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17 + 18 NOVEMBRO 2016 Orquestra Gulbenkian Benjamin Shwartz Sunhae Im Varvara Solistas da Orquestra Gulbenkian benjamin shwartz © larry garf

Orquestra Gulbenkian Benjamin Shwartz Sunhae Im Varvara · 2017-09-28 · Virus Sergei Prokofiev Abertura sobre temas hebraicos, ... do primeiro andamento. É contudo o tema apaziguador

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17 + 18 NOVEMBRO 2016

Orquestra Gulbenkian

Benjamin ShwartzSunhae ImVarvaraSolistas da OrquestraGulbenkian

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mecenas principalgulbenkian música

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mecenasconcertos de domingo

mecenasestágios gulbenkian para orquestra

Sociedade de Advogados, SP RL

mecenasmúsica de câmara

gulbenkian.pt/musica

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Duração total prevista: c. 1h 50 min.Intervalo de 20 min.

O concerto de 18 de novembro é transmitido em direto pela RTP – Antena 2

17 DE NOVEMBROQUINTA21.00 — Grande Auditório

18 DE NOVEMBROSEXTA19.00 — Grande Auditório

Orquestra Gulbenkian

Orquestra Gulbenkian

Benjamin Shwartz Maestro

Sunhae Im Soprano

Varvara Piano

Wolfgang Amadeus MozartConcerto para Piano e Orquestra n.º 20,em Ré menor, K. 466

AllegroRomanceRondo: Allegro assai

intervalo

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Gustav MahlerSinfonia n.º 4, em Sol maior

Bedächtig, nicht eilen (Circunspecto, sem apressar)In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast (Andamento moderado. Sem presssa)Ruhevoll (Tranquilo)Sehr behaglich (Muito agradável)

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18 DE NOVEMBROSEXTA21.30h — Grande Auditório

Solistas da Orquestra Gulbenkian

Esther Georgie Clarinete

Ana Beatriz Manzanilla Violino

Maria José Laginha Violino

Leonor Braga Santos Viola

Jeremy Lake Violoncelo

Michel Gal Piano

Camille van LunenQuatuor pour l’aurore des temps *

CellCrystalsVirus

Sergei ProkofievAbertura sobre temas hebraicos, op. 34

Antonin DvorákTrio para Piano e Cordas nº. 4, em Mi menor,op. 90, Dumky

Lento maestoso – Allegro vivacePoco adagio – Vivace non troppoAndante – Vivace non troppoAndante moderato – Allegretto scherzandoAllegro – Meno mossoLento maestoso – Vivace

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* Estreia Mundial Com projeção de vídeo (créditos das imagens no verso da contracapa) Duração total prevista: c. 1hConcerto sem intervalo

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Os Concertos para Piano n.º 20, em Ré menor, K. 466, e nº. 24, em Dó menor, K. 491, são o fruto do labor de W. A. Mozart em meados da década de 1780, após um período de adaptação à vida musical de Viena. Em muitos aspetos, estas são duas obras que se distanciam do restante grupo de concertos de Mozart, seja pelo uso de tonalidades-base menores, seja pelo dramatismo intenso de algumas passagens, seja ainda pela interação acrescida entre as diversas partes orquestrais e o instrumento solista. Certos naipes da orquestra assumem, por vezes,a condução do discurso, como acontece, desde logo, na veemente introdução orquestral do Concerto em Ré menor, K. 466. Sob a influência do Sturm und Drang coevo, Mozart conduziu a sua pena com firmeza em busca de sentimentos interiores, enevoados por inquietações e angústias que tomam forma à medida que explora cada progressão temática e harmónica. O primeiro tema emerge em gesto ascendente, pausado, qual interrogação existencial talhada não apenas pela incerteza ante as contrariedades, mas também pela esperança na resolução dos problemas e conflitos. Desta dialética dão conta os densos ritornelos orquestrais, com acentuações

incisivas dos sopros. O título do segundo andamento, Romance, em Si bemol maior, anuncia o universo musical do século XIX, revelando uma constante atitude perscrutadora das emoções humanas. Mais tarde, as implicações“românticas”, avant la lettre, da música de Mozart, vieram a ser postas em relevo pelo compositor e crítico E. T. A. Hoffmann (1776-1822). Com delicadeza, o piano vai debruando um tema de grande enlevo melódico, sempre acompanhado pelos comentários das cordas. Este refrão alterna com episódios intermédios, num contínuo que não deixa de fazer sentir, a dado momento, as brumas inquietantes do primeiro andamento. É contudo o tema apaziguador do solista que prevalece nos últimos compassos. Seguindo o mesmo princípio formal, o Rondo final impõe um renovado impulso à textura, envolvendo solista e orquestra num crescendo de tensões para o qual concorrem não apenas as abundantes indicações de dinâmica, como também os acordes diminutos e de sexta aumentada, coma típica resolução para a dominante. Também no plano harmónico Mozart anunciou, nesta fase da vida, o despontar do Romantismo.

