Ordenamento Territorial de Epitaciolândia (Acre)

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Diagnóstico para o ordenamento territorial do município de Epitaciolândia (Consultoria Con & Sea)

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

ORDENAMEN TO TERRITORIAL DE EPITACIOLN DIA

NOVEMBR O DE

DIAGNSTICO CONTENDO AS DIMENSES ECOLGICA, SOCIAL, ECONMICA, CULTURAL, POLTICO E INSTITUCIONAL1

ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

2009

CONTRATO N 033/2009 SEMA/CON&SEA LTDA PRODUTO 7A

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCALDIAGNSTICO CONTENDO AS DIMENSES ECOLGICA, SOCIAL, ECONMICA, CULTURAL, POLTICO E INSTITUCIONAL

GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE ARNBIO MARQUES

SECRETRIO DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE EUFRAN FERREIRA DO AMARAL

Coordenao Geral: Antonio Ramaiana de Barros Ribeiro3

ELABORAO:

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ABREVIAES E ACRNIMOSACS AGEAC AIS ANA ANEEL APP BID BIRD BNDES CNAE COHAB DEAS DERACRE DPGE EJA FEM FUNAI FUNTAC IAPEN ICMBio IDH IDM IMAC ISMAC ITERACRE IUCN MAP OT OTL PA PAC PAE PDC PDE PIB PIDS PMAC PMACI PNUD PROACRE PRONAF RESEX SDCT SEAP Agente Comunitrio de Sade Agncia Estadual Reguladora de Servios Pblicos Agente Indigenista de Sade Agncia Nacional de guas Agncia Nacional de Energia Eltrica rea de Preservao Permanente Banco Interamericano de Desenvolvimento Banco Mundial Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social Classificao Nacional de Atividades Econmicas Companhia de Habitao do Acre Departamento Estadual de gua e Saneamento Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Aeroporturia Defensoria Pblica Geral do Estado Educao de Jovens e Adultos Fundao de Cultura e Comunicao Elias Mansour Fundao Nacional do ndio Fundao de Tecnologia do Estado do Acre Instituto de Administrao Penitenciria Instituto Chico Mendes da Biodiversidade ndice de Desenvolvimento Humano Instituto Estadual de Desenvolvimento de Educao Profissional Dom Moacir Grechi Instituto de Meio Ambiente do Acre Indicador de Sustentabilidade dos Municpios do Acre Instituto de Terras do Acre Unio Mundial para a Conservao da Natureza Madre de Dios, Acre e Pando Ordenamento Territorial Ordenamento Territorial Local Projeto de Assentamento Programa de Acelerao do Crescimento Projeto de Assentamento Extrativista Planos de Desenvolvimento da Comunidade Plano de Desenvolvimento de Educao Produto Interno Bruto Programa Integrado de Desenvolvimento Sustentvel do Estado do Acre Polcia Militar do Estado do Acre Projeto de Proteo ao Meio Ambiente e as Comunidades Indgenas Programa de Desenvolvimento das Naes Unidas Programa de Incluso Social e Desenvolvimento Econmico Sustentvel do Estado do Acre Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Reserva Extrativista Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Cincia e Tecnologia Secretaria de Estado de Agropecuria 5

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SEAPROF SEAS SEE SEF SEFAZ SEHAB SEJUDH SEMA SEOP SEPLAN SESACRE SESP SETUL SGA SNIRH TI UC ZAP ZEE

Secretaria de Estado de Extenso Agroflorestal e Produo Familiar Secretaria de Estado de Assistncia Social Secretaria de Estado de Educao Secretaria de Estado de Floresta Secretaria de Estado da Fazenda Secretaria de Estado de Habitao Secretaria de Estado de Justia e Direitos Humanos Secretaria de Estado de Meio Ambiente Secretaria de Estado de Obras Pblicas Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econmico Sustentvel Secretaria de Estado de Sade Secretaria de Estado de Segurana Pblica Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer Secretaria de Estado da Gesto Administrativa Sistema Nacional de Informaes sobre Recursos Hdricos Terras Indgenas Unidade de Conservao Zonas de Atendimento Prioritrio Zoneamento Ecolgico-Econmico

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I. DIMENSO ECOLGICA LISTA DE FIGURASFigura 1. Mapa Climtico de Kppen com Destaque para a Regio do Municpio de Epitaciolndia. Figura 2. Mdias Mensais das Temperaturas Mximas e Mnimas em Rio Branco. 1961 a 1990. Figura 3. Balano Hdrico Normal Mensal. Figura 4. Deficincia, Excedente e Reposio Hdrica ao longo do ano. Figura 5. Distribuio das Unidades Geolgicas de Epitaciolndia. Figura 6. Distribuio das Unidades Geomorfolgicas de Epitaciolndia. Figura 7. Mapa de Solos. Figura 8. Mapa de Aptido Agroflorestal de Epitaciolndia. Figura 9. Bacias Hidrogrficas do Estado do Acre. Figura 10. Microbacias do Municpio de Epitaciolndia. Figura 11. Dinmica do Desmatamento de Epitaciolndia. Figura 12. Carta Imagem do Municpio de Epitaciolndia. Figura 13. Focos de Calor no Municpio de Epitaciolndia, no Perodo de 2006 a 2008. Figura 14. reas Prioritrias para Conservao da Biodiversidade. (rea do OTL). Figura 15. Caucho. Figura 16. Breu Vermelho. Figura 17. Cumar. Figura 18. Mat-mat. LISTA DE TABELAS Tabela 1. rea de Estudo do PMACI. Destaque de Epitaciolndia. Indicao de Tipos Climticos. Tabela 2. Dados Climatolgicos de Rio Branco. 1969/1990. Tabela 3. Maiores cheias registradas no Rio Acre, em Brasilia/Epitaciolndia, de acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrolgico de 10/07/2009. Tabela 4. Coluna Estratigrfica das Unidades Aflorantes no Municpio de Epitaciolndia, com base no Banco de Dados do SIPAM/IBGE. Tabela 5. Distribuio das Ordens de Solos no Estado do Acre de acordo com o Mapa de Solos na Escala de 1:250.000 do ZEE Fase II. Tabela 6. Solos que ocorrem no municpio de Epitaciolndia, quanto ao tipo de solo e caractersticas. Tabela 7. Principais Classes de Solo do Acre, Potencialidades e Limitaes ao Uso Agrcola e Aptido Agrcola e Agroflorestal Tabela 8. Municpios da Regional de Desenvolvimento do Alto Acre que fazem parte da Bacia do Rio Acre. Tabela 9. Municpios da Regional de Desenvolvimento do Alto Acre que fazem parte da Bacia do Rio Abun Tabela 10. Microbacias de Epitaciolndia. Tabela 11. Tipologias Florestais que ocorrem no Municpio de Epitaciolndia. Tabela 12. Espcies Arbreas Encontradas na Fisionomia Floresta Aberta Aluvial com Palmeiras. Tabela 13. Espcies Arbreas da Fisionomia Floresta Densa + Floresta Aberta com Palmeiras. 7

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Tabela 14. Desmatamento nos Municpios da Regio do Alto Acre e Capixaba. Tabela 15. Desflorestamento no Municpio de Epitaciolndia. 2000 a 2007. Tabela 16. Nmero de Focos de Calor em Epitaciolndia e Ranking no Estado, 2000 a 2008. Tabela 17. Indicao da Situao Florestal fora de reas Naturais Protegidas por Regio. Tabela 18. Espcies arbreas que ocorrem na Floresta Ombrfila Aberta Terras Baixas com Palmeiras + Floresta Ombrfila Densa Terras Baixas Dossel Emergente. Tabela 19. Espcies Arbreas que ocorrem na Floresta Ombrfila Aberta Aluvial com Palmeiras. Tabela 20. Espcies Arbreas que ocorrem na Floresta Ombrfila Densa Terras Baixas + Floresta Ombrfila Aberta Terras Baixas com Palmeiras. Tabela 21. Espcies Arbreas que ocorrem na Floresta Ombrfila Aluvial Aberta com Palmeiras. Tabela 22. Riqueza de Espcies de Vertebrados no Estado do Acre (ZEE-AC), no Brasil (Lewinsohn, Prado, 2002) e em todo o Mundo (BRASIL, 1998). Tabela 23. Lista da Fauna, com respectiva Ordem, Famlia, Nome Cientfico, Nome Vulgar e Status que ocorrem na Resex Chico Mendes, Municpio de Epitaciolndia.

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II. DIMENSO SOCIAL LISTA DE FIGURASFigura 1. Mapa de Ocupao. Figura 2. Grfico Comparativo das Taxas de Crescimento Populacional. Brasil, Acre, Alto Acre e Epitaciolndia. Figura 3. Grfico da Evoluo na Taxa de Urbanizao. Brasil, Acre, Alto Acre e Epitaciolndia. Figura 4. Grfico do Percentual de Imigrantes por Regio de Nascimento sobre o Total de Imigrantes da Unidade Territorial. Figura 5. Grfico do Percentual de Emigrantes por Regio e por Unidade Territorial. Figura 6. Mapa Fundirio. Figura 7. Grfico do Nmero Total de Estabelecimentos por Estrato de rea. Epitaciolndia. 1995/1996. Figura 8. Grfico da rea Total dos Estabelecimentos por Estrato de rea. Epitaciolndia. 1995/1996. Figura 9. Escola da Zona Rural (Km20). Figura 10. Grfico do Nmero de Alunos Matriculados nos Diversos Nveis de Ensino. 2004 2008. Figura 11. Grfico da Relao entre Alunos Iniciais e Concluintes. Ensino Fundamental. 2008. Figura 12. Grfico da Relao entre Alunos Iniciais e Concluintes. Ensino Mdio. 2008. Figura 13. Grfico do Nmero de Escolas em todos os Nveis. 2004 a 2008. Figura 14. Grfico do Nmero de Professores em todos os nveis. 2004 a 2008.

LISTA DE TABELASTabela 1. Populao por reas de Ocupao Humana. Tabela 2. Populao, rea, Densidade Demogrfica, Incremento e Crescimento Anual da Populao. Brasil, Acre, Alto Acre e Epitaciolndia. 1980 z 2007. Tabela 3. Populao Urbana e Populao Rural. Brasil, Acre, Alto Acre e Epitaciolndia. 1970 a 2007. Tabela 4. Populao residente nascida fora da unidade territorial, por estado de nascimento. Acre. Mesorregio. Regio. Municpio. 2000. Tabela 5. Percentuais por Unidade Territorial. Participao de cada Estado sobre o total de cada regio. Participao de imigrantes por regio sobre o total de imigrantes. Tabela 6. Nmero de Emigrantes. Nmero de Pessoas de 5 anos ou mais de idade que no residiam na Unidade da Federao, por lugar de destino, 2000. Tabela 7. Situao Fundiria das Terras do Municpio. Tabela 8. IDHM e parmetros do IDHM. Epitaciolndia. 1991 e 2000. Tabela 9. Parmetros de Condies de Vida. Mortalidade Infantil e Esperana de Vida. Epitaciolndia. 1991 e 2000. Tabela 10. Pessoal ocupado nas Empresas Cadastradas no CNAE. Epitaciolndia. Tabela 11. Pessoal Ocupado nos Estabelecimentos Agropecurios. Epitaciolndia. Tabela 12. Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade. Epitaciolndia. Tabela 13. Demanda por Energia Eltrica nos Ramais da Zona Rural. 9

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Tabela 14. Atendimento Educao Bsica. Tabela 15. Educao Bsica. Nmero de Alunos Matriculados e Concluintes. Rede Pblica. Tabela 16. Educao Bsica. Nmero de Escolas. Rede Pblica. Tabela 17. Educao bsica. Nmero de Professores. Rede Pblica. Tabela 18. Populao em Idade Escolar no ano 2000 e 2007 e Projeo do Nvel de Atendimento Educao em 2007. Tabela 19. Educao Superior. Tabela 20. Estabelecimentos de Sade. Quantitativos.

