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COMUNICAÇÃO E MARKETING
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Ensino Secundário / Profissional
Breve descrição Nesta atividade os alunos vão perceber que existem alguns aspetos que devem ser considerados quando se desenvolve um negócio, evitando que estes se tornem fatores de risco para o mesmo. Vão assim identificá-los, em grupo, em empresas portuguesas reais.
Competências a desenvolver Análise crítica, Capacidade de análise e avaliação de situações, Tomada de decisões, Trabalho em equipa
Duração 40 minutos
Complexidade � � � � �
____________________
Direitos de Autor
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste guião pode ser reproduzida ou utilizada para fins
comerciais, por qualquer modo ou por qualquer meio – eletrónico, mecânico (incluindo fotocópia),
de gravação ou qualquer outra forma copiada – sem autorização prévia, por escrito, do Editor.
É concedida permissão aos participantes do Projeto Empreendedorismo nas Escolas da CIM do Ave
(ano letivo 2014/2015) para reproduzirem páginas deste guião apenas para fins não comerciais.
Qualquer solicitação para fotocópia, gravação, transmissão e/ou reprodução de qualquer parte deste
trabalho deve ser dirigida por escrito à GesEntrepreneur – Empreendedorismo Sustentável, Lda.
(Rua 7 de Junho de 1759, Nº 1, Lagoal, 2760-110 Caxias).
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GUIA DA ATIVIDADE
MATERIAL:
� Documento: “Fatores de Risco” (um exemplar por turma; documento constituído por 5 versões)
� Apresentação: “Fatores de Risco num Negócio”
� Computador
� Videoprojetor
OBJETIVOS:
� Identificar os fatores de risco num negócio.
PREPARAÇÃO:
� Fotocopie um exemplar do documento “Fatores de Risco” (o documento é constituído por 5
versões, pelo que terá uma versão diferente para cada grupo de alunos).
� Prepare os materiais necessários para a concretização da atividade, nomeadamente:
computador, videoprojetor e a apresentação “Fatores de Risco num Negócio”.
� Desenhe no quadro uma tabela como a que se segue:
CASO A
Delta Cafés
CASO B
Renova
CASO C
Salsa Jeans
CASO D
Majora
CASO E
Sagres
IMPLEMENTAÇÃO:
� Pergunte aos alunos se sabem o que são fatores de risco num negócio, recorrendo, se necessário,
a exemplos.
Discuta brevemente com os alunos esta ideia, de forma a concluírem que os fatores de risco são
aspetos que poderão afetar de forma negativa um determinado negócio. Deste modo, antes de
se lançar um novo negócio, devem identificar-se possíveis fatores de risco que este corre,
evitando que estes se traduzam em ameaças para o negócio.
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� Divida os alunos em 5 grupos.
Deverá fazê-lo de forma aleatória e para isso poderá recorrer a uma dinâmica de divisão de
grupos.
� Entregue a cada grupo uma versão diferente do documento “Fatores de Risco”.
� Peça aos grupos que leiam o respetivo caso e que identifiquem possíveis fatores de risco da
empresa em questão. Cada grupo tem de identificar, pelo menos, três fatores distintos.
� Pergunte a cada grupo quais os fatores que identificou e registe-os na tabela presente no quadro.
� De seguida, depois de todos os grupos terem identificado potenciais aspetos que poderão
prejudicar o negócio em causa, peça-lhes que se centrem em três fatores específicos: inovação,
equipa e comunicação/imagem do produto. Devem então pensar em medidas que a empresa
poderia tomar para que estes aspetos não se tornem fatores de risco para a mesma.
� No final, peça aos grupos para apresentarem o trabalho realizado, começando por resumir
oralmente o caso trabalhado, referindo porque escolheram aqueles fatores de risco já listados no
quadro e expondo as medidas que definiram para que a inovação, a equipa e a
comunicação/imagem do produto não venham a ser ameaças para a empresa em questão.
INSTRUÇÕES PARA REFLEXÃO:
� Peça aos alunos para observarem a tabela presente no quadro e para a analisarem, dando ênfase
a aspetos referidos pela maioria dos grupos.
� Peça-lhes também para comentarem os cenários criados pelos grupos referentes aos mesmos
fatores de risco, tentando ver de que forma um mesmo fator pode influenciar diferentes
negócios.
� Projete a apresentação “Fatores de Risco num Negócio” para consolidar o assunto trabalhado
durante esta atividade.