WolfgangAmadeus MozartSalzburgo, 27 de janeiro de 1756Viena, 5 de dezembro de 1791

Concerto para Piano e Orquestra n.º 20, em Ré menor, K. 466

data de composição: 1785duração: c. 30 min.

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A Sinfonia n.º 4, em Sol maior, de Gustav Mahler, foi concluída a 6 de agosto de 1900, na sua residência de verão na idílica localidade austríaca de Maiernigg, na margem sul do lago Wörthersee. Face às anteriores sinfonias de Mahler, a Sinfonia n.º 4 mostra uma vocação mais conservadora no modo de articulação da forma e da instrumentação, esta última com forte ligação aos modelos classicistas. Apesar da energia intrínseca e da originalidade dos componentes motívicos, o primeiro andamento apoia-se em princípios lineares de orquestração, os quais fazem alternar a percussão, os soprose as cordas num fluxo musical homogéneo.O complexo temático da exposição encontra-se bem delimitado por três temas distintos:o primeiro com perfil angulado; o segundo mais poético, encetado pelo expressivo intervalode sexta maior; o último de caráter dançante,na mesma tonalidade. No segundo andamento, em compasso 3/8, o compositor leva a efeito a representação musical de um dos temas favoritos da pintura germânica dos séculosXVII e XVIII: a tenebrosa “Dança da Morte”.Um violino solo, executado em scordatura,

sugere o fiedel medieval, tal como aparece nas lendas germânicas, tocado pelo ancestral demónio Freund Hain. A atmosfera lamentosa do terceiro andamento, com a indicação “tranquilo”, é por vezes entrecortada por secções de lirismo inflamado. Duas secções distintas são reintroduzidas na textura com recursoà técnica da variação, após o que tem lugar a coda final. Em grande parte das sinfonias, o trabalho sinfónico de Mahler encontra-se diretamente relacionado com o universo do Lied, no qual também laborava, como se sabe, com resultados superlativos.À imagem de outras páginas das sinfoniasn.os 2, 3, e 8, também o derradeiro andamento da Sinfonia n.º 4 foi recolher inspiração a um dos Lieder provindo do ciclo Des Knaben Wunderhorn (1892-1899), no qual uma criança descreve a sua visão do paraíso (Das himmlische Leben). As sonoridades amplas, que já tinham feito a sua aparição nos primeiros compassos do andamento introdutório, encontram aqui o seu verdadeiro habitat e auxiliam o soprano solistaa desvelar, passo a passo, um quadro sonorode incomparável beleza e serenidade.

Gustav MahlerKaliste, 7 de julho de 1860Viena, 18 de maio de 1911

Sinfonia n.º 4, em Sol maior

composição: 1899-1900estreia: Munique, 25 de novembro de 1901duração: c. 55 min.

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Das himmlische Leben Wir genießen die himmlischen Freuden,d’rum tun wir das Irdische meiden.Kein weltlich’ Getümmelhört man nicht im Himmel!Lebt alles in sanftester Ruh’!Wir führen ein englisches Leben,sind dennoch ganz lustig daneben!Wir führen ein englisches Leben,wir tanzen und springen,wir hüpfen und singen!Sanct Peter im Himmel sieht zu! Johannes das Lämmlein auslasset,der Metzger Herodes drauf passet!Wir führen ein geduldig's,unschuldig's, geduldig's,ein liebliches Lämmlein zu Tod!Sanct Lukas der Ochsen tät schlachtenohn' einig's Bedenken und Achten,der Wein kost' kein' Hellerim himmlischen Keller,die Englein, die backen das Brot. Gut’ Kräuter von allerhand Arten,die wachsen im himmlischen Garten!Gut’ Spargel, Fisolenund was wir nur wollen!Ganze Schüsseln voll sind uns bereit!Gut’ Äpfel, gut’ Birn und gut’ Trauben!Die Gärtner, die alles erlauben!Willst Rehbock, willst Hasen,auf offener StraßenSie laufen herbei!Sollt ein Fasttag etwa kommen,alle Fische gleich mit Freuden angeschwommen!Dort läuft schön Sanct Petermit Netz und mit Köderzum himmlischen Weiher hinein.Sanct Martha die Köchin muss sein! Kein Musik ist ja nicht auf Erden,die uns’rer verglichen kann werden.Elftausend JungfrauenZu tanzen sich trauen!Sanct Ursula selbst dazu lacht!Kein Musik ist ja nicht auf Erden,Die uns’rer verglichen kann werden.Cäcilia mit ihren Verwandtensind treffliche Hofmusikanten!Die englischen Stimmenermuntern die Sinnen,dass alles für Freuden erwacht.

