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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Defensor dos estudos de Vygotsky, Ivic (2010) declara que o homem é um ser essencialmente social. Impossível, portanto, de ser

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Título: O lúdico como mediação na sala de aula: a práxis pedagógica sustentada na diversidade do fazer docente.

Autor: Sandra Maria Moreira

Disciplina/Área:

Educação Física

Escola de implementação do Projeto.

Instituto de Educação Estadual de Maringá

Município da escola: Maringá

Núcleo Regional de Educação: Maringá

Professor Orientador: Vânia de Fátima Matias de Souza

Instituição de Ensino Superior: UEM

Relação Interdisciplinar:

Todas as disciplinas do currículo do Ensino Médio.

Resumo:

A falta de concentração por parte dos alunos

é uma questão muito discutida na atualidade,

visto que um dos principais problemas hoje é

o desinteresse dos alunos em relação às

perspectivas que a instituição escolar pode

proporcionar. Neste sentido, é importante

compreender e promover ações no sentido de

melhorar o relacionamento dos alunos e da

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

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escola pública. É necessário ampliar as

formas de ensino para criar múltiplas

oportunidades de conhecimento por meio de

alternativas de atividades assegurando uma

variedade de experiências que atenda as

necessidades da sociedade que nos é posta.

Trabalhar o lúdico em sala de aula poderá

auxiliar na solução dos questionamentos em

torno do desinteresse dos educandos e em

relação à perspectiva que eles possuem

sobre o conteúdo a ser aprendido. Portanto,

por meio do lúdico, supõe-se que o aluno

poderá desenvolver o raciocínio lógico,

fazendo com que pense com agilidade e

estratégia, melhorando seu poder de

concentração e sua criatividade, abstração,

organização de elementos, tomada de

decisão, visão espacial, podendo estimular

inclusive a memorização e assim, auxiliar

todas as disciplinas. Nesse sentido, a inclusão

do lúdico pode contribuir com os educadores

na promoção de uma educação que busque o

resgate dos valores humanos, assegurando

que atuem de forma física e mental por meio

de interações.

Palavras-chave:

Educação – Lúdico - Ensino-Aprendizagem

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Professores das diversas disciplinas do currículo do Ensino Médio.

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2.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA E DO OBJETO DE ESTUDO

O presente projeto justifica-se pela necessidade de compreensão da

dinâmica escolar sendo um processo amplo em virtude da variedade de

experiências, permitindo reconhecer as individualidades e agir no meio social.

A conscientização sobre a ordem social vigente tem a possibilidade de

promover ações que visem à transformação dessa forma hegemônica de existência.

Nesse sentido, a escola, como transmissora dos conteúdos científicos e

sistematizados, pode auxiliar nesse processo, propondo a elaboração de um projeto

político pedagógico pautado na totalidade e nas contradições das relações

societárias de classes.

Inserida nesta problemática, a instituição escolar desenvolve um papel

importante, pois é também responsável pela modificação e melhoria da vida dos

indivíduos, como tem sido estabelecido como função da escola ao longo dos anos.

Atuando na prática pedagógica por muitos anos, verifica-se um

distanciamento entre educadores e educandos. A maioria dos alunos

desinteressados pela escola e por parte dos educadores, quanto à mediação do

conhecimento científico, frustrados por não conseguir alcançar o sucesso desejado.

Assim, como professora de Educação Física existe várias inquietações. Uma

das queixas mais constantes, sem dúvida, é a falta d e interesse, concentração e

motivação dos alunos nas atividades acadêmicas.

Por isso, faz-se necessário estudar o tema, para que todos os indivíduos

tenham acesso, permanência e a construção do conhecimento na escola. O ensino

por meio do lúdico é uma das alternativas que ora se apresenta.

2. APRESENTAÇÃO

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Existem muitas questões que podem tentar justificar as razões pelas quais

ocorre a falta de concentração por parte dos alunos em sala de aula.

Desse modo, trabalhar o lúdico em sala de aula poderá auxiliar na solução

dos questionamentos em torno do desinteresse dos educandos e em relação à

perspectiva que eles possuem sobre o conteúdo a ser aprendido.

Portanto, por meio do lúdico, supõe-se que o aluno poderá desenvolver o

raciocínio lógico, fazendo com que pense com agilidade e estratégia, melhorando

seu poder de concentração e sua criatividade, abstração, organização de elementos,

tomada de decisão, visão espacial, podendo treinar inclusive a memorização e

assim, auxiliar todas as disciplinas.

O lúdico apresenta-se como uma possibilidade de ensino que visa à reflexão

e a ligação entre o que é imaginário e o que é real (VYGOTSKY,1998).

