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Organização - unc.br · especificamente com agregados da empresa Celulose Irani S.A, que além dos veículos, proporcionou o ambiente para realizar as aferições. ... (ULBRA 2004)

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Organização:

Solange Sprandel da Silva Itaira Susko

Gabriel Bonetto Bampi Josiane Carine Spuldaro

Camila Candeia Paz Fachi Josiane Liebl Miranda

ANAIS DO PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC

Reitoria Av. Presidente Nereu Ramos, 1071

Bairro: Jardim do Moinho Mafra - SC - CEP 89300-000

[email protected]

CAMPUS CANOINHAS Rua Roberto Ehlke, 86, Centro Canoinhas - SC - CEP 89460-000 Fone: (47) 3622-9999 Fax: (47) 3622-3574 Fone Marcílio Dias: (47) 3622-6696

CAMPUS CONCÓRDIA Rua Victor Sopelsa, 3000, Bairro Salete Concórdia - SC - CEP 89700-000 Fone: (49) 3441-1000 Fax: (49) 3441-1020

CAMPUS CURITIBANOS Av. Leoberto Leal, 1904, Bairro Universitário Curitibanos - SC - CEP 89.520-000 Fone: (49) 3245-4100 Fax: (49) 3245-4125

CAMPUS MAFRA Av. Presidente Nereu Ramos, 1071 Jardim do Moinho Mafra - SC - CEP 89300-000 Fone: (47) 3641-5500 Fax: (47) 3641-5555

CAMPUS PORTO UNIÃO Rua Joaquim Nabuco, 314 Bairro Cidade Nova Porto União - SC - CEP 89400-000 Fone: (42) 3523-2328

CAMPUS RIO NEGRINHO Rua Pedro Simões de Oliveira, 315, Centro Rio Negrinho - SC - CEP 89295-000 Fone: (47) 3644-1051

Mantenedora

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – FUnC

CNPJ 98.395.921/0001-28 Av. Presidente Nereu Ramos, 1071

Bairro: Jardim do Moinho CEP 89300-000 – Mafra – SC

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da Universidade do Contestado

Universidade do Contestado

Anais do Pesquisa Destaque UnC 2015 / Universidade do Contestado ; elaboração Solange Sprandel da Silva ... [et al.]. – Mafra, SC : Universidade do Contestado, 2016.

109 f. ISBN: 978-85-63671-25-7

1. Pesquisa – Planejamento. 2. Ensino superior – Santa

Catarina. 4. Universidade do Contestado – Pesquisa. I. Silva, Solange Sprandel da (Org.). II. Título.

Bibliotecária: Josiane Liebl Miranda CRB 14/1023

378.1 U58a

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SUMÁRIO

PREFÁCIO .................................................................................................................. 4

ANÁLISE DE EMISSÃO DE FUMAÇA PRETA POR VEÍCULOS CICLO DIESEL

DE COOPERATIVAS DO MUNICÍPIO DE IRANI ................................................... 5

PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO CONTROLE DA EXECUÇÃO DOS GASTOS

PÚBLICOS ............................................................................................................ 19

QUALIDADE DE VIDA DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DA SAÚDE

COLETIVA DO MUNICÍPIO DE CONCÓRDIA – SC ............................................ 28

ESTUDO DA TOPOGRAFIA CORNEAL DE REFLEXÃO EM CRIANÇAS DE 3 A 8

ANOS DE IDADE .................................................................................................. 41

ATENDIMENTOS DE SAÚDE MENTAL INFANTIL NO SERVIÇO PÚBLICO DE

SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE ................................................................................................ 51

ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO PARA PROTEÇÃO

CONTRA RAIOS (DESCARGAS ATMOSFÉRICAS) EM APARELHOS

ELETRÔNICOS, ELETRODOMÉSTICOS E TELEFÔNICOS EM

RESIDÊNCIAS ...................................................................................................... 64

PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA MESA GIRATÓRIA PARA AUXILIO A

PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ........................................................... 75

SISTEMA DE GERENCIAMENTO ERGONÔMICO (GERGO) ................................. 86

ESTUDO DE VIABILIDADE NA GERAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR

FOTOVOLTAICA .................................................................................................. 94

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

PREFÁCIO

A Universidade do Contestado no ano de 2015, reconheceu o mérito e

premiou alunos e professores da UnC, que além de excelência, apresentaram

aspectos inovadores em sua Pesquisa.

O Prêmio Pesquisa Destaque UnC 2015 avaliou projetos em duas categorias,

Inovação para pesquisas que promoveram processos, produtos ou serviços

inovadores, com potencial aplicação de mercado, e a Pesquisa Integrada para

estudos que promoveram a integração entre Universidade, Empresa e/ou

Sociedade.

Os melhores trabalhos da UnC no ano de 2015 nas categorias Inovação e

Pesquisa Integrada foram conhecidos e premiados durante a sessão solene do

CONSUN em comemoração aos 45 anos da UnC, no London Clube em Mafra.

Registrar as pesquisas que atingiram excelência acadêmica promove o

reconhecimento engrandece a equipe e é um elemento de motivação para que cada

vez mais pesquisas e trabalhos sejam projetados e consolidados. Assim, os Anais

do Prêmio Pesquisa Destaque UnC 2015 apresentam a comunidade os 9 melhores

artigos científicos produzidos na formação acadêmica nas categorias Inovação e

Pesquisa Integrada no ano de 2015.

Boa Leitura a Todos!

Solange Sprandel da Silva

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

ANÁLISE DE EMISSÃO DE FUMAÇA PRETA POR VEÍCULOS CICLO DIESEL DE

COOPERATIVAS DO MUNICÍPIO DE IRANI

Mateus Barni Bonin1

Mari Aurora Favero Reis2

RESUMO

Neste estudo foram analisados os teores de fumaça preta emitidos por veículos de carga ciclo diesel através dos índices opacidade. A frota amostrada é pertencente à cooperativa do município de Irani, especificamente com agregados da empresa Celulose Irani S.A, que além dos veículos, proporcionou o ambiente para realizar as aferições. Foram selecionados 30 veículos com no mínimo três amostras de opacidade cada, esses veículos pertencem as marcas mais tradicionais do mercado. Foi realizado o tratamento estatístico das amostras de forma quantitativa e qualitativa. Primeiramente os veículos estudados foram divididos em 3 (três) grupos considerados como: ÓTIMO, BOM e RUIM. O primeiro grupo representou 33,30% do total de veículos, o segundo grupo representou 46,70% do total de veículos, já o terceiro grupo representou 20% do total de amostras, respectivamente. Foi utilizado o princípio de Pareto para identificar a parcela com maior probabilidade de emitir fumaça preta. Os veículos também foram ordenados por marca, de modo a classificá-las segundo a sua média de emissão. Foi possível identificar os veículos que pertencem à classe dos Euro V, cujos veículos possuem o sistema Arla 32, e concluir que essa classe de veículos tem menos probabilidade de emitir fumaça preta.

Palavras-Chave: Diesel. Fumaça Preta. Emissão. Opacidade.

ABSTRACT

This study analyzed the levels of black smoke emitted by transport vehicles, diesel cycle through the indexes opacity. The sample fleet belonging to the cooperative in the municipality of Irani, specifically the company's aggregate Celulose Irani S.A, which in addition to the vehicles, also provided the environment to carry out the measurements. We selected 30 vehicles with at least three opaque samples, these vehicles belong to the most traditional brands in the market. It performed statistical analysis of samples quantitatively and qualitatively. First vehicles were divided into three (3) groups considered as GREAT, GOOD and BAD. The first group accounted for 33.30% of the total vehicle, the second group represented 46.70% of the vehicle, as the third group represented 20% of total samples, respectively. It used the Pareto principle to identify the portion most likely to emit black smoke. The vehicles were also ordered by brand, in order to classify them according to their average emissions. It was possible to identify the vehicles that belong to the class of Euro V, whose vehicles have the Arla 32 system, and conclude that this class of vehicle is less likely to emit black smoke.

Key Word: Diesel. Black Smoke. Emission. Opacity.

1Engenharia Ambiental e Sanitária, Universidade do Contestado: Rua Vitor Sopelsa, 3000, Bairro Salete, Concórdia – SC, CEP:89700-000. E-mail: [email protected]

2Professora de Física na Universidade do Contestado: Rua Vitor Sopelsa, 3000, Bairro Salete, Concórdia – SC, CEP:89700-000. Mestre e doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM) pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA 2004). E-mail: [email protected]

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento econômico e social baseou-se, a partir do século 20, no

uso crescente de combustíveis fósseis e não renováveis, como derivados de

petróleo, carvão mineral e gás natural (CNT, 2011). A avaliação do impacto desse

progresso desenfreado no meio ambiente fica restrito, na maioria das vezes, apenas

aos estudos de pesquisadores e cientistas, sem consequências práticas.

Sinais cada vez mais evidentes de mudanças climáticas, como a alteração

nas temperaturas média do Planeta, a aceleração do derretimento das geleiras,

tempestades, enchentes e secas mais violentas, têm demonstrado a necessidade de

haver mudanças na forma de nos relacionar com os recursos naturais.

Consequentemente, têm impulsionado indivíduos, comunidades, nações, governos,

entidades e empresas, inclusive do setor de transporte, a ações para reduzir os

efeitos das alterações globais.

A constituição de 1988 prevê a todos a população um ambiente

ecologicamente equilibrado, o que inclui o direito às pessoas de respirarem um ar

puro e sadio. Para termos um meio ambiente ecologicamente equilibrado, pensando,

principalmente, na saúde e qualidade de vida. Torna-se necessário competências

administrativas para praticarem ações ecologicamente corretas, consequentemente,

a preservação da qualidade do ar.

No que diz respeito à competência legislativa, ela é concorrente, cabendo à

União fixar normas gerais, o que não exclui eventual competência supletiva dos

estados diante da inexistência de Lei Federal (CARVALHO, 2011). Segundo o autor,

é importante observar que a concentração de determinados poluentes está

diretamente relacionada aos efeitos nocivos à saúde humana.

Nesse sentido, padrões de qualidade do ar são estabelecidos em

conformidade com o disposto no Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar

– PRONAR, representando um grande avanço em termos de qualidade ambiental.

Atualmente, a poluição atmosférica representa um dos maiores problemas de muitas

regiões.

Com a enorme evolução do sistema de transporte de passageiros e de carga,

realizado principalmente por ônibus e caminhões, torna-se notório que este

segmento requer cada vez mais cuidados no que se tange ao controle dos gases

poluentes emitidos pelos veículos de motores do ciclo Diesel (SANTANA, 2012). Por

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

conta disso, faz-se necessário obter informações e desenvolver ações no que se

refere à poluição atmosférica gerada pelos veículos.

Diante desse quadro, a Confederação Nacional do Transporte lança em 2007

o DESPOLUIR (CNT, 2012), um Programa Ambiental do Transporte, que tem como

objetivo promover o engajamento dos empresários do setor dos transportadores em

ações em prol a conservação do meio ambiente, para que atuem na construção de

um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. Assim, o setor de transporte

brasileiro assume sua parcela de responsabilidade na construção de um mundo

mais equilibrado, promovendo ações para atingir tal finalidade, como a Avaliação

Veicular Ambiental por meio da realização do teste de opacidade dos veículos de

carga ciclo diesel.

Este trabalho, desenvolvido em Trabalho de Conclusão do Curso de

Engenharia Ambiental e Sanitária (BONIN, 2015), analisa a avaliação das emissões

dos gases poluentes, emanados no meio ambiente pelas fontes móveis de poluição,

em particular os veículos movidos por motores do ciclo Diesel (que respondem,

atualmente, por cerca de 90%) nas emissões produtos tóxicos que poluem o ar das

cidades.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Para esta pesquisa foram avaliados 30 veículos de carga ciclo diesel

pertencentes à frota de terceiros para a empresa Celulose Irani S.A Unidade

Embalagem. As inspeções veiculares foram realizadas no Posto Carretão, localizado

na Campina da Alegria (Km47 da BR153) a qual pertence ao município de Vargem

Bonita, próximo a empresa citada. Os testes foram realizados durante 2 (dois) dias

consecutivos de cada mês, com início em julho de 2014 até setembro de 2015. Os

dias foram definidos de acordo com a disponibilidade do técnico responsável pela

região oeste de Santa Catarina do Programa Despoluir e as aferições realizadas nos

veículos disponíveis selecionados aleatoriamente.

O quadro de veículos de transporte foi cadastrado em uma planilha Excel

para o controle das aferições. Paralelo a esse controle, foram armazenados todos os

laudos das aferições, realizadas no período indicado, com os resultados das

avaliações e especificações dos veículos.

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As avaliações foram realizadas com base nas normas do Conselho Nacional

de Meio Ambiente (CONAMA), que estabelecem os critérios e os procedimentos

para medição da opacidade dos gases de escapamento para as diferentes

categorias de veículos automotores, nacionais e importados. Os ensaios para

medição de opacidade são realizados com base na Norma Brasileira NBR 13.037 –

Gás de Escapamento Emitido por Motor Diesel em Aceleração Livre.

Cada veículo possui seu limite de opacidade específico, o qual é definido

pela montadora e aprovado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos

Automotores – ANFAVEA, esse limite varia de acordo com o modelo do veículo, ano

de fabricação e consumo médio de combustível.

As medições foram realizadas com opacímetro3 de fluxo parcial modelo

TM133 N˚ de série 114873 que atende à Norma NBR 12897 (Figura 1) - Emprego do

opacímetro para Medição do Teor de Fuligem de Motor Diesel - Método de Absorção

de Luz, desde que seja correlacionável com um opacímetro de amostragem com

0,43m de comprimento efetivo da trajetória da luz através do gás e certificado pelo

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO,

2008).

Figura 1 – Opacímetro de fluxo parcial utilizado nos testes.

Fonte: O Autor (2014)

Para cada aferição realizada, de acordo com o procedimento, foi

automaticamente gerado um laudo pelo sistema que realizou a leitura dos valores de

3Instrumento utilizado para a medição da opacidade (quantidade de material particulado) da fumaça emitida por motores do ciclo Diesel, um instrumento portátil composto basicamente por um banco óptico e uma sonda que é inserida no escapamento (INMETRO, 2008).

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opacidade. Esse laudo identifica se o veículo foi “APROVADO” ou “REPROVADO”

dependendo da média gerada pelos índices de opacidade encontrados no teste com

relação ao seu limite de opacidade definido pela AFAVEA. O laudo contém também

outras informações pertinentes ao veículo e procedimentos da operação.

Todos os laudos, durante o período de estudo, foram armazenados de modo

a gerar uma série histórica a respeito das emissões de fumaça. Os dados de

opacidade obtidos foram analisados de forma quantitativa e qualitativa, através de

planilhas Excel, podendo assim agregar valor aos dados e avaliar informação

relevante para a busca de posição sustentável.

Uma importante análise desse trabalho foi a comparação entre os níveis de

opacidade dos veículos fabricados a partir de 2012 (Euro 15) com os veículos de

anos anteriores, visto que os veículos Euro 15 possuem de fábrica uma adaptação

para utilização do composto Arla 32, que tem como função a redução do nível de

emissão de óxidos de nitrogênio (NOx).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram coletados um total de 105 laudos, onde foram selecionados 30

veículos para o tratamento estatístico. Cada veículo estudado possui no mínimo 3

amostras distintas entre agosto de 2014 até setembro de 2015. O fato de selecionar

veículos com um mínimo três amostras, aumenta a precisão dos resultados de

opacidade para cada veículo. Foram amostrados veículos de 6 marcas diferentes, as

quais correspondem as mais tradicionais do mercado. A amostragem entre marcas

foi aleatória, conforme segue na tabela a seguir.

Tabela 1 - Quantidade de veículos por marca

Marca N° de veículos

MARCA 1 3

MARCA 2 10

MARCA 3 4

MARCA 4 6

MARCA 5 4

MARCA 6 3

Fonte: O Autor (2015)

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Foram analisadas as médias de opacidade (K) que cada veículo obteve ao

longo das amostragens, calculadas a partir de uma planilha montada no Microsoft

Excel para os veículos com seus resultados, conforme segue na tabela a seguir

(Tabela 2).

Tabela 2 - Média Amostral por veículo

Veículos Amostras de opacidade (K)

Média (K) 1 2 3 4 5 6 7

1 2,59 1,21 1,73 1,6 2,57 2,43 0,30 1,776

2 2,28 2,63 2,27 2,60 - - - 2,445

3 0,59 0,45 0,52 - - - - 0,520

4 0,22 0,23 0,16 - - - - 0,203

5 0,07 0,08 0,08 0,11 - - - 0,085

6 0,10 0,14 0,16 - - - - 0,133

7 0,20 0,14 0,21 - - - - 0,183

8 1,10 0,82 1,26 0,44 - - - 0,905

9 0,11 0,09 0,26 0,19 - - - 0,163

10 0,82 0,46 0,60 - - - - 0,627

11 0,90 0,87 0,75 - - - - 0,840

12 0,65 0,23 0,44 - - - - 0,440

13 0,21 0,25 0,23 - - - - 0,230

14 3,13 2,85 2,45 1,43 - - - 2,465

15 0,14 0,33 0,46 0,21 - - - 0,285

16 0,18 0,30 0,35 - - - - 0,277

17 0,14 0,12 0,09 - - - - 0,117

18 0,15 0,57 0,21 0,41 0,4 0,18 - 0,320

19 1,0 1,01 0,86 0,96 0,72 - - 0,910

20 1,67 0,93 0,44 - - - - 1,013

21 0,45 0,42 0,34 0,3 0,3 - - 0,362

22 1,29 0,98 1,80 0,98 -

- 1,263

23 0,4 0,63 0,93 0,61 0,61 - - 0,636

24 0,27 0,54 0,33 0,11 0,28 - - 0,306

25 0,35 0,43 0,57 0,67 - - - 0,505

26 0,46 0,45 0,44 0,35 0,36 - - 0,412

27 0,22 0,36 0,35 - - - - 0,310

28 0,62 0,8 0,83 0,52 - - - 0,693

29 1,58 2,26 2,72 0,60 0,49 - - 1,530

30 0,24 0,70 0,57 0,83

- - 0,585

Fonte: O Autor (2015)

3.1 CLASSIFICAÇÃO POR GRUPO

Organizando os dados em uma planilha, pôde-se fazer tratamentos

estatísticos com os métodos quantitativo e qualitativo dos dados coletados.

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Primeiramente ordenou-se os dados do menor para o maior, e assim foram

estabelecidos 3 (três) grupos:

Grupo A: K ≤ 0,3

Grupo B: 0,3 < K < 1

Grupo C: K ≥ 1

Através da análise dos dados coletados foi possível avaliar os limites de

opacidade para cada veículo estudado (tabela 3). A classificação em grupos

oportunizou gerar a média de opacidade por grupo como pode ser observado na

mesma tabela.

Tabela 3 - Classificação por grupo

GRUPOS Veículos

Amostras Opacidade (K)

Média (K)

Média (K) por

grupo

Limite (K)

Limite médio

(K) por

grupo 1 2 3 4 5 6 7

A

5 0,07 0,08 0,08 0,11 - - - 0,085

0,197

1,41

1,269

17 0,14 0,12 0,09 - - - - 0,116 1,41

6 0,10 0,14 0,16 - - - - 0,133 1,22

9 0,11 0,09 0,26 0,19 - - - 0,162 1,44

7 0,20 0,14 0,21 - - - - 0,183 1,22

4 0,22 0,23 0,16 - - - - 0,203 1,09

13 0,21 0,25 0,23 - - - - 0,230 0,93

16 0,18 0,30 0,35 - - - - 0,276 1,62

15 0,14 0,33 0,46 0,21 - - - 0,285 1,22

24 0,27 0,54 0,33 0,11 0,28 - - 0,300 1,13

B

27 0,22 0,36 0,35 - - - - 0,310

0,576

1,09

1,42

18 0,15 0,57 0,21 0,41 0,4 0,18 - 0,320 1,22

21 0,45 0,42 0,34 0,3 0,3 - - 0,362 1,62

26 0,46 0,45 0,44 0,35 0,36 - - 0,412 1,55

12 0,65 0,23 0,44 - - - - 0,440 1,22

25 0,35 0,43 0,57 0,67 - - - 0,505 1,62

3 0,59 0,45 0,52 - - - - 0,520 1,55

30 0,24 0,70 0,57 0,83

- - 0,585 1,36

10 0,82 0,46 0,60 - - - - 0,626 1,09

23 0,4 0,63 0,93 0,61 0,61 - - 0,636 1,62

28 0,62 0,8 0,83 0,52 - - - 0,692 1,43

11 0,90 0,87 0,75 - - - - 0,840 1,55

8 1,10 0,82 1,26 0,44 - - - 0,905 1,62

19 1,0 1,01 0,86 0,96 0,72 - - 0,910 1,34

C

20 1,67 0,93 0,44 - - - - 1,013

1,748

1,36

1,47

22 1,29 0,98 1,80 0,98 -

- 1,262 1,01

29 1,58 2,26 2,72 0,6 0,49 - - 1,530 1,34

1 2,59 1,21 1,73 1,6 2,57 2,43 0,3 1,775 1,01

2 2,28 2,63 2,27 2,60 - - - 2,445 2,3

14 3,13 2,85 2,45 1,43 - - - 2,465 1,8

Fonte: O Autor (2015)

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

O Grupo A corresponde a 33,30% do grupo total de veículos e foi considerado

com opacidade ÓTIMA; o Grupo B corresponde a 46,70% do grupo total e foi

considerado com opacidade em um nível BOM; o Grupo C corresponde a 20% do

total de veículos e foi considerado como o grupo de opacidade RUIM (Gráfico 1).

Numa abrangência global, os dados obtidos demonstraram que o Grupo A

apresenta a menor média de opacidade e, portanto, sua emissão de fumaça preta

representa 15,52% em relação ao limite máximo médio do mesmo grupo. Já o Grupo

C, que apresentou a maior média de opacidade (1,748), está acima do limite médio

máximo deste grupo que é 1,47. Os registros desse grupo correspondem a

emissões de 18,19% de emissão acima do total permitido, já o grupo C foi reprovado

com relação ao seu limite máximo, conforme demonstra o gráfico 1.

Gráfico 1 – Porcentagem por grupo

Fonte: O Autor (2015)

3.2 CLASSIFICAÇÃO PELA TEORIA DE PARETO

A análise por grupo, realizada anteriormente, leva inferência à teoria do

economista Vilfredo Pareto, que no final do século XIX. Atualmente esse princípio é

aceito e aplicado pelos pesquisadores e consultores como ferramenta de estatística

e qualidade (JURAN, 1992).

Conforme a classificação realizada, observou-se que o Grupo C (RUIM)

considera-se o grupo que está gerando excesso de opacidade. Esse grupo

corresponde a 20% do total de veículos investigados, conforme demonstrado na

tabela 4.

20%

46,70%

33,30%

GRUPO C GRUPO B GRUPO A

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Tabela 4 – Classificação pelo princípio de Pareto

Veículos Amostras Opacidade (K)

Média (K) Média (K)

por grupo

Limite (K) Limite

médio (K) por grupo 1 2 3 4 5 6 7

5 0,07 0,08 0,08 0,11 - - - 0,085

0,418

1,41

1,357

17 0,14 0,12 0,09 - - - - 0,117 1,41

6 0,1 0,14 0,16 - - - - 0,133 1,22

9 0,11 0,09 0,26 0,19 - - - 0,163 1,44

7 0,2 0,14 0,21 - - - - 0,183 1,22

4 0,22 0,23 0,16 - - - - 0,203 1,09

13 0,21 0,25 - - - - - 0,230 0,93

16 0,18 0,3 0,35 - - - - 0,277 1,62

15 0,14 0,33 0,46 0,21 - - - 0,285 1,22

24 0,27 0,54 0,33 0,11 0,28 - - 0,300 1,13

27 0,22 0,36 0,35 - - - - 0,310 1,09

18 0,15 0,57 0,21 0,41 0,4 0,18 - 0,320 1,22

21 0,45 0,42 0,34 0,3 0,3 - - 0,362 1,62

26 0,46 0,45 0,44 0,35 0,36 - - 0,412 1,55

12 0,65 0,23 - - - - - 0,440 1,22

25 0,35 0,43 0,57 0,67 - - - 0,505 1,62

3 0,59 0,45 - - - - - 0,520 1,55

30 0,24 0,7 0,57 0,83

- - 0,585 1,36

10 0,82 0,46 0,6 - - - - 0,627 1,09

23 0,4 0,63 0,93 0,61 0,61 - - 0,636 1,62

28 0,62 0,8 0,83 0,52 - - - 0,693 1,43

11 0,9 0,87 0,75 - - - - 0,840 1,55

8 1,1 0,82 1,26 0,44 - - - 0,905 1,62

19 1 1,01 0,86 0,96 0,72 - - 0,910 1,34

20 1,67 0,93 0,44 - - - - 1,013

1,75

1,36

1,47

22 1,29 0,98 1,8 0,98 -

- 1,263 1,01

29 1,58 2,26 2,72 0,6 0,49 - - 1,530 1,34

1 2,59 1,21 1,73 1,6 2,57 2,43 0,3 1,776 1,01

2 2,28 2,63 2,27 2,60 - - - 2,445 2,3

14 3,13 2,85 2,45 1,43 - - - 2,465 1,8

Fonte: O Autor (2015)

Os dados analisados, quando relacionados com a teoria de Pareto,

demonstram que o excesso de opacidade emitido nessa amostragem está na soma

das médias obtidas nos dois grupos, em 2,17. Esse valor poderemos utilizar como

parâmetro para construir o diagrama de Pareto e mostrar graficamente que o grupo

de maior média de opacidade (1,75) representa 80% do valor total considerado 2,17.