A Vida Celeste Saboreamos os prazeres celestes,por isso evitamos todas as coisas terrenas.No céu não se escutanenhum rumor do mundo!Todos vivem em serena paz!Levamos uma vida angelical,mas somos também muito alegres!Levamos uma vida angelical,dançamos e cantamos,saltamos e pulamos!E no céu, São Pedro observa-nos! São João solta o pequeno cordeiro,Herodes, o carniceiro, aguarda por ele!Levamos o manso,inocente e mansoe doce cordeirinho, para a morte!São Lucas abate o boisem muito pensar ou sentir,o vinho não custa um tostãonas caves celestes,e os anjos cozem o pão. Ervas aromáticas de diversos tipos,crescem no jardim celeste!Bons espargos, feijões,e tudo o que quisermos!São-nos servidos pratos fartos!Boas maçãs, boas peras e boas uvas!Os jardineiros deixam-nos provar tudo!Se quereis corças ou lebres,eles surgem correndopelas ruas espaçosas!E se é dia de jejum,todos os peixes nadam alegremente até à tona!E eis São Pedro que chegacom a sua rede e engodoao viveiro celeste.Santa Marta deve ser a cozinheira! Não existe música na Terra,que se compare à nossa.Onze mil virgenslançam-se numa dança!Santa Úrsula observa e ri!Não existe música na Terra,que se compare à nossa.Cecília e os seus paressão magníficos músicos de câmara!As vozes dos anjosestimulam os sentidos,e tudo desperta para a alegria.

tradução de ofélia ribeiro

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Compositora eclética e singular, Camille van Lunen não segue ou representa nenhuma escola em particular. A sua música cruza múltiplas influências e ideias e explora novas combinações vocais e instrumentais. A sua experiência como cantora lírica reflete-se de uma forma viva nas obras para voz solista (canções e ópera) e nas obas corais, em ambos os casos demonstrando o seu instinto dramático e uma grande sensibilidade para abordar textos franceses, ingleses ou alemães. Ao longo da sua carreira, Camille van Lunen tem sido muito solicitada para escrever novas obras de grande originalidade, desde a ópera para jovens Der Felsenjunge (“O rapaz nos rochedos”, Leverkusen, 2005), ou O Mare Nostrum (Acht Brücken Festival Köln, 2016), que adapta a obra premiada O Sacrum Convivium e que dá voz aos refugiados chegados recentemente a Colónia. A descontração e o humor caracterizam a sua música de câmara, sendo disso exemplos o quinteto para sopros Entgleist (2006) e Songs of the British Isles (2008). Exigente e estimulante, tanto para os intérpretes como para o público, a sua música é também uma voz dos nossos dias.

As descobertas recentes no domínio da biologia inspiraram Camille van Lunen – Artista em Residência no Instituto Gulbenkian de Ciência (outubro de 2015 a maio de 2016) a escrever um nova composição intitulada Quatuor pour l’aurore des temps.Ao longo desse período, a compositora teve a oportunidade de visitar livremente o instituto e os seus 40 laboratórios, de trocar ideias com os cientistas e de descobrir aspetos paralelos à composição musical. Escreveu então um quarteto para violino, clarinete, violoncelo e piano em que, segundo a compositora, cada andamento da peça ilustra um dos mistérios da origem da vida: “Divisão celular (o crescimento e a condensação do material genético, a divisão dos cromossomas e a formação de duas células idênticas); Formação de cristais (a lenta e misteriosa formação de cristais com diferentes formas geométricas); Ataque viral (uma célula, personificada pelo pianista, é mortalmente atacada por um vírus agressivo. O ataque é intercalado por um período de trégua)”.

Camille van LunenAmesterdão, 25 de novembro de 1957

Quatuor pour l’aurore des temps

composição: 2016duração: c. 10 min.

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Composta nos finais de novembro de 1919, cerca de um ano depois de Sergei Prokofiev se ter estabelecido na cidade de Nova Iorque, a Abertura sobre temas hebraicos, op. 34, teve origem num pedido dirigido ao compositor por um grupo de músicos judeus, igualmente emigrados da União Soviética, os quais formavam o Zimro Ensemble, constituído por clarinete, quarteto de cordas e piano. Através dos seus recitais, estes músicos pretendiam reunir verbas para a construção de um conservatório de música em Jerusalém. Muito embora se tenha inicialmente recusado, Prokofiev acabou por ter em conta o espírito filantrópico do projeto e a beleza dos cantos tradicionais que lhe haviam sido confiados, em esquisso, para o fim em causa. Foram necessários apenas dois dias para escrever uma página de música memorável, na qual se destacam duas das várias melodias fornecidas pelo Zimro Ensemble. A primeira, confiada ao clarinete, no seu registo grave, é acompanhada pelo piano, em tom marcial, com os comentários mordazes das cordas. Já o segundo tema, nos violinos, inflete nos domínios do misticismo

