14
SUCATA TRATAMENTO TRIBUTÁRIO ICMS– O lançamento do imposto incidente nas sucessivas operações com papel usado ou apara de papel, sucata de metal, caco de vidro, retalho, fragmento ou resíduo de plástico, de borracha ou de tecido, inclusive as decorrentes de importação, fica devido para o momento em que ocorrer (e diferido se ocorrer dentro do Estado): ` sua saída p/outro estado; ` sua saída p/o exterior; ` sua entrada em estabelecimento industrial. O benefício do diferimento alcança a saída promovida por quaisquer estabelecimentos, isto é, comercial ou industrial, com destino a outros estabelecimentos também localizados neste Estado. Quanto aos demais resíduos não citados ocorrerá normalmente a incidência do ICMS. Na saída dos resíduos de materiais p/outro estado, o imposto será recolhido pelo remetente, por ocasião da remessa, mediante GAREICMS (Recolhimentos Especiais) que acompanhará a mercadoria p/ser entregue ao destinatário com o documento fiscal. Nessa guia de recolhimento, além dos demais requisitos, deverão constar, ainda que no verso, o número, a série e a data de emissão do documento fiscal. Na entrada de resíduos de materiais provenientes de outros estados o destinatário, para fazer jus ao crédito correspondente, deverá emitir Nota Fiscal para cada entrada. Diferença entre sucatas e material obsoleto: A sucata se distingue pela modificação estrutural ou química do material (ferrugem, fragmentação e outros), enquanto que o material obsoleto, ainda que considerado imprestável ao uso, guarda sua integridade original. Portanto, o fato de um produto tornar-se obsoleto, não significa que deva ser considerado como sucata. IPI : As aparas, desperdícios, sucatas, etc., resultantes do processo produtivo figuram na Tabela de Incidência do IPI como não tributados, beneficiados com a alíquota zero e, em alguns casos, como tributados (desperdícios de plásticos e suas obras e aparas de peleteria). Destarte, o contribuinte deverá ficar atento em relação ao tipo de resíduo industrial objeto da operação para efetuar o adequado enquadramento tributário. Como preencher a nota fiscal: NATUREZA DA OPERAÇÃO :VENDA DE SUCATAS CFOP : 5.949 (Operações Internas)

Operação e Venda de Sucata

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Operação e Venda de Sucata

SUCATATRATAMENTO TRIBUTÁRIO

ICMS– O lançamento do imposto incidente nas sucessivas operações com papel usado ou apara de papel, sucata de metal, caco de vidro, retalho, fragmento ou resíduo de plástico, de borracha ou de tecido, inclusive as decorrentes de importação, fica devido para o momento em que ocorrer (e diferido se ocorrer dentro do Estado):

` sua saída p/outro estado;` sua saída p/o exterior;` sua entrada em estabelecimento industrial.

O benefício do diferimento alcança a saída promovida por quaisquer estabelecimentos, isto é, comercial ou industrial, com destino a outros estabelecimentos também localizados neste Estado. Quanto aos demais resíduos não citados ocorrerá normalmente a incidência do ICMS.

Na saída dos resíduos de materiais p/outro estado, o imposto será recolhido pelo remetente, por ocasião da remessa, mediante GAREICMS (Recolhimentos Especiais) que acompanhará a mercadoria p/ser entregue ao destinatário com o documento fiscal. Nessa guia de recolhimento, além dos demais requisitos, deverão constar, ainda que no verso, o número, a série e a data de emissão do documento fiscal. Na entrada de resíduos de materiais provenientes de outros estados o destinatário, para fazer jus ao crédito correspondente, deverá emitir Nota Fiscal para cada entrada.