E o grupo com a média de 0,42 representa 20% do montante total (Gráfico 2).

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Gráfico 2 – Diagrama de Pareto

Fonte: Próprio Autor (2015)

O estudo realizado apresentou uma variedade nas marcas e modelos

tradicionais do mercado. O valor encontrado nos índices de opacidade pode ter uma

variação significativa por funções econômicas e sociais, entretanto sugere que as

ações de melhoria devem ser direcionadas para tal parcela (poluidoras).

3.3 CLASSIFICAÇÃO POR MARCA

O desdobramento da analise permitiu classificar e ordenar pela marca do

veículo. Com base nas informações dos índices e características dos veículos, foram

ordenadas as marcas da maior para menor ineficácia (Gráfico 3).

1,75

0,418

80 %

100 %

0

20

40

60

80

100

120

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Diagrâma de Pareto

Opacidade % emissão

GRUPO 2 GRUPO 1

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Gráfico 3 – Médias de opacidade por marca

Fonte: O Autor (2015)

A análise gráfica permite organizar as marcas de forma distinta quanto as

emissões de fumaça preta, permitindo considerar que existe um padrão evidente de

emissão por montadora. Esse padrão demonstra diferenças qualitativas entre as

marcas quanto a eficiência nas emissões, sendo a marca 6 a que apresento as

maiores médias de opacidade.

3.4 VEÍCULOS COM SISTEMA ARLA 32

Os veículos EURO V, fabricados a partir de 2012, possuem o sistema Arla 32

no seu sistema de combustão, que é um composto que tem a finalidade de diminuir

o teor de fumaça preta. Dentro da frota estudada, 7 (sete) caminhões possuem o

Arla 32 em seu sistema, desse total, 5 (cinco) estão classificados no Grupo A

(ÓTIMO), e 2 (dois) no Grupo B (BOM).

Desconsiderando as possíveis alterações no sistema Arla 32, o estudo

também indica que os veículos que possuem esse sistema podem ser classificados

como veículos com teor de opacidade menor que a média, podendo ser atribuída a

funcionalidade do composto, com relação à diminuição das emissões.

Levando-se em consideração o sentido natural da evolução tecnológica,

deveria haver uma tendência na modernização na frota em circulação. Entretanto, a

pesquisa demonstrou uma tendência de baixa preferência por veículos sem o

sistema Arla 32, talvez pelo fato de terem um custo maior de operação. Desse

modo, um dos desafios do mercado atual é reduzir os índices de emissão de

0,121

0,404 0,500

0,766

1,009

1,827

0

0,5

1

1,5

2

MARCA 1 MARCA 2 MARCA 3 MARCA 4 MARCA 5 MARCA 6

Médias de opacidade por marca (K)

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poluentes, desse modo seria coerente que a logística utilizasse de uma frota

moderna e mais eficiente.

4 CONCLUSÃO

A economia brasileira ainda é bastante dependente do transporte rodoviário,

apesar das características físicas brasileiras serem favoráveis à utilização de outros

modos, como o ferroviário e o aquaviário quando há necessidade de transporte de

grandes quantidades de cargas por longas distâncias (TEDESCO, 2011). Na região

em que ocorreu a pesquisa a economia é dependente do transporte rodoviário,

assim como todo o Brasil.

Pelo fato do estudo amostrar veículos fabricados a partir de 2005, sendo a

grande maioria considerados veículos em bom estado de conservação, obteve-se

um bom resultado com relação aos níveis de poluição emitidos pela frota.

Entretanto, mesmo com a média geral de opacidade em 0,7 (considerada boa),

identificou-se uma parcela da frota onde deve ser direcionada maior atenção com

relação aos níveis de emissão.

Por meio da classificação em grupos, foi possível identificar a classe com

maior probabilidade em emitir gases tóxicos, além de estar consumindo o

combustível de maneira ineficiente. A classificação nos permitiu verificar, através dos

dados coletados, que 20% da frota avaliada apresentou níveis de opacidade

considerada ruim em relação ao restante da amostragem realizada.

A ordenação por marcas, permitiu observar que cada marca segue uma

tendência maior ou menor de opacidade, o que permite inferir que existem

características específicas por montadora em relação ao funcionamento do motor e

queima do combustível. Deste modo, tais características podem indicar a marca de

veículo que tem tendência a emitir maiores índices de poluição.

Em função da classificação e identificação dos veículos por marcas e

modelos, verificou-se que veículos dotados de sistema Arla 32 tem uma

probabilidade a emitir menos fumaça preta, o que indica funcionalidade desse

composto. Numa visão otimista, acredita-se que os avanços científicos e

tecnológicos permitem que no futuro os veículos possam ser equipados para de

emitir cada vez menos gases tóxicos.

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O monitoramento de emissão de fumaça preta por meio do teste de

opacidade mostrou-se um método eficaz para se obter registros reais relacionados

aos níveis de emissão e, através destes, identificar os veículos mais agressores ao

meio ambiente. Propondo assim maior atenção e ações de melhoria para tal parcela,

indicando a continuidade nas manutenções preventivas desses e dos demais

veículos.

Por fim, a pesquisa demonstrou uma oportunidade de implementação de

Sistema de Gestão Ambiental no setor de logística das empresas, buscando

harmonia entre as questões ambientais, sociais e econômicas para as empresas.

Este tipo de ação tem como resultado a sustentabilidade ambiental, a partir um

sistema de mobilidade urbana ambientalmente equilibrado.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.037/ ABNT / Veículos rodoviários automotores - Gás de escapamento emitido por motor díesel em aceleração livre: Determinação da opacidade. RESOLUÇÃO Nº 252, CONAMA 1999. ______. NBR12897. Emprego do opacímetro para medição do teor de fuligem de motor Diesel - Método de absorção de luz. Rio de Janeiro: ABNT, 1993 BRASIL. Constituição Federal. Art. 225, Brasília, 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 10 maio 2015. CARVALHO, C. R. Emissões relativas de poluentes do transporte motorizado de passageiros nos grandes centros urbanos brasileiros. Brasília, abr. 2011. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRANSPORTES (CNT). Os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro. Brasília: CNT, 2012. CONAMA. Resolução CONAMA n° 08/93. DOU de 21.10.93. Disponível em: <pt.scribd.com/doc/87973565/Resolucao-CONAMA-Nº-416>. Acesso em: 10 maio 2015. IBAMA. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6, 2010. Disponível em: <legisweb.com.br/legislacao/?id=283328>. Acesso em: 11 maio 2015. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL. Portaria Inmetro nº 285, de 11 ago. 2008.

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JURAN, J. M (Ed). Controle de qualidade.1.ed. São Paulo: Makron Books do Brasil; Editora McGraw-Hill do Brasil, 1992. SANTANA, Ildefonso. Emissão de gases poluentes por descarga de veículos do ciclo diesel provocadores de deterioramento do meio ambiente: busca de soluções para amenizar ou controlar o problema. Belo Horizonte: FEAMIG, 2012. TEDESCO, G. M. I. Transporte rodoviário de cargas: contribuição conceitual e metodológica para análise e classificação de mercados. Brasília, DF, 2011.

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO CONTROLE DA EXECUÇÃO DOS GASTOS

PÚBLICOS

João Antonio Zerbielli4 Cristiane Zucchi5

RESUMO

Para que ocorra uma adequada condução na administração pública é fundamental que a sociedade esteja comprometida em exercer a função de fiscalização dos atos de gestão, para que estes expressem veementemente os interesses almejados pela sociedade. Trata-se de um estudo de natureza descritiva, que buscou identificar o nível de conhecimento da população com relação ao seu direito de exercer controle aos gastos públicos. Pondera-se que apesar de a maioria dos participantes da pesquisa possuírem instrução acadêmica, o que supõe-se possibilita maior inserção às informações, evidenciou-se uma reação negativa ao conhecimento da Lei de Acesso a Informação(LAI), sendo que a maioria não tem contato direto com lei e/ou não compreende de forma clara os direitos que possibilitam o acesso as informações.Apesar das falhas apontadas no processo de publicidade, foram levantadas sugestões para melhoria das ferramentas de inclusão social ao acesso as informações públicas. Palavras-Chave: Lei de Acesso à Informação. Controle Social. Controle dos Gastos Públicos.

ABSTRACT

To occur proper conduct in public administration is essential that the society commits the exercising supervisory function of management actions, so that it strongly express the interests pursued by the society. It is a study of a descriptive nature, which sought to identify the population's level of knowledge about the rights to exercise control public spending. Although most of respondents has academic education, which is supposed to enable more integration to information , did occur a negative reaction to the knowledge of the Access to Information Law (LAI), and most of representatives does not have direct contact with the law and / or does not understand clearly the rights that enable access to information . Despite the flaws identified in the publicity process, suggestions for improvement of the tools of social inclusion to access public information were lifted. Keywords: Access to Information Law. Social control. Control government spending.

1 INTRODUÇÃO

O termo administração pública constitui o processo de planejamento,

organização, direção e controle da aplicação dos recursos públicos tendo como

objetivo possibilitar que os interesses da sociedade sejam alcançados. Para garantir

4Graduando em Ciências Contábeis pela Universidade do Contestado, Campus Concórdia, Bolsista FAP/UnC, Acadêmico Bolsista Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração e Ciências Contábeis. E-mail: [email protected]

5Mestranda em Administração, Professora do Curso de Ciências Contábeis da Universidade do Contestado no Campus Concórdia, Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração e Ciências Contábeis. E-mail: [email protected]

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que os objetivos de interesse mútuo sejam cumpridos é importante que a população

verifique se as execuções dos atos de gestão estão de acordo com os interesses da

sociedade, as leis e princípios sugeridos pelo Tribunal de Contas da União e pelo o

Banco Mundial, que são: legitimidade, equidade, responsabilidade, eficiência,

probidade, transparência e accountability (WORLD BANK, 2007).

Os princípios como equidade, transparência e legitimidade são expressos

através da Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei da Transparência e Lei de Acesso a

Informação de modo que, o princípio da equidade assegura fundamentalmente a

promoção das condições de acesso, para que todos possam exercer seus direitos

civis, tais como: liberdade de expressão, acesso a informação, voto, direitos

políticos/sociais, igualdade entre gêneros, saúde, educação, segurança e moradia

(BRASIL, 2010).

Segundo o princípio da transparência, faz se necessária a constituição de

possibilidades de acesso a todas as informações dos órgãos públicos, para que

sejam utilizadas como meio de controle interno, através de um órgão ou agente

público e também controle externo, através da população e demais órgãos.

De acordo com o princípio da legitimidade, não basta apenas observar o

cumprimento da lei, e sim se os interesses sociais foram alcançados, assumindo que

nem sempre o que é legal é legitimo (BRASIL, 2012).

Este conjunto de princípios é necessário para criar uma correlação entre os

fundamentos da administração pública e o controle exercido sobre ela, tendo que o

principal meio de acesso aos resultados apresentados pelo ente público é Lei de

Acesso a Informação.

De acordo com o que Araújo e Arruda (2006, p. 96) sugerem, o controle na

administração pública é o processo de acompanhamento, vigilância e verificação

dos resultados apresentados por algum órgão ou agente público exercido sobre a

atuação de outro ou sobre a sua própria atuação. E com a implementação da Lei

Acesso a Informação, da Lei Responsabilidade Fiscal e da Lei da Transparência,

bem como com a obrigatoriedade da prestação de contas dos gastos públicos,

emerge o termo "controle social", controle este que deve ser realizado pela

sociedade por meio do acesso às informações sobre as receitas e os gastos

públicos.

A partir da promulgação das Leis da Transparência e da Lei de Acesso à

Informação a divulgação de informações de interesse público ganha procedimentos

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para facilitar e agilizar o acesso para qualquer pessoa, inclusive com o uso da

tecnologia da informação, e para fomentar o desenvolvimento de uma cultura de

transparência e controle social na administração pública.

Estas leis representam uma mudança nos paradigmas em matéria de

transparência pública, especialmente a Lei de Acesso à Informação, pois define que

o acesso a informação é a regra e o sigilo, a exceção, o que torna possível que

qualquer pessoa física ou jurídica, solicite informações públicas, que não sejam

classificadas como sigilosa.

É um grande avanço no que tange a regulamentação do direito de acesso ás

informações de interesse público, ratificando a preocupação com a transparência na

execução orçamentária, por meio dos Serviços de Informação ao Cidadão e de

fixação de prazos para o Poder Público poder prestar as informações solicitadas.

A partir disto esta pesquisa objetivou-se em identificar o nível de

conhecimento da população a respeito da participação social no controle da

execução dos gastos públicos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A administração pública conceitua-se como todo o aparelhamento do Estado,

preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades

coletivas. Como todas as organizações administrativas, é baseada numa estrutura

hierarquizada com graduação de autoridade, correspondente às diversas categorias

funcionais, ordenada pelo poder executivo de forma que distribua e escalone as

funções de seus órgãos e agentes, estabelecendo a relação de subordinação

(KOHAMA, 2009).

Segundo Araújo (2009) a Administração pública é o conjunto coordenado de

funções que visam a boa gestão da coisa pública, de modo a possibilitar que os

interesses da sociedade sejam alcançados.

Neste sentido Slomski (2012) ressalta que a Administração Pública é todo o

aparelho do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando as

satisfações das necessidades coletivas.

A Administração Pública no Brasil é dividida em Administração Direta:

Legislativo, Executivo e Judiciário; Ministério Público, Defensoria e Indireta:

entidades públicas dotadas de personalidade jurídica própria ligada a esses poderes

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e órgãos (autarquias e fundações de direito público; empresa pública e sociedades

de economia mista de direito privado (BRASIL, 1967).

O Estado realiza suas funções administrativas por meio de órgãos, agentes e

pessoas jurídicas. No desempenho de suas atribuições, o Estado adota duas formas

básicas de organização e atuação administrativas: centralização e descentralização.

A centralização administrativa ocorre quando o Estado realiza suas tarefas de

forma direta, ou seja, através de órgãos, entidades e agentes que integram a

Administração Direta. Sendo assim, os serviços são prestados diretamente pelos

órgãos do Estado, despersonalizados, integrantes de uma pessoa política, ou seja:

União, Estados, Distrito Federal ou Municípios (JUND, 2006).

A descentralização administrativa caracteriza-se como serviço público

transferido ou deslocado do Estado para outra entidade por ele criada ou cuja

criação é por ele autorizada. É exercida por outras pessoas jurídicas de direito

público ou privado, que, no caso, proporcionarão ao Estado a satisfação de seus fins

administrativos (KOHAMA, 2009).

O tema transparência é contemplado na Lei 4320/64, na Constituição Federal

de 1988 e complementado de forma mais específica pelas seguintes leis: Lei

complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar

131/2009 - Lei da Transparência e Lei 12.527/2011 – Lei de Acesso a Informação.

A LRF foi criada para promover alterações na forma de administração do

dinheiro público, estabelecendo normas de finanças públicas voltadas para a

responsabilidade na gestão fiscal. Evidencia que a responsabilidade na gestão fiscal

visa às ações de planejamento e transparência, prevenindo riscos e desvios

capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante cumprimento das

metas de resultado das contas de receita e despesa em cumprimento aos limites e

condições que tangem a renúncia de receita e geração de despesa. (BRASIL, 2000)

A LRF além de trazer mais transparência na gestão da coisa pública é

considerada um avanço no controle das contas públicas com o objetivo de assegurar

um equilíbrio na fiscalização.

Já a Lei da Transparência refere-se à transparência da gestão fiscal,

inovando ao determinar a disponibilização, em tempo real, de informações mais

detalhadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios. Conforme Art. 48-A da LC 131, os entes deverão

divulgar todos os atos praticados pela unidade gestoras quanto à receita e despesa

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pública, possibilitando assim um acompanhamento mais eficaz do lançamento dos

recebimentos de toda a receita e execução da despesa, no momento de sua

realização (BRASIL, 2009).

A Lei de Acesso à Informação (LAI) regulamenta o direito constitucional de

acesso dos cidadãos às informações públicas, sendo aplicável aos três Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2011)

O Portal da Transparência dos entes públicos deve conter as informações

requeridas pela LAI, onde qualquer cidadão terá acesso a informações que não

forem sigilosas. Conforme Art. 8ª §1º estabelece os seguintes itens como

informações mínimas para divulgação: registro de competências e estrutura

organizacional, endereços, telefones das respectivas unidades e horários de

atendimento ao público, registro de quaisquer repasses ou transferências de

recursos financeiros; registro das despesas; informações concernentes a

procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a

todos os contratos celebrados; dados gerais para o acompanhamento de programas,

ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e respostas a perguntas mais

frequentes da sociedade (BRASIL, 2011).

Controle é a atribuição de acompanhamento, vigilância, verificação,

orientação e correção que um poder, órgão ou agente público exerce sobre a

atuação de outro ou sobre a sua própria atuação. A Administração Pública brasileira

está condicionada aos controles Interno e Externo.

O Controle interno é exercido pela própria organização em seus atos,

processos, atividades, normas, estruturas, etc., a cargo de uma unidade

especializada de assessoria e consultoria junto à administração central. Já o

Controle Externo é exercido por um ente externo à organização especializado nas

atividades de auditoria, fiscalização, inspeção e acompanhamento; No Brasil, o

controle externo, a cargo do Poder Legislativo, é realizado com o auxílio do Tribunal

de Contas, na forma determinada pelo artigo 71 da Constituição (BRASIL, 1988).

A finalidade do controle externo é comprovar a probidade da administração e

a regularidade da guarda e do emprego dos bens, valores e dinheiros públicos,

como também o cumprimento fiel da execução orçamentária.

Atualmente além do controle exercido pelo Legislativo, Tribunais de Contas e

Judiciário um novo agente controlador vem ganhando notoriedade. A partir da

promulgação das Leis da Transparência e Lei de Acesso á Informação, bem como

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pela obrigatoriedade na realização de audiências públicas de planejamento

orçamentário e de prestação de contas dos gastos públicos, surge o chamado

“Controle Social”. Este controle é exercido pela sociedade que agora tem acesso, ou

pelo menos deveria ter por força de lei, à todas as informações pertinentes à

arrecadação de receitas e execução do gasto público.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste estudo utilizou-se a pesquisa descritiva com análise

quantitativa e para a coleta de dados utilizou-se o método survey, a partir de um

questionário online e também aplicado fisicamente visando identificar o

conhecimento da população com relação a eficiência da publicidade na divulgação

das informações dos gastos públicos. O questionário contempla 6 questões objetivas

fechadas e 4 questões semiabertas, o qual foi aplicado a uma amostra de 1583

participantes dos municípios que compõem a região da AMAUC (Associação dos

Municípios do Alto Uruguai Catarinense) e esteve exposto por dois meses (no

período de 01/06/2015 à 31/07/2015) de forma eletrônica em um domínio online,

divulgado através de e-mail, redes sociais, impresso e por meio de entrevista.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os entrevistados foram segregados por faixa etária, que variaram de: até 20

anos (34,81%), de 21 a 30 anos (50,16%), 31 a 40 anos (13,2%) e acima de 41 anos

(1,83%). Do número total dos entrevistados 48,5%, ou seja, 768 são homens e

51,5% correspondente a 815, são mulheres.

Também evidenciou-se que 54,1% dos entrevistas possuem ensino médio

completo, 21% graduação completa, 14,5% até o ensino fundamental completo,

10,1% especialização completa, 0,3% mestrado completo, 0,1% doutorado

completo.

Deste modo conclui-se que a maioria dos entrevistados foram Mulheres entre

21 e 30 anos que possuem até o ensino médio completo. Quando perguntado aos

entrevistados se possuem algum conhecimento sobre a Lei de Aceso a Informação.

Conforme a questão 3 identificou-se que 66,2% deles nunca ouviram falar a respeito

da temática e 33,8% já ouviram falar da temática abordada.

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Com relação aos 86,7% dos 535 entrevistados que já ouviram falar da

temática abordada, a LAI é definida como meio que estabelece o acesso a

informações e a transparência dos atos praticados pela administração pública, tendo

ainda que 58,8% de 319 respondentes apontam como o instrumento para que a

população tenha o acesso a essas informações é o Site da Transparência e que

48,4% apontam os sites oficiais dos órgãos públicos, como meio de ter acesso às

informações.

Quanto aos entrevistados que avaliaram a eficiência da LAI, conforme o

questão 5 demonstra, 92,1% deles acreditam que a LAI não cumpre o objetivo ou o

cumpre de modo pouco eficiente. Sendo que proporcionalmente 56,2% deles

apontaram que a LAI deve ser melhor divulgada pelos entes públicos.

Sabendo que a maioria dos participantes não teve nenhum contato com a LAI

e que a maioria não acredita que a LAI cumpre seu objetivo de forma eficiente,

foram levantadas questões sobre o que pode ser feito para que a LAI seja melhor

divulgada, 28,5% dos participantes deles acreditam que a solução é a criação de

programas de divulgação constante a respeito da LAI, outros 23% sugerem o

aumento do incentivo a participação social na gestão por meio do aumento da

divulgação de audiências públicas e ações de prestação de contas, e por fim, a

maioria 47,9% apontam como solução a ampliação dos canais de divulgação que

facilitem o acesso a informação para população.

E ainda como mostra o questão 8, os canais de divulgação mais apontados

foram Redes sociais 43,1%, Sites Oficiais dos próprios entes públicos 33,2%, Sites

de entidades diversas alheias aos entes públicos e Murais de acesso ao público

onde existem grande circulação de pessoas 6,9%.

Para os 535 entrevistados que já ouviram falar da LAI, proporcionalmente

83,3% deles não tiveram contato com a publicidade das informações e 17,7%

respondentes tiveram contato com as informações através de meios disponibilizados

pelo ente público.

Conforme a questão 10 indica, foram apontados os meios utilizados para

obtenção das informações dos gastos públicos, 17,1% obtiveram informações

através dos sites do ente público, ou seja, 82,9% das informações, não divulgadas

pelo ente público, foram buscadas pela população por outros meios de acesso, tais

como, portais da transparência, televisão, rádio, entre outros.

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No que tange as formas que possibilitam o acesso a informação, sobre a

arrecadação de receitas e aplicação dos recursos, 59,6% dos 535 respondentes que

já ouviram falar na LAI, afirmam que conhecem os meios de acesso as informações

e 40,4% deles não possuem conhecimento das formas de acesso a LAI.

Considerando que a maioria da população busca informações através de

meios não oficiais, tais como televisão, rádio, jornais, etc. Tornou-se evidente a falha

na eficiência da publicidade das informações.

5 CONCLUSÃO

Após identificado o nível de conhecimento dos entrevistados, representantes

dos municípios que compõe região da AMAUC. Constatou-se a partir da amostra

analisada, que de modo geral a população apresenta conhecimento pouco

significativo em relação à LAI e os direitos de acesso as informações dos atos de

gestão pública, contudo foram apontadas as deficiências indicando que a maioria

não conhece as formas de acesso as informações e portanto as considera

ineficiente ou pouco eficiente, tais resultados mostram falhas na propagação das

informações transmitidas pelos entes públicos bem como na abordagem correta à

sociedade, tais dificuldade desvanecem os princípios da boa administração pública.

Também foram levantadas tratativas que sugerem a criação de programas de

divulgação constante a respeito da LAI, bem como o melhoramento do acesso as

informações ampliando os canais de divulgação das informações tais como redes

sociais, sites oficiais do próprio ente e de entidades diversas, alheias ao ente

público.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Inaldo; ARRUDA, Daniel. Contabilidade pública: da teoria à pratica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. BRASIL, Código civil. Decreto-Lei nº 200, 1967. Disponível em: <http://www.tesouronacional.fazenda.org.br> Acesso em 10 out. 2014. ______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em 10 out. 2014.