� Pergunte aos alunos de que modo estes fatores podem influenciar um negócio.
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Fatores de Risco
A. Delta Cafés
A Delta Cafés é uma empresa que processa e comercializa café, criada em
1961 por Rui Nabeiro. É a empresa líder no seu setor, com uma gestão
baseada no binómio qualidade/preço e na melhoria constante do serviço
ao cliente através do contacto de proximidade.
Em 1961, Rui Nabeiro, conhecedor do mercado do café e empreendedor
por natureza, cria a sua própria marca de cafés. Com duas bolas de torra de 30 kg de capacidade,
nasce a Delta Cafés, num pequeno armazém de 50 m², na vila alentejana de Campo Maior.
Desde os seus primeiros passos, a Delta Cafés conquistou a confiança do mercado. De cada
cliente fazia um amigo que, não só se mantinha fiel, como recomendava a marca, possibilitando
um crescimento sustentado do negócio. Foi sempre esta a filosofia de gestão de Rui Nabeiro:
“Uma marca de rosto humano, um relacionamento comercial em que um cliente é um amigo”.
O processo de internacionalização da empresa iniciou-se na década de 80 e privilegiou o
mercado espanhol como alvo prioritário da expansão da marca nos mercados internacionais.
Atualmente, a marca Delta Cafés está presente na maioria dos países da Europa Central,
em África, na América do Norte e na Ásia, desenvolvendo um importante projeto de
dinamização da cultura do café em Timor. Fazem parte dos destinos de exportação países como:
Espanha, França, Andorra, Luxemburgo, Bélgica, Inglaterra, Suíça, Canadá, Estados Unidos e
Coreia do Sul.
Para a comercialização dos produtos, a Delta Cafés dispõe de uma rede de
agentes/distribuidores que representam a marca em cada um dos países em que atua. Todavia,
para a Delta Cafés, o mercado espanhol continua a ser um mercado natural, prioritário na
estratégia de internacionalização da marca e onde o investimento é constante, de forma a
reforçar a sua posição.
Hoje em dia, com uma carteira de 47.000 clientes diretos, através de 22 departamentos
comerciais em Portugal e 16 em Espanha, a Delta Cafés aposta na inovação e na qualidade,
garantindo o desenvolvimento de uma completa gama de produtos para satisfazer os clientes
mais exigentes. A Delta Cafés é líder no mercado de cafés torrados em Portugal, tendo a
qualidade dos seus produtos e a sua forma de estar nos negócios, conferindo-lhe uma
autenticidade ímpar que atualmente é reconhecida internacionalmente. Em Portugal, a Delta foi
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responsável pela criação da primeira máquina de café em cápsulas desenvolvida por
portugueses, a Delta Q Qosmo.
Destaca-se, entre as iniciativas da empresa, o projeto ecológico ReThink (desenvolvido em
parceria com diversas entidades), o qual pretende inverter o ciclo de vida dos resíduos
produzidos pela atividade da empresa, nomeadamente através da borra de café, com vista a
reduzir o impacto ambiental. O desafio a que se propuseram foi, então, o de aumentar o ciclo de
vida do café, isto é, criar utilidades alternativas ao fim do seu ciclo de vida, já que acreditam que
a responsabilidade da empresa não termina no momento em que se coloca o produto no
mercado. Para tal, a Delta Cafés propôs-se recolher e reciclar as cápsulas de café utilizadas,
diminuindo a pegada ecológica proveniente da atividade produtiva e comercial da empresa.
Através desta ação, a Delta Cafés conseguiu, por um lado, reciclar o plástico das cápsulas e
utilizá-lo para outros fins e produtos e, por outro, reaplicar as sobras das borras de café para
compostagem, tendo recolhido, no ano de 2010, cerca de 470 mil cápsulas de café, o que
resultou em 12 toneladas de borra de café reciclada.
A Delta mantém a competitividade e a excelência através do desenvolvimento de um negócio
global e de um código de ética, transparência e integridade no negócio, na intervenção social e
na comunicação. Há uma imagem de autenticidade associada desde sempre à marca Delta Cafés
e que assenta na relação de rosto humano que estabelece não só com os seus colaboradores,
fornecedores e clientes, mas também com a comunidade em geral.