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III. DIMENSO ECONMICA LISTA DE FIGURASFigura 1. Grfico da Produo Agrcola dos Estados da Regio Norte. Participao Percentual sobre o Total da Regio no Ano de 2007. Figura 2. Grfico do Comportamento da Produo Agrcola dos Principais Produtos da Lavoura Temporria do Estado do Acre no Perodo de 2003 a 2007 Comparada a Regio Norte e Brasil. Figura 3. Grfico do Comportamento da Produo Agrcola dos Principais Produtos da Lavoura Permanente do Estado do Acre no Perodo de 2003 a 2007 Comparada a Regio Norte e Brasil. Figura 4. Grfico da Produo de Castanha-do-Brasil. Estado do Acre e Regio do Alto Acre. 1990 a 2007. Figura 5. Grfico da Produo de Castanha e Ltex Coagulado. Municpio de Epitaciolndia.1990 a 2007. Figura 6. Grfico da Produo de Ltex Coagulado. Estado do Acre e Regio do Alto Acre. 1990 a 2007. Figura 7. Grfico da Participao Percentual dos Setores Comerciais e de Servios sobre o Total. Figura 8. Grfico da Participao Percentual do PIB Regional e Municipal. 2006. Figura 9. Regio1 Agroextrativista Figura 10. Regio2 Bela Flor. Figura 11. Regio 3 Esperana. Figura 12. Regio 4 Extrativista.

LISTA DE TABELASTabela 1. Percentual de Participao Regional e Municipal dos Produtos da Lavoura Temporria na Produo Estadual e Regional. 2003 a 2007. Tabela 2. rea Colhida (ha), Produo (t) e Rendimento (kg/ha) das Principais Culturas da Lavoura Temporria. Municpio de Epitaciolndia. 2003 a 2007. Tabela 3. Percentual de Participao Regional e Municipal dos Produtos da Lavoura Permanente na Produo Estadual e Regional. 2003 a 2007. Tabela 4. rea Colhida (ha), Produo (t) e Rendimento (kg/ha) das Principais Culturas da Lavoura Permanente. Municpio de Epitaciolndia. 2003 a 2007. Tabela 5. Efetivo do Rebanho Bovino. Valor Absoluto e Participao Percentual do Municpio e da Regio sobre a Regio e sobre o Estado. 2004 a 2007. Tabela 6. Produtos de Origem Animal. Leite e Ovos de Galinha. Epitaciolndia, Regio e Estado. Tabela 7. Efetivo do Rebanho. Suno, Ovino e Galinceos. Municpio, Regio e Estado. Tabela 8. Produtos Florestais no-madeireiros. Epitaciolndia.Regio e Estado. 2004 a 2007. Tabela 9. Produtos Florestais Madeireiros. Epitaciolndia, Regio e Estado. 2004 a 2007. Tabela 10. Evoluo no Nmero de Unidades Comerciais e de Servios. 2000 a 2006. Tabela 11. Produtos de Origem Animal. Quantidade Vendida e Valor. 11

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Tabela 12. Produtos da Lavoura Temporria. Estabelecimentos com Venda, Quantidade Produzida, Quantidade Vendida e Valor da Venda. Tabela 13. Produtos da Lavoura Permanente. Estabelecimentos com Venda. Quantidade Produzida. Quantidade Vendida e Valor da Venda. Tabela 14. Produtos Extrativistas. Estabelecimentos com Venda. Quantidade Produzida. Quantidade Vendida e Valor da Venda. Tabela 15. Nmero de Unidades Locais Existentes no Municpio. 2001 a 2006. Tabela 16. Produto Interno Bruto. Valor absoluto e Percentual de Incremento Anual. Brasil, Acre, Alto Acre e Epitaciolndia. Tabela 17. Produto Interno Bruto. Composio Setorial. Estado, Microrregio e Municpios. 2006.

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IV. DIMENSO POLTICA E INSTITUCIONAL LISTA DE FIGURASFigura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura 1. Prefeitura Municipal. 2. Secretaria de Meio Ambiente e Turismo. 3. Secretaria de Cidadania e Ao Social. 4. Secretaria de Sade e Saneamento. 5. Sala de Sesses da Cmara Municipal. 6. Tribunal de Justia. 7. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. 8. Departamento Estadual de gua e Saneamento. 9. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Epitaciolndia. 10. Territrios da Cidadania do Acre. 11. Registro Fotogrfico da Primeira Oficina de Campo. 12. Registro Fotogrfico da Segunda Oficina de Campo. 13. Registro Fotogrfico da Terceira Oficina de Campo.

LISTA DE TABELASTabela 1. Quadro Funcional. Tabela 2. Dados Oramentrios (2005/2008). Tabela 3. Programas e Metas Previstos no PPA (2006/2009). Tabela 4. Recursos do PPA. Tabela 5. rgos Pblicos Federais com Sede ou Atuao no Municpio. Tabela 6. rgos Pblicos Estaduais com Atuao no Municpio. Tabela 7. Instituies No-Governamentais. Tabela 8. Conselhos Municipais Existentes no Municpio. Tabela 9. Investimento Total do PAC/AC. Tabela 10. Eixos de Investimentos do PAC/AC. Tabela 11. Infraestrutura Logstica do PAC/AC. (Empreendimentos Exclusivos). Tabela 12. Infraestrutura Social e Urbana do PAC/AC. (Empreendimentos Exclusivos). Tabela 13. Investimentos Previstos e Executados em 2000 do Programa Territrios da Cidadania. Tabela 14. Investimentos e Contratos do PRONAF/AC. Tabela 15. Consolidao da Oferta dos Crditos do PRONAF do Territrio, por Grupo (2002 a 2005). Tabela 16. Consolidao das Operaes do PRONAF do Territrio, por Modalidade (2002 a 2005). Tabela 17. Demandas por Crdito do PRONAF. Tabela 18. Projetos Prioritrios do Acre Previstos para o Municpio de Epitaciolndia. Tabela 19. Programas e Projetos de Iniciativa Municipal. Tabela 20. Projetos Executados e/ou em Execuo, por comunidade. Tabela 21. Matriz de Demandas Sociais e Aes de Polticas Pblicas.

V. DIMENSO CULTURAL LISTA DE FIGURAS13

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Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Ponte entre Epitaciolndia e Brasilia. Igreja de So Sebastio. Ponto inicial de formao da Vila Epitcio. Centro Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. Centro de Cultura e Florestania. Portal da Alfndega. Epitaciolndia/Cobija. Biblioteca Pblica Estadual.

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SUMRIOABREVIAES E ACRNIMOS.......................................................................................5 I. DIMENSO ECOLGICA.............................................................................................7 LISTA DE FIGURAS........................................................................................................7 LISTA DE TABELAS.......................................................................................................7 II. DIMENSO SOCIAL...................................................................................................9 LISTA DE FIGURAS........................................................................................................9 LISTA DE TABELAS.......................................................................................................9 III. DIMENSO ECONMICA........................................................................................11 LISTA DE FIGURAS......................................................................................................11 LISTA DE TABELAS.....................................................................................................11 IV. DIMENSO POLTICA E INSTITUCIONAL.................................................................13 LISTA DE FIGURAS......................................................................................................13 LISTA DE TABELAS.....................................................................................................13 V. DIMENSO CULTURAL............................................................................................13 LISTA DE FIGURAS......................................................................................................13 INTRODUO.............................................................................................................18 I. DIMENSO ECOLGICA...........................................................................................20 1.1. CLIMA..................................................................................................................20 1.1. CLASSIFICAO CLIMTICA.................................................................................20 1.1.2. PRINCIPAIS CARACTERSTICAS CLIMTICAS ....................................................21 1.1.3. CARACTERIZAO DAS ESTAES..................................................................22 1.1.4. TEMPERATURA, PRECIPITAO E BALANO HDRICO. .....................................22 AS VARIAES NOS INDICADORES CLIMTICOS........................................................22 1.1.5. RISCOS E AMEAAS CLIMTICAS......................................................................26 1.2. GEOLOGIA...........................................................................................................27 1.2.1. FORMAO GEOLGICA E RECURSOS MINERAIS.............................................27 1.2.2. PROVNCIAS E STIOS MINERAIS (METLICOS E NO-METLICOS) DE VALOR ECONMICO ..................................................................................................................................31 1.2.3. FORMAES GEOLGICAS COM POTENCIAL TURSTICO .................................31 1.3. GEOMORFOLOGIA ..............................................................................................32 1.3.1. RELEVO............................................................................................................32 1.3.2. REAS DE PRESERVAO PERMANENTE..........................................................33 1.4. SOLOS.................................................................................................................35 1.4.1. CLASSES DE SOLOS.........................................................................................35 1.4.2. APTIDO AGRCOLA/AGROFLORESTAL, FERTILIDADE, EROSO E TENDNCIA A DESERTIFICAO.......................................................................................................39 1.4.2.1 APTIDO AGROFLORESTAL.............................................................................41 1.4.2.2. ZONEAMENTO AGRCOLA..............................................................................44 1.5. RECURSOS HDRICOS..........................................................................................49 1.5.1 RECURSOS SUPERFICIAIS. BACIAS E MICROBACIAS. ESTADO ATUAL DAS BACIAS E MICROBACIAS HIDROGRFICAS.................................................................................49 1.5.2. ESTADO ATUAL E TENDNCIAS DAS MATAS CILIARES (APP).............................54 1.5.3. DEGRADAO DE RECURSOS HDRICOS E ASSOREAMENTO ...........................54 DE LEITOS DE CORPOS HDRICOS SUPERFICIAIS........................................................54 1.5.4. IDENTIFICAO DE RECURSOS SUBTERRNEOS..............................................55 1.6. COBERTURA VEGETAL.........................................................................................56 1.6.1. IDENTIFICAO DAS FITOFISIONOMIAS............................................................56 1.6.2. ESTADO DE CONSERVAO E PRESERVAO DAS FLORESTAS.......................60 1.6.2. DESMATAMENTO HISTRICO. ESTADO ATUAL. EVOLUO E TENDNCIAS......61 1.6.3. FOCOS DE CALOR.............................................................................................67 1.6.4. PASSIVO FLORESTAL........................................................................................70 1.7. BIODIVERSIDADE ...............................................................................................71 1.7.1. BIODIVERSIDADE FLORA................................................................................73 1.7.1.1. IDENTIFICAO DA FLORA PREDOMINANTE..................................................73 1.7.1.2. FLORA AMEAADA DE EXTINO..................................................................77 1.7.2. BIODIVERSIDADE FAUNA...............................................................................77 1.7.2.1. IDENTIFICAO DA FAUNA............................................................................77

