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primeiro contato da maioria dos
Oestudantes com o mercado de
trabalho na área escolhida como
prossão, geralmente é o estágio, seja ele
obrigatório ou não. É por meio desse perío-
do de conciliação entre estudo e trabalho
que o futuro prossional pode adquirir
conhecimento e desenvolver talentos que
serão diferenciais no mercado de trabalho.
Os programas de estágio no Brasil são regi-
dos pela Lei 11.788, de 25 de setembro de
2008, que atualizou a relação e a integração
empresa/escola no processo de estágio. A
lei atual está sobreposta às demais que já
tiveram validade do país.
LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO
DE 2008. Dispõe sobre o estágio de estu-
dantes; altera a redação do art. 428 da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º
de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996; revoga as Leis nos
6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de
23 de março de 1994, o parágrafo único do
art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória no
2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá
outras providências (NOVA CARTILHA
ESCLARECEDORA DA LEI DE ESTÁGIO,
2008, p. 7).
Sabendo-se da importância legal do
estágio e conhecendo-se a atualização da
legislação, é possível conceituar que a rela-
ção de trabalho do estagiário não é regida
pela Consolidação das Leis do Trabalho,
CLT, e sim pela lei própria que é ampla-
mente divulgada por meio da Nova
Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio
(2008), elaborada pelo Governo Federal
quando houve a atualização da Lei. A
Cartilha dene estágio como: Art. 1º
Estágio é ato educativo escolar supervisio-
nado, desenvolvido no ambiente de traba-
lho, que visa à preparação para o trabalho
produtivo de educandos que estejam fre-
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS REMUNERADOS NATV MIRANTE, EM IMPERATRIZ – MARANHÃO
F CO
Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação Santa Terezinha
ISSN 2317-1057
Editora: MsC Luciléia Lima Freire | Diagramação: MsC Luciléia Lima Freire Equipe de apoio: Antônio de Pádua Silva Pereira, Cláudia Renata Boni Cadore, Conceição de Maria Botelho Martins.
CONSELHO EDITORIALMsC. Roza Maria Soares da SilvaMsC. Kleber Alberto L. de SousaMsC. Renato Cadore
pedagogicoVol 8, Ed. 2, Agosto e setembro de 2017
Edgar Morin ensina, em sua obra Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, que “a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e ilusão”, nesse caso, a função das Instituições de Ensino Superior do Século XXI é oferecer um trabalho de qualidade, voltado para a formação acadêmica que supere o erro e a ilusão ao buscar o conhecimento. Oferecer uma educação de qualidade é ter o compromisso com a formação do cidadão, do prossional, em prol do desenvolvimento da socieda-de. É isso que a Faculdade de Educação Santa Terezinha- FEST oferece pelo trabalho de qualida-de do seu quadro docente, os quais estão sempre realizando práticas de pesquisa e produção, levando aos acadêmicos um conhecimento cientíco.
EDITORIAL
RELATO DE EXPERIÊNCIA: MINICURSODE REGRAS ORTOGRÁFICAS E APRODUÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO NAXIII JAFEST
05
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DEESTAGIÁRIOS REMUNERADOS NATV MIRANTE, EM IMPERATRIZ-MARANHÃO
01
NESTA EDIÇÃO
1Mônica Barbosa Brandão
DIVERSIDADE E RESPEITO ÀSDIFERENÇAS
07
quentando o ensino regular em ins-
tituições de educação superior, de
educação prossional, de ensino
médio, da educação especial e dos
anos nais do ensino fundamental,
na modalidade prossional da
educação de jovens e adultos. § 1º O
estágio faz parte do projeto peda-
gógico do curso, além de integrar o
itinerário formativo do educando.
§ 2º O estágio visa ao aprendizado
de competências próprias da ativi-
dade prossional e à contextuali-
zação curricular, objetivando o
desenvolvimento do educando
para a vida cidadã e para o traba-
lho. Art. 2º O estágio poderá ser
obrigatório ou não-obrigatório,
conforme determinação das dire-
trizes curriculares da etapa, moda-
lidade e área de ensino e do projeto
pedagógico do curso (NOVA
CARTILHA ESCLARECEDORA DE
LEI DE ESTÁGIO, 2008, p. 7).
Conhecendo-se a denição
do Ministério do Trabalho e
Emprego do Brasil, por meio da
cartilha, esta pesquisa cientíca
foca no programa de estágio não
obrigatório da TV Mirante, em
Imperatriz – MA, ou seja, analisan-
do-se o processo de recrutamento
e seleção de estagiários que rece-
bem remuneração (Nova Cartilha
Esclarecedora sobre a Lei de
Estágio, 2008).
