Os artefactos de pedra polida do Almonda ao Zêzere

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  • 7/22/2019 Os artefactos de pedra polida do Almonda ao Zzere

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    Os Artefactos de Pedra Polida do Almonda ao Zzere (Marcas do Povoamento da Regio)Anexo III

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    OS ARTEFACTOS DE PEDRA POLIDADO ALMONDA AO ZZERE

    (Marcas do Povoamento da Regio)

    AANNEEXXOOSS

    Dissertao para obteno do grau de Mestre em Pr-Histria eArqueologia

    pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

    JLIO MANUEL PEREIRA

    1999

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    NDICE:

    ANEXO I

    FICHA DE RECOLHA DE DADOS

    ANEXO II

    BREVE ESTUDO PETROGRFICO DE UM CONJUNTO DE AMOSTRAS RECOLHIDAS NAREGIO EM ESTUDO

    ANEXO III

    INVENTRIO DOS STIOS ONDE SE REGISTOU A OCORRNCIA DE PEDRA POLIDA E DOSMATERIAIS A RECOLHIDOS

    ANEXO IV

    ESBOO DE TIPIFICAO DE FORMAS DE ARTEFACTOS DE PEDRA POLIDARECENSEADOS

    ANEXO V

    CARACTERIZAO GERAL DOS ARTEFACTOS DE PEDRA POLIDARECENSEADOS

    ANEXO VI

    CARACTERSTICAS MORFOLGICAS DOS ARTEFACTOS DE PEDRA POLIDA

    RECENSEADOS

    ANEXO VII

    CARACTERSTICAS MORFOMTRICAS DOS ARTEFACTOS DE PEDRA POLIDARECENSEADOS

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    CONSTITUIO DO INVENTRIO

    Este inventrio constitudo pelos stios arqueolgicos onde se registou a ocorrncia deartefactos de pedra polida, agrupados em funo das sub-regies consideradas, e pelosmateriais de pedra polida a recolhidos.

    Para este efeito considera-se stio no apenas uma unidade de espao, mas tambmtodo o local onde tenha sido identificada a presena de um objecto cultural (Plog e Hill, 1971),neste caso, qualquer artefacto de pedra polida, ou relacionvel com o fabrico de artefactos depedra polida.

    Neste inventrio procurmos incluir a informao que considermos mais importantepara a identificao, localizao e caracterizao de cada stio arqueolgico:

    1. Designao do stio: Designao que lhe foi atribuda pelos descobridores, ou designaopor que mais conhecido.

    2. Descoberta: Indicao da autoria da sua descoberta, quando tal possvel de determinar.

    3. Localizao: Lugar ou concelho onde se situa o stio, altitude absoluta e implantao oumorfologia, no caso de se tratar de grutas.

    4. Materiais recolhidos: Indicao sucinta do tipo de materiais recolhidos que possam auxiliar caracterizao do stio e suas caractersticas. Inclui o desenho esquemtico dos materiais depedra polida com recurso a simbologia convencionada para evidenciar algumascaractersticas mais relevantes, e breve descrio dos mesmos, incidindo sobre os aspectosque no sejam imediatamente apreensveis atravs do desenho. Sempre que possvel indicada a matria-prima em que so feitos.

    5. Condies em que se efectuou a recolha dos materiais: Indicao sucinta da forma comoforam recolhidos os materiais (escavao, recolha de superfcie, etc).

    6. rea de disperso dos materiais: rea aproximada onde se verifica a disperso dosmaterais recolhidos.

    7. Depsito dos materiais recolhidos: Indicao do local onde os materiais se encontramdepositados.

    8. Dataes: Indicao de dataes conhecidas.

    9. Cronologia provvel: Indicao do horizonte cronolgico-cultural provvel em que seinseriro os achados e sua fundamentao.

    10.Interpretao do stio:Indicao de proposta de caracterizao e sua fundamentao.

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    PLANCIE DO TEJO

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    BONITO

    O stio do Bonito (concelho do Entroncamento) integra-se num vale que corta diversosterraos quaternrios com ocupaes Paleolticas e Holocnicas.

    Na proximidade da Fonte do Bonito foram descobertos, em 1989, por Joo P. Cunha-Ribeiro (Cunha-Ribeiro, 1995), 5 loci correspondentes a ocupaes do Paleoltico Inferior,nenhum deles correspondendo ao arqueostio que Ana Rosa Cruz (Cruz, 1996: 86 ) identificacom esta designao e que, de facto, corresponde base do terrao situado na margem opostada Ribeira da Ponte da Pedra, o qual havia sido j referenciado, por Maria Jos Bento (Bento,1991) com a designao de Casal da Eira.

    Em 1994, nas proximidades daqueles, foi referenciado por elementos do Ncleo de

    Arqueologia da Barquinha o locus que designamos por Bonito VI, o qual se situa numa superfcieplana ligeiramente elevada, numa camada areno-siltosa sobrejacente a um terrao fluvial, a umacota de 50 metros, na margem esquerda da Ribeira do Bonito e mesmo junto a esta.

    Ali foram recolhidas superfcie lascas de slex, seixos talhados em quartzito e doisartefactos de pedra polida.

    O material recolhido encontra-se depositado no Ncleo de Arqueologia da AHC de V Nda Barquinha.

    A escassez e o tipo de material recolhido apontam para a possibilidade de se tratar deum habitat temporrio. O nico elemento que nos poder auxiliar na caracterizao cronolgico-cultural o artefacto indeterminado (um esboo de machado?), que apresenta muitassemelhanas com um outro (exemplar n 2), recolhido na Gruta dos Ossos onde existia umossurio do Neoltico Final/Calcoltico.

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    Material de Pedra polida recolhido:

    Quartzito Grauvaque

    Enx 1Indeterminado 1

    1 2

    _____

    1 - Enx em rocha quartztica que, para alm do polimento natural da rocha, apenas apresenta polimento na facesuperior, na zona do bisel. Os lados foram afeioados apenas por talhe. As arestas so vivas/boleadas. O gumeapresenta-se rombo e denota j uma pequena fractura em formao. O talo no evidencia sinais de percusso.

    2 - Pea esboada sobre seixo grauvquico de cor cinzenta-esverdeada. Provavelmente ter ocorrido um acidente detalhe do gume, com fractura da pea, o qual ter conduzido ao abandono da operao de fabrico e sua utilizaoposterior como percutor o que evidenciado pelas marcas de percusso que apresenta.

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    CASAL DA COMENDA

    Este stio arqueolgico foi descoberto por ns, em Maio de 1997, aquando da realizaode uma aco de prospeco de superfcie na zona.

    Situa-se no topo de uma pequena elevao de declive suave, a uma altitude de 22metros, na margem esquerda do Rio Almonda, nas proximidades dos Riachos (Torres Novas),mas ainda dentro dos limites do concelho da Goleg.

    Ali tivemos oportunidade de recolher um artefacto de pedra polida, e diversas lascas eresduos de talhe em slex, concentrados numa rea restrita ( 200 m2)

    Para alm destes materiais, nas proximidades, numa zona mais baixa, recolhemos aindafragmentos de tegulae que, segundo veio a verificar-se posteriormente, tinham a ver com a

    existncia no local das runas de um forno romano, que veio a ser objecto de escavao porSalette da Ponte em 1998.

    Embora se possa admitir que, atendendo ao contexto romano, pudssemos estar empresena de uma ceraunia, face s caractersticas do local, e ao facto de aquele utenslio depedra polida e o slex terem sido recolhidos a alguma distncia do forno romano, numa zonaperfeitamente individualizada, consideramos estar em presena de um local que teve presenapr-histrica, possivelmente um habitat temporrio.

    Quer no tratamento da superfcie, querna dissimetria do gume, quer mesmo nairregularidade da sua forma geral, este exemplarapresenta muitas semelhanas com o exemplarn 5 do Povoado do Casal dos Cucos pelo que,embora com as reservas que estascomparaes sempre levantam, admitimos queeste artefacto seja integrvel no Neoltico Final

    /Calcoltico,

    Material de pedra polida recolhido:

    AnfibolitoMachado 1

    _____

    Fragmento de machado em anfibolito verde, com ambas as faces picotadas, embora com um leve polimento sobre apicotagem, o qual mais ntido nos bordos das faces. Apenas o bisel se apresenta bem polido. As faces so biplanas eas arestas vivas/boleadas. O gume rombo.

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    CASAL DO CONDE II

    Este stio, tambm designado por Ribeira de Santa Catarina, foi descoberto em 1993, porJos Gomes e Joaquim Murcela, do Ncleo de Arqueologia da Associao Histrico-Cultural deV N da Barquinha, quando ali se realizou um desaterro para extraco de cascalho e saibro.

    Situa-se no concelho do Entroncamento e localiza-se num terreno aluvionar sobreposto aum terrao quaternrio na margem direita da Ribeira de Santa Catarina (afluente da Ribeira daPonte da Pedra), a uma altitude de 30 metros, nas proximidades de um stio arqueolgico doPaleoltico Inferior - o Casal do Conde - estudado por G. Zbyszewski e O. da Veiga Ferreira(Zbyszewski e Ferreira, 1986).

    Nas terras provenientes da decapagem mecnica da camada superficial do solo para

    efeitos da realizao do desaterro foram recolhidos diversos fragmentos de cermica espessalisa e decorada a pente com motivos ondeados, digitada ou ainda puncionada formando faixasparalelas entre si.

    Foram tambm recolhidas lascas de slex e quartzito, um buril em slex, um peso de redee artefactos de talhe languedocense em quartzito, incluindo um disco. Na saibreira foi tambmrecuperado um biface.

    Nas imediaes do local tivemos igualmente oportunidade de recolher um pequenofragmento de cermica decorada com linhas paralelas cruzadas entre si.

    No mbito de um campo de trabalho de arqueologia, promovido pelo referido Ncleo deArqueologia em colaborao com a Arqueojovem, foi realizada em 1994 uma sondagem deemergncia, dirigida por Luiz Oosterbeek, numa zona onde o corte aberto pela saibreira exps,sobre os depsitos de terrao, uma camada parda-escura, com uma espessura de cerca de 50cm. Foram a recolhidos artefactos em slex (incluindo uma raspadeira carenada) e lascas domesmo material e de quartzito.

