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Fechamento: 03/05/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.849 Quarta-feira, 4 de maio de 2016 Bastou a direita brasileira – representada na Câmara pelo PSDB, DEM, PPS e pelos par- tidos e parlamentares comandados por Eduar- do Cunha – sentir que poderá assumir nova- mente o controle do governo federal que a postura e os discursos dos seus porta-vozes já mudaram significativamente. O aumento sa- larial dos servidores públicos é um dos temas em que mais fica explícita a transformação. Em 2015, a direita aprovou no Congresso um reajuste para servidores do Judiciário que ia de 53% a 78,5%. O aumento foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff em julho do ano passado. Em contrapartida, o governo propôs uma correção de até 41%, de forma escalonada, e incluiu essa proposta na previsão orçamentária para 2016. Agora, na iminência do afastamento da presiden- ta por um golpe jurídico-midiático, a direita já não demonstra a mesma disposição para aprovar medidas que aumentem o custeio do Estado e sinaliza retorno às teses neoliberais vigentes nos anos 1990. A incoerência destes setores foi duramente criticada pelo líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE). “A oposição não sabe o que quer, porque não quer nada, apenas o caos do País. Todos eles sabem que estes aumentos dos servidores foram negociados com o nosso governo desde Oposição faz “demagogia barata” sobre aumento para servidores públicos, afirma Guimarães 2015. Esses projetos só não foram votados até agora porque o Cunha não deixou por conta da votação do veto do Judiciário e da questão do golpe que eles estavam pavimentando aqui dentro”, explicou Guimarães. “Quando concluímos a negociação com o presidente do Supremo, do STJ e começamos a discutir de fato os projetos que dizem respeito ao reajuste dos servidores, eles ficam agora fazendo esta demagogia barata”, apontou o petista, fazendo referência ao discurso dúbio dos líderes da direita na sessão em plenário de ontem, bem como às declara- ções de Eduardo Cunha à imprensa sobre o eventual governo Michel Temer. Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (3), Cunha disse que o Plenário da Câmara não votará nos próximos dias nenhuma proposta que gere despesas. “Vamos esperar que o novo governo, se efetivamente o Senado decidir pela admissibilidade [do processo contra Dilma por suposto crime de responsabilidade], possa julgar a oportunidade ou não do impacto nas contas públicas”, revelou o réu no STF. Guimarães reiterou que a intenção da bancada, apesar da obstrução até que o afastamento de Cunha seja julgado pelo Supremo, é “votar favoravelmente a todos os acordos que foram feitos com os servidores que já constam na Lei Orçamentária Anual”. Afonso Florence aponta complô da oposição liderada por Eduardo Cunha para boicotar País bilização política do País”. Ele observou que essa sabotagem contaminou a economia. Segundo o líder, as articulações do conspi- rador e golpista Michel Temer para a formação de um novo governo não têm legitimidade. Em primeiro lugar, porque ele não foi eleito e as pesquisas de opinião pública recentes mostram que o apoio popular a ele é três vezes menor do que o dado à Dilma. Em segundo lugar, porque Temer anuncia um programa econômico “que foi repudiado pela população no segundo turno das eleições presidenciais em 2014”. O líder do PT observou que o eventual governo impopular de “Michel Cunha” vai ferir de morte programas de grande alcance social como o Bolsa Família, Fies, a política de valorização do salário mínimo, com o objetivo claro de “prejudicar os mais pobres”. Afonso Florence ressaltou que vários segmentos da sociedade têm se colo- cado contra o retrocesso democrático. O líder lembrou que Eduardo Cunha só abriu o processo de impeachment por pura vingança, a partir do momento em que a Bancada do PT na Câmara decidiu votar a favor da admissibilidade de processo contra ele no Conselho de Ética da Casa. O líder do PT na Câmara, Afonso Florence Afonso Florence Afonso Florence Afonso Florence Afonso Florence (BA), (BA), (BA), (BA), (BA), acusou ontem a oposição golpista formada pelo PSDB, DEM, PPS e seus partidos satélites não só de solapar o estado de direito como também de atuar diretamente para provocar e aprofundar a crise econô- mica no País. Segundo o líder, a oposição demo-tuca- na, com a ajuda dos golpistas Michel Temer e Eduardo Cunha, começou a boicotar o Brasil logo após o segun- do turno das eleições, em outubro de 2014, quando não reconheceu a derrota e passou a articular um golpe de Estado sob a farsa de processo de impeachment. Segundo ele, ao longo do ano passado e até agora, PSDB/DEM e PPS, junto com Cunha, articularam dia e noite para levar o caos ao Brasil e, assim, conseguir viabilizar o golpe. “Não há nenhum crime de responsabilidade da presidenta Dilma”, disse o líder, ao rebater o argumento de que teria havido crime por ela ter assinado decretos de suplementação orçamentária, no mesmo molde que Michel Temer assinou quando no exercício da Presidência da República. O líder reconheceu que houve real queda de popularidade da presidenta Dilma, mas atribuiu esse fenômeno ao boicote sistemático da oposição e Eduardo Cunha, que se especializaram em criar “um clima político conturbado, com pautas-bombas e desesta- FOTOS:GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

Oposição faz “demagogia barata” sobre aumento para ... NA CAMARA-5849 - 04-05-16.pdfduais e do encontro nacional, que reuniu mais de 500 lideranças. É também resultado de

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Fechamento: 03/05/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.849Quarta-feira, 4 de maio de 2016

Bastou a direita brasileira – representadana Câmara pelo PSDB, DEM, PPS e pelos par-tidos e parlamentares comandados por Eduar-do Cunha – sentir que poderá assumir nova-mente o controle do governo federal que apostura e os discursos dos seus porta-vozes jámudaram significativamente. O aumento sa-larial dos servidores públicos é um dos temasem que mais fica explícita a transformação.

Em 2015, a direita aprovou no Congressoum reajuste para servidores do Judiciário queia de 53% a 78,5%. O aumento foi vetado pela presidenta Dilma Rousseffem julho do ano passado. Em contrapartida, o governo propôs uma correçãode até 41%, de forma escalonada, e incluiu essa proposta na previsãoorçamentária para 2016. Agora, na iminência do afastamento da presiden-ta por um golpe jurídico-midiático, a direita já não demonstra a mesmadisposição para aprovar medidas que aumentem o custeio do Estado esinaliza retorno às teses neoliberais vigentes nos anos 1990.

A incoerência destes setores foi duramente criticada pelo líder do Governona Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE). “A oposição não sabe oque quer, porque não quer nada, apenas o caos do País. Todos eles sabem queestes aumentos dos servidores foram negociados com o nosso governo desde

Oposição faz “demagogia barata” sobre aumentopara servidores públicos, afirma Guimarães

2015. Esses projetos só não foram votados atéagora porque o Cunha não deixou por conta davotação do veto do Judiciário e da questão dogolpe que eles estavam pavimentando aquidentro”, explicou Guimarães.