Diferença entre sucatas e material obsoleto:

A sucata se distingue pela modificação estrutural ou química do material (ferrugem, fragmentação e outros), enquanto que o material obsoleto, ainda que considerado imprestável ao uso, guarda sua integridade original. Portanto, o fato de um produto tornar-se obsoleto, não significa que deva ser considerado como sucata. IPI : As aparas, desperdícios, sucatas, etc., resultantes do processo produtivo figuram na Tabela de Incidência do IPI como não tributados, beneficiados com a alíquota zero e, em alguns casos, como tributados (desperdícios de plásticos e suas obras e aparas de peleteria). Destarte, o contribuinte deverá ficar atento em relação ao tipo de resíduo industrial objeto da operação para efetuar o adequado enquadramento tributário.

Como preencher a nota fiscal:

NATUREZA DA OPERAÇÃO :VENDA DE SUCATASCFOP : 5.949 (Operações Internas)6.949 (Operações Interestaduais)

FUNDAMENTOS LEGAIS:ICMS : "ICMS diferido nos termos do Artigo 392 do Decreto 45.490/00 – (RICMS/SP)".IPI : Tributado ou alíquota zero

Page 2: Operação e Venda de Sucata
Page 3: Operação e Venda de Sucata
Page 4: Operação e Venda de Sucata

SucatasAs operações realizadas dentro do território paulista com sucata possuem diferimento do ICMS, que será devido na remessa para outro Estado ou para o exterior ou no

momento da entrada no estabelecimento industrial.

Na remessa de sucata para outra Unidade da Federação, deverá ser destacado o imposto na nota fiscal que acobertará a remessa dos produtos, bem como haverá necessidade do recolhimento antecipado do ICMS. A guia de recolhimentos, Gare, seguirá anexa à mercadoria.

O estabelecimento industrial, ao receber sucata, nas operações internas, deverá emitir nota fiscal de entrada para cada aquisição e escriturá-la no Livro Registro de Entradas, com crédito, ser for o caso.  E, lançará o débito do ICMS (pagamento do imposto) na coluna 'Débito do Imposto - Outros Débitos' do Livro Registro de Apuração do ICMS,

informando 'Entrada de resíduos de materiais'.

Considera-se sucata, para fins de fruição do diferimento, papel usado ou aparas de papel, sucata de metal, caco de vidro, retalho, fragmento ou resíduo de plástico, de borracha ou de tecido.

Lembramos a existência de tratamento diferenciado para a industrialização de sucatas de metais não-ferrosos e alumínio.

Diferença entre sucatas e material obsoleto

A sucata se distingue pela modificação estrutural ou química do material (ferrugem, fragmentação e outros), enquanto que o material obsoleto, ainda que considerado imprestável ao uso, guarda sua integridade original. Portanto, o fato de um produto tornar-se obsoleto, não significa que deva ser considerado como sucata.

IPIAs aparas, desperdícios, sucatas, etc., resultantes do processo produtivo figuram na Tabela de Incidência do IPI como não tributados, beneficiados com a alíquota zero e, em

alguns casos, como tributados (desperdícios de plásticos e suas obras e aparas de peleteria)

COMO PREENCHER A NOTA FISCAL Natureza de Operação: Vendas de Sucatas

CFOP : 5.949 (Operações Internas)

 6.949 (Operações Interestaduais)

FUNDAMENTOS LEGAIS: ICMS : “ICMS diferido nos termos do Artigo 392 do Decreto 45.490/00 – (RICMS/SP)”.IPI : Tributado ou alíquota zero

Page 5: Operação e Venda de Sucata

PROCEDIMENTOS PARA EMISSÃO DA NOTA FISCAL

Doação de Sucata pela Indústria:

Natureza da Operação: Doação de Sucata

CFOP: 5.910 (dentro do estado)

CST: 051 ou CSOSN: 400 para empresas do simples nacional

Doação de Sucata pelo Comércio:

Natureza da Operação: Doação de Sucata

CFOP: 5.910 (dentro do estado)

CST: 051 ou CSOSN: 400 para empresas do simples nacional

Venda de Sucata pela Indústria:

Natureza da Operação: Venda de Sucata

CFOP: 5.101 (resíduos da produção) ou 5.949 (resíduos do pátio)

CST: 051 ou CSOSN: 900 para empresas do simples nacional

Venda de Sucata pelo Comércio:

Natureza da Operação: Venda de Sucata

CFOP: 5.102 (dentro do estado)

CST: 051 ou CSOSN: 900para empresas do simples nacional

Dados adicionais para venda ou doação de sucatas dentro do estado de S.P:

Page 6: Operação e Venda de Sucata

ICMS diferido conforme art. 392 do decreto 45.490 de 30/11/2000 (RICM/SP).