chassídico, revelando toda a autenticidade da crença e dos ritos da sinagoga. Uma cláusula plagal, repescada do culto cristão, encerra este segundo tema, após o que regressa o ritmo de marcha inicial, imposto pelo piano. A peça prossegue com diversas transformações do primeiro tema, o qual reaparece exposto na íntegra pelo clarinete. Sucede-lhe o segundo tema, partilhado pelos dois violinos antes dos resolutos compassos finais.A estreia da Abertura sobre temas hebraicos, op. 34, ocorreu no dia 26 de janeiro de 1920, no Bohemian Club de Nova Iorque, com o clarinetista Simeon Bellison e os restantes membros do Zimro Ensemble, aos quais se juntou o próprio Prokofiev, substituindo o pianista Leo Berdichevsky. Durante muito tempo, Prokofiev manteve a obra na sua versão original para sexteto, apesar de, por diversas vezes, lhe terem sido sugeridas transcrições para formações instrumentais mais alargadas. Em 1934 surgia, enfim, uma versão para orquestrade câmara, estreada em Praga no mês de maiodo mesmo ano, sob o número de op. 34bis.

Sergei ProkofievSontsovka, 23 de abril de 1891Moscovo, 5 de março de 1953

Abertura sobre temas hebraicos, op. 34

composição: 1919estreia: Nova Iroque, 26 de janeiro de 1920duração: c. 9 min.

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O quarto e último Trio com Piano de Antonín Dvorák deve o subtítulo Dumky a uma peça do canto tradicional eslavo, caracterizada por grande lirismo e melancolia, mas que e agitada, por vezes, por secções de súbita animação, um pouco como acontece nos Ländler da tradição germânica. Neste Trio n.º 4 foram reunidas seis Dumky, secções que combinam elementos da música tradicional com pressupostos f ormais e estilísticos da prática erudita do alto romantismo. A conclusão da obra data de fevereiro de 1891 e a estreia sobreveio em Praga no mesmo ano, com Ferdinand Lachner no violino, Hanus Wihan no violoncelo e o próprio Dvorák no piano.O Dumka 1, em Mi menor, estabelece, desde logo, uma atmosfera característica, com o longo tema do violoncelo a ser acompanhado, em sextas paralelas, pelo piano. O segundo tema, Allegro, recorre à tonalidade paralela de Mi maior para enunciar uma série de sucessões de terceiras, em staccato, sobre as figurações rítmicas dançantes do piano. No Dumka 2, em Dó sustenido menor, as cordas começam por esboçar uma textura de acompanhamento com surdinas, a qual serve de base ao longo lamento melódico do piano que se segue. De imediato, o violino intervém com uma secção evocativa

das danças populares, sobre as figurações de acompanhamento do violoncelo e do piano.A serenidade e o espírito positivo imperam, por sua vez, no Dumka 3, em Lá maior. O tema inicial do piano é retomado pelos restantes instrumentos, numa marcha inexorável que conduz a uma secção Vivace. A atmosfera do Dumka 4 aparenta-se com a de uma canção de embalar, sendo caracterizada, neste caso, por uma melodia inspiradora que é entoada pelo piano e que depois se transforma numa magnífica elegia, na voz do violoncelo. O Dumka 5, em Mi bemol maior, assenta numa lógica de construção essencialmente rítmica, a qual depende, em primeira instância, de um motivo ascendente de quatro notas pontuado por inusitadas síncopas. A impulsividade do discurso musical apenas é interrompida no episódio central, Meno mosso, de caráter declamatório. O derradeiro Dumka 6 volta a enunciar o tema majestoso do primeiro andamento na nova tonalidade de Dó menor. A entrada do segundo tema restabelece, porém, a tonalidade original de Mi menor, a qual fornece o pano de fundo para uma série de novos contrastes de ambiência. notas de rui cabral lopes

Antonín DvorákNelahozeves, 8 de setembro de 1841Praga, 1 de maio de 1904

Trio para Piano e Cordas nº. 4,em Mi menor, op. 90, Dumky

composição: 1890-91estreia: Praga, 11 de abril de 1891duração: c. 32 min.

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O maestro norte-americano Benjamin Shwartz nasceu em Los Angeles e estudou com Christoph Eschenbach no Curtis Institute of Music, em Filadélfia. Realizou também estudos de composição na Universidade da Pensilvânia com James Primosch, na Alemanha com Karlheinz Stockhausen, e no IRCAM, em Paris. Foi Maestro Residente da Sinfónica de São Francisco e, como Diretor Musical da Orquestra Sinfónica NFM de Wrocław teve um papel ativo na programação do evento Wrocław Capital Europeia da Cultura 2016. Tem sido regularmente convidado a dirigir orquestras como a Filarmónica de Los Angeles, a Sinfónica Real de Estocolmo, a Sinfónica Escocesa da BBC, a St. Paul Chamber Orchestra, a Orquestra Nacional de Lille ou as Sinfónicas da Islândia e de Tóquio. Em outubro de 2015, dirigiu a Orquestra Gulbenkian no Grande Auditório em substituição do maestro David Zinman. No domínio da ópera, dirigiu uma nova produção

