento do quadro de pessoal da carreira de investigação e fiscalização;

• Exigir a formação contínua dos funcionários;

• Lutar por um regulamento de horários de trabalho;

• Exigir a revisão do regulamento de colocações;

• Exigir a criação de condições dignas de trabalho nas fronteiras.

Guardas Florestais integrados no SEPNA/GNR

• A atribuição de um regime de suplementos remunera-tórios, adequado aos seus deveres e às funções atri-buídas;

• A actualização do cartão de identificação, para o efec-tivo, como também para os guardas florestais aposen-tados;

• A abertura de procedimento concursais, quer de ad-missão a novos guardas florestais, quer de promoção a mestre florestal e a mestre florestal principal;

• Quanto ao regime de aposentação dos guardas flores-tais, exigir à tutela esclarecimento cabal e eliminar a dualidade de critérios por parte da CGA e da Guarda Nacional Republicana.

Polícia Municipal

• Exigir o início das negociações do Caderno Reivindica-tivo e resposta à proposta de calendário negocial apresentado ao MAI para a resolução de um conjunto de problemas de ordem profissional e laboral, de que se destacam a clarificação do Estatuto da Polícia Mu-nicipal, a criação de carreira especial e a reposição de vínculo de nomeação;

• Exigir a atribuição de suplementos, nomeadamente de risco e de patrulha;

• Exigir o pagamento do subsídio de exercício conforme previsto para outras forças policiais.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

• Defesa e reforço do Serviço Nacional de Saúde lutando contra a Municipalização/Descentralização e conse-quente privatização dos Serviços de Saúde;

• Passagem para o Sector Público e Administrativo de todos os Centros Hospitalares e Unidades Locais de Saúde (Entidades Públicas Empresariais - EPE);

• Reorganização dos actuais Agrupamentos de Centros de Saúde diminuindo a dispersão geográfica conside-

23 FORMAÇÃOACTIVIDADES 20

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rando os interesses das populações e dos trabalhado-res dos Centros de Saúde;

• Conclusão dos processos negociais na Comissão Pari-tária com vista à aplicação integral dos Acordos Co-lectivos de Trabalho aos trabalhadores em regime de Contrato Individual Trabalho;

• Adesão do Hospital de Braga, EPE aos Acordos Colec-tivos de Trabalho em vigor;

• A revogação dos regimes gravosos de flexibilização do tempo de trabalho (regimes de adaptabilidade, de banco de horas individual e grupal e os horários con-centrados);

• Criação da Carreira de Técnico-Auxiliar de Saúde;

• Resolução de todos os casos de trabalho precário e criação de um regime específico de recrutamento de pessoal no Ministério da Saúde;

• Integração nos quadros de pessoal dos trabalhadores colocados através de empresas externas;

• Aplicação da legislação do abono para falhas;

• Aplicação do Decreto-Lei nº 503/99 aos trabalhadores das EPE’s;

• Reposição da atribuição de ceia aos trabalhadores que prestam serviço no turno da noite;

• Promover sessões de informação e sensibilização nos hospitais com vista à criação de Comissões de Higiene e Segurança no Trabalho e dar apoio legislativo e ad-ministrativo às entidades que se mostrarem interes-sadas em formarem estas comissões;

• Criação de um Estatuto próprio dos trabalhadores da Saúde.

Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM, I.P.) • Pugnar pela alteração do diploma de carreira de Téc-

nico de Emergência Pré-Hospitalar – Decreto Lei nº 19/2016, de 15 de Abril;

• Exigir a dotação de meios materiais e humanos com vista a melhorar a qualidade de socorro às popula-ções;

• Exigir o pagamento dos feriados desde 2005;

• Exigir condições de higiene e segurança no trabalho;

• Defesa de uma política de recursos humanos asserti-va, orientada numa visão de missão e valores, com enfoque nos trabalhadores.

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL

• Acompanhamento do processo de reestruturação dos serviços departamentais das Forças Armadas;

• Exercício de actividade sindical nos quartéis;

• Criação de mapas de pessoal, adaptados às reais ne-cessidades;

• Integração nos quadros de pessoal dos trabalhadores da extinta manutenção militar;

• Criação de carreiras específicas para os trabalhado-res dos serviços gerais e valorização das actuais car-reiras existentes.

Instituto de Socorros a Náufragos

• Definição de conteúdos funcionais e criação de mapa de pessoal adequado às reais necessidades.