“Quando concluímos a negociação com opresidente do Supremo, do STJ e começamos adiscutir de fato os projetos que dizem respeitoao reajuste dos servidores, eles ficam agorafazendo esta demagogia barata”, apontou opetista, fazendo referência ao discurso dúbio

dos líderes da direita na sessão em plenário de ontem, bem como às declara-ções de Eduardo Cunha à imprensa sobre o eventual governo Michel Temer.

Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (3), Cunha disse que oPlenário da Câmara não votará nos próximos dias nenhuma proposta quegere despesas. “Vamos esperar que o novo governo, se efetivamente oSenado decidir pela admissibilidade [do processo contra Dilma por supostocrime de responsabilidade], possa julgar a oportunidade ou não do impactonas contas públicas”, revelou o réu no STF.

Guimarães reiterou que a intenção da bancada, apesar da obstrução até que oafastamento de Cunha seja julgado pelo Supremo, é “votar favoravelmente a todos osacordos que foram feitos com os servidores que já constam na Lei Orçamentária Anual”.

Afonso Florence aponta complô da oposiçãoliderada por Eduardo Cunha para boicotar País

bilização política do País”. Ele observou que essasabotagem contaminou a economia.

Segundo o líder, as articulações do conspi-rador e golpista Michel Temer para a formaçãode um novo governo não têm legitimidade. Emprimeiro lugar, porque ele não foi eleito e aspesquisas de opinião pública recentes mostramque o apoio popular a ele é três vezes menor doque o dado à Dilma. Em segundo lugar, porqueTemer anuncia um programa econômico “quefoi repudiado pela população no segundo turno

das eleições presidenciais em 2014”.O líder do PT observou que o eventual governo impopular de “Michel Cunha” vai

ferir de morte programas de grande alcance social como o Bolsa Família, Fies, apolítica de valorização do salário mínimo, com o objetivo claro de “prejudicar os maispobres”. Afonso Florence ressaltou que vários segmentos da sociedade têm se colo-cado contra o retrocesso democrático.

O líder lembrou que Eduardo Cunha só abriu o processo de impeachment por puravingança, a partir do momento em que a Bancada do PT na Câmara decidiu votar a favor daadmissibilidade de processo contra ele no Conselho de Ética da Casa.

O líder do PT na Câmara, Afonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso FlorenceAfonso Florence(BA),(BA),(BA),(BA),(BA), acusou ontem a oposição golpista formada peloPSDB, DEM, PPS e seus partidos satélites não só desolapar o estado de direito como também de atuardiretamente para provocar e aprofundar a crise econô-mica no País. Segundo o líder, a oposição demo-tuca-na, com a ajuda dos golpistas Michel Temer e EduardoCunha, começou a boicotar o Brasil logo após o segun-do turno das eleições, em outubro de 2014, quandonão reconheceu a derrota e passou a articular um golpede Estado sob a farsa de processo de impeachment.

Segundo ele, ao longo do ano passado e até agora, PSDB/DEM e PPS, junto comCunha, articularam dia e noite para levar o caos ao Brasil e, assim, conseguir viabilizaro golpe. “Não há nenhum crime de responsabilidade da presidenta Dilma”, disse olíder, ao rebater o argumento de que teria havido crime por ela ter assinado decretosde suplementação orçamentária, no mesmo molde que Michel Temer assinou quandono exercício da Presidência da República.

O líder reconheceu que houve real queda de popularidade da presidenta Dilma, masatribuiu esse fenômeno ao boicote sistemático da oposição e Eduardo Cunha, que seespecializaram em criar “um clima político conturbado, com pautas-bombas e desesta-

FOTOS:GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

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MOVIMENTO SOCIAL

Representantes de povos e comuni-dades tradicionais entregaram ontem aolíder do PT na Câmara, deputado AfonsoAfonsoAfonsoAfonsoAfonsoFlorence (BA)Florence (BA)Florence (BA)Florence (BA)Florence (BA), uma proposta de de-creto destinada à presidenta Dilma Rous-seff instituindo o Conselho Nacional dosPovos e Comunidades Tradicionais, comoparte integrante da estrutura da Secreta-ria-Geral da Presidência da República. Osdirigentes das organizações representa-tivas desses segmentos da populaçãotambém pediram apoio à bancada petis-ta para a demarcação de territórios.

Para o integrante da Comissão Nacional dosPovos e Comunidades Tradicionais e pescador ar-tesanal, Carlos Alberto dos Santos, a criação doConselho Nacional atende uma demanda históricadesses segmentos da população.

“Nossa ideia é que o líder do PT apresenteessa proposta para que também seja transforma-da em projeto de lei. E que a presidenta Dilmadecrete a criação do Conselho, que é resultadoda construção coletiva de vários encontros esta-duais e do encontro nacional, que reuniu mais de500 lideranças. É também resultado de quasetrês meses de trabalho de um grupo composto

Representantes de comunidades tradicionaispedem apoio do PT para criação de Conselho Nacional

A Frente Brasil Popular, organização que re-úne lideranças políticas, entidades do movimen-to social e a sociedade civil organizada, emitiucarta no domingo (1º) intitulada “Aos Trabalha-dores e Trabalhadoras do Brasil”.

O texto reafirma os interesses das forças quetramam o impedimento da presidenta Dilma Rous-seff e querem também “arrochar salários, anular

Frente convoca trabalhadores para grande paralisação no dia 10

por lideranças de povos e comunidades tradicio-nais além de ministérios envolvidos com a te-mática”, ressaltou.

Entre outras atribuições, o Conselho terá a com-petência de propor, coordenar e monitorar políticaspúblicas voltadas ao setor, bem como convocar a Con-ferência Nacional de Povos e Comunidades Tradicio-nais e garantir o cumprimento de convenções, acordose tratados internacionais.

As lideranças de povos e comunidades tradici-onais também pediram o apoio da bancada paramais demarcações de territórios. O presidente daAssociação Cultural de Preservação do PatrimônioBanto, Raimundo Nonato da Silva (Taata Lubitu

Konmannanjy), afirmou que o povo ne-gro precisa desse reconhecimento.

“Estamos aqui para conseguir maisvisibilidade e ações sociais para nós,porque não somos vistos, somos invi-síveis em todo esse processo, apesarde estarmos em todos os lugares doBrasil. Por isso, procuramos o líderAfonso Florence, para abrir essa trin-cheira de luta”, destacou.

Sobre o mesmo assunto, a coordena-dora geral do Movimento de Catadores de

Mangaba de Sergipe, Alicia Moraes, disse que essaé uma luta pela sobrevivência das comunidades.“Buscamos também a criação da reserva extrativistado litoral sul de Sergipe, porque é importante ga-rantir o nosso território para a cata de mangaba.Não temos território para isso e lutamos desde 2005por essa reserva, que espera apenas a assinatura dapresidenta Dilma”, ressaltou.

