Os 21 Concílios Ecumênicos a Guisa De

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    Os 21 Conclios Ecumnicos

    A guisa de recapitulao de toda a histria da Igreja,apresentamos uma sntese da histria dos Conclios.

    1 - Conclio de Nicia I (325)

    O primeiro Conclio Ecumnico foi o de Nicia I, reunido de26/05 a 25/07/325.

    Desde o Sculo II, os cristos voltaram a sua ateno para as

    verdades da f reveladas pelo Evangelho, procurando penetrar-lhes osentido. Sem dvida, uma das que mais se impunham a reflexodosfiis, era a questo do relacionamento de Jesus Cristo com Deus Paiou com o nico Deus (revelado no Antigo Testamento): seria Jesusrealmente Deus ou apenas criatura?&&

    Aps correntes que concebiam Jesus como inferior ao Pai, opresbtero Ario de Alexandria em 312 comeou a ensinar que o Logos(ou o Filho) era, como criatura, subordinado ao Pai; da os nomes desua escola: arianismo ou subordinacionismo.

    O Imperador Constantino, que concedera a paz aos cristosmediante o Edito de Milo em 313, quis contribuir para a soluo dacontrovrsia teolgica assim originada, convocando um Concliouniversal para Nicia (sia Menor) em 325. O Papa S. Silvestre, idosocomo era, fez-se representar na assemblia, dando-lhe a autoridadelegtima. Os padres conciliares, aps acalorados debates.

    1) definiram que o Filho de Deus consubstancial(homoousious) ao Pai - o que significa que no criado, mascompartilha a essncia do Pai (ou a Divindade). Esta verdade foiexpressa no Smbolo de Nicia;

    2) fixaram a data de Pscoa, que seria celebrada no primeirodomingo aps a primeira lua cheia da Primavera;

    3) estabeleceram a ordem de dignidade dos Patriarcados:Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalm.

    O Papa S. Silvestre confirmou as decises do Conclio.

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    2 - Conclio de Constantinopla I (381)

    Aps a controvrsia sobre a divindade do Logos, os cristos sevoltaram para a do Esprito Santo: houve quem professasse ser oEsprito Santo mera criatura. O arauto principal desta tese foiMacednio, bispo de Constantinopla; donde o nome de Macedonismoou Pneumatomaquismo que Ihe foi dado. O lmperador Teodsio(379-395), zeloso da reta f, houve por bem convocar novo ConclioEcumnico desta vez para Constantinopla. Esta assemblia reuniu-sede maio a julho de 381. Firmou trs decises principais:

    1) O Esprito Santo Deus, da mesma substncia que o Pai e o

    Filho. Em conseqncia, o Smbolo de f Niceno foi completado comas palavras:

    Cremos no Esprito Santo, Senhor e fonte de vida, queprocede do Pai, que adorado e glorificado com o Pai e o Filho eque falou pelos Profetas.

    2) Foram condenados todos os defensores do arianismo sobqualquer das suas modalidades.

    3) A sede de Constantinopla ou Bizncio foi atribuda umapreeminncia sobre as demais logo aps a de Roma, pois Bizncio

    era considerada a segunda Roma.O Conclio de Constantinopla I no contou com a presena do

    Papa ou de algum legado deste. Todavia foi reconhecidoexplicitamente pela S de Roma a partir do sculo VI, no queconcerne s suas proposies de f (divindade do Filho e do EspritoSanto).

    3 - Conclio de feso (431)

    Aps o estudo da SS. Trindade, os cristos se detiveram sobreJesus Cristo: como poderia ser Deus e homem ao mesmo tempo?

    Levando adiante idias de autores anteriores, Nestrio, bispode Constantinopla, ps-se a combater o ttulo Theotokos, Me deDeus, que os cristos desde o sculo III atribuam a Maria SS... Talttulo significava que em Jesus havia uma s pessoa - a divina -, que,alm de possuir tudo o que Deus possui, dispunha de verdadeira

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    natureza humana. Para Nestrio, a humanidade de Jesus seriaapenas o templo ou a revestimento do Filho de Deus; a divindade teria

    passado par Maria, mas no nascera de Maria, a que implicava umapessoa humana em Jesus distinta da segunda pessoa da SS.Trindade. Tal doutrina causou celeuma entre as cristos, de modo quea lmperador Teodsio II (408-450) convocou um Conclio Ecumnico ase realizar em feso (sia Menor) de junho a setembro de 431. OPapa S. Celestino I (422-432) fez se representar par S. Cirilo deAlexandria. O Conclio de feso:

    1) condenou e deps Nestrio, rejeitando a sua doutrina. Noelaborou frmula de f, mas aprovou a segunda carta de S. Cirilo aNestrio;

    2) condenou a pelagianismo (doutrina excessivamente otimistano tocante a natureza humana) e o messalianismo (corrente deespiritualidade que apregoava a total apatia ou uma Moralindiferentista).