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL 1.7.2.2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO DA FAUNA PREDOMINANTE.......................78 1.7.2.3. POTENCIAL DE ESPCIES COMERCIAIS PASSVEIS DE CRIATRIO.................80 II. DIMENSO SOCIAL.................................................................................................81 2.1. OCUPAO..........................................................................................................81 2.1.1. HISTRICO.......................................................................................................81 2.1.2. ESTADO ATUAL E TENDNCIAS........................................................................82 2.2. DEMOGRAFIA......................................................................................................86 2.2.1. POPULAO TOTAL E DENSIDADE DEMOGRFICA...........................................86 2.2.2. POPULAO URBANA E POPULAO RURAL....................................................89 2.2.3. MIGRAO.......................................................................................................91 2.3. ASPECTOS FUNDIRIOS......................................................................................96 2.3.1. PROPRIEDADE E POSSE DA TERRA...................................................................96 2.3.2. SITUAO FUNDIRIA......................................................................................96 2.3.2.1. TERRAS PBLICAS E PRIVADAS. ASSENTAMENTOS DA..................................96 REFORMA AGRRIA. UNIDADES DE CONSERVAO..................................................96 2.3.3. ESTRUTURA FUNDIRIA....................................................................................98 2.4. OCUPAES, GRILAGEM E CONFLITOS FUNDIRIOS.........................................103 2.5. CONDIES DE VIDA.........................................................................................104 2.5.1. NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO.......................................................104 2.5.2. EMPREGO.......................................................................................................105 2.5.3. RENDA E LINHA DE POBREZA.........................................................................106 2.6. INFRAESTRUTURA.............................................................................................109 2.6.1. ACESSOS........................................................................................................109 2.6.2. TRANSPORTES................................................................................................110 2.6.3. ENERGIA.........................................................................................................110 2.6.4. ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DA PRODUO........................................111 2.7. SERVIOS..........................................................................................................112 2.7.1. EDUCAO.....................................................................................................112 2.7.2. SADE............................................................................................................123 2.7.3. SEGURANA...................................................................................................125 2.7.4. COMRCIO E SERVIOS..................................................................................126 2.7.5. SANEAMENTO PBLICO..................................................................................126 III. DIMENSO ECONMICA......................................................................................127 3.1. AGRICULTURA...................................................................................................127 3.2. PECURIA..........................................................................................................135 3.3. PRODUO EXTRATIVISTA VEGETAL.................................................................140 3.3.1. PRODUO FLORESTAL NO-MADEIREIRA.....................................................140 3.3.2. PRODUTOS MADEIREIROS..............................................................................144 3.4. COMRCIO........................................................................................................145 3.5. ATIVIDADE INDUSTRIAL.....................................................................................150 3.6. OUTROS INVESTIMENTOS..................................................................................153 3.7. DINMICA ECONMICA.....................................................................................156 3.8. COMPOSIO SETORIAL DO PIB MUNICIPAL......................................................158 3.9. EVOLUO E DINMICA RECENTE DA ECONOMIA LOCAL E REGIONAL..............159 IV. DIMENSO POLTICA INSTITUCIONAL..................................................................167 4.1.1. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO EXECUTIVO...............................................167 4.1.3. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO JUDICIRIO................................................178 4.2. INSTITUIES GOVERNAMENTAIS.....................................................................179 4.2.1. RGOS PBLICOS FEDERAIS........................................................................179 4.2.2. RGOS PBLICOS ESTADUAIS.....................................................................180 4.3. INSTITUIES NO-GOVERNAMENTAIS.............................................................181 4.4. ASPECTOS INSTITUCIONAIS E DE GESTO........................................................184 4.5. PROGRAMAS E PROJETOS..................................................................................187 4.5.1. PROGRAMAS E PROJETOS FEDERAIS..............................................................187 4.51.1. PROGRAMA DE ACELERAO DO CRESCIMENTO - PAC................................187 4.5.1.2. TERRITRIOS DA CIDADANIA......................................................................189 4.5.1.3. PLANO SAFRA TERRITORIAL........................................................................190 4.5.1.4. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR. 193 4.5.2. PROGRAMAS E PROJETOS ESTADUAIS............................................................196 4.5.1.3. PROGRAMAS E PROJETOS MUNICIPAIS........................................................205 4.8. PERCEPO SOCIAL..........................................................................................207

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL 4.9. INTERFACE ENTRE AS DEMANDAS SOCIAIS E AES DE POLTICAS PBLICAS. 209 V. DIMENSO CULTURAL..........................................................................................231 5.1. PATRIMNIO IMATERIAL ...................................................................................231 5.1.1. FORMAO SOCIAL E CULTURAL....................................................................231 5.1.2. A CULTURA DA FLORESTA..............................................................................233 5.1.3. A CULTURA NA RESEX CHICO MENDES .........................................................233 5.1.4. MANIFESTAES CULTURAIS.........................................................................234 5.2. PATRIMNIO MATERIAL.....................................................................................235 5.3. POTENCIAL TURSTICO .....................................................................................238 5.4. RELAES TRANSFROTEIRIAS.........................................................................244 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................246

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INTRODUOO Diagnstico contendo as dimenses ecolgica, social, econmica, cultural, poltico e institucional refere-se a um dos documentos do Stimo Produto do Contrato de Consultoria N033/2009, celebrado entre a Secretaria de Meio Ambiente do Acre SEMA e a CON&SEA LTDA, cujo objeto a elaborao dos Planos de Ordenamento Territorial Local OTL para os Municpios de Epitaciolndia e Assis Brasil pertencentes Regional do Alto Acre, no mbito do Programa de Desenvolvimento Sustentvel do Acre Contrato de Emprstimo BID 1399/OC-BR. No sentido de facilitar a identificao dos documentos que compem o Produto 7, o mesmo foi dividido em trs partes: Produto 7A Diagnstico, Produto 7B Prognstico e Matriz de Demandas Sociais e Aes Institucionais. Deve-se ressaltar que um Diagnstico Preliminar j foi encaminhado para anlise, como Produto 6, sendo assim este Produto 7A corresponde ao diagnstico definitivo. Este Relatrio corresponde Atividade 7 (do Plano de Trabalho) Elaborar relatrio contendo, diagnstico, prognstico, cenrios, tendncias, matriz das demandas sociais e aes institucionais dos municpios de Epitaciolndia e Assis Brasil, conforme previsto no Termo de Referncia. Destaca-se que este se refere somente ao Diagnstico de Epitaciolndia. O Diagnstico de Assis Brasil est descrito no relatrio especfico desse municpio. A presente verso final, conforme o j referido Contrato incorpora todas as recomendaes e sugestes advindas da Contratante, assim como do processo de pactuao, feito em duas etapas. A primeira, no dia 29 de outubro e a segunda, no dia 11 de novembro de 2009, em reunies que foram realizadas na sede municipal, com a participao da Vice-prefeita, Secretrios Municipais e representantes da Cmara dos Vereadores, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Epitaciolndia, do CONDIAC e da sociedade civil. A lista de presena e o registro fotogrfico das reunies encontram-se em anexo ao Produto 7B. Do ponto de vista metodolgico o diagnstico uma etapa de elaborao do OTL, cumprindo o importante papel de fornecer um quadro geral detalhado de dimenses significativas da realidade municipal, se constituindo em subsidio essencial para o desenvolvimento de cenrios tendenciais e alternativos, que permitam a formulao de prognsticos, produto por excelncia do OTL. O presente diagnstico o resultado de uma sobreposio do diagnstico participativo, elaborado em oficinas participativas, com o diagnstico tcnico, conforme orientaes metodolgicas definidas em TR. Conforme ainda o Plano de Trabalho que orienta o presente trabalho, o diagnstico participativo fornece um quadro de percepes e conhecimentos da realidade imediata, levanta questes e informaes sentidas diretamente pela populao, muitas vezes intuitivas e interpretadas por suas lideranas, mas no suficiente. O conhecimento cientfico, estatstico, sistematizado, resultado de estudos e pesquisas de fundamental importncia para uma caracterizao tcnica e fundamentada. A correlao e sobreposio entre as duas fontes (leitura comunitria e leitura tcnica) que possibilita uma maior aproximao da realidade, uma reconstruo pensada e elaborada da realidade concreta. 18

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Na primeira etapa de elaborao do OTL de Epitaciolndia, correspondente ao processo de articulao poltica e de levantamento de informaes, foram realizadas diversas oficinas participativas, entre elas a prpria oficina de articulao, envolvendo setores poltico-institucionais governamentais e nogovernamentais e representativos da sociedade local, assim como da representao do Governo do Estado do Acre, atravs da Secretaria de Meio Ambiente SEMA. Nesta oficina de articulao, numa reunio ampliada do Conselho de Defesa do Meio Ambiente e Turismo - CONDEMATUR, entre outras deliberaes foi definida uma rea prioritria para o OTL. O ponto de partida para a definio da rea prioritria do OTL foi identificao das reas de uso definido e no-definido, sendo as primeiras aquelas j legalmente enquadradas como unidades de conservao, terras indgenas e os diversos assentamentos. Considerando que a rea total do municpio de 165.504,41 ha, demonstrou-se que s reas de uso definido perfazem um total 42,18% da rea total, com uma rea remanescente de uso no definido de 95.686,57, correspondente a 57,82%, que se constitui na rea de uso no definido. A partir desde quadro, foi decidido que para o OTL de Epitaciolndia, as Unidades de Proteo Sustentvel e os Projetos de Assentamentos, embora com usos j definidos, foram considerados como reas a serem trabalhadas no interior do Municpio ou rea Prioritria do OTL. Considerando as dimenses e variveis j estabelecidas no Termo de Referncia e de forma articulada s questes levantadas no diagnstico participativo, este diagnstico foi elaborado com a seguinte estrutura: I. Dimenso Ecolgica (clima, geologia, geomorfologia, solos, recursos hdricos, cobertura vegetal e biodiversidade; II. Dimenso Social (ocupao, demografia, situao fundiria, conflitos scio-ambientais, condies de vida e infraestrutura e servios); III. Dimenso Econmica (agricultura, pecuria, no-madeireiros, comrcio, indstria e outros investimentos); IV. Dimenso Poltica e Institucional (estrutura administrativa, institucionais governamentais e no-governamentais, aspectos institucionais e de gesto, programas e projetos, percepo social, interfase entre demandas sociais e aes de polticas pblicas e iniciativas transfronteirias); e V. Dimenso Cultural (patrimnios materiais, patrimnios imateriais, potencial turstico e relaes transfronteirias).

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I. DIMENSO ECOLGICA a base fsica do territrio. Nesta dimenso o que se procura identificar a localizao do territrio, o bioma, os ecossistemas e seus recursos naturais - fsicos e biticos. Esta dimenso abrange os itens: Clima, Geologia, Geomorfologia, Solos, Recursos Hdricos, Cobertura Vegetal, Biodiversidade Flora e Biodiversidade Fauna.