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Fatores de Risco
B. Renova
A Renova – Fábrica de Papel do Almonda, SA é uma empresa
portuguesa, fundada em 1939, situada no concelho de Torres
Novas, que fabrica e comercializa produtos de papel tissue, para
uso doméstico e sanitário, tais como papel de cozinha,
guardanapos, papel higiénico, toalhetes húmidos ou lenços de
papel. Além disso, faz parte do seu rol de produtos papéis para impressão e escrita e ainda o
papel para embalagens.
Atualmente, a marca está presente nos 5 continentes, distribuindo os seus produtos em mais de
60 países, como Japão, Rússia, Canadá, Austrália, Estados Unidos, Holanda, Suécia, Dinamarca,
Espanha, França, Bélgica, entre muitos outros. Em alguns destes países existe ainda publicidade
aos produtos desta marca portuguesa.
Desde sempre líder no nosso país e na Europa, a Renova aposta em investigação tecnológica
própria e contínua, resultando em inovações constantes baseadas no conceito “Para um novo
bem-estar”, procurando novas soluções para responder às expectativas e necessidade
quotidianas do consumidor. Em paralelo, aposta também na demarcação de campanhas
publicitárias sofisticadas e criativas, com relação ao seu compromisso ambiental.
Exemplo disso foi a criação do papel higiénico preto – Renova Black, ficando para a histórica
como a marca que redefiniu o conceito do papel higiénico, tornando-o sexy e apelativo. Esta
ideia surgiu quando o presidente do grupo assistiu a um espetáculo do Cirque Du Soleil em
Las Vegas e viu uma atuação com tecidos negros e com efeitos de luz. Nesse momento, nasceu a
ideia que viria a mudar o futuro da empresa: por que não fazer um papel higiénico preto? O
projeto tornou-se realidade em 2005 e desde então pode ser encontrado nas páginas da mais
importante imprensa internacional e nas casas de banho de alguns dos mais famosos
restaurantes e hotéis do mundo.
Renova Black é um produto correntemente associado à ideia de requinte e luxo, apresentando
uma qualidade superior devido à sua composição fibrosa, às suas três folhas e ao perfume
agradável que detém. Elegante, sofisticado, irreverente e alternativo, Renova Black provou,
assim, que mesmo os produtos de todos os dias podem ter uma vertente de estilo e design.
A Renova tem trabalhado a ideia desde então e acrescentou uma série de cores exclusivas à sua
gama de produtos: preto, amarelo, laranja, vermelho, rosa, azul e verde.
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A combinação de cores, a elevada qualidade do papel e a elegância da nova embalagem dão vida
aos corredores das grandes superfícies, onde o “branco” e os produtos indiferenciados
continuam a ser o cenário mais comum para os consumidores.
A ecopolítica da Renova, tornada pública em junho de 1993, materializa o desejo de, como
organização, participar na proteção do Ambiente Global. Desta ecopolítica fazem parte medidas
como proteger o sistema ecológico e usar os recursos naturais e a energia de forma cuidadosa,
promover novos desenvolvimentos tecnológicos e aplicações que não tenham um impacto
negativo na natureza e desenvolver a consciência da proteção do ambiente em cada um dos
membros da Renova. Isto veio confirmar a capacidade da Renova de liderar e de estar na
vanguarda da responsabilização social das empresas, nomeadamente na área ambiental.
Em resultado desta preocupação ambiental, a Renova lança em 2007 uma gama de produtos
certificados com o Rótulo Ecológico – RenovaGreen.
Um outro conceito inovador surge em 2009, ao introduzir no mercado o papel higiénico à la
carte. A Renova tem boutiques exclusivas nas galerias El Corte Inglés em Lisboa e em Vila Nova
de Gaian e já disponibilizou a sua gama de produtos trendy em vários espaços, nomeadamente
na altura do Natal, como as lojas pop-up no NorteShopping (Matosinhos), no CascaiShopping e
nos Armazéns do Chiado (Lisboa). Nestes espaços, os próprios consumidores da marca poderão,
por exemplo, eleger as cores dos rolos de papel higiénico que querem na sua embalagem. A
Renova continua a acreditar que, afinal, a vida tem muito mais graça quando é assumida… a
cores!
Segundo a empresa, a marca Renova é uma visão do mundo e os seus produtos materializam um
sonho, existindo para transformar o quotidiano de quem os usa, oferecendo-lhes um novo bem-
estar. Neste sentido, esta empresa deseja a perfeição e trabalha afincadamente para a atingir.
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Fatores de Risco
C. Salsa Jeans
A Salsa Jeans é uma marca portuguesa de jeanswear, que se
demarca pelo seu caráter inovador e pioneiro no que toca ao
desenvolvimento de novos produtos, sempre pensados para
corresponder às expectativas de um mercado global em evolução permanente.