    O Papa S. Celestino I confirmou as decises do Conclio defeso.

    4 - Conclio de Calcednia (451)

    O pensamento teolgico, tendo superado a Nestorianismo (quecindia Jesus Cristo, atribuindo-lhe dois eu ou duas pessoas) estevesujeito a movimento pendular. A tese de ortodoxia, que rejeitava adualidade de pessoas, foi exageradamente enfatizada no chamadomonofisismo ou monofisitismo. Com efeito, Eutiques deConstantinopla, adversrio de Nestrio e seguidor de S. Cirilo,ultrapassou o seu mestre, ensinando o seguinte: em Cristo, no haviaapenas uma s pessoa (um s eu), mas havia tambm uma s

    natureza, visto que a natureza divina absorvera a humana.Tal posio suscitou ardente controvrsia, pois se lhe opunham

    Teodoreto de Ciro, Domno de Antioquia e a prprio Papa Leo I (440-461).

    O Imperador Marciano (450-457) convocou ento um ConclioEcumnico para feso, o qual, iniciado nesta cidade, foi transferidopara Calcednia (junto a Constantinopla); durou de 8 de outubro anovembro de 451. So Leo Magno, Papa, enviou seus legados,assim como uma carta que definia a doutrina ortodoxa: em Cristo h

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    uma s pessoa, mas duas naturezas (a divina e a humana) noconfundidas entre si. Tal doutrina foi aclamada pelos padres

    conciliares, que condenaram Eutiques e a monofisismo aos 25/10/451.O Conclio de Calcednia tambm se voltou para questesdisciplinares, condenando a simonia, os casamentos mistos eproibindo as ordenaes absolutas (isto , realizadas sem que o novoclrigo tivesse determinada funo pastoral).

    Em seu famoso cnon 28, a Conclio reconheceu a S deConstantinopla, a cidade imperial, os mesmos privilgios que deRoma. O Papa S. Leo Magno recusou-se a aprovar este cnon, vistoque Roma a sede dos Apstolos Pedro e Paulo, ao passo queConstantinopla no foi sede de Apstolo, mas derivava sua

    importncia do simples fato de ser sede do lmperador.

    5 - Conclio de Constantinopla II (553)

    O Conclio de Calcednia no conseguiu pr termo scontrovrsias cristolgicas. Em 527 subiu ao trono imperial deBizncio Justiniano I, que muito se interessava por assuntosteolgicos; em conseqncia, julgou que serviria a causa da verdade eda Igreja se condenasse trs autores do Sculo V tidos comonestorianos: Teodoro de Mopsustia, Teodoreto de Ciro e Ibas deEdessa. Originou-se assim a controvrsia dos Trs Captulos, vistoque os bispos orientais e ocidentais assumiram atitudes diversasdiante da posio de Justiniano. Este constrangeu o Papa Viglio a irde Roma a Constantinopla para apoiar o Imperador. FinalmenteJustiniano resolveu convocar um Conclio Ecumnico para dirimir acontrovrsia. Este, reunido em Constantinopla de 5/05 a 2/06/553,condenou os Trs Captulos. O Papa Viglio aprovou tal condenaodepois de proclamada pelo Conclio, dando assim foros de

    legitimidade tanto ao Conclio de Constantinopla II quanto ao seudecreto condenatrio.

    O Papa S. Gregrio I, em 591, confirmou o mencionadoConclio, que foi fortemente agitado par causa da indevida ingernciado lmperador.

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    6 - Conclio de Constantinopla III (680/1)

    O monofisitismo, que no se extinguiu aps a Conclio deCalcednia, assumiu nova forma (assaz sutil) chamadamonotelitismo. Este ensinava que em Cristo havia uma s vontade (adivina) e um s princpio de atividade ou energia (o divino) - o queredundaria em unidade de natureza ou monofisismo. O protagonistadesta tese era a Patriarca Srgio de Constantinopla, ao qual seopunha Sofrnio de Jerusalm. A disputa suscitou, da parte dolmperador Constantino IV Pogonato (668-685), a convocao debispos, inclusive legados papais, para Constantinopla; assim teveorigem mais um Conclio Ecumnico (7/11/680 a 16/09/681). Omonotelitismo foi ento condenado e afirmou-se a existncia, emCristo, de duas vontades (a divina e a humana) moralmente unidasentre si, e de dois princpios de atividade.

    Os Papas S. Agato (678-681) e So Leo II (682-683)confirmaram as sentenas do Conclio.

    7 - Conclio de Nicia II (787)

    O Conclio de Constantinopla III encerrou a srie decontrovrsias teolgicas sobre Jesus Cristo, sua Divindade e suahumanidade; os pontos essenciais referentes SS. Trindade e Encarnao do Filho estavam definidos. Todavia os telogos nocessaram de estudar as verdades da f. Novo motivo de disputas veioa ser o uso de imagens nas igrejas, dando ocasio controvrsiaiconoclasta.