de Béatrice et Bénédict, de Berlioz, no Deutsches Nationaltheater und Staatskapelle Weimar,e O Morcego, de J. Strauss, na Ópera Real Sueca, bem como três novas produções de La sonnambula de Bellini, Il viaggio a Reims de Rossini, e Faustode Gounod, no Curtis Institute of Music,em Filadélfia.Benjamin Shwartz tem dirigido também estreias mundiais de obras de compositores contemporâneos como Mason Bates, Nathaniel Stookey e Zhou Tian. É também o maestro do Mercury Soul, um novo projeto musical que cruza os domínios acústico e digital e que Shwartz tem vindo a desenvolver em parceria com o compositor Mason Bates e com a artista visual Anne Patterson.Benjamin Shwartz recebeu o prémio Presser Music e foi também premiado no Concurso Internacional de Direção de Orquestra Gustav Mahler da Sinfónica de Bamberg.

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Sunhae Im é natural da Coreia do Sul. Estudouna Escola de Música da Universidade de Seule na Universidade de Música de Karlsruhe.Em 1997 venceu o Concurso da Sociedade Coreana Schubert e o Grande Prémio do Concurso Coreano Juventude e Música. Em 2000 foi finalista do Concurso de Canto Rainha Elisabeth, em Bruxelas, o que proporcionou um renovado impulso à sua carreira. Desde então, tem-se apresentado com grandes orquestras como a Filarmónica de Nova Iorque, a Sinfónica de Pittsburgh, a Sinfónica de Berlim, a Orchestre des Champs-Elysées, ou Filarmónica de Munique,sob a direção de maestros como P. Herreweghe,M. Honeck, W. Christie, F. Biondi, T. Hengelbrock, H. Blomstedt, F. Brüggen, I. Fischer, K. Nagano,R. Chailly, L. Zagrosek, S. Cambreling, Ton Koopman, ou M. Janowski. Colabora também regularmente com prestigiados agrupamentos de música antiga como Akademie für Alte Musik Berlin, B `Rock Orchestra, ou Ensemble Matheus. Como solista de concerto, o seu repertório inclui obras de Vivaldi a Mahler, tendo atuado

no Musikverein e no Konzerthaus de Viena,na Cité de la musique e na Salle Pleyel, em Paris, no Auditório Nacional de Música de Madrid,na Philharmonie de Colónia, ou no Carnegie Hall de Nova Ioque. Em abril de 2016 realizou, com grande sucesso, uma digressão de recitais na Coreia do Sul com Helmut Deutsch. No domínio da ópera, Sunhae Im estreou-se em Frankfurt, em As bodas de Figaro (Barbarina) de Mozart. Durante três anos, foi membro da Ópera de Hanôver. Atuou também nos principais palcos de Berlim, Paris, Frankfurt ou Hamburgo, no Théâtre de la Monnaie, em Bruxelas, bem como em prestigiados festivais como os de Edimburgo, Nova Ioque (“Mostly Mozart”), Salzburgo, Innsbruck, Beaune e Verbier. Em 2010 atuou na Fundação Gulbenkian, em Così fan tutte (Despina), com a Freiburger Barockorchester e o Coro Gulbenkian, sob a direção de René Jacobs. Em 2015 foi lançado o seu primeiro CD em recital, intitulado Orfeo[s] (Harmonia Mundi), cantatas italianas e francesas de Rameau, Clérambault, Pergolesi e Scarlatti.

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Varvara Nepomnyashchaya nasceu em Moscovo. Formou-se na Escola de Música Gnessin e no Conservatório Tchaikovsky, onde foi aluna de Mikhail Voskressensky. Posteriormente estudou com Evgeni Koroliov em Hamburgo. Em 2006 foi premiada no Concurso Bach de Leipzig e em 2012 venceuo Concurso Géza Anda de Zurique.Varvara é uma pianista dotada de grande inteligência musical e trabalha com determinação, energia e sinceridade para que cada concerto ou recital se converta numa experiência artística única. O seu interesse interpretativo abarca todas as épocas e estilos, desde Bach e Händel a Stravinsky ou Pärt.Ao longo da sua ainda curta, mas intensa carreira, apresentou-se com a Orquesta do Teatro Mariinsky, a Orquestra de Câmara de Viena, a Orquestra do Tonhalle de Zurique, a Orquestra Sinfónica da Rádio de Viena e a Orquestra Sinfónica da Rádio de Estugarda,

entre outras, sob a direção de maestros de renome como V. Gergiev, D. Zinman, C. Meister ou C. Schuldt. Na presente temporada, toca pela primeira vez com a Orquestra Gulbenkian no Grande Auditório. As suas atuações a solo incluem recitais em Lucerna, Madrid, Moscovo, Alicante, Lyon, São Petersburgo, Girona, Hamburgo, Valência, Lausanne, Zurique, ou Dormund. Na temporada passada interpretouo Concerto para Piano de Tchaikovsky (Sinfónica de Praga), Prometeo de Scriabin (Orquestra Nacional da Rádio da Polónia) e o Quinteto de Medtner, com o Quarteto Schumann. Apresentou-se em recital no Teatro Mariinskyde São Petersburgo, no Palau de la Música Catalana de Barcelona, no Teatro Principal de Vitoria, no Auditório Nacional de Música de Madrid, no Auditório Lingotto, em Turim, e no Conservatório Verdi de Milão. Foi recentemente disponibilizado pela DisCamera um novo álbum de Varvara, dedicado às suites de Händel.