    Em 1995, em novo campo de trabalho, dirigido por Luiz Oosterbeek e Ana Rosa Cruz, foiefectuada nova sondagem, em zona mais afastada, onde apenas foram recolhidas lascas emslex e quartzito.

    No talude da ribeira foi recolhido por um arquelogo amador local - Joo Catarino - umartefacto de pedra polida.

    Embora Ana Rosa Cruz indique a presena de outros fragmentos de machados polidosem anfibolito (Cruz, 1996, estampa CLXV), uma anlise atenta dos mesmos mostra tratar-seapenas de fragmentos de seixos anfiblicos idnticos a tantos outros que, frequentemente, seencontram na plancie do Tejo, no apresentando polimento resultante de aco humana.

    Os materiais recolhidos encontram-se depositados no Ncleo de Arqueologia daBarquinha, com excepo do machado de pedra polida, que integra uma coleco particular.

    Eles no so homogneos do ponto de vista crono-cultural, havendo materiais doPaleoltico Inferior aos incios da Idade do Ferro. Porm, as cermicas, tm paralelos na regio enoutros locais fora da regio.

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    Assim, existem tambm no Museu Regional deLagos fragmentos de cermica muito espessa com motivosdecorativos constitudos por uma sucesso de pequenasincises, constituindo faixas paralelas, idnticos aos dosrecolhidos neste stio, atribudos ali ao Eneoltico. J opequeno fragmento com decorao constitudo por linhasincisas paralelas entrecruzando-se tem um padrodecorativo semelhante ao que encontramos em algunsvasos do Calcoltico Final (Gruta de Verdelha dos Ruivos,Pedra Branca, Grutas de Cascais, Grutas do Furadouro,Cova da Moura, etc) ou mesmo de regies mais distantescomo o Buraco da Moura de S. Romo (Valera, 1993a: EstII, n 2). Por outro lado, a cermica decorada a pente commotivos ondeados idntica recolhida na Gruta do

    Almonda, o mesmo se passando com a cermica com

    decorao digitada, ambos os tipos atribudos aos incios daIdade do Ferro (Pao, 1947)

    Deste modo, embora possamos interpretar o stiocomo povoado, j mais difcil a sua classificaocronolgico-cultural, sendo, no entanto, claro que, nostempos pr-histricos, teve ocupao no CalcolticoFinal/Bronze Inicial, perodo esse ao qual atribumos oartefacto de pedra polida recolhido.

    Material de pedra polida recolhido:

    IndeterminadoMachado 1

    _____

    Machado, bem equilibrado, de grandes dimenses (21,3 cm), com um polimento muito irregular, incidindoespecialmente no bisel (anlise atravs de foto, por impossibilidade de acesso directo ao material).

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    CASAL DAS VENDAS

    Nas proximidades do Casal das Vendas, pequeno casal situado precisamente nos limitesdos concelhos do Entroncamento e da Goleg, foi recolhido, em data incerta, um artefacto depedra polida, o qual se encontra depositado no Museu do Instituto Geolgico e Mineiro.

    Tratando-se de um achado isolado,a ausncia de outros artefactos emassociao com o mesmo, torna difcil aatribuio cronolgico-temporal ou afuncionalidade do local. Contudo, VeigaFerreira, que estudou a procedncia dosartefactos em fibrolite existentes no entodesignado Museu dos Servios Geolgicos,

    concluiu que esse conjunto se deveria situardesde o incio do Eneoltico at ao EneolticoFinal (Ferreira, 1953: 44), o que, conjugadocom as caractersticas do local - zona plana eaberta num terrao quarternrio com 30metros de altitude - e com a circunstncia de,relativamente prximo (no Povoado daTorrinha I e no Povoado da Regadeira Alta),ambos integrveis no Calcoltico FinalCampaniforme, terem sido recolhidos porns fragmentos de artefactos em fibrolite,leva-nos a admitir para este a mesmacronologia.

    Material recolhido:

    FibroliteEnx 1

    _____

    Enx de grandes dimenses, em fibrolite, totalmente polida, embora apresente na face ventral uma zona no polida,devido a uma concavidade da rocha em que foi feita. A fibrolite tem as cores sangunea, branca e preta, embora o tomgeral seja avermelhado. O gume vivo e o talo, embora tenha marcas de picotagem, no apresenta sinais depercusso.

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    ENTRONCAMENTO

    Designamos por Entroncamento um stio arqueolgico por ns descoberto em 1996,situado num terrao a 35 metros de altitude, na margem direita da Ribeira da Ponte da Pedra, anorte da cidade do Entroncamento, entre a Linha do Norte, a Linha do Leste e a estrada queconduz ao Bonito.

    Embora a rea adjacente j tivesse sido objecto de reconhecimento em momentoanterior, por ns e outros elementos do Ncleo de Arqueologia da Associao Histrico-Culturalde V N da Barquinha, com recolha de seixos quartzticos de talhe languedocense, o arranquede algumas oliveiras anteriormente existentes neste terrao permitiu-nos uma observao maisminuciosa do terreno e a deteco e recolha de vestgios arqueolgicos numa camada arenosa,de cor avermelhada, sobrejacente ao terrao quaternrio.

    Assim, foram recolhidas lascas residuais de slex com coloraes diversas; dois ncleosdesbastados de slex rosa; um pequeno raspador em slex acastanhado com retoque unifacial;um fragmento de lmina fina de slex rosa-claro de seco trapezoidal, com os bordos retocadosunifacialmente; um trapzio em material idntico; diversos macro-instrumentos de talhelanguedocense em quartzite de boa qualidade, incluindo um disco fragmentado; inmeraslascas de quartzite, resduos de talhe de artefactos na mesma matria-prima.

    Em nosso entender estamos perante um stio arqueolgico correspondente a um habitattemporrio.Milita a favor desta possibilidade a escassez do esplio recolhido, a predominnciade macro-instrumentos descartveis e a ausncia de cermica.

    Integramo-lo no Neoltico Mdio dada anatureza dos artefactos recolhidos, constitudospredominantemente por macro-instrumentosquartzticos, a existncia da lmina fina retocada, apresena do trapzio e as caractersticas deste.Efectivamente, estamos em presena de um micrlito

    comprido, executado sobre lmina trapezoidal,levemente dissimtrico, com truncatura rectilnea ecom um dos lados bastante retocado, do tipo dos queVera Leisner (Leisner, 1983) atribui a este perodocronolgico-cultural. Por outro lado, muitosemelhante a um outro recolhido na camada D daGruta do Cadaval justamente atribudo ao mesmoperodo.

    Material de pedra polida recolhido:

    AnfibolitoFrag. de artefacto indeterminado 1

    _____

    Fragmento proximal de um artefacto de pedra polida (muito provavelmente um machado, dada a sua configurao e aseco circular), em anfibolito verde, apresentando uma fractura tranversal, uma das faces levemente aplanada e umpolimento no muito fino. O talo evidencia sinais de percusso.

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    MONTE PEDREGOSO

    Este stio arqueolgico (tambm conhecido por Alto Pedregoso) foi descoberto porelementos do Ncleo de Arqueologia da Associao Histrico-Cultural de V N da Barquinha, em1994, na sequncia do desenvolvimento da prospeco de superfcie em torno de um stioarqueolgico romano que havamosdescoberto em finais de 1992 - o stio doPedregoso - e em cujas imediaes, paraalm de material romano, foramrecolhidas lascas de slex, lminas elamelas no mesmo material, seixosquartzticos de talhe languedocense,pesos de rede, um pequeno fragmento deuma placa de xisto decorada compequenos tringulos e onde, mais tarde,viria a ser recolhido igualmente umfragmento de um braal de arqueiro ouesticador tnsil.

    Fragmento de braal de arqueiro

    O Monte Pedregoso situa-se precisamente no limite entre o concelho de V N daBarquinha e o da Goleg, a 25 metros de altitude, na margem direita do Rio Tejo, nasproximidades da confluncia de um pequeno curso de gua temporrio com a Ribeira de ValeMarques, afluente da Ribeira da Ponte da Pedra.

    Os vestgios arqueolgicos, que se encontram depositados no Ncleo de Arqueologia daBarquinha, foram recolhidos superfcie numa camada arenosa de cor avermelhadasobrejacente ao terrao quaternrio, revolvida pelos trabalhos agrcolas, a qual se estende at aostio do Pedregoso sem solues de continuidade pelo que os achados ali efectuados (excluindoos de contexto romano) so integrveis neste stio. O esplio recolhido constitudo por ncleos

    de slex, lascas residuais de slex de diversas coloraes; lamelas e lminas finas com ligeiropredomnio das de seco triangular, em slex; uma conta de colar discide perfurada, de corverde; elementos de foice; um furador em slex sobre lmina trapezoidal; um fragmento decermica de tradio do Neoltico Antigo evolucionado; fragmentos de cermica globular lisa edecorada com incises em espinha; fragmento de cermica com decorao impressa porpuncionamento, fragmento de uma taa campaniforme com decorao constituda porrecticulados; numerosos fragmentos de ms em granito, seixos afeioados em quartzito, de talhelanguedocense e artefactos de pedra polida.

    Em 1996 foi efectuada no local uma pequena interveno, num sector muito limitadodeste stio, sob a direco de Ana Rosa Cruz, tendo a mesmo concludo, face escassez etipologia do material recolhido que este arqueostio serviria como local de produo e

    processamento de alimentos, mais do que como local de habitat, mesmo que temporrio (Cruz,1998: 17).

    Contudo, em nossa opinio, alicerada em prospeco sistemtica e continuada do localh vrios anos, face quantidade e diversidade dos achados, e ao facto de, aquando dosprimeiros revolvimentos do solo por motivo das lavras, serem perfeitamente individualizveis aszonas de habitao ou de actividades de talhe em funo das concentraes de materiaiscermicos e lticos, estamos perante um Povoado- um dos mais importantes e extensos locaisde habitat das terras baixas da regio em estudo (15 000 m2), s comparvel em extenso como Povoado de Riba-Rio, na Azinhaga (concelho da Goleg), indito, por ns descoberto em 1998,mas onde, at ao momento, no recolhemos artefactos de pedra polida.

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    Apesar de algum arcasmo de parte da indstria de slex atestarem uma ocupaoanterior do local, a presena do braal de arqueiro e as caractersticas da cermica decorada alirecolhida, levam-nos a integrar este stio no Calcoltico Campaniforme.