Para consolidar a relação de
estágio é feito o registro do docu-
mento por meio do Termo de
Compromisso de Estágio, que de-
ne valor de remuneração, carga
horária (que não pode exceder 6
horas diárias), além das obrigações
gerais sobre ambiente de trabalho,
função e seguro contra acidentes
em favor do estagiário. O Termo
também dene as obrigações do
estagiário, como diz a Nova
Cartilha Esclarecedora sobre Lei
de Estágio (2008, p. 14): “Art. 16: O
termo de compromisso deverá ser
rmado pelo estagiário ou com seu
representante ou assistente legal e
pelos representantes legais da par-
te concedente e da instituição de
ensino”.
A partir da conceituação,
pode-se armar que todas as par-
tes envolvidas na assinatura do
Termo de Estágio podem desen-
volver-se a partir do ponto de vista
de identicação e busca constante
por crescimento prossional na
empresa e de, forma individual,
dos colaboradores, entre eles e os
estagiários.
O número máximo de esta-
giários em relação ao quadro de
pessoal das entidades concedentes
de estágio deverá atender às
seguintes proporções: I – de 1 (um)
a 5 (cinco) empregados: 1 (um)
estagiário; II – de 6 (seis) a 10 (dez)
empregados: até 2 (dois) estagiári-
os; III – de 11 (onze) a 25 (vinte e
cinco) empregados: até 5 (cinco)
estagiários; IV – acima de 25 (vinte
e cinco) empregados: até 20% (vin-
te por cento) de estagiários (NOVA
CARTILHA ESCLARECEDORA DA
LEI DE ESTÁGIO, 2008, p. 13).
Analisando-se o que deter-
mina a lei, a empresa Grupo
Mirante, em Imperatriz – MA, atu-
almente, se enquadra no quesito IV
e tem hoje um número geral de cin-
co estagiários remunerados na
empresa, em diferentes setores.
Dayanne Ramos, analista de
Gestão de Pessoas do Grupo
Mirante, “o número de contrata-
ções de estagiários, primeiramen-
te, segue o que diz a lei, mas tam-
bém é levada em consideração a
necessidade da empresa em cada
departamento”. O processo de
recrutamento e seleção de pessoas
é fundamental para o todo o desen-
volvimento das atividades da
empresa, bem como seu valor e
sucesso diante do mercado em
cada seguimento.
Ao colocarmos organização
e pessoas lado a lado, podemos veri-
car um processo contínuo de
troca de competências. A organi-
zação transfere seu patrimônio
para as pessoas, enriquecendo-as e
preparando-as para enfrentar
novas situações prossionais e
pessoais, na organização ou fora
dela. As pessoas, ao desenvolverem
sua capacidade individual, trans-
ferem para a organização seu
aprendizado, capacitando-a a
enfrentar novos desaos (DUTRA,
2016, p. 51).
Sabe-se que o processo de
recrutamento e seleção começa
com uma necessidade a ser suprida
pela empresa. Dene Ferreira
(2014), que “o processo de R&S
começa quando o gestor sinaliza a
necessidade de contratação de
uma pessoa, quer seja por aumento
de quadro ou por desligamento de
um empregado atual, que gere a
necessidade de uma substituição”.
O Grupo Mirante é compos-
to por emissoras de televisão, ali-
adas à Rede Globo, em São Luís,
Imperatriz, Balsas, Santa Inês e
Caxias e possui ainda emissoras de
rádio e portal de notícias na inter-
net, em São Luís e Imperatriz.
Todo o processo de recrutamento
e seleção, seja de estagiários ou
não, começa em cada cidade e é
encaminhado para o desenvolvi-
mento por meio do setor de Gestão
de Recursos Humanos que ca em
São Luís.
Neste trabalho é analisado o
processo de recrutamento e sele-
F COpedagogico02
ção, exclusivamente, na TV
Mirante, em Imperatriz. Sabendo-
se que o recrutamento é a primeira
fase do processo, a análise começa
por este ponto. Chiavenato (2014,
p. 101) defende que “o recrutamen-
to – tal como ocorre no processo de
comunicação - é um processo de
duas mãos: comunica e divulga
oportunidades de empregos, ao
mesmo tempo que atrai os candi-
datos para o processo de seleção”.
Segundo a analista de RH,
Dayanne Ramos, o recrutamento
de estagiários ocorre com o auxílio
do Centro de integração empresa-
escola, o Ciee, que tem uma parce-
ria com a empresa. O Centro é uma
instituição lantrópica, mantida
por empresários brasileiros há
mais de 50 anos, que ajuda na inte-
gração de jovens estudantes ao
mercado de trabalho por meio do
estágio, segundo o site da institui-
ção.