O representante dos povos caiçaras do Paraná,São Paulo e Rio de Janeiro, Dauro Prado, disse que ademarcação de territórios é a única forma de preservara cultura dos povos e comunidades tradicionais “hojeameaçadas pela especulação imobiliária e pelas uni-dades de conservação de proteção integral”.

direitos trabalhistas, desidratar programas sociais,reduzir investimentos públicos, entregar o pré-salpara corporações estrangeiras, retomar a política deprivatizações e defender o monopólio da terra”.

Além da carta, a Frente Brasil Popular organi-zará com o movimento de moradia e sindical umaparalisação geral no próximo dia 10 de maio paradenunciar o golpe. A agenda conta com atividades

nas capitais.“A Frente Brasil Popular denunciará como usurpa-

dor e arbitrário qualquer governo, que porventura venhaa assumir, forjado na ruptura da ordem constitucionaldiante do qual conclamarão todas as forças democráti-cas ao combate sem trégua”, diz a nota.

Veja íntegra no site

www.ptnacamara.org.br.

O plenário da Câmara aprovou ontem a MP 701/15, que autoriza seguradoras eorganismos internacionais a oferecerem o Seguro de Crédito à Exportação (SCE), usa-do como garantia para venda de produtos brasileiros no exterior. O deputado Carlos

Zarattini (PT-SP) foi o relator-revisor na comissão mista que analisou a medida. Amatéria segue para análise do Senado.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que “amedida é importante para o Nordeste e não está gerando nenhum impacto orçamen-tário. É um processo de renegociação e de incentivo para o Nordeste brasileiro”.

De acordo com o texto da MP, a inclusão de novos agentes garante o comparti-

Câmara aprova MP que fortalece exportações brasileiraslhamento de risco com outras instituições, contribuindo para a abertura de mercados.Os recursos para a cobertura do SCE vêm do Fundo de Garantia à Exportação (FGE),formado por recursos públicos.

Urgência – Os deputados aprovaram também a urgência para a tramitação deduas propostas que tratam de reajuste para o Judiciário. O PL 6697/09 modifica ascarreiras dos servidores do Ministério Público da União e fixa novos valores de remu-neração. O outro é o PL 2646/15, que aumenta os subsídios dos ministros do STF paraR$ 39.293,38 a partir de 1º de janeiro de 2016. Ainda não há data marcada para avotação do mérito das propostas.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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PELA DEMOCRACIA

Ao anunciar um aporte recordede R$ 30 bilhões para atender osagricultores familiares através doPlano Safra da Agricultura Familiar2016/2017, a presidenta Di lmaRousseff disse ontem que ações comoessas irritam aqueles que nunca va-lorizaram o agricultor familiar. “Ofinanciamento adequado, com jurossubsidiados, irrita quem acredita quea agricultura familiar deveria serdeixada às forças do mercado”, dis-cursou a presidenta, no Palácio doPlanalto, para uma plateia composta de minis-tros, parlamentares e representantes de movi-mentos sociais ligados ao campo.

“É a sexta vez que venho lançar o PlanoSafra da Agricultura Familiar”, disse Dilma, fa-zendo questão de lembrar da evolução que essesetor produtivo teve nos últimos 13 anos, nosgovernos do PT. O aporte anunciado deve atenderlinhas de financiamentos destinadas a cultivo,produção e investimento, com previsão de taxade juros entre 0,5% a 5,5% ao ano, abaixo dainflação e do juro básico da economia.

“Temos sempre que avançar e é isso que agente aprende com os movimentos sociais liga-dos ao campo”, lembrou a presidenta, que aindafrisou que o crédito que pulou de R$ 2,5 bilhões

Dilma anuncia crédito recorde deR$ 30 bilhões para agricultura familiar

para R$ 30 bilhões atende os anseios dos movi-mentos sociais, que tanto lutaram para otimizaresse setor de produção do País. O montante esta-rá disponível aos agricultores familiares a partirdo mês de junho.

Entre as medidas estabelecidas no PlanoSafra, está a forma como o agricultor poderáutilizar recursos. Para custeio, por exemplo, foidefinido o limite de até R$ 250 mil. Já parainvestimento, a previsão de gasto é de até R$330 mil.

SeguroSeguroSeguroSeguroSeguro – Em relação ao seguro da agriculturafamiliar, o programa prevê cobertura de 80% darenda bruta esperada e no limite de cobertura darenda líquida de até R$ 20 mil. Para famílias deagricultores que residem na área do semiárido, que

são atingidos pela seca, o benefícioserá de R$ 850.

O programa prevê ações para avan-çar na reforma agrária. Na aquisiçãoda terra, o governo estabeleceu estru-turação de lotes de até R$ 25 mil comjuros de 0,5% ao ano. Na atividadeagropecuária em área de reforma agrá-ria, foi liberada linha de crédito de atéR$ 7,5 mil a juros de 1,5% ao ano. Epara microcrédito está sendo ofertadoempréstimo de até R$ 4 mil a juros de0,5% ao ano.

GolpeGolpeGolpeGolpeGolpe – No fim do discurso, a presidentaDilma fez questão de alertar, mais uma vez, sobre ogolpe em curso no País com objetivo de destituí-lado mandato concedido por mais de 54 milhões debrasileiros nas eleições de 2014.

“Me sinto injustiçada, vítima de um processode um grupo que quer chegar ao poder pelo caminhofácil, que não passa pelo voto do povo...Vivemostempos conturbados, a democracia brasileira viveum assalto. Estou sendo vítima de uma fraude que éum impeachment sem causa”, afirmou Dilma.

“Muitas vezes eles pediram que eu renuncias-se. É extremamente confortável que a vítima desa-pareça, que a injustiça não seja visível. Pois euquero dizer uma coisa, a injustiça vai continuar visí-vel, bem visível”, finalizou.

Deputados da Bancada do PT na Câmaraelogiaram as medidas anunciadas ontem rela-cionadas ao Plano Safra da Agricultura Famili-ar 2016/2017, com volume de crédito recordede R$ 30 bilhões para o financiamento de pro-jetos individuais ou coletivos destinados à pro-dução de alimentos básicos.

Para PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS),argas (PT-RS),argas (PT-RS),argas (PT-RS),argas (PT-RS), que já foiministro do Desenvolvimento Agrário e que par-ticipou do processo de consolidação das políti-cas para a agricultura familiar, o Plano Safracom investimento recorde é um marco históricoe representará benefícios a milhares de agricul-tores e agricultoras. “Além do crédito subsidia-do, temos políticas como os programas de aqui-sição de alimentos, programa da merenda esco-lar, programas de assistência técnica e extensãorural, seguro agrícola e outros que garantem aprodução. Por isso, precisamos lutar para mantere preservar todos esses programas”, disse.

Deputados do Partido dos Trabalhadoreselogiam crédito para produção de alimentos no País

O deputado João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE) classifi-cou como muito importantes as medidas anuncia-das. Como coordenador do Núcleo Agrário, ele tevea oportunidade de participar do debate e constru-ção do Plano Safra 2016/2017, com toda equipedo MDA, com o próprio ministro Patrus Ananias ecom a Secretaria de Agricultura Familiar, além dedebater com todos os movimentos sociais, inclu-indo a Via Campesina, Contag e MST.