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______. Lei Complementar no101 de 4 de maio de 2000. Lei de Responsabilidade fiscal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm>. Acesso em 10 out. 2014. ______. Lei Complementar no131 de 27 de maio de 2009. Lei da Transparência. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp131.htm>. Acesso em 10 out. 2014. ______. Lei no 12.527 de 18 de novembro de 2011. Lei de Acesso à Informação. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em 10 out. 2014. ______. Tribunal de Contas da União, Governança pública: referencial básico de governança aplicável a órgãos e entidades da administração pública e ações indutoras de melhoria, 2014. Disponível em: <http://www.pmimf.fazenda.gov.br/ sobre-o-programa-2/arquivos-para-download-pmimf/governanca-publica-tcu.pdf/@@download/file/governan%C3%A7a%20publica%20TCU.PDF>. Acesso em: 22 jul. 2015. JUND, Sergio. Administração, orçamento e contabilidade pública: teoria e 800 questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. VALMOR, Slomski et al, Contabilidade do terceiro setor: uma abordagem operacional aplicada às associações, fundações, partidos políticos e organizações religiosas. São Paulo: Atlas 2012. WORLD BANK, Global evaluations sourcebook, 2007. Disponível em: <http://siteresources.worldbank.org/EXTGLOREGPARPROG/Resources/sourcebook.pdf.>. Acesso em: 20 jul. 2015.

AGRADECIMENTOS: Primeiramente agradeço a Universidade do

Contestado Campus Concórdia que proporcionou a realização desta pesquisa

através do Fundo de Apoio a Pesquisa. Saúdo a cooperação e o apoio incondicional

da professora orientadora Cristiane Zucchi, e aos colegas Jean Carlo Pilloni e

Janaina Bazzanella pelas contribuições.

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QUALIDADE DE VIDA DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DA SAÚDE

COLETIVA DO MUNICÍPIO DE CONCÓRDIA – SC

Luana Renosto6 Vilma Beltrame7

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa quantitativa, que teve como objetivo caracterizar a qualidade de vida dos técnicos de Enfermagem da saúde coletiva do município de Concórdia – SC. A coleta de dados foi realizada com 46 técnicos de enfermagem, nos meses de março e abril de 2015. Utilizou-se como instrumento de avaliação da qualidade de vida, o WHOQOL – bref, da Organização Mundial da Saúde e outro questionário, com dados sociodemográficos. A faixa etária média da população pesquisada é de 42,91 anos. A maioria do sexo feminino, 38 (88%). Em relação aos domínios do WHOQOL – bref, todos demonstraram resultados satisfatórios. O domínio meio ambiente foi o que apresentou avaliação menos satisfatória quando comparado com os demais domínios. Este estudo possui limitações, uma vez que os artigos utilizados para que os dados fossem comparados, mesmo tendo sido usado o mesmo questionário de avaliação de qualidade de vida e o mesmo público alvo, foram realizados principalmente em ambiente hospitalar. Sugere-se novos estudos que retratem a qualidade de vida da equipe de enfermagem da saúde coletiva.

Palavras-Chave: Qualidade de Vida. Enfermagem em Saúde Pública. WHOQOL- Bref. Organização Mundial da Saúde.

ABSTRACT

This is a quantitative research, which aimed to characterize the quality of life of nursing technicians of publich ealth in the city of Concordia -SC. Data collection was carried with 46 nursing technicians, in Marchand April 2015, in work places these professionals. It was used as a tool for assessing the quality of life, WHOQOL - bref, this questionaire of the World Health Organization and another questionnaire with demographic data. The average age of the surveyed populationis 42.91 years. Most females, 38 (88%). Of the total participants, 35 (81%) have children. Regarding the do mainsof WHOQOL - bref, alls howed satisfactory results. The environmental do main showed the least satisfactory evaluation when compared with other areas. This study has limitations, those items wasused for data to be compared, al though it has been used thes ame questionnaire for assessing quality of life and thes a metarget audience, mainly were performed in hospitals. It issuggested that new studies portray the quality of life of the nursing staff of publiche alth, as professionals with low quality of life, tend to perform its dutiesun satisfactorily, causing damage.

Keywords: Quality of life. Nursing of public health. WHOQOL-BREF. World Health Organization.

6Enfermeira. Universidade do Contestado, Rua Victor Sopelsa, 3000. Bairro Salete. Concórdia – SC. 89700-000. E-mail: [email protected].

7Enfermeira Doutora, Universidade do Contestado. Rua Victor Sopelsa, 3000. Bairro Salete. Concórdia – SC. 89700-000. E-mail: [email protected].

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é “a

percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de

valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações” (WHOQOL Group, 1994 apud FLECK et al., 2000, p. 179).

A equipe de enfermagem tem a responsabilidade de desenvolver habilidades

e competências para o cuidado complexo que a saúde coletiva exige e sobre a qual

os indicadores de saúde, impiedosamente ainda insistem em mostrar precariedade

na efetivação das políticas públicas (FONTANA; SIQUEIRA, 2009).

Ainda segundo Fontana e Siqueira (2009), o principal gerador de estresse

para o profissional é o excesso de cargas horárias ou atividades, pois durante o seu

cotidiano, a equipe desempenha múltiplas e muitas vezes, fatigantes funções. A

equipe envolve-se com o tratamento, diagnóstico e prevenção da doença, vivencia a

falta de recursos, transportes, condições financeiras e materiais. Enfim, a

sobrecarga de atividades pode ser causadora do esgotamento físico e mental.

Teve como objetivo geral: Caracterizar a qualidade de vida dos técnicos de

Enfermagem da saúde coletiva do município de Concórdia – SC, e objetivos

específicos de identificar a qualidade de vida dos técnicos de Enfermagem quanto

aos aspectos físicos, psicológicos, relações sociais e meio ambiente do WHOQOL –

bref nas 24 facetas que compõem o instrumento e traçar o perfil da população

estudada quanto idade, sexo, emprego extra, jornada de trabalho.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa quantitativa que foi realizada com 46 técnicos ou

auxiliares de enfermagem, que atuam na saúde coletiva do município de Concórdia -

SC.

Os dados foram coletados nos meses de março e abril de 2015, após prévia

autorização do gestor municipal de saúde, nas Estratégias Saúde da Família (ESF),

Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), Policlínica, Unidade Sanitária Central,

Unidade básicas do perímetro urbano e Secretaria Municipal de Saúde.

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Os critérios para participação neste estudo foram: ser técnico ou auxiliar de

enfermagem pertencendo a extensão da secretaria de saúde do município, estar no

local de trabalho no momento da coleta de dados e aceitar participar da pesquisa.

Cada participante recebeu dois questionários autoaplicáveis. O primeiro,

contendo questões sobre o perfil sócio demográfico, e a versão validada no Brasil do

instrumento de propriedade da Organização Mundial da Saúde, World Health

Organization Qualityof Life -WHOQOL- bref.

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa da Universidade

do Contestado sob número 377.978.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A população analisada foi composta por 46 técnicos/auxiliares de

enfermagem, atuantes no município de Concórdia – SC, que mantinham vínculo

empregatício com a Secretaria Municipal de Saúde. Foram excluídos da pesquisa 3

participantes que não assinalaram uma resposta das questões do WHOQOL-bref,

restando, então, 43 participantes.

Tabela 1 – Características Sociodemográficas dos técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia - SC

Características n (%) Média (dp) Variação

Idade (anos)

42,91 (8,7) 22 – 58

Sexo Feminino 38 (88%) Sexo Masculino 5 (12%)

Responsáveis por mais de 50% da renda Familiar 23 (54%) Emprego Extra 8 ( 19%) Jornada semanal de 35 horas 31 (72%) Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

Quanto às características sócio demográficas (Tabela 1) dos profissionais

pesquisados, a faixa etária média é de 42,91 (dp ± 8,75) anos, sendo a idade

máxima 58 e a idade mínima 22 anos.

Um estudo realizado com técnicos e auxiliares de enfermagem que prestam

atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital escola em São

Paulo, trouxe uma média de idade mais baixa, 30,9 anos. (PASCHOA; ZANEI;

WHITAKER, 2007)

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Em relação ao sexo, 38 (88%) são do sexo feminino e 5 (12%) do sexo

masculino. Nos dias de hoje ainda se observa a prevalência do público feminino nas

equipes de enfermagem, isto desde o início do surgimento da Enfermagem Moderna

com Florence Nightingale, que recrutou várias mulheres para prestar cuidados aos

feridos, durante a Guerra da Criméia. O estudo realizado por Rios, Barbosa e

Belasco (2010), em um hospital privado geral de grande porte também de São

Paulo, mostrou que 57,1% da população pesquisada era feminina, porém nesta

instituição há política de contratação dos sexos em igual proporção.

Se tratando de empregos extras, diferente do evidenciado pela literatura, no

município de Concórdia referindo-se a saúde coletiva, apenas 8 (19%) possuem

emprego extra. Destes 8 pesquisados, 4 tem como segundo emprego o hospital do

município, 1 consultório, 1 autônoma, 1 particulares e 1 não informou.

Da população pesquisada, 31 (72%) têm uma jornada de trabalho semanal,

de 35h, cerca de 7h por dia. Sabe-se que a quantidade de horas trabalhadas está

diretamente relacionada com a qualidade de vida das pessoas. Aquelas que

dispõem de mais tempo livre podem praticar atividades de lazer que promovam

saúde e qualidade de vida, porém devido a realidade atual do mercado e a

sociedade capitalista, as pessoas acabam trabalhando em excesso e em horários

inadequados. (SANTOS; TREVISAN, 2002 apud MACIEL; OLIVEIRA, 2014)

Tabela 2 – Doenças Crônicas e Medicação de Uso Contínuo dos técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia – SC

Características n (%)

Possuem Doença Crônicas 20(47%)

Hipertensão Arterial Sistêmica 5 (19%)

Hipotireoidismo 4 (15%)

Hipercolesterolemia 3 (11%)

Fibromialgia 2 (8%)

Ansiedade 2 (7%)

Enxaqueca 2 (7%)

Outras patologias citadas* 9 (33%)

Fazem uso de medicação continua 23 (53%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).*Patologias citadas apenas uma vez: Espondilalistese, Espondilalise, Uveite, Espondilite, Síndrome do Túnel do Carpo, DORT, Dor Muscular, Epicondilite, Pré DM.

Em relação as doenças crônicas, 47% da amostra referiu ter doença crônica,

valor que se iguala ao estudo de Rios, Barbosa e Belasco (2010), que avaliou a

qualidade de vida e depressão de técnicos/auxiliares de enfermagem de um hospital

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de São Paulo, onde demostrou que 47,4% dos entrevistados possuíam algum

problema de saúde.

Na nossa realidade, hipotireoidismo foi citado por 4 participantes, hipertensão

arterial 5 participantes, hipercolesterolemia 3, fibromialgia citada 2 vezes, ansiedade

2 vezes, enxaqueca também 2 citações, outras patologias com apenas uma citação

foram epicondilite, dor muscular, pré DM, DORT, uveite, espondilite, Síndrome do

Túnel do Carpo, espondilalistese, espondilalise. O número de pesquisados que

possuem doenças crônicas é de 20 (47%), porém alguns referem ter mais que uma

doença crônica, totalizando 27 doenças.

As tabelas abaixo ilustram os resultados obtidos através da aplicação do

questionário da OMS, WHOQOL-bref.

Tabela 3 – Escore de Qualidade de Vida, segundo domínio geral do WHOQOL-bref de técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia-SC.

Domínio Geral (n=43)

Muito Ruim Ruim

Nem ruim nem boa Boa Muito boa

1- Como você avaliaria a sua qualidade de

vida? 0 (0%) 3 (7,0%) 9 (20,9%) 30 (69,8%) 1 (2,3%)

Muito Insatisfeito Insatisfeito

Nem insatisfeito

Nem satisfeito Satisfeito Muito Satisfeito

2- Quão satisfeito (a) você está com a sua

saúde? 0 (0%) 10 (23,3%) 9 (20,9%) 21 (48,8%) 3 (7,0%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

A maioria dos TEs e AEs pesquisados, avaliam sua qualidade de vida como

sendo boa, 30 (69,8%). No estudo realizado por Maciel e Oliveira (2014), em um

hospital filantrópico da cidade de Dourados – MS, a maioria dos pesquisados

também avaliam sua qualidade de vida como sendo boa, 52,3%.

Quanto a satisfação dos profissionais em relação a saúde, 21 (48,8%)

referem estar satisfeitos com a sua saúde, 3 (7,0%) estão muito satisfeitos, 9

(20,9%) avaliam como nem insatisfeito e nem satisfeito, 10 (23,3%) estão

insatisfeitos com a saúde. Comparando com o mesmo estudo já citado no parágrafo

acima, a maioria dos participantes também referem satisfação com a própria saúde.

No tocante à questão 1 do WHOQOL-bref, que trata como cada umavalia sua

qualidade de vida com o quem tem emprego extra, dos 8 pesquisados que possuíam

um emprego extra, apenas um deles referiu que sua qualidade de vida era ruim.

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Neste estudo podemos observar, que mesmo com um segundo vínculo

empregatício, os participantes não avaliam sua qualidade de vida negativamente.

Agora relacionando a questão 2 do WHOQOL-bref, que trata da satisfação

com a própria saúde, com as doenças crônicas: dos 20 participantes que relataram

possuir doença crônica, 9 (45%) referem estar insatisfeitos com sua saúde,

caracterizando assim, uma maior insatisfação relacionada a saúde por parte dos

portadores de doenças crônicas.

Tabela 4 – Escore de Qualidade de Vida, segundo domínio físico do WHOQOL-bref de técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia-SC.

Domínio 1: Físico (n=43)

Nada Muito Pouco

Mais ou menos

Bastante Extremamente

3- Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa?

11 (25,9%) 17 (39,5%) 8 (18,6%) 7 (16,3%) 0 (0%)

4- O quanto você precisa de um tratamento médico para levar sua vida diária?

8 (18,6%) 19 (44,0%) 12 (27,9%) 4 (9,3%) 0 (0%)

Nada Muito pouco

Médio Muito Completamente

10-Você tem energia suficiente para seu dia a dia?

0 (0%) 0 (0%) 26 (60,5%) 9 (20,9%) 3 (7,0%)

Muito ruim Ruim Nem ruim nem bom

Bom Muito bom

15- Quão bem você é capaz de se locomover?

0 (0%) 0 (0%) 6 (14,0%) 25

(58,1%) 12 (27,9%)

Muito

Insatisfeito Insatisfeito

Nem satisfeito

nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

16-Quão satisfeito (a) você está com seu sono?

0 (0%) 10 (23,3%) 10 (23,3%) 15

(34,9%) 8 (18,6%)

17-Quão satisfeito com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia a dia?

0 (0%) 5 (11,6%) 12 (27,9%) 21

(48,8%) 5 (11,6%)

18-Quão satisfeito com sua capacidade para o trabalho?

0 (0%) 4 (9,3%) 12 (27,9%) 23

(53,5%) 4 (9,3%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

Observa-se que domínio físico, a maioria da população pesquisada, 17

(39,5%), acreditam que sua dor física muito pouco impede de realizar o que

precisam e, 19 (44,0%) referem precisar muito pouco de um tratamento médico. Já

na questão 10, que indaga se possui energia suficiente para seu dia a dia, 26

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(60,5%) assinalaram a alternativa médio e, 3 (7,0%) optaram pela alternativa

completamente.

Em se tratando de capacidade de locomoção, 25 (58,1%) selecionaram a

alternativa bom e 12 (27,9%) muito bom. Para esta questão a alternativa muito ruim,

e ruim não foram selecionadas por nenhum dos participantes. Positivos também são

os resultados que trata sobre a satisfação com o sono, onde 15 (34,9%) estão

satisfeitos.

Sobre a satisfação com a capacidade de desempenhar as atividades do dia a

dia, 26 (60,4%) optaram pelas alternativas satisfeito e muito satisfeito, 12 (27,9%)

estão nem satisfeito, e nem insatisfeitos, já 5 (11,6) referem insatisfação.

Satisfação com a capacidade para o trabalho também demonstram resultados

positivos, 23 (53,5%) estão satisfeitos. Atualmente estamos inseridos em uma

sociedade extremamente capitalista, e o trabalho acaba se tornando uma fonte para

nos mantermos neste meio, a qualidade de vida também está relacionada com

alimentação, lazer, saúde, e para se obter isso é necessário a renda proveniente do

trabalho.

Podemos observar no domínio físico percentuais satisfatórios por grande

parte dos envolvidos na pesquisa, o que se compara a outros estudos já existentes.

Estudo realizado por Maciel e Oliveira (2014), em um hospital filantrópico de

Dourados – MS, com 73 técnicos de enfermagem, mostrou uma média das questões

do domínio físico de 73,8, lembrando que quanto mais próximo de zero a média é,

pior é a avaliação da qualidade de vida, e quanto mais próximo de 100, melhor é a

avaliação.

Tabela 5 – Escore de Qualidade de Vida, segundo domínio psicológico do WHOQOL-bref de técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia-SC.

Continua...

Domínio 2: Psicológico (n=43)

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

5- O quanto você aproveita a Vida?

1 (2,3%) 11 (25,6%) 16 (37,2%) 15 (34,9%) 0 (0%)

6- Em que medida que você acha que sua vida tem sentido?

0 (0%) 1 (2,3%) 9 (20,9%) 25 (58,1%) 8 (18,6%)

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

7 - O quanto você consegue se concentrar?

0 (0%) 4 (9,3%) 17 (39,5%) 21 (48,8%) 1 (2,3%)

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Conclusão...

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

11- Você é capaz de aceitar sua aparência física?

1 (2,3%) 4 (9,3%) 14 (32,6%) 15 (34,9%) 9 (20,9%)

Muito Insatisfeito Insatisfeito

Nem satisfeito Nem insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito

19- Quão satisfeito consigo mesmo?

0 (0%) 3 (7,0%) 12 (27,9%) 26 (60,5%) 2(4,7%)

Nunca

Algumas vezes Frequentemente

Muito frequentemente Sempre

26 - Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão?

4 (9,3%) 23 (53,5%) 7 (16,3%) 7 (16,3%) 2 (4,7%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

A primeira questão do domínio psicológico, interroga o quanto se aproveita a

vida, sendo que 16 (37,2%) referem aproveitar mais ou menos, seguido de 15

(34,9%) que aproveitam bastante. Vale ressaltar que o conceito de aproveitar a vida

é compreendido de formas diferentes por cada indivíduo, para alguns aproveitar a

vida é viajar, já para outros é sair jantar com a família.

Tratando-se da medida em que a vida tem sentido para cada um, 25 (58,1%)

referem bastante, 8 (18,6%) extremamente, resultado basicamente positivo, pois

mais da metade dos pesquisados, 76,7%, referem que sua vida tem bastante ou

extremamente sentido.

Na questão que indaga sobre a capacidade de concentração, 21 (48,8%)

referem que conseguem se concentrar bastante, 17 (39,5%) mais ou menos.

Lembrando que na enfermagem, conhecimento, habilidades e atitudes são

indispensáveis, e se faz necessária a concentração.

A frequência de sentimentos negativos, tais como mau humor, desespero,

ansiedade e depressão, foi dada com maior percentual na resposta algumas vezes,

23 (53,5%), seguido de frequentemente e muito frequentemente que obtiveram

percentuais iguais, 7 (16,3%). Sabe-se que a depressão em determinado momento

será uma das doenças de maior prevalência no mundo, e que a grande maioria dos

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indivíduos, em algum momento da vida, será portadora deste distúrbio emocional.

Isso está fundamentado pela OMS quando alerta as autoridades sanitárias de que a

depressão junto com as sequelas de acidentes de trânsito, será responsável por

78% da carga global de doença nos países em desenvolvimento. (OMS, 2003)

O estudo realizado por Bittencourt et al (2013), para este domínio, trouxe um

escore médio de 72,77 entre os TEs e 74,77 entre os AEs. Já em um estudo de

2010, com 266 técnicos e auxiliares de enfermagem de um hospital privado de São

Paulo, este escore se mostrou um pouco mais baixo, 62,3 (RIOS; BARBOSA;

BELASCO, 2010). Em outra pesquisa mais recente, para os técnicos de

enfermagem de um hospital de Dourados – MS, o valor encontrado foi de 72,6,

muito próximo ao já relatado no início deste parágrafo. (MACIEL; OLIVEIRA, 2014).

Tabela 6 – Escore de Qualidade de Vida, segundo domínio relações sociais do WHOQOL-bref de técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia-SC.

Domínio 3: Relações sociais (n=43)

Muito Insatisfeito Insatisfeito

Nem satisfeito Nem insatisfeito Satisfeito

Muito Satisfeito

20-Quão satisfeito com suas relações pessoais (amigos, parentes)?

0 (0%) 2 (4,7%) 11 (25,6%) 26 (60,5%) 4 (9,3%)

21-Quão satisfeito com sua vida sexual?

0 (0%) 6 (14,0%) 12 (27,9%) 22 (51,2%) 3 (7,0%)

22-Quão satisfeito com o apoio que recebe dos amigos?

0 (0%) 5 (11,6%) 7 (16,3%) 25 (58,1%) 6 (14,0%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

No domínio Relações sociais a maioria dos pesquisados refere estar satisfeito

26 (60,5%), 11 (25,6%) estão nem satisfeitos e nem insatisfeitos, 4 (9,3%) definem

como muito satisfeitos e 2 (4,7%) insatisfeitos.

No tocante à vida sexual, os resultados também foram satisfatórios, 22

(51,2%) referem estar satisfeitos com sua vida sexual, 3 (7,0%) estão muito

satisfeitos, totalizando 58,2%, 12 (27,9%) relatam estar nem satisfeitos e nem

insatisfeitos, e 6 (14,0%) insatisfeitos com a vida sexual.

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Tabela 7 – Escore de Qualidade de Vida, segundo domínio meio ambiente do WHOQOL-bref de técnicos e auxiliares de enfermagem da saúde coletiva de Concórdia-SC.

Domínio 4: Meio Ambiente (n=43)

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente

8- Quão seguro você se sente em sua vida diária?

0 (0%) 1 (2,3%) 18 (41,9%) 21 (48,8%) 3 (7,0%)

9- Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?

3 (7,0%) 16 (37,%) 14 (32,6%) 9 (20,9%) 1 (2,3%)

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

12- Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

3 (7,0%) 15 (34,9%) 22 (51,2%) 3 (7,0%) 0 (0%)

13-Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia a dia?

0 (0%) 4 (9,3%) 24 (55,8%) 14 (32,6%) 1 (2,3%)

14- Em que medida você tem oportunidades de atividades de lazer?

1 (2,3%) 10 (23,3%) 22 (51,2%) 10 (23,3%) 0 (0%)

Muito Insatisfeito Insatisfeito

Nem satisfeito Nem

insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito

23-Quão satisfeito com as condições do local onde mora?

0 (0%) 3 (7,0%) 4 (9,3%) 27 (62,8%) 9 (20,9%)

24- Quão satisfeito você esta com o seu acesso aos serviços de saúde?

0 (0%) 9 (20,9%) 15 (34,9%) 16 (37,2%) 3 (7,0%)

25 - Quão satisfeito esta com o seu meio de transporte?

0 (0%) 5 (11,6%) 9 (20,9%) 22 (51,2%) 7 (16,3%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

Inicialmente, comparando este domínio com outros 4 estudos que também

tiveram como amostras auxiliares e técnicos de enfermagem, e que utilizaram o

WHOQOL-bref como meio de avaliação da qualidade de vida, o domínio meio

ambiente, foi o que obteve os menores valores. No estudo de Rios, Barbosa e

Belasco (2010), o escore deste domínio foi de 53,8. No trabalho desenvolvido por

Bittencourt et al, (2013) para TEs o valor encontrado foi de 58,62 e para AEs foi de

57,10. Maciel e Oliveira (2014), obtiveram o valor de 56,2. O valor médio mais baixo

encontrado foi de 49,4 para o domínio meio ambiente, em estudo realizado em

Unidades de Terapia Intensiva de São Paulo (PASCHOA; ZANEI; WHITAKER,

2007).

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Na primeira questão deste domínio, 18 (41,9%) responderam estar bastante

seguros em sua vida diária, 18 (41,9%) mais ou menos, 3 (7,0%) extremamente

seguros, 1 (2,3%) muito pouco.