COMISSÃO DE APOSENTADOS E REFORMADOS

• Participar activamente nas lutas do Movimento Sindi-cal Unitário e da Inter-Reformados;

• Desenvolver lutas relacionadas com os aposentados/reformados;

• Proporcionar convívios, tertúlias e formação sénior aos aposentados/ reformados.

21 ACTIVIDADES

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ORÇAMENTO 22

Rubricas Orçamento 2020 Previsão 2019 Orçamento 2019RendimentosQuotizações Estatutárias 1.100.000,00 1.098.000,00 1.070.000,00Quotização Mapas de Pessoal 969.000,00 965.500,00 946.000,00Quotização Individuais 7.000,00 7.000,00 8.000,00Quotizações Débitos Diretos 124.000,00 125.500,00 116.000,00

Regulamento Prestação Serviços 2.000,00 2.000,00 2.000,00 Aplicação Regulamento 2.000,00 2.000,00 2.000,00

Total de Quotização e Regulamento 1.102.000,00 1.100.000,00 1.072.000,00

Comparticipações em Programas Financiados Estado 0,00 4.900,00 4.900,00Comparticip. Acções de Formação Profissional 0,00 0,00 0,00Comparticip. Estágios Profissionais 0,00 4.900,00 4.900,00

Outros Rendimentos 2.150,00 4.100,00 100,00Restituição Impostos 50,00 100,00 100,00Outros Rendimentos 2.100,00 4.000,00 0,00

Rendimentos Financeiros 2.000,00 2.000,00 2.000,00Juros Obtidos 2.000,00 2.000,00 2.000,00

Total Rendimentos 1.106.150,00 1.111.000,00 1.079.000,00

GastosQuotização e Iniciativas Mov Sindical 230.394,24 229.134,24 225.494,24

Quotizações estatutárias 175.394,24 174.234,24 171.994,24

CGTP 88.000,00 87.840,00 85.600,00FNSTFPS 85.000,00 84.000,00 84.000,00Confederação Quadros Técnicos 2.394,24 2.394,24 2.394,24

Iniciativas Movimento Sindical 55.000,00 54.900,00 53.500,00Compartipação para União Sind Porto 34.100,00 34.038,00 33.170,00Compartipação para União Sind Braga 11.000,00 10.980,00 10.700,00Compartipação para União Sind Viana do Castelo 4.400,00 4.392,00 4.280,00Compartipação para União Sind Vila Real 3.300,00 3.294,00 3.210,00Compartipação para União Sind Bragança 2.200,00 2.196,00 2.140,00

Acção Sindical 189.722,73 178.329,64 179.269,83Compensações Salariais Dirigentes 8.000,00 8.000,00 8.000,00Transporte, alojamento e refeições dirigentes sindicais 54.000,00 52.000,00 50.000,00Transporte, alojamento e refeições delegados sindicais 3.000,00 3.000,00 3.000,00Transporte, alojamento e refeições associados 2.500,00 2.000,00 2.500,00Formação Sindical Dirigentes/Delegados 2.000,00 0,00 0,00Remunerações e encargos salariais com pessoal 23.333,09 23.500,00 23.330,19Trabalhos tipográficos 2.500,00 2.350,00 1.500,00Combustíveis com viaturas 17.500,00 12.000,00 16.000,00Jornais, revistas e publicações não oficiais 50,00 50,00 50,00Aparcamento e portagens de viaturas 13.000,00 12.000,00 10.000,00Aluguer viaturas ligeiras e autocarros 15.000,00 15.100,00 14.500,00Comunicações postais 8.500,00 8.200,00 8.500,00Telecomunicações (Telefone e Internet ) 20.000,00 19.800,00 20.000,00Seguros viaturas 2.200,00 2.200,00 1.750,00Seguro Acidentes Pessoais colectivo 650,00 640,00 650,00Honorários com assessor Imprensa 11.489,64 11.489,64 11.489,64Conservação e reparação de viaturas 4.000,00 4.000,00 6.500,00Publicidade e propaganda 2.000,00 2.000,00 1.500,00