1.1. CLIMA 1.1. CLASSIFICAO CLIMTICAA regio Amaznica est sob clima equatorial mido submetida ao da massa de ar equatorial continental de ar quente e geralmente mido. Suas principais caractersticas so temperaturas mdias elevadas (25C a 27C), chuvas abundantes, com ndices anuais prximos de 2.000 mm, bem distribudas ao longo do ano e reduzida amplitude trmica, no ultrapassando 3C, segundo classificao climtica de Martonne. Pela classificao climtica de Kppen-Geigerde, o municpio de Epitaciolndia est inserido numa regio de clima tipo Aw, ou clima tropical megatrmico das regies tropicais e subtropicais com estao seca de inverno. No inverno, essa regio pode sofrer influncia das massas polares que podem atingir a Amaznia ocidental, ocasionando um fenmeno denominado friagem, ou seja, sbita queda da temperatura numa regio normalmente muito quente. Pela classificao de Thornthwaite e Mather (1955), citado em PMACI, a regio onde est situado o municpio caracteriza-se por apresentar temperatura mdia anual de 24,5C a 26C e totais anuais de evapotranspirao potencial da ordem de 1.350 a 1.500 mm, o que lhe confere carter megatrmico. Nesta classificao, este tipo climtico apresenta ainda variaes quanto ao grau de umidade efetiva e distribuio das chuvas no sentido dos paralelos geogrficos, apresentando o municpio o tipo climtico: mido B1, com umidade efetiva de 40 a 20%, pluviosidade anual total de 2000 a 1.600 mm, com 6 a 5 meses mais chuvosos (de novembro a maro/abril) e meses menos chuvosos de junho a agosto, conforme a Figura 1 e Tabela 1. Figura 1. rea de Estudo do PMACI. Destaque de Epitaciolndia. Indicao de Tipos Climticos.

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Fonte: PMACI. 1990. (ver bibliografia). Obs: tipos climticos quanto ao grau de umidade segundo Thornthwaite e Mather e variao espacial das chuvas.

Tabela 1. rea de Estudo do PMACI. Destaque de Epitaciolndia. Indicao do Tipo Climtico.Tipo climtico Umidad e Efetiva 40 a 20 Total Anual 2.000 a 1.600 Precipitao Pluviomtrica Meses mais chuvosos Dura o 6a5 poca Nov Mar/Abr % 75 Meses menos chuvoso s Jun a Ago

% 5

mido B1

Fonte: PMACI. Obs: tipos climticos quanto ao grau de umidade segundo Thornthwaite e Mather e variao espacial das chuvas.

1.1.2. PRINCIPAIS CARACTERSTICAS CLIMTICASO Acre apresenta um clima equatorial quente e mido com duas estaes, seca e chuvosa, caracterizado por elevadas temperaturas e umidade relativa do ar, com altos ndices de precipitao pluviomtrica. A temperatura mdia anual est em torno de 24,5 C, enquanto que a temperatura mxima fica em torno de 32C (ACRE, 2000). O clima do municpio de Epitaciolndia um clima quente e mido com duas estaes: seca e chuvosa, semelhante s caractersticas gerais do clima do Estado do Acre, comparando-se classificao climtica da regio do municpio e os dados especficos da estao pluviomtrica de Epitaciolndia. A estao seca estende-se de maio a setembro, sendo os meses de junho, julho e agosto mais crticos. A estao chuvosa, regionalmente tida como inverno, caracteriza-se por chuvas constantes, prolongando-se de novembro a abril. Na estao seca, como em grande parte do estado, so comuns as friagens, que resultam do avano da Frente Polar que, impulsionada pela Massa de Ar Polar Atlntica, avana pela Plancie do Chaco e chega at a Amaznia Ocidental, onde provoca brusca queda de temperatura, chegando em torno de 100 C. (ACRE, 2000).

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1.1.3. CARACTERIZAO DAS ESTAESA caracterizao referente climatologia do Acre, descrita em ACRE (2000) compreendeu uma reviso bibliogrfica de trabalhos como PMACI I e II e RADAMBRASIL (1977) assim como o levantamento e anlise dos dados climticos precipitao e temperatura - das estaes meteorolgicas existentes no Estado, para o ano de 1998. Estas Estaes esto, em sua maior parte, localizadas em ncleos urbanos ribeirinhos, o que compromete em parte a representatividade dos registros.

1.1.4. TEMPERATURA, PRECIPITAO E BALANO HDRICO. AS VARIAES NOS INDICADORES CLIMTICOSCom relao s normais climatolgicas de temperatura e do balano hdrico as estaes existentes no municpio de Epitaciolndia no informam os dados necessrios e desta forma tomou-se a estao localizada no municpio de Rio Branco a ttulo de aproximao.

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Para a estao localizada no municpio de Rio Branco a temperatura mdia no perodo de 1969 a 1990 foi de 24,9 C, com pequena amplitude de variao de 23,2 C no ms de junho e 25,7 nos meses de outubro e novembro, conforme a Tabela 2. Esta tabela apresenta ainda os dados relativos evapotranspirao real (ETR) e potencial (ETP) e os decorrentes parmetros de armazenamento (ARM), deficincia (DEF) e excedente hdrico (EXC), necessrios elaborao do correspondente balano hdrico. Tabela 2. Dados Climatolgicos de Rio Branco. 1969/1990. (1)Ms Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAIS MDIAS T C 25,5 25,4 25,5 25,3 24,5 23,2 23,4 24,3 25,2 25,7 25,7 25,6 299,3 24,9 P (mm) 287 286 228 174 102 46 42 40 96 171 206 263 1.941 162 ETP 126 115 126 116 106 85 90 103 114 128 127 131 1.367 114 ARM 100 100 100 100 96 65 40 22 18 61 100 100 902 75 ETR 126 115 126 116 106 77 67 59 100 128 127 131 1.278 107 DEF 0 0 0 0 0 8 23 44 14 0 0 0 89 7 EXC 161 171 102 58 0 0 0 0 0 0 40 132 663 55

Fonte: INMET. Embrapa Monitoramento por Satlite. Banco de Dados Climticos do Brasil. ESALQ/USP. (1) Localizao da estao: latitude 9,58 S, longitude 67,29 W e altitude de 160 m.

As mdias das temperaturas mnimas e mximas para Rio Branco apresentam mdia mnima de 18C em julho e mdia mxima de 33 C em setembro (Figura 2). Figura 2. Mdias Mensais das Temperaturas Mximas e Mnimas em Rio Branco. 1961 a 1990.

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia. INMET. 1961 a 1990.

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A Bacia do Rio Purus tem uma rea de drenagem que corresponde a 372.000km 2, de acordo com CEPEMAR (2006) citado por ACRE (2009), possui um canal nico com largura uniforme, aumentando em direo foz devido ao aumento da vazo. Sua vazo mdia na desembocadura chega a 10.870m3/seg. O perodo de cheia ocorre entre os meses de novembro a maio. O regime hdrico da Bacia do Rio Acre se alterna em perodos de cheias e de vazantes. Essa movimentao de descida e subida das guas obedece ao regime pluviomtrico que corresponde a maior ou menor intensidade das chuvas anuais na bacia hidrogrfica. O balano hdrico (Figuras 3 e 4) apresenta a deficincia, o excedente, a retirada e a reposio hdrica ao longo do ano. Durante 4 meses ocorre deficincia hdrica, sendo este um perodo crtico para o desenvolvimento de culturas agrcolas, principalmente temporrias. Figura 3. Balano Hdrico Normal Mensal.

Fonte: INMET. Embrapa Monitoramento por Satlite. Banco de Dados Climticos do Brasil. ESALQ/USP. (1) Localizao da estao: latitude 9,58 S, longitude 67,29 W e altitude de 160 m.

Figura 4. Deficincia, Excedente e Reposio Hdrica ao longo do ano.

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Fonte: INMET. Embrapa Monitoramento por Satlite. Banco de Dados Climticos do Brasil. ESALQ/USP. (1) Localizao da estao: latitude 9,58 S, longitude 67,29 W e altitude de 160

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1.1.5. RISCOS E AMEAAS CLIMTICASA ocorrncia de eventos crticos riscos e ameaas - de natureza climatolgica est relacionada s secas e estiagens, assim como com enchentes, inundaes e alagamentos. Modelos de circulao atmosfrica tm mostrado que a Amaznia poder sofrer mudanas significativas nas prximas dcadas em termos de temperatura, especialmente na poca seca (junho-julho-agosto) com um aumento de 2 a 5 Celsius para a Amaznia Sul - Ocidental, como pode ser visto na Figura 4 (Hulme e Sheard 1999). A produtividade das terras agrcolas, pastagens, florestas, e a disponibilidade de gua potvel sofrero impactos extremos, mas geralmente gradativos (Brown et al, 2002). As estiagens e secas, em funo de sua extenso e perodo de durao so fontes de diversos problemas como perda de safras agrcolas e prejuzos ao rebanho pecurio, por escassez de gua e pasto. As secas conformam ainda o ambiente ideal para a propagao do fogo, acidental ou criminoso, gerando os incndios florestais. Da mesma forma as enchentes, inundaes e alagamentos provocam conseqncias sobre a produo agrcola e pecuria; sendo que a sua ocorrncia em permetros urbanos geralmente causa grandes problemas s populaes, na maioria das vezes, irregularmente assentadas. Estes eventos conduzem aos estados de emergncia, calamidade pblica e desastres, segundo as definies da Secretaria Nacional de Defesa Civil, com graves perdas sociais, econmicas e ambientais. A preveno destes eventos depende da existncia de um sistema de informao, que pode eliminar ou minimizar a necessidade de aes de controle e combate. Estes sistemas de preveno esto a cargo das comisses e comits de defesa civil, no plano nacional, estadual e municipal. Com relao cota de alerta para o rio Acre a estao Fluviomtrica/Pluviomtrica fica em Brasilia e utilizada tambm para Epitaciolndia, pela proximidade da localidade, at ser instalada uma estao no Municpio. Conforme a Defesa Civil do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre1 a Cota de alerta e de transbordamento para Brasilia/Epitaciolndia, respectivamente, de 9,80m e 11,40m. Nos anos de 2008 e 2009 a situao do nvel do Rio Acre quanto cota no ultrapassou a situao considerada normal, segundo a Defesa Civil. A Tabela 3 evidencia os anos em que foram detectados Cota Mxima. Tabela 3. Maiores cheias registradas no Rio Acre, em Brasilia/Epitaciolndia, de acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrolgico de 10/07/2009. N de ordem Ano Cota mxima (cm) Ms 1989 1241 Janeiro 2001 1234 Janeiro 1992 1155 Maro 1983 1136 Abril 1993 1128 Abril

1 2 3 4 51

http://www.cprm.gov.br/rehi/amazonialegal/13470000_Cheia.pdf http://www.bombeiros.ac.gov.br/institucional/defesa_civil.php

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1.2. GEOLOGIA 1.2.1. FORMAO GEOLGICA E RECURSOS MINERAISO Acre apresenta trs regies geologicamente distintas: a rea das serras Rio Branco, Juru-Mirim, Moa e Jaquirana, que constituem, regionalmente, o Complexo Fisiogrfico da Serra do Divisor; as reas com relevo mais suave, distribudas na maior parte do Estado e representadas por sedimentos das Formaes Ramon e Solimes; e as reas aluviais formadas pelos terraos fluviais e reas aluvionares (Acre, 2000). A Formao Solimes que ocupa quase 85% da extenso do territrio acreano, sendo predominante na regional do Alto Acre, estendendo-se alm fronteira, para o territrio peruano e boliviano (Acre, 2006). O territrio abrangido pelo municpio de Epitaciolndia integra a Formao Solimes Inferior (TNsi), Aluvies Holocnicos (QHa), Terraos Holocnicos (QHt) e Cobertura Detrito Laterticas Pleistocnica (QPd1) na unidade geotectnica mais importante do estado que a bacia do Acre (Figura 5). As Formaes geolgicas so formadas por material sedimentar da Era cenozica, sendo que a Formao Solimes Inferior ocorreu no perodo Tercirio, poca Plioceno Mioceno, enquanto que as Formaes Aluvies Holocnicos, Terraos Holocnicos e Cobertura Detrito Laterticas Pleistocnica ocorreram no perodo Quaternrio, poca Holoceno. Na Tabela 4, esto listadas as unidades mapeadas em 1:250.000, que compreendem a coluna litoestratigrfica da rea. Segundo Cavalcante (2006), aps o soerguimento dos Andes, o Arco de Iquitos rebaixado e a Bacia do Acre torna-se intracontinental, com rea-fonte vinda de oeste. Isso acarreta uma inverso no fluxo das drenagens principais, que se preserva at hoje (fluxo dos rios Solimes e Amazonas de oeste para leste, por exemplo). Nesse momento so depositados os litotipos da Formao Solimes. Em seguida so alternados momentos de quietude (em que se d instalao dos perfis laterticos Coberturas detrito-laterticas) com outros de movimentao tectnica. Essa nova tectnica (Neotectnica) gera reativaes de antigas falhas, soerguendo e rebaixando blocos e sendo a responsvel pela deposio do material holocnico, alm de controlar a distribuio do relevo e da drenagem atuais.