    Desde os primeiros sculos os cristos costumavam pintar eesculpir as figuras de Cristo a dos santos, no a fim de ador-las, masno intuito de melhor poder voltar sua ateno para o Senhor a seus

    irmos mrtires ou confessores da f. Todavia, sob a influncia do judasmo a do islamismo, houve cristos no sculo VIII que sepuseram a combater o uso das imagens; os lmperadores Leo III oIsurico (717-741), Constantino V Coprnimo (741-775), Leo IV (775-780) favoreceram o iconoclasmo. O principal defensor das imagens foiSo Joo Damasceno (749), que, juntamente com outros cristos,padeceu rdua perseguio por causa de sua fidelidade Tradiocrist. Morto Leo IV, a rainha-me regente, que patrocinava o cultodas imagens, resolveu, de comum acordo com o Papa Adriano I. (772-

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    795), convocar um Conclio Ecumnico para Nicia. Este realizou-sede 24/09 a 23/10/787; foi ento lida a carta do Papa ao Patriarca

    Tarsio de Constantinopla e a Irene em favor das imagens; o Concliodeclarou outrossim que reconhecia a intercesso de Maria, dos anjose dos Santos, assim como o culto da Cruz e das imagens; tal cultoseria relativo ao Senhor Jesus e aos santos, de modo tal que aoprimeiro (Jesus Cristo) se prestaria adorao e aos santosvenerao.

    Aps o Conclio, a luta ainda continuou salientando-se ento opatriarca Nicforo de Constantinopla e o monge Teodoro Studita comodefensores das imagens.

    No Ocidente o Imperador Carlos Magno (800-814) mostrou-se

    propcio ao iconoclasmo, o que no teve graves conseqncias navida do povo cristo.

    8 - Conclio de Constantinopla IV (869/870)

    A exposio at aqui mostra como os cristos orientais erampropensos a discusses teolgicas, As vezes de ndole sutil. Taiscontrovrsias punham no raro o Oriente em confronto com oOcidente, especialmente com a s de Roma, onde havia menosacume dialtico.

    As tenses foram, a partir de 859, alimentadas pela atitude dopatriarca Fcio de Constantinopla. Este em 867 reuniu um Snodo emConstantinopla, que, sob a inspirao de Fcio, proferiu a condenaoda S de Roma. Ento o Papa Adriano II (867-872) e o lmperadorBaslio I (867-886) entenderam-se sobre a convocao de um ConclioEcumnico, que teve lugar em Constantinopla de 5/10/869 a28/02/870; os padres conciliares assinaram um documento queprescrevia a todos a Submisso Igreja de Roma, na qual a f

    sempre se conservou sem mancha. Fcio foi condenado por fomentaro cisma. O Conclio reafirmou outrossim a ordem de precedncia dasctedras patriarcais: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia,Jerusalm.

    O culto das imagens foi confirmado.O Papa Adriano II aprovou as decises do Conclio.

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    9 - Conclio do Latro I (1123)

    Com o Conclio de Constantinopla IV termina a Srie dosConclios Ecumnicos realizados, no Oriente. Em 1054 deu-se o cismade Constantinopla, que perdura at hoje (excetuados breves perodosde reatamento). De ento por diante, os Conclios Ecumnicos serotodos celebrados no Ocidente.

    Nos Sculos X e XI, a Igreja latina sofreu do mal da ingernciado poder poltico na distribuio dos bispados; os Imperadores e ossenhores feudais queriam nomear os prelados de acordo com os seusinteresses polticos, praticando assim o que se chama a investiduraleiga; A autoridade eclesistica tocaria apenas dar a ordem sacra aocandidato designado exclusivamente pelo poder civil. Como secompreende, desta prtica resultavam bispos sem vocao pastoral e,conseqentemente, o clero se ressentia. de relaxamento da respectivadisciplina; havia outrossim simonia, e nicolasmo. Em Roma, a prpriactedra de Pedro era cobiada pelas famlias nobres da cidade e dasredondezas, que tentavam impor-lhe os seus favoritos.

    Com o Papa Gregrio VII (1073-85) comeou a forte rplica da

    Igreja a tal situao ou a luta do sacerdcio e do Imprio, queredundaria em fortalecimento do Papado. Em 1122 o Papa Calixto II(1119-1124) e o lmperador Henrique V assinaram a Concordata deWorms, que assegurava igreja plena liberdade na escolha eordenao de seus bispos. Tal resultado foi promulgado pelo Concliodo Latro I, convocado pelo Papa Calixto II para Roma e celebrado de18/03 a 16/04/1123 por cerca de trezentos bispos e abades.

    Os cnones definidos pelo Conclio versavam todos sobre adisciplina eclesistica. Com efeito, voltaram-se contra a simonia, onicolasmo e proibiram a ordenao de bispos que no tivessem sidoescolhidos canonicamente.

