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Orçamento no Brasil. Sérgio Praça [email protected] Edspraca.worpress.com. Objetivos da Aula. 1) Explicar o básico sobre processo orçamentário no Brasil do ponto de vista do Executivo ; 2) Dar uma noção dos diferentes tipos de gastos, como eles são definidos e quais regras os orientam; - PowerPoint PPT Presentation
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Objetivos da Aula
• 1) Explicar o básico sobre processo orçamentário no Brasil do ponto de vista do Executivo;
• 2) Dar uma noção dos diferentes tipos de gastos, como eles são definidos e quais regras os orientam;
• 3) Explicar o básico sobre processo orçamentário no Brasil do ponto de vista do Legislativo;
• 4) Mostrar como diferentes escândalos de corrupção orçamentária ocorrem (sob regras diferentes).
1) Executivo: normas básicas
• Autorizativo vs. Impositivo: Brasil e EUA• A legislação brasileirai) Lei 4.320/64 e LRF/2000; ii) PPA, LOA e LDO (CF/1988);iii) … Lei Complementar de Finanças Públicas?
(CF/1988 pede)
1) O uso das LDOs na prática
* LDO e regras de organização e elaboração orçamentária
i) LDOs definem atribuições e características do PPA e LOA;
ii) LDOs determinam que LOA preveja gastos com emendas individuais em certa parte do orçamento (reserva de contingência). Exemplo de policy learning.
1) O uso das LDOs na prática
* LDOs e regras de execução orçamentáriai) LCFP poderia definir % do orçamento a ser
remanejado, mas quem faz isso é LDO; ii) LCFP poderia definir regras/mecanismos para
ajustar valor do salário-mínimo, mas LDO é quem faz isso.
1) Vinculações Orçamentárias Tributo Destino % do tributo LegislaçãoIOF - Ouro Estado de Origem 30,0 CF/1988, Art. 153,
parág. 5º IOF - Ouro Município de Origem 70,0 CF/1988, Art. 153,
parág. 5ºImposto Territorial Rural
Municípios 50,0 CF/1988, Art. 158
Imposto Territorial Rural
União 50,0 CF/1988, Art. 158
Imposto de Renda
Transferência para Estados
21,5 CF/1988, Art. 159
Imposto de Renda
Transferência para Municípios
22,5 CF/1988, Art. 159
Imposto de Renda
Programa de Financiamento do Setor Produtivo
3,0 CF/1988, Art. 159
Imposto sobre Produtos Industrializados
Transferência para Estados
21,5 CF/1988, Art. 159
Imposto sobre Produtos Industrializados
Transferência para Municípios
22,5 CF/1988, Art. 159
1) Gastos “engessados”: Anexo IV da LDO
Gasto Lei Área Ano
Alimentação Escolar Lei no 11.947, de 16/06/2009
Educação 2009
Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade
Lei no 8.142, de28/12/1990
Saúde 1990
Atendimento à População com Medicamentos para Tratamento dos Portadores de HIV/AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis
Lei no 9.313, de 13/11/1996
Saúde 1996
Benefícios do Regime Geral de Previdência Social
CF/1988 Previdência 1988
Bolsa de Qualificação Profissional para Trabalhador
Medida Provisória no 2.164-41, de 24/08/2001
Trabalho 2001
6. Amortização da Dívida: despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do valor principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa.
3. Outras Despesas Correntes: Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, auxílio-alimentação, etc.
5. Inversões Financeiras: despesas com a aquisição de imóveis, títulos representativos de capital de empresas ou entidades já existentes, constituição ou aumento do capital de empresas.