De acordo com Manuela
Barnardino, assistente de atendi-
mento às empresas no Ciee, em
Imperatriz – MA, “são disponibili-
zadas chas cadastrais para que
estudantes possam fazer o cadas-
tro”. Essas chas formam um ban-
co de talentos. Chiavenato (2014,
p. 109) dene dizendo que “é um
banco de dados que pode catalogar
candidatos que se apresentam
espontaneamente ou que não
foram considerados em recruta-
mentos anteriores. ”
No banco de talentos do
Ciee para recrutamento e encami-
nhamento para o programa de está-
gio na TV Mirante estão estudan-
tes de Comunicação Social –
Jornalismo, curso oferecido na
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o
M a r a n h ã o - U F M A , e m
Imperatriz, que tomam conheci-
mento sobre a vaga diretamente na
universidade.
Essa modalidade de recruta-
mento é defendida por Ferreira
(2014, p. 46) que diz que “outra
maneira de divulgar vagas existen-
tes é por meio da realização de
palestras em universidades ou ins-
tituições de ensino, principalmen-
te quando o objetivo é atrair candi-
datos mais juniores, estagiários e
trainees”.
O passo seguinte é a seleção
e esse processo é realizado pela TV
Mirante. Dayanne Ramos, analista
de RH, elenca as regras utilizadas:
“nessa etapa, propriamente dita,
fazemos a aplicação dos testes psi-
cológicos, teste de português e
redação e dinâmicas de grupo”. A
aplicação dos testes é feita na TV
Mirante, em Imperatriz, assim
como a dinâmica de grupo. Todo o
processo é guiado pelo setor de
Recursos Humanos, que ca em
São Luís, mas um representante do
setor administrativo, orientado
pelo setor de RH, aplica os questi-
onários, em Imperatriz, seguindo
um mesmo padrão.
Ferreira (2014, p. 79) garante
que os testes psicológicos “costu-
mam ser utilizados em processos
seletivos quando se quer identi-
car aptidões, prever comporta-
mentos de candidatos com deter-
minados ambientes ou revelar
características de caráter e tempe-
ramento”. A função do estagiário
na TV Mirante é, acima de tudo,
contribuir com a produção de notí-
cias. Entendo esse requisito bási-
co, ter o domínio da Língua
Portuguesa é essencial.
Para se certicar que o can-
didato tem esse domínio são apli-
cados os testes de Português e da
Redação. Ferreira (2014, p. 76) con-
rma o que defende o RH da
empresa: “ as provas de conheci-
mentos são indicadas quando se
deseja comprovar se os candidatos
detém os conhecimentos exigidos
para o cargo”.
Nessa primeira fase da sele-
ção, a última etapa é a dinâmica de
grupo. De acordo com informações
da analista de RH da empresa, a
dinâmica, basicamente, é uma apre-
sentação geral dos candidatos e
suas expectativas na prossão.
Ferreira (2014, p. 81) defende a téc-
nica: “as simulações ou dinâmicas
de grupo possibilitam uma avalia-
ção do candidato como compo-
nente de um grupo, a m de anali-
sar e diagnosticar seus comporta-
mentos como um ser social”.
Os melhores candidatos que
passam pela primeira fase, seguem
para a segunda. Dayanne Ramos
resume: “os candidatos aprovados
na etapa citada acima seguem para
a próxima etapa, a entrevista por
competência.” A entrevista segue o
roteiro já denido.
A entrevista é a técnica mais
utilizada e tem grande inuência
na decisão nal. Pode ser realiza-
da de forma estruturada, com um
roteiro pré-estabelecido, ou de for-
ma livre, quando não existe um
roteiro a ser seguido. Apresenta
como vantagem o contato direto
com os candidatos, porém deve-se
tentar controlar a subjetividade
inerente ao processo para conse-
g u i r u m m e l h o r r e s u l t a d o
(FERREIRA, 2014, p. 91).
Depois de todo o processo de
seleção, os melhores candidatos
seguem para a análise do gestor da
TV Mirante, em Imperatriz: “A eta-
pa seguinte é com o gestor. Ele vai
entrevistar os candidatos escolhi-
dos pelo RH e vai escolher um”.
03F COpedagogico
Como é parte do processo, a
entrevista nal, feita pelo gestor,
também é defendida por Ferreira
(2014, p. 106). Sabendo-se dessa
prática comum nos processos, o
autor pondera que “é importante,
então, que a área de Gestão de
Pessoas proporcione a capacitação
dos gestores em como atuar no pro-
cesso”.
