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OS CONCEITOS DE “CIDADE”, “CIDADÃO”, “CIDADANIA” …CARATER FORMAL DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA Problemáticas transversais a escola reflete “preocupaçõestransversais

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• OS CONCEITOS DE “CIDADE”, “CIDADÃO”, “CIDADANIA” REFEREM-SE A UMA CERTA CONCEÇÃO DA VIDA

DAS PESSOAS, DAQUELAS QUE VIVEM DE FORMA “CIVILIZADA” (DE CIVILITAS, AFABILIDADE, BONDADE,

CORTESIA)

Atitudes e posturas sociais que têm como referência os direitos humanos

Cidadania só poderá entendida se contextualizada nas dinâmicas históricas queconfiguram a educação para o desenvolvimento, as preocupações e as formas de atuaçãohumanas.

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EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTODécadas 40-50 Carater caritativo e assistencial

Problema atraso/subdesenvolvimento (Fome/carências)

Objetivo Debelar catástrofes naturais e guerras

Estratégias de ação Ajuda assistencialista, intervenções humanas pontuais e de emergência, campanhas

de recolha de fundos perante situações de emergência.

Sentimentos compaixão, caridade, eurocentrismo.

Ideias dominantes conhecimento acrítico, visão linear da realidade, explicações monocausais.

A solução dos problemas do sul depende da ajuda material do norte.

Atores ONG de ajuda humanitária, igrejas e missões

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Anos 60 carater “desenvolvimentista”

Problema comunidades com carências e fracos recursos económicos.

Objetivo Desenvolvimento por etapas para que satisfaçam as necessidades por si

próprios.

Estratégias de ação estratégias de auto-ajuda, ações de informação e sensibilização social

Sentimentos Empatia e altruísmo.

Ideias dominantes Superar a ajuda e introduzir a cooperação

Cooperação não governamental.

Atores ONG de desenvolvimento comunitário e algumas igrejas,

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Anos 70 Carater crítico e solidário

Problema Elites locais, empresas transnacionais e neocolonialismo.

Divisão do mundo entre centro e periferia.

Objetivo desenvolvimento auto-centrado do sul e autonomia face às estruturas

internacionais.

Estratégias de ação campanhas de denúncia da opressão, movimentos de libertação nacional e

ativismo reivindicativo.

cooperação não governamental, movimentos sociais, forças revolucionárias e

outros agentes de mudança social

Sentimentos solidariedade, equidade e justiça

Ideias dominantes Tomada de consciência, visão crítica e multicausal.

Atores ONG de desenvolvimento e Organismos das Nações Unidas: UNESCO e UNICEF.

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Anos 80 Desenvolvimento humano sustentável

Problema pobreza e desigualdade como exclusão, a violação dos direitos humanos e a falta de

acesso ao poder,

Objetivo a inclusão social, a igualdade, o empoderamento das minorias e dos excluídos e o

respeito pelos direitos humanos, pela diversidade e pelo meio ambiente.

Estratégias de ação Participação social enquanto ação de organização coletiva capacitada para apresentar

propostas.

autorregulação e elaboração de códigos de conduta.

Sentimentos Tolerância, respeito, multiculturalismo.

Ideias dominantes Abordagem multicausal. Convocaram-se sinergias entre a investigação, a educação, a

mobilização social e as ações políticas. “educações para”

Atores Movimentos sociais e Organizações internacionais.

ONG de desenvolvimento.

Instituições educativas e setores da sociedade civil: sindicatos, estudantes, municípios.

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Anos 90 Educação para a cidadania global

Problema Desenvolvimento e subdesenvolvimento: problema global

Objetivo Governação global para fazer face a globalização e ao poder dos mercados

financeiros

Estratégias de ação Campanhas socio politicas sobre temas globais, coordenação em rede locais,

nacionais e internacionais

Sentimentos Cidadania global, igualdade de direitos, responsabilidade global

Ideias dominantes Interdependência entre o local e o global.

A mudança depende tanto do norte como do sul.

Atores Redes internacionais de ONG, movimentos sociais, meios de comunicação e

industria do espetáculo.

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“Para compreender as questões globais é necessário analisar e desconstruiruma complexa teia de processos e contextos culturais locais/globais”(Andreotti, 2014, p. 58)

Apreender a complexidade de um mundo global pressupõe competências parao entender e para viabilizar a a participação ativa.

