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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · envolver a comunidade escolar, ... enfatizando que se deve alfabetizar letrando e que ... perfazendo 32h, na sala de reuniões

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: A condição político-social da leitura na escola

Autor: Iara Jane Nunes das Neves

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

CE Bento Munhoz da Rocha Neto

Rua Rio Araguaia, 306, Jardim Moinho Velho.

Município da escola: Colombo

Núcleo Regional de Educação: NRE Norte

Professor Orientador: Fábio de Carvalho Messa

Instituição de Ensino Superior: Universidade Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar:

Todas as disciplinas das turmas de 6º ano.

Resumo:

Diante dos baixos índices de rendimentos em avaliações externas e internas, tendo como fator determinante o déficit de proficiência e a depreciação pela leitura, esse Material Didático-pedagógico se propõem a instituir um processo de leiturização de toda a comunidade escolar, tendo como premissa a adoção de uma sequência para a prática da leitura, em sala de aula, dos textos dos livros didáticos, livros literários e outros suportes, pelos professores de todas as disciplinas das turmas de 6º ano e a implementação de atividades permanentes de leitura literária, tendo como ponto convergente a biblioteca da escola.

Palavras chaves:

Leitura, proficiência, escola.

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público:

Professores de todas as disciplinas das

turmas de 6º ano

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APRESENTAÇÃO

Seguindo o roteiro das atividades do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE – apresento o material didático desenvolvido de acordo

com as premissas do Projeto de Intervenção na Escola, elaborado com o

objetivo de constituir, definitivamente, na escola, a leitura compreensiva e

crítica como forma de acesso aos conhecimentos de todas as áreas, dando

condições ao leitor de, entendendo a si mesmo, entender o mundo e promover

as mudanças individuais e coletivas para uma sociedade mais justa.

Tendo como foco as necessidades do Colégio Estadual Bento Munhoz

da Rocha Neto, no município de Colombo, no que tange o processo de ensino

e aprendizagem e sua relação com a leitura, esse material didático pretende

envolver a comunidade escolar, direta e indiretamente, no enfrentamento aos

baixos índices de aproveitamento dos alunos, tendo como proposta principal o

desenvolvimento da capacidade leitora de todos os envolvidos. Para tanto,

propõem instaurar a reflexão coletiva sobre o sistema organizacional escolar, o

papel e a atuação dos sujeitos nesse contexto, oportunizando o contato com

teorias e práticas que atendam as necessidades atuais da comunidade escolar

e possam promover as mudanças necessárias para a concretização dessa

proposta de intervenção.

São 15 anos de docência, trabalhando com uma Equipe dedicada,

competente e comprometida com as causas educacionais, alcançando sucesso

em várias frentes do cotidiano escolar, mas sem lograr merecido êxito no

processo de ensino e aprendizagem, tendo como fator determinante o déficit de

proficiência de leitura e escrita, fenômeno histórico que assola o sistema

educacional público do país, comprovado pelos resultados das avaliações

externas Municipais, Estaduais, Federais e Mundiais, assim como pelo

contexto atual econômico, político e social brasileiro onde atuam os sujeitos

formados nesses bancos escolares, dos quais apenas 1 em cada 4 brasileiros

domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática, 27% da

população com mais de 15 anos é analfabeta funcional, lêem e escrevem

apenas textos curtos e básicos, 1 em cada 4 que cursaram até o ensino

fundamental II tem nível rudimentar de alfabetismo e somente 35%, dos com

ensino médio completo, podem ser considerados plenamente alfabetizados

(Indicador de Alfabetismo Funcional 2011/2012).

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São números que retratam uma história de manipulação política,

negligência e abandono, da qual somos sujeitos ativos, professores e alunos

que vivemos a angústia de manter um sistema que reproduz as injustiças

sociais. Os resultados são catastróficos, no cotidiano da escola professores

que tentam ensinar alunos desinteressados pelos conteúdos e metodologias

empregadas, nesse processo todos perdem, nesse caso, na formação de

leitores.

Esse material deverá ser utilizado por todos os professores, nas turmas

de 6º ano, porque são, em sua maioria, alunos novos na escola, ainda não

conhecem o sistema de organização, estão limpos de vícios adquiridos ao

longo do convívio e farão parte desse processo da construção de uma prática

centrada no desenvolvimento e aprimoramento da capacidade leitora, por se

entender como a base para o acesso ao conhecimento de todas as áreas e

conseqüente formação plena para a cidadania.

A grande maioria dos alunos que ingressam no 6º ano apresentam um

nível precário de proficiência, demonstrando deficiência no processo de

alfabetização e letramento, entendendo o primeiro como decifração dos

códigos da língua e o segundo como o uso social dessa habilidade. Conforme

a DCE’s de Língua Portuguesa, pág. 50:

Destaca-se que o letramento vai além da alfabetização: esta é uma atividade mecânica, que garante ao sujeito o conhecimento do código lingüístico (codificação e decodificação); já aquele, de acordo com Soares (1988), refere-se ao indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e escrita, posiciona-se e interage com as exigências da sociedade diante das práticas de linguagem, demarcando a sua voz no contexto social.

Para Magda Becker Soares, doutora em educação, a alfabetização e

letramento se somam, enfatizando que se deve alfabetizar letrando e que

apropriação do sistema alfabético da língua é aquisição necessária e

imprescindível para a entrada no mundo da escrita, que se concentra nos

primeiros anos de escolaridade. Concentra-se aí, mas não ocorre só aí: por

toda a vida escolar os alunos estão avançando em seu domínio do sistema

ortográfico:

Aliás, um adulto escolarizado, quando vai ao dicionário, resolver dúvida sobre a escrita de uma palavra está retomando seu processo de alfabetização. Mas esses procedimentos de alfabetização tardia são esporádicos e eventuais, ao contrário do letramento, que é um processo que se estende por todos os anos de escolaridade e, mais que isso, por toda a vida. Eu diria mesmo que o processo de escolarização é, fundamentalmente, um processo de letramento.

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Assumir que o letramento está diretamente relacionado com a língua

escrita e seu uso social implica em se colocar como sujeito ativo nesse

processo, de forma consciente e contínua, em todos os níveis e áreas de

ensino, do fundamental à pós-graduação. Essa postura exige um professor

letrado em sua área de conhecimento: dominando os conteúdos, sendo um

leitor e produtor de textos, apto a trabalhar com os diferentes gêneros que

circulam socialmente, tendo em mente que um leitor competente está mais

aberto à aprendizagem, tem mais condições de responder aos desafios do

cotidiano escolar e da vida. Para Philippe Perrenoud (2002, p.49):

“A principal ferramenta de trabalho do professor é a sua pessoa, sua cultura, a relação que instaura com os alunos, individual ou coletivamente. Mesmo que a formação esteja centrada nos saberes, na didática, na gestão de classe e nas tecnologias; não Se deve esquecer-se da pessoa do professor”

Esse trabalho não pode ser desenvolvido de forma isolada, exige

mobilização e unidade de ação, que implica em um grupo agir de forma coesa

em busca de um objetivo comum, no caso, do CE Bento Munhoz da Rocha

Neto, ter uma forma sistematizada de trabalho com leitura. Conforme confirma

Silva (2005): “Não se supera uma dificuldade ou uma crise com ações isoladas”

Segundo os estudos de Paulo Freire, a criança traz consigo um

conhecimento empírico em termos de leitura e escrita, no contato com a escola

é iniciada no processo de alfabetização, restrito ao aprendizado de uma técnica

de codificação e decodificação dos sinais gráficos descontextualizados, na

leitura mecânica e memorizadora.