Em Imperatriz, o gestor da
TV Mirante é Antonio Filho que
garante que “o departamento de
Jornalismo do Grupo Mirante, em
Imperatriz, segue a política inter-
na da empresa para o recrutamen-
to e seleção de estagiários. Há um
padrão para escolher quem atende
melhor as exigências do departa-
mento”.
Conhecendo-se a prática
utilizada na TV por meio dos fun-
cionários entrevistados, percebe-
se a concordância entre o processo
de recrutamento e seleção da
empresa com as denições de auto-
res sobre técnicas fundamentais
no processo.
O tipo de pesquisa adotada
para a produção deste artigo foi
teórica. Costa e Costa (2009, p.
132) defendem que “esse tipo de
pesquisa é orientado no sentido de
se reconstruir teorias, quadros de
referência, condições explicativas
da realidade”. Entendo-se que a
pesquisa teórica visa à análise e
possíveis reconstruções da reali-
dade, a pesquisa descritiva contri-
bui para se chegar a essa nalida-
de. Trata-se de uma pesquisa cujo
m é expor e caracterizar um fenô-
meno ou uma determinada popu-
lação. Durante o estudo, o investi-
gador utiliza instrumentos de cole-
ta padronizada de dados, como
questionários ou formulários de
observação sistemática, no intuito
de descrever os acontecimentos e
estabelecer relações entre as variá-
veis (BRASILEIRO, 2013, p. 45).
Para a produção dessa pes-
quisa foram realizadas leituras de
livros e análises de outros docu-
mentos, como a Lei 11. 788/ 2008,
que é a lei de estágio no Brasil.
Tendo-se esse trabalho, Costa e
Costa (2009, p. 133) garante que
houve a pesquisa bibliográca: “é
aquela realizada em livros, jornais,
etc. Ela é básica para qualquer tipo
de pesquisa.”
Foram feitas também entre-
vistas por telefone, e-mail e de for-
ma presencial na empresa analisa-
da, a m de coletar mais dados que
foram considerados fundamentais
para a construção do trabalho.
Brasileiro (2013, p. 46) chama essa
ação de levantamento: “Nela, o pes-
quisador interroga diretamente os
sujeitos identicados na pesqui-
sa”. Esta pesquisa foi idealizada a
partir da observação direta da auto-
ra do artigo, que trabalha, como
Chefe de reportagem, editora-
chefe e apresentadora, no mesmo
ambiente onde é realizado o traba-
lho de recrutamento e seleção de
estagiários, na TV Mirante, em
Imperatriz – MA. Por esse motivo,
também pode-se denir que, na
produção deste trabalho, houve
uso da pesquisa etnográca. Esse
tipo de pesquisa é determinado
por Brasileiro (2013, p. 47) como:
“originada das pesquisas em ciên-
cias sociais, a pesquisa etnográca
baseia-se na inserção do pesquisa-
dor no ambiente pesquisado, per-
manecendo nele o tempo sucien-
te para conhecer os sujeitos com
profundidade”
Por m, a partir de tais de-
nições, é possível armar que a
pesquisa foi elaborada sob a abor-
dagem qualitativa. Costa e Costa
(2009, p. 129) acreditam que “a qua-
litativa se preocupa com uma reali-
dade que não pode ser quantica-
da. Ela trabalha com o sujeito dos
sujeitos (crenças, valores, atitu-
des, etc). Esta abordagem também
pode trabalhar com dados, porém
o tratamento não deve envolver
estatística avançada.”
Pretendeu-se com este tra-
balho mostrar a importância de
um processo de recrutamento e
seleção eciente e ecaz, partindo
do pré-suposto de que as organiza-
ções são feitas por meio do traba-
lho das pessoas e, por isso, geri-las
de forma correta, desde a contrata-
ção, pode fazer diferença para o
desenvolvimento pessoal e pros-
sional de cada colaborador.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.
Nova Cartilha Esclarecedora da Lei de
Estágio: Lei 11.788, de 25 de setembro de
2008. Brasília, 2008.
BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Manuel
de produção de textos acadêmicos e cientí-
cos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
Centro de Integração Empresa-Escola, esta-
giários e aprendizes. Disponível em: www.ci-
ee.org.br/PORTAL/institucional. Acesso em
18 de fevereiro de 2017.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de
Pessoas: o novo papel dos Recursos
Humanos nas organizações. 4 ed. Barueri, SP:
Manole, 2014.