PROPOSTA DE ORÇAMENTO 2020

Orçamento para 2020

PROPOSTA

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23 ORÇAMENTO

Em Euros

Rubricas Orçamento 2020 Previsão 2019 Orçamento 2019Administração e Gestão 315.492,13 313.490,00 306.600,18Remunerações e encargos salariais com pessoal 233.202,13 235.000,00 227.250,18Transporte, alojamento e refeições funcionários 1.250,00 1.000,00 1.250,00Electricidade 12.000,00 12.000,00 12.000,00Água 2.000,00 1.800,00 1.800,00Ferramentas 100,00 50,00 100,00Materal Escritório 8.000,00 8.000,00 7.500,00Rendas Instalações 11.040,00 11.040,00 11.040,00Seguros Edifícios e Recheio 1.500,00 1.500,00 1.500,00Honorários com serviços de informática 11.500,00 11.500,00 11.360,00Honorários para serviços diversos 500,00 500,00 500,00Serviço de Limpeza das Instalações 9.000,00 8.500,00 8.650,00Conservação e reparação de imóveis 5.000,00 4.000,00 5.000,00Conservação equipamento administrativo e outro 7.000,00 6.000,00 7.000,00Conservação e reparção equip. informáticos 3.000,00 2.500,00 1.500,00Aluguer Operacional Equipamentos- Contratos 4.000,00 4.000,00 4.000,00Outros serviços - Imóveis - Condomínios 400,00 400,00 400,00Materiais de Higiene e Limpeza 2.000,00 1.800,00 1.750,00Vigilância e Segurança - contratos 1.500,00 1.400,00 1.500,00Impostos Directos e Indirectos 2.500,00 2.500,00 2.500,00

Juridico 265.140,54 253.000,00 244.369,92Remunerações e encargos salariais com pessoal 257.390,54 246.000,00 232.119,92Livros e documentação técnica 500,00 250,00 500,00Honorários advogados 2.500,00 3.000,00 5.000,00Custas Judiciais 4.000,00 3.000,00 6.000,00Transporte, alojamento e refeições do Juridico 750,00 750,00 750,00

Outros Serviços aos Sócios 38.007,35 37.926,00 37.963,44Remunerações e encargos salariais com pessoal 13.507,35 13.426,00 13.463,44Formação financiada 0,00 0,00 0,00Formação Interna Sindicato 5.000,00 5.000,00 5.000,00Unicepe, UPP, Conselho Paz e Cooperação 1.500,00 1.500,00 1.500,00Edição da Revista do STFPSN 16.500,00 16.500,00 16.500,00Federação de Campismo e Associação Benéfica Emp.Comércio 1.500,00 1.500,00 1.500,00

Outros Gastos 6.100,00 5.200,00 5.950,00Artigos para oferta 50,00 50,00 100,00Transporte mercadorias 50,00 50,00 100,00Donativos 750,00 500,00 750,00Multas fiscais e parafiscais 500,00 250,00 500,00Correções Períodos Anteriores 500,00 250,00 500,00Serviços bancários 4.250,00 4.100,00 4.000,00

Gastos antes Depreciações, Imparidades e Provisões 1.044.857,00 1.017.079,88 999.647,61Resultado antes de Depreciações Congressos e Eleições 61.293,00 93.920,12 79.352,39

Depreciações 34.000,00 36.000,00 31.000,00Total 1.078.857,00 1.053.079,88 1.030.647,61

Resultado Antes de Congressos e Eleições 27.293,00 57.920,12 48.352,39

Gastos com Eleições e Congressos MSU 25.000,00 13.000,00 1.000,00

Total Gastos 1.103.857,00 1.066.079,88 1.031.647,61

Resultado Líquido de Período 2.293,00 44.920,12 47.352,39

Investimentos 10.000,00 35.000,00 30.000,00Autofinanciamento (inclui investimentos) 26.293,00 45.920,12 48.352,39

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ESTUDO 24

A VERDADE SOBRE AS TRANSFERÊNCIAS DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA O SNS, O ACESSO CADA VEZ MAIS DIFICIL A SERVI-ÇOS DE SAÚDE PELOS PORTUGUESES, E O ES-TRANGULAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE QUE É EXEMPLO A SITUAÇÃO NA ADSE MOTIVADO PELA OBSESSÃO DE REDUZIR RAPIDAMENTE O DÉFICE A ZERO PARA “BRI-LHAR” EM BRUXELAS Uma das questões que mais preocupam os portugueses, con-firmada pelas sondagens realizadas, são as dificuldades cres-centes que enfrentam para ter acesso a cuidados de saúde, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por essa razão, esta questão tem sido objeto de grande debate público por parte dos partidos que concorrem às eleições de outubro.