    Efectivamente o fragmento decorado por puncionamento encontra paralelo num outrorecolhido na Gruta do Cadaval (Cruz e Oosterbeek, 1985: Fig 23 : 72) e atribudo por estesinvestigadores ao Calcoltico Final (Cruz e Oosterbeek: 1985: 71) idntico a um outro querecolhemos num habitat da Idade do Bronze, indito o Casal do Lavra nas imediaes doEntroncamento. Por outro lado, a cermica globular com motivos incis os em espinha, queaparece em contextos neolticos tambm bastante comum no Calcoltico, surgindo na camada

    A/B/C da Gruta do Caldeiro (Zilho, 1992: Fig 8: 113).

    Para alm de lascas de anfibolito, foi recolhido o seguinte material de pedra polida:

    Anfibolito Diorito Xisto Grauvaque

    Machados 1Enxs 1 1Frag. de machados 2 1Frag machado/enx 3

    Arfefacto esboado(Machado ou enx)

    1

    Frag. de cinzel 1Polidor 1

    1 2

    _____

    1 - Fragmento de machado em diorito, com polimento pouco fino. Apresenta um gume vivo, mas mordido.

    2 - Pequena enx feita em numa rocha de gro finssimo e pouco dura (xisto argiloso). No bisel possvel detectar aexistncia de vrios planos de polimento. Num dos lados existe tambm um outro plano de polimento. Contudo,

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    possvel que a sua funcionalidade no fosse uma enx, mas antes um polidor de gumes, uma vez que est feita numarocha demasiado branda.

    3 4

    5 6_____

    3 - Fragmento distal de machado em anfibolito, polido em ambas as faces, mas mostrando ainda alguns vestgios depiquetagem nas mesmas.

    4Fragmento lateral de artefacto indeterminado, em anfibolito verde. As arestas conservadas so pouco marcadas.

    5 - Esboo de artefacto em grauvaque ou xisto anfiblico, cinzento esverdeado, apresentando um polimento natural emtoda a superfcie devido a rolamento. A zona distal d mostra de ter comeado a ser configurada (possivelmente emmachado ou enx), atravs do lascamento da mesma. Num dos lados, na zona distal, tem um corte rectilneo com asuperfcie muito lisa.

    6 - Machado espesso, em anfibolito verde, polido em ambas as faces e lados picotados, sendo a picotagem mais regularnum deles, o que determina a existncia a de arestas mais marcadas do que no oposto. A partir da zona mesial para aproximal as arestas so boleadas, o mesmo acontecendo na zona do talo, que apresenta estigmas de impactos O

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    gume vivo. O bisel apresenta, de ambos os lados, pequenas estrias perpendiculares ao gume (3 num lado e 2 nooutro). Numa das faces, na zona mesial, apresenta um rebaixamento, que poder estar relacionado com o sistema deencabamento.

    7 8

    9 10_____

    7 - Fragmento distal de machado ou enx em anfibolito verde, conservando apenas uma pequenssima parcela do gumee de um lado. Este est tambm fracturado obliquamente na zona distal. A fraco conservada do gume viva, masmordida. O artefacto deveria ser totalmente polido a julgar pela fraco conservada da face e do lado.

    8 - Fragmento longitudinal de machado, em anfibolito verde, polido em ambas as faces, apresentando um polimentomuito fino. As arestas, a julgar pelo lado conservado, so pouco marcadas. O gume vivo e o talo no tem sinais depercusso.

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    11 Fragmento de cinzel em anfibolito verde, cuja face superior tem um polimento muito perfeito, enquanto que ainferior apresenta um polimento menos cuidado. O mesmo se passa com os lados, em que o mais arredondado bempolido, enquanto que o outro ostenta evidentes sinais de picotagem. Na face superior, desse lado, so visveis diferentesplanos de polimento. O gume vivo, mas mordido.

    12 - Polidor quadrangular em xisto anfiblico cinzento esverdeado, vendo-se nitidamente duas cavidadescorrespondentes s zonas onde os artefactos eram polidos.

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    POMBALINHO

    Nas proximidades de Pombalinho (concelho de Santarm), foram recolhidos em 1903,em circunstncias desconhecidas, dois artefactos de pedra polida, que se encontramdepositados no Museu Nacional de Arqueologia.

    No mesmo museu esto depositados tambm 14 lamelas de slex das imediaes dePombalinho, bem como um cilindro de calcrio e fragmentos de cermica. Luiz Oosterbeek refereigualmente a existncia nesse Museu de uma coleco de pontas de seta com tipologiassimilares s da camada B da Anta 1 do Val da Laje (Oosterbeek, 1996: 357), provenientesigualmente de Pombalinho, sendo de admitir que possam ser provenientes do mesmo local que,no entanto, no conseguimos localizar no terreno.

    Quer consideremos os artefactos de pedra polida como achados isolados, quer os

    consideremos em associao com os restantes materiais referidos, somos levados a consider-los integrveis no Calcoltico Pr-Campaniforme, no s pelas caractersticas daqueles outrosartefactos, mas tambm devido similitude do fragmento de machado com um idntico recolhidono Povoado da Cova dos Castanheiros (n 16) e um outro do Povoado da Mata (n 4).

    Material recolhido:

    Basalto GrauvaqueEnx 1Frag. Machado 1

    1 2_____

    1 - Enx em rocha basltica negra, totalmente picotada, com excepo do bisel. As arestas so vivas. O gume vivo,mas mordido. A face inferior levemente arqueada e, nessa face, junto ao gume, visvel uma estria de uso, prxim odo lado, com cerca de 2 cm. A face superior mostra uma zona lustrosa que poder estar relacionada com o sistema deencabamento.

    2 - Fragmento de machado espesso em grauvaque, de cor cinzenta escura, polido nas duas faces, mas apresentando-se uma delas com um polimento mais cuidado e fino, enquanto a outra conserva ainda marcas de picotagem. O gumeest completamente massacrado. As arestas so vivas.

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    QUINTA DA CARDIGA

    A Quinta da Cardiga uma propriedade agrcola situada no concelho da Goleg, no limitecom os concelhos do Entroncamento e Vila Nova da Barquinha. Aqui, em local que no possvel precisar com exactido e em circunstncias desconhecidas, mas muito provavelmenteno decorrer de trabalhos agrcolas, foram recolhidos dois artefactos de pedra polida, os quaisforam oferecidos ao Museu dos Servios Geolgicos (actual Museu do Instituto Geolgico eMineiro), onde se encontram, pelo sr. Dr. Ruy de Andrade.

    Tratando-se de achados isolados sem um contexto estratigrfico definido, a ausnciade outros artefactos em associao com os mesmos torna difcil a atribuio cronolgico-temporal ou a determinao da funcionalidade do local. Ser possvel admitir que sejamprovenientes do Povoado da Regadeira Alta, situado em plena Quinta da Cardiga ou do Casaldas Vendas, que tambm se situa na mesma Quinta. Alis, a enx apresenta muitas

    semelhanas com a enx de fibrolite recolhida no Casal das Vendas. Por isso, admitimos quepossam ser atribudos ao mesmo perodo cronolgico-cultural, ou seja, ao CalcolticoFinal/Bronze Inicial.

    Material de pedra polida:

    AnfibolitoEnx 1Frag. indeterminado 1

    1 2_____

    1 - Artefacto em anfibolito verde, de funcionalidade indeterminada (provavelmente um machado), cuja parte distal no seconservou. Uma das faces apresenta-se polida e a outra picotada. O talo no evidencia sinais de ter sido percutido.

    2 - Artefacto em anfibolito verde que no possvel classificar segundo o mtodo que temos vindo a seguir (dissimetriado gume), em virtude de um grande lascamento lhe ter retirado parte de um lado do bisel com a maior parte da linha dogume. Contudo, segundo a configurao geral da pea, diramos estar em presena de uma enx, tendo a face inferiorplana e a superior convexa. O polimento pouco fino, apresentando evidncia de picotado, particularmente na zonaproximal. Possui um pequeno adelgaamento na face inferior junto ao talo. Este no mostra sinais de percusso.

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    QUINTA DOS PINHEIROS

    Este stio foi ns descoberto em Maro de 1998.

    Trata-se de uma extensa zona plana constituda por uma terra areno-argilosa,sobrejacente a um terrao quaternrio, a 29 metros de altitude, situada do lado esquerdo daestrada de terra que segue do Entroncamento para a localidade dos Riachos, j no concelho daGoleg.

    Embora fique a alguma distncia da Quinta dos Pinheiros atribuimos-lhe esta designaopor ser o topnimo mais prximo.

    A, concentrado numa zona muito reduzida ( 200 m2), recolhemos um ncleo de slex,lascas do mesmo material e de quartzito, um pequeno raspador em quartzo, uma ponta de

    projctil em quartzito, lascas residuais de slex, um fragmento de ponta de seta em slex comretoque rasante e invasor de ambas as faces e um fragmento de um artefacto espesso de pedrapolida.

    As caractersticas do local, numa zona plana ampla e a escassez do material recolhidoapontam para a possibilidade estarmos perante um Habitat temporrio, ou, com umaprobabilidade menor, uma zona de actividades especializadas do Povoado do Casal do Lavra(habitat do Calcoltico Final/Idade do Bronze por ns descoberto nas proximidades, mas ondeno ocorreu, at ao momento, pedra polida) que lhe fica muito prximo (cerca de 800 metros).

    A escassez dos elementos at ao momento recolhidos no nos permitem propor aintegrao cronolgico-cultural deste stio.

    Material de pedra polida:

    MicaxistoFragm. artefacto indeterminado 1

    _____

    Fragmento de artefacto em rocha esverdeada, com uma certa xistosidade visvel na zona fracturada, e que,externamente, parece ser constituda por mltiplos pequenos gros salientes, tudo indicando estarmos em presena demicaxisto com andaluzite. Apresenta polimento nas pequenas fraces conservadas do que talvez fossem as faces emostra ainda um segundo plano de polimento junto a uma das arestas. A zona com maior extenso, que supomos terpertencido ao lado, apresenta-se apenas levemente polida. As arestas so boleadas.

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    REGADEIRA ALTA

    Este stio arqueolgico foi descoberto em 1995 por Telmo Marques, do Ncleo deArqueologia da Associao Histrico-Cultural de V N da Barquinha.