A Salsa, principal marca do grupo IVN (Irmãos Vila Nova), surgiu em 1994, inicialmente
comercializada em lojas multimarca.
Desde então o crescimento da marca tem sido constante, em sequência da forte aposta e do
grande investimento em capital humano, investigação e desenvolvimento (I&D), qualidade,
design, produção, marketing e publicidade.
Para melhor satisfazer as expectativas dos consumidores, tentou encontrar uma forma
inovadora de comercialização da marca, que possibilitasse a proximidade ao cliente, captando e
analisando o seu comportamento e as suas preferências. Para o alcançar, abriu no final de 1998
a primeira loja própria, no Centro Comercial NorteShopping, cujos resultados superaram as
melhores expectativas. Em resultado disso, a empresa decidiu avançar com mais 2 lojas próprias:
em Lisboa (no Centro Comercial Vasco da Gama) e em Braga (no Braga Parque).
O know-how na conceção dos jeans, em consonância com a oportunidade de negócio,
impulsionou a aquisição de uma unidade fabril, no final de 2001. Desta forma, a sua capacidade
de crescimento ficou salvaguardada, pois deixou de depender da subcontratação na fabricação
dos seus produtos.
Em 2002, o Grupo iniciou o processo de internacionalização, marcado pela abertura da primeira
loja em Espanha e, dois anos mais tarde, a Salsa chegou ao Médio Oriente com a abertura da
primeira loja no Qatar.
Apesar da marca Salsa ser elogiada em Portugal e até ganhar prémios nacionais (como é o caso
do prémio atribuído pela revista Marketeer, que reconheceu a Salsa como a marca que mais se
distinguiu no segmento Moda e Beleza durante o ano de 2009, pela divulgação estratégica da
marca e pela constante diversificação e inovação de produto, ou o Prémio COTEC pelas calças
Wonder, também em 2009), a verdade é que grande parte das criações portuguesas são
comercializadas além-fronteiras, onde ganham protagonismo e compradores.
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Hoje, o volume de produção ascende anualmente os 2,5 milhões de peças e é vendida em mais
de 35 países na Europa, Ásia, África e Médio Oriente (cerca de 35% da produção da Salsa
destina-se ao mercado externo), continuando em franco crescimento e tendo como grande
objetivo a entrada em força nos Estados Unidos da América. Apesar da crise mundial e da
concorrência feroz dos mercados de mão-de-obra a baixos custos, a Salsa só tem razões para
sorrir, pois é uma das marcas portuguesas mais reconhecida pelos consumidores e considerada
um caso de sucesso.
Ao longo de quase 20 anos, a marca tem desenvolvido produtos capazes de satisfazer as
exigências da vida atual de homens e mulheres contemporâneos, independentes e felizes. Com
um posicionamento global e cosmopolita, direcionado para o consumidor dinâmico,
autoconfiante e apaixonado pela vida, destaca-se pelo seu estilo próprio.
O objetivo da marca é criar peças únicas que se adaptem ao corpo como “uma segunda pele”,
oferecendo conforto e sensualidade. Assim, a Salsa pretende transmitir inspiração e confiança a
pessoas de todo o mundo, pondo ao seu dispor os mais inovadores e estimulantes jeans.
A cultura da Salsa assenta na diferenciação, vestibilidades únicas e atualização permanente da
oferta, surpreendendo constantemente o mercado com novos modelos, que antecipam e
acompanham as tendências e exigências do mercado atual.
Uma das inovações da Salsa, as calças Wonder, reúne técnicas inovadoras e exclusivas ao nível
do design, moldagem e confeção. Desde que saiu para o mercado, o modelo já vendeu mais de
600 mil unidades, sendo considerado o best-seller da marca. Este modelo é uma autêntica
operação natural de cosmética corporal, que torna a silhueta feminina um verdadeiro exemplo
de elegância. Os materiais escolhidos para a sua produção acrescentam um toque de conforto
particular.
Acima de tudo, a Salsa tenta diferenciar-se pela inovação, versatilidade e pela permanente
oferta de produtos, de forma a acompanhar e antecipar tendências.
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Fatores de Risco
D. Majora
A Majora – Mário J. Oliveira e Irmão é uma empresa
portuguesa dedicada ao fabrico de brinquedos e jogos infantis e
juvenis. Durante os seus mais de 70 anos de existência, a Majora
tem tido a tarefa de proporcionar divertimento, estimulando a
fantasia e a imaginação a um número incontável de crianças e
jovens, ficando vincada na infância de várias gerações.