. Partindo-se da realidade de que o livro didático é o instrumento de

ensino e aprendizagem mais presente na escola, regulador dos conteúdos, das

metodologias e sistema avaliativo, sendo na maioria das vezes o único material

escrito com o qual o aluno tem contato, nessa proposta de trabalho o professor

deve resgatar a autonomia na escolha dos conteúdos, dos suportes (internet,

livros literários, livros científicos, revistas, jornais, gibis, etc.) para os gêneros

textuais, atividades (resumos, relatórios, cartazes, fichas de leitura,

questionários, pesquisa, apresentações, seminários, exposições, exercícios,

etc.) e a forma de avaliar, que sejam realmente relevantes para o aprendizado,

dando à escola um caráter de conexão com a vida.

O texto no suporte digital amplia a prática da leitura e seu uso deve ser

incorporado pela escola, com propostas pedagógicas adequadas à utilização

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dessas tecnologias de comunicação e de acesso à informação, presentes em

todos os setores da sociedade e com certeza deve contribuir para com as

melhorias na educação. Atentando para que mudanças estruturais

acompanhem a inserção dessas tecnologias digitais nas escolas, enfatizando a

formação continuada dos docentes, a adequação ao currículo e a manutenção

desses equipamentos, garantindo uma melhor integração desse aluno à

escola.

MATERIAL DIDÁTICO

O formato escolhido é o caderno pedagógico, o qual contempla

atividades de leitura e produção visando à reflexão sobre a realidade da

educação e a contextualização da proposta do Projeto de Intervenção, que tem

como ponto central a adoção de procedimentos peculiares para a prática da

leitura, nesse caso, dentro de uma sequência específica, baseada na

Seqüência Básica e Expandida, do livro Letramento Literário teoria e prática

(COSSON, 2009), que propõem uma prática de leitura dinâmica e interativa,

exigindo um maior envolvimento do professor e aluno na seqüência das

atividades.

De acordo com a problemática do projeto, esse caderno pedagógico,

também, traz atividades visando ao envolvimento da comunidade escolar com

a leitura literária, tendo a biblioteca como ponto de convergência.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Apresentação da Produção Didático-Pedagógica, aos professores das

turmas de 6º ano, retomando tópicos do Projeto de Intervenção Pedagógica,

para a devida contextualização e divulgação do roteiro das atividades, para

conhecimento e acompanhamento de todos.

Os alunos das turmas de 6º ano responderão a um questionário, anexo

5, para levantamento de dados sobre a prática leitora e os pais/responsáveis

tomarão ciência dessa proposta de trabalho, em reunião, na qual serão

devidamente orientados sobre a importância do papel da família nesse

processo.

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Serão três atividades desenvolvidas, durante a semana pedagógica de

fevereiro de 2014, com o público alvo, todos os professores das turmas de 6º

ano, distribuídas em quatro momentos de 4h, somando 16h. Na seqüência,

serão mais quatro encontros de 4h, em reuniões pedagógicas específicas com

o público alvo, perfazendo 32h, na sala de reuniões e na biblioteca da escola.

A quarta atividade será desenvolvida, concomitantemente, a qual

contará com a participação de toda a comunidade escolar, os alunos das

turmas de 6º ano, pais, funcionários e educadores, nas atividades de Gincana

de leituras, Encontro de leitores e Feira de livros, ocupando 32h, com a

organização, aplicação e acompanhamento dessas atividades.

ATIVIDADE 1

LER PARA AGIR!

Identificação do problema gerador do Projeto de Intervenção.

Vamos responder:

a) Os alunos não aprendem. Por quê?

b) Os alunos não lêem. Por quê?

Vamos ler:

Leitura 1:

“Nem metade dos alunos sabe o que deveria em Português e Matemática”

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1331791

Leitura 2:

“Para professores, déficit no ensino é culpa dos alunos”

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1381379&t

it=Para-professores-deficit-no-ensino-e-culpa-dos-alunos

Leitura 3:

“A evasão em licenciatura chega a 39%”

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1392135

Leitura 4:

“Dinheiro não faz a educação melhorar automaticamente”

http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conteudo.phtml?tl=1&id=1422629&t

it=Dinheiro-nao-faz-a-educacao-melhorar-automaticamente

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Encaminhamentos:

1º) Responder, individualmente, as questões e entregar;

2º) Leituras 1, 2, 3 e 4;

3º) Abertura para apresentação das leituras, discussão e conclusão;

4º) Retomada das questões iniciais, relacionar com os textos e a proposta

do projeto;

Vamos registrar:

a) Identifique outros problemas, além do apontado no projeto PDE, que

impedem um avanço mais efetivo da escola no processo de ensino e

aprendizagem.

ATIVIDADE 2

LER PARA ENTENDER!

leitura 5:

Vídeo: “ler devia ser proibido”;

http://www.youtube.com/watch?v=iRDoRN8wJ_w

“Certamente que cada um de nós desenvolveu, ao

longo do seu trajeto de vida, uma determinada

concepção de leitura. Possuímos explícita ou

implicitamente, uma definição do "ler" em

função de uma prática que executamos, em

função de experiências vividas em sociedade.

(SILVA, 2002, p. 47).”

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Vamos responder:

a) Para você, o que é leitura?

b) Em que momentos você utiliza o texto na sua disciplina?

c) O uso de textos é importante em sua disciplina? Por quê?

d) Explique como você realiza a prática da leitura em sua disciplina.

e) Ser um leitor é pré-requisito para ser professor?Justifique/exemplifique.

Vamos ler:

Leitura 6:

“Leitura, a evolução silenciosa.”

http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conteudo.phtml?id=983451

Leitura 7:

“Na escola se aprende, não se ensina.”

http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conteudo.phtml?id=1401094&tit=Na-escola-se-aprende-nao-

se-ensina

Leitura 8 (Anexo 1):

Texto baseado no livro “A leitura em crise na escola: As alternativas do

professor”, organizado por Regina Zilberman.