Nesse sentido, a inclusão do lúdico justifica-se à medida que pode auxiliar

os educadores na promoção de uma educação que busque o resgate dos valores

humanos, assegurando que atuem de forma física, mental por meio de interações

sociais bem como na melhoria do ensino e qualidade da escola pública.

Desenvolvendo por meio do lúdico a criatividade e concentração podemos

contribuir para recuperar a capacidade plena de aprendizagem e abrir novos

caminhos de sonhos e realizações.

2.2 PROBLEMATIZAÇÃO

Defensor dos estudos de Vygotsky, Ivic (2010) declara que o homem é um

ser essencialmente social. Impossível, portanto, de ser pensado fora do contexto da

sociedade em que nasce e vive. Em outras palavras, o homem não social, o homem

considerado como molécula isolada de seus semelhantes, o homem visto como

independente das influências que recebe, o homem visto como imune aos legados

da história e da tradição, este homem simplesmente não existe.

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Com efeito, diz-se que o ser humano é social porque logo ao nascer ele já é

inserido em um grupo social e cultural, a família, que lhe transmite uma série de

normas vivenciais, bem como a linguagem e outros valores.

Tanto a família como a escola, humaniza o homem à medida que transmite valores

no convívio social e desenvolve a inteligência. A comunidade, com suas maneiras de

ser e seus costumes, procura ajustar o indivíduo, apresentando normas de vida,

que, geralmente, devem ser acatadas.

De acordo com o modelo Histórico-Cultural, os traços de cada ser

humano estão intimamente relacionados ao aprendizado, à

apropriação do legado do seu grupo cultural. O comportamento e a

capacidade cognitiva de um determinado indivíduo dependerão de

suas experiências, de sua história educativa, que, por sua vez,

sempre terão relações com as características do grupo social e da

época em que ele se insere. Assim, a singularidade de cada

indivíduo não resulta de fatores isolados, mas da multiplicidade de

influências que recaem sobre o sujeito no curso do seu

desenvolvimento. (REGO, 2002, p. 50).

De acordo com Vygotsky (2001, p.70), “na educação [...] não existe nada de

passivo, de inativo. Até as coisas mortas, quando se incorporam ao círculo da

educação, quando se lhes atribui papel educativo, adquirem caráter ativo e se

tornam participantes ativos desse processo”.

Neste sentido, quando o aluno, não cumpre as regras que lhe são impostas,

como: pensar, raciocinar, concentrar, criar, aprender, passa a ser excluído deste

contexto.

O pensamento vygotskiano envolve uma série de outras ações que

interferem sobremaneira no desenvolvimento das funções

psicológicas superiores que são específicas dos seres humanos em

processo de socialização e que a educação, quando fundamentadas

em bases teóricas sólidas, pode ser o momento propício para que o

ser humano entre em contato com ferramentas sociais que

possibilitam seu pleno desenvolvimento (DRAGO; RODRIGUES,

2009, p.50).

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Uma das causas comum de dificuldades escolares é a dispersão. O universo

cotidiano dos alunos oferece estímulos rápidos e superficiais. Por isso, alguns se

sentem desconfortáveis quando solicitados em atividades de concentração e esforço

mental. Sentar, estudar e ouvir o professor torna-se uma tarefa difícil.

A globalização trouxe novos parâmetros de competitividade, e o

avanço científico não mais abriga perspectivas para a indecisão. Ou

a escola e empresa se modernizam e se transformam em centros

estimuladores e criadores de novas pessoas ou aceitam e acolhem a

certeza de que “seu tempo passou”. (ANTUNES, 2000, p.28).

Desta forma, ao incluir o lúdico, é o mesmo que ampliar os horizontes de

cada aluno? É mostrar que para cada situação-problema existe a solução de

diversas formas? Que a estratégia se faz necessária para que se vençam

obstáculos? É mostrar o caminho? Pensar sobre e como percorrê-lo?

Portanto, conforme afirma Veiga (2000) político e pedagógico tem assim uma

significação indissociável. Segundo essa perspectiva, é necessário ainda que o

corpo técnico-docente da escola esteja comprometido com uma posição política

pautada no atendimento à necessidade de todos os indivíduos, indistintivamente.

Neste sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica

fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções

de ensino, de aprendizagem (internalização) e de avaliação que

permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da

necessidade de “...uma transformação emancipadora”. (PARANÁ,

2008, p.15).

Para Viana & Castilho (2002) o professor deve descobrir que os alunos

aprendem de diversas formas. Alguns aprendem e se expressam melhor pelo canal

auditivo e desta forma, a música e os versos seriam grandes auxiliadores. Outros

pelo olhar, e podem ser estimulados por cartazes, vídeos, cores e formas. Há

alunos que são estimulados pela via cinestésica, ou seja, pelo movimento, e, assim,

o ritmo, movimento, trabalhos práticos, dramatizações funcionam bem. Torna-se

necessário que o professor diversifique sua metodologia para que suas aulas se

tornem mais ricas e atrativas e, consequentemente, os alunos desenvolvam maior

conhecimento.