Esta empresa foi fundada em 1939 no Porto por Mário José de Oliveira, que, após uma viagem a
Berlim, decidiu começar a fabricar jogos e cubos em madeira, usando para esse efeito a cave da
casa dos seus pais, na Avenida da Boavista. O seu primeiro jogo foi o Pontapé ao Goal, inspirado
no Futebol. No ano de estreia, a empresa acabou com um lucro de 1621 escudos (pouco mais de
8€, atualmente), mas, mesmo assim, a empresa continuou a expandir-se, transferindo-se para o
centro histórico do Porto, logo em 1944 (um ano antes, Mário José de Oliveira uniu-se ao seu
irmão, Joaquim de Oliveira). Anos mais tarde, com o volume de negócios a permiti-lo, os dois
irmãos constroem a fábrica da Majora com 5.000 metros quadrados.
Continuando a apostar nos jogos de tabuleiro de cartão, a Majora cresceu e conheceu, na
década de 50, um dos grandes momentos de relevo na sua história: o início da produção da
versão portuguesa do mais conhecido jogo de tabuleiro a nível mundial, o Monopólio, cuja
licença de produção viria a perder em 1992.
Com a continuação da atividade e do constante aparecimento de novos jogos de tabuleiro,
surgiu a necessidade de expansão em termos de instalações, mudando-se em 1967 para a
fábrica que ainda hoje ocupa, na então recém-criada Zona Industrial do Porto.
Antes da mudança para a atual fábrica, e nos anos que se seguiram, a Majora foi responsável por
colocar no mercado jogos ainda hoje recordados e jogados, como é o caso do Jogo da Glória, do
Loto, do Sabichão e do Mikado, artigos que contabilizam cada um mais de 1,5 milhões de
unidades vendidas desde a sua criação, mostrando o enraizamento da marca na sociedade
portuguesa ao longo destes anos. Muitos destes jogos são ainda cobiçados, sobretudo os mais
antigos, que chegam a estar presentes em vários leilões para colecionadores.
Nos anos 90, o aparecimento de novas formas de entretenimento no segmento dos mais jovens
fez esquecer os jogos mais tradicionais. Apesar desta revolução, a Majora manteve-se como um
exemplo de continuidade e perseverança, resistindo à tentação dos jogos eletrónicos e
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permanecendo fiel aos princípios que a levantaram: servir para entreter e educar as crianças,
estimulando-lhes a fantasia e a imaginação.
Assim, em 2000, obteve licença da Disney para várias das suas personagens, carteira que hoje
abrange também personagens conhecidas como o Ruca, o Noddy, as Winx, o SpongeBob ou a
Hello Kitty, indo ao encontro das preferências dos mais pequenos e satisfazendo as rigorosas
exigências nas áreas didática e pedagógica.
Em 2008 foi inaugurado o Museu nas instalações da Majora, procurando manter viva a memória
dos brinquedos Majora, alguns dos quais se tornaram extremamente populares junto de
gerações de portugueses.
Também nesse ano de 2008, a terceira geração da família assumiu a liderança da empresa, com
os irmãos Pedro e Paula Oliveira a tomarem as rédeas do negócio familiar, o que levou a Majora,
em 2009, a expandir-se para outros setores, através da recém-criada Animate Drinks, entrando
no negócio da alimentação (bebidas e bolos) e higiene infantil, apostando nas imagens dos
sucessos de vendas Ruca ou Noddy.
A Majora continua a entreter e educar gerações e crianças portuguesas, conseguindo fazer face
às constantes mudanças do setor, lançando em média 20 novidades por ano, produzindo
anualmente mais de 1 milhão de brinquedos e empregando cerca de 50 pessoas.
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Fatores de Risco
E. Sagres
A cerveja Sagres nasceu em 1940 pela Sociedade Central de Cervejas e
Bebidas, S.A., criada como cerveja de prestígio para participar na
Exposição do Mundo Português, em maio desse ano. A sua criação
marcou o início da exportação de cerveja que, em Portugal, era
inexistente. Os primeiros destinos foram os Açores e as colónias
portuguesas: Angola, Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Príncipe, Timor, Goa,
Macau e Moçambique.