“Reafirmamos que o Plano Safra é uma con-quista importante da agricultura familiar, doscamponeses e camponesas, tanto na questão doaumento de crédito, mas também na diminuiçãoda taxa de juros, em 2,5% para os produtos dacesta básica. Temos plena certeza de que este éum grande avanço e consolida os mais de 13anos do governo do PT, que saiu de R$ 2,5 bi-lhões para R$ 30 bilhões para o Plano Safra,numa escala crescente, ouvindo, debatendo econstruindo a política agrícola pública do estado

brasileiro com a agricultura familiar, as comuni-dades tradicionais, mulheres, indígenas e ju-ventude”, disse.

Em plenário, o deputado Valmir Assun-Valmir Assun-Valmir Assun-Valmir Assun-Valmir Assun-ção (PT-BA)ção (PT-BA)ção (PT-BA)ção (PT-BA)ção (PT-BA) destacou a importância do planoque fortalece a agricultura familiar. “São 30bilhões de investimentos. Ao mesmo tempo, ha-verá a redução de juros para quem produz feijão,arroz. Ou seja, os juros dos produtos de consumodo povo brasileiro vão ser reduzidos. E haverá ofortalecimento do Programa de Aquisição de Ali-mentos”, destacou parabenizando a presidentaDilma e o ministro Patrus Ananias, do Desenvol-vimento Agrário.

“Apesar das dificuldades, o nosso governoamplia o financiamento para esse segmento daagricultura familiar, mostrando, revelando o com-promisso com o fortalecimento da agriculturafamil iar ”, disse o deputado WaldenorWaldenorWaldenorWaldenorWaldenorPPPPPere i ra (PT-BA)ere i ra (PT-BA)ere i ra (PT-BA)ere i ra (PT-BA)ere i ra (PT-BA).

ROBERTO STUCKERT FILHO/PR

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Nem o atraso no repasse de recursos aagricultores para o programa do Plano Safrapode ser considerado uma operação de cré-dito nem a abertura de créditos suplemen-tares é crime de responsabilidade. Assim,de forma muito incisiva, o professor de Di-reito financeiro Ricardo Lodi Ribeiro des-montou, com argumentos estritamente jurí-dicos, a sustentação legal para o pedido deimpeachment da presidenta Dilma Rousseffna comissão que analisa o tema no Senado.

Para o professor, acusar a presidenta de crimepor ela ter assinado pedidos de créditos suplemen-tares é uma “pegadinha”: Afinal, o Congresso apro-vou a alteração da meta fiscal. Ou seja, votaram afavor e agora dizem que é crime e usam como argu-mento para afastar a presidenta.

Em relação ao Plano Safra, a acusação é deque o governo atrasou o repasse de R$ 3,5 bilhõespara o programa de crédito agrícola. O resultado éque a instituição financeira pagou os agricultorescom recursos próprios. A acusação vê nisso uma“pedalada fiscal” e acusa o governo de ter tomado

O deputado Bohn GassBohn GassBohn GassBohn GassBohn Gass(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS) , v i ce- l íde r daBancada do PT, afirmou on-tem, em pronunciamento noplenário, que a sociedadebrasileira está cada dia maisconsciente de que o Brasilestá sendo vítima de umgolpe, que coloca em riscoa jovem democracia do País.“Sim, no Senado continua odebate, não do impeach-ment, mas do golpe. Cada vez que aparece al-guém para fazer a defesa e faz o debate sério,f ica mais just i f icado que não há cr ime deresponsabilidade, os argumentos não param empé, e se demonstra de fato que é um golpe queestá sendo cometido contra a democracia”,disse o petista.

Para Bohn Gass, ficam mais evidentes a cadadia os “absurdos” do processo do impedimentoda presidenta Dilma, que tramita no Senado.“Quando governou Minas Gerais, o senador An-tonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo,

Acusar Dilma por assinar decretos de créditosuplementar é “pegadinha”, afirma especialista

PELA DEMOCRACIA

um empréstimo de um banco estatal, o que é proi-bido pela legislação.

“Nem a fórceps o inadimplemento de subven-ção econômica é uma operação de crédito. Nuncafoi”, assegurou. E explicou que não há um contratode serviços firmado entre o governo e o Banco. “Nãohá, portanto, autoria (assinatura) da presidenta dessaação e ninguém – nem o relatório do Tribunal deContas da União nem a peça da Câmara dos Depu-tados – cita o nome ‘Dilma Rousseff’ uma únicavez”, enfatizou, lembrando que a responsabilidadeda presidenta não está caracterizada.

O professor explicou que uma opera-ção de crédito é um contrato onde o cre-dor transfere parcela do seu patrimôniopara o devedor, que se compromete, emdeterminado prazo, a devolver aquelaquantia com juros ou sem juros. E isso émuito diferente de atrasar repasses parauma subvenção econômica.

Créditos suplementaresCréditos suplementaresCréditos suplementaresCréditos suplementaresCréditos suplementares – Sobre aabertura de créditos suplementares, ele de-monstrou que não há ofensa à meta primá-

ria prevista pelo governo, porque eles são apenasuma autorização para remanejamento de recursosde sobraram de um lado para colocar em outros. Apresidenta assinou os decretos por solicitação deórgãos da Justiça Eleitoral e até mesmo do Tribunalde Contas da União (TCU) e isso ocorreu por orien-tação de especialistas e do corpo técnico do gover-no. “Se nunca o TCU e o Congresso tinham condena-do, como exigir da presidente que contrarie o pare-cer de suas assessorias jurídicas?”, questionou, lem-brando que o vice-presidente, Michel Temer, tam-bém assinou decretos semelhantes.

“Absurdos” do processo deimpeachment estão cada vez

mais evidentes, diz Bohn Gassadotou as chamadas peda-ladas. Não apenas ele, maso própr io pres idente doPSDB, senador Aécio Neves;o governador paulista Ge-raldo Alckmin e vários ou-tros, de partidos que apoi-am o golpe, adotaram asmesmas práticas. Então, seAnastasia disser que Dilmadeve ser afastada porquepedalou, estará consideran-

do que é crime pedalar. E, então, estaremos di-ante de confissão. É tão absurda a situação queé como se dissessem: Dilma deu um grito, porisso é uma criminosa. Eu também gritei, mas omeu não grito não é crime”, enfatizou.

O deputado Bohn Gass foi mais longe e afir-mou que a História vai registrar quem são osgolpistas. “O espanto já é grande quando se vêum bando de suspeitos de corrupção acusandouma presidenta que não é acusada de corrupção.Imaginem quando os absurdos desse processoforem apropriados por todo mundo”, destacou.

Em discurso na Lapa, centro do Rio, em Atopelo Dia do Trabalhador, o deputado Chico D’Angelo

(PT-RJ) fez um alerta no domingo contra os queainda apoiam o golpe em curso contra a presiden-ta Dilma Rousseff. “O cenário que vem por aí émuito ruim. Michel Temer vai ter que prestar con-tas à Fiesp, que é quem está pagando o golpe”,afirmou, dizendo que, se o impeachment passarno Senado, o governo que virá será ilegítimo. “Eum governo ilegítimo, não se sustenta. Vamos terque manter a resistência em todo o Brasil”, disse.