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2.3 OBJETIVOS

2.3.1 Objetivo Geral

Apresentar aos professores do Ensino Médio do IEEM a metodologia do

lúdico para a motivação e aprendizado dos educandos.

2.3.2 Objetivos específicos

Buscar por meio da metodologia do lúdico, subsídios para a prática

pedagógica dentro do desenvolvimento físico-motor, cognitivo, social, afetivo;

Potencializar o desencadeamento de ações que visem mudanças de

atitudes na prática pedagógica.

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3.1 O LÚDICO E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM.

3.1.1 Definição de Ludicidade.

Para Negrine (2000, p.21)

a capacidade lúdica do adulto está relacionada a sua pré-história de

vida, ou seja, um estado de espírito relacionado à cultura do corpo.

Faz parte da apropriação de um saber, que progressivamente vai se

instalando na conduta do indivíduo, face ao seu modus vivendi.

Marcellino (1997, p.59) se apropria da palavra “jogo do saber” como uma

forma de recuperar o caráter lúdico do ensino-aprendizagem. Define ludus, “que em

sentido próprio significa jogo, divertimento e, por extensão, escola, aula. Considera

que a atividade lúdica é o jogo, o brinquedo, a brincadeira e que não tem “caráter

produtivo” em termos materiais”.

“Lúdico: relativo a brinquedos, jogos, sem mira de resultados materiais”.

(DICIONÁRIO ESCOLAR DA LINGUA PORTUGUESA).

“O lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se constitui

nas interações sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice”

(PARANÁ, 2008, p.55).

Acosta (2000, p.47) “para mim o lúdico não é definível. Não é possível dizer

ou precisar o que seja o lúdico, apenas fazer aproximações sobre seu valor e

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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funções. O lúdico seria fundamentalmente experienciável, vivido, depende de cada

um”.

“Lúdico significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos

e brincadeiras, e é relativo também à conduta daquele que joga, que brinca e que se

diverte” (SANTOS, 2000, p.57).

3.1.2 A Importância do Lúdico no Processo Ensino-Aprendizagem

De acordo com Negrine (2000, p.18) “a atividade lúdica é uma criação

humana, e não apenas um determinismo puramente biológico”.

O mesmo autor destaca que o conceito de ludicidade foi sendo formado

conforme o desenvolvimento humano. Do homo sapiens, quando as brincadeiras e

os divertimentos ocupavam lugar de destaque pela grande maioria, até o séc XVII e

XVIII, quando se adotou uma atitude quanto aos jogos, proibindo os maus e

reconhecendo os bons.

Valorizou-se o homo ludens, o homem que se diverte e brincar passa a ser

considerado fundamental no processo de desenvolvimento humano. No final do

séc.XIX surgiram teorias que passaram a estudar o jogo do ponto de vista científico.

Assim, no passado a ludicidade já foi vista como alguma coisa sem muita

importância no processo de desenvolvimento humano, hoje é estudada como algo

fundamental no processo, fazendo com que cada vez mais se produzam estudos

científicos para entender sua dimensão no comportamento humano e se busquem

novas formas de intervenção pedagógica como estratégia favorecedora de todo o

processo.

Se alguém é estimulado a ser livre de entraves, a atuar com prazer, a

buscar a harmonia de tônus e a economia de esforço é por este

caminho que seguirá. Se tiver sentidos estimulados, através

principalmente de atividades lúdicas (lembre-se: lúdico=prazer), será

um corpo mais atuante, mais desperto, mais criativo. Mas se é

constantemente reprimido, acachapado, tende a restringir-se no

espaço e na atuação (VIANNA & CASTILHO, 2002, p. 27).

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A aprendizagem deve ser desenvolvida de forma prazerosa e para isto se

propõe a aprendizagem por meio do lúdico.

Segundo Fortuna (2000, p. 82-83)

aprender de forma prazerosa culmina na ludicidade. Questionando

os padrões de funcionamento da escola ao redimensionar a

aprendizagem, e resgatando o prazer de aprender, o jogo na

educação concorre com o sucesso escolar, convertendo-se em

importante mecanismo de inclusão social, na soma de esforços para

transformar a escola.

Cabe ressaltar que para Vygotsky (1996, p. 108)

o homem haverá de conquistar seu futuro com ajuda de sua

imaginação criadora; orientar no amanhã uma conduta baseada no

futuro e partir desse futuro é função básica da imaginação e,

portanto, o princípio educativo do trabalho pedagógico consistirá em

dirigir a conduta do escolar na linha de prepará-lo para o porvir, já

que o desenvolvimento e o exercício de sua imaginação são uma das

principais forças no processo de alcance desse fim.