    Situa-se em plena Quinta da Cardiga, numa ligeira ondulao de terreno, prximo dolocal onde a Ribeira de Santa Catarina desagua no Rio Tejo, na margem direita daquela, a umaaltitude de cerca de 25 metros.

    Os vestgios arqueolgicos, que se estendem por uma rea de 1000 m2, foramrecolhidos superficialmente numa camada arvel de cor escura, sobrejacente ao terraoquaternrio, revolvida pelos trabalhos agrcolas. O esplio recolhido constitudo por lascasresiduais de slex de diversas coloraes; lamelas e lminas finas de seco triangular etrapezoidal com e sem retoque, em slex, onde se inclui um fragmento de lmina larga com brilho

    de uso; raspadores igualmente em slex; um geomtrico de pequenas dimenses sobre lamelaem slex negro; fragmentos de ms; pequenos fragmentos de cermica lisa; seixos afeioadosem quartzito, de talhe languedocense e artefactos de pedra polida.

    Face quantidade e diversidade dos achados, classificamos o stio como povoado,embora de pequenas dimenses.

    As caractersticas do material recolhido, nomeadamente a sua semelhana com osmateriais recuperados na Torrinha I e no Monte Pedregoso (apesar da aparente ausncia decermica decorada), levam-nos a integrar este povoado no Calcoltico Final.

    Material de pedra polida recolhido:

    Anfibolito FibroliteFragm. de Machado 1Fragm. de enx 1Pea esboada 1

    1

    _____

    1 - Fragmento de enx corresponde parte distal, em fibrolite de cor clara, raiada de finos traos amarelos eapresentando uma zona de colorao mais escura junto ao gume. Este vivo e perfeito, levemente arqueado. Opolimento muito fino. As arestas so vivas.

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    2

    3

    _____2 - Fragmento de machado correspondente parte mesial e proximal, apresentando um polimento no muito fino e ogume rombo e dissimtrico devido a desgaste. As arestas so pouco marcadas.

    3 - Bloco de anfibolito que aparenta corresponder a uma pea esboada, notando-se na zona proximal, num dos lados,um afilamento que parece ter sido provocado por polimento.

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    S. MIGUEL

    O stio de S. Miguel (concelho da Goleg), situa-se junto da Quinta dos lamos, numterrao fluvial de declive suave, a 22 metros de altitude, junto a um pequeno riacho, num localonde existiu uma capela dedicada aquele orago.

    Em 1945, durante a plantao de laranjeiras, Jos Jnior e Joaquim Cuco, doistrabalhadores rurais da Goleg, encontraram um painel de mosaicos romano e um pote decermica comum com moedas de bronze. O terreno apresentava tambm fragmentos decermica e de opus signinum, tudo indicando estar-se em presena de uma villa romana.

    Desde 1974 que Joo Catarino, um amador de arqueologia local, tem vindo a proceder arecolhas de superfcie neste stio. Para alm de materiais de ntidas caractersticas romanasrecolheu outros, nomeadamente fragmentos de nforas pr-romanas, o que o leva a admitir que

    o stio tenha conhecido uma ocupao anterior romana, podendo chegar ao chamado perodoorientalizante da Idade do Ferro (Diogo e Catarino, 1992: VI)

    Foram tambmrecolhidas lminas e lascas de silex, um artefacto de pedra polida e doisoutros fragmentados (comunicao pessoal de Carlos Barbosa Ferreira, que acompanhou JooCatarino em muitas das aces de prospeco)

    Os materiais integram a coleco particular de Joo Catarino.

    A circunstncia de os artefactos de pedra polida terem sido recolhidos em contextoromano apontaria no sentido de os mesmos poderem ser considerados como ceraunias;contudo, o achado das lminas e lamelas em slex e as caractersticas fsicas do local, tosemelhantes s de habitats do Neoltico da regio levam-nos a colocar a hiptese de estarmosperante um local de habitat - possivelmente um habitat temporrio.

    Material de pedra polida recolhido:

    Anfibolito (a)Machados 1Frag. de machados 2

    (a) Comunicao pessoal de Joo Catarino

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    TORRINHA I

    Este stio foi descoberto por elementos do Ncleo de Arqueologia da AssociaoHistrico-Cultural de V N da Barquinha.

    Situa-se no concelho de V N da Barquinha, frente ao Povoado do Monte Pedregoso,numa pequena elevao (24 metros de altitude), entre a Ribeira de Vale Marques e a Ribeira daPonte da Pedra, a um escasso quilmetro do curso actual do Rio Tejo e desenvolve-se sobreuma camada arenosa sobrejacente a um terrao quaternrio.

    Nesse local, numa rea muito restrita ( 500 m2), aquando do revolvimento da terra paraa realizao de trabalhos agrcolas, tm vindo a ser recolhidos, superfcie, por ns e por outroselementos daquele Ncleo de Arqueologia, ncleos, lascas e lminas de slex, predominando asde seco triangular; uma raspadeira frontal sobre lmina de slex branco; um buril em slex e

    raspadores e buris em slex e quartzo; um fragmento de lmina larga retocado de um lado e nasuperfcie frontal; um elemento de foice com brilho de uso; um disco e seixos quartzticosafeioados de talhe languedocense, pesos de rede; diversos elementos de moagem, fragmentosde cermica lisa e artefactos de pedra polida. Foi igualmente recolhida uma raspadeira em leque,de slex.

    O material recolhido encontra-se depositado no Ncleo de Arqueologia de V N daBarquinha.

    Dada a proximidade do Povoado do Monte Pedregoso, e a quantidade de ms efragmentos de ms recolhidos, admitimos a possibilidade de estar em presena de uma zona deactividades especficas daquele povoado (produo e processamento de alimentos),provavelmente resultante da expanso daquele. Efectivamente, ocupa uma rea muito reduzida ea indstria ltica em slex apresentamuitas similitudes com a daquelepovoado, com ligeirapredominncia das lminas de

    seco triangular. Por essa razo,apesar da ausncia de cermicadecorada, integramo-lo tambm nomesmo perodo cronolgico-culturalou seja no CalcolticoCampaniforme.

    1 2

    Material de pedra polida:

    Anfibolito FibroliteIndeterminado 1 1

    _____

    1 - Fragmento proximal de artefacto (possivelmente machado ou enx) em anfibolito verde escuro, com duas facescontguas muito bem polidas e as outras com um polimento menos cuidado, pelo que as arestas so vivas/boleadas. Otalo apresenta marcas de percusso.

    2 - Fragmento proximal de artefacto (muito provavelmente uma enx) em fibrolite de cor clara, com manchasacastanhadas e veios amarelados, totalmente polida com excepo dos lados. A zona do talo, naquela que deveria sera face superior, foi afilada por polimento, certamente para facilitar a fixao, notando-se um plano de polimento que seestende at parte do lado contguo. Na face inferior tem um levantamento que atinge o lado.

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    TORRINHA II

    O stio que designamos por Torrinha II foi descoberto no seguimento da explorao dazona envolvente de Torrinha I e fica nas proximidades deste povoado, numa pequena elevao a26 metros de altitude, dominado a plancie que o vale da Ribeira de Vale Marques ali inicia eocupando um dos vrtices do tringulo que forma com o Povoado do Monte Pedregoso e o daTorrinha I.

    A foram recolhidas apenas ncleos e lascas de slex e quartzite e alguns artefactos detalhe languedocense, incluindo dois discos. Foi tambm recolhido um artefacto de pedra polida.

    A escassez do esplio a recolhido, idntico ao que tem sido recolhido emnumerosos outros pontos em torno de Torrinha I aponta para a possibilidade de se tratar delocais onde se desenvolviam actividades especficas desse povoado, pelo que, embora com as

    necessrias reservas, o integramos igualmente no Calcoltico Campaniforme.Material de pedra polida recolhido:

    Rocha diorticaEnx/Sacho 1

    _____Fragmento de enx em rocha diortica acinzentada, muito rudemente polida, com o gume completamente rombo e comum estigma de impacto no mesmo. As arestas so pouco marcadas. Funcionalmente deveria ter sido um sacho e nouma enx, no s devido rudeza do seu tratamento, mas tambm pela sua configurao e pelo facto de o gume nose apresentar massacrado, mas sim boleado. Numa das faces apresenta uma concavidade que se desenvolve desde azona proximal at mesial e que se destinaria a garantir uma melhor fixao.

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    TERRAOS DO TEJO

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    ABRANALHA

    A Abranalha uma povoao situada no concelho de Abrantes, na margem direita doRio Tejo, numa zona declivosa pendente para o vale da ribeira a que aquela povoao d onome.

    Nas suas proximidades, em data incerta, foi recolhido um artefacto de pedra polida, quese encontra depositado no Museu Nacional de Arqueologia, o qual se revela extremamenteinteressante devido ao facto de no possuir gume. Em seu lugar a pea apresenta umasuperfcie rectangular de cerca de 1 cm de largura totalmente polida, o que leva suposio deque trataria de um objecto votivo, uma vez que sem gume no seria eficaz como instrumento decorte e o seu embotamento no parece ser devido ao uso. Contudo, Joo Luis Cardoso, estudouexemplares com o gume igualmente substitudo por uma superfcie plana, recolhidos em Leceia,que admite terem servido para a martelagem de objectos de cobre de pequena dimenso

    (Cardoso, 1994: 59).A confirmar-se esta hiptese, este exemplar poderia ser atribudo ao Calcoltico, ficando,

    no entanto, por definir o tipo de ocupao do local.

    Material de pedra polida recolhido:

    Rocha negraMachado 1

    _____

    Artefacto em rocha negra brilhante, apresentando um polimento muito fino em toda a superfcie, incluindo o talo. Ogume inexistente. Em seu lugar a pea apresenta uma superfcie rectangular de cerca de 1 cm de largura totalmentepolida,. As arestas so vivas/boleadas. Num dos lados apresenta uma ligeira concavidade na zona proximal. Estfracturada em duas partes.

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    ABRANTES

    A cidade de Abrantes est situada numa zona elevada acima da cota dos 150 metros, namargem direita do Rio Tejo.

    A, em data incerta, foi recolhido um utenslio que se encontra depositado no MuseuNacional de Arqueologia, em Lisboa.

    Utenslios semelhantes a este foram recolhidos na regio em contextos do NeolticoFinale do Calcoltico.

    Material recolhido:

    AnfibolitoPercutor 1

    _____

    Percutor em anfibolito verde com os lados esquadriados por martelagem e com os extremos muito percutidos. Tem umrebaixamento na extremidade de uma das faces e um grande levantamento na oposta.