IPI não tributado (NT), alíquota zero (0) ou Tributado. Vide detalhes na observação 3.

Pis/Cofins suspensos conforme arts. 47 e 48 da Lei 11.196/2005, se empresa lucro real.

OBSERVAÇÕES:

1) O beneficio do diferimento do icms alcança a saída promovida por quaisquer estabelecimentos, isto é, comercial ou industrial, com destino a outros

estabelecimentos também localizados neste Estado, é interrompidos nas seguintes hipóteses:

I – sua saída para outro Estado;

II – sua saída para o exterior;

III – sua entrada em estabelecimento industrial.

2) Sucata ou resíduos de materiais são denominações dadas a todo o tipo de material, produto ou resíduo descartado que seja passível de reciclagem e

inservível para sua finalidade original, ou seja, somente poderá ser utilizado novamente após passar por um novo processo de industrialização.

3) Artigo 392 do RICMS/SP (Decreto 45.490 de 30/11/2000):

O lançamento do imposto incidente nas sucessivas saídas de papel usado ou apara de papel, sucata de metal, caco de vidro, retalho, fragmento ou resíduo

de plástico, de borracha ou de tecido fica diferido para o momento em que ocorrer (Lei 6.374/89, art. 8º, XVI, e § 10, 2, na redação da Lei 9.176/95, art. 1º, I,

e 59; Convênio de 15-12-70 – SINIEF, art. 54, I e VI, na redação do Ajuste SINIEF-3/94, cláusula primeira, XII).

§ 2º – Na entrada de mercadoria de peso inferior a 200 Kg (duzentos quilogramas), adquirida de particulares, inclusive catadores, fica dispensada a emissão

da Nota Fiscal para cada operação. Deverá o contribuinte, ao fim do dia, emitir uma única Nota Fiscal pelo total das operações, para escrituração no livro

Registro de Entradas.

4) O código de Situação da Operação do Simples Nacional (CSOSN) igual a 900 será utilizado nos casos que não se enquadrem nos códigos anteriores,

como nas operações realizadas pelos contribuintes optantes pelo Simples Nacional com aplicação do diferimento do ICMS, conforme determinação da

legislação estadual e nas demais hipóteses não se enquadrando a operação nos demais códigos.

Page 7: Operação e Venda de Sucata

Tabela do IPI e NCM/SH de Sucatas

DESCRIÇÃO DO PRODUTO NCM/SH TIPI

Sucata de Ferro Pesado/ Miúda / Mista 7204.30.00 NT

Sucata Cavaco/ Estamparia de Ferro 7204.41.00 NT

Sucata de Inox 7204.21.00 NT

Sucata de Zamac 7902.00.00 NT

Sucata de Zinco 7902.00.00 NT

Sucata de Alumínio 7602.00.00 NT

Sucata de Bronze 7404.00.00 NT

Sucata de Cobre 7404.00.00 NT

Sucata de Latão/Metal 7404.00.00 NT

Page 8: Operação e Venda de Sucata

Sucata de Papelão 4707.90.00 NT

Sucata de Papel Branco 4707.90.00 NT

Sucata de Chumbo 7802.00.00 NT

Sucata de Plástico 3915.90.00 0

Sucata de Estanho 8002.00.00 NT

Sucata de Magnésio 8104.20.00 NT

Sucata de Manganês 8111.00.90 0

Sucata de Baterias de Chumbo 8548.10.10 NT

Sucata de Borracha 4004.00.00 NT

Sucata de Vidro 7001.00.00 NT

Resíduos de óleos de petróleo 2713.90.90 4

Page 9: Operação e Venda de Sucata

SUCATA E RESÍDUOS DE MATERIAISConceituação sob a ótica do ICMS

Sumário

1.  Introdução 2.  Conceito de Sucata de Resíduo de Materiais 3.  Benefício aplicado à operação com sucata 4. Dispositivos Legais acerca do Diferimento nas Operações com Sucata nos Principais Estados 5. Entendimento do Fisco

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa apresentar o conceito de sucata e resíduos de materiais sob a ótica do ICMS. 

