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Atualidades

Os anos 2000, a Globalização Informacional e Instantânea

Professor Thomás Teixeira

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Atualidades

OS ANOS 2000, A GLOBALIZAÇÃO INFORMACIONAL E INSTANTÂNEA

A nova ordem mundial, o espaço geopolítico e a globalização

O final da bipolarização mundial

A chamada nova ordem mundial geopolítica é o período que iniciou-se no final do século XX, mais precisamente com o final da URSS, em 1989, com o momento mais emblemático deste episódio sendo a queda do muro de Berlim em 1989. Ainda que a URSS se dissolvera dois anos mais tarde, em 1991, queda do muro marcou a vitória simbólica do Capitalismo x Comunismo e o final da guerra fria.

Este episódio marcou o fim de um mundo bipolarizado politicamente entre o mundo capitalista x o mundo comunista, onde até então países de vários continentes estavam submetidos à influência direta ou indireta dos EUA ou da URSS.

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Curiosidade:

Em 1990, 1 ano antes do fim da URSS foi inaugurado em plena praça vermelha, lugar de forte simbolismo do poder e pujança militar dos soviéticos, uma lanchonete MC Donald’s, uma rede representante do poderio econômico dos EUA no mundo todo.

A multipolaridade:

No início da década de 1990 vemos uma expansão do capitalismo mundial, embalado por uma forte informatização das telecomunicações e a ascensão de potências econômicas que já estavam à frente neste processo, como Alemanha e Japão (financiados e influenciados pelos EUA no pós II guerra), estabelecendo zonas de influência econômicas, nas Américas a influência dos EUA, na África a influência da Europa e na Ásia a influência do Japão.

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Vemos então, sob o ponto de vista geopolítico uma multipolarização das influências econômicas e políticas, como resposta e consequência ao poderio econômico estadunidense, alemão e japonês algumas regiões do mundo submetem-se à este poder, fazendo acordos econômicos, fossem em bloco ou bilateral, ou congregam-se em blocos econômicos regionais para ter maior poder de barganha frente à grandes economias ou para estabelecimento de influência intermediária sobre os continentes. Além disso, grandes acordos supranacionais como a OMC, a ONU, OTAN e a OPEP, passam a ganhar força política internacionalmente.

Em decorrência destes movimentos os blocos econômicos e acordos supranacionais de comércio e políticos são firmados ou ampliados, é o caso do NAFTA, do Mercosul, da União Europeia, do CEI, Apec (Asean) e da CDAA (SADC em inglês) dentre outros. Como resultado deste período histórico temos um mundo globalizado como um grande mosaico econômico mundial, mas certamente carrega consigo suas disparidades de poder, integração e continuidade.

Estas representações supranacionais carregam consigo disparidades, uma vez que alguns destes blocos não prosperaram como pretendido, além de a lógica das multinacionais transpassar estes acordos estatais, portanto vemos um cenário geopolítico muito mais complexo, onde além do poder do estado, o capital produtivo e financeiro ultrapassa por vezes estes acordos, motivados por interesses particulares. Além disso, a ineficiência da ONU e de suas frustradas intervenções de paz no decorrer da década de 1990 e também no início dos anos 2000 faz com que o órgão seja por vezes negligenciado por parte de alguns países, é o caso dos EUA, do Iraque, do Irã, da Coréia do Norte, dentre outros que apesar de fazerem parte da ONU tomam atitudes com interesses individuais.

Os blocos:

NAFTA: Entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994, é composto por EUA, México e Canadá, tem como objetivo o livre comércio de mercadorias.

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Mercosul: Tratado assinado em 26 de março de 1991, tem como membros Brasil, Argentina e Uruguai, como candidato o Paraguai e como ex-membro a Venezuela. O tratado tem como objetivo a livre circulação de mercadorias sem tarifa aduaneira nos países membro.

União Europeia: Fundada em 1957 (CEE, Comunidade Econômica Europeia), foi ampliando-se e agregando países até em 1992 estabelecer a União Europeia, em 7 de fevereiro, no tratado de Maastricht. O tratado tem grande integração, adotando uma moeda única, o EURO, uma constituição e outros órgãos supranacionais. É constituído por 28 países, 6 fundadores e 13 anexados após os anos 2000. Atualmente o Reino Unido está em processo de separação do tratado, após referendo votado nos seus países constituintes em 2017, o chamado BREXIT. Além disso há países se candidatando para entrar na união, como a Turquia.

CEI: Fundado em 21 de dezembro de 1991 a Comunidade dos Estados Independentes é um bloco econômico formado atualmente por 9 países membros e 1 associado, com a saída do Turcomenistão em 2005, a Geórgia integrou-se em 1994 e saiu em 2008. O bloco é formado por ex-repúblicas da URSS. O tratado foi assinado como uma forma de dissolução da URSS, representando mais uma separação que uma união econômica.

CDAA: A CDAA ou SADC (Southern Africa Development Community) é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, criada em 17 de agosto de 1992 formada por 15 países. O tratado integra os países membros em cunho econômico e político, com decisões supranacionais políticas, no cunho econômico busca ampliar o desenvolvimento econômico dos países através do investimento nas industrias.

Os anos 2000, a globalização informacional e instantânea

O final dos anos 1990 foi marcado por uma multipolarização das relações de poder geopolíticas, além disso, estava em marcha uma amplificação da informatização do espaço, é o período que o renomado geógrafo brasileiro Milton Santos chama de período técnico científico informacional onde a ciência produz demanda, com o desenvolvimento de novas tecnologias em centros de desenvolvimento científico, seja universitário ou empresarial, à partir disso, esta tecnologia é difundida rapidamente e é instantaneamente interligada através da internet e veículos de comunicação.

Neste contexto, novos lugares antes não tocados por um desenvolvimento sistemático, passando por industrialização, urbanização, metropolização e etc. surgem como locais altamente desenvolvidos, pois são tocados pelos sistemas informacionais, como exemplo temos as cidades desenvolvidas pelo crescer da financeirização mundial, baseando empresas multinacionais e sistemas de administração em escala mundial, temos como exemplo deste processo as cidades e territórios autônomos da China, como Macau e Hong Kong.

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Figura 1 – Hong Kong 2018

Neste contexto de conexão dos lugares através de sistemas técnicos e tecnológicos novos atores surgem no cenário econômico mundial, e as países passam a se complementar economicamente, é o caso dos BRICS, um grupo formado por países emergentes economicamente e que passam a postularem-se como novas polaridades regionais e mundiais. A sigla BRICS é a letra inicial de cada um destes países em inglês, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa).

Crise dos blocos econômicos e das políticas supranacionais?

A história ressente do início do século XXI e mais aproximadamente nos últimos 4 anos tem nos mostrado um enfraquecimento dos blocos econômicos e políticos, e uma contestação de seus poderem. Alguns exemplos disso é o BREXIT, as políticas nucleares de Irã e Coréia do Norte, as invasões dos EUA EM PAÍSES DO Oriente Médio, os conflitos em Israel, as violações dos direitos humanos praticados por ditaduras em inúmeros países e a ascensão de uma corrente política mais conservadora à globalização na Europa e nos EUA, pregando fechamento de fronteiras e de migração, e um maior protecionismo dos governos nacionais, como exemplos disso temos a chegada ao poder de Donald Trump, o BREXIT, o crescimento de partidos ultranacionalistas na França, Alemanha e Suécia, além de políticas anti-migração por parte dos países que tem recebido imigrantes da síria.