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    ABRANTES - Castelo

    O castelo de Abrantes est edificado numa elevao com 196 metros de altitude,dominando a plancie do Tejo que se estende para alm da Ribeira de Alferrarede e pela outramargem, e as colinas que se estendem para o interior na margem direita daquele rio.

    Em escavaes que ali tero sido realizadas em data incerta ter sido recolhido umpequeno machado em calate verde (comunicao pessoal de lvaro Batista e FilomenaGaspar), o qual hoje se encontrar em parte incerta.

    Face impossibilidade de analisar as caractersticas do artefacto e conhecer o contextodo seu achado, no temos possibilidade de definir com rigor o seu enquadramento cronolgico-cultural, nem determinar o tipo de ocupao do local. Contudo, Veiga Ferreira, que estudou adistribuio dos artefactos deste material em Portugal considera que os mesmos aparecem em

    stios calcolticos (Ferreira, 1954), pelo que o consideraremos inservel nesse perodo.Material de pedra polida recolhido:

    CalateMachado 1

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    ALTO BRANQUINHO

    O Alto Branquinho um stio arqueolgico por ns descoberto em 1991.

    Situa-se, junto a Vila Nova da Barquinha, a 70 metros de altitude, num patamar de ummonte elevado, na margem direita do Rio Tejo, cuja plancie se domina dali.

    No local foi recolhido um fragmento de um artefacto de pedra polida, lascas de quartzitee resduos de talhe de slex. As lascas residuais de slex foram recolhidas num corte provocadopela abertura de um caminho, sobrejacentes a uma camada argilosa de cor vermelha. Oartefacto de pedra polida foi recolhido uma dezena de metros mais abaixo, numa zona onde ocaminho tem um declive muito acentuado. Na mesma zona, no terrao quaternrio, foramrecolhidos seixos quartzticos talhados.

    O referido material est depositado noNcleo de Arqueologia da Barquinha

    Dada a inexistncia de um contextoestratigrfico bem definido e a ausncia deartefactos-diagnstico, no possvel caracterizar aocupao cronologicamente, com rigor. Contudo, aexistncia de um exemplar muito semelhante noPovoado do Monte Pedregoso (exemplar n 8), quedista daqui uns escassos 2 Km, levam-nos a levantara possibilidade de este artefacto ser coevo daquelepovoado e, portanto, integrvel no CalcolticoCampaniforme. J quanto funcionalidade do local,a natureza dos achados levam-nos a considerar apossibilidade de estarmos perante uma oficina detalheou um habitat temporrio.

    Material de pedra polida recolhido:

    AnfibolitoFragmento de machado 1

    _____

    Fragmento de machado em anfibolito, totalmente polido com excepo dos lados. Uma das faces ligeiramentecncava, as arestas so pouco marcadas, o gume apresenta-se rombo e o talo mostra sinais de percusso.

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    AMOREIRA

    O stio arqueolgico da Amoreira (concelho de Constncia) situa-se num terraoquaternrio, na confluncia da Ribeira da Pucaria com a plancie aluvionar do rio Tejo, namargem direita deste rio, a uma cota de 50 metros de altitude.

    Foi descoberto por lvaro Batista aquando da construo de um campo de futebol, cujostrabalhos de terraplanagem puseram a descoberto fragmentos de cermica, pesos de rede egrande quantidade de carves. Foi dado a conhecer a Luiz Oosterbeek e Ana Rosa Cruz, que aliefectuaram uma sondagem em 1992 e uma interveno de salvamento em 1993, visto que pelolocal iria passar o IP6.

    Foi identificada a seguinte estratigrafia:

    - Camada A - camada superficial, constituda por entulhos recentes;

    - Camada B - coluvio contendo materiais acheulenses e vestgios de ocupaes holocnicas;- Camada C - habitat com negativos de estruturas (buracos de poste) de um habitat e materiaisclaramente in situ.

    Os materiais da camada C so constitudos predominantemente por seixos afeioadosunifaciais e bifaciais, incluindo discos; anfibolito polido reutilizado (Oosterbeek e Cruz; 1993)para obteno de peas tipo seixo afeioado; lascas em quartzito; lminas e lamelas com esem retoque, em slex; dezenas de pesos de rede; fragmentos de cermica lisa e pequenosfragmentos de machados polidos (Cruz, 1996).

    Foi efectuada uma datao por C14, para materiais da camada C, tendo-se obtido oseguinte valor:

    AMOSTRA COMPOSI O RESULTADO CALIBRA O(2 sigma)

    I-17322 Carves 7640 120 BP 6706-6157 BC

    Esta datao, com valores to recuados, tem de ser interpretada com muitas reservas,no apenas por ser nica, mas tambm por ser de admitir que os carves recolhidoscorrespondam, ou a uma contaminao pontual, provocada por uma toca no detectada, ou outro

    processo post-deposicional semelhante, ou a uma ocupao mais antiga, Mesoltica, noidentificada na escavao(Cruz, 1996: 72).

    Alis, em estudo geo-arqueolgico recentemente realizado na regio, os seus autores(Grimaldi et al., 1998), depois de terem localizado artefactos lticos in situ,num terrao a poucadistncia deste stio, consideraram a possibilidade de a ocupao holocnica se ter efectuadonum local onde estavam j presentes artefactos lticos provenientes do terrao Q3, de modo quea escassa diferenciao morfolgica dos materiais e a dificuldade de leitura durante a escavaoter feito com que fossem todos considerados contemporneos daquela ocupao.

    O stio foi classificado como povoado ou habitat temporrio (Cruz, 1996: 106), datransio do Mesoltico para o Neoltico sendo os materiais da camada C, pela sua tipologia,associveis aos da camada C da Anta 1 do Val da Laje (Cruz, 1996: 106) e, portanto, integrveis

    numa fase recuada do Neoltico; contudo, a admitirmos como correcta a interpretaogeoarqueolgica, provvel que os materiais cermicos sejam integrveis num momento ulterior.

    Material de pedra polida recolhido:

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    Anfibolito (a)Frag. de machados (a) (b) vrios

    (a) (CRUZ, 1996)(b) Talvez mais adequadamente, fragmentos de artefactos de pedra polida indeterminados.

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    CASAL DOS CUCOS

    O Casal dos Cucos foi por ns descoberto em 1991.

    Este stio arqueolgico situa-se, na margem direita da Ribeira de Tancos, a escassascentenas de metros do Rio Tejo, no alto de uma elevao com cerca de 70 metros de altitude,que se prolonga por uma superfcie aplanada, dominando a entrada de um vale que se abre parao interior.

    No local foram recolhidos seixos quartzticos de talhe languedocense; fragmentos delminas em slex, predominantemente trapezoidais, com e sem retoque; furadores em slex, umdos quais sobre lmina; raspadores em slex; uma raspadeira frontal sobre lmina trapezoidal;lascas residuais de slex; fragmentos de elementos de moagem; material de pedra polida e 4pequenos fragmentos de cermica lisa.

    A localizao deste stio arqueolgico corresponde bastante aproximadamente descrio-tipo dos povoados calcolticos da Estremadura ou seja: (...) de dimenses reduzidasimplantados, na sua generalidade, em posies de altura, com boas condies naturais dedefesa, dominando reas de aptido agrcola em vales irrigados por cursos de gua, em posiocujo horizonte visual permite abranger, pela vanguarda, o caminho para o mar ou para o rio,assegurando o acesso martimo ou fluvial, e, pela rectaguarda, favorecer o contacto com asterras do interior (Silva, 1983: 103-104), no se afastando muito tambm do que sucede no

    Alentejo (Gonalves, 1995).

    Conjugando essa localizao com a diversidade e ascaractersticas dos esplio recolhido, pensamos estar empresena de um povoado; o facto deque acusar ainda umatradio Neoltica, com a presena de furadores levam-nos,porm, a integr-lo no Neoltico Final/Calcoltico.

    Para alm de blocos e lascas de matria-prima(anfibolito), foi recolhido o seguinte material de pedra polida,

    considerando artefactos completos e fragmentos dosmesmos:

    Anfibolito Rocha porfirticaMachados 16Enxs 8Cinzis 1Formes 1 1Martelos 1

    1

    _____

    1 - Pequena enx em anfibolito verde, apresentando uma concavidade numa das faces, possivelmente para facilitar oencabamento. polida em toda a superfcie, com excepo dos lados. Estes tm arestas vivas. O gume vivo e o talono mostra sinais de percusso.

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    2 3

    4 5

    2 - Machado em anfibolito verde, com um polimento no muito fino, mas abrangendo ambas as faces. O gume vivo,apresentando sinais de reavivamento. As arestas so pouco marcadas. Num dos lados, tem uma zona escavada,comum a outros machados deste tipo. A meio de uma das faces tem um pequeno rebaixamento transversal, que ocupa2/3 da largura, o qual, porm, poder ser devido apenas a um defeito do bloco inicial. lupa possivel ver, numa dasfaces, na proximidade do gume, trs estrias de uso, ligeiramente oblquas em relao ao gume, uma delas com cerca de1 cm. O talo no mostra sinais de percusso.

    3 - Machado em anfibolito verde, com o gume muito massacrado, sendo visveis diversos levantamentos de ambos oslados do bisel. As faces so planas e picotadas, apresentando um polimento muito imperfeito na zona distal. As arestasso pouco marcadas.

    4 - Fragmento distal de machado de enormes propores, em anfibolito verde, ostentando veios de quartzo-feldspato degrandes dimenses. As faces, embora bem polidas, deixam ver alguns sinais de picotagem, em pequenasconcavidades. O gume muito vivo, embora apresente algumas mordidelas. As arestas so pouco marcadas.

    5 - Enx em anfibolito verde, com um polimento muito rudimentar em ambas as faces, que deixa ver os sinais depicotagem. Os lados so dissimtricos, pouco cuidados e um deles est marcado por um veio cristalino. O gume, que seapresenta vivo mas mordido, numa das extremidades, mostra sinais de reavivamento. O talo no tem estigmas depercusso.

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    6 7

    8 9

    _____

    6 - Machado em anfibolito verde, fracturado. Tem um polimento muito rude, mesmo no bisel, deixando perceber ossinais da picotagem. A fraco conservada do gume apresenta-se romba. O talo no mostra s inais de percusso.