O exercício da cidadania não se restringe ao seu enquadramento legal,pressupõe o exercício da democracia .

A PRAXIS DEMOCRÁTICA, O LOCAL E O GLOBAL

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EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA, “CONSCIENTIZADORA” E CRÍTICA

processo participado

individual e coletivo

reflexão

ação

O envolvimento dos cidadãos permite-lhes “ver o seu papel social a partir de si mesmos, vendo-se como parte do problema, mas também como parte da solução para os conflitos que enfrentam” (Coelho, 2014: 139)

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A (RE)INTRODUÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NO CONTEXTO EDUCATIVO PORTUGUÊS

Ano letivo 2017/2018

Educação para a Cidadania

envolver os alunos na construção de conhecimentos, capacidades, atitudes e valores basilares para a promoção do respeito pelos direitos humanos, justiça social, paz, diversidade, igualdade de género e sustentabilidade ambiental (UNESCO, 2015).

Assegurar «um conjunto de direitos e deveres que devem ser veiculados na formação das crianças e jovens portugueses de modo que no futuro sejam adultos e adultas com uma conduta cívica que privilegie a igualdade nas relações interpessoais, a integração da diferença, o respeito pelos Direitos Humanos e a valorização de valores e conceitos de cidadania nacional» (cf. Preâmbulo do Despacho n.º 6173/2016, de 10 de maio).

oportunidade de os indivíduos reivindicarem os seus direitos e assumirem os seus deveres como cidadãos responsáveis e participativos na sociedade.

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CARATER FORMAL DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

Problemáticas transversais

a escola reflete “preocupações transversais à sociedade, queenvolvem diferentes dimensões da educação para acidadania” (Linhas Orientadoras, 2013: 1)

Estas preocupações enformam-se no conceito mais vasto de“educação para”, que comportam “questões socialmentevivas”

Estes temas são transversais à sociedade; a sua abordagemao nível curricular pressupõe transversalidade, tanto nasáreas disciplinares e disciplinas como em atividades eprojetos.

Abordagem escolar

a abordagem curricular pode assumir formas diversas,consoante as dinâmicas adotadas pelas escolas no âmbito dasua autonomia,

Não constitui uma disciplina obrigatória, mas concedeu-se àsescolas (as que integram o Projeto de Autonomia eFlexibilidade Curricular) a possibilidade de decidir da suaoferta como disciplina autónoma nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos doensino básico.

a sua oferta como disciplina autónoma, poderá efetivar-sedesde que “em convergência (…) com as AprendizagensEssenciais” (ENEC).

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O ESTATUTO DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NO CONTEXTO EDUCATIVO PORTUGUÊS

Tra

ns

vers

ali

da

de Abordagem por todos os

docentes

Não tem espaço nem tempo próprios no currículo.

Deverá decorrer “em convergência (…) com as Aprendizagens Essenciais”

Esta

tuto

Le

ga

l Facultativa

Transversal

Acessibilidade do conhecimento/problemáticas

Não é “uma aprendizagem essencial”

Inferioridade curricular

Esta

tuto

id

ea

l Obrigatória

Especializada

(A acessibilidade doconhecimento/problemáticas requerespecialização)

A abordagem destas temáticasassume duas dimensões:

1. uma dimensão horizontal oucronológica (posição, construção eresolução do problema)

2. uma posição vertical (articulaçãode dados e condições num quadroteórico, ético, político ...) (Fevre)

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Andreotti, V. (2014). Educação Para A Cidadania Global – Soft Versus Critical. Sinergias, (1), 57-66. Disponível Em Http://Www.Ceipaz.Org/Images/Contenido/Revista%20sinergia.Pdf

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• Viegas, J., Santos, S. & Faria, S. (Org.) (2010), A Qualidade Da Democracia Em Debate – Deliberação, Representação E Participação Políticas Em Portugal E Espanha, Lisboa: Editora Mundos Sociais.

Legislação

Decreto-Lei n.º 139/2012) e Despacho n.º 6173/2016, de 10 de maio

Documentos orientadores

• ENEC- Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (2017).

• MEC/Direção-Geral da Educação, (2013) Educação para a cidadania - Linhas orientadoras 2013.