COSTA, Marco Antonio F. da; COSTA, Maria
de Fátima Barrozo da. Metodologia da
Pesquisa: conceitos e técnicas. 2 ed. Rio de
Janeiro: Interciência, 2009.
DUTRA, Joel Sousa. Gestão de Pessoas: mode-
lo, processos, tendências e perspectivas. 2 ed.
São Paulo: Atlas, 2016.
FERREIRA, Patricia Itala. Atração e seleção
de talentos. Org: Andrea Ramal. Rio de
Janeiro: LCT, 2014..
04 F COpedagogico
1 Graduada em Comunicação Social –Jornalismo UFMAMBA em Gestão de Pessoas e Coaching-INESPOLíder Coach e professora de graduação epós-graduação Latu Senso
Este relato de experiência se
refere a um trabalho desen-
volvido com o uso das regras
ortográcas voltadas para a escrita do
texto cientíco, realizado em um
minicurso ofertado na XIII Jornada
Acadêmica da FEST – JAFEST, no
turno noturno. As autoras deste rela-
to são professoras nesta instituição,
atuando nas disciplinas de Língua
P o r t u g u e s a , A l f a b e t i z a ç ã o e
Letramento, Fund. Teó. e Metod. da
Língua Portuguesa e da Geograa,
Tecnologia aplicada à Educação,
Introd. à Pedagogia e Educação
Ambiental.
A XIII Jornada Acadêmica da
FEST – JAFEST, foi realizada nos dias
9, 10 e 11 de maio de 2017, o minicurso
aconteceu nos dias 9 e 10, sendo que
cada dia teve 3 horas de duração, no
período das 19h00 às 22h00, totali-
zando 6 horas de evento. A ideia de
realizar este minicurso neste evento
surgiu a partir da observação sobre as
diculdades enfrentadas por acadê-
micos no momento de produzir um
texto cientíco, os quais muitos
sabem o que querem produzir e con-
textualizar, mas não conseguem
expressar no papel seus pensamentos.
Essas observações foram feitas
pelas professoras da FEST MsC
Luciléia Lima Freire, MsC Maria
Telma Leite Rocha, professora Esp.
Paola Efelli Rocha de Sousa Lima e
por Weslley Lima Freire, professor
Esp. de cursos preparatórios para o
Exame da OAB e egresso do curso de
Direito da FEST. Estes mesmos pro-
fessores foram autores do projeto e da
realização do “Minicurso: regras orto-
grácas e a produção do texto cientí-
co”. O objetivo principal desse mini-
curso foi possibilitar ao acadêmico
uma atualização sobre a nova ortogra-
a do país.
Desse modo, o minicurso apre-
sentou mudanças que ocorreram na
gramática; discussão acerca dessas
mudanças e o uso da nova ortograa
na literatura brasileira, tendo a preo-
cupação de apresentar aos acadêmi-
cos o uso das normas da escrita culta e
cientíca, bem como os demais
conhecimentos sobre o tema traba-
lhado para que possam escrever cor-
retamente com coesão e coerência.
É sabido que o tempo em sala
de aula é reduzido e não permite um
trabalho de forma aprofundada volta-
do para a explicação detalhada sobre
regras de produção textual de acordo
com as normas cientícas da lingua-
gem escrita. O ensino da escrita é o
tópico principal do ensino da discipli-
na de Língua Portuguesa nas institui-
ções de ensino (CREMASCHI, 2014).
Essa tem sido uma preocupação naci-
onal devido ao baixo índice de aprova-
ção e os erros grotescos no Exame
Nacional do Ensino Médio-ENEM,
essa realidade não é diferente no
Ensino Superior. Assim, «a escola é
talvez o único lugar onde se escreve
muitas vezes sem motivo...»
Certas atividades da escola
representam um puro exercício de
escrever. Na alfabetização isso pode
trazer problemas sérios para certos
alunos. Estamos tão acostumados a
ler e escrever na nossa vida diária, que
não percebemos que nem todos lêem e
escrevem como nós, mesmo os que
vivem bem próximo. Em muitas famí-
lias de classe social baixa, escrever
pode se restringir apenas a assinar o
próprio nome ou, no máximo, a redi-
gir lista de palavras e recados curtos»
(GAGLIARI, 2007, p. 101).
Portanto, o ato de escrever é
algo muito mais complexo do que se
pode julgar e, na maioria das vezes, a
diculdade na escrita é um problema
que veio de uma alfabetização realiza-
da de maneira incorreta, arcaica, fora
dos padrões construtivistas de ensi-
no, sem signicado, colocando, assim,
bloqueios na mente do sujeito.