Se tratando de quanto saudável é o ambiente físico, a maioria optou pela

alternativa muito pouco, 16 (37%), já 14 (32,6%) responderam mais ou menos. Vale

ressaltar que o ambiente físico interfere muito na qualidade de vida, podendo

acarretar em distúrbios físicos e mentais.

A questão 12, ainda do domínio meio ambiente, questiona se o pesquisado

tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades, 22 (51,2%) optaram pela

opção médio, 15 (34,9%) pela opção muito pouco, 3 (7,0%) muito e a mesma

quantidade, 3 (7,0%), nada.

A questão 14, interroga em que medida o participante tem oportunidade de

lazer. Para esta questão, 22 (51,2%) assinalaram a alternativa médio. A alternativa

muito e muito pouco, obtiveram os mesmos resultados, 10 (23,3%). Sabe-se da

importância de se ter atividades de lazer, como já comentado, as atividades de lazer

são bastante pessoais, porém necessárias.

Na questão que trata sobre satisfação com as condições do local onde mora,

houve resultado satisfatório, pois 36 (83,7%), assinalaram as alternativas satisfeito e

muito satisfeito.

Quanto à satisfação em relação ao acesso dos entrevistados aos serviços de

saúde, satisfeito e nem satisfeito e nem insatisfeito obtiveram 16 (37,2%) e 15

(34,9%) respectivamente. O fato de trabalharem em instituições de saúde, não os

fez avaliar positivamente o seu acesso a saúde.

Tratando-se de satisfação com o meio de transporte, os resultados obtidos

foram bastante positivos, 29 (67,5%) optaram pelas alternativas muito satisfeito e

satisfeito. Nem satisfeitos e nem insatisfeitos estão 9 (20,9%), e insatisfeitos 5

(11,6%).

4 CONCLUSÃO

Este estudo possibilitou caracterizar a qualidade de vida dos técnicos e

auxiliares de enfermagem que atuam na saúde coletiva do município de Concórdia –

SC. Através dos dados coletados, observou-se resultados positivos. A maior parte

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

dos participantes acreditam ter uma boa qualidade de vida e referem satisfação com

a sua saúde.

A faixa etária média dos profissionais pesquisados é de 42,91 anos. São do

sexo feminino 38 (88%). São responsáveis por mais de 50% da renda familiar 23

(55%) dos profissionais deste estudo. Apenas 8 (19%) possuem outro vínculo

empregatício. Tratando-se de doenças crônicas, 47% da amostra referiu possuir e,

23 (53%) fazem uso de medicação contínua.

Este estudo possui limitações, uma vez que os artigos utilizados para que os

dados fossem comparados, mesmo tendo sido utilizado o mesmo questionário de

avaliação de qualidade de vida e o mesmo público alvo, foram realizados

principalmente em ambiente hospitalar, diferentemente deste estudo que foi

realizado na saúde coletiva. A rotina vivenciada pela equipe de enfermagem em

ambiente hospitalar, possui diferenças em relação a saúde coletiva, porém nos dois

locais existe cobrança por parte das chefias, conflitos entre a própria equipe,

cuidado direto ao paciente, falta de insumos, mortes.

REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Marina Nolli et al. Qualidade de vida de profissionais de enfermagem que atuam em saúde mental. Revista de Enfermagem, Recife, v 7, n. 1, p.672-678, mar. 2013. FLECK, Marcelo Pio de Almeida et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de Saúde Pública, Porto Alegre, v. 34, n 2, p. 178-183, abr. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n2/1954.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2015. FONTANA, Rosane Teresinha; SIQUEIRA, KallyneIrion. O trabalho do enfermeiro em saúde coletiva e o estresse: análise de uma realidade. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 14, n. 3, p. 491-498, 1 set. 2009. MACIEL, Marjorie Ester Dias; OLIVEIRA, Franciele Nunes de. Qualidade de vida do profissional técnico de enfermagem: a realidade de um hospital filantrópico de Dourados - MS. Revista Psicologia e Saúde, Campo Grande, v. 6, n 1, p. 83-89, 2014. OMS - Cuidados inovadores para condições crônicas: componentes estruturais de ação: relatório mundial. Brasília, 2003.

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PASCHOA, Simone; ZANEI, Suely SuekoViski; WHITAKER, IvethYamaguchi. Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v 20, n 3, p. 305-310, abr. 2007. RIOS, Kátia Assalvi; BARBOSA, Dulce Aparecida; BELASCO, Angélica Gonçalves Silva. Avaliação de qualidade de vida e depressão de técnicos e auxiliares de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 122-130, maio 2010.

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ESTUDO DA TOPOGRAFIA CORNEAL DE REFLEXÃO EM CRIANÇAS DE 3 A 8

ANOS DE IDADE

Carlos Eduardo Scarpim Winnikes8 Ancelmo Orlando Rocha9

Nora Leon Rodriguez10

RESUMO

A análise das variações topográficas corneais permite entender melhor a forma, poder central e periferia corneal em pacientes pediátricos. Objetivos: avaliar os parâmetros corneais na topografia de reflexão de crianças entre 3 e 8 anos, apresentar os valores topográficos médios, analisar os índices topográficos e suas variações, identificar os padrões topográficos e correlacionar modificações da curvatura corneal, de acordo com a idade. Metodologia: Os pacientes foram divididos em 5 grupos (G): 3 a 4; 4 a 5; 5 a 6; 6 a 7 e 7 a 8 anos de idade. Foram realizadas topografias corneais para avaliar os índices: K, SimK1, SimK2, Cyl, PVA, CUindex, I-S, e, Q, e o padrão topográfico. As variáveis foram comparadas com a literatura, e realizada estatística com testes da análise de variância, valor critico de F= 2,463. Resultados. Valores médios para K: G1 44,4585 ± 1,132149; G2 43,546 ± 1,521472; G3 43,5285 ± 1,113753;G4 43,392 ± 1,271777;G5 43,68647 ± 1,113558. Os resultados se apresentaram dentro da normalidade, não sendo encontrada diferença significativa entre os grupos para os índices, exceto para K e e no G1; e no I-S positivo para G5; qualitativamente foi encontrado padrão circular. Conclusão: Na análise topográfica qualiquantitativa observam-se mudanças consideradas fisiológicas para cada faixa etária exceto na K no G1, que sugere pacientes ainda no período de emetropização. Existem variações em I-S positivo, e e; sem alterar a forma prolada em todos os grupos. O padrão circular encontrado difere da literatura, porém está relacionado com o defeito refrativo baixo da amostra.

Palavras-Chave: Topografia Corneal. Parâmetros corneais. Crianças.

ABSTRACT

Analysis of corneal topographic variations facilitates better understanding of the shape, central power and periphery of the cornea in pediatric patients. Objectives: To assess the corneal parameters in reflection topography of children between 3 and 8 years old, to present topographical average values, to analyze the topographic indices and their variations, to identify topographical patterns and correlate changes

8Acadêmico do curso de Optometria, Universidade do Contestado, Rua Roberto Ehlke, 96, centro. Canoinhas/ SC. CEP: 89460-000. E-mail: [email protected]

9Acadêmico do curso de Optometria, Universidade do Contestado, Rua Roberto Ehlke, 96, centro. Canoinhas/ SC. CEP: 89460-000. E-mail: [email protected]

10Optometra Universidad de la Salle Bogotá- Colômbia- Especialista Multimedia Educativa.Professora Lentes de Contato, Universidade de Contestado Rua Roberto Ehlke, 96, Centro. Canoinhas/ SC. CEP:89460-000. E-mail: [email protected]

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in corneal curvature according to age. Methodology: The patients were divided into 5 groups (G): 3 to 4; 4 to 5; 5 to 6; 6 to 7 and 7 to 8 years of age. Corneal topographies were conducted to evaluate the indices K, SimK1, SimK2, Cyl, PVA, CUIndex, I-S, e, Q and the topographical pattern. The variables were compared with literature, and statistics were evaluated with variance analysis tests, with a critical value of F= 2.463. Results: Average values for K: G1 44.4585 ± 1.132149; G2 43.546 ± 1.521472; G3 43.5285 ± 1.113753; G4 43.392 ± 1.271777; 43.68647 G5 ± 1.113558. The results were within the normal range, with no significant difference between groups found for the indices, except for K and e in G1 and I-S positive in G5 ; qualitatively, a circular pattern was found. Conclusion In qualiquantitative topographic analysis can observe changes considered physiological for every age group except K in G1 , suggesting patients still in a emetropização period. There are variations on I-S positive and e ,without changing the prolate shape in all groups. The circular pattern found differs from literature, but associated with the low refractive defect of the example. Keywords: Corneal topography. Corneal parameters. Children.

1 INTRODUÇÃO

A córnea é o principal elemento dióptrico do olho, conhecer melhor o

processo e as mudanças que a córnea passa no período de emetropização é de

grande importância no desenvolvimento ocular. Existem variedade de estudos

publicados do raio corneal em bebês e crianças porém os resultados variam devido

às dificuldades técnicas da para a realização da ceratometria já que os bebês se

movem durante o exame. Friling (2004 apud EHLERS et al., 2009) descreve como

valor médio da córnea 53,13 D para prematuros, 47,50 D para crianças a termo, e

43.69 D para crianças de 2-4 anos. Nos estudos realizados em prematuros houve

redução de cerca de 8 D na curvatura da córnea nos últimos três meses de gestação

(GWIAZDA, 1984). Após o nascimento a córnea sofre um aplanamento e diminuição

de seu poder dióptrico com o passar da idade, alcança valores próximos de um

adulto ao primeiro ano de vida; para outros autores o aplanamento ocorre ao redor

dos três anos, com poucas alterações após os 7-8 anos de idade. Estes estudos

estão relacionados com valores encontrados na ceratometria, ou seja, valores de

apenas dos 3mm centrais da córnea.

O ceratômetro tem três limitações básicas: um ceratômetro mede curvas e

essas não são equivalentes à forma da córnea; a ceratometria estima, mais que as

medidas, a média das curvaturas centrais, isto significa que não fornece informação

exata do ponto central da córnea; e por fim, 3mm é uma área muito pequena da

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córnea logo, a ceratometria não dá informação sobre a periferia da córnea

(BENNET, 2009).

A córnea é o principal meio refringente do olho, pequenas alterações podem

ser de suma importância na prática clinica e no entendimento de como se comporta

no período de desenvolvimento visual. A melhor maneira de realizar um estudo

destas mudanças corneanas é utilizar o método que fornece o maior numero de

informações desta estrutura ocular, sendo mais sensível e eficaz, como é a

topografia corneana.

Esta pesquisa pretende deu abordar a seguinte questão: Quais as

características topográficas corneais de crianças de 3 aos 8 anos de idade atendidas

na Clínica Universitária de Saúde Visual?

A topografia corneana permite avaliar de forma qualitativa e quantitativa a

superfície anterior da córnea através de um sistema que utiliza a córnea como um

espelho refletor, a imagem produzida é captada pelo aparelho, os dados são

avaliados por um sistema computadorizado que permite de forma ampla

compreender 95% da superfície corneal. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi

avaliar os parâmetros corneais na topografia de reflexão em crianças entre 3 a 8

anos de idade atendidos na Clínica de Saúde Visual da UnC, e como objetivos

específicos determinar estatisticamente os valores topográficos médios referentes a

cada faixa estudada, analisar os índices topográficos e interpretar suas variações

com a idade, identificar os padrões topográficos e correlacionar as possíveis

modificações da curvatura corneal de acordo com a idade.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa, qualiquantitativa descritiva, teve como população 50 pacientes

(100 olhos), crianças de 3 a 8 anos de idade, já atendidos da Clínica de Saúde

Visual da UnC. Foram realizadas topografias corneais de reflexão, com intervalos de

0,50 dioptrias, na mesma clínica, com o topógrafo de reflexão EYESYS 2000 escala

absoluta, para avaliar os seguintes índices: K, SimK 1, SimK 2, Cyl, PVA, CU index,

I-S, excentricidade (e), asfericidade (Q), e o padrão topográfico. Os pacientes foram

divididos em grupos (G) segundo a idade: G1 de 3 a 4 anos; G2 de 4 a 5 anos; G3

de 5 a 6 anos; G4 de 6 a 7 anos; e G5 de 7 a 8 anos. Os grupos estiveram

conformados por 10 pacientes cada um (20 olhos). Os critérios de Inclusão para esta

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pesquisa foram: pacientes emétropes ou com defeitos refrativos fisiológicos para a

idade, pacientes com segmento anterior e posterior normal, pacientes não

estrábicos. Os pais ou responsáveis pelos pacientes foram informados sobre a

pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram

analisados estatisticamente os valores topográficos médios, referente a cada faixa

etária estudada; para interpretar suas variações com a idade, e os padrões

topográficos, correlacionado com os achados na literatura, assim como a correlação

estatística das possíveis modificações da curvatura corneal de acordo com a idade.

Devido ao grande número de observações e de subgrupos, optou-se pelos testes da

análise de variância, ou ANOVA. Para analise utilizou-se o valor crítico F com v1 = 4

e v2 = 95, gerando Fcrítico = 2,463.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A presente pesquisa encontrou como valores médios para a curvatura central

(K): G1 44,4585 ± 1,132149; G2 43,546 ± 1,521472; G3 43,5285 ± 1,113753; G4

43,392 ± 1,271777; G5 foi 43,68647 ± 1,113558. Em estudo realizado, Topuz (2004),

que tinha como objetivo comparar as diferenças relacionadas a idade na topografia

corneal de uma população normal, com amostra de 240 olhos de diferentes idades

com córneas normais, encontrou que os valores da potência da córnea médios

foram 41,64 (D) entre pacientes de 5 a 10 anos, ligeiramente mais planas que os

achados de nossa pesquisa de forma global. Em relação ao SimK 1 os valores

foram: G1 44,8595 ± 1,345521; G2 43,876 ± 1,759726; G3 43,928 ± 1,319911; G4

43,58737 ±1,521322; G5 43,83 ± 1,1511993 ; para SimK2: G1 43,964 ± 1,371228;

G2 43,1955 ± 1,637252; G3 42,982 ± 1,122439; G4 42,8555 ± 1,382654; G5

43,06105 ± 1,152991. Reddy (2013) em pesquisa cujo objetivo foi de avaliar o

padrão da topografia corneal (anterior e posterior) e a espessura corneal, em

crianças entre 5 a 15 anos encontrou, SimK1 de 44,26(± 1,55) e SimK2 com valores

de 43,56 (±1,57), esses valores se aproximam nas medias com os encontrados no

G1, porém nota-se na análise estatística de nossa pesquisa que não ha diferença

significativa entre os grupos (SimK1 F= 1,1921; Sim K2: F=1,110). Os valores

médios de astigmatismo topográfico corneal (CYL), nesta pesquisa foram: G1 0,909

± 0,330341; G2 0,8035 ± 0,297185; G3 0,8495 ± 0,290652; G4 0,793684 ±

0,286263; G5 0,686316 ± 0,347742, não havendo diferenças estatisticamente

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significativas entre os grupos para esta variavel (F= 1,6756). Gwiazda (2000), em

estudo do grau de astigmatismo em refrações sem cicloplegia de 1.000 crianças

com idade entre 0-6 anos, revelou uma alta incidência de astigmatismo,

especialmente nos primeiros 2 anos de vida. Antes de idade 4 anos e meio, a

maioria dos astigmatismo foi contra a regra, e após essa idade a maioria foi com a

regra. De 19 crianças que não apresentavam astigmatismo no primeiro ano, apenas

um adquiriu por 4 anos. De 29 crianças que tinham grandes quantidades de

astigmatismo no primeiro ano, todas mostraram a eliminação ou uma grande

redução na quantidade do erro cilíndrica por 4 anos. O eixo aos 4-5 anos ainda está

em transição. Estes resultados são relevantes para a etiologia de astigmatismo. O

autor infere que diferenças cilíndricas detectadas precocemente são reduzidas ou

eliminadas durante os primeiros anos de vida. O fato é que o astigmatismo contra a

regra é gradualmente eliminado ou se torna a favor da regra sobre a hipótese que a

pressão da pálpebra diminui com a idade. Grosvenor (2004) encontrou uma

pequena incidência de contra a regra que sugere ser normal, pois a córnea ainda

sofrera modificações, como foi achado nos grupos 1,4 e 5 desta pesquisa. Nota-se

entre os grupos que há uma diminuição nos valores dióptricos do cilindro em relação

a idade: no G1 de 3-4 anos o cyl é de 0,909± 0,330341 e já para o G5 de 7-8 anos

maior idade é de 0,686316 ± 0,347742, característica também descrita em pesquisa

de Harb (2011). Com relação ao tipo do astigmatismo, a grande maioria se

encontrou a favor da regra (com 100% no G3) e predominando também nos outros

grupos, fato evidenciado por Topuz (2004) que cita que indivíduos mais jovens têm

astigmatismo a favor da regra, enquanto os indivíduos mais velhos (adultos)

mostraram uma mudança para obliquo ou contra a regra. Ueno (1995) realizou

topografia corneal em 419 olhos de pacientes normais, sua pesquisa tive como

objetivo avaliar as alterações que o astigmatismo sofre com a idade e concluiu que o

astigmatismo a favor da regra muda para contra a regra com passar dos anos,

enquanto na superfície posterior permanece contra a regra sem sofrer muitas

alterações. Respeito do valor dos eixos mais evidenciados na presente pesquisa

estão entre 167,3846 a 171,1429 graus .

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Figura 1 – Topografia de reflexão em bebe (A) nascimento, (B) 6 meses de idade

A topografia apresenta uma diminuição do poder corneal de 59,9 para 47,3 e do astigmatismo de 8,1 D a 116° para 0,1 D a 5° no meridiano mais curvo. Fonte: Isenberg et al (2004)

Para Collar (2004), valores do índice I-S ≤ 1,4 são consideradas córneas

normais, sendo este, um índice importante no diagnóstico de doenças ectásicas

corneais. Em relação aos dados de valores I-S positivos foram encontrados: G1 0,59

± 0,367942; G2 0,55 ± 0,402317; G3 0,60 ± 0,38216; G4 0,623333 ± 0,416311; G5

0,34 ± 0,282494, para esta pesquisa identificamos que o G5 não condiz com a

média, porém este valor não produz uma diferença significativa. Já em relação aos

valores de I-S negativos foi coletado: G 1 -0,61 ± 0,57709; G 2 -0,35 ± 0,271121; G3

-0,24 ± 0,235284; G4 -0,18125 ± 0,584867; G5 -0,10 ± 0,60828, demonstrando que

a diferença de poder corneal da parte superior e inferior estão dentro dos padrões

normais. Os valores encontrados estiveram abaixo de 1,4, o que sugere córneas

normais. Quanto aos valores positivos e negativos, há uma apresentação maior de

valores positivos em todos os grupos predominando no G1 e G5 com 85%, o que

indica uma área mais curva inferior com respeito à superior da córnea. Os valores

encontrados para o índice Potencial de Acuidade Visual PVA no G1 foi 20/20,5 ±

4,90438; G2 20/16,65 ± 5,060424; G3 20/16,8 ± 4,862315; G4 20/18,25 ± 5,388829

e G5 20/16,05 ± 3,953346, O índice Acuidade Visual Potencial (PVA) indica o

potencial visual levando em consideração somente a superfície da córnea (COLLAR,

2004). Considerando que a amostra era constituída por crianças com defeitos

fisiológicos para a idade, observa-se acuidades visuais dentro do normal levando em

consideração só a topografia corneal. Esta pesquisa não encontrou diferenças

significativas para o PVA entre os grupos (F=2,4285). Os resultados do índice de

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Uniformidade Corneal, CU Index, foram no G1: 91%, G2; 95%, G3: 94%, G4: 91% e

G5: 95%, esses valores também estão dentro da normalidade quando comparados

com Collar (2004) que refere-se a este índice como normal quando os valores são

de 80% a 100% A asfericidade topográfica corneal (Q) encontrada nesta pesquisa

apresentou os seguintes resultados: G 1 -0,541 ± 0,392239; G2 -0,5825 ± 0,344393;

G3 -0,3885 ± 0,269156; G4 -0,4714 ± 0,387669; G5 -0,41842 ± 0,234811. De acordo

com Harb (2011), o padrão normal de asfericidade se encontra em -0,26 ± 0,8,

enquanto que para Davis (2005), que utilizou dados topográficos em 643 crianças

com idades entre 6 e 15 anos, a média de asfericidade (Q) da população foi de -

0,346, estando estes valores semelhantes aos encontrados na pesquisa. O autor

concluiu que a Q na amostra apresenta uma córnea mais prolata em comparação

com estudos realizados em adultos. Em relação aos grupos na presente pesquisa,

não tiveram mudanças estatisticamente significativas para o índice Q (F=1,235892),

provavelmente por serem defeitos refrativos fisiológicos. Em estudo realizado por

Benes (2013), a excentricidade corneal (e) em pacientes emétropes adultos se

encontra em 0,36 ± 0,22. Nesta pesquisa os dados coletados foram: G1 0,7075 ±

0,130177; G2 0,6425 ± 0,128304; G3 0,5925 ± 0,097973; G4 0,571 ± 0,110972; G5

0,5965 ± 0,13196. Os valores de excentricidade corneal encontrados em crianças

foram maiores que os vistos na literatura; observa-se uma diminuição destes valores

com o passar da idade, devido ao fato de que na primeira idade a hipermetropia

fisiológica tende a ser maior deixando a córnea mais curva, logo apresenta uma

excentricidade maior, com o passar da idade diminui a hipermetropia e a

excentricidade. Pode-se observar que pelos achados de excentricidade e

asfericidade todos os grupos apresentam forma prolada.

Com relação ao padrão topográfico, Bogan (1990 apud READ, 2006)

identificou um percentual maior de padrão bow tie assimétrico com 32% do total, o

padrão circular 22%; já Harb (2011) encontrou como predominante em sua

pesquisas os padrões bow tie assimétrico com 32% e oval com 21-25%. Com

relação a esta pesquisa, houve incidência maior de padrão circular com 40% no G1,

predominando também nos outros grupos, seguido de bow tie assimétrico, fato

relacionado ao valor dióptrico dos astigmatismos corneias estudados serem baixos.

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5 CONCLUSÃO

Com o término desta pesquisa foi possível demostrar a efetividade do

topógrafo no estudo das características corneais, visto que se podem comparar

vários dados contendo informações de toda a superfície anterior da córnea; também

foi possível compreender e comparar córneas de crianças, cujos estudos ainda são

bem restritos.

O objetivo de comparar as características topográficas corneais de crianças

de 3 aos 8 de idade demonstrou que a curvatura central da córnea (K) apresenta

valores mais acentuados no grupo 1 em relação aos demais grupos o que sugere

que crianças ainda no período de emetropização podem sofrer mudanças nessa

característica topográfica corneal. Com relação à ceratometria simulada SimK 1 e

SimK 2 foi constatado um leve aplanamento ao longo do desenvolvimento da faixa

etária, porém sem significância estatística para os grupos entre si. Para o valor

dióptrico do astigmatismo (CYL), mesmo não havendo diferenças estatisticamente

significativas, nota-se entre os grupos que há uma diminuição nos valores dióptricos

em relação à idade , conforme o aumento da faixa etária, a grande maioria dos eixos

foram a favor da regra, embora tendo sido observados alguns contra a regra, como

foi achado nos grupos 1,4 e 5 , sendo que a literatura explica ser normal encontrar

astigmatismo contra a regra em menor idade, pois a córnea ainda sofrerá

modificações. O índice de Uniformidade Corneal se apresentou normal em todos os

grupos (maior que 80%) e sem diferenças estatisticamente significativas entre eles;

pode-se concluir que as córneas não são 100% uniformes mesmo sendo normais

para as diferentes faixas etárias, como é evidenciado também na literatura. Com

relação ao índice I-S constatou-se que na maioria foram encontrados valores

positivos mostrando assim que comparando área inferior com superior,

independente da idade, é mais acentuada na região inferior, porém também foram

encontrados valores negativos, todas a córneas apresentaram este índice dentro do

normal e sem mudanças estatisticamente relevantes em relação as idades. Com

relação à asfericidade corneal, as médias foram consideradas estatisticamente

iguais em relação aos grupos estudados, assim como a excentricidade, sendo que

apenas o G1 se mostrou diferente das demais; isso deve-se ao fato de serem

crianças com idade menor e apresentarem hipermetropia fisiológica, com o aumento

da idade há um aplanamento da córnea e por consequência uma diminuição da

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excentricidade. É evidente também pelos valores de asfericidade e excentricidade

que as córneas têm forma prolada em todos os grupos fato esperado para córneas

não ectásicas. Analisando as córneas qualitativamente, constatou-se diferença na

forma dos padrões topográficos corneais em relação à literatura pesquisada, que

sugere que o padrão mais comum é bow tie assimétrico, porém características

relacionadas a adultos. Esta pesquisa sugere uma maior incidencia do padrão

circular na maioria dos grupos, isso se deve ao valor dióptrico do astigmatismo

corneal ser baixo, e o fato da pesquisa ser realizada em olhos emétropes ou com

ametropias fisiológicas.