O governo e o PS têm afirmado que nunca tanto dinheiro foi aplicado no SNS, e que nunca tanto se fez pelo SNS como durante o atual governo. Mário Centeno, um dos arautos das posições governamentais, afirma mesmo que não há cortes e nem cativações na saúde. Os outros partidos criticam o gover-no e o PS pelas dificuldades visíveis que enfrentam os portu-gueses no acesso a serviços de saúde e pela escassez de meios que o atual governo dedicou ao SNS.

Neste estudo, utilizando dados oficiais de um outro estudo nosso mais desenvolvido – “SNS - a situação atual, problemas que enfrenta e desafios futuros” -incluído num livro publicado em junho de 2019, com o título “História do Serviço Nacional de Saúde em Portugal” encomendado pelo Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, vamos analisar e tornar claro o que se verifica.

AS TRANSFERÊNCIAS DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE CONTINUARAM A SER MUITO INFERIORES À SUA DES-PESA COM O ATUAL GOVERNO

Gráfico 1

Construído com dados constantes do nosso estudo publicado no livro referido anteriormente, mostra que o subfinancia-mento crónico do SNS (transferências do OE para o SNS infe-riores à despesa) continuou mesmo com o atual governo.

Segundo os dados oficiais do gráfico 1, no período do atual governo (2015/2019) os défices (coluna negativa a cinzento) do SNS ( transferências do OE para o SNS menos Despesa do SNS) foram, em média de -1.052,8€ por ano, portanto superi-ores aos verificado durante o governo PSD/CDS e “Troika” que, no período 2013/2014, foram em média de -987,5 milhões € por ano. No período do atual governo (2015/2019) os défices acumulados (transferências do OE inferiores às despesas do SNS) somaram -5.264 milhões €. E isto apesar das transfe-rências do OE para o SNS terem aumentado, entre 2015 e 2019, em 1.326 milhões €. O certo é que os défices anuais do SNS não diminuíram; até aumentaram, daí as suas dificulda-des crescentes. E o SNS para poder funcionar é obrigado a endividar-se (em julho.2019, a divida dos hospitais EPE era de 550,4 milhões €).

Eugénio Rosa

ESTUDO

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25 ESTUDO

DURANTE O ATUAL GOVERNO A PARCELA DE RIQUEZA CRIADA NO PAÍS TRANSFERIDA PELO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA O SNS ATÉ DIMINUIU Como mostram os dados do gráfico 2, também foi construído com dados oficiais (INE e MS), e contrariamente ao que se pretende fazer crer, a parcela de riqueza criada no país (PIB) transferida para o SNS, através do Orçamento do Estado, di-minuiu com o atual governo.

As percentagens do gráfico 2 foram calculadas com base em dados oficiais. E como se conclui a percentagem de riqueza criada no país (PIB) transferida anualmente para o SNS, atra-vés do OE, pelo atual governo não aumentou; pelo contrário, até foi inferior à de 2013 e 2014.

Durante o debate da nova Lei de bases da saúde aprovada pela Assembleia da República, defendemos que fosse introduzida na lei uma norma travão que estabelecesse que as transfe-rências do Orçamento do Estado para o Serviço Nacional de Saúde não podiam ser inferiores, anualmente, a 5% do PIB a preços correntes do respetivo ano. Isto para impedir o arbítrio dos governos que transferem cada ano o que querem, muitas vezes condicionados, como aconteceu com este governo, pela obsessão de reduzir o défice a ZERO e de se apresentar em Bruxelas como “bom aluno”, e obter o aplauso, incluindo da direita, de ser “o ministro de contas certas” Assim é fácil.

A introdução dessa norma travão contra o subfinanciamento crónico do SNS teria determinado que, no período 2015/2019, o SNS tivesse recebido do Orçamento do Estado, em média por ano, mais 1.100 milhões €, a quantia suficiente para aca-bar com o subfinanciamento crónico do SNS, pagar mais aos profissionais de saúde, acabar com a promiscuidade que exis-te a nível destes de trabalharem simultaneamente no SNS e nos grandes grupos privados de saúde, e exigir uma gestão mais eficiente e responsável, acabando com a má gestão e promiscuidade que prolifera no SNS e o destrói.