Encaminhamentos:

1º) Leitura 5; 2º) Responder, individualmente, as questões e entregar;

3º) Leitura 6 e 7;

4º) Abertura para comentários e discussão;

5º) Leitura 8: como você julga a sua atuação nas práticas de leitura em sala

de aula

6º) Leitura das respostas das questões iniciais;

Vamos Registrar:

Escreva sobre a sua prática de leitura em sala de aula, apontando recursos,

encaminhamentos e o tempo médio gasto com essa atividade.

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ATIVIDADE 3

LER PARA APRENDER!

Vamos ler:

Leitura 9:

“Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português.”

http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/413029,79/Assets/linguaportuguesa/pdf/mgme_lingport_m1t09.pdf

Leitura 10:

Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa: prática da leitura e da

literatura, pág. 71 a 77.

Leitura 11(Anexo 2):

Modelo de seqüência proposta para a prática de leitura, em anexo.

Leitura 12 (Anexo 3):

Exemplos de aplicação da seqüência proposta.

Encaminhamentos: 1º) Leitura 9 e 10;

2º) Aponte semelhanças e diferenças da sua prática de leitura em sala de

aula, com o que foi abordado nas Leituras 9 e 10;

3º) Apresentação e discussão das semelhanças e diferenças das práticas de

leitura dos docentes com a abordagem das Leituras 9 e 10.

Vamos registrar:

Baseado nas leituras, no seu conhecimento prévio, nas discussões e reflexões

do grupo, elabore uma seqüência de prática de leitura para a sua disciplina.

Esta fará parte de um acervo de práticas de leitura, o qual será compartilhado

com todos os docentes da escola.

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ATIVIDADE 4

LER PARA VIVER!

“A literatura não nasceu no dia em que um

menino gritando lobo! lobo! Veio correndo pelo

vale de Neandertal com um grande lobo cinzento

no seu encalço. A literatura nasceu no dia em um

menino veio gritando lobo! lobo! E não havia lobo

nenhum atrás dele!“ (Vladimir Nobokov)

Em recente pesquisa do Instituto Pró-livro (IPL), sobre Retratos da

leitura no Brasil, constatou-se que 75% da população brasileira jamais pisou

numa biblioteca, mesmo que desses, 71% afirmou saber da existência delas e

de ter fácil acesso. Para a maioria dos entrevistados a Biblioteca é um lugar

para estudar e fazer pesquisa, a minoria, 16% a reconheceram como um lugar

para se emprestar livros de literatura, quanto à leitura, a média é de 04 livros

por ano, menos se considerar que apenas 2,1 livros são concluídos.

O Estado do Paraná tem índice de 8,53 livros por habitante ao ano,

incluindo livros didáticos e não didáticos. Isso representa o dobro da média

apresentada na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Entre as muitas

informações que o documento mostra, pode-se notar que as principais formas

de acesso aos livros são a utilização de bibliotecas (21%) e o empréstimo em

escolas (18%).

O CE Bento Munhoz da Rocha Neto conta com uma biblioteca muito

bem organizada, um espaço ainda pouco explorado, confirmando os números

da pesquisa nacional. Muitas vezes nos deparamos com alunos que transitam

livremente por todos os espaços da escola, mas não sabem onde fica a

biblioteca, os freqüentadores, por sua vez, cumprem com as exigências dos

trabalhos de pesquisa, em momentos pontuais e ordenados, os livros de

literatura são selecionados e resgatados, do total abandono, pelos professores

de Língua Portuguesa, para compor as caixinhas de leituras que são levadas

para sala de aula, uma vez por semana, por outros poucos alunos, raros

docentes e funcionários.

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Diante desses dados fica claro que a escola está impregnada de práticas

que tornam a biblioteca invisível, ou só um depósito de livros, esse consenso

pode ser desconstruído com atividades integradoras, e esta é a proposta desse

Material Didático, criar movimentos que a transforme em ponto de

convergência e que cumpra com o papel no desenvolvimento da capacidade

leitora de toda a comunidade escolar

A biblioteca se fará presente através de informativos, comunicados,

avisos, veiculados nos suportes disponíveis de uso na escola: murais, página

do Facebook, agenda escolar e verbalmente. Os usuários devem contar com

um sistema facilitado de consulta ao acervo e de acesso a dados estatísticos

da movimentação bimestral dos usuários, com a indicação dos títulos mais

lidos e recomendados pelos leitores, assim como do calendário de atividades

culturais promovidas e desenvolvidos no interior da escola e de agendas de

eventos locais, passíveis de acesso por toda a comunidade escolar,

promovendo a interação da escola com o seu entorno e ampliando os

horizontes como uma instituição que prima pela qualidade do seu trabalho.

Essa concepção de biblioteca está expressa no Manifesto da UNESCO (1999),

conforme excertos:

A biblioteca escolar habilita os estudantes para a aprendizagem ao longo da vida e desenvolve a imaginação, preparando-os para viver como cidadãos responsáveis [...]. [...] A biblioteca escolar é essencial a qualquer tipo de estratégia de longo prazo no que respeita a competências à leitura e escrita, à educação e informação e ao desenvolvimento econômico, social e cultural.

Concluindo, esse material didático pretende que a biblioteca se

materialize como base e ponto de convergência dos encaminhamentos de

todas as atividades docentes e discentes: planejamentos, planos de aula,

orientações para leituras dos variados gêneros textuais, grupos de estudos,

trabalhos de pesquisa, organização de exposições artísticas, contação de

histórias. Negrão (1987):

[...] a biblioteca escolar, interagindo de modo harmonioso com o corpo docente, poderá cooperar na formação de várias atitudes: o hábito de utilizar informação, o de pesquisa, o gosto pela leitura, o hábito de usar a biblioteca, além do desenvolvimento do pensamento crítico e a motivação para a educação permanente.

As atividades propõem práticas de leitura literária que contarão com a

participação dos alunos de 6º ano, professores dessas turmas, funcionários e

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pais/responsáveis. Estas serão desenvolvidas em momentos diferenciados, de

acordo com a rotina escolar.

4.1 Gincana de leituras

Os alunos das turmas de 6º ano serão orientados e acompanhados pelo

professor representante de turma e professor PDE, para garantir que todos

participem dessa atividade. As inscrições serão na biblioteca da escola e a

cada leitura concluída o aluno preencherá a ficha, “Minhas leituras”, anexo 4,

no momento de devolução do livro, com um peso de 20 pontos. Serão

classificados os alunos com maior número de pontos, do 1º ao 5º lugar, estes

cinco alunos, participarão da segunda fase, na qual deverão fazer um trabalho

em artes plásticas (desenho, dobradura, pintura ou colagem), criando um

cartaz sobre leitura, com material fornecido pela escola, em dia especifico, no

contra turno, na presença de uma comissão. Essa segunda fase com peso de

100 pontos, a classificação final, se dará com a soma dos pontos das duas

fases, com premiação individual para colocados do 1º ao 3º lugar. A turma do

aluno, 1º colocado, fará um passeio, visitando a biblioteca pública do Estado do

Paraná, no município de Curitiba, onde participarão de atividades artísticas e

culturais.