É evidente que conhecendo as características topográficas quantitativas e

qualitativas normais nas faixas estudadas e seu desenvolvimento através da idade,

se podem estabelecer pequenas mudanças, que fariam diagnóstico de anomalias na

córnea em crianças, deste modo se percebe a relevância do presente trabalho.

REFERÊNCIAS

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ATENDIMENTOS DE SAÚDE MENTAL INFANTIL NO SERVIÇO PÚBLICO DE

SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE

Cledir Miguel Raissa11 Naira Luty Sprotte12

Adriana Moro Wieczorkievicz13 Luciana Maria Mazon14

RESUMO

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se constitui em um problema neurobiológico de etiologia multifatorial e complexa, que surge na infância. A atenção voltada à saúde mental de crianças e adolescentes e seu reconhecimento como uma questão de saúde é recente e tem sido considerada como um dos principais desafios da Reforma Psiquiátrica brasileira. O objetivo deste estudo foi caracterizar os atendimentos no serviço público de saúde de crianças e adolescentes diagnosticados com transtorno mental com ênfase no de déficit de atenção e hiperatividade. Tratou-se de uma pesquisa documental a 15.000 prontuários, dos quais 305 prontuários foram selecionados, e desses 116 com diagnósticos médicos de TDAH ou transtorno neurocomportamental com sintomatologia semelhante descritos em TDAH. A coleta de dados ocorreu no período de 2013/2º à 2014/ 2º semestre. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e correlações. Os resultados demonstraram que a média de idade em que foi realizado o primeiro diagnóstico de desordem relacionada à saúde mental foi aos 8 anos com idade mínima de 1 e máxima de 16 anos. Em relação ao gênero, o grupo prevalente foi de meninos (74,1%) e os principais diagnósticos foram TDAH (30,8%), transtorno do aprendizado (13,4%) e transtorno de ansiedade (6,2%), transtorno desafiante opositor (4,9%). Em relação às medicações, as mais utilizadas foram Tofranil e/ou imipramina (36,2%) e a Ritalina (34,5%). Não foi observado no estudo melhora do comportamento e desempenho escolar de crianças e adolescentes com auxílio de segundo professor. Estudos como este ampliam as discussões sobre as características de crianças e adolescentes com TDAH permitindo qualificar o atendimento da saúde mental infantil.

Palavras-Chave: Enfermagem. TDAH. Saúde mental. Psiquiatria. Criança.

11

Graduação em Enfermagem, Universidade do Contestado- Mafra/SC, Avenida Presidente Nereu Ramos, 1071 - Jardim dos Moinhos, Mafra - SC, 89300-000. E-mail: [email protected]

12Graduação em Enfermagem, Universidade do Contestado- Mafra/SC, Avenida Presidente Nereu Ramos, 1071 - Jardim dos Moinhos, Mafra - SC, 89300-000. E-mail: [email protected]

13Doutoranda em Políticas Públicas/UFPR, docente da Universidade do Contestado Mafra, Avenida Presidente Nereu Ramos, 1071 - Jardim dos Moinhos, Mafra - SC, 89300-000. E-mail: [email protected]

14Doutoranda em Saúde Coletiva/UFSC, docente da Universidade do Contestado Mafra, Avenida Presidente Nereu Ramos, 1071 - Jardim dos Moinhos, Mafra - SC, 89300-000. E-mail: [email protected]

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ABSTRACT

The Attention Deficit Disorder and Hyperactivity Disorder (ADHD) constitutes a neurobiological problem of multifactorial and complex etiology, which appears in childhood. The attention focused on the mental health of children and adolescents and its recognition as a health issue is recent and has been regarded as one of the main challenges of the Brazilian Psychiatric Reform. The aim of this study was to characterize the appointments in the public service of health of children and adolescents diagnosed with mental disorders with emphasis on attention deficit hyperactivity disorder . This was a documentary research to 15,000 records , of which 305 records were selected , and these 116 with medical diagnosis of ADHD or neurobehavioral disorder with similar symptoms described in ADHD. Data collection occurred from 2013 July and 2014 july. Data analysis was performed using descriptive statistics and correlations. The results showed that the average age in which we performed the first diagnosis of disorder related to mental health was at 8 years old with a minimum of 1 and maximum of 16 years. Regarding gender, the prevalent group was boys (74.1%) and the main diagnoses were ADHD (30.8%), learning disorder (13.4%), anxiety disorders (6.2%), oppositional defiant disorder (4.9%). With regard to medications used were the most Tofranil and / or imipramine (36.2%) and Ritalin (34.5%). There was no improvement in the study of behavior and school performance of children and adolescents with second teacher aid. Studies like this broaden discussions about the characteristics of children and adolescents with ADHD allowing qualify the care of child mental health.

Keywords: Nursing. ADHD. Mental health. Psychiatry. Child.

1 INTRODUÇÃO

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sua etiologia

indefinida, mas acredita-se ser de origem multifatorial e complexa, que envolve

muitos fatores, sendo o mais destacado o da herança genética1.

É importante que a persistência dos sintomas em vários locais e ao longo do

tempo seja avaliada. Os sintomas de desatenção, hiperatividade, impulsividade

precisam ocorrer em vários ambientes da vida da criança e manterem-se constantes

ao longo do período avaliado. Sintomas que ocorrem apenas em casa ou somente

na escola devem alertar o clínico para a possibilidade de que a desatenção, a

hiperatividade ou a impulsividade possam ser apenas sintomas de uma situação

familiar caótica ou de um sistema de ensino inadequado. Da mesma forma,

flutuações de sintomatologia com períodos assintomáticos não são características

do TDAH. Por isso diagnosticar o TDAH, requer experiência e maturidade pelo fato

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do diagnóstico ser essencialmente clínico e o tratamento envolve diversos aspectos

que são complementares2.

Atualmente não é difícil encontrar, em qualquer meio de comunicação (mídia,

internet, literatura leiga), comentários e opiniões acerca da inexistência do transtorno

de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Comentam que o transtorno é uma

“invenção da indústria farmacêutica para comercializar medicamentos” ou que o

transtorno é uma maneira de medicalizar comportamentos dito “culturalmente

inaceitáveis”. Essas afirmações, sem nenhuma comprovação científica, são tomadas

como verdades. Além do público leigo, atinge também profissionais que lidam com

possíveis pacientes, seja direto ou indiretamente3.

Um estudo realizado por Gomes et al4 constatou que da população

pesquisada, 91% dos respondentes quando questionadas se já tinham ouvido falar

sobre o TDAH, relataram que não. Ainda neste mesmo estudo, as fontes de

informação para estas pessoas foram TV (33%), jornal (25%), revistas (24%), por

meio de amigos / parentes (18%) e os médicos (10%).

Assuntos relacionados a saúde vem sendo veiculados pela mídia, até certo

ponto de maneira não esclarecedora, criando um “alerta” para todos (algumas vezes

são até sensacionalistas). Apenas induzem a reconhecerem os sinais de doença

para manter uma vida saudável e sob essa perspectiva os pais procuram o

profissional para resolver os problemas dos filhos. São informações subjetivas que

devem ser tratadas com cautela, até porque nenhuma delas vem a confirmar um

determinado problema ou transtorno, por exemplo, estado de contemplação e

devaneio são rotulados de déficit de atenção, indisciplina passa ser sinal de

hiperatividade, tristeza se transforma em depressão, pirraça é diagnosticada como

se fosse TDO (transtorno desafiador opositivo)5.

Os desconhecimentos em inúmeros aspectos do TDAH são altos, sendo

cercados de diversos mitos e conceitos errôneos mesmo entre profissionais que já

lidam com ele diretamente6.

Assim como os profissionais médicos, apesar das ações do Programa Saúde

na Escola e o acompanhamento infantil em nível de atenção básica, a enfermagem

também apresenta dificuldades na identificação, nas orientações aos pais e

professores e encaminhamento de crianças ou adolescentes com transtornos

possivelmente relacionados com a saúde mental. São escassas as pesquisas em

saúde mental realizadas por enfermeiros. Desta forma questiona-se: Quais as

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características dos atendimentos no serviço público de saúde de crianças e

adolescentes diagnosticados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade?

Alguns autores6-7 constataram em seus estudos que muitos médicos que

atuam em cuidados primários encontram dificuldades manejo do TDAH, e que

muitos deles receberam pouco ou nenhum treinamento em psiquiatria infantil na sua

formação, sendo este um fator de risco, já que também a enfermagem é pouco

atuante na área.

São escassas as pesquisas em enfermagem em saúde mental,

principalmente quando refere-se ao TDAH. Assim, conhecendo o perfil das crianças

e adolescentes com transtorno de déficit de atenção a nível municipal, a

enfermagem poderá otimizar suas ações junto a equipe multidisciplinar de saúde

mental na atenção básica.

O objetivo do estudo foi caracterizar os atendimentos no serviço público de

saúde de crianças e adolescentes diagnosticados com transtorno de déficit de

atenção e hiperatividade.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

O universo de pesquisa foi a Instituição denominada Núcleo Materno Infantil

onde são atendidas as crianças e adolescentes que necessitam de atendimento

especializado em saúde mental no município de Mafra/SC.

Foram avaliados 15.000 prontuários, todavia, a amostra foi composta por

100% das fichas (prontuários) disponíveis na instituição que estavam em tratamento

no momento da coleta. Também como critério de inclusão tivemos todas as fichas

encontradas na instituição, independente do ano de início do tratamento, mas que

no momento do primeiro atendimento a criança ou o adolescente tivesse entre 00 à

17 anos, 11 meses e 29 dias, resultando em 305 prontuários com algum diagnóstico

de patologia mental e 116 com TDAH ou afins.

A coleta de dados ocorreu no período de 2013/2º à 2014/2º semestre. Foi

sistematizada por meio de um check-list como guia para responder ao problema de

pesquisa. Em seguida os dados foram digitados no programa SPSS 21.

A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e

correlações.

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A discussão dos dados foi realizada baseada a luz do referencial teórico e das

recomendações da sociedade brasileira de pediatria e Organização Mundial da

Saúde.

3 RESULTADOS

Na análise de aproximadamente 15.000 prontuários de crianças e

adolescentes em acompanhamento neuropediátrico, foram encontrados 305

prontuários que apresentam diagnósticos médicos de TDAH ou transtorno

neurocomportamental com sintomatologia semelhante descritos em TDAH, em

acompanhamento no período da pesquisa.

Ao analisar os prontuários, em relação a idade atual dos clientes, a média foi

de 10 anos com mínimo de 2 e máxima de 17 anos. A média de idade em que foi

realizado o primeiro diagnóstico de desordem relacionada à saúde mental foi aos 8

anos com idade mínima de 1 e máxima de 16 anos com desvio padrão 2,94. Na

tabela 1 estão apresentados os diagnósticos das crianças e adolescentes que

tiveram seus prontuários avaliados.

Tabela 1 – Dados relacionados ao sexo e diagnóstico das crianças e adolescentes atendidos pelo serviço público de saúde mental no município de Mafra/SC. Brasil, 2015.

Variáveis n %

Sexo Masculino 226 74,1 Feminino 79 25,9

Diagnósticos principais Transtorno Desafiante Opositor 15 4,9 Autismo 7 2,3 Transtorno do Déficit de atenção e hiperatividade 94 30,8 Transtorno de Ansiedade 19 6,2 Retardo Cognitivo 9 3,0 Transtorno Psicoafetivo 15 4,9 Transtorno Depressivo 16 5,2 Transtorno do Comportamento 5 1,6 Transtorno Obsessivo Compulsivo 3 1,0 Atraso do DNPM 10 3,3 Transtorno do aprendizado 41 13,4 Déficit de Atenção 10 3,3 Agitação Psicomotora 10 3,3 Hiperatividade 3 0,9 Transtorno do Humor 2 0,6 Transtorno de Conduta 6 1,9 Outros 40 13,1 Total 305 100

Fonte: Dados da pesquisa 2015

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Observa-se na tabela 1 que em relação ao gênero, o grupo prevalente foi de

meninos (74,1%) e os principais diagnósticos foram transtorno do déficit de atenção

e hiperatividade (30,8%), transtorno do aprendizado (13,4%), transtorno de

ansiedade (6,2%), transtorno desafiante opositor (4,9%), déficit de atenção (3,3%) e

agitação psicomotora (3,3%).

No que se refere à associação entre a polifármacos e os diagnósticos de

transtornos, observa-se não haver correlação estatística (p=429).

Na tabela 2 estão descritas as principais formas pelas quais as crianças e

adolescentes foram encaminhadas ao serviço de saúde, assim como, os

profissionais que fazem o acompanhamento interdisciplinar da condição clinica.

Tabela 2 – Formas de encaminhamento e acompanhamento das crianças e adolescentes atendidos pelo serviço público de saúde mental no município de Mafra/SC. Brasil, 2015.

Variável n %

Encaminhamento Mãe/ Pai 87 28,5 Enfermagem 31 10,2 Pedagogo/ Professor/ Psicopedagogo/ Escola 94 30,8 Médico 19 6,2 Psicologo 9 3,0 Fonoaudiologo 4 1,3 Outros 5 1,5 Não consta 56 18,4 Total 305 100 Acompanhamento n % Neuropediatra 127 41,6 Neuropediatra e fonoaudiólogo 17 5,6 Neuropediatra e psicólogo 88 28,9 Neuropediatra, psicólogo e psicopedagogo 6 2,0 Neuropediatra e psicopedagogo 8 2,6 Neuropediatra, psicólogo e fonoaudiólogo 13 4,3 Neuropediatra e outros 6 2,0 Neuropediatra e psicoterapeuta 1 0,3 Neuropediatra, psicopedagogo e fonoaudiólogo 1 0,3 Neuropediatra e Parapsicologo 1 0,3 Não consta 31 10,2 Total 305 100

Fonte: Dados da pesquisa 2015

Na tabela 2, verifica-se que o encaminhamento, na sua maior parte ocorreu

pelos pais (28,5%) e pela enfermagem (10,2%), já aqueles que foram encaminhados

pelo pedagogo, professor, psicopedagogo, e escola somaram 30,8%.

Em relação ao acompanhamento, aqueles que eram acompanhados somente

por neuropediatra correspondem a 41,6%.

Na tabela 3, estão apresentados os diagnósticos das crianças e adolescentes

por sexo. Os dados demonstram que o sexo é um fator associado ao

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desenvolvimento dos distúrbios comportamentais listados na tabela 3 (p= 0,015 em

teste de qui quadrado), sendo prevalente no sexo masculino.

Tabela 3 – Principais diagnósticos de crianças e adolescentes relacionando o diagnóstico com o gênero, atendidos pelo serviço público de saúde mental no município de Mafra/SC. Brasil, 2015.

Diagnóstico Principal

sexo Total Masculino Feminino

n % n % n

Transtorno Desafiante opositivo 13 5,76 2 2,53 15

Autismo 6 2,66 1 1,26 7

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade 75 33,19 19 24,06 94

Transtorno de Ansiedade 8 3,54 11 13,93 19

Retardo Cognitivo 5 2,21 4 5,06 9

Transtorno Psicoafetivo 11 4,87 4 5,06 15

Transtorno Depressivo 7 3,10 9 11,40 16

Transtorno de Comportamento 4 1,76 1 1,26 5

Transtorno Obsessivo Compulsivo 3 1,32 0 0 3

Atraso no DNPM 8 3,54 2 2,53 10

Transtorno no Aprendizado 28 12,39 13 16,46 41

Déficit de Atenção 8 3,54 2 2,53 10

Agitação psicomotora 10 4,43 0 0 10

Hiperatividade 3 1,32 0 0 3

Transtorno de Humor 1 0,44 1 1,26 2

Transtorno de Conduta 5 2,21 1 1,26 6

Outros 31 13,72 9 11,40 40

Total 226 100 79 100 305

Fonte: Dados da pesquisa 2015

Dos 305 prontuários analisados, 116 foram selecionados pelo diagnóstico

primário de TDAH, agitação psicomotora, hiperatividade e déficit de atenção, objetos

fim desta pesquisa.

Na tabela 4, são descritas as características das crianças e adolescentes com

estes distúrbios.

Tabela 4 – Distribuição das crianças diagnosticadas com TDAH, déficit de atenção, agitação psicomotora e hiperatividade, de acordo com a presença de comorbidades e utilização de medicamentos primários, do município de Mafra/SC, 2015.

Variável n %

Comorbidade Sim 25 31,9 Não 34 21,6 Indeterminado 57 46,6 TOTAL 116 100 Medicamentos primários Tofranil (imipramina) 42 36,2 Risperidona 8 6,9 Ritalina 40 34,5 Sertralina 2 1,7 Amitriptilina 3 2,6 Outros 7 6,0 Sem medicação 14 12,1 Total 116 100

Fonte: Dados da pesquisa 2015

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Em relação ao sexo, não há correlação estatisticamente significativa entre o

sexo e o desenvolvimento do TDAH, déficit de atenção, agitação psicomotora e

hiperatividade. Dos 116 selecionados, a prevalência destes agravos foi de 81% para

o TDAH, 8,6% déficit de atenção, 7,8% agitação psicomotora e 2,6% hiperatividade.

Quanto às comorbidades, 46,6% dos prontuários analisados não

apresentavam comorbidades definidas.

Para melhor análise, foi realizado um teste de qui-quadrado dos dados

obtidos sobre polifarmacologia (tabela 4) e com os 116 diagnósticos de TDAH, déficit

de atenção, agitação psicomotora e hiperatividade, a correlação foi insignificante

estaticamente (p>0,05).

Em relação às medicações, as mais utilizadas foram Tofranil (imipramina)

(36,2%) e a Ritalina (34,5%). Dos 116 clientes, 12,1% não fazem uso de qualquer

medicamento para tratamento do TDAH.

Ao ser analisada a melhora do comportamento e desempenho escolar e o

acompanhamento de crianças e adolescentes na escola por segundo professor,

verificou-se não haver correlação estatisticamente significativa (p=085).

4 DISCUSSÃO

Entre os 305 prontuários de crianças e adolescentes que apresentam

descrições de diagnóstico semelhante ao TDAH, este estudo demonstrou que a

média de idade foi semelhante a encontrada na literatura, de 8 anos de idade.

Segundo Shayer, et al8 é no período escolar que se dá inicio por volta dos 6 anos de

idade, até o inicio da adolescência, período no qual há maior possibilidade de que o

TDAH comece a ganhar expressão mais definida, isso se dá pelo fato da criança

começar interagir em outros ambientes além do familiar. Os sintomas não se

restringem somente na infância, alguns estudos realizados demonstram que em

cerca de 70% dos sintomas persistem durante a adolescência e pelo menos em 50%

na vida adulta.

Em vários locais do Brasil os pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção

e Hiperatividade são atendidos em Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS

i), mas este tipo de estabelecimento precisa de um quantitativo populacional de

70.000 a 200.000 habitantes ou mais, mas esta não é a realidade do município que

serviu de universo para este estudo. Assim, o serviço especializado de atendimento

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em pediatria está sendo a porta de entrada para avaliação e tratamento dos

transtornos mentais de crianças com problemas de escolarização, encaminhadas

das escolas e outras demandas específicas, podendo ser observado 94

encaminhamentos (30,8%).

Para Eidt e Tuleski9 os centros educacionais deveriam ser os principais

responsáveis pelos encaminhamentos e não os professores diretamente, já que é na

idade escolar que são percebidos os sintomas do TDAH. Neste estudo foi verificado

que 30,8% dos encaminhamentos são realizados pelos profissionais da educação,

seguidos pelos pais e profissionais da enfermagem.

Constatou-se que entre os meninos prevaleceu problemas com sintomas

externalizantes como transtorno desafiante opositor (5,76%) e transtorno de conduta

(2,21%), enquanto as meninas apresentaram 2,53% e 1,26% respectivamente. No

gênero feminino, o transtorno de ansiedade (de diversas formas) resultou em

13,93%, já em meninos foi de 3,54%. E referindo ao transtorno depressivo, a taxa

em meninas foi de 11,40% contra 3,10% dos meninos. Com os dados deste estudo

foi possível verificar que o sexo é um fator que associou ao desenvolvimento dos

distúrbios comportamentais (listados na tabela 3), com correlação estaticamente

significativa (p= 0,015 em teste de qui-quadrado), prevalecendo no sexo masculino.

Papalia& Olds10 concluíram que na população feminina predomina

sintomatologia decorrente de fatores estressores, mostrando que as meninas

buscam adequar-se à nova situação ambiental, através de seu sintoma. Os meninos

basicamente manifestaram uma sintomatologia na conduta, indicando o uso do

corpo e da via motora como descarga de tensão.

Para alguns autores, é bastante elevada a frequência de comorbidades no

TDAH, alguns estudos apontam a ansiedade (18 a 29%), a depressão (8 a 20%), o

transtorno desafiador de oposição e transtorno de conduta (7 a 43%) e entre

outros11. Entre os jovens as mais comuns são o transtorno desafiador de oposição e

os transtornos de conduta, de ansiedade12 e do humor13. No presente estudo não foi

possível analisar a frequência de comorbidades, pois 46,6% dos prontuários

analisados não constavam comorbidades definidas.

Gattás, et al.14 relatam que o tratamento psicoeducacional se faz efetivo como

abordagem complementar no tratamento do TDAH, porém neste estudo não há

evidencias que houve melhora significativa em relação ao acompanhamento

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multiprofissional, contudo há grande percentual de pacientes que fazem

acompanhamento com psicoterapeuta (29,1%) e com segundo professor (32,7%).

Neste estudo foi constatado que os medicamentos mais prescritos foram

Imipramina e ritalina, 36,2 e 34,5% respectivamente, entre os clientes

diagnosticados com TDAH, déficit de atenção, agitação psicotomora e

hiperatividade. Em relação aos medicamentos, os estimulantes como o cloridrato de

metilfenidato (Ritalina), é um dos mais comumente prescritos. Foi conduzido mais de

200 ensaios clínicos utilizando metilfenidato15, e o mesmo se tornou, a partir desses

resultados, a medicação escolhida para tratamento de TDAH14. Podendo ser inferido

um possível conflito de interesses.

O metilfenidato e a atomoxetina, ambos foram reconhecidos recentemente

pela Academia Norte-Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência como

tratamento de primeira escolha para tratar o TDAH16. A atomoxetina (nome

comercial Strattera) não é comercializada no Brasil (importada), e, portanto não foi

constada em nenhum dos prontuários analisados.

Em um estudo realizado por Segatto et al citado por Eidt e Tuleski9, encontra-

se que a venda de Ritalina no Brasil nos últimos 5 anos triplicou, subindo de 356.925

caixas comercializadas em 2002 para 1.042.480 caixas em 2006 e os usos de

outros medicamentos também vem sendo cada vez mais disseminado em crianças

com TDAH, relatando que um estudo realizado na Argentina, confere que

aproximadamente 200 mil crianças vão medicamentadas à escola.

Verificado neste estudo que imipramina – trata-se de um antidepressivo –, foi

o medicamento mais prescrito à clientela (36,2%) do que a Ritalina (34,5%), primeira

opção para tratamento do TDAH. Algumas literaturas dizem que antidepressivos

tricíclicos se indica quando não houver resposta aos medicamentos anteriores ou na

presença de depressão, enurese e tiques. O mais utilizado é a imipramina17. Na

existência de outros problemas associados, tais como depressão e ansiedade, o

médico poderá optar pela utilização de algum medicamento específico para

comorbidades, e depois prescrever estimulante18.

Uma análise promovida por Migueloti19 acerca da influência da indústria de

fármacos na produção de pesquisas na área de saúde com objetivo de testar

medicamentos novos, tal patrocínio trata-se de uma estratégia, pois, em primeiro

lugar, está visando a obtenção de lucros e não necessariamente estejam

preocupados com a saúde e segurança de quem vier a consumir.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O TDAH ainda é um estigma para a grande maioria das pessoas, inclusive

para profissionais da saúde, em decorrência de escassas pesquisas e difícil manejo

clínico.

Observa-se que as crianças e adolescentes estão recebendo precocemente

os diagnósticos de diferentes transtornos mentais, porém a média de idade é

compatível a encontrada na literatura. Em relação à procura pelos serviços de

referência para saúde mental, nota-se que ela ocorre em muitos casos

espontaneamente por pais e familiares, sem encaminhamento médico ou de outro

profissional de saúde.