    Em particular no tocante ao celibato sacerdotal, note-se quedesde os primeiros sculos foi abraado espontaneamente pelosclrigos; o Conclio de Elvira (Espanha), por volta de 306, foi oprimeiro a promulgar tal praxe em mbito regional; no decorrer dossculos, subseqentes Conclios regionais confirmaram o celibato dosclrigos. O Conclio do Latro I no criou a lei do celibato, mas apenascorroborou a legislao vigente nas diversas regies da lgreja, usandoos seguintes termos:

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    Proibimos expressamente aos presbteros, diconos esubdiconos viver com concubinas e esposas como coabitar com

    outras mulheres, excetuam-se apenas aquelas com as quais oConclio de Nicia permitiu habitar unicamente por motivo denecessidade, a saber: me, irm, tia paterna e outras a respeitodas quais no pode haver suspeita.

    As decises do Conclio do Latro I foram confirmadas peloPapa Calixto II.

    10 - Conclio do Latro II (1139)

    Este dista do anterior apenas dezesseis anos. Foi convocadopelo Papa lnocncio II (1130-1143) para reafirmar a unidade e adisciplina da Igreja aps o cisma do antipapa Anacleto II. Na verdade,em 1130, quando morreu o Papa Honrio II, foi eleito o Papa legtimoInocncio II; todavia uma faco elegeu ilegitimamente Pedro de Leocomo antipapa Anacleto II. Este conseguiu prevalecer em Roma - oque levou lnocncio II a deixar a cidade eterna. So Bernardo, tendoreconhecido lnocncio como Pontfice legtimo, moveu reis, nobres etodo o povo de Deus a apoiarem o Papa. Este conseguiu voltar a

    Roma em 1133; finalmente, Anacleto faleceu aos 25/01/1138. Foiento que lnocncio, desejoso de consolidar a unidade da Igreja,reuniu mais de quinhentos bispos e abades no Conclio do Latro II,de 4 a 30/04/1139. Esta assemblia corroborou os cnones dosConclios regionais anteriores, proibindo a simonia e o nicolasmo; aosclrigos vetou outrossim o exerccio da medicina e da advocacia.Rejeitou a usura ou os juros; quem cedesse a esta prtica, seria tidocomo infame.

    Os decretos do Conclio foram confirmados por Inocncio II.

    11 - Conclio do Latro III (1179)

    A luta da lgreja medieval contra os lmperadores, de um lado, econtra males internos, de outro lado, prosseguiu mesmo aps osConciliares anteriores.

    Alexandre III teve um pontificado longo (de 1159 a 1181),durante o qual quatro antipapas se sucederam por instigao doslmperadores germnicos, especialmente de Frederico I Barbarroxa

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    (1152-1190). Eram Vtor IV (1159-64), Pascoal III (1164-68), Calixto III(1168-78), Inocncio III (1178-80). Durante o mesmo pontificado

    agravou-se o movimento dos Ctaros ou albigenses, heregesdualistas, que assolavam regies do Norte da Itlia e do Sul daFrana.

    No final do seu pontificado Alexandre III quis reunir um ConclioEcumnico para tomar as providncias exigidas pelas circunstncias.Tal assemblia se reuniu na baslica do Latro de 5 a 19 de maro de1179. Entre outras medidas promulgadas ento, destacam-se:

    A - a regulamentao das eleies papais; doravante seriamexigidos 2/3 dos votos, ficando excludo qualquer recurso aautoridades leigas para dirimir dvidas oriundas no processo eleitoral;

    B - rejeio do acmulo de benefcios ou funes dentro daIgreja por parte de uma s pessoa;

    C - recomendao da disciplina da Regra aos monges e aoscavaleiros regulares, que interferiam indevidamente no governo daIgreja;

    D - promoo e organizao do ensino, em favor deestudantes que no pudessem pagar seus mestres;

    E - condenao das heresias da poca, que tinham um fundo

    dualista (catarismo) ou de pobreza mal entendida (a Pattria, omovimento dos Pobres de Lio ou Valdenses).O Papa Alexandre Ill, confirmou as decises do Conclio.

    12 - Conclio do Latro IV (1215)

    O pontificado de lnocncio III (1198-1216) representa o apogeu

    do prestgio papal em toda a histria da Igreja.Ao termo da sua gesto, marcada, entre outras coisas, pelosurto das Ordens mendicantes, pelo combate aos albigenses, pelainterveno em questes da lgreja da lnglaterra. Inocncio III quisreunir um Conclio Ecumnico. Convocado desde 19/04/1213 paraabrir-se a 19/11/1215, o Conclio teve sua primeira sesso aos11/11/1215, com a presena de 412 bispos, 800 abades e Superioresde Ordens Religiosas, embaixadores de reis e nobres, que perfaziam

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    uma bela imagem da grandeza da Igreja governada por Inocncio. OConclio decretou