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Tabela 4 Coluna Estratigrfica das Unidades Aflorantes no Municpio de Epitaciolndia, com base no Banco de Dados do SIPAM/IBGE.Era Perodo poca Holoceno Formao Aluvies Holocnicos Caractersticas litolgicas Depsitos grosseiros a conglomerticos, apresentando residuais de canal, arenosos relativos barra em pontal e pelticos relacionados a transbordamentos. Construes sedimentares aluviais, cujos constituintes mostram caractersticas tpicas de depsitos de plancie fluvial de uma fase e anterior a atual. So cascalhos lenticulares de fundo de canal, areias quartzosas inconsolidadas de barra em pontal, e siltes e argilas de transbordamento. Sedimentos argilo-arenosos amarelados, caolnticos, alctones e autctones. Rochas sedimentares dominantemente pelticas, altamente fossilferas, sob a forma de argilitos com intercalaes de siltitos, arenitos finos, calcrios e material carbonoso (linhito), micceos. Ambiente redutor, predominantemente lacustre, localmente fluvial e flvio-marinho, com estratificaes paralelas e cruzadas tabulares e acanaladas.

QUATERNARIO

Terraos holocnicos

CENOZICO

Plioceno Mioceno TERCIRIO

Cobertura Detritolaterticas Pleistocnica Formao Solimes Inferior

Fonte: ACRE, 2006. Base cartogrfica do ZEE Fase II.

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Figura 5. Distribuio das Unidades Geolgicas de Epitaciolndia.

Fonte: ACRE, 2006. Base de dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao: CON&SEA LTDA.

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Formao Solimes (TNs) As primeiras referncias aos sedimentos da Formao Solimes datam do sculo XIX e encontram-se nos trabalhos de Hartt (1870), Orton (1870, apud Oliveira & Leonardos, 1943), Orton (1876) e Brown (1879), entre outros. Maia et al. (1977), com base em seu contedo fossilfero, estabeleceram o intervalo de idade Mioceno-Plioceno. Latrubesse et al. (1994) admitiram para Formao Solimes um nico ciclo deposicional contnuo, por meio de leques gigantes, durante o Mioceno Superior e o Plioceno, (idade correlacionada da fauna abundante e variada de mamferos Huayqueriense montehermosense). Coberturas detrito-laterticas neopleistocnicas (QPdl) A partir da dcada de 60, a comunidade geolgica brasileira despertou para o estudo das lateritas da Regio Amaznica devido principalmente a sua grande potencialidade mineral (Fe, Al, Au, Ti, Nb etc.). Diversos autores como Towse & Vinson (1959), Sombroek (1966), Costa (1985, 1988a e b e 1990a e b) e Costa & Arajo (1990) estudaram as lateritas da Amaznia. Costa (1991) reconheceu dois principais eventos de laterizao durante o Cenozico: um primeiro, no EocenoOligoceno, formador das lateritas maturas ricas em caulinita e outro mais recente, no Pleistoceno, formador das lateritas imaturas com alto teor de ferro. A cobertura detrito-latertica neo-pleistocnica , portanto, similar ao segundo evento. No Acre, dispe-se sobre os sedimentos da Formao Solimes, restringindo-se a parte sudeste do Estado. Compe-se de sedimentos argilo-arenosos de cor amarelada, caolinticos, parcial a totalmente pedogeneizados, gerados por processos alvio-coluviais. Sua delimitao feita basicamente por interpretao visual de imagens de radar e de satlite (aspecto textural liso e homogneo). Por conta disso, e em face da contemporaneidade entre a deposio dessas coberturas e a elaborao das superfcies de aplainamento, admite-se para essa unidade a idade neopleistocnica. Terraos holocnicos (QHt) Esses depsitos mostram caractersticas tpicas de depsitos de plancie fluvial, isto , so constitudos por cascalhos lenticulares de fundo de canal, areias quartzosas inconsolidadas de barra em pontal e siltes e argilas de transbordamento. Ocorrem ao longo das principais drenagens. Depsitos aluvionares (QHa) As acumulaes mais expressivas ocorrem nas plancies dos rios maiores, sobretudo daqueles com cursos mendricos e sinuosos. Os sedimentos apresentam caractersticas gerais semelhantes e constituem depsitos de canal, incluindo depsitos de barra em pontal e os depsitos residuais de canal e de transbordamento. Nos depsitos de canal, que formam praias de extenso varivel, ocorrem areias quartzosas de granulao fina a grosseira. Os depsitos de transbordamento so constitudos por silte e argila com granulometria decrescente da base para o topo. Nas sees basais so encontradas comumente areias quartzosas fina, porcentagem varivel de argila e presena freqente de muscovita e minerais pesados. Os sedimentos slticos e argilosos sempre sucedem as areias da base, apresentando-se macios ou finamente laminados. Comumente incluem restos vegetais de troncos e folhas parcialmente carbonizados.

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1.2.2. PROVNCIAS E STIOS MINERAIS (METLICOS E NOMETLICOS) DE VALOR ECONMICOAs principais potencialidades no Estado, dentro da Formao Solimes so a gipsita e argilas. Ocorrncias de argilas tm sido descritas desde os primeiros trabalhos de reconhecimento geolgico na regio. CAVALCANTE (2006) destaca que h litotipos presentes nas diversas formaes geolgicas passveis de explorao, entretanto, no h segurana de que sua explorao seja profcua e possvel, visto que facultam estudos de campo, levantamentos e ensaios com os materiais. Alguns testes realizados pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnolgicas) indicam boa qualidade na argila do Acre. Acredita-se aqui, pela caracterstica litolgica da Formao Solimes haver um volume compatvel para explorao nem que seja em nvel local (ressalta-se a necessidade de melhor avaliao desses depsitos atravs de prospeco e de definies de parmetros para controle e recuperao do meio ambiente), em funo da fonte energtica disponvel na regio e da demanda do mercado consumidor (colaboraria em parte com a diminuio de matria vinda de outros estados).

1.2.3. FORMAES GEOLGICAS COM POTENCIAL TURSTICOO Acre destaca-se pela presena de localidades fossilferas disseminadas por todo seu territrio e associadas em grande parte Formao Solimes. Em geral, encontram-se stios arqueolgicos e paleontolgicos de grande valor cientfico, os quais podem se constituir em reas de relevante interesse cientfico ou potencial turstico visando preservao, pesquisa e proteo desse patrimnio. Segundo algumas teorias, esses animais existiram durante o perodo Pleistoceno, de 2 milhes a 12 mil anos atrs. Em julho passado, os pesquisadores Alceu Ranzi e Denise Schaan anunciaram a identificao de vinte novos geoglifos 2 no Vale do Acre, elevando para 250, o nmero de estrutura catalogadas em Senador Guiomard, Rio Branco, Xapuri, Plcido de Castro, Acrelndia e Epitaciolndia 3. Para os pesquisadores, os geoglifos do Acre podero se tornar patrimnio cultural da humanidade, assim como as pirmides do Egito e as runas de Machu Picchu, no Peru. uma atividade turstica que deve ser planejada de forma responsvel e com vistas preservao do patrimnio.

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Um geoglifo uma marca na terra que, por suas dimenses, s percebida se vista do alto. O desenho impresso no solo mede de 100 a 300 metros de dimetro. Essas estruturas de terra se apresentam em formato de crculos, retngulos e outros.3

http://oglobo.globo.com/cidades. Disponvel em 05.09.2009

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1.3. GEOMORFOLOGIA 1.3.1. RELEVOO Estado do Acre mostra-se dividido em nove unidades geomorfolgicas: a Plancie Amaznica, a Depresso do Endimari-Abun, a Depresso do Iaco-Acre, a Depresso de Rio Branco, a Depresso do Juru-Iaco, a Depresso do TarauacItaqua, a Depresso Marginal Serra do Divisor, a Superfcie Tabular de Cruzeiro do Sul e os Planaltos Residuais da Serra do Divisor (ACRE, 2006). O municpio de Epitaciolndia mostra-se dividido em duas unidades geomorfolgicas: a Plancie Amaznica e a Depresso do Iaco-Acre, conforme Figura 6. A seguir so detalhadas as caractersticas de cada uma. Plancie Amaznica A plancie Amaznica situa-se ao longo dos principais rios, com altitudes variando entre 110 e 270m. O processo de formao dessa unidade se d por colmatagem de sedimentos em suspenso e construo de plancies e terraos orientada por ajustes tectnicos e acelerada por evoluo de meandros. Os padres de drenagem nela presentes so o mendrico e o anastomosado, indicando ajuste hidrodinmico em reas rebaixadas. caracterizada por vrios nveis de terraos e as vrzeas recentes, contm diques e paleocanais, canais anastomosados e trechos de talvegues retilinizados por fatores estruturais. O contato desta unidade com as demais em geral gradual, mas com ressaltos ntidos nos contatos das plancies com as formas de dissecao mais intensas das unidades vizinhas. Apresenta-se, na rea em questo, em duas categorias distintas de modelados. So elas: Terraos fluviais: So acumulaes fluviais de forma plana, apresentando ruptura de declive em relao ao leito do rio e s vrzeas recentes situadas em nvel inferior, entalhadas devido variao do nvel de base. Ocorrem nos vales contendo aluvies finas a grosseiras, pleistocnicas e holocnicas. Plancies e terraos fluviais: So reas planas resultantes de diferentes acumulaes fluviais, peridica ou permanentemente inundadas, comportando meandros abandonados e diques fluviais com diferentes orientaes, ligadas com ou sem ruptura de declive a patamar mais elevado. Ocorrem nos vales com preenchimento aluvial contento material fino a grosseiro, pleistocnicos e holocnicos. Depresso do Iaco-Acre Unidade com altitude variando entre 160 e 290m, com padro de drenagem dendrtico. Admite-se para sua formao um possvel truncamento pela pediplanao ps-terciria, podendo ter sofrido tectnica de soerguimento relacionada reativao do Arco de Iquitos. Posteriormente foi dissecada pela drenagem atual. Compreende uma superfcie muito dissecada e com declives muito expressivos. De um modo geral, o contato com outras unidades gradacional. No segmento mais setentrional, percebe-se uma ntida diferenciao na intensidade da dissecao sem, contudo, definir uma linha de ruptura entre uma unidade e outra. Sua forma de dissecao a convexa.

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

Dissecao homognea convexa: gera formas de relevo de topos convexos, esculpidas em variadas litologias, s vezes denotando controle estrutural, definidas por vales pouco profundos, vertentes de declividade varivel, entalhadas por sulcos e canais de primeira ordem.