As suas características – encorpada, seca e leve, de um amargo agradável e de cor dourada –
fizeram as delícias dos clientes que imediatamente se renderam ao seu sabor, tanto em
Portugal, como nas colónias. O segredo está nos ingredientes 100% naturais, manipulados
segundo métodos tradicionais exclusivos a partir de água, malte, cereais, sem que sejam
adicionados quaisquer aditivos e/ou conservantes.
Em 1963, para não esmorecer o furor que fez junto dos clientes, é lançado o slogan da marca
que, ainda hoje, é reconhecível: “Cerveja Sagres, a sede que se deseja” (criado pelo poeta José
Carlos Ary dos Santos). O caminho ascendente perpetua-se e em 1989 a Sagres era a cerveja
líder do mercado. Mesmo no topo das preferências dos portugueses, a Sociedade Central de
Cervejas e Bebidas sente necessidade de modernizar a marca Sagres, investindo mais de
45 milhões de euros entre 2002 e 2004. O investimento traz frutos e a Sagres ocupa o lugar de
cerveja portuguesa mais vendida no mundo, agora não só exportada para as antigas colónias
mas também para Espanha, França e Suíça, sendo estes os seus principais mercados.
Outras formas de impulsionar a marca Sagres são as ligações realizadas entre a mesma e a
Seleção Nacional de Futebol – a Sagres é o patrocinador mais antigo da Seleção Portuguesa!
Aprofundando as relações com os seus clientes, a Sagres aposta ainda em festivais de verão.
Do império Sagres salientam-se as suas variações, para além da Sagres Branca apresentada em
1940, nomeadamente:
� Sagres Preta – lançada também em 1940, aquando da Exposição do Mundo Português, é uma
cerveja de cor escura, com leve sabor a caramelo;
� Sagres Mini – em 1972 é lançado um formato inovador que responde à necessidade de os
clientes terem, sempre e sem incómodos, a sua Sagres na mão;
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� Sagres sem Álcool – no ano de 2005 chega ao mercado a Sagres Sem Álcool (anteriormente
denominada Sagres Zero) que aposta na atitude positiva da não condução sob o efeito de
álcool;
� Sagres Bohemia e Sagres Bohemia Mini – igualmente lançada em 2005, a Sagres Bohemia e
Sagres Bohemia Mini são cervejas ruivas, de cor âmbar avermelhada, intensas, de aroma
frutado, ideais para acompanhar refeições;
� Sagres Choop – em 2006 é lançada a Sagres Choop, uma cerveja mais leve e mais fácil de
beber, referenciando o estilo do “chopinho” brasileiro;
� Sagres Sem Álcool Preta – em 2007 a Sagres aposta novamente na cerveja sem álcool, agora
com nova fórmula, surpreendendo os consumidores ao retirar o álcool à cerveja preta;
� Sagres Preta Chocolate – lançada em 2011, esta cerveja de edição limitada, resulta da
harmonia entre o sabor suave do caramelo da “antiga” Sagres Preta e o intenso aroma de
chocolate, sendo ideal após a refeição, acompanhando a sobremesa (atualmente não está
disponível no mercado);
� Sagres Puro Malte e Sagres Mini Alumínio – ambas lançadas em 2012, a primeira de edição
especial e inovadora, caracteriza-se por um sabor intenso, proveniente de ingredientes
únicos e rigorosamente selecionados, devendo ser ingerida em copo de balão de forma a
conservar todas as suas especificidades; a segunda inova na embalagem, de alumínio e
design futurista e brilhante à luz ultravioleta, que refresca mais rapidamente que a garrafa
de vidro, sendo feita de materiais reutilizáveis (amiga do ambiente) e sendo a primeira com
QR Code único impresso na superfície para o acesso a redes sociais;
� Sagres Radler – lançada em 2013, a Sagres Radler é a última novidade da Sagres, uma cerveja
que se baseia numa receita tradicional bávara: faz a união entre a cerveja Sagres (branca) e
sumo de limão natural, sendo duplamente refrescante.
Desde a sua origem, a Sagres tem vindo a acumular prémios, entre eles: “Marca de Confiança”,
medalhas de ouro no Monde Selection de la Qualité, Grande Prémio de Marketing Inovação
“Produto do Ano”, Prémio Marketeer, entre imensos outros.
Ultimamente, reforçando a sua presença como patrocinador da seleção nacional de futebol e do
desporto em si, a Sagres une-se à ZON e, por quatro anos, a liga portuguesa denomina-se Liga
ZON SAGRES.