Enviamos a proposta da introdução desta norma travão à co-missão nomeada pelo governo e presidida pela Dra. Maria de Belém assim como aos partidos mas nenhum teve a coragem de propor e defender a introdução de uma medida desta natu-reza na nova lei de bases da saúde, mas agora todos falam, incluindo o partido do governo, que é preciso defender o SNS e dotar este dos meios financeiros necessários

O ESTRANGULAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, NOMEA-DAMENTE DE SAÚDE, DE QUE É EXEMPLO A SITUAÇÃO NA ADSE

Mário Centeno declara que não corta nem cativa despesas de saúde. Apesar da ADSE ser financiada quase exclusivamente com os descontos dos trabalhadores e aposentados da Função Pública (em 2019, são mais de 600 milhões €), no orçamento inicial apresentado ao governo este cortou, arbitrariamente e sem dar qualquer justificação, 50 milhões € nas despesas com saúde e 1,5 milhões € nas despesas de pessoal. Como consequência, no orçamento aprovado pelo Ministério das Finanças não existe verba suficiente para pagar as despesas de saúde do Regime convencionado e do Regime livre dos trabalhadores e aposentados da Função Pública em 2019. E como tudo isto já não fosse suficiente, em fevereiro de 2019 cativou mais 650.000€ nas despesas com pessoal o que de-termina que a ADSE não tenha verba para lançar qualquer concurso para contratar os trabalhadores que necessita para poder funcionar normalmente, servir melhor os beneficiários, e combater com eficácia a fraude e o consumo desnecessário.

Durante janeiro de 2019, a ADSE esteve até impossibilitada de fazer quaisquer aquisições de bens e serviços essenciais para o seu funcionamento porque foi impedida pelo Ministério das Finanças (a razão é que não tinha lançado os “cativos”). É esta a realidade na Administração Pública que contradiz o discurso oficial, e é importante que os portugueses conheçam pois afeta os serviços prestados.

Ao longo do ano de 2019, a ADSE para poder funcionar é obri-gada a mendigar ao Ministério das Finanças autorizações de reforço das verbas cortadas pelo governo, o que causa a mul-tiplicação da carga de trabalho para os poucos trabalhadores que tem a ADSE e atrasos contínuos.

Para poder manter em funcionamento os serviços no mínimo, a ADSE tem sido obrigada a fazer aquisições de serviços a empresas de trabalho temporário, “comprando milhares de horas de trabalho”. É o que sucedeu no Regime livre visando reduzir o atraso médio de cerca de 3 meses (há casos em que o atraso é de muitos mais meses) que se verifica nos paga-mentos dos reembolsos aos beneficiários.

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ESTUDO 26

Mas mesmo aqui a interferência do Ministério das Finanças é brutal. É ele que fixa o valor máximo por hora que a ADSE pode pagar. E no último concurso, o Ministério das Finanças determinou que o valor máximo que a ADSE podia pagar por hora a uma empresa de trabalho temporário era apenas 4,77€, o que determina que a empresa de trabalho temporário pague ao trabalhador entre 2,5€ e 2,8€/hora. O concurso ficou deserto. E a ADSE tem de repetir o concurso com o mesmo valor. António Costa diz aos patrões privados que é necessário que aumentem os salários aos trabalhadores quando na Ad-ministração Pública, por imposição do ministério de Mário Centeno, se paga entre 2,5€ e 2,8€ hora a trabalhadores pre-cários. É uma contradição. O que acontece na ADSE certa-mente sucede em muitos serviços públicos. A ADSE é apenas um exemplo. E a ADSE é financiada quase exclusivamente com os descontos dos trabalhadores e aposentados, o que não acontece nos outros serviços. Mas é desta forma que o atual governo consegue o défice orçamental de zero, pois os saldos positivos acumulados na ADSE também servem para reduzir o défice, embora continuem a pertencer à ADSE.

E é também por esta razão que Mário Centeno afirma que é mais fácil tomar medidas se o PS tiver a maioria absoluta.