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A violinista venezuelana Ana Beatriz Manzanilla é membro da Orquestra Gulbenkian desde 1996. Nasceu em Barquisimeto e formou-se no El Sistema de Orquestras Juvenis da Venezuela com José Francisco del Castillo. Estudou também com Rony Rogoff e frequentou a European Mozart Academy, em Cracóvia (Polónia). Foi acompanhada pelas orquestras mais importantes do seu país, como a Sinfónica Simón Bolívar e a Orquestra Municipal de Caracas, para além da Orquestra Nacional do Panamá, da Orquestra da Juventude de Munique e da Filarmónica de Rhodanien (França). Em Portugal, atuou com a Orquestra Gulbenkian,a Sinfónica Portuguesa, a Orquestra do Algarve, a Sinfonietta de Lisboa e a Orquestra Clássica do Centro. Apresentou-se como solista em vários países da América Latina e da Europa. É fundadora e Diretora Artística da Camerata Atlântica e professora de violino na Escola Superior de Música de Lisboa. Tem desenvolvido um trabalho dinâmico com os jovens, nomeadamente no âmbito do Projeto Geração. Integra, desde 2013, como tutora, a Orquestra Estágio Gulbenkian. Em 2015 criou o Concurso Nacional de Cordas Vasco Barbosa, do qual é a diretora. Trabalha também como preparadora dos naipes de cordas da Orquestra Sinfónica Juvenil e da Nova Ópera de Lisboa. Durante vários anos, foi concertino adjunto da Orquestra Sinfónica de Lara (Venezuela). Foi também concertino da Orquestra do Norte. Gravou dois álbuns com duos para violino e viola e, com a Orquestra Gulbenkian, gravou o Concerto para Violino em Sol maior de Mozart, no ano em que se assinalaram os 50 anos de atividade da orquestra.

Ana Beatriz Manzanilla

Esther Georgie nasceu em Michigan, nos Estados Unidos da América. Filha de mãe pianista e de pai organista, começou a tocar piano a partir dos três anos de idade. Mais tarde apaixonou-se pelo clarinete, tendo atuado com a sua mãe em vários recitais. Aos doze anos viajou para Inglaterra para prosseguir os seus estudos de piano e clarinete no Royal College of Music, em Londres. Diplomou-se com First Class Honours e foi distinguida com vários prémios, incluindo o Frederick Thurston Memorial Prize. Nessa altura, venceu a International Young Concert Artists Competition e o Young Artists Platformde Londres. Estes êxitos permitiram-lhe apresentar-se em recitais no Wigmore Hall, no Fairfield Hall, na Leighton House e para a BBC. Sir David Willcoks convidou-a para interpretaro Quinteto de Brahms, com o Quarteto Auriol,na presença de S. A. R. o Príncipe de Gales.Como 1.º Clarinete, colaborou com a Royal Liverpool Philharmonic no ano em que esta orquestra celebrou 150 anos, incluindo um concerto de gala na presença da Rainha Elizabeth. Em 1987 tornou-se 1.º Clarinete Solista da Orquestra Gulbenkian, tendo-se apresentado como solista em muitas ocasiões. É membro fundador do Trio Bartikian e mais recentemente integra um quinteto de sopros constituído por solistas da Orquestra Gulbenkian. Toca também regularmente emduo com o clarinetista João Pedro Santos. Mervyn Cooke, Ivan Moody e Diogo Alvim dedicaram-lhe obras suas.

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Leonor Braga Santos estudou no Conservatório Nacional de Música, onde terminou o Curso Superior de Violino na classe de Leonor Prado. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian em Gstaad, onde estudou com Alberto Lysy. Dois anos mais tarde, optou pela viola de arco e regressou a Lisboa. Sob a orientação de François Bross preparou-se para o concurso de admissão à Escola Superior de Música de Colónia, onde se viria a diplomar em 1987com alta classificação, tendo sido aluna de Rainer Moog em viola e do Quarteto Amadeus em música de câmara.No âmbito do Festival de Pommersfelden tocou a Aria a Tre con Variazioni, de Joly Braga Santos, em primeira audição na Alemanha, tendo anteriormente estreado esta peça em Lisboa. Participou no Festival de Sion, sob a direção de Tibor Varga, e percorreu vários países da Europa com o Ensemble Cologne, do qual fez parte até regressar definitivamente a Portugal.Na sua primeira apresentação, como solista, com a Orquestra Gulbenkian, interpretou o Concerto para Viola em Sol maior de Telemann. Gravou em CD o Sexteto para Cordas e o Quarteto com Piano de Joly Braga Santos. É frequentemente solicitada a integrar agrupamentos de música de câmara. É membro da Orquestra Gulbenkian desde 1988.

