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ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 1. INTRODUÇÃO (REFORMA ADMINISTRATIVA). Há tempos, vem sendo implantado no Brasil um modelo de Administração Pública, conhecido como ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL, sendo esta fundada no princípio da eficiência, com a finalidade de substituir o padrão atual de administração pública, que se encontra eivado de entraves burocráticos, originários de sua ênfase ao principio da legalidade. Na verdade, considerando o ineficiente desempenho do modelo burocrático de administração estatal em executar todas as atividades impostas pela constituição de 1988, este novo modelo de administração tem por fim maior, o desempenho eficiente de tais atividades, de forma a retirar o setor público de áreas em que sua atuação não seja imprescindível. Neste processo conhecido como reforma administrativa, surge um novo modelo de administração denominado pela doutrina de “TERCEIRO SETOR”, entidades paraestatais, tais como as organizações sociais, não componentes da administração pública que recebem fomento estatal para assumir o desempenho de atividades em colaboração com o setor público , o fazendo de forma que a gestão da coisa pública se torna mais compatível com os avanços tecnológicos, mais ágil,

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS(Trabalhos Escritos)

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ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

1. INTRODUÇÃO (REFORMA ADMINISTRATIVA).

Há tempos, vem sendo implantado no Brasil um modelo de Administração Pública, conhecido como ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL, sendo esta fundada no princípio da eficiência, com a finalidade de substituir o padrão atual de administração pública, que se encontra eivado de entraves burocráticos, originários de sua ênfase ao principio da legalidade.

Na verdade, considerando o ineficiente desempenho do modelo burocrático de administração estatal em executar todas as atividades impostas pela constituição de 1988, este novo modelo de administração tem por fim maior, o desempenho eficiente de tais atividades, de forma a retirar o setor público de áreas em que sua atuação não seja imprescindível.

Neste processo conhecido como reforma administrativa, surge um novo modelo de administração denominado pela doutrina de “TERCEIRO SETOR”, entidades paraestatais, tais como as organizações sociais, não componentes da administração pública que recebem fomento estatal para assumir o desempenho de atividades em colaboração com o setor público, o fazendo de forma que a gestão da coisa pública se torna mais compatível com os avanços tecnológicos, mais ágil, descentralizado, mais voltado para o controle de resultados, que para o controle dos procedimentos-meio, exigindo uma participação cada vez mais direta da sociedade na gestão pública.

2. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Segundo a lei 9.637/1998, que trata sobre as organizações sociais, o poder executivo poderá qualificar organizações sociais como pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. É uma qualificação especial, um título dado pelo poder público a determinadas entidades privadas, ou seja, não componentes da Administração Pública direta e indireta, sem fins lucrativos, que

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atendam as seguintes exigências previstas em lei, devidamente taxadas no conceito acima citado.

Na verdade, organização social, é uma forma de parceria entre o estado e a sociedade, com o fim de exercer atividades privadas em seu próprio nome com o incentivo do estado, devidamente manifestado na transferência de recursos, permissão de uso de bens públicos e etc. Não se caracteriza pelo exercício de atividades publicas permitida ou delegada pelo poder público.

Há neste modelo de parceria uma absorção pela entidade privada de interesse público e interesse social, de atividade antes executada pelo poder público, denominada pela lei de “publicização”.

3. QUALIFICAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

4. CONSELHO ADMINISTRATIVO

5. CONTRATO DE GESTÃO.

O contrato de gestão é um instituto relativamente novo em nosso ordenamento, tratado de forma restrita pela jurisprudência, e previsto somente em algumas leis esparsas relativas a contratos firmados com entidades específicas.

O conceito mais adequado de contrato de gestão, segundo a doutrina dominante, é que este seria um pacto firmado entre a administração direta centralizada e outras entidades, sejam da própria administração direta, indireta ou outras entidades, tais como as organizações sociais, no qual, estes órgãos assumem o compromisso de cumprir determinadas metas, e em contrapartida, ganham maior liberdade em sua atuação administrativa, passando a sujeitar-se basicamente ao controle relativo à consecução dos resultados devidamente pactuados.

Como já narrado na introdução, no sistema de atuação estatal denominado administração gerencial, o contrato de gestão assume o papel de instrumento prático de desburocratização da atuação estatal, descentralizando tal atuação, e concedendo autonomia de realização de atividades antes de sua competência a outras entidades. Pondo em foco e tendo como fim o princípio da eficiência na administração de recursos públicos, que ganhou força com a edição da emenda constitucional nº

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19/1998, base da já citada reforma administrativa, responsável pelo surgimento do terceiro setor, mas claro, sem deixar de lado o princípio da legalidade, apenas retirando-o do foco principal e como meio de efetivar o processo de privatização da prestação de serviços públicos, substituindo entidades da administração pública que prestem serviços públicos não exclusivos do estado por outras entidades, como é o caso das organizações sociais.

5.1. CONTRATO DE GESTÃO COM O TERCEIRO SETOR: ORGANIZAÇÕES SOCIAIS.

Com a já destacada “reforma administrativa”, encontra-se expressamente prevista na lei 9.637/1998 a possibilidade de ajuste de contrato de gestão com as pessoas jurídica de direito privado, que atendendo as exigências legais, são qualificadas como organizações sociais.

Neste vínculo jurídico contratual, a organização social se obriga ao atingimento de metas na prestação de determinados serviços de interesse social, dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, e a administração, em contrapartida, auxilia a organização de formas variadas, podendo-se destacar a transferência de recursos orçamentários, a cessão de bens públicos para utilização vinculada aos fins sociais da entidade e a cessão de servidores públicos.

No ajuste do referido contrato de gestão, ficarão discriminadas as obrigações do poder público e das organizações sociais. Dentre as obrigações contratuais das organizações sociais pode-se aqui destacar, a obrigatoriedade de apresentação de supervisor signatário do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, conforme recomendação de interesse público, apresentação de relatório pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao exercício financeiro.

É importante frisar, que na elaboração do contrato de gestão, deve-se observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, e ainda os seguintes preceitos:

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Obrigações da organização social: especificação do contrato de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos para execução;

Previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados mediante indicadores de qualidade e produtividade;

Limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidos pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções;

Os ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade devem definir as demais clausulas do contrato de gestão de que sejam signatários.

Após devidamente confeccionado, o contrato passará pelo crivo do conselho de administração da entidade, ao Ministro de estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada.

5.2. FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO.

A fiscalização da execução do contrato de gestão firmado com as organizações sociais ficará a cargo do órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada, que o fará, conforme já acima narrado, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, conforme recomendação de interesse público, quando a entidade apresentação de relatório pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao exercício financeiro, frisando-se, que os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato, independente do relatório, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pelas organizações sociais, devem de pronto dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.

Os resultados constantes deste relatório acima passarão pelo crivo de uma comissão de avaliação, indicada pela entidade supervisora da área correspondente, composta por especialista de notória capacidade e adequada qualificação.

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5.3 DA DESQUALIFICAÇÃO DA ENTIDADE COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Assim como o poder público tem o poder de qualificar uma entidade como organização social, poderá também proceder á desqualificação da mesma, quando verificado descumprimento das disposições previstas no contrato de gestão. Esta será precedida de um processo administrativo, assegurado o direito à ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente pelos danos e prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.

E no caso de desqualificação haverá a reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis.

OBSERVAÇÃO: DESTACAR CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO NA LEI E OUTROS