4.2 Encontro de leitores

Grupos de no máximo 10 pessoas, formados por professores,

funcionários, pais e alunos, os quais participarão de encontros periódicos, em

dias e horários condizentes com a rotina escolar, para o compartilhamento de

leituras, da forma que mais aprouver aos participantes: leitura de um trecho do

texto/livro, comentário sobre o texto/livro, críticas, analogias, relato das

impressões deixadas pelo texto/livro.

As atividades serão coordenadas por um professor, responsável em

encaminhar os materiais e as atividades, garantindo a integração dos

participantes e de que seja um momento rico de trocas de experiências leitoras,

registrando os encontros em um Diário de Leituras, anexo 6.

Todo o material para o desenvolvimento das atividades deverá ser

retirado da biblioteca, atendendo às normas vigentes da escola, o espaço físico

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deverá ser composto e formulado para esses encontros, atendendo os

requisitos de um ambiente agradável e acolhedor, próprio dessa natureza de

atividade.

4.3 Feira de livros

Promoção de uma feira para trocas, compras e vendas de livros,

oportunizando a transação de livros usados e aquisição de novos, incentivando

o contato dos alunos com o mundo editorial, a percepção do prazer no

manuseio do livro físico e da formação de uma biblioteca pessoal. As editoras

convidadas assumem o compromisso de oferecer títulos que atendam os

anseios dessa faixa etária de leitores e praticar preços dentro da realidade dos

alunos atendidos na escola. Oportunamente, haverá o sorteio de livros e

apresentação de grupos de contadores de histórias convidados para o evento.

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REFERÊNCIAS:

Agência o Globo, entrevista (2013), “Dinheiro não faz a educação melhorar automaticamente”. Gazeta do Povo, 05 de novembro. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conteudo. phtml?tl=1&id=1422629&tit =Dinheiro-nao-faz-a-educacao-melhorar-automaticamente>. Acesso em: 07 de Nov. 2013. Aníbal, Felippe (2013), “A evasão em licenciatura chega a 39%”. Gazeta do Povo, 19 de julho. Disponível em http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/ conteudo.phtml?id=1392135. Acesso em 12 de ago. 2013. COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. Diretrizes da IFLA/UNESCO para a biblioteca escolar. 2005. Disponível em: http://www.ifla.org/files/assets/school-libraries-resource-centers/publications/ school-library-guidelines/school-library-guidelines-pt_br.pdf. Acesso em: 25 set. 2013. FOUCAMBERT, J. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas. 1994.

FOUCAMBERT, J. Modos de ser leitor - Aprendizagem e ensino da leitura no ensino fundamental – Curitiba: Editora UFPR, 2008. GUEDES, PAULO COIMBRA; SOUZA, JANE MARI de. Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português. In: Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 9 ed. Porto Alegre, RS: Editora da UFRGS, 2011. LER devia ser proibido (2007). Campanha de incentivo à leitura. Vídeo (1min21s), enviado em 23 de junho. Disponível em http://www.youtube. com/watch?v=iRDoRN8wJ_w. Acesso em 02 de set. 2013.

Lima, Jônatas Dias (2012), “Nem metade dos alunos sabe o que deveria em Português e Matemática”. Gazeta do Povo, 31 de dezembro. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1331791>. Acesso em 12 de ago. 2013. Lima, Jônatas Dias (2012), “Para professores, déficit no ensino é culpa dos alunos”. Gazeta do Povo, 13 de junho. Disponível em http://www.gazetado povo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1381379&tit=Para-professores-deficit-no-ensino-e-culpa-dos-alunos. Acesso em 12 de ago. 2013. NEGRÃO, May Brooking. Da encyclopedia ao banco de dados; a biblioteca escolar e a educação para a informação. Caderno do CED, Florianópolis, v.4, n.10, 1987. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Paraná, 2008.

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PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: Profissionalização e razão pedagógica. Trad. Claudia SCHILLING- Porto Alegre, Artmed Editora, 2002.

Prateano, Vanessa Fogaça, entrevista (2013). “Na escola se aprende, não se ensina”. Gazeta do Povo, 20 de agosto. Disponível em <http://www.gazeta dopovo.com.br/educacao/conteudo.phtml?id=1401094&tit=Na-escola-se-aprende-nao-se-ensina> . Acesso em: 02 de set. 2013. Público (2010), “Leitura, a revolução silenciosa”. Gazeta do Povo, 17 de março. Disponível em http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conteudo .phtml?id=983451. Acesso em 12de ago. 2013. SILVA, E. T. da. A produção de leitura na escola: pesquisas e propostas. São Paulo: Ática, 2005.

SOARES, Magda. Letrar é mais que alfabetizar. In: Nossa língua – nossa pátria. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 26/11/2000a. Entrevista. Disponível em http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/magda.htm> Acesso em: junho de 2013.

SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998.

ZILBERMAN. Regina (org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1991.

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ANEXOS

ANEXO 1:

Texto baseado no livro “a leitura em crise na escola: As alternativas do

professor”, organizado por Regina Zilberman.

O professor e a leitura na escola: Este tem duas opções de prática

pedagógica: a 1ª é de fazer o papel que o estado exige reproduzir as relações

impessoais e autoritárias da sociedade e da escola, na sala de aula, sem

diálogo, troca, vínculos. Seguir fielmente diretrizes que fragmentam o processo

de ensino e aprendizagem, de todas as áreas do conhecimento, impedindo o

desenvolvimento de uma visão de mundo coerente, permitindo-lhes que se

insiram na sociedade em que vivem, como agentes de formulação e

transformação da realidade. Não usará o poder da leitura para desvelar as

mentes, a escrita, ou o uso da língua como fenômeno social de interação entre

os indivíduos. Esse professor não criará nada e impedirá que os alunos o

façam, estes só poderão responder nunca perguntar, embotando

definitivamente a curiosidade e espontaneidade, formando seres débeis e

obedientes.

A 2ª opção é de provocar o desconforto, a dúvida, apontando outro

caminho que não é o da conformação, mas de contestação. O professor usará

a escola como instrumento de libertação, fazendo com que o aluno se aproprie

do saber, de forma prazerosa, participativa, sendo um condutor, que também

se deixa conduzir. Buscará uma prática desafiadora, instigadora e apaixonante,

permeada pelo diálogo, promovendo espaços de discussão e tomada de

decisões, em que todos possam sentir-se colaboradores e produtores de

conhecimento.

Para cada uma das opções teremos características específicas do

trabalho com a leitura. Aquele que não é leitor, jamais partilhará com seus

aprendizes um comentário sobre uma obra literária, um filme, um texto, uma

música, poesia nem pensar, é leitura subversiva, pois provoca conexões

perigosas, que fogem ao controle. Este adota o livro didático como único

material de leitura, e durante a ano letivo é seguido da capa à última página, já

está tudo planejado, não dá pra mudar nada, ou ele, o professor (?) fica

perdido.