LeonorBragaSantos

Maria José Laginha nasceu em Lisboa. Estudou na Fundação Musical dos Amigos das Crianças e na Escola Profissional Artística do Vale do Ave (Artave) com Filomena Cardoso, Leonor Prado, Alberto Gaio Lima e Suzanne Lidegran. Como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, finalizou os seus estudos na Academia Nacional Superior de Orquestra na classe de Aníbal Lima. Ganhou o Prémio Jovens Músicos em 2005. Participou em cursos de aperfeiçoamento orientados por Christoph Schikedanz (Kissingen Sommer), Roman Nodel, Igor Oistrakh, Igor Volochine, Chistophe Poiget (Rencontres Musicales en Lorraine), Boris Kuniev, Daniel Rowland (Stift International Music Festival), Richard Gwilt (violino barroco), Alexei Mijline Felix Andrievsky.Durante os seus anos de formação, integrou várias orquestras juvenis como a Orquestra Juvenil da União Europeia ou a World Orchestra, tendo realizado digressões a nível mundial. Colaborou ainda com a Orquestra Aproarte, a Sinfonietta de Lisboa, a Lisbon Chamber Orchestra, a Orquestra Metropolitana de Lisboae a Orquestra de Câmara Portuguesa e tocou a solo com a Orquestra Artave, a Filarmonia da Beiras e a Orquestra Gulbenkian. Integraa Camerata Atlântica desde a sua formação,em 2013. Foi docente da Orquestra Geração.É membro da Orquestra Gulbenkian desde 2007.

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Michel Gal nasceu em França e frequentou o Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, onde obteve o 1.º Prémio de Piano na classe de Pierre Sancan e o 1.º Prémio de Música de Câmara na classe de Geneviève Joie. Posteriormente, na mesma instituição, concluiu o terceiro ciclo de piano, tendo desenvolvido em seguida a sua formação pianística com Dimitri Bashkirov, Georg Sebok e Paul Badura-Skoda.Michel Gal foi premiado em diversos concursos internacionais de piano: menção honrosa no Concurso Internacional Marguerite Long, em Paris; 2.º Prémio no Concurso Internacional Maria Canals, em Barcelona; 4.º Prémio no Concurso Internacional Viotti, em Vercelli;e 3.º Prémio no Concurso Internacional José Iturbi, em Valência. Desde então, tem atuado a solo e com orquestra em vários países da Europa. No domínio da música de câmara, destaca-se a sua colaboração com o flautista francês Alain Marion e com músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e da Orquestra Gulbenkian. Com a clarinetista Esther Georgie e o violoncelista Varoujan Bartikian formou o Trio Bartikian. Michel Gal foi professor de piano no Conservatório de Chevreuse, em França, antes de se radicar em Portugal. É professor na Escola Superior de Música de Lisboa e na Academia de Amadores de Música.

MichelGal

Jeremy Lake começou a estudar violoncelo aos dez anos de idade. Em 1986, como bolseiro do Royal College of Music, estudou com Joan Dickson em Londres. O prémio Martin Musical Trust permitiu-lhe continuar a frequentar a mesma instituição. Foi galardoado com diversos prémios, sobretudo nos domínios da música de câmara e da música contemporânea. Foi escolhido pelo Royal College of Music para participar num conjunto de violoncelos com o célebre Mstislav Rostropovitch, tendo interpretado música de Heitor Villa-Lobos. Simultaneamente, fundou um trio com piano com o seu pai, o pianista Ian Lake, e com o violinista Frances Mason, ambos professoresno Royal College of Music. Em 1991 foi finalista do concurso European Music for Youth, tendoa final lugar no Purcell Room, em Londres.Durante vários anos, colaborou com diversas orquestras, destacando-se a Royal Philharmonic Orchestra e a City of Birmingham Symphony Orchestra. Participou também em concertos como solista e deu recitais a solo em diversos festivais de música na Grã-Bretanha, na Dinamarca e em Portugal. Foi membro do Quarteto de Cordas Alba e do Delphos Music Group International, com os quais realizou várias digressões por toda a Europa.Em 1998 ingressou na Orquestra Metropolitana de Lisboa e foi professor na Academia Nacional Superior de Orquestra. Em 2001 iniciou a sua colaboração com a Orquestra Gulbenkian,onde ingressou definitivamente em 2005.