E que ainda, “a formação de uma personalidade criadora projetada em direção ao

amanhã se faz pela imaginação criadora encarnada no presente” (VYGOTSKY,

1996, p. 108).

Para Mello (1999) devemos reencontrar o lúdico, enfatizando seu valor

revolucionário e resgatar a criatividade, pois este se torna um instrumento de

mudança para qualquer ordem social dominante.

É neste contexto que Antunes (2000, p.37) defende o jogo como

ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe

estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua

experiência pessoal e social, ajuda-o a construir suas novas

descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza

um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de

condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Segundo Moyles (2007, p. 21)

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nas crianças mais novas, o brincar está positivamente associado ao

desenvolvimento e maturação gerais do meio ao qual está inserido.

No brincar das crianças mais velhas e dos adultos, o corpo fica

estimulado e ativo porque motiva e desafia o participante tanto a

dominar o que é familiar quanto a responder ao desconhecido em

termos de informações, conhecimentos, habilidades e entendimentos

e se dá por meio das mais variadas atividades lúdicas.

Em todas as idades, o brincar é realizado por puro prazer e diversão e cria uma

atitude alegre em relação à vida.

Muitas vezes, com a melhor das intenções, traçamos nossos planejamentos

de aulas de acordo com o que faz sentido para nós, de acordo com o que estamos

acostumados a realizar. Mas, o que precisamos buscar são estratégias variadas de

atuar, em virtude de que nossos alunos não pensam de uma única forma e

percebem o mundo de diferentes modos e, assim, nem todos serão beneficiados

quando atuamos de uma única maneira.

Para Oliveira (2005, p.78-79)

de acordo com os estudos de Vygotsky para desenvolver-se

plenamente como ser humano o homem necessita, dos mecanismos

de aprendizado que movimentarão seus processos de

desenvolvimento, ou seja, dos signos e instrumentos que são

fornecidos pelo grupo cultural, sendo que este sofre interferência

direta e indiretamente na reconstrução pessoal da experiência e dos

significados.

Assim, quanto mais contato pessoal, mais movimento com criatividade e

estímulos diversos, as estruturas dos processos psicológicos superiores como

memória, atenção e percepção, estudadas por Vygotsky, serão interligadas

provocando um aprendizado eficaz.

Oliveira (2005), baseada nos estudos de Vygotsky cita que conforme o ser

humano vai se desenvolvendo, a percepção e atenção tornam-se cada vez mais um

processo complexo, que se distancia dos mecanismos neurológicos inatos nas suas

terminações fisiológicas dos órgãos sensoriais e passa a ser uma relação direta

entre o indivíduo e o meio, passando a ser mediada por conteúdos culturais.

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A atenção vai gradualmente sendo substituída a processos de controle voluntário,

em grande parte fundamentada na mediação simbólica.

Ao longo do desenvolvimento, o ser humano passa a ser capaz de dirigir,

voluntariamente sua atenção, para elementos do ambiente que ele tenha definido

como relevantes. Semelhante é o desenvolvimento da memória. O ser humano

possui a memória natural, não mediada e a memória mediada pelos signos.

Destacamos a memória mediada, porque a mesma possui ação voluntária, ou seja,

o indivíduo apóia-se em elementos para lembrar conteúdos de forma deliberada.

Diante dos estudos de Luria, sobre a neuropsicologia, Oliveira (2005, p.83)

destaca a formação do cérebro como “um sistema aberto que está em constante

interação com o meio e que transforma suas estruturas e mecanismos conforme as

interações”.

Ao nascer o cérebro ainda é imaturo e a sua capacidade de plasticidade

neural do sistema central, faz com que o sistema funcional existente seja ativado

conforme o interesse intrínseco. O ser humano é dotado de todas as estruturas para

os mais diferentes e complexos ensinos, bastam que sejam dadas as mais variadas

oportunidades para que estas entrem em ação. Assim, numa sociedade sem escrita,

o ser humano só irá desenvolver esta função em sociedade letrada.

Desta forma, o aluno deve ser “desperto” para que os processos mentais

ocorram, nem muito excitado e nem muito inibido, ou seja, somente ouvindo e todos

os demais órgãos em estado de apatia. Luria enfatiza que para a atividade

psicológica acontecer, deve haver a percepção visual, a síntese da informação

recebida pelo sistema visual e os movimentos dos olhos pelas várias partes do

objeto a ser percebido. Estas três, unidas em conjunto, formam a atividade mental.