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O professor leitor explora todas as oportunidades, em sala ou fora dela,

com os alunos conhecidos e desconhecidos, com amigos e inimigos, para

conversar sobre todos os assuntos, não se atendo à disciplina de formação ou

aos conteúdos programáticos, mas discorrendo de forma cativante e prazerosa

sobre as leituras que preenchem e satisfazem a vida profissional e a alma. O

livro é o mote, sempre o livro, deleita-se mostrando a capa, os detalhes,

quantas páginas, sempre tem alguma curiosidade sobre o autor (a) (s), faz

conexões com outros gêneros sobre o tema (inclusive com outras disciplinas)

tudo isso com os olhos brilhando, contagiando a todos.

A leitura de um texto nunca se esgota, nunca acaba em perguntas com

respostas óbvias, são verdadeiras viagens, buscando a maior profundidade

possível, passando por “maus” momentos, diante dos questionamentos dos

alunos, são experiências únicas e aprendizado contínuo para todos.

As leituras são individuais, coletivas, silenciosas, em voz alta,

dependendo do momento e do gênero, as atividades são conversas,

discussões, apresentações, produções escritas, opiniões pessoais, enfim

ninguém fica incólume ao poder devastador da leitura e do contato com um

leitor.

ANEXO 2

Modelo de seqüência para a prática de leitura:

Este modelo foi desenvolvido para estruturar as práticas de leitura,

prevendo com isso um melhor aproveitamento dessas atividades para os

professores e alunos, “... isto é, em última análise, uma intervenção de ensino”,

sendo que: “... A intervenção do ensino não é útil senão para aqueles que já

estão no caminho. Para outros, o aporte de informações não é nem mesmo

percebido como tal; a evolução, então, só pode vir dos desequilíbrios e dos

conflitos nas situações reais.” (JEAN FOUCAMBERT, 2008, PÁG 167), grifos

do autor.

Endossando uma postura de busca de equilíbrio e de inconformidade

com a atual situação, a DCE se posiciona:

As Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa requerem, neste momento histórico, novos posicionamentos em relação às práticas de ensino; seja pela discussão crítica dessas práticas, seja

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pelo envolvimento direto dos professores na construção de alternativas. (Paraná, pág. 47)

Jean Foucambert, no livro “modos de ser leitor, aprendizagem e ensino

da leitura no ensino fundamental”:

“Quantos fracassos ainda serão necessários para que os mais obstinados questionem o seu fazer pedagógico”? ...A luta contra o fracasso e pela redução das desigualdades que a escola não cessa de reproduzir. “Essa luta passa necessariamente por uma transformação profunda da escola: esta não obterá resultados diferentes se permanecer a mesma.”

A proposta a seguir configura-se como uma organização do trabalho

com a leitura, procedimentos organizados, de maneira sistemática, em torno de

um texto didático, informativo, científico ou literário. A sequência consiste em

atividades de motivação, Introdução, leitura, interpretação, e expansão.

Motivação

"Nenhuma tarefa de leitura deveria ser iniciada sem que as meninas e

meninos se encontrem motivados para ela, sem que esteja claro que lhe

encontram sentido". (SOLÉ, 1998, p.91).

Toda leitura demanda uma preparação, uma antecipação, momento que

consiste em preparar o aluno para entrar no texto, o sucesso inicial do encontro

do leitor com o texto depende das atividades de pré-leitura. O professor deve

estabelecer um período de incorporação do texto, assim, podendo facilmente

ser compartilhado e compartilhar é diferente de ensinar. O material analisado e

selecionado deve estar de acordo com a realidade e necessidades do alunado,

No trabalho com o livro didático é comum o texto ser conhecido pelo aluno, e já

ter sido trabalhado repetidas vezes pelo professor, mas cada vez deve ser

como a primeira, porque nem texto e nem leitor são o mesmo. Dessa forma

sempre haverá possibilidades de se criar expectativas, primeiro passo para

favorecer a relação leitor e texto.

Usar uma pergunta, uma frase, um vídeo, uma imagem, uma manchete

de jornal, o capítulo da novela, uma entrevista, narrar um fato relacionado ou

que exemplifique o tema, utilizando habilidades de narrador, de contador de

histórias – técnica muito importante nesse processo. Essa etapa da leitura é

praticamente verbal, espaço de interação, de estabelecimento do diálogo, da

prática social da língua. Deve ter uma duração condizente com o material

utilizado, o professor deve ter esse controle, uma mobilização longa demais

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pode incorrer na dispersão dos alunos para o objetivo da leitura, uma curta

demais pode prejudicar o encadeamento do processo.

Introdução

Apresentação física do suporte do texto: livro didático (LD) da disciplina,

outros livros, livro literário, textos complementares, tomando o cuidado em

contextualizar historicamente a produção, informando período de publicação,

dados biográficos. Ressalte a importância da leitura em questão, justificando a

escolha, evitando entrar propriamente no conteúdo do texto, aguçando o

interesse, mantendo o clima da mobilização, esclareça os alunos, detalhes que

podem parecer óbvios, para nós professores, não o são para eles. Se o suporte

do texto for um livro, explore a capa, ilustrações, letras, cores. Leia uma crítica,

prefácio, dedicatória, traga outras edições e compare. Nesse momento pode

ser lido um capítulo, do livro literário, ou trechos mais interessantes,

selecionados previamente pelo professor.

Ainda nessa etapa, fale sobre os objetivos dessa leitura, o porquê, para

quê, pois os alunos costumam ler para cumprir tarefas, sem fazer ligação com

o que deveria estar aprendendo, incapaz de perceber que a leitura faz parte da

vida, na perspectiva da realidade (informação, conhecimento), como na da

fantasia. O mesmo acontece com o professor, quando vê a leitura como

cumprimento de um dever. Silva, em seu livro “A produção da leitura”, diz que:

... sem um professor que, além de se posicionar como um leitor assíduo, crítico e competente, entenda realmente a complexidade do ato de ler, as demais condições para a produção da leitura perderão em validade, potência e efeito. (SILVA, 2002, p. 22).

Ao encerrar essa etapa aproveite para os combinados das estratégias para a

etapa seguinte, a da leitura, como será feita, silenciosa, voz alta, individual,

coletiva (jogral, contínua, aleatória), extraclasse para os livros de literatura,

determinar o tempo de duração das leituras.