    7 - Machado em anfibolito verde, com um polimento muito perfeito em ambas as faces. O gume, na parte conservada,apresenta-se vivo, sendo a restante parte (cerca de 2/3) inexistente devido a lascamento. Na face plana tem um enorme

    levantamento na zona proximal. Na face oposta conservam-se sinais de picotagem junto ao talo. As arestas so poucomarcadas.

    8 - Fragmento mesial e distal de pequena enx em anfibolito verde finamente polida em ambas as faces, bem como numdos lados, havendo igualmente vestgios de polimento no outro, na zona distal. O gume vivo, embora apresente algunslascamentos. As arestas so pouco marcadas.

    9 - Pequeno machado em anfibolito verde, com um polimento cuidado em ambas as faces, apresentando enormeslevantamentos no gume, de tal forma que no se conserva nenhuma parcela do mesmo. Um dos lados tem uma ligeiraconcavidade. As arestas so vivas desse lado e boleadas do lado oposto.

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    _____

    10 - Pequeno machado em anfibolito verde, que se apresenta sem o bisel. Tem polimento em ambas as faces. Numadelas visvel um segundo plano de polimento, junto a uma aresta, para afilar o talo, possivelmente para facilitar oencabamento.

    11 - Fragmento de formo em rocha porfirtica verde-acinzentada, totalmente polida. O gume apresenta umlevantamento.

    12 - Fragmento de cinzel em anfibolito verde, totalmente polido. O gume apresenta-se rombo e as arestas so poucomarcadas.

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    13 - Fragmento de formo em anfibolito verde, com as faces levemente polidas, com excepo da parte conservada dobisel, que tem um excelente polimento, que invade mesmo um dos lados. As arestas so pouco marcadas.

    14 15

    _____

    14 - Machado espesso em anfibolito verde, muito imperfeito, parecendo tratar-se ainda s de uma pea esboada, umavez que, numa das faces, na zona distal, apresenta trs grandes negativos de lascas que parecem ter sido feitas paraconformar o artefacto. Na face oposta mostra alguns lascamentos que, face diferena de ptina, tero sido provocadosem momento mais recente.

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    15 - Enx espessa em anfibolito verde polida apenas no bisel. O gume rombo. O talo apresenta sinais de percusso.As arestas so pouco marcadas. Apresenta duas grandes estrias a todo o comprimento da face plana, a qual, na zonaproximal, ostenta uma concavidade que parece resultante do sistema de amarrao ao cabo.

    16 17

    18 19

    ______16 - Martelo em anfibolito verde, cuja superfcie distal evidencia bem os impactos a que foi sujeito. As faces solevemente polidas e os lados picotados. As arestas so pouco marcadas e o talo tambm apresenta sinais depercusso.

    17 - Fragmento de lingote de anfibolito verde apresentando indcios de ter comeado a ser afeioado antes de fracturar.

    18 - Fragmento de enx em anfibolito verde, em que uma das faces se apresenta bem polida e a outra com polimentoimperfeito. A fraco conservada do gume mostra-se massacrada e com diversos lascamentos. As arestas so vivas.

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    19Bloco de anfibolito verde fracturado, apresentando na extremidade conservada uma zona cristalina, semelhante verificada no exemplar n 5.

    20 21 22

    23 24 25

    _____

    20 - Fragmento distal de machado em anfibolito verde, com a fraco conservada do gume romba. Era completamentepolido, com excepo dos lados. As arestas, na fraco conservada, so pouco marcadas. Em ambas as facesapresenta mltiplas estrias, perpendiculares ao gume, e paralelas entre si, chegando a ter 2 cm, sendo porm menos ede menores dimenses na proximidade do gume.

    21 - Fragmento longitudinal de enx em anfibolito, apresentando pequenas marcas de picotagem num dos lados dobisel, possivelmente devido a aco de rejuvenescimento do gume. A fraco conservada indicia que seria totalmente

    polida, com excepo dos lados. As arestas so pouco marcadas.22 - Fragmento distal de machado em anfibolito verde, com a fraco conservada do gume completamente massacrada,formando uma superfcie aplanada. Era completamente polido, com excepo dos lados. As arestas, na fracoconservada, so pouco marcadas.

    23 - Fragmento distal de machado espesso em anfibolito verde, com polimento fino em ambas as faces.O gumeapresenta-se rombo.

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    24 - Fragmento distal de machado em anfibolito verde. A fraco conservada apresenta-se bem polida e com o gumevivo, embora seja visvel um afiamento do bisel junto ao lado, para cobrir lascamento que ali ter ocorrido.

    25 - Fragmento de machado em anfibolito verde, com bom polimento na fraco conservada.

    26 27 28

    29 30 31_____

    26Fragmento de machado, de gume levemente dissimtrico, em anfibolito verde escuro, muito fino e com polimentoimperfeito . Este exemplar, que foi por ns recolhido, aparece erradamente atribudo Buraca da Moura (Rexaldia) emPrata, 1998: 80.

    27 - Pequeno fragmento de enx muito fina, em anfibolito verde. O gume vivo, mas mordido e, sob o polimento, so

    visveis sinais de picotagem junto ao bisel, o que no frequente nesta zona. vista desarmada possvel distinguirfilamentos de quartzo-feldspato no sentido das anfbolas

    28Fragmento de bloco de anfibolito verde com a particularidade de ter uma parte da superfcie polida.

    29 Lingote de anfibolito verde que ter sofrido lascamento para preparao da zona distal da pea, mas que terfracturado no decorrer dessa fase preparatria.

    30Fragmento de lingote anfibolito verde, apresentando a fraco conservada de duas faces muito bem polida e umaoutra com sinais de picotagem e aparentando tambm ter sofrido algum polimento.

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    31Bloco de anfibolito verde de forma arredondada

    No se reproduzem aqui os fragmentos de gume devido s suas reduzidas dimenses

    CASTELO VELHO

    O stio arqueolgico do Castelo Velho conhecido h muito pelos vestgios romanos(existindo mesmo vestgios de estruturas) e tambm pelas recolhas de materiais do PaleolticoInferior que ali fizeram Manuel Leito e C.T. North, no incio dos anos 70 .

    Localiza-se na freguesia de Riachos (concelho de Torres Novas), num terraoquaternrio, que forma uma superfcie aplanada a 48 metros de altitude, na margem esquerda doRio Almonda, cujo vale domina.

    Ali, ao longo dos tempos, tm vindo a ser recolhidos materiais de diversas pocas,

    embora predominantemente do Perodo Romano: fragmentos de nforas, pesos de tear,fragmentos de ms, tgulae e mbrices.

    Em visitas que fizemos ao local tivemos tambm oportunidade de recolher superfciematerial de natureza e cronologia diferente: microburil em slex, lascas de slex e seixosafeioados em quartzito.

    Aquando do arranque de uma oliveira de grandes dimenses ali anteriormente existente,recolhemos, na cova deixada pelas suas razes, parte de um pote com evidentes semelhanascom um outro atribuvel ao Bronze Final, proveniente da Gruta do Cadaval.

    Pelo Dr. Antnio Carolino Rodrigues foram tambm recolhidos fragmentos de artefactosde pedra polida.

    Existe evidncia arqueolgica de ocupao do local desde o Paleoltico Inferior at segunda metade do Sc. I d.C, mas das destruies provocadas pelas sucessivas ocupaes e,mais recentemente, pelo plantio de eucaliptos, poucos vestigios ficaram do Neoltico e Calcoltico.

    Assim, os artefactos de pedra polida recolhidos poderiam ser ceraunia, embora correspondendoa vestgios dessa ocupao mais antiga. A semelhana do exemplar n 1 com um machadorecolhido na Gruta dos Carrascos e atribudo por Vctor Gonalves, embora com reservas, aoNeoltico Mdio(Gonalves e Ramos, 1977: 63), levam-nos a colocar a hiptese de estarmosperante um exemplar integrvel no mesmo perodo.

    Material de pedra polida recolhido:

    AnfibolitoFragm. de machado 2

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    1

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    1 - Fragmento de machado em anfibolito verde, com o bisel finamente polido, embora o anfibolito seja spero ao tacto(semelhante ao do exemplar n 2 do Casal dos Cucos). Aparentemente seria polida superficialmente nas faces e

    picotada nos lados. As arestas so boleadas.2 - Fragmento de machado em anfibolito verde, totalmente polido com excepo dos lados. Estes so facetados e asarestas so pouco marcadas (desenho atravs do qual se fez a observao, por impossibilidade de acesso ao material,adaptado de Sousa,1992: Fig 45).

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    CHES DE ALPOMP

    Este stio, que foi um campo fortificado romano, possivelmente das legies de DcimoJnio Bruto, foi dado a conhecer em 1953 por Amorim Giro e Bairro Oleiro (Giro e Oleiro,1953).

    Localiza-se na freguesia de Vale de Figueira (concelho de Santarm), no rebordo de umterrao fluvial elevado (95 metros de altitude) com cerca de 20 ha, que ocupa um espigomarginado pelo Rio Alviela, dominando a plancie do curso final deste rio.

    O local, que esteve ameaado e foi parcialmente destrudo pela explorao de umasaibreira tem sido alvo de inmeras visitas de prospeco de investigadores, arquelogosamadores, caadores de tesouros e simples curiosos, que tm recolhido os mais diversosmateriais que se encontram dispersos por inmeras coleces.

    Em 1967, G. Zbyszewski, O. da Veiga Ferreira e M. Cristina Santos, que procediam alevantamentos geolgicos nas proximidades, fizeram um reconhecimento ao terrao fluvial dosChes em busca de indstrias Paleolticas, tendo aproveitado a ocasio para visitar o campofortificado.

    Alm de material Paleoltico e Romano, recolheram umapequena placa de xisto fragmentada ou braal de arqueiro(Zbyszewki et al.,1986: 53), um machado de pedra polida, emanfibolito, (cujo paradeiro hoje se desconhece) e fragmentos decermica pr-histrica (Zbyszewski et al., 1968: 55)

    Dois outros artefactos de pedra polida foram oferecidos ao

    Museu Nacional de Arqueologia pelo Dr. Henriques Bastos.