Com relação aos estudos das atividades humanas de Leontiev, Oliveira

(2005, p. 96) cita que “o ser humano é dirigido por motivos intencionais, por fins a

serem alcançados e de forma planejada. Este é um traço que o distingue dos outros

animais”. Destaca ainda que alcançar um objetivo no trabalho cooperativo faz com

que a satisfação individual seja alcançada mesmo que cada um tenha se dedicado

em apenas uma parte da questão.

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O lúdico na educação é utilizado para valorizar a perspectiva do

aluno. Reencontrar o lúdico, entender seu valor revolucionário, torna-

se imperativo se deseja preservar os valores humanos do homem.

Da mesma forma, por meio dele podemos resgatar a criatividade,

ousando experienciar o novo, acordar do estado vegetativo,

improdutivo, disfuncional do corpo ou da mente e escolher tornar-se

homem, resistindo às experiências de vida desumanizantes,

acreditando em si, em suas idéias, sonhos e visões, elementos, entre

outros, percebidos como intrínsecos dos homens e da humanidade.

O lúdico precisa ser utilizado durante o processo ensino

aprendizagem de conteúdos científicos. Ele não é o fim, mas um

meio para alcançar objetivos de forma prazerosa. (MELLO, 2003,

p.31).

Desta forma, diante do exposto, destacamos a importância da metodologia

por meio do lúdico para que o aluno possa se apropriar com maior interesse dos

conteúdos e consequentemente, da aprendizagem.

3.2- FORMAÇÃO CONTINUADA: A EXPERIÊNCIA DAS ESTRATÉGIAS

PEDAGÓGICAS NAS AULAS PARA MOTIVAR A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS.

3.2.1 O Professor e o Lúdico

Olivier (2003, p.15) destaca: “Uma frase que ouvimos desde a infância:

„primeiro o dever e depois o prazer‟”.

Onde entra o estudo? No prazer ou no dever? Dever e prazer são colocados com

antíteses, em linhas paralelas que não se cruzam nunca.

A instituição educacional representada pela escola é compreendida como

um lugar sério onde o saber deve ser acompanhado de regras, ordens, sofrimento.

Segundo o Dicionário Aurélio, prazer é um substantivo masculino e é a

sensação ou sentimento agradável, harmonioso, que atende a alegria. O “dever” é:

ter obrigação de; estar na obrigação de restituir. Assim, se o prazer é agradável,

atraente, o dever só pode ser desagradável, desprazeroso e se dessem a escolha, é

claro que optaríamos por não fazer. E é no prazer que encontramos a “inclinação

vital”, ou seja, essencial à vida.

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Assim, o brincar, o prazer, o lúdico, deve vir após os trabalhos acadêmicos.

Na maioria dos professores, o brincar é relegado às atividades de aprendizagem.

Brinquedos e jogos são bem-vindos quando os alunos terminam seu “trabalho”.

Existem importantes fundamentações teóricas que auxiliam na efetivação de um

processo pedagógico significativo para o discente.

De acordo com Oliveira (2005, p.38-39) apropriando-se da proposta

Histórico-Cultural cita que

o processo de desenvolvimento do ser humano se dá „de fora para

dentro‟, ou seja, ao longo do seu processo o indivíduo toma posse

das formas de comportamentos fornecidos pela cultura de tal forma

que as funções interpessoais transformam-se em atividades internas

intrapsicológicas.

Para o mesmo autor, “a escola enquanto agência social explicitamente

encarregada de promover o aprendizado das crianças e jovens das sociedades

letradas tem um papel essencial na promoção do desenvolvimento psicológico dos

indivíduos”. (OLIVEIRA, 2005, p.105).

Para melhor mensurar o trabalho do professor, Tardif (2007) analisa com o

trabalhador industrial e elabora um quadro comparativo de ambos.

Shigunov (1994), também se refere à motivação intrínseca do aluno, ou

seja, a própria capacidade de aprendizagem que o aluno pode vir a apresentar

quando inserido e estimulado na instituição escolar.

Sobre tal colocação Veiga (2000, p.11-35) “à escola caberia o trabalho de

possibilitar ao aluno interesse intrínseco a sua própria ação, tendo como uma das

diretrizes fazer com que seja atingido um alto nível de interesse pela tarefa”. Ainda

de acordo com a autora, para que o aluno sinta-se motivado e concentrado com o

seu processo de aprendizagem, a atividade deve constituir-se como um problema

para o aluno, como um desafio que provoque a curiosidade e atenção e que

estimule a atividade mental.

Para Marcellino (1997, p.62)

o professor deve colocar o jogo na sala de aula como uma forma do

aluno desejar jogar. O que acontece por insegurança, é que o

professor coloca o seu jogo: o jogo autoritário, onde exercita o “jogo

do poder” sendo que alguns concordam com as regras por

conformismo e outros se negam fazer parte, sendo os desmacha-

prazeres, aqueles que quebram a harmonia e usam se utilizam da

indisciplina como reação.