    1- a condenao dos albigenses e valdenses, assim como a doserros de Joaquim de Fiore, que esperava o fim do mundo para breve,apoiando-se em falsa exegese bblica; o Conclio professou aexistncia dos demnios como sendo anjos bons que abusaram doseu livre arbtrio pecando;

    2 - a realizao de mais uma cruzada para libertar o SantoSepulcro de Cristo, que se achava nas mos dos muulmanos;

    3 - a profisso de f na Eucaristia, tendo sido ento usada apalavra transubstanciao;

    4 - a obrigao da confisso e da comunho anuais.O Conclio legislou ainda sobre vrios pontos da disciplina e da

    Liturgia da lgreja, abrangendo ampla rea da vida eclesial. Aprovadopelo Papa lnocncio III, o mais importante dos Conclios antes do deTrento.

    13 - Conclio de Lio I (1245)

    Ao grande Papa Inocncio III sucederam-se Honrio III (1216-1227), Gregrio IX (1227-1241), Celestino IV (1241), lnocncio IV(1243-1254). Este perodo foi, sem dvida, glorioso para o Papado,mas caracterizou-se pela recrudescncia da luta entre o Sacerdcio eo lmprio. Na Alemanha, o lmperador Frederico II (1215-50) foi pessoamarcante; afilhado do Papa Inocncio III, teve uma Corte de soberanooriental ou sulto, dada ao luxo desenfreado e um tanto recoberta pelovu do mistrio.

    Inocncio IV, sentindo-se inseguro em Roma, transferiu suaresistncia para Lio na Frana, onde poderia contar com a tutela dorei So Lus IX. L o Papa quis reunir os bispos da Igreja universalpara considerar o procedimento do Imperador, as invases dos rabese dos mongis no Oriente e a reunio dos cristos gregos com oslatinos. O Conclio durou de 28/06 a 17/07/1245, limitando-se quaseunicamente a ouvir o depoimento de Tadeu de Suessa, delegado dolmperador; aps o que o monarca foi excomungado.

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    14 - Conclio de Lio II (1274)

    Aps Frederico II a luta entre o Sacerdcio e o Imprio declinou- o que levou Gregrio X (1271-1276), um santo Pontfice, a procurar oreatamento de cristos bizantinos e ocidentais. Para tanto, escreveuao Imperador Miguel VIII o Palelogo, de Constantinopla, mostrando-lhe que a reunio de todos os cristos fortalecidos fortaleceria apresena dos mesmos no Oriente. O lmperador Miguel mostrou-sedisposto a aceitar a unio com Roma, apesar dos protestos dedignitrios da Corte bizantina. Por isto, enviou legados a Lio, aonde oPapa convocara todos os bispos da lgreja. O Conclio durou de 7/05 a17/07/1274. Conseguiu realmente a reunio de latinos e bizantinossob o primado do Papa.

    A fim de evitar as constantes intervenes polticas deImperadores e nobres na eleio dos Papas, o Conclio promulgounovas medidas para garantir a liberdade dos eleitores, entre as quais aprescrio de permanecerem em local fechado a chave ou conclave.

    O Papa Gregrio X abriu e encerrou o Conclio dando plenaaprovao aos seus atos.

    15 - Conclio de Viena-Frana(1311-12)

    O Papa Clemente V (1305-1314) teve que enfrentar o rei daFrana Filipe IV o Belo, que representava, na poca, o surto doabsolutismo dos monarcas independentes do Sacro Imprio Romano.

    O rei cobiava os bons da Ordem dos Templrios. Esta eraconstituda por cavaleiros que, mediante votos religiosos, seconsagravam a Deus a se comprometiam a defender os peregrinos de

    Terra Santa. No fim do sculo XIII os Templrios haviam perdido a suafinalidade especfica de cavaleiros; enriquecidos por doaes,comearam a provocar a ambio do rei. Este ento ps-se apressionar o Papa, levando-lhe acusaes contra os Templrios, a fimde obter a extino da Ordem. Clemente V, no querendo assumir ass a responsabilidade de tal atitude, convocou para 16 de outubro de1311 o Conclio Ecumnico de Viena (Frana); o local se deve ao fatode que os Papas residiam em Avinho desde 1305. - A assemblia sereuniu at 6/05/1312. Acabou cedendo as instncias de situao

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    criada pelo rei, declarando supressa a Ordem dos Templrios.Estiveram na pauta conciliar tambm os Franciscanos, dos quais uma

    corrente, dita dos Espirituais, alimentava idias exageradas oumesmo herticas sobre a maneira de viver a pobreza. O franciscanoPedro Olivi foi outrossim condenado por sua doutrina, que admitia noser humano elementos intermedirios entre a alma e o corpo.

    O Papa Clemente V confirmou as decises do Conclio.