    Joo Catarino, que visita periodicamente o local, recolheu alino apenas materiais romanos (fragmentos de nforas e dollium,pesos de tear, moedas de prata e bronze), mas tambm cermicaincisa, brunida e cermica estampilhada. Recolheu ainda contas decolar oculadas de pasta vtrea policromada, bem como diversomaterial ltico: elementos de foice em slex, ncleos de slex, buris emslex, lminas e lamelas no mesmo material, artefactos de pedrapolida e ms oblongas.

    Plaquinha de xisto

    Ns prprios tivemos oportunidade de, com outros elementos do Ncleo de Arqueologiada Associao Histrico-Cultural de V N da Barquinha, recolher superfcie, uma fusaiola, umfragmento de fbula, e diversas contas e fragmentos de contas de colar em pasta vtrea azul eoutros tambm oculados policromados.

    Mais recentemente, Jos Gomes do mesmo Ncleo de Arqueologia recolheu metade deum pequeno molde de fundio de pea decorativa muito delicada.

    Os materiais recolhidos encontram-se dispersos por diversos locais: Museu Nacional deArqueologia, Ncleo de Arqueologia de V N da Barquinha e coleces particulares,nomeadamente a de Joo Catarino, esplio importante, mas inacessvel.

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    Existe evidncia arqueolgica de ocupao do local desde o Paleoltico Inferior at segunda metade do Sc. I a.C, mas das destruies provocadas pelas sucessivas ocupaes,poucos vestigios ficaram do Neoltico e Calcoltico para alm dos artefactos em slex e pedrapolida recolhidos, os quais, pela sua quantidade, atestam a importncia do povoado.

    As condies em que ocorreram os achados no nos permite situ-los com rigor doponto de vista crono-cultural, tanto mais que o lugar teve uma longa ocupao. O exemplarnmero 2, pelas suas evidentes semelhanas com o exemplar n 20 da Necrpole das Lapas ecom o exemplar n 4 do Alto de S. Domingos, poder, com base nessa similitude, ser atribuvel,com as necessrias reservas, ao Neoltico Final/Calcoltico.

    Material de pedra polida recolhido:

    Anfibolito Xisto

    Machados 13Enxs 1 1

    1 2

    _____

    1 - Enx em xisto ardosiano, com um excelente polimento, ressalvando as concavidades prprias da rocha. As faces soatravessadas por dois pequenssimos veios. Em toda a superfcie da face inferior so visveis minsculas estriastransversais resultantes da aco de polimento. Na face oposta elas so predominantemente no sentido da maiordimenso, desde a zona mesial at muito prximo do gume, e transversais entre a zona mesial e o talo. Estas estriasmostram-nos de uma forma muito clara os movimentos que foram necessrios para polir a pea. O gume vivo e otalo apontado, o que se conseguiu atravs do lascamento da zona proximal da face superior.

    2 - Pequeno machado de pedra polida em anfibolito verde. Apresenta-se totalmente picotado, com excepo do bisel, oqual tem um polimento perfeito e quase rectilneo. Em ambas as faces do bisel so visveis mltiplas estrias finas,oblquas, documentando o trabalho de afiamento. O gume vivo, embora com algumas mordidelas. Os bordos do

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    gume mostram-se ligeiramente convergentes, documentando as operaes de rejuvenescimento do gume. As arestasso pouco marcadas e o talo no apresenta sinais de percusso.

    3 4

    _____

    3 - Machado em anfibolito, polido apenas no bisel. As arestas so vivas/boleadas. O gume vivo, mas mordido.(Descrio a partir da reproduo em Zbyszewski et al., 1968: Estampa III, por a pea estar desaparecida)

    4 - Pequeno machado, em anfibolito verde (Adaptao do desenho publicado em Ferreira, 1992: Estampa II, porimpossibilidade de acesso pea).

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    LAVACOLHOS

    No stio de Lavacolhos, freguesia de Praia do Ribatejo (concelho de Vila Nova daBarquinha), numa pequena plataforma a 53 metros de altitude, correspondente superfcie deum terrao, na margem esquerda da Ribeira de Lavacolhos (tambm designada por Valacis eValhacis), que o mesmo domina, recolhemos em 1993 um artefacto de pedra polida, o qual seencontra depositado no Ncleo de Arqueologia de V N da Barquinha.

    Tratando-se de um achado isolado, a ausncia de outros artefactos em associao como mesmo torna difcil a atribuio cronolgico-temporal ou a determinao da funcionalidade dolocal.

    Admitimos que a designao da Ribeira no tenha a ver com colhos, mas antes comconhos e as diferentes designaes sejam corruptelas de Lavaconhos, topnimo, que

    perpetuaria a actividade de minerao e lavagem das terras e conhos, que poderia ter existido nolocal, como houve noutros stios da freguesia de Praia do Ribatejo, no muito distantes destestio, onde ainda so visveis conheiras.

    Se tivermos em considerao que noPenhascoso (concelho de Mao) foidetectada a presena de uma conheira ondeforam recolhidos abundantes artefactoscalcolticos de tradio almeriense (Pereira,1972), podemos aventar a hiptese - que osescassos elementos que possumos nopermitem comprovar - deste machado serintegrvel no Calcoltico Inicial.

    Material de pedra polida recolhido:

    AnfibolitoMachado 1

    _____

    Machado em anfibolito verde, embora matizado de branco devido elevada presena de feldespato. totalmente polido

    com excepo dos lados, embora o polimento seja muito imperfeito. Aqueles apresentam diversos levantamentos, emposies opostas, que parecem ter a ver com o encabamento. O gume est totalmente massacrado, sem fio.

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    OZZERE

    Embora fossem conhecidas referncias existncia de um possvel castro no local(Almeida, 1946), os nicos achados comprovativos da ocupao humana pr-histrica (umfragmento de lmina de slex e um fragmento de um artefacto de pedra polida) foram recolhidos superfcie em 1994, por ns e por Jos Gomes, do Ncleo de Arqueologia da AssociaoHistrico-Cultural de V N da Barquinha,

    Numa elevao prxima foi recolhida tambm por Rui Pereira, daquele Ncleo deArqueologia, uma ponta de seta em slex.

    Este stio localiza-se no Alto da Sr da Conceio, na freguesia de Praia do Ribatejo(concelho de V N da Barquinha), a uma altitude de 75 m, no cimo de um esporo, de bordosabruptos, dominando a foz do Rio Zzere, na margem direita deste rio, no local onde no sculo

    XII foi erguido um castelo templrio - o Castelo de Ozzere - e sobre cujas runas, no sculo XVIIfoi construda uma fortaleza - a Fortaleza da Conceio.

    O material recolhido est depositado no Ncleo de Arqueologia de V N da Barquinha.

    Apesar da escassez do esplio recuperado,a que no deve ser estranha a circunstncia de, nolocal, terem sido edificadas e reeedificadasfortalezas, pensamos tratar-se de um Povoadoquehaveria de dar lugar a um povoado fortificado(castro), aproveitando as excelentes condiesestratgicas.

    Tratando-se de achados isolados,descontextualizados, e sem a presena artefactos-diagnstico, difcil caracterizar a ocupaocronologicamente, com rigor. Contudo, o facto de

    este fragmento de machado apresentar muitassemelhanas com o exemplar n 11 do Povoado daRexaldia levam-nos a atribu-lo, com as habituaisreservas, ao Neoltico Final/Calcoltico, o que perfeitamente compatvel com a implantao dostio.

    Material de pedra polida recolhido:

    AnfibolitoFrag. de enx 1

    _____

    Fragmento de enx em anfibolito verde escuro. Tem uma face plana e outra convexa, apresentando-se aquelatotalmente polida, enquanto que esta apenas est polida na zona prxima do bisel; tem um rebaixamento picotado nazona proximal. As arestas do lado conservado so vivas (face inferior) e boleadas (face superior). O gume muito vivo,embora apresente um levantamento junto ao bordo.

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    TARROAIS

    Em 1994 recolhemos um artefacto de pedra polida, na zona de Tarroais, freguesia deTancos (concelho de V N da Barquinha), superfcie de um terrao elevado (88 metros dealtitude) dominando o vale da Ribeira de Tancos.

    Este machado est depositado no Ncleo de Arqueologia de V N da Barquinha.

    Tratando-se de um achado isolado semum contexto estratigrfico definido, a ausnciade outros artefactos em associao com omesmo torna difcil a atribuio cronolgico-temporal ou a determinao da funcionalidadedo local. Dada a proximidade em relao ao

    Povoado do Casal dos Cucos (menos de 2 Kmem linha recta) poderamos ser levados a suportratar-se de um artefacto resultante deactividades exteriores ao povoado. Contudo, ascaractersticas externas do anfibolito em que feito e a sua morfologia diferenciam-noclaramente dos artefactos recolhidos naquelepovoado. Esta aproxima-o dos exemplares n 4e 5 do Povoado da Rexaldia, tambm doNeoltico Final/Calcoltico, pelo que ointegramos igualmente no mesmo perodo.

    Material recolhido:

    AnfibolitoMachado 1

    _____

    Machado em anfibolito verde, totalmente polido, com excepo dos lados. Tem uma face recta e outra convexa,apresentando um polimento muito fino particularmente naquela. Na face plana existe um sulco que se estende desde azona proximal at quela onde se inicia o bisel. As arestas em contacto com a face plana so vivas e as restantes soboleadas. O gume est rombo. Na zona proximal, junto ao talo, mostra umas pequenas zonas escavadas, as quaispoderiam destinar-se a facilitar o encabamento.

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    VENTOSA

    Quer no Museu do Instituto Geolgico e Mineiro, quer no Museu Nacional deArqueologia, existe um conjunto de materiais de que apenas se sabe terem sido recolhidos emVale de Figueira, entre o Km 88 e o Km 89.

    Apesar da dificuldade de acesso ao local, tivemos oportunidade de prospectar a zona ede determinar o stio em causa, recolhendo dois fragmentos de cermica lisa e uma lasca deslex.

    O stio da Ventosa localiza-se na freguesia de Vale de Figueira (concelho de Santarm),ocupando um esporo saliente, a 30 metros de altitude, na margem direita do Rio Alviela, que alise alarga devido confluncia no local de uma pequena linha de gua.

    Fica situado entre o Km 87 e o Km 88 da Linha frrea do Norte, localizao essa que no exactamente conforme que consta nas etiquetas dos materiais recolhidos - alguns recolhidosem plena via - o que compreensvel se tivermos em considerao que a construo da linha docaminho de ferro teve de cortar o monte, formando taludes laterais e obrigou remoo dasterras do mesmo.