Para se escrever bem é preciso
que haja uma motivação, essa motiva-
ção tem que partir do próprio sujeito,
ninguém pode fazer isso por ele, mas o
professor tem o papel de desenvolver
isso no aluno. Dessa forma, «ninguém
05F COpedagogico
RELATO DE EXPERIÊNCIA: MINICURSO DE REGRAS ORTOGRÁFICASE A PRODUÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO NA XIII JAFEST
1Luciléia Lima Freire2Paola Efelli Rocha de Sousa Lima
escreve ou lê sem motivo, sem motiva-
ção. É justamente por isso que, em cer-
tas culturas, o uso da escrita se apre-
senta como algo secundário e dispen-
sável mesmo e, em outras, como abso-
lutamente imprescindível. [...] todos
necessitam de um modo ou de outro
saber lê certas coisas, mas o número
cai enormemente quando se conta
quem necessita produzir a escrita na
proporção do que lê. Muitas pessoas
podem até ler jornal todos os dias, mas
e s c r e v e m m u i t o r a r a m e n t e »
(GAGLIARI, 2007, p. 102).
Não cabe às Faculdades preen-
c h e r a s l a c u n a s d o E n s i n o
Fundamental e Médio, mas o profes-
sor pode despertar nos alunos, que
apresentem diculdade em escrever,
o interesse necessário para que desen-
volvam a escrita cientíca. Dessa
forma, esses acadêmicos farão mais
produções, mais leituras e serão mais
desenvolvidos no meio acadêmico.
Mas, para que isso aconteça, a
produção e leitura de textos devem
estar inseridas na rotina do acadêmi-
co. Após a leitura de um trecho de um
romance, de um poema, de um texto
cientíco, após um debate ou uma
apresentação oral, o aluno vai se sentir
mais empolgado para escrever sobre
aquele assunto (CÂMARA JR, 1980).
A estrutura do texto cientíco
é basicamente a forma como o autor
organiza os fatores que utiliza na pro-
dução, da primeira à última página. É
a ordenação coesa e coerente dos com-
ponentes textuais e dos assuntos no
decorrer do texto. É a forma como
ocorre a estruturação das partes
durante a composição textual
(TEIXEIRA, 2008).
A linguagem passou e passa por
modicações ao longo da história, e
ganha novos dialetos à medida que a
sociedade evolui e as comunidades
interagem entre si, tornando comum
determinadas palavras oriundas de
suas culturas. Assim sendo, é preciso
que professores e acadêmicos estejam
sempre atualizados conforme a nor-
ma contemporânea da língua culta, a
m de evitar possíveis arcaísmos. Por
isso, é muito importante a participa-
ção da comunidade acadêmica em
minicursos, palestras e congressos
que envolvam a língua materna do
país e o seu processo de evolução no
contexto social.
Observa-se que a diculdade
de escrita é uma realidade presente no
meio acadêmico, por isso, vale desta-
car que um grande número dos acadê-
micos apresenta diculdade para
redigir qualquer tipo de texto e, tra-
tando-se do texto cientíco a situação
é ainda mais preocupante, assim, com
a realização desse minicurso buscou-
se contribuir para o desenvolvimento
da habilidade de produção dos acadê-
micos da FEST.
O minicurso foi dividido em
dois dias de realização e contou com a
participação de acadêmicos dos cur-
s o s d e C i ê n c i a s E c o n ô m i c a s ,
Pedagogia, Direito e Teologia. Todo o
conteúdo foi minuciosamente expli-
cado por meio de slides, os quais
foram apresentados de modo dinâmi-
co tanto com textos especícos colo-
cados em tópicos, como com imagens
de charges e tirinhas para inferir um
diálogo com palavras da linguagem
culta e popular, para que os partici-
pantes pudessem perceber as diferen-
ças de falas e textos.
Durante todo o minicurso, os
acadêmicos zeram intervenções nas
explicações para fazer perguntas em
relação a determinado contexto da
fala e escrita, expondo suas dúvidas.
Acredita-se que exposição dialogada
do conteúdo é uma abordagem que
possui um elevado nível de assimila-
ção, pois admite que os acadêmicos
atuem e participem da aula com suas
experiências de vida, bem como com
suas dúvidas, contribuindo e enrique-
cendo o conteúdo ministrado.
Ao nal do minicurso os acadê-
micos conseguiram entender como
deve ser redigida a ortograa na pro-
dução do texto cientíco com autono-
mia e segurança, também entenderam
normas essenciais do tema, como cla-
reza, pontuação, coerência, coesão,
objetividade, vocabulário e expres-
sões adequadas que devem ser utiliza-
das no texto cientíco.