Chico D’Angelo disse que a votação do im-peachment na Câmara dos Deputados deu aoPaís a medida exata de quem é a favor do golpe:“Foi um cenário dantesco e ridículo de uma Casacomandada por um réu no Supremo TribunalFederal e que tem ainda um Bolsonaro, infeliz-mente eleitos pelo estado do Rio. Mas que issosirva de lição para o Rio”, disse.

O deputado afirmou que os setores que apoi-am a saída da presidente Dilma Rousseff nãotêm moral e nem estofo parlamentar para isso.“As pesquisas já mostram que a população deboa intenção e até muitos que apoiavam o golpejá estão vendo os reais interesses em jogo: redu-ção de direitos do funcionalismo público, dos tra-balhadores e terceirização”, afirmou.

“Michel Temer vai

prestar contas à Fiesp,

que é quem paga o

golpe”, diz D’Angelo

GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

LUIZ MACEDO/CD

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PELA DEMOCRACIA

A diferença principal que separa o pro-cesso de impeachment movido contra oex-presidente Fernando Collor de Mello,em 1992, e o atual processo contra a pre-sidenta Dilma Rousseff é que, no caso deCollor, houve crime. A afirmação é do ju-rista Marcello Lavenère, que elaborou apeça de acusação contra Collor e prestouesclarecimentos ontem na comissão espe-cial do Senado com o intuito de demons-trar aos senadores que o processo contra Dilmanão se sustenta juridicamente.

“Sei que essa Casa já tem sua consciên-cia formada”, afirmou Lavenère. “Mas valerepet i r : a di ferença fundamental é que nocaso Col lor t inha cr ime cometido por suaspróprias mãos. E, no caso da presidenta Dil-ma, não há crime nenhum.”

Lavenère usou sua exposição para diferenci-

Collor cometeu crime; Dilma não,diz autor do impeachment de 1992

O professor de Direito Processual Penal daUniversidade Federal do Estado do Rio de Janei-ro (UFRJ) Geraldo Luiz Mascarenhas Prado deuuma aula na manhã de ontem ao rejeitar decla-rações dadas na segunda-feira (3) pelo procura-dor de contas do Tribunal de Contas da União,Júlio Marcelo de Oliveira, de que houve dolo,omissão e culpa nos seis decretos de suplemen-tação de crédito assinados pela presidenta Dil-ma Rousseff e nas ações do Plano Safra.

“Ouvi falar em dolo, em culpa, em autoria,ouvi falar em ação, em omissão, em crime deresponsabilidade. Todas as vezes que estas pa-lavras foram usadas, elas foram usadas num sen-tido muito limitado do ponto de vista do direito,um sentido que eu chamaria de empobrecedor”,afirmou. Para ele, há uma acusação contra Dil-ma que não se sustenta e, de pronto, deveria serrejeitada liminarmente.

Mascarenhas fez uma colocação fundamentalpara respaldar o argumento que sustenta a inexis-tência de crime a ser imputado a Dilma. Um dosdecretos de suplementação de crédito do orçamentopartiu da Justiça Militar, para dar suporte à atuali-zação de sua rede de armazenamento de dados.Mas para esse ato, do pedido da Justiça Militar,havia outro anterior. Não partiu da vontade exclusi-va de Dilma. A verdade é que para esse pedido serfeito toda a área técnica da Justiça Militar se en-

Se Dilma Rousseff tem culpa, teríamosque responsabilizar Lewandowski, diz jurista

quadrou nas leis orçamentárias.O próximo passo, o Conselho Nacional de Jus-

tiça, por unanimidade e sob a presidência do minis-tro do STF, Ricardo Lewandowski, com a participa-ção da ministra Nancy Andrighi, aprovou o parecerpara o pedido de suplementação ir à Presidência daRepública. “Temos que decidir o seguinte: se fôsse-mos seguir aqui tudo que está sendo falado, sobredolo, culpa, nesse nível básico, elementar, que nin-guém no mundo usa, teríamos enlouquecidamenteque responsabilizar o ministro Lewandowski, por-que ministros do STF também estão sujeitos à Leide Responsabilidade Fiscal”, enfatizou.

ResponsabilizaçãoResponsabilizaçãoResponsabilizaçãoResponsabilizaçãoResponsabilização – O professor GeraldoMascarenhas citou ainda casos antecedentes paraexplicar como se daria a responsabilização da formaque se constrói pela oposição, que a todo momentofala de conjunto da obra, da economia, mas nãoaponta o real crime que Dilma teria cometido paraser vítima de um processo de impedimento quenasceu fruto de vingança do presidente da Câmarados Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Há um autor italiano que advertiu para o riscode certos tribunais. Ele se chama Michele Taruffo.Ele adverte que no âmbito de uma função socialmais geral, tomando o rito como um marco de refe-rência, as provas não servem para nada. Em outraspalavras, o autor diz que há decisões pré-concebi-das e outro pensador, o brasileiro Nilo Peçanha, diz

que o processo de impeachment é um processopunitivo e para o sistema punitivo, a acusação é sópretexto”, apontou.

Essas duas coisas têm relação, de acordocom Geraldo Mascarenhas, na formatação de umanarrativa repetida mil vezes de que houve crimeonde não houve. “Quando uma situação comoessa se coloca, todos os senadores e senadorasreconhecem ou declaram ou interrompem o man-dato da presidente, reconhecem que há um crimede responsabilidade onde não há. Se ele produzfora do marco dos crimes de responsabilidade,ele viola uma ordem jurídica que se constrói apartir da Constituição”, afirmou.

Por essa razão, que o respeito e lealdade àConstituição, para o professor, são fundamen-tais para evitar rupturas institucionais de cate-gorias como democracias estáveis e presidênci-as instáveis. Em outras palavras, baixa popula-ridade não é crime de responsabilidade parajustificar o afastamento de uma presidenta eleitapela vontade popular.

Não sem motivo, mais uma vez senadores dabase de apoio ao governo questionaram a suspei-ção sobre o relator do impeachment na comissãoespecial, o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG),do partido que perdeu as eleições e desde 2014procura desrespeitar a Constituição sob diversasformas para detonar o governo de Dilma.

ar os dois processos. Ele lembrou que, no casoCollor, o pedido de impeachment foi assinadopor um conjunto de 20 advogados, apoiado nasociedade e unificou o País. Hoje, faltam nomesde peso a apoiar o impeachment contra Dilma e,inclusive, as referências do direito internacionaltêm se posicionado contra o golpe.

“O País estava unido no impeachment deCollor, diferentemente de hoje. Havia uma ale-

gria patriótica e cívica. Não havia nin-guém que não aplaudiu o pedido de im-peachment”, afirmou o jurista, que citouos nomes dos juristas Evandro Lins e Sil-va, Raymundo Faoro e José Carlos Diascomo mostras do peso que o pedido con-tra Collor possuía. “Quais os juristas queestão dizendo que as pedaladas são cri-me de responsabilidade?”, questionou.