O presente estudo demonstrou que, apesar da medicalização da infância,

poucos foram os casos analisados do uso de polifármacos. Além disso, o

profissional médico procura atender as necessidades sociais, realizando

adicionalmente a prescrição de medicamentos, o encaminhamento à profissionais de

outras áreas disponíveis no serviço público de saúde do município.

Outra consideração importante a ser feita é que o município estudado não

conta com Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS i), com isso, o serviço

especializado de atendimento em pediatria está sendo a porta de entrada para

avaliar e tratar os transtornos mentais de crianças com problemas escolares,

encaminhadas das escolas. Reitera-se que é de responsabilidade principal dos

centros educacionais os encaminhamentos, pois na idade escolar são observados

os sintomas do TDAH.

Os problemas com sintomas externalizantes como transtorno desafiante

opositor e transtorno de conduta, têm maior prevalência entre crianças e

adolescentes do sexo masculino. Nas meninas prevalecem problemas com sintomas

internalizantes como transtorno de ansiedade e depressivo, ambos nas diversas

formas, concordando com os achados na literatura.

Para alguns autores é elevada a frequência de comorbidades no TDAH, mas

neste estudo isto não foi possível verificar pois 46,6% dos prontuários analisados

estavam sem comorbidades definidas.

Os medicamentos mais prescritos foram Imipramina e ritalina para os clientes

diagnosticados com TDAH, déficit de atenção, agitação psicotomora e

hiperatividade. O metilfenidato é o medicamento de primeira opção para tratar o

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TDAH, e a imipramina é prescrita quando não houver resposta aos medicamentos

anteriores ou na presença de comorbidades. Se houver outros problemas

associados, o médico poderá receitar medicamento especifico para determinada

comorbidades, e posteriormente prescrever estimulante.

Por fim o estudo abre varias portas para outras pesquisas que também

procurem analisar o serviço de saúde com o objetivo de melhorar os atendimentos

oferecendo um entendimento para a melhor qualidade de vida das diversas

populações, inclusive das crianças e adolescentes.

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breve história do conceito. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 13-21.

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atenção/hiperatividade no Brasil. J braspsiquiatr, v. 56, n. 2, p. 94-101, 2007. 5. DECOTELLI, Kely Magalhães; BOHRE, Luiz Carlos Teixeira; BICALHO, Pedro

Paulo Gastalho de. A droga da obediência: medicalização, infância e biopoder: notas sobre clínica e política. Psicol. cienc. prof. v. 33, n. 2, p. 446-459. 2013. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932013000200014>.

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déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Revista Médica de Minas Gerais - RMMG, América do Norte, 2115 05 2012.

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atenção/hiperatividade, comorbidades e situações de risco. J. Pediatr. (Rio J.) v. 89, n. 2, p. 124-130, 2013. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/ j.jped.2013.03.015>.

8. SHAYER, Beatriz Pires Martins; DURÁN, Paula Alves Braga; FIGUEIREDO,

Talita Villanova; SILVA, Elaine Leme da; ROSÁRIO, Maria Conceição do. Curso e prognóstico. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 251-256.

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9. EIDT, Nadia Mara; TULESKI, Silvana Calvo. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e psicologia histórico-cultural. Caderno de Pesquisa, Maringa, v. 40, p. 121-146, fev. 2010.

10. MIRANDA, Christiane Albuquerque de; TARASCONI, Carla Ventura; SCORTEGAGNA, Silvana Alba. Estudo epidêmico dos transtornos mentais. Aval. psicol. v. 7, n. 2, p. 249-257, 2008.

11. BAUERMEISTER et al. 2007; RUDCKLIDGE; TANNOCK, 2001; LEVY et al.,

2005; NOVIK et al., 2006; BIEDERMAN et al., 2006; DISNEY et al., 1999 apud GOBBO, Maria Angela; LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH e gênero. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 226-245.

12. SPENCER, 2006 apud NAKAMURA, Lídia; REVELES, Leandro Thadeu Garcia;

ANDRADE, Ênio Roberto de. Comorbidade e diagnóstico diferencial, criança e adolescente. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 173-174.

13. BIEDERMAN et al., 2008 apud NAKAMURA, Lídia; REVELES, Leandro Thadeu

Garcia; ANDRADE, Ênio Roberto de. Comorbidade e diagnóstico diferencial, criança e adolescente. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 173-174.

14. GATTÁS, Ivete Gianfaldoni; NUNES, Ana Paola Robatto; REIS, Aline Tavares;

SANTOS, Samantha Nunes; ROSÁRIO, Maria Conceição do. Tratamento farmacológico, criança e adolescente. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 275-292.

15. CONNOR, 2006 apudGATTÁS, Ivete Gianfaldoni; NUNES, Ana Paola Robatto;

REIS, Aline Tavares; SANTOS, Samantha Nunes; ROSÁRIO, Maria Conceição do. Tratamento farmacológico, criança e adolescente. In: LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues. TDAH ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 275-292.

16. GREVET, Eugenio Horacio; ROHDE, Luís Augusto. Diretrizes e algoritmo para o

tratamento do transtorno de déficit de atenção / hiperatividade na infância, adolescência e idade adulta. Psicofármacos: Consulta rápida; Porto Alegre, Artmed, 2005, p. 375.

17. BREINIS, Paulo. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em Pediatria.

Pediatria Moderna, v. 42, n. 1, jan./fev. 2006. 18. MATTOS, Paulo. No mundo da lua: transtorno do déficit de atenção com

hiperatividade. São Paulo: Editora ABDA, 2013. 19. MIGUELOTI, 2008 apud DA SILVA ARANTES PEREIRA, Isabella; CASSIANO

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ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO PARA PROTEÇÃO

CONTRA RAIOS (DESCARGAS ATMOSFÉRICAS) EM APARELHOS

ELETRÔNICOS, ELETRODOMÉSTICOS E TELEFÔNICOS EM RESIDÊNCIAS15

Leandro Gevehr16 Herculano de Biasi17

RESUMO

Este projeto de pesquisa objetivou projetar e construir um protótipo de um dispositivo de proteção contra raios (descargas atmosféricas) em aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos e telefônicos em residências para que cada proprietário de residência possa do seu trabalho ou de qualquer outro lugar, desligar a rede elétrica e telefônica da sua residência remotamente sem ter que se deslocar até o local para retirar os aparelhos das tomadas evitando que eles sejam danificados devido a uma tempestade.

Palavras-Chave: Proteção contra descargas atmosféricas (raios). Automação residencial. Controle remoto de aparelhos domésticos.

ABSTRACT

This paper describes the development of a device aimed to protect domestic appliances, including telephones against discharges caused by lightning bolts preventing them from being damaged due to storms. It is possible to operate the security device remotely via SMS, which means that there is no need to travel to his home to remove the devices from outlets. Once activated the security device disconnect the domestic appliances from the power.

Keywords: Protection against lightning. Home automation. Remote control of domestic appliances.

15

Os pesquisadores agradecem ao Governo do Estado por, através do Fundo do Art. 170-CE/SC, fornecer os recursos que possibilitaram o desenvolvimento deste projeto de pesquisa.

16Pesquisador bolsista, Universidade do Contestado (UnC) – Engenharia de Controle e Automação – Av. Leoberto Leal, 1904, Bairro Universitário – Curitibanos/SC – CEP: 89.520-000. E-mail: [email protected].

17Orientador, Universidade do Contestado (UnC) – Engenharia de Controle e Automação – Curitibanos/SC. E-mail: [email protected].

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INTRODUÇÃO

Um estudo do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais (INPE) feito em 2007 mostrou que os raios causam um

prejuízo anual de 1 bilhão de dólares (INPE, 2007).

Os prejuízos causados em equipamentos domésticos motivaram o

desenvolvimento deste projeto, que objetiva estudar, projetar e construir um

protótipo de proteção contra raios (descargas atmosféricas) em aparelhos

eletrônicos, eletrodomésticos e telefônicos em residências utilizando um sistema

capaz de acessar remotamente via GPRS (Serviço de Rádio de Pacote Geral18) uma

residência utilizando um sistema integrado de hardware e software capaz de desligar

tanto sua rede elétrica quanto sua rede telefônica no mesmo momento. Após

realizado o acionamento remoto, o sistema instalado na residência inibe qualquer

aparelho eletrônico, de informática, eletrodoméstico ou telefônico de receber uma

descarga atmosférica, que danifique ou queime qualquer um dos componentes.

Outro requisito deste projeto é que ele deverá funcionar com baixo custo em

equipamentos convencionais já presentes. Componentes de hardware de baixo

custo, como servo motores, pontes H e placas de controle Arduino são facilmente

adquiríveis.

Este projeto trata de um protótipo inovador, não sendo de conhecimento dos

autores nenhum equipamento similar até o momento. Para sua confecção foram

utilizados conceitos adquiridos durante o processo de pesquisa para criar um

dispositivo que funcionasse baseado no princípio da redução do distanciamento dos

polos condutores entre o aterramento, utilizando para isso hastes cilíndricas de aço.

Nestas hastes fixas foi desenvolvido um mecanismo mecânico de elevação que

pudesse realizar a conexão e desconexão do sistema, e que também pudesse ser

acionado remotamente.

18

Mensagens SMS normalmente realizadas por aparelhos de telefonia celular.

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MATERIAIS E MÉTODOS

DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

O projeto iniciou com uma pesquisa tanto bibliográfica quanto de campo

relacionada a métodos e sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (raios)

juntamente com prejuízos causados a toda população. Várias pesquisas foram

realizadas no início do desenvolvimento do projeto, com a finalidade de proteção do

dispositivo e das pessoas envolvidas.

Na pesquisa sobre potência de descargas elétricas se constatou que, quando

ocorre uma ocorre, ela pode percorrer pelo ar, em forma de arco voltaico, 1 cm a

cada 1000 Volts, o que neste caso poderia danificar tanto o protótipo quanto ainda

afetar os equipamentos internos. Raios são fortemente atraídos à rede elétrica

devido à sua magnitude, e quando eles a atingem, é formado um campo

eletromagnético que incide sobre a rede telefônica. A descarga, portanto, chega até

as residências pelos dois meios, tanto pela rede elétrica quanto pela rede telefônica

danificando ambos aparelhos eletroeletrônicos em geral.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

A pesquisa realizada teve como princípio diminuirá distância entre o polo

condutor e o aterramento de forma a redirecionar o campo eletromagnético formado

pela descarga. No dispositivo, os cabos dos polos condutores da rede elétrica e da

rede telefônica estão aproximados do aterramento a uma distância de 0,2 mm

fazendo com que mediante ao campo eletromagnético formado pela passagem de

corrente elétrica gerada pela descarga atmosférica forme o arco eletromagnético

(pule no ar) e energize a haste do aterramento.

Quando ocorre aumento de tensão e corrente elétrica devido a uma descarga

atmosférica ocorre também o aumento do campo eletromagnético. Devido ao fato de

a eletricidade seguir o caminho de menor resistência, isso fará com que ocorra a

transferência da sobrecarga para o ponto mais próximo (aterramento) até ela se

dissipar no solo. Neste caso, apenas 0,2 mm estão equidistantes do aterramento

evitando que esta descarga danifique o protótipo e o ambiente interno.

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PROJETO

Foi realizado o esboço em papel, e posteriormente com o software Google

Sketch Up para adequação das hastes metálicas que precisam estar bem fixas para

que elas pudessem sustentar o impacto do conector quando este fosse acionado

remotamente e também o posicionamento dos demais materiais.

O rascunho inicial pode ser visto na Figura 1:

Figura 1 – Protótipo inicial desenhado no software Google SketchUp

Fonte: Os Autores (2014)

MATERIAIS

Com o desenho foi possível definir a lista de materiais necessários para a

confecção do protótipo contendo os seguintes itens:

Componentes Mecânicos:

Motor de acionamento de trava elétrica utilizado em veículos;

Chapa de MDF

Barra de aço cilíndrica cobreada;

Barra de aço cilíndrica niquelada;

Parafusos com rosca soberba 3mm;

Porcas 3mm;

2 conectores de cobre para haste de aterramento.

Componentes Elétricos:

ArduinoMega;

Shield Arduino GSM/GPRS;

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5 m cabo 10,0 mm;

Tomada de energia;

Tomada de telefone;

Bocal de lâmpada;

Placa de circuito perfurada;

4 transistores NPN TIP 142;

4 transistores NPN TIP 147;

4 transistores PNP BC 577;

8 diodos IN4007;

8 resistores 1K;

4 resistores 4K7;

2 disjuntores 10A;

5 m fios tipo jumper.

Foi utilizada uma chapa de MDF como base de apoio para a fixação das

hastes de aço para que elas pudessem estar posicionadas sobre os motores de

elevação. Uma placa microcontrolada Arduino foi utilizada para realizar o controle

geral do sistema.

ARDUINO

O Arduino é uma plataforma livre de hardware e software livre, surgido na

Itália em 2005 com o objetivo de criar um dispositivo para controlar projetos e

protótipos construídos de uma forma menos dispendiosa do que outros sistemas

disponíveis no mercado. Arduino é também chamado de plataforma de computação

física, pois trabalha essencialmente com sistemas digitais ligados a sensores e

atuadores, que permitem construir sistemas que percebam a realidade e respondem

com ações físicas, baseada em uma simples placa de Entrada/Saída

microcontrolada e desenvolvida sobre uma biblioteca que simplifica a escrita da

programação em C/C++.

Um microcontrolador (também denominado MCU) é um computador em um

chip, que contém um processador, memória e periféricos de entrada/saída. Ele pode

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ser programado para funções específicas, em contraste com outros

microprocessadores de propósito geral (como os utilizados nos PCs).

Uma placa Arduino pode ser vista na Figura 2:

Figura 2 – Placa Arduino

Fonte: Os Autores (2014)

PONTE H

Utilizando os componentes eletrônicos, transistores, diodos, resistores foi

utilizado um esquema de ligação para confecção da ponte H conforme mostrado na

Figura 3:

Figura 3 – Esquema eletrônico da ponte H

Fonte: Os Autores (2014)

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Confeccionada a placa da ponte H através da junção dos componentes

eletrônicos seguindo o esquema de ligação, os componentes foram adequados e

posicionados em uma placa de circuito impressa perfurada, a qual foi utilizada para

controle de rotação de sentido horário ou anti-horário do motor do elevador

mecânico.

A Figura 4 mostra a frente da ponte H.

Figura 4 – Ponte H (frente)

Fonte: Os Autores (2014)

O verso da ponte H pode ser visto na Figura 5.

Figura 5 – Ponte H (verso)

Fonte: Os Autores (2014)

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Este mecanismo mecânico de elevação foi utilizado para mover verticalmente

ou diagonalmente os condutores de contato. Na rede elétrica o dispositivo de

proteção foi conectado somente no polo positivo (+fase) da corrente alternada e na

rede telefônica por ser contínua foi conectado nos dois condutores. O dispositivo de

proteção mantém o contato nos cabos dos polos condutores possibilitando o uso

normal da energia e da rede telefônica sem gerar qualquer interferência a ambos e,

quando acionado, através do mecanismo mecânico irá desconectar dos cabos dos

polos transmissores, desligando ambos os pontos de contato os movendo a uma

distância cinco vezes maior do que estão os cabos ligados ao aterramento, neste

caso gerando a proteção contra uma descarga atmosférica.

PROTÓTIPO

O protótipo montado pode ser visto na Figura 6:

Figura 6 – Imagem do Protótipo

Fonte: Os Autores (2014)

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ACIONAMENTO REMOTO

A placa Quadband (chamada de shield) possibilita a inclusão de um chip de

celular o qual usa o sistema de telefonia celular para receber chamadas de voz e

texto. A aplicação realizada no protótipo foi a de recebimento de texto (mensagem

SMS), que ao receber a mensagem através da programação do shield reconhece e

envia comandos para a plataforma Arduino. Este, por sua vez, emite um sinal aos

motores que estão ligados na ponte H realizando o movimento para cima e para

baixo conforme a solicitação efetuada.

Foram efetuados diversos testes de envio e SMS utilizando a plataforma

Arduino em conjunto com a placa Quadband GSM/GPRS com um chip SIM (chip de

celular). Estes testes funcionaram de acordo com o esperado. A placa SIM se acopla

à placa ArduinoMega, e esta, através de sua programação, emite os comandos de

acionamento e controle, enviando-os para a ponte H, que por sua vez gerencia os

motores.

A placa GSM/GPRS é mostrada na Figura 7:

Figura 7 – Shield Arduino Quadband

Fonte: Os Autores (2014)

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Uma descarga atmosférica foi simulada utilizando-se um taser (aparelho de

choque elétrico) gerando alta tensão nos polos condutores. Com este procedimento

foi possível comprovar a eficácia da proteção do protótipo. O taser possibilitou a

visualização da formação do arco eletromagnético nos cabos condutores até o

aterramento, comprovando que, quando distanciados os cabos que permanecem

conectados ao interior da residência, estes não são afetados pela descarga elétrica.

É possível também notar, na Figura 8, que a descarga ocorreu sentido ao

aterramento e não para o conector de contato ligado na parte interna da residência

que está mais afastado abaixo.

Figura 8 – Simulação da Descarga Atmosférica

Fonte: Os Autores (2014)

Como resultados do projeto podem ser citados:

A pesquisa realizada sobre a aproximação do polo positivo da rede elétrica

ao aterramento como modo de proteção e dissipação do excesso da carga

elétrica sem que ocorra o curto;

O protótipo de proteção contra raios.

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

CONCLUSÃO

O estudo sobre raios (descargas atmosféricas) foi realizado. O protótipo para

proteção contra raios (descargas atmosféricas) em aparelhos eletrônicos,

eletrodomésticos e telefônicos em residências foi projetado, construído e testado

com êxito. Uma placa Arduino shield Quadb and foi utilizada para: a) receber

ligações e b) receber SMS. Uma placa ponte H foi criada para realizar o

acionamento dos motores de elevação. Uma placa Arduino Mega foi utilizada para:

a) receber as informações do shielde b) realizar o controle da ponte H.

Como já era esperado desde início do projeto, ajustes são necessários quanto

ao design do protótipo, quanto à substituição e modificação do mecanismo de

elevação, quanto à instalação de uma bateria recarregável para manter o circuito

ativo durante o desligamento da energia e a instalação de outro mecanismo

mecânico para efetuar a ativação manual em caso de pane no protótipo. Dessa

forma, o protótipo terá seu correto funcionamento podendo ser patenteado e

comercializado.

REFERÊNCIAS

INPE. INPE avalia prejuízos causados por raios, 2007. Disponível em: <http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=936>. Acesso em: 01 fev. 2016.

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PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA MESA GIRATÓRIA PARA AUXILIO A

PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS19

Mauricio Moreira20 Herculano De Biasi21

RESUMO

Este projeto de pesquisa objetivou projetar e construir uma mesa giratória com o intuito de servir como um auxílio a pessoas com deficiências físicas, em especial os cadeirantes. Seu funcionamento se baseia em uma mesa com base fixa e outra parte móvel, o que possibilita que uma pessoa alcance objetos que estão sobre ela mais facilmente. A mesa também possui regulagem de altura para maior comodidade do usuário, pois com essa funcionalidade pode-se alcançar um número maior de pessoas com várias alturas e tamanho de cadeiras de rodas. Seu modo construtivo visa a trabalhar com simplicidade visando o baixo custo de construção, ao mesmo tempo oferecendo robustez e segurança para o utilizador.

Palavras-Chave: Acessibilidade. Automação residencial. Deficientes físicos. Mesa

giratória.

ABSTRACT

This research project aimed to design and build a rotating table in order to serve as an aid to physically disabled people, especially wheelchair users. Its operation is based on a fixed base and a mobile component, which enables an individual to reach objects more easily. The table also can have its high adjusted at the user’s convenience, and this functionality allows it to achieve a wider range of people with different heights andwheelchairs sizes. Itsconstructionprovides simplicity aimed at low construction costs, while providing robustness and security for the user.

Keywords: Accessibility. Automation. Handicap. Rotating table.

19

Os pesquisadores agradecem ao Governo do Estado por, através do Fundo do Art. 170-CE/SC, fornecer os recursos que possibilitaram o desenvolvimento deste projeto de pesquisa.

20Pesquisador bolsista, Universidade do Contestado (UnC) – Engenharia de Controle e Automação – – Av. Leoberto Leal, 1904, Bairro Universitário – Curitibanos/SC – CEP: 89.520-000. E-mail: [email protected].

21Orientador, Universidade do Contestado (UnC) – Engenharia de Controle e Automação – Curitibanos/SC. E-mail: [email protected].

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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como intuito descrever o processo de desenvolvimento

(projeto e construção) deum equipamento de acessibilidade que permita facilitar a

execução de atividades cotidianas à mesa por pessoas com necessidades

especiais. O equipamento consiste em uma mesa giratória automatizada com

regulagem de altura. Esta mesa visa facilitar a realização das atividades por parte de

cadeirantes, principalmente nos casos agravados por tetraplegia, visto que estes

possuem dificuldades de locomoção e limitações motoras que dificultam a realização

de refeições à mesa. Uma mesa giratória automatizada facilita a essas pessoas o

acesso aos objetos sobre ela, melhorando a acessibilidade, tornando assim mais

fácil e prática a execução das tarefas envolvidas. Uma pessoa não precisaria, por

exemplo, servir o café para o cadeirante, este mesmo poderia se servir controlando

a mesa de forma que ela girasse e levasse a ele o objeto desejado.

Segundo o (IBGE, 2010), em 2010 no Brasil, havia cerca de 45,6 milhões de

pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas (visual, auditiva, motora

e mental), o que representava 23,9% da população. Destas, 13,3 milhões de

pessoas, ou 7,0% apresentavam deficiência motora. A ONU (Organização das

Nações Unidas) estima que (UN, 2009), no mundo inteiro, cerca de 10% da

população, ou 650 milhões de pessoas, possuam algum tipo de deficiência. Ainda

segundo a organização, 80% destas pessoas estão nos países desenvolvidos e 20%

nos países menos desenvolvidos. Outra estimativa ainda mais importante (ONU,

2014) relata que 90% das crianças do mundo inteiro que possuem algum tipo de

deficiência não frequentam a escola. Outro estudo, realizado em 2003 pela

Universidade de Rutsgers (EUA), estimou que empregadores não empregavam

pessoas com deficiência pois havia limitações em suas tarefas, e não conseguiriam

fazer as atividades exigidas, ou pelo fato que o custo adicional para instalações

especiais para estas pessoas ser muito alto (ONU, 2014).

Deste modo, tudo o que puder ser feito para melhorar e principalmente

facilitar as atividades destas pessoas é bem-vindo ao mercado. O equipamento

desenvolvido, descrito neste artigo, possui um propósito social, valorizando os

princípios humanos ao procurar melhorar a acessibilidade dos deficientes físicos.

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1.1 TECNOLOGIA E A NECESSIDADE DE ACESSIBILIDADE

É cada vez mais importante, no mundo atual, que ninguém seja privado de

acesso a lugares, produtos e tecnologias, ou seja, cada vez mais se procura realizar

um processo de inclusão, quer seja social ou digital. Este assunto aparece com

frequência na mídia, e várias matérias são dedicadas à acessibilidade e mobilidade

para deficientes físicos.

No Brasil, as pessoas ainda sofrem muitos problemas de acessibilidade. Parte

destes problemas são causados pela falta de educação ou esclarecimento da

população, que ocupa vagas de estacionamento prioritários para pessoas com

deficiências, ou não prestam auxílios a cadeirantes ou pessoas com deficiências a

atravessar a rua.

A principal lei brasileira que rege essas questões é a Lei de Acessibilidade –

Decreto de lei nº 5296, de 2 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004). Essa lei

regulamenta as Leis n° 10.048, de 8 de novembro de 2000 (BRASIL, 2000a), que dá

prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro

de 2000 (BRASIL, 2000b), que estabelece normas gerais e critérios básicos para a

promoção da acessibilidade. Por ser federal, ela vale em todos os estados do país,

mas, estados e municípios ainda possuem legislações locais próprias que tratam da

acessibilidade. Em várias cidades no Brasil existem leis que obrigam todos os

estabelecimentos do a realizarem as adaptações para acesso de portadores de

necessidades especiais e preveem multas em caso de descumprimento.

Existem hoje, em todo o mundo, vários projetos em andamento, desde os

mais simples até os mais complexos, cujo objetivo é melhorar a acessibilidade e

mobilidade de pessoas com deficiências. A realização de cada um deles é um

avanço para quem necessita e sabe o que é ter dificuldades para realizar tarefas.