Além disso, todo o material uti-
lizado no minicurso foi enviado para
os e-mails dos acadêmicos participan-
tes a m de que possam recorrer ao
material sempre que surgir alguma
dúvida com relação à produção do
texto cientíco. Desse modo, o resul-
tado do minicurso foi satisfatório pelo
fato da contemplação do seu objetivo
principal, bem como pela oportunida-
de dada aos acadêmicos em conhecer
e entender a forma cientíca de pro-
dução de texto.
O planejamento das aulas teve
como referência autores que abordam
o tema, mas principalmente, do livro
com título Português Corporativo, de
Rosângela Cremaschi (2014), dos qua-
is vericou-se a importância do con-
teúdo e da interligação dos temas (fer-
ramentas) e, assim, estabeleceu-se a
ordem lógica das apresentações
visando potencializar, ao máximo, a
oportunidade de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luís Carlos. Elementos de
fonética do português brasileiro. São
F COpedagogico06
[...] todos necessitam, de um
modo ou de outro, saber lê certas
coisas, mas o número cai
enormemente quando se conta
quem necessita produzir a
escrita na proporção que lê.
(GAGLIARI 2007)
Paulo: Paulistana, 2007.
CAMARA JR., J. J. M. Princípios de
linguística geral. 6. ed. Rio de Janeiro:
Padrão, 1980.
CREMASCHI, Rosângela. Português
Corporativo. Rio de Janeiro: Hunter,
2014.
TEIXEIRA, Gilberto J. W. Artigo
Cientíco: orientações para sua ela-
boração. 2008. Disponível em:
<http://www.serprofessoruniversitar
io.-
pro.br/ler.php?modulo=21&texto=133
4>. Acesso em: 11/03/2017.1 Professora Mestre em Ensino do Curso dePedagogia da Faculdade de EducaçãoSanta Terezinha - FEST2 Professora Esp. da Faculdade de EducaçãoSanta Terezinha-FEST
07F COpedagogico
O Brasil é um país no qual se
impera a diversidade social
e cultural e a pluralidade
étnica e racial resultado da mistura
dos povos europeu, o negro africano e
o indígena, e toda uma diversidade
cultural. Esses povos, viveram um pro-
cesso gradual de mestiçagem, e como
meio de sobrevivência foram obriga-
dos a aprender a conviver com as dife-
renças culturais biológicas e sociais,
no processo de colonização do Brasil.
A respeito desse processo de
colonização, Hoebel; Frost (2006, p.
22) sinaliza: “a humanidade é uma. As
civilizações, muitas”, ou seja, a histó-
ria da humanidade não conseguiu har-
monizar-se em um processo civiliza-
tório, e fortaleceu um processo etno-
cêntrico que promoveu uma hierar-
quia entre as culturas, supervalori-
zando umas em detrimento de outras.
A mobilidade social anunciada por
Gilberto Freyre em sua obra Casa
Grande e Senzala (1933), onde todos
teriam seu espaço na sociedade apesar
das diferenças étnicas culturais, não
aconteceu e aumentou o fosso cultu-
ral, social, econômico na história do
povo brasileiro.
Diante dessa conjuntura, urge a
necessidade de inserir na escola, a dis-
cussão sobre a diversidade e o respei-
to às diferenças, considerando que ela
é o espaço que abriga a diversidade, e
para tanto, precisa aprender a convi-
ver com as diferenças em um país mul-
ticultural, conforme Montagner
(2010, p 16): A diversidade está pre-
sente na sociedade brasileira sem fron-
t e i r a s , l i m i t e s o u r e s t r i ç õ e s .
Diversidades de gênero, raça/ etnia,
todas juntas: este é o Brasil. Pensar na
sociedade brasileira, portanto, impli-
ca considerar e planejar ações para a
diversidade. Dentro dessa perspecti-
va, o Estado brasileiro já começa a
construir uma nova organização de
suas estruturas para incluir e tratar a
diversidade não como tema isolado,
mas como parte integrante das políti-
cas públicas.
Mas, eis o grande desao
exposto por Gusmão (2000, p. 16): “a
escola tem sido o veículo de projeção
de padrões e modelos que impedem o
verdadeiro conhecimento, privilegi-
ando um conhecimento dado e assi-
milado pela ordem institucional, nem
sempre percebido pelos agentes soci-
ais que conduzem o processo educati-
vo”. Com base nesta reexão, remete-
se aos estereótipos criados no seio da
sociedade e aplicados na sala de aula
aos ditos diferentes, negros, asiáticos,
indígenas, etc.