Para Lavenère, o resultado do atual pro-cesso será uma “pena de morte” para um projetode Brasil. “Estão aplicando a pena de morte de umprojeto de país menos desigual. Não é a mortepolítica de uma presidente, mas de um projeto defuturo que, pela primeira vez, se volta para osmais pobres e para o combate à desigualdade”,disse. “Não se abre uma manhã radiosa de luz nodia seguinte do impeachment. As nuvens que pe-sam no horizonte vão prosseguir.”

MARCO OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

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O deputado Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)Leo de Brito (PT-AC)foi eleito ontem, por unanimidade, presi-dente da Comissão de Fiscalização Finan-ceira e Controle, um dos principais cole-giados da Câmara, pela sua atividade fis-calizadora das atividades do Executivo. Eleanunciou que dará continuidade ao traba-lho do deputado V icente CândidoVicente CândidoVicente CândidoVicente CândidoVicente Cândido(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP), que comandou o colegiado noano de 2015, e destacou como desafio afiscalização do sistema financeiro. Ante-cipou ainda que uma das prioridades será o moni-toramento do setor de telecomunicações, em es-pecial os serviços de internet.

“Será necessário que a comissão continueacompanhando e buscando medidas para sanar asdificuldades da telefonia fixa, móvel, internet etelecomunicações, que geram reclamações diutur-namente de seus usuários”, reforçou Leo de Brito.

O deputado fez questão de enfatizar que estámotivado com os desafios, porque acredita que a co-missão poderá dar uma grande contribuição ao País.“Vamos utilizar todos os instrumentos – propostas defiscalização e controle, requerimentos de informaçõese debates – para contribuir com os temas que sãoimportantes para a economia do Brasil”.

Fiscalização do sistema financeiro será grandedesafio de comissão presidida por Leo de Brito

Leo de Brito disse que vai manter as atividadesdas subcomissões permanentes e especiais do cole-giado, em especial as do Fórum Permanente (grupode trabalho), que discutiu os efeitos da OperaçãoLava-Jato nos empregos do País. Ele enfatizou quefoi um trabalho importante que contribuiu para osacordos de leniência, uma alternativa para evitar aextinção de contratos e investimentos e, principal-mente de empregos. “Estamos do lado dos traba-lhadores e vamos continuar atuando para que osmaus empresários, maus empreiteiros sejam puni-dos. Mas vamos lutar para preservar as empresas eos postos de trabalho”, afirmou.

Para Leo de Brito, é fundamental não dar trégua àcorrupção e intensificar o debate e o andamento dos

trabalhos da subcomissão permanente queacompanha as operações da Polícia Federalnos casos envolvendo o sistema tributárionacional. “Buscaremos cumprir o papel fun-damental desta comissão, fortalecendo asinstituições públicas voltadas à fiscalizaçãoe controle, de modo a termos cada vez maiseficiência e transparência na gestão públi-ca”, acrescentou.

O novo presidente lembrou ainda queo colegiado tem várias outras fiscaliza-

ções em andamento e que terão continuidade nes-te ano, entre elas, a que trata das obras para osjogos Olímpicos de 2016.

Leo de Brito finalizou afirmando que o traba-lho da comissão será com a participação e suges-tão de todos os integrantes do colegiado. “Fare-mos, com parcimônia e isenção, o acompanha-mento dos planos e programas de desenvolvimen-to nacional ou regional, buscando sempre a efici-ência e correção na aplicação do recurso público”.

Além do deputado Leo de Brito, serão titulares nacomissão pela Bancada do PT os deputados PPPPPauloauloauloauloauloPimenta (RS)Pimenta (RS)Pimenta (RS)Pimenta (RS)Pimenta (RS) e Adelmo Leão (MG)Adelmo Leão (MG)Adelmo Leão (MG)Adelmo Leão (MG)Adelmo Leão (MG), esuplentes, os deputados Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP) eJorge Solla (BA)Jorge Solla (BA)Jorge Solla (BA)Jorge Solla (BA)Jorge Solla (BA).

Em gestão de Vicente Cândido, comissão tevepapel fundamental para viabilizar acordos de leniência O deputado Vicente Cândido (PT-SP)Vicente Cândido (PT-SP)Vicente Cândido (PT-SP)Vicente Cândido (PT-SP)Vicente Cândido (PT-SP) fez

ontem um breve balanço dos trabalhos da Comissãode Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), ao pas-sar o comando do colegiado para o deputado Leo deLeo deLeo deLeo deLeo deBrito (PT-AC)Brito (PT-AC)Brito (PT-AC)Brito (PT-AC)Brito (PT-AC). O deputado afirmou que, mesmosendo o ano de 2015 um período atípico, com criseeconômica e alto acirramento político, a comissãoencontrou caminhos para ajudar o País. Ele destacouem especial o trabalho do Fórum Permanente (grupode trabalho) que discutiu os efeitos da Operação Lava-Jato nos empregos do País. “Fizemos reuniões e de-batemos o assunto com empresários, governo e traba-lhadores em busca de saídas para manter empregos epunir os maus empresários”, afirmou.

O principal ganho dos debates promovidos noFórum, na avaliação do deputado Vicente Cândido, foia viabilização dos acordos de leniência para preserva-ção de empresas nacionais, dos empregos dos traba-lhadores e do conhecimento acumulado, especial-mente na indústria naval-petrolífera. Com esses acor-dos, explicou o parlamentar que se despediu da Presi-dência da Comissão, foi possível separar o joio dotrigo. “As empresas cumprem suas obrigações e cola-

boram para que dirigentes que tenham cometido cri-mes possam ser processados, julgados e punidos, semque tenham de interromper contratos ou sejam impe-didos de efetivar novas contratações”, afirmou.

A contribuição do colegiado, continuou VicenteCândido, foi aprovar um projeto da própria CFFC commudanças na Lei de Combate à Corrupção, quandohavia questionamentos sobre a possibilidade de aControladoria-Geral da União estabelecer tais acor-dos. Na gradação de punições, até a troca de controleacionário poderia vir a ser exigida. As mudanças fo-ram solicitadas em reuniões com representantes deempresários e trabalhadores. Esses últimos reitera-ram a necessidade de compromissar empresas a ga-rantir direitos trabalhistas e empregos.

Além dos debates sobre a Lava-Jato, a Comissãode Fiscalização debateu, analisou e fiscalizou temascomo a Operação Zelotes, focada inicialmente na so-negação de impostos por empresários, com ajuda deservidores, no valor total de R$ 19 bilhões, superiorao investigado na Lava-Jato.

“A divulgação da existência de ativos brasileirosna Suíça, que ensejavam prática de evasão fiscal, por

meio de contas secretas no Banco HSBC, motivoureuniões e a conclusão da necessidade de aperfeiçoara legislação penal”, destacou Vicente Cândido.