Pessoas com deficiências muitas vezes necessitam de cuidados especiais, o que

frequentemente acarreta um custo extra para suas famílias. Desse modo, projetos

mais simples e de menor custo seriam uma alternativa viável para estas famílias.

Também começam a aparecer hoje vários protótipos envolvendo próteses

para o corpo humano, incluindo elementos controlados pelo cérebro. Mas ainda não

existem produtos comerciais derivados destas pesquisas atualmente acessíveis ao

grande público. Outro fator importante é o custo muito elevado impossibilitando às

pessoas a aquisição destes equipamentos.

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Uma forma rápida e garantida de melhorar os aspectos sociais das pessoas

com deficiências físicas seria a elaboração de projetos simplificados que estejam ao

alcance financeiro das famílias destas pessoas. Certamente deve-se pensar em

tecnologias inovadoras que revolucionem o mundo, mas primeiramente a questão a

ser trabalhada é dar uma condição melhor para quem precisa.

Atualmente o esporte está mostrando que estas oportunidades existem. Nas

paraolimpíadas, atletas do mundo todo, com vários tipos de anomalias participam

dos esportes. Uma pessoa que escala uma montanha, ou se arrisca a saltar de um

avião com paraquedas está enfrentando seus limites e ultrapassando-os, assim

ocorre com um cadeirante, se ele tiver dificuldades para alcançar um obstáculo, não

se pode limitá-lo e sim se deve facilitar seu caminho para que ele alcance seu

objetivo.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 PROJETO

Primeiramente foi realizado o rascunho em papel do design da mesa, visando

a comodidade e acessibilidade por parte do usuário. O design levou em conta

situações reais (refeições), equipamentos (mesas, pessoas em cadeiras de rodas),

objetos e utensílios (pratos, garrafas), e cômodos onde se realizariam as refeições.

Também foram considerados critérios como: usabilidade, segurança, durabilidade,

peso, custo e resistência dos materiais envolvidos.

Logo após foram criados os esboços dos circuitos elétricos, os quais são

responsáveis pelo funcionamento dos acionamentos da mesa. Com os croquis

concluídos foi realizada a transferência destes para o computador. O projeto

mecânico foi descrito em AutoCAD, e o elétrico simulado no CAD Simulator. Com

estas etapas concluídas foi possível realizar a lista de materiais necessários para a

construção da mesa.

A mesa apresenta as dimensões adequadas para sua utilização como mostra

a Figura 1:

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Figura 1 - Dimensões da mesa giratória automatizada

Fonte: Os Autores (2014)

As dimensões contidas na imagem utilizam a unidade de medida milímetros,

seguindo, desta forma, o padrão brasileiro de medidas para melhor identificação das

partes.

A mesa segue as características mecânicas exibidas na Figura 2, que mostra

a parte fixa e a parte girante situadas na região superior da mesa. Uma cadeira foi

incluída no desenho para representar o cenário de como funcionará o mecanismo e

a ergonomia dos utilizadores do produto.

Figura 2 – Projeto mecânico

Fonte: Os Autores (2014)

2.2 MATERIAIS

Para a confecção da mesa, os seguintes componentes foram utilizados:

Componentes mecânicos:

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1 chapa de compensado;

1 chapa de aço carbono 3/16”;

1 tubo inox ½”;

1 barra roscada ½”;

1 porca de bronze;

1 motor elétrico 55 W, 12V;

1 motor elétrico 45 W,12V;

Parafusos rosca soberba 6 x 40 mm;

1 Parafuso 3/16x 1”;

1 flange 80 mm, 4 furos ¼”;

1 chapa de nylon 8 mm.

Componentes elétricos:

10 m cabo 2,5 mm;

4 relés 12 V;

4 diodos 10 A;

3 botoeiras NA;

1 caixa moldada;

1 capacitor eletrolítico 1000 µF;

1 fonte redutora de tensão 200W.

2.2 CONSTRUÇÃO

Os componentes mecânicos foram reunidos, possibilitando o início da

montagem. Elementos complementares indiretos como máquina de solda para a

junção da base foram necessários. A usinagem de peças, como por exemplo as

engrenagens, foi realizada por terceiros. Nesta etapa também foi estudado o curso

de elevação mínima e máxima que a mesa poderia alcançar. Com a obtenção

destes dados foi possível dimensionar o comprimento da barra roscada que é

responsável pelo movimento de elevação da mesa. Foram realizadas usinagens de

peças como as buchas deslizantes e porcas de bronze, obtendo assim a parte

estrutural inferior da mesa constituído por dois tubos de inox de ½”. Com as chapas

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de compensado foram criados os dois componentes superiores da mesa: a peça fixa

e o componente giratório.

A estrutura da mesa é composta por um suporte de material em formato

tubular construído de aço carbono. O motor aciona um conjunto de engrenagens

responsáveis pela movimentação da mesa, ocasionando o movimento da parte

girante. O motor é alimentado através de uma fonte de corrente contínua de 24 V,

para segurança do usuário contra riscos de choques elétricos.

Figura 3 – Motor de giro da mesa

Fonte: Os Autores (2014)

A Figura 4 mostra o motor de acionamento que é responsável pela regulagem

de altura da mesa. O motor é o mesmo da Figura 3, mas o acionamento é feito com

acoplamento direto ao eixo sem nenhuma alteração da velocidade nominal do motor.

Figura 4 – Motor da regulagem de Altura da Mesa

Fonte: O Autor (2014)

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A porca deslizante, como mostra a Figura 5, é construída de bronze, devido

às propriedades mecânicas próprias exigidas para esta aplicação.

Figura 5 – Rosca de regulagem da altura

Fonte: Os Autores (2014)

A energia foi obtida através da construção de uma fonte retificadora, que faz a

conversão de energia em corrente e tensão alternadas para corrente e tensão

contínuas. Seu circuito diminui a tensão da rede de 220 VAC por meio de um circuito

conversor de tensão 220/12 V. A retificação de energia ocorre através da fonte

retificadora de onda completa, composta por 4 diodos e um capacitor.

Não foi possível fazer o intertravamento entre relés no circuito elétrico devido

à falta de um contato fechado em seu circuito de força, causando assim a

possibilidade de haver um curto-circuito. Para evitar este problema foi inserido um

fusível de proteção, para que, se houver o acionamento conjugado nas boateiras de

reversão ele abrirá protegendo o restante do equipamento.

O aterramento dos motores se dá através da estrutura da mesa, que por ser

metálica, é o ponto comum entre os dois motores de acionamento.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O protótipo criado exibe uma estrutura reforçada em relação à carga sofrida

em operação. A construção do protótipo passou por correções, adequações e

alterações no projeto inicial. O protótipo foi confeccionado com materiais disponíveis,

não tendo sido o objetivo produzir um produto pronto e bem-acabado. Neste

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protótipo foram realizados os testes de funcionamento do equipamento. O protótipo

finalizado pode ser visto na Figura 6:

Figura 6 – Mesa Giratória

Fonte: Os Autores (2014)

O motor de regulagem de altura da mesa é de duplo sentido de giro. Já o

motor da parte giratória é de apenas um sentido, o que não ideal para o processo,

visto que é necessária uma rotação completa da mesa para que ela volte ao ponto

inicial. Mas mesmo um motor de sentido único atende ao requisito do movimento

rotacional para a mesa. A velocidade do motor da mesa atendeu excepcionalmente

seu propósito, não ficando qualquer pendência em relação à esta questão.

A porca acoplada à rosca foi confeccionada em bronze, possibilitando maior

suavidade ao deslizar na barra, deixando-a leve para a regulagem de altura e

fazendo o motor trabalhar com o mínimo de esforço possível. Acoplado aos motores

foram utilizadas engrenagens confeccionadas em nylon, garantindo o menor

desgaste possível.

Toda a montagem foi pensada em virtude da portabilidade. A desmontagem

da mesa é fácil e rápida, não necessitando nenhuma ferramenta especial. Sendo

assim, se for preciso muda-la de cômodo, sua desmontagem pode ser feita

facilmente.

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4 CONCLUSÃO

Os objetivos propostos foram alcançados com sucesso. Todos os materiais

necessários para a confecção da mesa foram adquiridos. A mesa foi projetada e

construída, não apresentando nenhuma falha que comprometesse seu

funcionamento, e principalmente a segurança dos usuários do protótipo.

Estudos de melhoramentos em relação ao acionamento estão sendo feitos

visando melhorar a comodidade do usuário e automatizara utilização da mesa,

otimizando sua eficiência. Estes estudos incluem a possibilidade de controle da

mesa por telefone celular, joystick, controle remoto, ou mesmo por comandos de

voz, através de componentes implantados na cadeira. No sistema mecânico a

tecnologia dos materiais vem se expandindo constantemente, possibilitando abrir

novas pesquisas de materiais para esta aplicação, reduzindo seu custo.

O custo de alguns materiais e equipamentos dificultou a realização de

algumas etapas do projeto, mas isso foi contornado através de doações de

materiais. A maioria dos componentes foram obtidos de resíduos sucateados por

indústrias da região, que doaram os itens, outros foram custeados com intuito de

concluir o projeto. Foi necessária a mão de obra de terceiros para confecção de

cortes e usinagens das peças mecânicas como as engrenagens e as buchas

deslizantes.

Apesar das dificuldades em reunir os materiais e conhecimentos sobre estes,

isto abriu uma porta para pesquisa em áreas até então desconhecidas pelos

autores, refletindo o interesse pela pesquisa em tecnologia de materiais, que é um

passo muito importante para a confecção da mesa.

Outra área de interesse para curso de Engenharia de Controle e Automação é

a eletrônica, um assunto importante que o profissional da área deve dominar. Este

projeto ajudou a consolidar alguns conceitos importantes e fundamentais desta área.

A mesa desenvolvida certamente irá contribuir para que pessoas com

necessidades especiais realizem tarefas à mesa. Este trabalho contribuiu com novos

conhecimentos e acima de tudo pode ser benéfico para a sociedade. A deficiência é

um obstáculo que pode ser enfrentado, e as iniciativas para que esses auxílios

possam acontecer e produzir ótimos resultados devem partir das pessoas que estão

ao redor dos deficientes e das instituições responsáveis pela pesquisa e aplicação

de seus resultados na sociedade.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>.Acesso em 1 fev. 2016. ______. Lei n. 10.048, de 8 de novembro de 2000. Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Disponível em <-http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10048.htm>.Acesso em 1 fev. 2016. ______. Decreto n. 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>.Acesso em 1 fev. 2016. IBGE. Censo 2010: características religião e deficiências. Disponível em: <http://-www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_religiao-_deficiencia/caracteristicas_religiao_deficiencia_tab_pdf.shtm>. Acesso em: 1 fev. 2016. ONU. A ONU e as pessoas com deficiência. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-com-deficiencia/>. Acesso em: 1 fev. 2016. UN. Convention on the rights of persons with disabilities and its optional protocol. Disponível em <http://www.un.org/disabilities/documents/ppt/ crpdbasics.ppt>. Acesso em: 1. fev. 2016.

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SISTEMA DE GERENCIAMENTO ERGONÔMICO (GERGO)

Carlos Eduardo da Silva22

Felipe Roger Kalil23 Robson Hugo Henning24

RESUMO

A tecnologia da informação esta presente e colaborando para melhorar todas as áreas da sociedade, tornando-se uma ferramenta de apoio imprescindível no controle e na solução de problemas, na área de saúde, os equipamentos com softwares embarcados, tem ajudado nos diagnósticos e acompanhamento dos pacientes. Desenvolvemos um software para uma empresa que atua na área da saúde ocupacional e segurança do trabalho, os profissionais realizam visitas periódicas em empresas conveniadas com intuito de levantar informações referentes aos funcionários em seu ambiente de trabalho, visando avaliar e corrigir falhas que tornam o ambiente menos produtivo, acarretando em problemas de saúde.Com a avaliação de um profissional de segurança do trabalho, utilizando um sistema capaz de armazenar as informações coletadas (cadastro da empresa e funcionários), organizar em relatórios e imagens para análise do gestor da empresa. Essas informações são geradas em forma de tabela ou em imagem das partes do corpo humano, coloridas de acordo com a gravidade da dor, sendo avaliadas facilitará na identificação do problema, quantidade de funcionários afastados e possíveis soluções para as irregularidades encontradas no ambiente de trabalho.

Palavras-chave: Ergonomia. Segurança de Trabalho. Saúde Ocupacional.

ABSTRACT

Information technology is present and working to improve all areas of society, making it an indispensable tool in the control and problem solving in health, equipment with embedded software, has helped in the diagnosis and monitoring of patients. We develop software for a company that operates in the area of occupational health and safety, professional conduct periodic visits to member companies in order to gather information relating to employees in the workplace, to evaluate and correct flaws that make the environment less productive, resulting in health problems. With the evaluation of a work safety professional using a system capable of storing the collected information (company registration and employees), to organize reports and images to analyze the company's manager. This information is generated in table form or image of human body parts, colored according to the severity of pain and evaluated facilitate the identification of the problem, number of employees apart and possible solutions to the irregularities found in the workplace.

Keywords: Ergonomics. Work safety. Occupational health. 22

Sistemas de Informação, Universidade do Contestado - UnC, Profº João Raimundo, Centro. Rio Negro / Paraná CEP: 83880-000. E-mail: [email protected]

23Sistemas de Informação, Universidade do Contestado - UnC, São Lourenço. Mafra / Santa Catarina CEP: 89300-000. E-mail: [email protected]

24Professor Orientador – Professor da Universidade do Contestado – UnC – Campus Universitário de Mafra SC. Mestre em Ciência da Computação – Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, Brasil (2006). E-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Também conhecida como macroergonomia, a ergonomia organizacional parte

do pressuposto que todo o trabalho ocorre no âmbito de organizações. A ergonomia

organizacional pretende potencializar os sistemas existentes na organização,

incluindo a estrutura, as políticas e processos da organização. Algumas das áreas

específicas são: trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação no

trabalho, teoria motivacional, supervisão, trabalho em equipe, trabalho à distância e

ética. (SIGNIFICADOS.com.br, 2015).

Atualmente, no mundo, dois milhões de trabalhadores morrem a cada ano de

doenças ocupacionais e acidentes ocorridos no ambiente de trabalho, de acordo

com dados divulgados pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Produtividade e qualidade não se alcançam com treinamento puro e simples de pessoal mas andam de mão dadas com outros critérios ergonômicos, os quais têm como principal campo de ação a concepção de meios de trabalho adaptados às características fisiológicas e psicológicas do homem e de suas atividades (ODEBRECHT et al, 1993).

O sofrimento causado pelo processo de trabalho não é percebido aos olhos

da sociedade, porque é visto como um problema pessoal. A Avaliação Ergonômica

observa o trabalhador em seu ambiente de trabalho, focando na estruturação das

tarefas, tempo e movimento, identificando eventuais situações de comprometimento,

como posturas, repetitividade, fadiga, conforto térmico, proporcionando uma

adaptação confortável e produtiva. Com base nisso, a avaliação de um profissional é

indicada para coletar essas informações e apontar suas possíveis soluções.

Conforme apontado por um funcionário de uma empresa do ramo de

processamento de carnes, aproximadamente 60 funcionários por dia pedem

afastamento por algum motivo de saúde, a empresa tem várias filiais e nenhuma

delas possui um controle para averiguar a veracidade ou a causa do problema,

como consequência perdendo produtividade.

Na realização da visita à empresa, foi levantado os requisitos onde, o técnico

em saúde e segurança no trabalho desempenhou suas atividades, na qual o sistema

facilitou sua avaliação, onde obteve relatórios mais precisos e rápidos. Esta visita,

visou identificar os processos realizados pelo profissional abordando os maiores

fatores de risco e listando-os para o gestor. Estes dados apresentados em forma de

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tabela, foram de grande auxílio, mas, foi identificado que relatórios de forma gráfica,

seriam de melhor entendimento e posteriormente o sistema também seria de

utilidade ao gestor. Concluímos que era necessário a implementação de gráficos e

um diagrama de Corlett também utilizado nas visitas pelo técnico.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Devido a necessidade de velocidade no atendimento da empresa e

comodidade para o profissional de segurança do trabalho, enxergou-se a

necessidade de um sistema especifico acompanhado dessa demanda. Atualmente

com o grande número de equipamentos e familiaridade com a sua tecnologia,

adequar a forma de trabalhar com esse ambiente é um fator de extrema importância

para o profissional.

O sistema é composto em três partes: o cadastro de empresas e funcionários,

a avaliação de cada funcionário e os relatórios. O processo de cadastros requer

alguns dados obrigatório para dar continuidade, tais como CNPJ, endereço físico,

CPF de funcionários. Após o cadastro a avaliação consiste em definir o nível de dor

de cada funcionário na respectiva parte do corpo. É importante afirmar que o

sistema não substituirá o avaliador, e sim auxiliá-lo para suas tarefas.

O sistema tem como relatórios em formas de gráficos, diagramas e tabelas,

desta forma, facilitando a conclusão da avaliação. A tabela demonstra todos os

colaboradores da empresa avaliados, as partes do corpo humano e a quantidade de

dor por parte, demonstrando um nível de porcentagem de acordo com o número de

formulários cadastrados.

Com a compreensão dos dados, foi integrado ao sistema, o diagrama de

Corlett que visa avaliar o desconforto postural por meio de mapa de regiões

corporais, identificando posturas e esforços que contribuem ao aparecimento de

dores e lesões musculares. Através das avaliações dos funcionários da empresa, o

mapa de regiões corporais é colorido com cores representativas à dor dos

colaboradores, então, se a maioria dos colaboradores estiverem com muito pouca

ou pouca dor será colorido a respectiva região de verde, se a maior parte estiver

com o nível médio de dor a cor será amarela, entretando se a maioria estiver com

muita dor ou demais a cor será vermelha, e caso, não adequando-se a nenhuma das

anteriores será incolor.

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Para o desenvolvimento do sistema, foram utilizados os seguintes softwares,

linguagens de programação e ferramentas:

PHP

Uma linguagem interpretada livre de programação. O PHP (Hypertext

Preprocessor) é uma linguagem de script open source de uso geral muito utilizada e

especialmente guarnecida para o desenvolvimento de aplicações Web embútivel

dentro do HTML. (PHP.net, 2015).

HTML

HTML é a sigla de HyperText Markup Language, expressão inglesa que

significa "Linguagem de Marcação de Hipertexto". Consiste em uma linguagem de

marcação utilizada para produção de páginas na web, que permite a criação de

documentos que podem ser lidos em praticamente qualquer tipo de computador e

transmitidos pela internet. Como o sistema tem como principal característica ser

Online e de fácil acesso e inevitável que dispensemos a utilização de HTML e PHP

junto é claro do CSS e outras tecnologias (HTML.net, 2015).

WORKBENCH

O MySQL Workbench é uma ferramenta de criação e manipulação de dados

oficialmente disponibilizado pela MySQL. É um ambiente completo que permite além

de realizar consultas, criar diagramas e trabalhar com engenharia reversa. Com ele

você pode concentrar todos os dados em um servidor e através de um cliente

realizar a busca desse dado bastando apenas ter conexão entre elas por um cliente.

(Danielimamura.com.br, 2015).

CSS

Junto de HTML e PHP o CSS é uma linguagem para estilos que define o

layout de documentos HTML. Por exemplo, CSS controla fontes, cores, margens,

linhas, alturas, larguras, imagens de fundo, posicionamentos e muito mais. A 14

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

diferença entre HTML e CSS é que HTML é usado para estruturar conteúdos já o

CSS é usado para formatar conteúdos estruturados (HTML.net, 2015).

NOTEPAD++

Notepad ++ é um software livre (assim como "liberdade de expressão"), é um

editor de código-fonte e substituto do bloco de notas que suporta várias línguas. Em

execução no ambiente MS Windows , o seu uso é regido pela licença GPL. Baseado

no poderoso componente de edição Scintilla, Notepad ++ é escrito em C ++ e usa

API Win32 puro e STL, que garante uma maior velocidade de execução e menor

tamanho do programa. Ao otimizar tantas rotinas possível, sem perder a facilidade

de utilização, o bloco de notas ++ está tentando reduzir as emissões mundiais de

dióxido de carbono. Quando se utiliza menos energia da CPU, o PC pode acelerador

para baixo e reduzir o consumo de energia, resultando em um ambiente mais verde.

(Notepad-plus-plus.org, 2015).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foi explorado as atividade de avaliações da ergonomia no trabalho, na qual

identificou que muitas empresas não estão cientes da importância das avaliações,

não tendo conhecimento das prevenções de acidente de trabalho e saúde dos

colaboradores, que poderia ser evitada caso obtivesse este serviço. Com a

utilização do software, terá benefícios voltados tanto para o técnico de segurança e

saúde ocupacional, quanto ao gestor da empresa. O técnico terá um sistema de

cadastro com histórico de informações, não sendo preciso recadastrar o funcionário,

além de praticidade em obter cálculos de análises, gerar relatórios e gráficos. Dito

isso, o profissional poderá focar nas sugestões e prevenções de acidentes de

trabalho. O gestor se beneficiará com relatórios rápidos, precisos, e gráficos de

melhor interface para entendimento, concluindo sua análise e ganhando mais tempo

para as adequações da organização.

A tabela a seguir faz parte de um protótipo do sistema:

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Figura 1: Tabela GERGO

Fonte: GERGO (2015)

A partir desta tabela, é possível gerar o diagrama de Corlett, os gráficos, e

impressões de tais.

Figura 2: Gráfico Região da Coluna

Fonte: GERGO (2015)

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

O software gera 3 gráficos em barras, representando os membros superiores,

inferiores e a região da coluna, 3 gráficos referentes ao peso geral dos

colaboradores, idade e altura.

Figura 3 – Gráfico Região dos Membros Inferiores

Fonte: GERGO (2015)

4 CONCLUSÃO

O software é uma ótima ferramenta, envolvendo questões de planejamento,

gerenciamento e análise de resultados, é importante destacar a necessidade de uma

infraestrutura adequada. A ausência dos funcionários em seu ambiente de trabalho

por motivos de saúde, afeta no desempenho da organização em geral, concluímos

que, as visitas do técnico são cruciais para um bom desempenho da organização e

prevenção de possíveis acidentes de trabalho, que prejudicariam tanto o funcionário

quanto a empresa.As situações expostas para o grupo, foram analisadas e

moldadas, para melhor entendimento e aplicação no sistema, com isso, o grupo teve

a possibilidade de identificar e solucionar as situações do cotidiano de vários

funcionários de determinada organização. A partir da análise do profissional de

saúde e segurança do trabalho, foi esclarecido várias situações de risco, onde foi

abordado, que, a avaliação ergonômica observa o ambiente de trabalho com a visão

focada na estruturação das tarefas, tempos, movimentos, verificando e identificando

eventuais situações de comprometimento, como posturas, repetitividade, fadiga,

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

conforto térmico, proporcionando uma adaptação confortável e produtiva. Sem a

utilização de um sistema que gerencie todas as informações, notou-se impossível ter

uma visão dos prováveis problemas de ergonomia dentro das empresas, pois são

muitas variáveis envolvidas e difíceis de organizar e visualizar sem um sistema

gestor, mostrando assim, que foi de grande relevância a pesquisa e o

desenvolvimento do sistema.

REFERÊNCIAS

HTML. Home. Disponível em: <http://html.net/> Acesso em 20 out. 2015. MYSQL. Home Disponível em: <https://www.mysql.com/products/workbench/> Acesso em: 20 out. 2015. NOTEPAD-PLUS-PLUS. About. Disponível em: <https://notepad-plus-plus.org/> Acesso em: 20 out. 2015. PHP. Informações Gerais. Disponível em: <http://php.net/manual/pt_BR/ faq.general.php/>. Acesso em: 20 out. 2015. SIGNIFICADOS. Ergonomia. Disponível em: <http://www.significados.com/ergonomia/> Acesso em: 26 nov. 2015. UFRRJ. Instituto de Tecnologia. Organização do trabalho. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/ergo8.htm/>. Acesso em: 25 out. 2015. W3. CSS Home. Disponível em: <http://www.w3.org/Style/CSS/> Acesso em: 20 out. 2015.