A DESPESA SUPORTADA COM SAÚDE PELAS FAMÍLIAS É MAIS ELEVADA EM PORTUGAL QUE NA UE

Como consequência do subfinanciamento crónico do SNS, da promiscuidade público privada dos profissionais de saúde, que trabalham simultaneamente no SNS e principalmente nos hospitais dos grandes grupos privados de saúde, devido a ausência de uma carreira e de remunerações dignas no SNS, e ao estrangulamento de toda a Administração Pública pelo atual governo para reduzir o défice orçamental a zero, e à má gestão que existe no SNS, a despesa das famílias com a saúde aumentou muito em Portugal, sendo muito mais elevada do que a média da União Europeia. O gráfico 3 da OCDE que a seguir se apresenta mostra com clareza isso. Como con-sequência, o negócio privado da saúde explodiu em Portugal,

nomeadamente o dos 5 grandes grupos (Luz, JMS, Lusíadas, Trofa e grupo dos Hospitais Privados do Algarve) que domi-nam totalmente o mercado privado da saúde, eliminando os pequenos e médios prestadores, o que tem sido ajudado pelos governos através da criação de dificuldades ao SNS e de uma gestão na ADSE que tem concentrado a prestação de cuidados de saúde aos beneficiários apenas nos grandes grupos.

Gráfico 3

Percentagem da despesa total com saúde suportada pelas famílias-2016 (desde que entrei para o Conselho diretivo da ADSE em representação dos beneficiários tenho procurado combater essa gestão que favorece os grandes grupos de saúde e prejudica os pequenos e médios prestadores, e os beneficiários pois dificulta o acesso à saúde, mas tem sido em vão – até a esta data só consegui a assinatura de 2 convenções c/ hospitais de IPSS e Misericórdias - devido à forte oposição dos dois membros do conselho diretivo nomeados pelo gover-no em sua representação). A privatização da saúde em Portu-gal está-se a fazer através de aquisição de bens e serviços ao setor privado pelo setor público. Em 2019, a compra de bens e serviços aos privados pelo SNS atingirá 5.756 milhões € e da ADSE e ADM mais de 650 milhões €.

Em Portugal, em 2016, 28% da despesa com a saúde era su-portada diretamente pelas famílias, quando a média nos paí-ses das União Europeia era, no mesmo ano, apenas de 18% como mostram os dados da OCDE (OECD Health Statistics, Eurostat Dabase). Atualmente a situação ainda deve ser mais grave. É esta a realidade.

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27 PROTOCOLOS

Seguro de Saúde Renovação Informamos que as condições do Segu-ro de Saúde Multicare/Fidelidade para os Associados STFPSN e seus familia-res foram renovadas por mais um ano, permanecendo disponíveis:

OPÇÃO 1 Cartão ACTIVECARE Geral OPÇÃO 2 Planos de saúde complementares ADSE OPÇÃO 3 e 4 Planos de saúde para todos os Associados e familiares Para mais informações sugerimos que contacte: Fidelidade: 224663000. R. Comb. Grande Guerra, 168 4420-069 Gondomar STFPSN: 225574060

Rua Damião de Góis, 278 – R/c 4050-223 Porto Telefone: 220 922 550 Telem.: 914 569 969 E-mail: [email protected]

20% de redução em Pacotes de Trata-mentos Intensivos¹; ¹ Tratamentos Intensivos: Multicavitação; Radiofrequência; Endomassagem; Redutor de Medidas; Mesoterapia; Peeling Ultrassónico. 10% de redução em Ginásio de Estéti-ca Programa Mensal² e Serviços3 2 Programa Mensal: Bandas Quentes; Ginásti-ca Passiva; Crioterapia; Pressoterapia; Ter-moterapia; Máscaras Faciais; Lifting Facial. 3 Serviços: Microdermoabrasão; Depilação; Depilação Permanente; Permanente e Pintura de Pestanas; Limpeza de Pele Ultrassónica; Manicura/Pedicura (excepto unhas de gel e gelinho); Maquilhagem. 1 avaliação morfológica + 1tratamento de estética      

SAÚDE TEMPOS LIVRES

Lavandaria Marcarima Rua de São Caetano, 800 r/c dto 4410-494 Rechousa VNGaia Telef.: 227127973  Telem.: 918419781

Redução de 15% em todo o tipo de serviços.

Protocolos

Formação ProfissionalPara além da oferta formativa do Centro de Formação do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, in-formamos que se encontra em negociação e em fase de desen-volvimento uma parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, no sentido de ser disponibilizado aos Associados do STFPSN um Plano Formativo mais abrangente e diversificado, com viabilidade de aumentar o nível de concretização das acções de formação.

Desejamos que em breve se en-contrem reunidas as condições para procedermos à divulgação concreta e pormenorizada sobre a parceria actualmente em estudo.

Esteja atento à próxima publi-cação, sem prejuízo da divulgação do nosso plano de formação nos meios habituais!

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