As obras do parque olímpico no Rio de Janeiroe as dificuldades da telefonia fixa e móvel, quegeram reclamações de usuários, foram igualmen-te objeto de debates na CFFC.

Os integrantes da comissão aprovaram tam-bém debates sobre o Tribunal de Contas daUnião, o regime diferenciado de contrataçãona administração pública, o controle de fron-teiras e outros temas de repercussão, como atragédia em Mariana (MG).

Vicente Cândido acredita que o novo presiden-te, Leo de Brito, dará continuidade aos trabalhosque são permanentes no colegiado. Entre eles, citoua sonegação de impostos tratada na Operação Zelo-tes e das olimpíadas, que acompanhará as contasdas obras até depois da entrega do parque olímpico.Ele destacou ainda a importância de se fazer umafiscalização sobre a situação das concessões no Bra-sil para saber se os detentores das concessões estãocom os seus impostos em dia.

SALU PARENTE/PTNACÂMARA

COMISSÕES

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Após três meses de manobras protelatórias deEduardo Cunha (PMDB-RJ), que usou o cargo de pre-sidente da Câmara para impedir o funcionamento dascomissões permanentes da Casa, finalmente os cole-giados iniciaram os seus trabalhos em 2016. A Co-missão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), umadas mais abertas ao diálogo com a sociedade brasi-leira, será presidida neste ano pelo deputado PPPPPadreadreadreadreadreJoão (PT-MG)João (PT-MG)João (PT-MG)João (PT-MG)João (PT-MG).

Historicamente ligado aos movimentos do cam-po, especialmente de luta por terra e moradia, PadreJoão tem 49 anos, é vinculado à arquidiocese deMariana (MG) e está no seu segundo mandato parla-mentar na Câmara, após ter exercido dois mandatoscomo deputado estadual em Minas Gerais, de 2003 a2010, sempre pelo Partido dos Trabalhadores.

O petista considera que o País vive “um cenário duvi-doso” e avalia que a conjuntura política também terá

Direitos Humanosserá trincheira deresistência e luta poravanços, diz Padre João

impacto sobre os direitos humanos. “Não sabemos sepoderemos contar com o amparo e a parceria do PoderExecutivo, de ministérios... mas vamos trabalhar semmedo, dialogando sempre com os movimentos sociais,com as entidades de direitos humanos”, disse Padre João.

Na opinião do novo presidente da CDHM, há umacomposição de forças que não reconhecem os direitos dospovos indígenas, das comunidades quilombolas e de outrascomunidades tradicionais, bem como legitima a concentra-ção fundiária e outras estruturas que acabam violando direi-tos. “Nós temos um aparato que se organiza muito maispara negar os direitos, ao longo desses 500 anos, do quepara facilitar o acesso aos direitos”, observou.

Segundo Padre João, a conjuntura desfavorávelfortalece a importância da CDHM. “Nesse momento,ela [a comissão] passa a ser ainda mais estratégica,como uma trincheira de luta e resistência e um espa-ço para acolher todos, e nós nos somarmos a eles para

fazermos valer os direitos humanos, independente-mente de questões religiosas ou de qualquer tipo depreconceito, que não podemos aceitar”, anunciou oparlamentar mineiro.

CunhaCunhaCunhaCunhaCunha – O deputado PPPPPaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimenta(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS), que presidiu a CDHM em 2015, será nesteano o 1º vice-presidente do colegiado e disse quecontinuará priorizando os temas de direitos humanosna sua atuação parlamentar. Além disso, afirmou quea comissão também será uma trincheira da luta contraEduardo Cunha e tudo o que ele representa.

“Se temos um espaço de luta nessa Câmara, comcerteza é a Comissão de Direitos Humanos. E vamos,através dela, ajudar o povo brasileiro a fazer com queEduardo Cunha deixe de ser tratado como rei e passe a sertratado como réu, a fazer com que ele deixe de ocupar acadeira de presidente da Câmara e vá para a cadeia, queé o local onde ele já deveria estar”, enfatizou Pimenta.

A comissão de Cultura da Câmara terá no comando,neste ano, o deputado Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ)Chico D’Angelo (PT-RJ).Eleito por unanimidade ontem, o parlamentar petistaadiantou que o colegiado atuará na vanguarda de for-mulação de políticas públicas para o setor. “Acreditoque esta comissão será um espaço que vai cumprir umpapel importante, porque, a cultura, em todos os mo-mentos de crise sempre teve um papel de vanguarda.Estou muito animado e otimista”, disse Chico D’Angelo.

O deputado, que contará com a deputada Mar-Mar-Mar-Mar-Mar-garida Salomão (PT-MG)garida Salomão (PT-MG)garida Salomão (PT-MG)garida Salomão (PT-MG)garida Salomão (PT-MG) na primeira vice-pre-sidência, afirmou que o colegiado tem uma interfaceimportante, porque dialoga com todas as áreas. “Em

Chico D’Angelo comandará Comissão de Cultura eprevê atuação de vanguarda na definição de políticas

um momento político como o atual, de dificuldadesno processo democrático, a cultura, que mexe muitocom a emoção das pessoas, cumpre um papel impor-tante, porque em momentos de dificuldades a gentetem que trabalhar com a razão, mas também com aemoção”, observou o petista.

Chico D’Angelo adiantou ainda que o momentoexige muito trabalho e dedicação. Segundo ele, ocolegiado pretende trabalhar com todas as matizesculturais, citando o mundo do teatro, do cinema e damúsica. “No mundo globalizado, a cultura não temmais essa visão territorial. Temos um mundo conecta-do. Mas acho muito importante que a gente preserve

a cultura brasileira e acredito que esta comissão pode,em várias áreas, desenvolver esse trabalho e fazercom que a nossa cultura avance”, destacou.

Ainda, conforme relatou o deputado, ontem (se-gunda-feira), ele se reuniu com representantes devários setores da cultura brasileira interessados emapresentar proposta ao colegiado. Ele frisou que acomissão vai ouvir os setores que atuam na área dacultura. “A gente quer uma comissão dinâmica, de-mocrática e com participação popular. A nossa inten-ção é fazer com que essa comissão tenha muita vidae dinamismo, e é essa a proposta que vamos imple-mentar nesse período”, salientou Chico D’Angelo.

O deputado PPPPPaulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS), emdiscurso no plenário da Câmara, anunciou que vaientrar com uma questão de ordem para propor o ritodos processos de cassação contra chefes de poder.Pimenta sugeriu que a votação de cassação do man-dato de Eduardo Cunha siga o mesmo rito definidopara a votação do golpe do impeachment contra apresidenta Dilma Rousseff .

“Quero propor que a sessão seja num domingo,

Pimenta propõe que sessão de cassação de Eduardo

Cunha seja num domingo e com aparato da Globoque comece às 14h e que se prolongue durante todaa tarde. Em segundo lugar, que Eduardo Cunha refa-ça o acordo com a Rede Globo para suspender todasas rodadas do futebol no País. Vou sugerir tambémque seja colocado aquele púlpito no meio, para quepossamos dividir o plenário. De um lado, os deputa-dos que lutam pela democracia, pela legalidade eque têm trabalhado pela cassação. Do outro lado, osgolpistas e demais aliados de Cunha”, sugeriu.