    16 - Conclio de Constana (1417) ,

    A crescente ingerncia da Frana na histria do Papado levou

    no somente ao exlio de Avinho (1305-1378), j mencionadoanteriormente, mas tambm ao Grande Cisma do Ocidente. Comefeito, quando o Papado voltou a fixar residncia em Roma no ano de1378, o primeiro conclave realizado na Cidade Eterna elegeu o PapaUrbano VI (1378-89), ao qual um grupo de Cardeais, influenciado pelorei da Frana, ops o antipapa Clemente VII (1378-94), que ocupou asede de Avinho. Houve ento, da por diante, duas obedincias nalgreja: a de Roma, autntica, e a de Avinho, espria. Desejosos deremediar a este mal, vrios Cardeais e bispos se reuniram em Pisanum pseudo-Conclio Ecumnico de 1409; declararam depostos oPapa e o antipapa a elegeram Alexandre V, que se tornou o segundoantipapa, com sede em Pisa.

    A situao perplexa assim oriunda foi superada aos poucospela interveno do lmperador Sigismundo (1410-37). Este resolveuconvocar um Conclio para Constana em 1414. Tal assemblia noera legtima, pois se reunia sem a aquiescncia do Papa ou do bispode Roma; os bispos e telogos reunidos comearam por afirmar oconciliarismo ou declarar (ilegitimamente) a supremacia do ConclioEcumnico sobre. o Papa, de tal modo que o Romano Pontfice

    deveria submeter-se s decises do Conclio. Em conseqncia,depuseram o antipapa Joo XXIII. Quanto a Gregrio XII, o Papalegtimo, resolveu convocar os Padres Sinodais reunidos emConstana, para que doravante pudessem constituir autntico ConclioEcumnico; tendo os referidos bispos aceito o mandato, Gregrio XIIrenunciou as funes papais, de modo que a ctedra de Pedro ficouvacante. Por sua vez, Bento XIII, o antipapa residente na Catalunha,foi deposto pelo Conclio. Estava assim aberta a via para a legtima

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    eleio do sucessor de Gregrio XII. O novo Papa foi finalmenteescolhido aos 11/11/1417 com o nome de Martinho V.

    O Conclio de Constana s se tornou legtimo a partir de sua36a. sesso, ou seja, depois que Gregrio XII lhe conferiu autoridadepara agir. Donde se v que a apologia de conciliarismo feitaanteriormente no tem valor teolgico ou jurdico. Aps a eleio deMartinho V, os padres conciliares ainda condenaram a doutrina deJoo Wiclef, Joo Hus e Jernimo de Praga, que eram precursores deLutero. Tomaram medidas relativas disciplina do clero a estipularamque periodicamente se realizariam Conclios Ecumnicos para atenderao governo de Igreja.

    17 - Conclio de Ferrara-Florena (1438-1445)

    Martinho V, desejoso, de continuar a obra dos Concliosanteriores, convocou um Conclio Ecumnico para Basilia (Sua) em1431. Eis, porm, que os padres em Basilia reafirmaram oconciliarismo, rejeitado anteriormente - o que provocou conflitos entrea assemblia de Basilia e o sucessor de Martinho V, que era EugnioIV. Em conseqncia, este Papa resolveu dissolver o Conclio de

    Basilia e convocar outro para Ferrara em 1438; esta assemblia teriapor principal objetivo promover a reunio de gregos e latinos.O Conclio de Ferrara, aberto aos 10/01/1438, contou com a

    presena do lmperador bizantino Joo o Palelogo e de sua comitiva.Desabonou as resolues do Conclio de Basilia. A peste tendosurgido em Ferrara, o Papa Eugnio IV transferiu a assemblia paraFlorena. O tema principal dos estudos foi a extino do cisma: apsprolongadas conversaes, os conciliares puseram-se de acordosobre os pontos teolgicos e disciplinares controvertidos, assinando aBula Laetentur caeli de 06/07/1439. Tambm voltaram unidade da

    lgreja cristos monofisitas (coptas, etopes a armnios).Em fins de 1442, j tendo partido os gregos, o Papa transferiu o

    Conclio para Roma. Neste cidade, ainda voltaram a unidade da lgrejaos monofisitas da Mesopotmia, alguns grupos de nestorianos(caldeus) e de maronitas (monotelistas) da ilha de Chipre.

    Infelizmente, a unio com Bizncio foi efmera, pois osprelados do Patriarcado de Constantinopla se recusaram a aceit-la.

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    18 - Conclio do Latro V (1512-1517)

    A vida da Igreja, aps o Conclio de Ferrara-Florena, viu-seagitada por causas de diversas: persistncia de correntesconciliaristas, que eram fomentadas pelos monarcas desejosos decriar lgrejas nacionais independentes de Roma..., alm do que, havianecessidade de srias medidas disciplinares.