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Para Vianna & Castilho (2002) o professor deve considerar a estimulação

dos sentidos dos alunos. Os sentidos são “as portas” e estas captam os estímulos,

levando-os ao cérebro fazendo com que o aluno deseje aprender. O educador deve

estar atento em suas aulas. Deve observar as diferentes formas de aprendizagens

que seus alunos possuem. De vez quando, deve dinamizar a aula e praticar outras

formas de metodologia.

Dessa forma, os que aprendem melhor movimentando-se, e mesmo os

outros tipos aprendizagem, como visual, auditivo, vão oxigenar melhor o seu

cérebro, e mexer seus músculos. Poderão com isso, mudar de atividade por algum

tempo, e obter novas motivações. Deve-se causar uma reação positiva nos alunos

para que estes tenham uma maior interação com a classe e um aprendizado mais

eficiente.

Portanto, o professor pode evitar atividades rotineiras e sempre que

possível, propor questões desafiadoras aos alunos, instigando-os à sua resolução.

Assim, destacamos algumas vantagens ao utilizar o lúdico como instrumento

metodológico:

Induz motivação e diversão;

Integração social no grupo;

Desenvolvimento do senso crítico;

Estimula a criatividade;

Auxilia na formação do ser humano emancipado com responsabilidade;

Diferente forma de ensinar;

Proporciona liberdade de expressão e renovação;

Promove interesse pela aula participando de forma natural;

Possibilita o desenvolvimento do aluno respeitando seu nível de dificuldade

na aprendizagem.

Segundo Gardner (1983) a inteligência não é considerada como algo fixado

no nascimento e com o qual a pessoa deve permanecer pela vida, não havendo

nada a fazer a respeito. Pode ser aumentada, expandida e ampliada. Ela pode ser

ensinada. Em qualquer idade e em quase todos os níveis de habilidades, as funções

mentais podem ser melhoradas. Todos podem aprender, descobrindo como ativar

percepções e conhecimentos em outros níveis além dos que, usualmente, estão

habituados a acessar.

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Antunes (2000) cita que as novas revelações sobre o estudo do cérebro em

relação aos estímulos, precisam caminhar ao lado de outras ações neurológicas que

examinam a atenção, memória, consciência e principalmente inteligência, que é o

caso do lúdico.

As mutações decorrentes do mundo moderno vão progressivamente

afastando os indivíduos do convívio lúdico, principalmente nas

grandes metrópoles. A concepção de que o brincar está reservado às

crianças nada mais é do que a perda da naturalidade humana,

imposta pelo homem ao próprio homem, já que – a história nos diz –

o adulto costumava dedicar muitas horas ao lazer. (NEGRINE, 2000,

p. 21).

Assim, o professor, como agente mediador, transformador, não pode

esquecer que, independente das limitações, que os alunos possam apresentar,

estes são capazes de desenvolver potencialidades, desde que as possibilidades

sejam oferecidas. Deve-se estimular os sentidos de diferentes formas para otimizar o

aprendizado.

Deve-se utilizar o nariz ou o paladar para ensinar química e suas

combinações; levá-los a experimentar os jogos com bola, corda,

duplas, grupos as leis da física concernente ao peso, à gravidade, à

ação e reação. Usar música para ensinar literatura, e até o corpo dos

alunos para ensinar matemática. As atividades são tão infinitas

quanto infinita é a criatividade do professor e dos alunos (VIANNA;

CASTILHO, 2002, p.28).

A educação busca um novo paradigma, que estabelece o problema da

qualidade, uma pedagogia de qualidade e, portanto, educação de qualidade é

aquela mediante a qual a escola promove, para todos, os domínios dos

conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas

indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos,

bem como a inserção no mundo e a constituição da cidadania também como poder

de participação.

Os tempos modernos impõem outras formas de lazer, deslocando o

eixo do lazer compartilhado com outras formas de lazer individual

provocando estados tencionais, gerando problemas emocionais das

mais variadas ordens. Acreditamos que o significado existencial do

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homem se fundamenta nas atividades compartilhadas,

principalmente naquelas em que o nexo são as atividades lúdicas.

(NEGRINE, 2000, p.21).

Para Tardif (2007) o objeto de trabalho do professor é o saber. O saber do

professor é social porque é partilhado entre os outros da mesma formação, é

legitimado porque resulta também de diversos grupos que o cerca e diante disto, é

social porque os próprios objetos são sociais. “Contrário ao operário de uma

indústria, o professor não trabalha com um „objeto‟, ele trabalha com sujeitos e em

função de um projeto: transformar alunos, educá-los e instruí-los” (TARDIF, 2007, p.