    De qualquer modo, na elevao existente entre o Km 88 e o 89 tivemos oportunidade derecolher um biface, atestando ocupao desse local no Paleoltico.

    O material recolhido consiste em lascas de slex; cermica lisa, nomeadamente umfragmento de um recipiente de colo alto e artefactos de pedra polida.

    A escassa diversidade do material recolhido e as circunstncias em que a recolha seefectuou tornam difcil a determinao da funcionalidade do local e do perodo cronolgico-cultural a que respeitam. Porm as caractersticas do stio levam-nos a considerar estarmos empresena de um Povoado. A sua localizao num esporo, to caracterstica dos povoados doNeoltico Final/Calcolticodesta regio e a circunstncia de apenas ter sido recolhida cermica

    lisa, levam-nos a consider-lo integrvel nesse perodo.

    Material de pedra polida recolhido:

    Anfibolito Rocha xistosaindeterminada

    Polidores 1Percutores 3Fragm. de machado 1Fragm. de artefactoindeterminado

    2

    1

    _____

    1 - Pequeno fragmento de artefacto em anfibolito verde escuro, contendo parte da aresta lateral.

    2 3

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    4 5

    _____

    2 - Machado em anfibolito verde totalmente picotado, com excepo do bisel. O gume excepcionalmente vivo. Asarestas so tambm vivas.

    3 - Bloco de anfibolito verde que ter sido usado como percutor pois apresenta evidentes sinais de percussocontinuada nas extremidades. Uma das faces levemente cncava. Apresenta polimento am ambas as faces e no ladomais rectilneo.

    4 - Bloco espesso de anfibolito verde muito polido nas faces e nos lados, com evidentes sinais de percusso nas duas

    extremidades, devendo mesmo ter servido como percutor. Uma das faces apresenta sinais de picotagem, enquanto quea outra tem diversos levantamentos.

    5 - Bloco espesso de anfibolito verde de contorno irregular, que ter servido como percutor, uma vez que a extremidademais estreita tem evidentes sinais de percusso continuada. Uma das faces levemente cncava.

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    6

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    _____

    6 - Fragmento de artefacto indeterminado (provavelmente um machado ou enx) em anfibolito verde, reconstitudoatravs da colagem dos cinco fragmentos menores que o compem. Apresenta-se totalmente polido, sendo o polimentomuito fino, particularmente nas faces e bisel. As arestas so pouco marcadas. O talo no tem evidncia de ter sidopercutido.

    7 - Polidor em rocha xistosa verde escura. Apresenta uma depresso bem marcada e polida da utilizao continuadacomo polidor.

    COLINAS DO INTERIOR

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    ALBURITEL

    Nas proximidades de Alburitel (concelho de Ourm), em locais diferentes, masindeterminados, foram recolhidos trs artefactos de pedra polida que foram confiados ao Sr. Prof.Dr. Jos Alberto Quartau, que os conserva, embora estejam neste momento ilocalizveis. Umdeles apresenta a particularidade de lhe ter sido oferecido como sendo um corisco, ou seja umapedra de raio.

    Material de pedra polida:

    Material IndeterminadoMachados 3

    A escassez dos elementos que possumos no permitem adiantar o que quer que seja

    quanto a estes artefactos, ficando aqui apenas o registo do seu achado.

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    ALCOROCHEL

    entrada norte da povoao de Alcorochel (concelho de Torres Novas), no cimoaplanado de uma elevao com uma altitude de 98 metros, foi recolhido um artefacto de pedrapolida e uma lasca de slex pelo Professor Henrique Brites Moita, ao tempo pertencente Secode Arqueologia do Grupo Recreativo Soudoense, materiais esses que se encontram depositadosem casa do seu achador. Numa visita ao local tivemos tambm oportunidade de recolher umalasca residual de slex.

    As caractersticas desta enx, com um polimento to perfeito e as faces em aresta, e aausncia de outros artefactos semelhantes na regio, no tornam possvel a determinao doperodo cronolgico-cultural a que corresponder; as caractersticas do local e a natureza dosachados levam-nos a considerar que h uma elevada probabilidade de estarmos em presena deum habitat temporrioou de uma oficina de talhe.

    Material de pedra polida recolhido:

    Rocha negraEnx 1

    _____

    Enx em rocha anfiblica negra com um polimento muito perfeito em toda a extenso, embora se apresente menospolida na zona central de ambas as faces, o que poder ser motivado pelo sistema de encabamento. As faces sobiconvexas e a sua unio origina uma aresta viva a toda a extenso da pea. O talo mostra sinais de percusso eapresenta tambm algumas zonas lustrosas.

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    ALTO DE S. DOMINGOS

    O Alto de S. Domingos situa-se numa zona plana elevada, a uma altitude de 255 metros,dominando o vale de uma ribeira - Vale da Loua - , nos limites da vila do Sardoal.

    Ali, junto a uma propriedade sua, recolheu o farmacutico local - o Sr. Dr. lvaroPassarinho - uma placa de xisto gravada numa das faces, com decorao em zigue-zague e comum nico orifcio de suspenso, bem como um conjunto de artefactos de pedra polida.

    Os materiais recolhidos encontram-se na posse do seu descobridor.

    Do contacto que tivemos com o Sr. Dr. lvaro Passarinho, ficou-nos a convico que osartefactos tero sido recolhidos em dois stios diferentes, embora prximos: uns no Alto de S.Domingos e outros no terreno onde foi construdo o campo de futebol do Sardoal.

    Assim, possvel que os artefactos de anfibolito pertenam a um povoado ainda nolocalizado, possivelmente no Alto de S. Domingos ou na Ch das Maias (sendo interessante otopnimo Vale da Loua, que lhe fica prximo) enquanto que a placa de xisto e o outro machadode pedra polida pertenceriam a um contexto sepulcral que se localizaria no stio onde seconstruiu o campo de futebol.

    A inexistncia de artefactos-diagnsticoassociados ao material do possvel povoadoimpedem uma caracterizao cronolgico-cultural precisa. No entanto, o facto de um dosexemplares (n 3) apresentar muitassemelhanas com o n 2 da Anta 1 do Val daLaje, e do n 4 ser praticamente igual ao n 5 daNecrpole das Lapas, levam-nos a apontar apossibilidade de se tratar de materiais doNeoltico Final/Calcoltico.

    J quanto ao exemplar n 1 nomegalitismo alentejano que, uma vez mais,encontramos paralelos, nomeadamente na Anta1 do Poo da Gateira (Leisner e Leisner; 1985:Est II e III) o que nos leva a admitir a suaintegrao no Neoltico Mdio.

    Artefactos de pedra polida recolhidos:

    Anfibolito GabroMachados 2 1Enxs 1

    1

    _____

    1 - Pequeno machado em rocha negra, com cristais verdes e alguns pequenos, muito brilhantes, semelhantes biotite,sendo provvel que a matria-prima seja constituda por gabro. A pea muito equilibrada e o seu polimento excepcional. O gume vivo, embora tenha duas pequenas mordidelas. O talo tem sinais de ter sido percutido.

    2 3

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    4_____ 4

    2 - Machado em anfibolito verde, muito espesso, particularmente na zona proximal, com o bisel finamente polido,polimento esse que invade parte das faces, as quais, no entanto, conservam umas ligeiras concavidades picotadas. Asfaces so biplanas e as arestas pouco marcadas. O talo no evidencia sinais de percusso.

    3 - Enx em anfibolito verde, polida no bisel e em grande parte da face superior. As faces so plano-convexas e asarestas, de um lado so vivas e do outro boleadas. O gume apresenta-se vivo, mas mordido. O talo no evidenciamarcas de percusso.

    4 - Grande machado de anfibolito verde, com o bisel muito bem polido, mas apresentando o resto da superfcie picotada.As faces so biplanas e apresenta uma concavidade ocupando quase toda uma face e duas pequenas concavidades naoutra, na zona proximal. As arestas so pouco marcadas e o talo no apresenta sinais de percusso.

    ASSEICEIRA

    A Asseiceira uma povoao situada nas proximidades de Tomar, a cujo concelhopertence.

    Nas suas imediaes, em circunstncias desconhecidas, foi recolhido em 1933 umartefacto de pedra polida e um percutor, os quais se encontram depositados no Museu doInstituto Geolgico e Mineiro.

    Apenas o artefacto de pedra polida, pela sua forma e pelas suas grandes dimenses,nos poderia ajudar a situ-lo no contexto cronolgico-cultural. Contudo, embora no Museu doInstituto Geolgico e Mineiro existam exemplares semelhantes, provenientes de stiosarqueolgicos do Alentejo (Alfarfia, Beja e Portalegre), estes provm de stios insuficientemente

    caracterizados, pelo que no nos possvel dat-lo por comparao.

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    Material de pedra polida recolhido:

    Dolerite Rocha verdePercutor 1Enx 1

    1 2_____

    1 - Percutor em dolerite, cuja extremidade acusa os impactos a que foi submetido

    2 - Enx de grandes dimenses numa rocha anfiblica esverdeada, granulosa, o que lhe confere um aspecto totalmentepicotado. A forma geral arredondada, assemelhando-se a uma fataa - peixe de gua doce existente no Rio Tejo. Ogume, que rombo, tem o posicionamento e a forma da boca desse peixe. A zona proximal apresenta um grandelevantamento. Nessa zona exposta, bem como na zona mais percutida do gume, possvel detectar a existncia depequenas incrustaes cristalinas brilhantes e verificar que a estrutura interna da rocha contm pequenos canais que seassemelham a buracos de vermes. No so visveis sinais de encabamento. O talo no evidencia sinais depercusso.

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    BESELGA

    Na Escola Superior de Tecnologia de Tomar existe um percutor de pedra polida, a queno tivemos acesso, que ter sido recolhido nas proximidades da localidade de Beselga(concelho de Tomar), na margem da Ribeira de Beselga (Oosterbeek, 1994: 404).

    Material recolhido:

    Matria indeterminadaPercutor 1

    Tratando-se de um achado isolado, a ausncia de outros artefactos em associao como mesmo torna difcil a atribuio cronolgico-temporal ou a determinao da funcionalidade do

    local.

    Luiz Oosterbeek, que teve oportunidade de ver a pea, atribui-lhe uma cronologia doCalcoltico/Idade do Bronze Inicial.

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    BUGALHOS