    Diante disto, o Papa Jlio II convocou mais um ConclioEcumnico que foi inaugurado aos 03/05/1512 e s se encerrou aos16/03/1517 sob o pontificado do Papa Leo X. Condenou aPragmtica Sano de Bourges, declarao que favorecia a criaode uma Igreja Nacional de Frana. Com isto o conciliarismo foi maisuma vez rejeitado. Em lugar de tal documento, a Santa S e a Franaassinaram uma Concordata que regulamentava as relaes entre osdois Estados.

    No setor doutrinal, o Conclio tomou posio de grandeimportncia, condenando a tese segundo a qual a alma humana mortal e uma s para todos os homens; tal tese, segundo o seu autorPietro Pomponazzi, seria verdica no plano filosfico, ainda que falsa

    no plano teolgico. - Foram outrossim tomadas medidas disciplinaresrelativas ao clero (seus estudos a sua formao) e a pregao; exigiu-se o Imprimaturpara livros que versassem sobre f ou teologia; seriaqueimado todo livro no munido de devida permisso.

    Infelizmente, as resolues do Conclio, oportunas como eram,no encontraram eco nos diversos pases catlicos, pois o clima dapoca, bafejado por cultura pag, dificultava uma sria e profundaconverso dos cristos. Como quer que seja, o Conclio do Latro Vpreparou a grande Reforma da lgreja, promulgada pelo de Trento.

    19. Conclio de Trento (1545-47, 1551-52, 1562-63)

    Este foi o mais importante Conclio de toda a histria,importncia esta que se explica pela problemtica que enfrentou (aReforma protestante) e as solues que adotou.

    Pouco depois de lanar o seu brado de protesto contra a lgrejaem 1517, Lutero apelou para a realizao de um Conclio Ecumnicoque considerasse os pontos por ele lanados em rosto Igreja.

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    Todavia este apelo s comeou a encontrar resposta sob opontificado de Paulo III (1550-55). As razes do adiamento eram

    vrias: o Papa Leo X no deu grande importncia ao gesto de Lutero;alm disto, havia certa resistncia, de parte dos clrigos, a umareforma dos costumes na Igreja; ademais a situao geral da Europaera de agitao poltica.

    Foi precisamente a agitao religiosa e poltica da Europa quecindiu a realizao do Conclio em trs etapas na cidade de Trento:

    A primeira fase (1545-47) definiu mais uma vez o cnon das S.Escrituras a declarou a Vulgata latina isenta de erros teolgicos.Abordou as questes discutidas sobre o pecado original, a justificao,os sacramentos, a residncia dos bispos nas respectivas dioceses. A

    peste tendo comeado a grassar em Trento, o Papa transferiu oConclio para Bolonha. O Imperador Carlos V tendo-se oposto a estadeterminao, foi necessrio suspender o Conclio.

    A segunda fase continuou em Trento (1551-52) sob o PapaJlio III (1550-55). Promulgou longa exposio a cnones sobre aEucaristia (presena real, transubstanciao, culto ... ). Algo desemelhante ocorreu no tocante ao Sacramento da Penitncia(necessidade, partes essenciais, satisfao) e a Uno dos Enfermos(origem, efeitos, ministro, sujeito...). O Conclio, aos 28/04/1552, foi

    mais uma vez suspenso por motivo de presses polticas.O Papa Pio IV (1559-1565) reabriu o Conclio aos 18/01/1562.Esta terceira fase reafirmou as verdades referentes ao S. Sacrifcio daMissa, aos sacramentos da Ordem, do Matrimnio, ao purgatrio, einvocao dos santos, as imagens e as indulgncias. Promulgoutambm resolues a respeito dos Religiosos e das monjas.

    Pela Bula Benedictus Deus (26/01/1564) Pio IV confirmoutodos os textos conciliares, dando por encerrado o Conclio que haviade marcar profundamente o catolicismo dos tempos modernos.

    20 - Conclio do Vaticano I (1869-70)

    Aps o Conclio de Trento, a tendncia ao esfacelamento dosvalores de ldade Mdia mais a mais se fez sentir. A RevoluoFrancesa (1789) significou o brado de razo e do nacionalismo contraa f. Seguiu-se-lhe o sculo XIX, que foi marcado pelo materialismo eo atesmo fora de Igreja, e dentro da lgreja pelos ecos das tendnciasconciliaristas e do separatismo, que solapavam a autoridade papal e a

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    unidade da lgreja. Foram estes fatores que induziram o Papa Pio IX(1846-78), aconselhado por eminentes figuras do episcopado e do

    laicato catlicos, a convocar o 20 Conclio Ecumnico para oVaticano. A grande assemblia de 764 padres conciliares se reuniu de8/12/1869 a 20/10/1870, tendo por objetivo fazer frente aoracionalismo do sculo XX, como o Conclio de Trento fizera frente aoprotestantismo do sculo XVI.