Tal conceituação é imprescindível para aplicação de possível benefício do imposto, observada a legislação de cada Estado acerca do assunto.

2. CONCEITO DE SUCATA DE RESÍDUO DE MATERIAIS

Desta forma, com base nos conceitos extraídos do Parecer Normativo CST nº 1/89, que também serviu de alicerce à Resposta à Consulta nº 108/91 (SEFAZ SP), temos como definição de sucata ou resíduos de materiais o que reproduzimos a seguir:

“Desperdícios e resíduos são aqueles provenientes da fabricação ou acabamento do produto, como também as obras definitivamente inservíveis como tais em decorrência de quebra, corte, desgaste ou outros motivos. Estes produtos são de natureza muito variada e apresentam-se geralmente com as seguintes formas:

a) desperdícios e resíduos obtidos no decurso da fabricação ou do acabamento do produto, por exemplo: aparas, limalhas e pedaços;

b) artefatos definitivamente inaproveitáveis como tais em conseqüência de fraturas, corte, desgaste ou outros motivos, bem como seus resíduos”. 

O conceito de sucata é inerente à condição da natureza e finalidade do material, e não do Estado onde se origina a operação. Senão vejamos trecho de Resposta à Consulta de Contribuinte 160/2011, proferida pela SEFAZ MG:

“Considera-se sucata, apara, resíduo ou fragmento a mercadoria ou parcela dela que não se preste para a mesma finalidade para a qual foi produzida, como, por exemplo, recipientes de vidro ou de plástico inservíveis ou cacos ou fragmentos deles provenientes, jornal velho e papelão já utilizado, nos termos do disposto no art. 219, Parte 1 do Anexo IX, do RICMS/02.”

Pelo exposto, é possível afirmar objetivamente que sucata tem intrínseca característica de não se prestar a finalidade original a que foi originada.

Page 10: Operação e Venda de Sucata

3.  BENEFÍCIO APLICADO À OPERAÇÃO COM SUCATA

Na maioria dos entes da Federação, nas operações com sucata é aplicado diferimento do imposto.

Temos como Diferimento a situação tributária através da qual, cumulativamente:

a) Transfere-se para o adquirente ou tomador a responsabilidade pelo imposto devido em determinada operação ou prestação;

b) Adia-se, para outro momento, indicado na legislação tributária específica, o termo inicial do prazo de recolhimento do imposto devido.

O valor do imposto diferido, a cargo do adquirente ou tomador, será igual àquele que o contribuinte originário pagaria, não fosse o diferimento.

O imposto diferido, salvo disposição em contrário, será recolhido integralmente, independentemente das situações supervenientes verificadas após a saída da mercadoria ou prestação do serviço efetuado pelo estabelecimento originário.

Interrompe o diferimento a ocorrência de qualquer fato que altere o curso da operação ou da prestação, subordinada a este regime, antes da verificação da época fixada para recolhimento do imposto diferido.

Nesta hipótese, a responsabilidade pelo recolhimento do imposto diferido fica atribuída ao contribuinte em cujo estabelecimento ocorra a interrupção.  

4. DISPOSITIVOS LEGAIS ACERCA DO DIFERIMENTO NAS OPERAÇÕES COM SUCATA NOS PRINCIPAIS ESTADOSSP – Art. 392 do RICMS/SP SC – Art. 8º, IV do Anexo III do RICMS/SC PR – Art. 546 do RICMS/PRRS – Art. 1º do Livro III do RICMS/RS e Apêndice II, Seção I do RICMS/RSRJ – Arts. 1º ao 9º do Livro XII do RICMS/RJ