2. Juros e Encargos da Dívida: Despesas com pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas.
4. Investimentos: despesas com planejamento e execução de obras, instalações, equipamentos e material permanente.
1. Pessoal e Encargos Sociais:Despesas de natureza salarial.
1) A Natureza da Despesa Orçamentária
1) Distribuição das despesas orçamentárias
Pessoal e Encargos Sociais
Outras Despesas Correntes
Investimentos
Inversões Financeiras
Juros e encargos da Dívida
Reserva de Contingência
1995 19,9 49,3 5,7 7,3 16,7 1,1
1996 21,0 55,2 4,7 5,8 11,8 1,6
1997 21,7 54,5 4,8 5,6 12,2 1,3
1998 20,2 50,0 4,7 8,9 15,6 0,7
1999 20,7 49,4 3,2 5,8 20,5 0,4
2000 17,1 47,3 4,1 3,8 25,7 2,0
2001 17,4 51,0 5,3 4,4 20,5 1,5
1) Execução das despesas orçamentárias
Pessoal e Encargos Sociais
Outras Despesas Correntes
Investimentos
Inversões Financeiras
Juros e encargos da Dívida
Reserva de Contingência
1996 103,04 88,44 64,53 117,76 87,56 0
1997 98,81 93,57 76,11 564,57 83,29 0
1998 99,21 100,52 73,67 337,76 82,91 0
1999 101,85 108,65 87,56 379,42 90,39 0
2000 111,76 106,46 80,69 98,69 49,71 0
2001 109,94 100,37 79,27 136,65 75,08 0
2) O Legislativo e o orçamento: emendas individuais
1991/1993 1995 2006
Número de emendas individuais
Limitado a 50 Limitado a 20 Limitado a 25
Natureza de emendas individuais
Limitado CF-1988 Limitado CF-1988 Limitado CF-1988+ outros limites
Valor global de emendas individuais
Ilimitado Ilimitado Limitado informalmente
Atores que podem propor emendas coletivas
Nenhum Limitado Limitado
2) O Legislativo e o orçamento: emendas coletivas
1991/1993 1995 2006
Número de emendas coletivas
Não havia Limitado Limitado
Natureza de emendas coletivas
Não havia Um pouco limitada Bastante limitada
Valor de emendas coletivas
Não havia Ilimitado Ilimitado
2) Escândalos orçamentários: anões
• 1993-1994: Anões do Orçamento – corrupção extremamente centralizada (emendas de RG)
• Cerca de 40 parlamentares implicados- Origem da corrupção: mais dinheiro para os parlamentares
alocarem (mecanismo de “erros e omissões”)- Relator-Geral podia propor “emenda de relator”- Relator-Geral reunia pedidos de parlamentares e os
encaminhava, PESSOALMENTE, a certos ministérios- CMO era muito autônoma em relação ao plenário e
partidos políticos. O motivo? A hiperinflação!
2) Escândalos orçamentários: Sanguessugas
• 2005-2006: Sanguessugas – corrupção relativamente descentralizada (emendas de parlamentares individuais, emendas coletivas + prefeitos)
• Cerca de 90 parlamentares implicados- Origem da corrupção: relação entre parlamentares e prefeitos- Mecanismo: licitação corrupta no município para compra de
equipamentos de saúde (“investimentos”)- Uso de emendas coletivas: a “natureza” destas era MUITO
abrangente, o que facilitava acordos entre parlamentares- Autonomia da CMO? Baixíssima. Por isso os parlamentares
procuraram outros mecanismos!
2) Mudanças pós-escândalo: emendas individuais
1991/1993 1995 2006
Número de emendas individuais
Limitado a 50 Limitado a 20 Limitado a 25
Natureza de emendas individuais
Limitado CF-1988 Limitado CF-1988 Limitado CF-1988+ outros limites
Valor global de emendas individuais
Ilimitado Ilimitado (a partir de 1996, começou a ser limitado informalmente!)
Limitado informalmente
Atores que podem propor emendas coletivas
Nenhum Limitado Limitado
2 )Mudanças pós-escândalo: emendas coletivas
1991/1993 1995 2006
Número de emendas coletivas
Não havia Limitado Limitado
Natureza de emendas coletivas
Não havia Um pouco limitada Bastante limitada
Valor de emendas coletivas
Não havia Ilimitado Ilimitado
Resumo da aula
• 1) Ainda há espaço para melhorar as normas orçamentárias brasileiras;
• 2) A execução orçamentária brasileira é relativamente rígida: ou seja, nem sempre o presidente pode escolher exatamente onde quer gastar;
• 3) Sempre haverá corrupção orçamentária. O ponto é: quão permeáveis são as instituições orçamentárias a atos corruptos?;
• 4) Escândalos de corrupção ajudam a explicar mudanças institucionais: houve MUITOS avanços desde 1993
Para o futuro… Jornalismo e orçamento
• 1) Avaliar execução orçamentária no meio do ano (PAC);
• 2) Confusoes técnicas (“100% contingenciado”, “DNIT é campeão de investimento”, Piauí: cita dotacao inicial como se fosse gasto realizado);
• 3) Confusao entre “corte” e “contingenciamento” (CORTE seria reduzir de um ano para outro; CONTINGENCIAMENTO é congelar/cancelar uma parte do que estava autorizado pelo Congresso);