    Infelizmente o Conclio foi suspenso (no encerrado, porm)prematuramente por causa do incio da guerra franco-alem emsetembro de 1870. Promulgou, porm, duas Constituies Dogmticasde real importncia:

    - uma, a Dei Filius, sobre a f catlica ensina que Deus serevela atravs da criao como tambm atravs de Jesus Cristo; porconseguinte, pode ser reconhecido tanto pela razo como pela f, asquais no podem estar em desacordo entre si;

    - a outra, a Pastor Aeternus, referente a Igreja, definiu ainfalibilidade do Pontfice Romano quando fala ex cathedra sobreassuntos de f e de Moral.

    O Conclio trataria tambm dos bispos e dos demais membrosda lgreja se no tivesse sido interrompido abruptamente. Tal tarefahaveria de ser a do Conclio do Vaticano II.

    21 - Conclio do Vaticano II (1962-65)

    Como dito, o Conclio do Vaticano I ficou incompleto, deixandoem suspenso diversas questes teolgicas e pastorais.

    Os Papas desde So Pio X (1903-14) pensaram em reativar ostrabalhos do Conclio: todavia as circunstncias no favoreciam tarefade tal envergadura. Foi a coragem do idoso Papa Joo XXIII (1958-63)

    que convocou o 21 Conclio Ecumnico da histria aos 25/01/1961.Este certame foi inaugurado aos 11/10/1962 sob Joo XXIII, eencerrado aos 7/12/1965, sob o Papa Paulo VI. Tinha em mira, demodo geral, realizar o aggiornamento ou a atualizao da lgrejanuma poca em que os costumes e as mentalidades evoluem comrapidez surpreendente. O alcance deste Conclio foi enorme: semperder o contato com a Tradio, os padres conciliares promulgaramdezesseis documentos (Constituies, Decretos, Declaraes), quelevaram em considerao os principais temas que se impunham

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    reflexo da Igreja. O Conclio teve ndole eminentemente pastoral, isto, visou a vida crist e a sua disciplina, em vez de se voltar para

    definies de f ou de Moral. A abertura equilibrada dos documentosconciliares pode ser percebida em seus traos marcantes:

    - renovao da Liturgia, que deveria ser celebrada em estilomais comunitrio e acessvel aos fiis;

    - reafirmao da lgreja como Sacramento, estruturado porPedro e a hierarquia, sem deixar de responsabilizar, na medidaprecisa, todo o povo de Deus;

    - abertura para os demais cristos (protestantes, ortodoxos eoutros) que no se acham em plena comunho com a Igreja de Cristo

    entregue a Pedro a seus sucessores;- declarao sobre as religies no crists, nas quais os

    padres conciliares realaram a existncia de elementos positivos;

    - declarao sobre a liberdade religiosa, que significa o direito,inerente a todo homem, de formar livremente a sua conscincia diantede Deus e da f;

    - tomada de posio da Igreja frente as diversas facetas que omundo de hoje Ihe apresenta: famlia, comunidade poltica, economia,cultural, paz e guerra...

    Em sntese, pode-se dizer que o Conclio do Vaticano II foi umadas mais significativas realizaes da lgreja nos tempos modernos,portadora de amplas conseqncias (das quais algumas foram menosfelizes em virtude de falsa compreenso dos textos e da mente dospadres conciliares).

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    CONCLUSO

    Quatro observaes parecem oportunas margem da histriados Conclios:

    1) Os Conclios refletem nitidamente a histria da Igreja a seusembates. Foram solenes assemblias em que a Igrejacomunitariamente se voltou para os desafios que a caminhada atravsdos tempos Ihe suscitava. As decises dos Conclios, por isto, ho deser lidas e compreendidas sempre luz do respectivo contextohistrico,

    2) Os primeiros Conclios eram convocados pelos Imperadorese no pelo bispo de Roma ou o Papa. A lgreja, em seus primeirossculos, embora fosse confiada a Pedro, no podia ter governo tocentralizado como o teve a partir da Idade Mdia, visto que ascomunicaes eram outrora difceis entre Oriente e Ocidente.Contudo, para que as definies dos Conclios tivessem autoridade, foisempre necessrio que o bispo de Roma as aprovasse e confirmasse.Nenhum Conclio tem poder de deciso sem a participao e o apoiodo Papa, ainda que esta aprovao Ihe seja dada depois de realizadoo Conclio.

    3) A teoria conciliarista, que pretendia estabelecer os Concliosacima dos Papas, no representava o pensamento tradicional dalgreja e, por isto, no prevaleceu.- Violava o conceito de Igreja,sacramento e dom de Deus, em favor da concepo de Igreja,sociedade meramente humana ou repblica.

    4) Quem estuda a histria dos Conclios (infelizmente a que vaiproposta nestas pginas, teve de ser resumida ao extremo), tem aocasio de reconhecer a ao de Deus entre os homens. A Igreja

    subsiste at hoje no por causa dos valores dos homens que aintegram (estes valores existiram e existem, sem dvida! ), mas porcausa da presena eficaz de Deus que a sustenta atravs dossculos.

    Fonte: D. Estevo Bettencourt - Histria da Igreja