Violoncelo Piano

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Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designadopor Orquestra de Câmara Gulbenkian.Na temporada 2012-2013, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) celebrou 50 anos de atividade, período ao longo do qual foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta e seis instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências dos programas executados. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian a abordagem interpretativa de um amplo repertório, desde o Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora

interior. Em cada temporada, a orquestra realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música (maestros e solistas). Atuando igualmente em diversas localidades do país, tem cumprido desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian tem vindoa ampliar gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, Ásia, África e Américas. No plano discográfico,o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida desde muito cedo com diversos prémios internacionais de grande prestígio. Susanna Mälkki é a Maestrina Convidada Principal e Joana Carneiro e Pedro Neves os Maestros Convidados. Claudio Scimone, titular entre 1979 e 1986, é Maestro Honorário, e Lawrence Foster, titular entre 2002 e 2013, foi nomeado Maestro Emérito.

Orquestra Gulbenkian

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Susanna Mälkki Maestrina Convidada PrincipalJoana Carneiro Maestrina ConvidadaPedro Neves Maestro ConvidadoLawrence Foster Maestro EméritoClaudio Scimone Maestro Honorário

primeiros violinosDavid Lefèvre Concertino Principal *

Josefine Dalsgaard 1º Concertino AuxiliarBin Chao 2º Concertino AuxiliarAntónio José MirandaAntónio Veiga LopesPedro PachecoAlla JavoronkovaDavid WanhonAna Beatriz ManzanillaElena RyabovaMaria BalbiMaria José LaginhaTomás Costa *

Manuel Abecasis *

segundos violinosAlexandra Mendes 1º SolistaJordi Rodriguez 1º SolistaCecília Branco 2º SolistaMaria Leonor MoreiraStephanie AbsonJorge TeixeiraTera ShimizuStefan SchreiberOtto PereiraFélix Duarte *

Miguel Simões *

Mafalda Vilan Pires *

Pedro Carneiro *

violasSamuel Barsegian 1º SolistaLu Zheng 1º SolistaIsabel Pimentel 2º SolistaAndré CameronPatrick EisingerLeonor Braga SantosChristopher HooleyMaia KouznetsovaArtur Mouradian *

Augusta Romaskeviciute *

Orquestra Gulbenkian

violoncelosVaroujan Bartikian 1º SolistaMarco Pereira 1º SolistaMartin Henneken 2º SolistaLevon MouradianJeremy LakeRaquel ReisFernando Costa *

Jaime Polo *

contrabaixosPedro Vares de Azevedo 1º SolistaManuel Rêgo 1º SolistaMaja Plüdemann 2º SolistaMarine TrioletRomeu Santos *

Vladimir Kouznetsov *

flautasSophie Perrier 1º SolistaCristina Ánchel 1º Solista AuxiliarAmália Tortajada 2º SolistaSofia Cosme 2º Solista *

oboésPedro Ribeiro 1º SolistaNelson Alves 1º Solista AuxiliarAlice Caplow-Sparks 2º Solista

Corne inglês

clarinetesEsther Georgie 1º SolistaIva Barbosa 1º Solista AuxiliarJosé María Mosqueda 2º Solista

Clarinete baixo

fagotesRicardo Ramos 1º SolistaVera Dias 1º Solista AuxiliarJosé Coronado 2º Solista

Contrafagote

trompasGabriele Amarù 1º SolistaKenneth Best 1º SolistaEric Murphy 2º SolistaDarcy Edmundson-Andrade2º Solista

trompetesStephen Mason 1º SolistaPaulo Carmo 1º Solista Auxiliar *

David Burt 2º SolistaÓscar Carmo 2º Solista *

trombonesRui Fernandes 2º SolistaPedro Canhoto 2º Solista

tubaAmilcar Gameiro 1º Solista

timbalesRui Sul Gomes 1º Solista

percussãoRenato Peneda 1º Solista *

Abel Cardoso 2º SolistaBruno Costa 2º Solista *

André Dias 2º Solista *

André Castro 1º Solista *

harpaCoral Tinoco Rodriguez 1º Solista *

* instrumentista convidado

coordenaçãoAntónio Lopes Gonçalves

produçãoAmérico MartinsMarta AndradeInês RosárioFrancisco Tavares

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O BPI foi reconhecido como a marca bancáriade maior confiança em Portugal, de acordocom o estudo Marcas de Confiança que as Selecções do Reader’s Digest organizam há 16 anos em 10 países. O nível de confiançado BPI subiu de 39% para 46%, registandoo melhor resultado alguma vez alcançado em todo o sistema financeiro português desdeo lançamento do estudo em 2001. O BPI agradece este voto de confiança e tudo fará para continuar a merecê-lo.

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direção criativaIan Anderson

design e direção de arteThe Designers Republic

design gráficoAH–HA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentraçãodos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem700 exemplares

preço2€

Lisboa, Novembro 2016

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Camille van LunenQuatuor pour l’aurore des temps

créditos das imagens:Flu Attack © Robert Krulwich, David Bolinsky e Jason Orfanon (NPR)EGFP Tubulin mCherry H2B 06 © www.microscopyu.com (Nikon)HisTubmovie 5fps © Raquel Oliveira (IGC)How DNA Copies Itself © shadowlabs.orgmitosisPtK © Conly Rieder (Wadsworth Center)15792 © Dassow et al, JCB 2009

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