Leitura

Toda a busca por conhecimentos pode e deve ser mediada pela leitura,

seja impressa ou nos suportes tecnológicos. Para a leitura efetiva dos

conteúdos das áreas, compete ao professor acompanhar a exploração do

texto, norteando o aluno do 6º ano, ainda em construção dessa capacidade, no

exercício de localizar informações, identificar idéias, reconhecer

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intencionalidade do autor, lidar com o vocabulário específico da área,

procedimentos que contribuem para a ampliação do letramento. Tendo em

mente que o leitor capaz está apto a compreender diferentes gêneros, em

suportes textuais diversos.

O aluno aprende a ler lendo, com as estratégias definidas para a leitura,

essa deve iniciar-se sem perder o movimento natural, iniciado nas etapas

anteriores, o professor lê, a primeira vez sem se interromper, usando

expressividade, domínio e segurança, certificando-se de que os alunos

acompanham, nessa fase, necessitam ouvir as nuances claras e definidas do

ritmo, entonação e pontuação, ler pela segunda vez, detendo-se em

expressões desconhecidas aos alunos, explorando a estrutura. Os alunos,

mais familiarizados com o texto, devem ser estimulados a ler em voz alta, outro

exercício importante, depois de ouvir o professor é ouvir a si mesmo,

individualmente, em duplas, em forma de jogral, esse momento deve ser a

etapa mais longa, mas somente de leitura, sem a preocupação em localizar

informações ou conceitos.

O livro de literatura deve ser lido em casa, na biblioteca, reservando a

sala de aula para o processo de acompanhamento dessa leitura, não de

policiamento, chamado de intervalos, por Rildo Cosson, no livro Letramento

Literário: teoria e prática: “É durante as atividades dos intervalos que o

professor perceberá as dificuldades de leitura dos alunos” (Cosson, 2009, pág.

64). Por meio de relatos da leitura, até aquele momento, eles podem expor

dúvidas, de estrutura, vocabulário, assim, o professor pode interferir em casos

específicos, observando o ritmo e fazendo os ajustes necessários.

Interpretação

Há uma crença generalizada de que a criança, sabendo decodificar, é

capaz de entender o texto e, sabendo escrever corretamente as palavras, é

capaz de expressar suas idéias através da escrita. Atentar para esse momento

de registro da leitura, o livro didático traz uma infinidade de exercícios, mas é o

momento, mais uma vez, da prática da autonomia na escolha das atividades, o

professor pode selecionar aqueles que instigam o raciocínio, construção e

organização do pensamento. Evitando a reprodução das práticas de

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interpretação mecanizadas, da cópia pela cópia, práticas tão em voga nas

salas de aula.

As atividades de leitura e interpretação ou aferição são, comumente,

desenvolvidas de forma mecânica, sem discussão do conteúdo, sem interação,

apenas o comando de: “Abram o livro na página 34!”, “Leiam em silêncio!”,

“Agora copiem o texto no caderno!”, “Você que gosta de conversar, comece a

leitura!”. A comunicação entre professor e aluno, aluno e aluno não se efetua,

nem mesmo o professor faz comentários sobre o texto, algumas vezes, apenas

alusão ao vocabulário, culminando com: “Respondam as questões de 1 a 10,

da página 36!”, mais uma vez, “Em silêncio!”... Acabou a leitura, que nem

começou!

Para Sole (1998), “é preciso criar um ambiente de leitura, planejar,

começar explorando o título, o autor, fazer questionamentos, trazer outros

gêneros, fazer a intertextualização, provocar o aluno, ouvir, fazer conexões,

contextualizar”. Cabe ao professor, um leitor mais experiente, dar o suporte ao

aluno, fazer a mediação do texto com o mundo, desenvolver a leitura em três

momentos fundamentais: o antes, o durante e o depois.

Permitir que o aluno ative os conhecimentos prévios, com liberdade

para interferir, assumindo um papel ativo, questionando, ouvindo, sendo sujeito

na construção do entendimento do texto, abolindo exercícios repetitivos e com

questões óbvias, retóricas, com buscas de respostas demarcadas no texto.

O aluno deve produzir nessa etapa, a produção deve ser a

continuidade da leitura, mas de forma adequada ao contexto. O resumo,

elaborado coletivamente, é uma forma de envolver a todos nessa etapa, pode

ser feito com o registro de tópicos, no quadro, com a contribuição de todos,

aprofundando a discussão e interpretação do texto.

Expansão

Momento de investir nas relações textuais. “È esse movimento de

ultrapassagem do limite de um texto para outros textos” (Cosson, 2009, pág.

94). Permitir o diálogo entre produções que se complementem ou se oponham,

papel do professor viabilizar esse momento de expandir a leitura, o qual se

efetiva na seleção do(s) texto(s) garantindo esse movimento. Nos suportes

digitais o hipertexto faz a expansão, apontando os links relacionados à leitura,

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em ambos os casos a interferência do docente se faz necessária para que essa

etapa da seqüência se efetive, por se tratar de alunos de 6º ano, com

necessidades específicas de letramento e pela natureza dessa proposta de

prática leitora sistematizada, salientando que, a expansão dá continuidade à

atividade retornando à motivação e assim por diante.

ANEXO 3

Exemplos de aplicação da sequência proposta:

3.1 Leitura do livro “O menino do dedo verde”, de Maurice Druon.

Motivação:

Para preparar os alunos para a leitura dessa linda e singela história optei

por explorar a palavra “paz” e “diversidade”, dado ao contexto histórico de

produção do livro, biografia do autor e a relação com o problema da violência

hoje em nossa sociedade e tão presente no entorno da escola, assim como, ao

perfil do personagem principal, um adolescente com características incomuns e

que sofre com isso.

Começo abordando conceitos gerais, levantando o conhecimento prévio

dos alunos, contextualizando com fatos reais da sociedade e da escola;

relatando histórias de cunho pessoal; utilizando técnicas de contadores de

histórias; usadas para concentrar a atenção de todos. Na continuidade de

lançar questionamentos, para que eles possam manifestar-se, prática que deve

ser controlada pelo professor, quem não fala deve ouvir o colega,

oportunizando a interação, neutralizando as possíveis polêmicas, direcionando

as discussões para o foco definido previamente.

Hora de escrever e eles já tem condições de passar pelo processo de

introspecção, para organizar as ideias diminuir a aceleração provocada pela

atividade verbal, são convidados a registrar, numa pequena folha colorida,

fornecida pelo professor, uma frase, uma palavra que traduza os sentimentos

suscitados na abordagem dos temas. Ao recolher as folhas, lê algumas,

fazendo comentários pertinentes, sem identificar o autor (a) ou preocupação

com certo e errado, retomando o foco e direcionando para a etapa seguinte.

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Introdução

Aproveitar para introduzir os alunos à dinâmica da biblioteca,

encaminhando a turma para que possam tomar contato com o livro, o professor

vai mostrar as diferentes edições disponíveis, fazendo todo o trabalho de

contextualização histórica, principalmente, por se tratar de uma obra da

literatura mundial, de um autor francês, ativo na luta contra as atrocidades da

2º guerra mundial, talvez por isso, presenteou a humanidade com essa singela

história de paz. Retornando á sala de aula, estabelecer o roteiro das atividades,

nesse caso será realizada extraclasse, com intervalos em sala e especificar o

tempo de duração para essa atividade de leitura.