1.3.2. REAS DE PRESERVAO PERMANENTEAs reas de Preservao Permanente, de acordo com o Cdigo Florestal, so reas situadas s margens de quaisquer cursos dgua e topos de morros. No caso de Epitaciolndia, as reas de plancie amaznica, a jusante dos cursos dgua so reas de uso restrito, pois a estabilidade estrutural dos solos e a constituio do material sedimentar no qual est assentada extremamente instvel. Os desmatamentos em propriedade particular e em projetos de assentamento, a agricultura ribeirinha existente e as atividades extrativistas so responsveis pela alterao desta rea, que devem ser priorizadas para preservao.

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Figura 6. Distribuio das Unidades Geomorfolgicas de Epitaciolndia.

Fonte: ACRE, 2006. Base de Dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao CON&SEA LTDA.

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1.4. SOLOS 1.4.1. CLASSES DE SOLOSO Acre pode ser dividido em trs grandes pedoambientes: um situado a leste do estado, outro a sudoeste (na regio mais central do estado) e outro no extremo oeste. As principais classes de solos do Acre em termos de 1 nvel categrico (ordem) pertencentes ao primeiro componente das unidades de mapeamento em ordem decrescente de expresso territorial so: Argissolos, Cambissolos, Luvissolos, Gleissolos, Latossolos, Vertissolos, Plintossolos, Neossolos Flvicos e Neossolos Quartzarnicos (ACRE, 2006), conforme Tabela 4. Em termos de 2 nvel (subordem), os solos que apresentam maior distribuio no Estado so os Cambissolos Hplicos seguidos pelos Argissolos Vermelho-Amarelo. Tabela 5. Distribuio das Ordens de Solos no Estado do Acre de acordo com o Mapa de Solos na Escala de 1:250.000 do ZEE Fase II. Ordem rea (hectares)1 rea (%) Argissolos 6.275.532 38,32 Cambissolos 5.168.451 31,56 Luvissolos 2.390.496 14,60 Gleissolos 978.561 5,98 Latossolos 515.489 3,15 Vertissolos 498.064 3,04 Plintossolos 361.142 2,21 Neossolos 189.154 1,16 Total 16.376.890 100,001. Sem considerar a rea referente gua. Fonte: Amaral et al. (2006)

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

Os solos que ocorrem no municpio de Epitaciolndia so classificados em Argissolos, Latossolos, Plintossolos e Gleissolo, na subordem Argissolos Vermelho Amarelo e Argissolo Vermelho, Latossolo Amarelo, Plintossolo Hplico e Gleissolo Melnico (Figura 7). Segue uma descrio detalhada na Tabela 6, da classificao dos Solos. Tabela 6. Solos que ocorrem no Municpio de Epitaciolndia, quanto ao Tipo de Solo e Caractersticas.SOLO PVAba6 CARACTERSTICAS ARGISSOLO ARGISSOLO VERMELHO AMARELO ARGISSOLO VERMELHO Tb Alumnico, textura mdia/argilosa, a moderado, lico, hipofrrico, profundo, fortemente cido, fase floresta tropical subpereniflica, relevo suave ondulado a ondulado + ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Tb Alumnico, textura mdia argilosa, a moderado, lico, hipofrrico, profundo, fortemente cido, fase floresta tropical sub pereniflia, relevo suave ondulado a ondulado. ARGISSOLO VERMELHO Tb Alumnico abrptico, textura arenosa/mdia, a fraco, hipodistrfico, lico, hipofrrico, profundo, fortemente cido, floresta tropical subpereniflica com sub-bosque de muscea, relevo suave ondulado ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrfico, plntico, textura mdia/argilosa, hipodistrfico, profundo, cido, fase floresta tropical sub pereniflia, relevo suave ondulado + ARGISSOLO AMARELO Tb Alumnico, plntico, textura mdia/argilosa, a moderado, cido,fase floresta tropical sub pereniflia, relevo ondulado a forte ondulado+GLEISSOLO HPLICO Ta Eutrfico, textura argilosa, a moderado, hipereutrfico, raso, cido, fase floresta tropical sub pereniflia, relevo plano. ARGISSOLO ARGISSOLO VERMELHO ARGISSOLO VERMELHO Distrfico tpico, textura mdia/argilosa, a moderado, lico, mesofrrico, profundo, fortemente cido, fase floresta tropical subperenifolia, relevo ondulado + ARGISSOLO VERMELHO AMARELO distrfico tpico, textura mdia/argilosa, a Fraco, lico, pouco profundo, cido, fase floresta tropical subperenifolia, relevo forte ondulado. ARGISSOLO VERMELHO Distrfico tpico, textura mdia argilosa, a moderado, lico, mesofrrico, profundo, fortemente cido, fase floresta tropical subperenifolia, relevo ondulado + LATOSSOMO VERMELHO Distrfico tpico, textura argilosa, a moderado hipodistrfico, cido, silicosa, caulintico, muito profundo, cido, fase floresta tropical subperenifolia, relevo suave ondulado. LATOSSOLO LATOSSOLO VERMELHO LATOSSOLO VERMELHO Distrfico tpico, textura argilosa, a moderado, hipodistrfico, lico, silicosa, caulintintico, muito profundo, cido, fase florestal tropical pereniflia, relevo suave ondulado + ARGISSOLO VERMELHO Tb Alumnico, abrptico, textura arenosa/mdia, hipodistrfico, lico, hipofrrico, profundo, fortemente cido, fase florestal tropical subpereniflia, relevo ondulado. PLINTOSSOLO PLINTOSSOLO HPLICO PLINTOSSOLO HPLICO Distrfico tpico, textura mdia/argilosa, a moderado, profundo, cido, fase floresta tropical subperenifolia, relevo plano a suave ondulado + ARGISSOLO VERMELHO AMARELO plintico, textura mdio/argilosa, profundo, fase floresta tropical

PVba

PVd2

PVd4

LVd4

FXd4

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subperenifolia, relevo plano suave ondulado. GLEISSOLO GLEISSOLO MELNICO GMe4 GLEISSOLO MELNICO Eutrfico, textura argilosa, a moderado, raso, moderadamente cido, fase floresta tropical subpereniflia de vrzea, relevo plano + PLINTOSSOLO HPLICO Eutrfico, textura argilosa, profundo, fase tropical subpereniflia, relevo plano a suave ondulado.

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Figura 7. Mapa de Solos.

Fonte: ACRE, 2006. Base de Dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao CON&SEA LTDA.

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1.4.2. APTIDO AGRCOLA/AGROFLORESTAL, FERTILIDADE, EROSO E TENDNCIA A DESERTIFICAOOs Argissolos, em muitos casos, so solos que apresentam drenagem deficiente e baixa ou mdia fertilidade natural, em razo do predomnio de minerais de argila de baixa atividade. Por estarem muitas vezes associados s condies de relevo mais movimentado, so tambm bastante suscetveis eroso. Desta forma, alm das limitaes de relevo, h de se salientar a pobreza qumica nestes solos. Os Argissolos Vermelhos, que ocupam maior parte do Municpio, so mais profundos e possuem melhor drenagem, porm as restries de fertilidade so similares aos Argissolos Vermelho-Amarelos, inclusive com predomnio de solos com carter alumnico. A Tabela 7 sintetiza as potencialidades e restries das classes de solos que ocorrem no Municpio, quanto s suas aptides agrcola e agroflorestal, segundo os trabalhos realizados pelo Projeto Radambrasil (Brasil, 1979) e a 1 fase do Zoneamento Ecolgico e Econmico do Acre ZEE/AC (Acre, 2000), segundo Arajo et al (2005). Tabela 7. Principais Classes de Solo do Acre, Potencialidades e Limitaes ao Uso Agrcola e Aptido Agrcola e AgroflorestalClasses Potencialid de Solo ades Argissol Geralmente os apresentam mdia a alta fertilidade Limitaes Gradiente textural; profundidade efetiva baixa; risco de eroso; restrio de drenagem em profundidade (com carter plntico). Aptido Agrcola (Embrapa, 1979) Devido variabilidade desses solos encontramos trs grupos de aptido agrcola. Em sua maioria, com aptido boa para lavoura no nvel B 1aBC. So terras com altas exigncias de fertilizantes e moderada necessidade de calagem. Apresentam limitaes de ligeira a forte para a mecanizao. Constam tambm terras com aptido regular 2(a)bc e restritas 3(abc) e 4p. Em sua maioria, possuem aptido agrcola regular nos nveis de manejo B e C e restrita para A 2(a) bc. So solos que necessitam de corretivos e adubao para produzirem a contento. Apresentam limitaes nulas a moderadas quanto ao uso de mquinas e implementos agrcolas. Aptido Agroflorestal (Acre, 2000) Classe de terras com aptido para culturas perenes, espcies frutferas e florestais em monocultivos. Aptido tambm para explorao de culturas perenes e espcies florestais em sistemas agroflorestais.

Latosso Relevo plano los a suave ondulado; caracterstic as fsicas favorveis; profundos; estrutura geralmente granular no horizonte A e macia no B.

Acidez excessiva; pobreza em nutrientes; baixos teores de xidos de ferro (hipofrricos); facilidade de adensamento (Latossolo Amarelo)

Terras com aptido boa para produo intensiva de gros nos nveis tecnolgicos B e C e regular no A.

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Classes Potencialid de Solo ades

Limitaes

Aptido Agrcola (Embrapa, 1979)

Aptido Agroflorestal (Acre, 2000)

Plintoss Disponibilida Restrio a percolao olo de de gua de gua; baixa profundidade efetiva; alta variabilidade em razo do constante encharcamento; risco de toxidez por ferro e, ou mangans; restrio fsica ao sistema radicular de plantas e a mecanizao quando ptricos (canga latertica ou piarra).