Portanto, vivenciar os pilares
da educação, Aprender a conhecer,
Aprender a fazer, Aprender a conviver
e Aprender a ser, é uma necessidade,
partindo da premissa que “a plurali-
dade cultural de grupos étnicos, soci-
ais ou culturais necessita ser pensada
como matéria-prima da aprendiza-
gem, porém nunca como conteúdo de
dias especiais, datas comemorativas
ou momentos determinados em sala
de aula” (GUSMÃO, 2000, p. 19), mui-
to embora, sejamos descendentes de
uma cultura onde:
Aprendemos, desde criança, a
olhar, identicar e reconhecer a diver-
sidade cultural e humana. Contudo,
como estamos imersos em relações de
poder e de dominação política e cultu-
ral, nem sempre percebemos que
aprendemos a classicar não somente
como uma forma de organizar a vida
social, mas também como uma manei-
ra de ver as diferenças e as semelhan-
ças de forma hierarquizada e dicotô-
mica: perfeições e imperfeições, bele-
za e feiúra, inferiores e superiores.
Esse olhar e essa forma de racionalida-
de precisam ser superados (GOMES,
2012. p.4).
Mas, para que essa mudança
aconteça, faz-se necessário uma mobi-
lidade de vários segmentos da socie-
dade em prol do respeito às diferen-
ças. No Brasil, a legislação vigente tem
procurado a part i r das Ações
Armativas agilizar essa mudança,
uma das mais atuais, muito embora, já
1Veríssima Dilma Nunes Clímaco
DIVERSIDADE E RESPEITO ÀS DIFERENÇAS
F COpedagogico08
Rua Perimetral Castelo Branco, 116 - Pq. Anhanguera - Imperatriz/MAwww.fest.edu.br 99.2101-0880
.tenha se passado mais de uma déca-
da de sua elaboração é a Lei de nº
10.639/2003, que “torna obrigatório
nos estabelecimentos de ensino fun-
damental e médio, ociais e particu-
lares o ensino sobre História e
Cultura Afro-Brasileira” (BRASIL,
2004, p. 35), e busca fortalecer a edu-
cação para as relações étnico-raciais.
Almeja-se que, a aplicabilida-
de dessa lei possa provocar outro
olhar para casos de discriminação
que acontecem na escola, como o que
descreve-se a seguir, a partir de um
relato que revela um episódio da his-
tória de vida de uma professora
negra: «ainda em Bacabal-MA, na
casa de parentes estudou até o 5º
ano. Coloca a experiência de que
quando chegaram à escola, nessa
cidade, os alunos gritaram vaiando:
“ei escureceu! ”, o pai cou muito
triste e disse: “Minha lha não quero
que você que aqui nesta escola os
meninos vão humilhar você, isso é
porque nós somos negros”. Queria
levá-la de volta, mas a vontade de
estudar era tão grande que conven-
ceu o pai que poderia enfrentar a situ-
ação» (CLÌMACO; ROCHA, 2012, p.
84).
Essa situação de preconceito,
discriminação é constante nos espa-
ços educacionais, daí a importância
da discussão sobre a diversidade e
respeito às diferenças, na certeza de
que os direitos humanos possam ser
contemplados de modo mais signi-
cativo nas relações humanas e em
especial nas escolas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações
Étnico –Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana. Brasília: MEC, 2004.
CLÍMACO, Veríssima Dilma Nunes.
R O C H A , M i l e n e V i e i r a S a n t o s .
I n c i d ê n c i a s d a c u l t u r a a f r o e m
Imperatriz-MA. Imperatriz: Ethos,
2012.
GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-
raciais, educação e descolonização dos
currículos, In: Currículo sem Fronteiras,
v.12, n.1, pp. 98-109, Jan/Abr 2012.
Disponível em: www.curriculosemfron-
teiras.org
GUSMÃO, Neusa Maria Mendes.
Desaos da diversidade na escola. In:
Revista Mediações. Londrina, v.5, n.2,
p.9-28, jul./dez.2000.
HOEBEL, E. Adamson; FROST, Everett
L. Antropologia social e cultural. São
Paulo: Cultrix, 2006.
MONTAGNER, Paula et al. Diversidade
e capacitação em escolas de governo:
mesa-redonda de pesquisa-ação.
Brasília: ENAP, 2010.
1 Pedagoga, Mestra em Ambiente eDesenvolvimento. Professora da disciplinaHistória e Cultura Afrobrasileira e Africana.