Pode fazer relação com os tópicos da motivação, mencionando que se

da história de um menino diferente, em vários aspectos, fato que o impede, até

mesmo de frequentar a escola, mas o pai resolve a situação, colocando-o na

escola da vida, será que isso é possível? Um adolescente fora da escola? Lá

não tinha Conselho Tutelar? Ler trechos que abordam o que foi citado na

mobilização sobre paz e diversidade ou na introdução sobre a biografia do

autor.

Leitura

Esta se dará extraclasse, em casa, na biblioteca, em outros ambientes

próprios, em sala de aula serão desenvolvidas as atividades do intervalo, uma

vez por semana, o professor de Língua Portuguesa, conversará sobre a leitura,

oportunizando que os alunos comentem, tirem dúvidas, momento de

observação da realização da atividade, do ritmo e sincronia da turma, fazendo

os ajustes para que todos participem.

A participação de todos os professores, das turmas de 6° ano, é

essencial nas atividades de leitura, tomando ciência desse momento, para que

possam dar o devido suporte aos alunos, independente da área de

conhecimento, pois sabemos que tal postura vem reforçar uma prática, na qual

todos são responsáveis pelo desenvolvimento da capacidade leitora dos

alunos.

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Interpretação

A atividade proposta de interpretação, após acompanhamento e a

natureza da leitura, é a produção textual. Para tanto, será proposto um final

diferente, visto ter ficado claro a decepção da maioria com o fato do

personagem principal ter ido para o céu, todos demonstraram entender que

isso significou abandonar a família e amigos, sinalizando solidão, abandono e

infelicidade, a inconformidade deve-se ao fato de parecer que ele desistiu de

lutar, concepção justificada diante da realidade social dos alunos e

experiências de carência nas relações familiares. Mesmo porque ele tinha uma

família que o amava e era rico, ao iniciar essa etapa, nessa conversa inicial,

percebi claramente o aprofundamento de todos na leitura, pela participação,

tornando a interpretação uma atividade natural e estimulante.

As atividades de interpretação devem ter um caráter dialógico, não se

prender à simples aferição de que a leitura foi feita, de que só uma avaliação

formal dará credibilidade à prática, porque mesmo que o aluno não tenha

cumprido com essa parte da sequência, ele certamente tomará conhecimento

da história pelas conversas que ora acontecem, o entusiasmo do professor e

colegas o levará a participar das leituras posteriores.

Expansão

Nessa última etapa, conforme a proposta dessa sequência, os alunos

entram em contato com títulos que ampliem o olhar sobre o tema, o livro

indicado é “O pequeno príncipe”, o qual conforme a crítica é comparado ao

“menino do dedo verde”, pelos mesmos atributos e manter a linha de obra

mundial, mesmo classificada como infanto-juvenil, encanta a quatro décadas

pessoas de todas as idades.

Dessa forma retornamos ao início da sequência, e assim num

movimento contínuo, nesse processo de desenvolvimento da capacidade

leitora.

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3.2 Fontes de energia

Motivação:

Antes de entrar em sala desliguei a chave de luz, entrei na sala

naturalmente, cumprimentei a todos, iniciei a aula com a chamada, demonstrei

dificuldade em enxergar, mas não fiz menção às lâmpadas apagadas, eles

perguntaram, respondi que não sabia, mas com certeza logo seria resolvido,

mas que a aula iria transcorrer normalmente, porque tínhamos coisas

importantes para fazer. Retomei a aula, pedi que pegassem o material, e

iniciassem uma leitura silenciosa, eles reclamaram pela dificuldade em ler com

nitidez, eu abri as cortinas e insisti que continuassem.

Avisei que iria sair por alguns minutos, alegando ir tentar resolver a

situação, ao voltar trouxe o data show, expliquei que iríamos assistir o trecho

de um filme, assim que tivéssemos energia elétrica, escrevi o título do filme no

quadro, eles ficaram excitados, pois já havíamos conversado sobre isso. Eles

começaram a ficar impacientes, pedi que tivessem calma, pois não poderíamos

ficar sem energia elétrica por mais tempo, e que continuassem a leitura.

Lembrei-os que havíamos agendado o laboratório de informática, para aquela

aula, mas... A frustração era aparente. Avisei-os que o banheiro da escola fora

interditado, porque o fornecimento de água, para as torneiras e caixas de

descarga, fora interrompido pela falta de energia, e no intervalo não seria

servido lanche pelo mesmo motivo, a professora de ciências também cancelou

a aula prática, pois dependia de energia elétrica... (eles estavam ansiosos

aguardando essa aula).

A sirene não funciona, também, nós seremos avisados verbalmente,

demonstrei precisar de material impresso, mas desisti, com uma expressão de

desalento, comecei a caminhar pela sala, dando a entender estar sem opções,

pela falta de energia elétrica na sala de aula, “e se acaso o problema não for

resolvido em tempo!”, “e se a energia não voltar nunca mais!” Falei mais sobre

essa possibilidade, demonstrei pânico, dramatizei, enumerando os problemas

que a falta de energia acarretaria, na escola, no bairro, na cidade, a intenção

era criar o desconforto com a situação. Em poucos minutos eles estavam

vivendo uma experiência de caos, incitei-os a falar, tornando a situação mais

real, nesse momento, (já havia combinado com a inspetora para ligar a chave

de luz) a sala se ilumina, todos gritam de alegria, alguns estão em lágrimas,

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outros se abraçam... Mais alguns minutos todos estavam em seus lugares,

ainda com aquela expressão de alívio nos rostinhos... Ótimo!

Entreguei uma pequena folha e pedi que escrevessem o que sentiram,

naqueles momentos sem energia elétrica, sentei e fiz o mesmo, como se fosse

um desabafo, dando veracidade à situação. Depois que todos terminaram, pedi

para um aluno ler minha resposta, na qual eu recriei aquele momento de

pânico, enfatizando a mudança na nossa rotina, naquele curto espaço de

tempo, li algumas produções deles, sem identificar o autor. Percebi que eles se

repetiram nos relatos, desejando que isso nunca mais acontecesse, e

criticando a direção que não tomou as devidas providências, imagine uma

escola sem luz! Não dá pra fazer praticamente nada!

Conversamos mais sobre o ocorrido, pedi que imaginassem as casas

deles, o comércio, o posto de saúde, as ruas à noite, sem energia elétrica,

todos queriam falar, alguns já tinham vivido isso e relataram como foi horrível,

não poder ligar o chuveiro, assistir televisão, jogar vídeo game, usar o

computador, a geladeira começou a derreter tudo, todos estavam convencidos

que seria impossível sobreviver sem energia elétrica. A primeira parte da

seqüência de leitura estava cumprida, a turma estava pronta para ler o texto

sobre Fontes de energia.