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1.4.2.1 APTIDO AGROFLORESTALUma caracterizao dos solos do municpio uma informao importante para a tomada de deciso acerca do uso do territrio e, portanto, de seu ordenamento. Com as diferentes classes de solo e a descrio de suas caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas pode-se indicar o uso mais adequado de uma determinada extenso de terra, a partir do equacionamento dos fatores bsicos (fertilidade natural, excesso de gua, deficincia de gua, susceptibilidade eroso e impedimentos ao uso de implementos agrcolas) e dos graus de limitao que venham a existir aps a utilizao de prticas agrcolas inerentes aos sistemas de manejo. O mapeamento destas indicaes de uso pode definir as diferentes aptides do solo para culturas, pastagem, silvicultura, sistemas agroflorestais ou simplesmente no recomendar o seu uso produtivo, indicando-o, por exemplo, para conservao das paisagens naturais. Desta forma, a aptido agroflorestal consiste na distribuio das terras dentro de grupos semelhantes e na incorporao dos usos sustentveis (e/ou alternativas promissoras) s condies de solo e clima da Amaznia. As prticas agroflorestais devem considerar as condies sociais, econmicas e ecolgicas no cultivo ou explorao de rvores em associao a culturas de ciclo curto e/ou criao de animais, ordenadas de forma seqencial ou simultnea. Assim, a aptido agroflorestal incorpora conceitos de potencialidades e restries para o uso sustentvel dos solos, como tambm de aspectos econmicos para subsidiar a concepo de mapas de gesto de recursos naturais. Dentro destes conceitos e segundo uma metodologia definida o ZEE do Acre Fase I indicou seis grupos de aptido florestal com suas possibilidades de uso. Do grupo um, ao grupo seis desenvolve-se uma escala de intensidade de uso em que o grupo 1 representa as terras de melhor potencial, podendo ser utilizada mecanizao sem maiores restries. O grupo 6 refere-se a terras inaptas para qualquer um dos tipos de utilizao mencionados, a no ser em casos especiais para manejo florestal de baixo impacto, preferencialmente o no-madeireiro, desde que apresente potencial na tipologia florestal de ocorrncia. A partir da identificao espacializada destes grupos no territrio foi possvel elaborar o Mapa de Aptido Agroflorestal do estado do Acre. Para o Municpio de Epitaciolndia o Zee Fase II, indica os seguintes grupos de aptido Agroflorestal (Figura 8): Culturas perenes: Constituem geralmente monocultivos como a laranja, caf e limo, geralmente cultivados por agricultores de mdio porte que dispem de recursos para aquisio de corretivos e fertilizantes, alm de lanar mo de sementes e cultivares mais produtivas e ou compra de mudas enxertadas. Prticas agroflorestais: Seria o uso mais diversificado do solo, por intermdio do consorciamento de plantas e ou animais, de forma a diversificar ao mximo a produo alm da adoo de prticas agroflorestais como o uso de leguminosas, uso de cobertura, rotao de cultura, etc. O termo agricultura familiar chega a no se constituir em uma conceituao muito precisa. Emprega-se, usualmente, diversas expresses e conceitos para caracterizar este termo, tais como pequena produo, agricultura de subsistncia, produo de baixa renda, agricultura

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camponesa, dentre outros. Tais expresses, por si mesmas, exprimem aspectos especficos de formas de produo agrcola, sem evidenciarem, efetivamente, os aspectos particulares e complexos que constituem a agricultura familiar. Todas, no entanto, apresentam um elemento em comum, ou seja, a predominncia da mode-obra familiar nas atividades de produo agrcola. A agricultura familiar, em geral, no dispe de condies para disputar mercados, devido escala de produo e capital necessrios para a mecanizao e aquisio de insumos, nestes casos, fundamental o trabalho com associaes e cooperativas. Pastagem manejada: Seria a utilizao de prticas agroflorestais em pastagens com a utilizao de cercas vivas, espcies madeireira e no madeireira em faixas, etc., associado rotao de pastagem e a utilizao do nmero adequado de animais por unidade de rea, de forma a evitar o declnio das pastagens e conseqentemente o desbravamento de novas reas de floresta bruta. Preconizase tambm o uso de grade aradora e a utilizao de insumos como sementes de capim selecionado, calcrio e adubo mineral. Sem aptido agroflorestal: reas com baixa fertilidade associadas com deficincia ou excesso de gua ou ainda, reas muito susceptveis a eroso e com fortes impedimentos a mecanizao.

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Figura 8. Mapa de Aptido Agroflorestal de Epitaciolndia.

Fonte: ACRE, 2006. Base de dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao CON&SEA LTDA.

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1.4.2.2. ZONEAMENTO AGRCOLAO Governo Federal contemplou no Zoneamento Agrcola de Risco Climtico cinco culturas de ciclo anual para o Estado do Acre, o arroz sequeiro, dend, feijo, mandioca e milho sequeiro. As portarias publicadas pelo Governo Federal4 indicam o tipo de solo, perodo de plantio, cultivares indicadas e os municpios aptos. No caso do municpio de Epitaciolndia apresenta solo adequado para mandioca, arroz sequeiro e milho sequeiro. As reas de cultivo de cada Municpio devero restringir-se s reas de Usos Consolidados, delimitadas pelo Zoneamento Ecolgico-Econmico do Estado do Acre, institudo pelo Decreto Estadual n 1.904 de 5 de junho de 2007, publicado no DOE n. 9.571 de 15 de junho de 2007. No so indicadas para cultivo: - reas de preservao obrigatria, de acordo com a Lei 4.771/65 (cdigo florestal); - reas com solos que apresentam profundidade inferior a 50 cm ou com solos muito pedregosos, isto , solos nos quais calhaus e mataces, de dimetro superior a 22 mm, ocupem mais de 15% da massa e/ou da superfcie do terreno. CULTIVARES INDICADAS Arroz sequeiro (Oriza Sativa L.) Os principais elementos climticos que influenciam a cultura do arroz so a temperatura do ar, o fotoperodo e a precipitao pluvial. A temperatura do ar influencia o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade da cultura e seu impacto varia conforme a fase fenolgica. As faixas de temperatura tima variam de 20C a 35C, sendo de 30C a 33C para a florao e de 20C a 25C para maturao. As fases mais sensveis quanto temperatura so as de pr-florao e florao. O fotoperodo, de um modo geral, no um fator limitante nas principais regies produtoras do pas e nas pocas tradicionais de cultivo. A produo do arroz em regime de sequeiro dependente do regime pluvial, uma vez que ocorrncia de estresses hdricos durante o ciclo e, em especial, no estdio de florescimento. CULTIVARES DO GRUPO I. Solos tipos: 1, 2 e 3. Perodos de semeadura: 11 de setembro a 20 de novembro. CULTIVARES DO GRUPO II. Solos tipos 1, 2 e 3. Perodos de semeadura: 11 de setembro a 20 de novembro. CULTIVARES DO GRUPO III. Solos tipos: 1, 2 e 3. Perodos de semeadura: 11 de setembro a 20 de novembro. Tipo 1: Solos de textura arenosa, com teor mnimo de 10% de argila e menor do que 15% ou com teor de argila igual ou maior do que 15%, nos quais a diferena entre o percentual de areia e o percentual de argila seja maior ou igual a 50. Tipo 2: Solos de textura mdia, com teor mnimo de 15% de argila e menor do que 35%, nos quais a diferena entre o percentual de areia e o percentual de argila seja menor do que 50.4

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/servlet/VisualizarAnexo?id=15593. Disponvel em 05.09.2009

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Tipo 3: Solos de textura argilosa, com teor de argila maior ou igual a 35%. A anlise granulomtrica a que determina as quantidades de argila, de areia e de silte existentes no solo, constituindo-se em etapa fundamental para o seu enquadramento nos diferentes tipos previstos no Zoneamento Agrcola de Risco Climtico. O perodo de semeadura do arroz de sequeiro, indicado para Epitaciolndia no ser prorrogado ou antecipado. No caso de ocorrer algum evento atpico que impea a semeadura nas pocas indicadas, recomenda-se aos produtores no efetivarem a implantao da lavoura nesta safra. Feijo (Phaseolus vulgaris L.) No estado do Acre o feijo cultivado por pequenos produtores. A cultura do feijoeiro pouco tolerante deficincia hdrica, principalmente nos perodos de florescimento e incio de formao das vagens. J a ocorrncia de excesso de chuvas durante a colheita prejudicial qualidade dos gros, podendo causar perdas elevadas dependendo da durao do perodo chuvoso. Temperaturas do ar muito baixas ou elevadas durante as fases vegetativa e reprodutiva so prejudiciais cultura. Temperaturas acima de 30C, no perodo de trs dias antes da abertura da primeira flor at a florao plena, provocam o abortamento das flores e botes florais, ocasionando reduo no rendimento da cultura. Objetivou-se, com o zoneamento agrcola, identificar as reas aptas e os perodos de semeadura para o cultivo do feijo 2 safra no Estado do Acre, visando minimizao dos riscos climticos. Para essa identificao foi realizado o balano hdrico da cultura para perodos de dez dias, considerando-se as seguintes variveis: a) precipitao pluvial: utilizadas sries com, no mnimo, 15 anos de dados dirios registrados nos 6 postos pluviomtricos disponveis no Estado e 11 em seu entorno; b) evapotranspirao potencial: estimadas mdias decendiais para cada estao climatolgica, aplicando-se o mtodo de Penman-Monteith; c) ciclo e fases fenolgicas: analisados os comportamentos de cultivares de ciclos precoce, intermedirio e tardio; Para efeito de simulao, foram consideradas as seguintes fases do ciclo: germinao/emergncia, crescimento/desenvolvimento, florao e enchimento de gros e maturao fisiolgica; d) coeficiente de cultura (Kc): utilizados valores mdios para perodos decendiais, determinados em experimentao do campo para cada regio de adaptao, e por meio de consulta a literatura especfica; e) reserva til de gua dos solos: estimada em funo da profundidade efetiva das razes e da Capacidade de gua Disponvel (CAD) dos solos. Consideraram-se os solos Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3, com capacidade de armazenar 30 mm, 40 mm e 50 mm, respectivamente. Para caracterizao da oferta hdrica foram estimados os valores do ndice de satisfao da necessidade de gua (ISNA), expresso pela relao entre evapotranspirao real (ETr) e a evapotranspirao mxima da cultura (ETm). Foram calculados os valores mdios do ISNA, na fase de florao e enchimento de gros, para cada perodo de semeadura.

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Foi considerada a ocorrncia dos seguintes fatores de risco: deficincia hdrica no perodo de florescimento/enchimento dos gros, excesso de chuvas no perodo de colheita e temperaturas inferiores a 10 C e superiores a 30 C durante o ciclo da cultura. Considerou-se apto para o cultivo o municpio que apresentou em, pelo menos, 20% de sua rea, valor de ISNA igual ou maior que 0,60, na fase de florescimento/enchimento de gros com, no mnimo, 80% de freqncia observada, ausncia de excessos hdricos no perodo de colheita e condies de temperatura dentro do critrio adotado. O Zoneamento Agrcola de Risco Climtico para o Estado do Acre contempla como aptos ao cultivo de feijo 2 safra os solos Tipos 1, 2 e 3, especificados na Instruo Normativa n 2, de 9 de outubro de 2008, publicada no DOU de 13 de outubro de 2008, Seo I, pgina 5, que apresentam as caractersticas TIPO 1, TIPO 2, TIPO 3 j citado em arroz sequeiro. O perodo de plantio do Feijo, indicado para Epitaciolndia: CICLO PRECOCE: Solos tipos 1 e 2, perodo de 01 a 10 de maro; Solo tipo 3, perodo de 01 a 31 de maro. CICLO INTERMEDIRIO: Solo tipo 3, perodo de 01 a 10 de maro. CICLO TARDIO: Solo tipo 3, perodo de 01 a 10 de maro. Mandioca - Manihot utilissima, Pohl (Manihot esculenta, Crantz) uma planta rstica, com ampla adaptao s condies mais variadas de clima e solo. Os principais elementos climticos que mais afetam a cultura so: temperatura do ar, radiao solar, fotoperodo e o regime hdrico. Altitudes entre 600 e 800 metros so as mais favorveis para o seu cultivo. Objetivou-se, com o zoneamento agrcola, identificar as reas aptas e os perodos de plantio, com menor risco climtico, para o cultivo da mandioca no estado do Acre. Para a identificao dos municpios aptos e dos perodos de plantio, foram consideradas a temperatura mdia anual e o ndice hdrico anual baseado no balano hdrico seqencial da cultura, com o uso das seguintes varveis: a) precipitao pluviomtrica: utilizadas sries histricas com, no mnimo, 15 anos de dados dirios registrados nos 6 postos pluviomtricos disponveis no Estado e 11 postos do entorno; b) evapotranspirao potencial: estimadas mdias decendiais para cada localidade da estao climatolgica, aplicando-se o mtodo de PenmanMonteith/Thorntwait corrigido; e) disponibilidade mxima de gua no solo: estimada em funo da profundidade efetiva das razes e da capacidade de gua disponvel dos solos. Consideraram-se os solos Tipo 1, 2 e 3, com capacidade de armazenamento de gua de 75, 100 e 125 mm, respectivamente. d) ciclo e fases fenolgicas: consideraram-se cultivares de mandioca para mesa: colheita de 7 a 14 meses aps o plantio e mandioca para indstria: colheita de 16 a 24 meses aps o plantio; e e) temperatura do ar: para as localidades que no dispunham de dados, as temperaturas foram estimadas com a utilizao de um modelo de regresso linear mltipla, tomando-se a latitude, a longitude e a altitude como variveis independentes. Para delimitao das reas aptas, foram considerados o ndice 46