O deputado argumentou que será uma oportu-nidade para que cada parlamentar, sem constrangi-mento, possa expressar no púlpito os argumentos doseu voto. “Acredito que o Brasil assistirá deputadosjustificando o voto contrário à cassação em nome deDeus, dos filhos, da tia, da cidade natal, porque nãoterão argumento concreto para defender EduardoCunha, assim como não tiveram para votar peloimpeachment”.

FABRICIO-CARBONELCOMISSÕES

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A presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem, du-rante cerimônia de acendimento da tocha olímpica noPalácio do Planalto, que o Brasil está pronto para reali-zar os melhores Jogos Olímpicos da história. A presi-denta destacou a infraestrutura que ficará como legadoao Rio de Janeiro e ao País, com o conjunto de obras demobilidade que vão facilitar o deslocamento dos mi-lhões de turistas que visitarem a Cidade Maravilhosa.

“Nós trabalhamos para isso. Praticamente todas asinstalações esportivas nos Centros Olímpicos da Barra e deDeodoro estão prontas. Todos os 39 eventos teste realiza-dos até agora, de um total de 45 previstos, foram bem-sucedidos. […] Asseguro que o Brasil está plenamentepreparado para proporcionar a proteção aos atletas, àscomissões técnicas, aos Chefes de Estado, aos turistas ejornalistas, a todos os nossos visitantes que vão ter aoportunidade de assistir aos Jogos no Rio de Janeiro.”

Dilma também abordou a segurança dos Jogos,

País está pronto para realizar a melhoredição dos Jogos Olímpicos, afirma Dilma

tanto para os turistas como para as delegações estran-geiras. A presidenta reforçou que o plano de ação inte-grado e os investimentos em serviços de inteligênciagarantirão a proteção de todos.

“Asseguro que o Brasil está plenamente preparadopara proporcionar a proteção aos atletas, às comissõestécnicas, aos Chefes de Estado, aos turistas, aos jorna-listas, a todos. […] O plano de ação integrado para aárea de segurança está pronto. Com base na bem-suce-dida experiência da Copa do Mundo de 2014, nós inte-graremos as forças nacionais de segurança pública comas estaduais, as Forças Armadas, a Polícia Federal, aPolícia Rodoviária Federal e as forças municipais desegurança sob um comando único”, detalhou.

A presidenta ainda abordou a importância da pas-sagem da tocha olímpica por mais de 300 cidades doPaís, para que cada município sinta, por algumas horas,a sensação de sediar as Olimpíadas.

“Imaginem a emoção que sentirá uma criança lá emBarreirinhas, no Maranhão; um quilombola em União dosPalmares, nas Alagoas; um gaúcho em São Miguel dasMissões, no Rio Grande do Sul; uma jovem estudante uni-versitária de Paraisópolis, em São Paulo; um pescador deItaporã, no Mato Grosso do Sul. Serão centenas de lugares emilhões de brasileiros irmanados no compromisso de escre-ver uma página gloriosa na história dos Jogos Olímpicos”.

Ao citar o Plano Brasil Medalhas, programa federalque desde 2012 investiu em estrutura para treinamen-tos e preparação de atletas, Dilma ressaltou a impor-tância do legado esportivo para o Brasil. “Após os Jogos,essas estruturas estarão disponíveis para treino de atle-tas, formação de profissionais e farão parte, sem dúvi-da, de uma rede nacional de treinamento, que envolve-rá ainda centros de iniciação ao esporte, em dezenas demunicípios do País. Eu tenho muito orgulho do centro depreparação de atletas paralímpicos em São Paulo”.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS) ocupoua tribuna ontem para repudiar veementemente declara-ções em defesa de torturadores feitas no plenário daCâmara. “Esse fato deprecia este plenário e a democracia.Quero repudiar isso veementemente, pelas atribuiçõesque tive como ministra dos Direitos Humanos, por reco-nhecer que a tortura é uma chaga que precisamos aindaimpedir que se mantenha existindo”, afirmou.

Na sessão do dia 17 de abril, o deputado Jair Bolso-naro (PSC-RJ) fez apologia à tortura e homenageou ocoronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante doDoi-Codi de São Paulo durante a ditadura militar e reco-

Rosário repudia defesa de torturadores e cobra explicação de Temernhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura.

Maria do Rosário também cobrou do vice-presidenteMichel Temer explicação sobre matéria veiculada no site Co-nexão Jornalismo que afirma que Temer foi arrolado comotestemunha de defesa do coronel Ustra no caso que tramita na9ª vara criminal da Justiça Federal de São Paulo. A ação serefere à denúncia pelo sequestro de Edgar de Aquino Duarte,apresentada pelo Ministério Público em outubro de 2012.Edgar ficou preso ilegalmente, tanto nas dependências doDestacamento de Operações Internas do II Exército (Doi-Codi),quanto no Departamento de Ordem Política e Social de SãoPaulo (Deops-SP), até meados de 1973.

“Em nome da democracia, espero sinceramente queMichel Temer não tenha feito um pronunciamento favorá-vel a Brilhante Ustra. Até confio nisso, porque, se críticasfaço pela atitude de hoje, conspiratória e golpista, gosta-ria de ter, no nosso passado recente, uma visão democrá-tica contra a tortura, ainda num elo a nos unir. Por isso,quero pedir ao vice-presidente Michel Temer que respon-da àquilo que foi divulgado sobre ele ter sido testemunhade defesa de Brilhante Ustra. E quero declarar que aguar-do que a resposta seja negativa, de que ele não tenhadado uma só palavra em favor de um torturador e datortura”, ressaltou a deputada Maria do Rosário.

O ministro interino do Esporte, Ricardo Leyser, re-lembrou ontem a trajetória do Brasil desde a escolhacomo país-sede para os Jogos Olímpicos 2016 até omomento da chegada da chama olímpica ao País, cele-brada no Palácio do Planalto. Ao citar os programascriados pelo governo federal para auxiliar na preparaçãodos atletas brasileiros, como o Brasil Medalha, Leyser

Dilma foi a melhor presidente para esporte brasileiro, diz ministro

BRASILTONY WISTON

elogiou o papel da presidenta Dilma Rousseff.“Nós estamos no ápice da nossa história esportiva.

Nunca estivemos tão bem quanto estamos agora. Eunão tenho dúvida que a senhora, para o esporte brasi-leiro, foi a melhor presidente da República da história.Nós nunca tivemos o que nós tivemos com a senhora emtermos de investimento, de respeito, seriedade. Então,

nesse dia em que a senhora recebe a chama olímpica,peço que continue sempre com o esporte”, disse.

Leyser também recordou a preparação para que oBrasil tivesse uma cidade capaz de sediar os jogos. Oministro citou investimentos em equipamentos espor-tistas desde os Jogos Sul-Americanos de 2002, quan-do quatro cidades brasileiras participaram do evento.