Introdução

Iniciei mostrando os materiais que iríamos usar: um texto do livro

didático de geografia, outro retirado de um site educacional da internet, com o

mesmo título “Fontes de energia”, mas um complementa o outro, dois vídeos

de um site da internet chamado youtube, “Sem energia elétrica moradores

vendem eletrodomésticos” e “Como funciona uma usina hidrelétrica”. Todos

esses materiais eram para que pudéssemos conhecer e entender mais sobre

energia elétrica, pois ficou claro para todos que ninguém imagina viver sem

isso, mas nós não nos preocupamos muito, só queremos que nunca falte

energia, temos que saber se isso pode acontecer, então é importante nos

informarmos mais sobre o assunto.

Leremos o texto do livro didático “Fontes de energia”, para isso preparei

uma lista de palavras, as quais eles poderiam desconhecer o significado, assim

eles poderiam consultar, para facilitar a leitura, em seguida assistiremos o

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primeiro vídeo “Sem energia elétrica moradores vendem eletrodomésticos”, em

sala, no data show, depois o segundo texto, retirado da internet e seria

projetado no quadro, leríamos todos juntos e finalmente o segundo vídeo

“Como funciona uma usina hidrelétrica”, todos estavam ansiosos para começar.

Leitura

Todos abriram o livro, eu li a primeira vez, sem interrupções, todos

acompanhando com os olhos e dedinhos, uma leitura tranqüila, tom de voz

normal, pausadamente. Repeti, sendo interrompida por alguns alunos que

levantavam a mão, parei para esclarecer, explicar, usar exemplos, pedi para

alguns alunos repetirem algumas frases. Fechamos os livros e passamos ao

vídeo, todos ficaram surpresos com o depoimento das pessoas e com a triste

situação de pessoas que vivem sem energia elétrica, fizeram comentários,

perguntas, mostrei a localização da cidade, no mapa mundi, uma pequena vila

no Piauí, eles ficaram inconformados. O segundo texto foi mais tranqüilo, pois

foi uma leitura coletiva, com a projeção no quadro, mais uma vez havia termos

desconhecidos, os quais foram esclarecidos prontamente, até com a ajuda de

alguns alunos.

Até aqui, falamos muito sobre a energia elétrica e outras fontes, mas

eles não conseguiam entender como que a água poderia gerar energia, então

ficou mais claro no segundo vídeo, o qual ficou para a aula seguinte. Todos

demonstraram espanto em ver o funcionamento de uma hidrelétrica, não

imaginavam que precisava de tudo aquilo para produzir energia, e mais ainda,

pelo fato de se usar elementos da natureza, no caso a água, deu para ver a

dimensão da importância dessa substância tão desprezada por todos.

Interpretação

Após a leitura de todos os textos e discussão decidimos retomar aquele

relato do começo, sobre o que eles sentiram em ficar 10min sem energia

elétrica, para em grupos, complementarem aquele texto, com o conhecimento

que tinham agora. Falando sobre a principal fonte e se continuavam com o

mesmo pensamento do começo da aula anterior, o que mudou, ou deveria

mudar em relação á água, já que era tão importante, pois além de servir para

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tantas coisas em nossas vidas, ainda gerava energia elétrica, deveriam

escrever tudo numa outra folha e entregar, até o final da aula.

Expansão

Combinamos em ler outros textos, mas agora sobre a água, eles

estavam preocupados com a possibilidade dela acabar, já que é tão útil, mas

as pessoas não cuidam da natureza. Além de trazer vídeos sobre o

funcionamento de outras fontes de energia, citadas nos textos.

Dessa forma vamos recomeçar com a sequência e parece que não

conseguiremos mais parar.

ANEXO 4

Minhas Leituras

Leitor (a):.............................................................................................................

turma 6º: .......................................................... Data:.........................................

Título do livro: .....................................................................................................

Autor: ...................................................................................................................

Eu gostei desse livro por que:............................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

..............................................................................................................................

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ANEXO 5

Questionário

Nome: .........................................................................................idade: ........ Turma: ....................................................... Data: ........................................... 1) O que você gosta de ler? ( ) livros de literatura ( ) revistas ( ) gibis ( ) livros didáticos ( ) não gosto de ler 2) O quanto você lê? ( ) todos os dias ( ) 2 ou 3 vezes por semana ( ) 1 vez por semana ( ) nunca 3) Na escola municipal você lia mais? ( ) sim ( ) não ( ) igual 4) A leitura é importante? ( ) sim ( ) não Para Quê? .................................. .............................................................................................................................................................................................................................................................. 5) Qual é a disciplina que exige mais leituras? Enumere por ordem da mais para a menos: ( ) Ciências ( ) História ( ) Matemática ( ) Educação Física ( ) Inglês ( ) Arte ( ) Português ( ) Geografia ( ) Ensino Religioso 6) Qual(s) as atividades que você mais gosta de fazer na escola. ............................................................................................................................... .............................................................................................................................. 7) Antes de você aprender a ler, alguém lia para você? Quem e o quê? .............................................................................................................................................................................................................................................................. .8) Na sua casa, as pessoas adultas (mãe, pai, avós, irmãos mais velhos) lêem? Que tipo de leitura (livros, jornais, revistas, gibis, leituras da Igreja, etc.) .............................................................................................................................................................................................................................................................. 9) Você está lendo ou já leu algum livro de literatura? Qual é o título? Como você conseguiu esse livro? (comprou, emprestou de alguém, pegou na biblioteca da escola) ............................................................................................................................................................................................................................................................. 10) A leitura deve fazer parte da vida de todos nós, porque é através dela que podemos nos conhecer melhor e entender o mundo. O que podemos fazer, na nossa escola, para que todos leiam mais? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Page 31: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · envolver a comunidade escolar, ... enfatizando que se deve alfabetizar letrando e que ... perfazendo 32h, na sala de reuniões

ANEXO 6

Diário de Leituras:

Neste diário deve ser registrado o teor das conversas de cada um dos

Encontros de Leitores. O conteúdo é de responsabilidade do professor

responsável pelo grupo, podendo ser escolhido um dos integrantes como

relator.

O texto deve assumir um formato de diário, dentro das normas da

língua, de fácil entendimento, manuscrito, à caneta, podendo conter

ilustrações, marcas, figuras, caracterizando a linguagem desse gênero textual.

O registro deve conter, preferencialmente, o tema da conversa,

identificando os livros e textos mencionados durante o encontro, assim como,

as participações dos integrantes do grupo.

Capa

CE BENTO MUNHOZ DA ROCHA NETO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

Professora PDE: Iara Jane Nunes das Neves

D IÁRIO D E LE IT URAS

COLOMBO/2014