13).

Assim, o autor cita que o professor deve evoluir, porque o ensino evolui com

o tempo e o que era verdadeiro antes já não o é hoje. O professor deve ousar em

sua prática. A alegria e o prazer devem ser sempre os principais ingredientes para

uma aprendizagem duradoura.

Para Viana & Castilho (2002, p.29)

a criança aprende a falar brincando e tendo prazer em imitar os pais

e em ouvir sua própria voz. Quanto mais prazeroso for seu processo

de descoberta, mais ela será tentada a experimentar o novo. Por que

negar à criança maior, ao adolescente, ao adulto, a chance de

continuar a aprender brincando, tendo prazer? Isto nada tem a ver

com a indisciplina, com o caos.

Com relação aos resultados dos avanços dos estudos sobre a

ludopedagogia e neurologia como elementos de construção de conhecimentos,

estruturação de personalidade e organização de metas de trabalho Antunes define:

1º) O jogo constitui insubstituível estratégia para ser utilizada como

estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão

das diferentes habilidades operatórias, e se usado dentro de certos

fundamentos básicos representa significativa ferramenta de

progresso pessoal e de alcance de objetivos educacionais.

2º) O uso do jogo nas escolas, não requer dificuldades que possam

ir além de algum treinamento e, portanto, dispensam mudanças

estruturais significativas, criação de cargos ou investimentos

polpudos para o setor de recursos humanos.

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3º) O emprego dos jogos operatórios na escola não pode ser

praticado de forma aleatório e que desrespeite os fundamentos

científicos de sua ação na construção do conhecimento e

aperfeiçoamento das habilidades.

4º) Qualquer atividade estimulada que inclua jogos necessita

respeitar as recentes descobertas neurológicas e, portanto, sobre a

atenção, consciência, memória e, principalmente, inteligência.

Sendo assim, incluindo os momentos lúdicos claramente definidos,

busca-se o aprimoramento do homem em sua integridade e, pelo

mesmo, a melhoria da qualidade de vida, de seu autoconhecimento,

sua auto-estima e automotivação, e, como inquestionável

conseqüência desse entrelaçamento, o aumento de sua

produtividade. Quem se conhece mais, ama-se mais e produz de

uma maneira coerente e sobretudo consciente. (2000, p.26-27).

Para Negrine (2000) para que a qualidade da relação nas atividades lúdicas

seja valorosa, devem ser mais interativas possíveis, pois desta forma, serão mais

significativas e trarão maiores benefícios.

“É preciso encarar a ludicidade para além do senso comum. Jogos e

brinquedos não são privilégios somente das crianças, embora o brinquedo seja

considerado a essência da infância” (SANTOS, 2000, p.58).

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A produção do material didático faz parte do programa estipulado PDE

(Programa de Desenvolvimento Educacional) da Secretaria de Estado da Educação

do Estado do Paraná (SEED).

Este material trata-se de uma Unidade Didática e para atingir os objetivos

propostos, a mesma será aplicada durante 32 horas com professores e alunos

do Ensino Médio.

A apresentação da metodologia do lúdico aos professores do Ensino Médio

do Instituto de Educação Estadual de Maringá para a motivação e aprendizagem

dos educandos será realizada por meio de Curso de Extensão da Universidade

Estadual de Maringá distribuído em 20 horas de encontros. As demais horas serão

utilizadas na preparação e elaboração do curso; e, ainda, na aplicação prática das

estratégias com alunos.

Durante a aplicação do Projeto de Intervenção, os alunos responderão dois

questionários. O primeiro será entregue antes da aplicação do projeto e o segundo,

no final da aplicação do projeto.

Ao final, com as respostas dos questionários e das avaliações aplicadas aos

alunos, realizaremos o feedback por meio de gráficos que irão delinear a dinâmica

escolar, propondo ações de intervenção na prática educativa buscando elevar a

qualidade do ensino na escola pública.

Desta forma, a realização da intervenção ocorrerá na forma descrita a seguir:

4. PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Encaminhamentos metodológicos

32 HORAS

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

INSCRIÇÃO, PREPARAÇÃO

E ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL

02 HORAS

PREPARAR E ORGANIZAR O ESPAÇO E MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS DURANTE

O CURSO

COMUNICAR A INSTITUIÇÃO

ESCOLAR SOBRE O INÍCIO DAS

ATIVIDADES, SOLICITAR A

AUTORIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO,

MATERIAIS DÍDÁTICOS, BEM

COMO PREPARAR O ESPAÇO FÍSICO DE FORMA LÚDICA EM CADA ENCONTRO.

Atividade Geral

Organizar estruturalmente o local do curso com os professores e realizar a

inscrição.