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ESTUDO DE VIABILIDADE NA GERAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR

FOTOVOLTAICA

Camila Falkoski25 Mari Aurora Favero Reis26

RESUMO

O crescimento no consumo de energia elétrica, no Brasil e no mundo, se tornou motivo de preocupação, com foco na necessidade do uso racional e eficiente da energia. E ao suprir a demanda, aumenta a procura por fontes sustentáveis de energia, que não gere poluição, utilizando uma energia limpa e de forma inesgotável. A energia solar, através das células fotovoltaicas, vem se disseminando através dos sistemas interligados à rede elétrica a fim de contribuir com a economia na geração de energia elétrica através de formas convencionais, a fim de diminuir os impactos ambientais. A presente pesquisa tem por objetivo avaliar a viabilidade de um sistema fotovoltaico utilizando fontes alternativas de energia, atendendo as necessidades do homem, sem esgotar os recursos naturais e incorporando aspectos sociais e econômicos em uma instituição de ensino superior no município de Concórdia - SC. Nessa perspectiva os resultados constatados foram de elevado investimento inicial, mas o sistema paralelo à rede de distribuição é economicamente viável, tornando-se benéfica para a instituição e de solução à diversificação da matriz energética.

Palavras-Chave: Painéis Fotovoltaicos. Energia solar. Viabilidade.

ABSTRACT

Growth in electricity consumption in Brazil and in the world, has become a matter of concern, focusing on the need for rational and efficient use of energy. And to meet the demand, it increases the demand for sustainable sources of energy that does not generate pollution, using a clean and inexhaustible energy form. Solar energy through photovoltaic cells has spread through systems connected to the grid in order to contribute to the economy in the generation of electricity through conventional ways in order to reduce environmental impacts. This study aims to assess the feasibility of a photovoltaic system using alternative energy sources in view of man's needs without depleting natural resources and incorporating social and economic aspects in a higher education institution in the city of Concordia – SC. In this perspective the results observed were high initial investment, but the parallel system to the distribution network is economically viable, making it beneficial for the institution and solution to the diversification of energy sources. Keywords: Photovoltaic panels. Solar energy. Viability.

25

Engenheira Ambiental e Sanitarista (UNC-Concórdia). E-mail: [email protected] 26

Graduada em Física (UNISC, 1998); mestre e doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Professora de Física, UNC - Concórdia. E-mail: [email protected]

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios que o homem tem contribuído inconscientemente para a

degradação do meio ambiente. Com o avanço das tecnologias os índices, na

destruição ambiental, vêm atingindo níveis insuperáveis. O estudo de sistema que

utiliza a energia solar é relevante, devido à necessidade de atender a

sustentabilidade energética e ambiental. A energia solar é renovável, podendo ser

utilizada para complementar a demanda do sistema atual.

O estudo de viabilidade na implantação de um sistema pela qual utiliza a

energia solar é de extrema importância nos tempos atuais devido à necessidade de

utilização por essas fontes de energias renováveis (TEIXEIRA; CARVALHO; LEITE,

2011), especialmente no Brasil, onde as fontes de energia são em sua maioria

instáveis (hidrelétrica e eólica) ou não renováveis. Nesse sentido a energia solar,

surge como uma fonte renovável e sustentável, não polui o meio ambiente e

principalmente destaca-se por ser um recurso inesgotável.

Nessa perspectiva o presente estudo visa analisar por meio de cálculos, as

viabilidades técnicas e econômicas para implantação de um sistema de mini geração

de energia solar, através de painéis fotovoltaicos, em uma instituição de ensino

superior no município de Concórdia – SC. Os painéis são produzidos através do

silício, semicondutores que comportam-se como isolantes até que uma fonte de

energia externa capaz de "excitar" muitos de seus elétrons da banda de valência

para a banda de condução, tornando-os portadores de carga em movimento

(corrente); no caso de uma célula fotoelétrica, esta energia vem da luz (RICHARDS;

ETKINA, 2013).

O desenvolvimento da pesquisa consiste na busca bibliográfica e documental

sobre sistemas fotovoltaicos com utilização de relógio bidirecional, com base na

resolução nº 482 da Aneel 2012, conectada na rede de distribuição elétrica da

concessionária (MOREIRA, 2012). Os relógios registram toda energia excedente

encaminhando para a rede da concessionária tornando um crédito ao consumidor e

tornando também gerador de sua própria energia.

Os ganhos ambientais com o uso dessa tecnologia fotovoltaica são vários,

pois para a geração de energia elétrica não são necessários gastos combustíveis,

não há necessidade de desmatamentos e desapropriação de vastas áreas e não há

geração de ruídos, poluição ou outros impactantes (RUTHER, 2004). Para

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Tiradentes (2007), quanto maior for à utilização de energia elétrica oriunda da

energia fotovoltaica, maior será a preservação da natureza, na qual estarão evitando

o consumo de combustíveis fósseis e numa análise mais avançada utilizando

energias que sejam renováveis.

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi realizado nas edificações da Universidade do Contestado,

campus de Concórdia e apresentado em Trabalho de Conclusão do Curso de

Engenharia Ambiental e Sanitária. No desenvolvimento foram realizados cálculos,

através de planilhas programadas, avaliações de dados fornecidos por estações

meteorológicas, pesquisa bibliográfica e documental sobre sistemas fotovoltaicos

com relógio bidirecional. A fim avaliar a viabilidade técnica, também foram

analisadas as condições de posicionamento e insolação dos telhados.

INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS

No estudo da incidência solar, os dados foram avaliados através de

informações fornecidas estações locais do município. Também foram utilizados

dados de estações automáticas, fornecidos pelo site do INMET. Na região em que a

pesquisa foi aplicada os dados são coletados através da estação n° 841, instalada

na cidade de Joaçaba – SC, sendo que é a mais próxima de Concórdia – SC. Optou-

se pela mesma, devido à proximidade do local e pela similaridade de suas de

coordenada geográficas (latitude, longitude e altitude).

Quadro 1 – Dados de posicionamento geográfico do dos municípios onde os dados foram coletados.

CONCÓRDIA JOAÇABA

Latitude: 27° 14' 3'' S Latitude: 27° 10' 42" S

Longitude: 52° 1' 43''W Longitude: 51° 30' 18'' W

Altitude: 578m Altitude: 525 m

ESTUDO TÉCNICO

Na coleta de dados para a demanda necessária a ser produzida, na geração

de energia, foram realizadas as análises com base no consumo médio mensal de

energia da instituição. Os dados fornecidos pela concessionária distribuidora foram

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

analisados em planilhas eletrônicas. A partir dos cálculos de produção (realizados

com auxílio de um consultor e Engenheiro de Produção) foi realizada a avaliação

dos investimentos necessários, tendo como base orçamentos realizados em outro

município através da empresa Martifer Solar.

SOFTWARE “SIMULADOR SOLAR”

Com o propósito de ampliar a credibilidade e comprovação dos dados

coletados e calculados, foi realizado uma comparação das planilhas eletrônicas

programadas com o uso do software “simulador solar”. Este sistema foi criado pelo

Instituto Ideal, com o apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento

Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaftfür International e Zusammenarbeit

(GIZ) GmbH e Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) e desenvolvido com o objetivo

de auxiliarem etapa de cálculo de potência de sistemas fotovoltaicos.

O software segue os seguintes passos: Primeiramente deve-se informar a

localização da instituição; O passo seguinte foi informar qual a distribuidora de

energia elétrica, o tipo de conexão, assim como o consumo mensal em kWh e o

valor da conta. O terceiro passo na análise do software, que é uma etapa opcional

(podem ser calculados sem que haja os valores do consumo de energia

mensalmente) sendo possível informar o histórico de consumo (mês a mês) do

último ano de consumo. Após essas três etapas o simulador solar fornece os

resultados da simulação.

Posicionamento de painéis fotovoltaicos:

Quanto ao estudo do posicionamento dos telhados, em relação incidência de

radiação solar para a instalação dos painéis fotovoltaicos, foi utilizado aplicativo de

dispositivo móvel, com tecnologia Androide a partir de dados de GPS. Além das

coordenadas geográficas, através do aplicativo foi possível verificar a direção do

norte verdadeiro (Polo Norte Geográfico da Terra).

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados do estudo dos dados e cálculos demonstraram viabilidade

técnica e econômica na implantação do sistema, a partir do sistema de

compensação. Neste sistema, em que energia excedente de consumo é

encaminhada para rede da concessionária em forma de crédito ao consumidor,

observou-se a possibilidade da instituição seja geradora de sua própria energia. A

seguir estes resultados será contextualizado, conforme os estudos realizados.

Radiação Solar

Quanto aos índices de radiação solar estão apresentados conforme o gráfico

a seguir, separados por períodos (Gráfico 1). O gráfico demonstra a intensidade de

radiação solar, durante os primeiros 10 meses de 2014, observando a partir desses

que o no mês de janeiro houve uma máxima radiação solar de 1300 KJ/m² e a

mínima de 30 KJ/m² durante o mês de abril, demonstrando ser satisfatória

intensidade luminosa para instalação de painéis fotovoltaicos no local.

Gráfico 1 – Print dos dados fornecidos pela estação automática no período de 10 meses/2014.

Fonte: Estação Meteorológica de Observação de Superfície Automática. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesAutomaticas

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Orientação dos módulos solares

Quanto a localização e posicionamento dos telhados, através do uso do

dispositivo móvel e o software Google Sky Map foi possível observar que, dos

pavimentos construídos na instituição de ensino, os telhados do prédio

administrativo foi o mais apropriado para a instalação do sistema fotovoltaico. Os

telhados deste pavimento além de estar posicionado adequadamente para o norte

geográfico (ideal para a região sul), apresenta características de inclinação próprias

para a latitude local e está posicionado livre de sombreamento ao longo do dia

(Figura 1). Dessa forma, em termos técnicos, a geração fotovoltaica é viável para o

local.

Figura 9 – Localização adequada para instalação dos painéis fotovoltaicos e posição do sol.

Fonte: Autoras (2014).

Caso haja necessidade de adaptar o posicionamento em outras coberturas

existem plataformas metálicas próprias para corrigir a inclinação dos telhados,

adequando à inclinação dos painéis com a latitude do local estudado. Neste caso foi

estudado a inclinação considerada adequada na instituição de ensino, que é de

aproximadamente 27º, sendo o ângulo adequado para a inclinação dos painéis

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

fotovoltaicos neste posicionamento geográfico. A imagem a seguir demonstra a

disposição dos telhados das edificações da instituição estudada.

Figura 10 – Localização aproximada dos telhados da instituição avaliada.

Fonte: Google Earth, 2014

Gastos com Energia Elétrica pela Instituição

Para análise dos gastos gerados pela instituição foram criadas planilhas com

o consumo de energia elétrica da distribuidora (CELESC), utilizando valores

fornecido pela concessionária, através da fatura de energia, no período de um ano

(Gráfico 2). No estudo foi verificando o consumo em kW médio anual, de 46.339 kW.

No período o valor médio anual gasto nas faturas foi de aproximadamente R$

23.205,57 por mês, com valor médio aproximado da tarifa cobrada pela

concessionária de R$ 0,5008/kWh.

A partir do gráfico observa-se uma redução em quilowatts nos meses de

janeiro e fevereiro, devido ao período de recesso e férias de alunos e funcionários.

Em nossa região justamente nesses meses temos maior produção de energia, que

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

pode ser emprestada para a distribuidora e ser consumida nos meses de maior

consumo e de baixa produção, como no inverno.

Gráfico 2: Consumo KW/mês.

Cálculo de Potência

Conforme relatado, para obter as informações da potência necessária para

instalação dos painéis foram avaliados dados a partir do consumo total de energia

gasta mensalmente. Foi utilizado como referência o mês de agosto de 2014, sendo

que o valor aproximado do KW/hora de aproximadamente R$ 0,488192, ou em

média de R$ 22.622,33 mensalmente gastos no pagamento da fatura.

A tabela 02 representa os cálculos com a implantação do investimento.

Tabela 02 – Cálculo de Investimento

Desse modo, foi adicionada a tabela 02, uma taxa de retorno em energia com

juros de 4% conforme taxas do BNDS no período. Obteve valores de investimento

com equipamentos de painéis fotovoltaico sem R$ 1.633.513,83, de acordo com a

46884 51597 51471

45512

36714 42197

48305 50350 44868

50160 44048 43962

set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14

Consumo Kwatts Consumo mensal (kwatts)

Taxa Retorno com os painéis fotovoltaicos em 4% 4%

Investimento painéis fotovoltaica R$ 1.633.513,83

Custos adicionais R$ 163.351,38

Energia gerada ano 556.068 kW x R$ 0,488192 R$ 271.467,95

Mão de obra (limpeza) R$ 850,00 x 1,33 x 12 meses R$ 14.696,50

Insumos de limpeza 1% da mão de obra R$ 146,97

Materiais para manutenção 0,01% da instalação R$ 163,35

Investimento 2015 R$ 1.796.865,21

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

demanda da instituição pela qual foram adicionados 10% (despesas com

profissionais: hospedagem...) desse valor resultando o valor de R$ 163.351,38.

A partir deste cenário, foi calculada a energia gerada no ano, ou seja, o valor

de consumo é de 46.339 kW, multiplicado por um ano chegando a uma média de

556.068 kW e, esse, multiplicado pelo valor pago do quilowatt no mês de agosto: R$

0,488192, resultando a um valor de R$ 271.467,95.

Adicionada a mão de obra do funcionário com a limpeza dos painéis

fotovoltaicos (salário mínimo, férias e décimo terceiro) multiplicado por 12 meses de

trabalho: R$ 14.696,50, desse valor foi aumentado 1% com insumos de limpeza

(detergentes, esponjas, panos): R$ 146,97 e 10% para materiais com a manutenção

de instalação (cabos...). Tendo um valor final de investimento com a implantação de

painéis fotovoltaicos de R$ 1.796.865,21.

Tabela 03 - Cálculos do Investimento 2015 a 2020.

Ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Investimento R$ 1.796.865,21 R$ 1.598.705,29 R$1.379.117,25 R$.136.568,87 R$ 869.432,90 R$ 575.981,56

Equipamento R$ 1.633.513,83 R$- R$- R$- R$- R$-

Instalação R$ 163.351,38 R$ - R$- R$- R$- R$-

Juros 4% ao ano

R$ 71.874,61 R$63.948,21 R$ 55.164,69 R$45.462,75 R$ 34.777,32

Capital em 20 anos

R$ 198.159,92 R$ 219.588,04 R$242.548,38 R$ 267.135,97 R$293.451,34

Energia gerada ano 556.068 kW x

R$ 0,488192 (+ 5% ano)

R$ 285.041,35 R$299.293,41 R$314.258,08 R$329.970,99 R$ 346.469,54

Mão de obra (limpeza) R$

850,00 x 1,33 x 12 meses

R$ 14.696,50 R$ 15.431,33 R$16.202,89 R$17.013,04 R$17.863,69

Materiais para manutenção

0,01% da instalação

R$ 163,35 R$171,52 R$ 180,09 R$189,10 R$198,55

Insumos de limpeza 5% da mão de obra

R$ 146,97 R$ 154,31 R$162,03 R$170,13 R$ 178,64

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Tabela 4 – Cálculos do Investimento 2021 a 2025.

Ano 2021 2022 2023 2024 2025

Investimento R$ 254.380,73 -R$ 97.316,14 -R$ 481.174,49 -R$899.385,46 -R$1.354.273,06

Equipamento R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -

Instalação R$ - R$- R$ - R$ - R$ -

Juros 4% ao mês R$ 23.039,26 R$ 10.175,23 -R$13.892,65 -R$19.246,98 -R$ 35.975,42

Capital em 20 anos R$ 321.600,83 R$ 351.696,87 R$383.858,35 R$ 418.210,97 R$ 454.887,60

Energia gerada ano 556.068 kW x R$ 0,488192 (aumento 5% ano)

R$ 363.793,02 R$ 381.982,67 R$ 401.081,80 R$ 421.135,89 R$ 442.192,68

Mão de obra (limpeza) R$ 850,00 x 1,33 x 12 meses

R$ 18.756,87 R$ 19.694,72 R$ 20.679,45 R$ 21.713,42 R$22.799,10

Materiais para manutenção 0,01% da instalação

R$ 208,48 R$ 218,91 R$229,85 R$ 241,34 R$253,41

Insumos de limpeza 5% da mão de obra

R$ 187,57 R$ 196,95 R$206,79 R$ 217,13 R$ 227,99

Tabela 05 – Cálculos do Investimento 2026 a 2030

Ano 2026 2027 2028 2029 2030

Investimento -R$ 1.795.238,65 -R$2.273.182,61 -R$ 2.790.551,04 -R$ 3.349.936,26 -R$3.954.085,06

Equipamento R$- R$ - R$- R$- R$ -

Instalação R$- R$ - R$- R$ - R$ -

Juros 4% ao mês -R$54.170,92 -R$71.809,55 -R$90.927,30 -R$111.622,04 -R$133.997,45

Capital em 20 anos R$440.965,60 R$477.943,95 R$ 517.368,43 R$ 559.385,23 R$ 604.148,79

Energia gerada ano 556.068 kW x R$ 0,488192 (+ 5% ano)

R$411.239,20 R$431.801,16 R$453.391,21 R$ 476.060,77 R$499.863,81

Mão de obra (limpeza) R$ 850,00 x 1,33 x 12 meses

R$23.939,05 R$25.136,00 R$ 26.392,80 R$27.712,44 R$ 29.098,06

Materiais para manutenção (0,01%)

R$266,08 R$ 279,39 R$293,36 R$308,02 R$323,42

Custos com limpeza 5%

R$239,39 R$ 251,36 R$ 263,93 R$277,12 R$290,98

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Tabela 6 – Cálculos do Investimento 2031 a 2035.

Ano 2031 2032 2033 2034 2035

Investimento -R$ 4.605.907,37 -R$5.308.485,52 -R$6.065.083,89 -R$ 6.879.159,14 -R$ 7.754.371,00

Equipamento R$ - R$- R$ - R$ - R$ -

Instalação R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -

Juros 4% ao mês -R$ 158.163,40 -R$ 184.236,29 -R$ 212.339,42 -R$ 242.603,36 -R$ 275.166,37

Capital em 20 anos R$ 651.822,31 R$ 702.578,15 R$ 756.598,37 R$ 814.075,25 R$ 875.211,86

Energia gerada ano 556.068 kW x

R$ 0,488192 (+ 5% ano)

R$ 524.857,00 R$ 551.099,85 R$ 578.654,85 R$ 607.587,59 R$ 637.966,97

Mão de obra (limpeza) R$

850,00 x 1,33 x 12 meses

R$ 30.552,97 R$ 32.080,62 R$ 33.684,65 R$ 35.368,88 R$ 37.137,32

Materiais para manutenção

(0,01%)

R$ 339,60 R$ 356,58 R$ 374,40 R$ 393,12 R$ 412,78

Custos com limpeza 5%

R$ 305,53 R$ 320,81 R$ 336,85 R$ 353,69 R$ 371,37

De acordo com as tabelas 03, 04, 05 e 06, os custos com equipamentos são

somente no primeiro ano, a partir de 2016, começa-se a cobrança dos juros

referente ao ano anterior, sendo que a taxa de juros reduz anualmente em função do

pagamento do capital investido e em 2021 o empreendimento quita o investimento e

inicia a gerar renda, ou seja, os juros sobre os investimentos não ocorrem durante o

período inteiro de 2021, sendo que em 2022 os juros são referentes aos lucros

aferidos com a economia de energia.

Nos capitais de juros, somou-se a energia gerada ao ano, a mão de obra do

funcionário para limpeza, material para manutenção dos painéis fotovoltaicos e os

insumos com a limpeza dos mesmos.

Simulador solar

Os resultados fornecidos pelo simulador solar foram com base no consumo

elétrico informado e o sistema fotovoltaico precisaria cerca de 372,1kW de potência

para atender as necessidades energéticas, ou seja, considerada uma usina

fotovoltaica, na qual os módulos fotovoltaicos estariam instalados voltados para o

Norte e com uma inclinação ótima em torno de (28° para esse local), conforme pode

ser visto no quadro 04.

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

Quadro 04 – Resultado da simulação.

Fonte: América do Sol, 2014.

Além de obtermos informações importantes tais como: área ocupada pelo

sistema para atender a capacidade do sistema, inclinação aproximada nos módulos

para uma produção eficiente de energia, radiação solar pelo consumo de quilowatts,

o rendimento anual do mesmo e o consumo total anual, isso com a geração

fotovoltaica versus consumo na rede elétrica.

CONCLUSÃO

A pesquisa demonstrou que a radiação solar é significativa no Brasil, sendo

fator favorável. Quanto ao custo da energia solar, no período da pesquisa,

demonstrou ser maior que a convencional, porém de relevante importância para

sustentabilidade energética e preservação ambiental. Porém, segundo Rüther

(2004), a integração de sistemas solares fotovoltaicos em edificações tem

proporcionado vantagens que compensam seu atual alto custo, principalmente nos

países industrializados.

De acordo com o estudo, para a demanda no consumo total em quilowatts, se

o sistema fosse instalado em 2015, no ano de 2021 o sistema traria retorno

financeiro para a instituição. Desse modo, num período de aproximadamente 7 anos

o sistema se tornaria lucrativo, sendo que a energia solar poderá vir suprir a

demanda energética com viabilidade econômica e funcional.

Quanto a instalação de sistemas integrado à rede, como está sendo proposto

neste trabalho, estudos realizados nos campi da UFSC e USP demonstrou a

simplicidade de instalação (RÜTHER, 2004). Segundo o autor, para que um solar

fotovoltaico seja integrado ao entorno construído um projeto de engenharia

adequado pode ser realizado sem maiores dificuldades.

Capacidade do seu sistema (potência) 372,1 kWp

Área ocupada pelo seu sistema – Módulos de silício poli cristalino

2499 a 3055 m²

Inclinação aproximada dos módulos 28°

Radiação sobre os módulos 5.923.104 kWh

Rendimento anual 1.310 kWh/kWp

Consumo total anual 556,07 MWh

Consumo da rede elétrica 79,28 MWh

Geração fotovoltaica 487,57 MWh

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

É importante destacar que, frente a crise energética emergente e crescente

aumento nas sobretaxas, devido acionamento das usinas termoelétricas e crise

energética, os resultados tornam-se ainda mais animadores em dias atuais e futuros.

Quanto à demanda a ser instalada, o estudo demonstrou que a geração de

toda a demanda consumida implica na dificuldade de instalação, pois demanda de

uma vasta área de telhados com inclinação adequada, sendo que nem todos os

pavimentos possuem telhado direcionados para o norte geográfico. A pesquisa

demostrou que apenas parte da cobertura do prédio da administração está

adequada para instalação. Como a área neste prédio é pequena para a demanda

necessária, há necessidade de instalação de plataformas metálicas inclinadas nos

demais telhados.

Outra alternativa para reduzir as áreas de painéis a ser instalada seria

executar um programa de gestão energética, reduzindo o consumo de quilowatts por

hora. Esta alternativa em dias atuais é extrema relevância na sustentabilidade da

instituição.

Com esse estudo conclui-se que a energia solar pode contribuir para suprir a

demanda energética, inclusive em nossa região, com viabilidade econômica e

funcional. Quando comparado com o custo da energia solar versus o valor pago

pelos consumidores finais, a energia solar se torna mais cara que o valor cobrado

pela usina convencional, porém esse senário vem demostrando mudanças. As

perspectivas são de um cenário onde valores associados aos ganhos ambientais e

sociais passem a ser relevantes e, nestes moldes, a energia solar fotovoltaica passe

a ser economicamente atrativa e até competitiva.

REFERÊNCIAS

TEIXEIRA, Alexandre de Almeida; CARVALHO, Matheus Costa; LEITE, Leonardo Henrique de Melo. Análise de viabilidade para a implantação do sistema de energia solar residencial. E-xacta, UniBH, Belo Horizonte, v. 4, n. 3, p. 117-136. (2011). Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/ MOREIRA, Nelson José Hübner (ANEEL). Resolução Normativa nº482. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf>. Acesso em: 03 maio 2014. INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home%2Fpage&page=rede_estacoes_auto_graf >. Acesso em: 28 set. 2014.

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ANAIS PESQUISA DESTAQUE UnC 2015

RÜTHER, Ricardo. Edifícios Solares Fotovoltaicos: O Potencial da Geração Solar Fotovoltaica Integrada a Edificações Urbanas e Interligada à Rede Elétrica Pública no Brasil. Florianópolis: UFSC/Labsolar. 2004. 114 p. TIRADENTES, Átalo Antônio Rodrigues. Uso da Energia Solar para Geração de Eletricidade e para Aquecimento de Água. 2007. 54 f. Monografia (Especialização) - Curso de Pós-Graduação, Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras-MG, Lavras, 2007.

AGRADECIMENTO: Agradecemos à Universidade do Contestado – UnC,

campus Concórdia por ceder seu espaço e disponibilizar dados para a coleta, e ao

estado de Santa Catarina pelo financiamento da bolsa artigo 170.