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hdrico anual (IH) e a temperatura mdia anual (Ta), adotando-se os seguintes critrios de risco climtico: a) Baixo risco: 50 < IH < 100 e Ta >19 C; b) Mdio risco: -30< IH < 50 e Ta > 19 C. Foram considerados aptos para o cultivo da mandioca, os municpios que apresentaram em, no mnimo, 20% de sua rea, condies de baixo risco, em pelo menos 60% dos anos avaliados. So aptos ao cultivo de mandioca no Estado os solos dos tipos 1, 2 e 3, observadas as especificaes e recomendaes contidas na Instruo Normativa n 2, de 9 de outubro de 2008. Ficam indicadas no Zoneamento Agrcola de Risco Climtico, para a cultura de mandioca no Estado do Acre, as cultivares de mandioca, registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, atendidas as indicaes das regies de adaptao, em conformidade com as recomendaes dos respectivos obtentores/detentores (mantenedores). Milho (Zea mays L.) O milho pode apresentar variaes anuais e regionais no rendimento de gros, causadas, principalmente, por deficincias hdricas, durante o desenvolvimento da cultura. Tais deficincias podem ser intensas em alguns anos, particularmente nas regies mais quentes, no final da primavera e incio do vero. A ocorrncia de geadas tardias outro fator que, embora em menor grau, tambm pode influir negativamente na variao do rendimento. Configuram-se como principais fatores de risco climtico a baixa quantidade e irregularidade na distribuio de chuvas, uma vez que, de modo geral, o regime trmico do Estado atende s exigncias da cultura. Objetivou-se, com o zoneamento agrcola, identificar as reas aptas e os perodos de plantio com menor risco climtico para o cultivo do milho no Estado. A definio dos perodos de semeadura foi realizada a partir de anlises trmicas e hdricas. Na anlise hdrica foi utilizado um modelo de balano hdrico da cultura para perodos de dez dias. O balano hdrico foi estimado com o uso das seguintes variveis climticas e agronmicas: a) precipitao pluvial e temperatura utilizadas sries histricas com, no mnimo, 15 anos de registros de 17 estaes pluviomtricas e 5 climatolgicas disponveis no Estado; b) evapotranspirao potencial estimada para perodos decendiais em cada estao climatolgica disponvel no Estado, aplicando-se o mtodo de Penmam; c) coeficiente de cultura utilizados dados obtidos experimentalmente e disponibilizados atravs da literatura reconhecida pela comunidade cientfica; d) disponibilidade mxima de gua no solo - estimada em funo da profundidade efetiva das razes e da capacidade de gua disponvel dos solos. Consideraram-se os solos Tipo 1, 2 e 3, com capacidade de armazenamento de gua de 20, 40 e 60 mm, respectivamente; e e) ciclo e fase fenolgica da cultura Para efeito de simulao foram consideradas as fases de germinao/emergncia, crescimento/desenvolvimento, florao/enchimento de gros e maturao fisiolgica. As cultivares foram classificadas em trs grupos de caractersticas homogneas: Grupo I (n < 110 47

ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

dias); Grupo II (110 dias n 145 dias); e Grupo III (n >145 dias), onde n expressa o nmero de dias da emergncia maturao fisiolgica. As simulaes do balano hdrico foram realizadas para perodos decendiais. Consideraram-se os valores mdios do ndice de Satisfao de Necessidade de gua ISNA (expresso pela relao entre evapotranspirao real e evapotranspirao mxima - ETr/ETm), por data de semeadura, fase fenolgica e localizao geogrfica das estaes pluviomtricas e climticas utilizadas. Foram considerados aptos os municpios que apresentaram, em pelo menos 20% de seu territrio ISNA maior ou igual a 0,55 em 80% dos anos avaliados. So aptos ao cultivo de milho no Estado os solos dos tipos 1, 2 e 3, j citados, observadas as especificaes e recomendaes contidas na Instruo Normativa n 2, de 9 de outubro de 2008.

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

1.5. RECURSOS HDRICOS 1.5.1 RECURSOS SUPERFICIAIS. BACIAS E MICROBACIAS. ESTADO ATUAL DAS BACIAS E MICROBACIAS HIDROGRFICAS.O Acre faz parte da Regio Hidrogrfica do Amazonas (nvel 1), na Regio Hidrogrfica do Solimes (nvel 2) e das Bacias Hidrogrficas do Javari, Juru e do Purus que tem como um de seus afluentes o Rio Acre, que fazem parte da Bacia Amaznica (nvel 3) (ACRE, 2006; BRASIL, 2006). O Acre faz parte, ainda, da Bacia do Rio Abun. O Rio Abun, nasce na Repblica da Bolvia, atravessa os estados do Amazonas, Acre e Rondnia e forma com o Mamor, o rio Madeira. Possui 524 km de extenso. uma bacia binacional e, em territrio acreano, ocupa uma rea de aproximadamente 5.227 km2 (Acre, 2006 e 2007). O municpio de Epitaciolndia est integrado Bacia Hidrogrfica do Rio Acre e Bacia Hidrogrfica do Rio Abun (Figura 9). Figura 9. Bacias Hidrogrficas do Estado do Acre.

Fonte: ACRE, 2006. Base de dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao CON&SEA LTDA.

A Bacia Hidrogrfica do Alto Rio Acre, localiza-se na Amaznia Sul - Ocidental, na fronteira entre Bolvia, Brasil e Peru onde se encontram o Departamento Peruano de Madre de Dios, o Estado Brasileiro do Acre e o Departamento Boliviano de Pando.

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

O Rio Acre, integra diversos municpios, interligando-os com a capital, Rio Branco. Os principais afluentes do Rio Acre so o Rio Xapuri e o Riozinho do Rla, formando a Bacia do Rio Acre em territrio acreano, com uma rea de 27.263 km2 e percorrendo 10 municpios que compem a Regional do Alto Acre e a Regional do Baixo Acre (ACRE, 2009), dentre eles o municpio de Epitaciolndia, formador da bacia com 1.286 km2 de rea (Tabela 8). Tabela 8. Municpios da Regional de Desenvolvimento do Alto Acre que fazem parte da Bacia do Rio Acre.Regionais de Desenvolvimento Alto Acre Ncleos Urbanos Assis Brasil Brasilia Epitaciolndia Xapuri Capixaba Porto Acre Rio Branco Sena Madureira Plcido de Castro Bujari rea dos Municpios na Bacia (km2) 1973 3888 1286 4334 1295 2612 8615 486 104 2670

Baixo Acre

Fonte: SEMA - ACRE, 2009

O Rio Abun, em territrio acreano ocupa reas de seis municpios que compem a Regional do Alto Acre e a Regional do Baixo Acre (ACRE, 2009), dentre eles o municpio de Epitaciolndia formador da bacia com 364 km2 de rea, conforme Tabela 9. Tabela 9. Municpios da Regional de Desenvolvimento do Alto Acre que fazem parte da Bacia do Rio Abun.Regionais de Desenvolvimento Alto Acre Ncleos Urbanos Xapuri Epitaciolndia Capixaba Acrelndia Senador Guiomard Rio Branco Plcido de Castro rea dos Municpios na Bacia (km2) 1008 364 403 836 746 18 1840

Baixo Acre

Fonte: SEMA - ACRE, 2009 A drenagem da rede que perpassa o Municpio segue o sentido sudoeste-nordeste, que acompanha a borda do planalto rebaixado da Amaznia Sul Ocidental. O Rio Acre atravessa o municpio de Epitaciolndia em toda sua extenso oeste-leste tendo como tributrios mais importantes pela margem direita; o igarap Bahia, onde, na sua confluncia com Rio Acre encontra-se a cidade de Epitaciolndia, no ponto de fronteira com a cidade boliviana de Cobija; o igarap Encrenca que percorre rea importante da zona rural prximo a cidade; antes desta confluncia, guas abaixo de Epitaciolndia, o Rio Acre recebe o Igarap Barra, tributrio do Igarap So Francisco.

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

Na parte oriental do municpio nasce o Rio Xipamanu, que forma a fronteira dos municpios vizinhos com a Bolvia e o seu afluente o Rio Ina. Pela margem esquerda os afluentes mais importantes so: Igarap Grande, Igarap Palmeira e Igarap Pula.

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ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL

No municpio de Epitaciolndia, os rios formadores das Bacias Acre-Purus formam cinco microbacias. A maior Microbacia a do Rio Acre, formada por microbacias menores com uma rea de 797 km2, a Microbacia do Igarap Riozinho com 323 km2, a Microbacia do In com 203 km2, Microbacia do Rio Xapuri com 151 km2, Microbacia do rio Xipamanu com rea de 160 km2, como mostra a Figura 10 e Tabela 10. Tabela 10. Microbacias de Epitaciolndia.Microbacias Rio Acre - Microbacias Menores Igarap Riozinho Rio Ina Rio Xapuri Rio Xipamanu Total rea (km) 797 323 203 151 160 1634 % da rea do OTL 48,78 19,77 12,42 9,24 9,79 100,00

Fonte: ACRE, 2006. Base de dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao: CON&SEA LTDA.

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Figura 10. Microbacias do Municpio de Epitaciolndia.

Fonte: ACRE, 2006. Base de dados geogrficos do ZEE Fase II. Elaborao CON&SEA LTDA.

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1.5.2. ESTADO ATUAL E TENDNCIAS DAS MATAS CILIARES (APP)A rede de drenagem da bacia hidrogrfica do rio Acre caracterizada por rios notadamente sinuosos e volumosos, escoando suas guas no sentido sudoeste a nordeste, e, por estreitas plancies fluviais de deposio de sedimentos retirados pela erosibilidade das guas sobre as margens. O regime hdrico desta bacia se alterna em perodos de cheias e de vazantes, originando, assim, o ciclo que regula e mantm a vida vegetal e animal, conseqentemente as oportunidades de subsistncia tanto atravs da caa como da pesca. Aps a vazante dos rios, o solo fica mais frtil e a bacia se torna mais abundante em alimentos silvestres e tambm agrcolas, enquanto que, nas cheias, h uma relativa escassez de alimentos e uma disperso da fauna aqutica (ACRE, 2009). A vegetao ciliar nas margens do Rio Acre responsvel pela regulao do escoamento das guas em perodo de cheia. Segundo Brown (2002), a pastagem como um tipo de uso extensivo da terra pode modificar o ciclo hidrolgico, reduzindo a penetrao de gua no subsolo e favorecendo o escoamento rpido. Por estas razes, a proteo de florestas nas bacias de drenagem que fornecem gua considerada uma prioridade para muitas cidades. Os municpios formadores da bacia rio Acre so os que apresentam o maior percentual de suas reas desflorestada at 2004, como Capixaba (42%), Epitaciolndia (42%), Porto Acre (41%), Bujari