Material utilizado:

Ficha de inscrição, sala de vídeo, Data Show, quadra esportiva, aparelho de som,

pendrive, sulfites, canetas coloridas, papel Kraft.

ATIVIDADE

DISTRIBUIÇÃO DA APLICAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

PREPARAÇÃO

E ORGANIZAÇÃO

DIDÁTICA

02 HORAS

PREPARAR O

MATERIAL DIDÁTICO A SER APLICADO EM CADA ENCONTRO

PREPARAR E ORGANIZAR OS

MATERIAIS DIDÁTICOS QUE COMPÕEM CADA

ATIVIDADE: FICHAS, CARTAZES, VÍDEOS,

CÓPIAS, ETC.

Atividade Geral

Preparar, separar, organizar o material didático a ser aplicado aos professores

durante o curso.

Material utilizado: cópias dos textos a ser estudado, recortar folhas de papel Kraft,

VÍDEOS

www.youtube.com/watch?v=BD4MMZJWpYU

- A construção do fracasso escolar: mecanismos do não aprender e desafios do

professor - Silvia Gasparian Colello

https://www.youtube.com/watch?v=MeFrmYjyp58

- Planejando a Atividade Lúdica

Ambiente Virtual de Aprendizagem da UNITINS

https://www.youtube.com/watch?v=I2ecd7KKiJo

ATIVIDADE

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- Atividades Lúdicas: Abordagens e Repertório - Aula dos cursos de pós EAD do Grupo Educa+ http://www.youtube.com/watch?v=y2JBXE2AaRc

ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

1º ENCONTRO COM

PROFESSORES

04 HORAS

REALIZAR ATIVIDADES LÚDICAS,

APRESENTAR O PROJETO DE

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA, E,

REFLETIR E DISCUTIR SOBRE A REALIDADE ESCOLAR POR MEIO DO TEXTO: LÚDICO E

ESCOLA: ENTRE A OBRIGAÇÃO E O

PRAZER – Giovanina Gomes de Freitas Olivier

SERÃO REALIZADAS DINÂMICAS DE

SOCIALIZAÇÃO E ATIVIDADES

LÚDICAS, APRESENTAÇÃO DO

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA,

VÍDEO E RODA DE CONVERSA PARA

LEITURA, REFLEXÃO E DISCUSSÃO DA

ATUALIDADE ESCOLAR.

Atividade 1

- Dinâmica de socialização: AUTO-RETRATO DESENHADO

MATERIAL: Papel ofício, lápis, borracha e lápis de cor ou de cera.

DESENVOLVIMENTO:1. Grupo em círculo, sentados. 2. Solicitar que desenhem na

folha de papel uma figura humana de frente, da cabeça aos pés ou deitar-se e pedir

que alguém faça o contorno de seu corpo. Ao terminar, colocar o desenho no chão

ATIVIDADE

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à sua frente. Olhar para a figura, entrar em contato com ela, dar-lhe uma

identidade, uma vida e um nome. 3. Pedir a todos que, juntos, cada um no seu

desenho, respondam por escrito às solicitações que lhes serão feitas, descritas a

seguir:

• saindo da cabeça do personagem, fazer um balão com três ideias que ninguém irá

modificar;

• saindo da boca, fazer um balão com uma frase que foi dita e da qual se

arrependeu e outra frase que precisa ser dita e ainda não foi;

• do coração, sair uma seta, indicando três paixões que não vão se extinguir.

Chamar a atenção do grupo para o fato de que o objeto da paixão não precisa

necessariamente ser alguém, podendo tratar-se de uma ideia, uma atividade etc.;

• na mão direita do personagem, escrever um sentimento que este tem disponível

para oferecer;

• na mão esquerda, escrever algo que ele tem necessidade de receber;

• no pé esquerdo, escrever uma meta que deseja alcançar;

• no pé direito, escrever os passos que precisa dar em relação a essa meta.

4. Quando todos terminarem o que foi solicitado, pedir que mantenham contato com

o personagem desenhado, procurando os pontos semelhantes e diferentes entre

ambos. Escrever no verso da folha as semelhanças e as diferenças encontradas.

Plenário:

• apresentar para o grupo o seu personagem na terceira pessoa;

• falar das semelhanças e das diferenças que o ligam a ele;

• o facilitador pontua os aspectos importantes nas falas de cada participante.

Comentário:

Ao fazer o retrato solicitado e lhe dar vida, cada pessoa irá refletindo sobre si

mesmo. É uma atividade rica, prazerosa, leve e descontraída.

Fonte: ALBUQUERQUE, Regilda Lopes de. Sexualidade e adolescência nas 5ª

séries. Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Unidade Pedagógica.

SEED-PR, 2008/2009. (pag. 16, 17)

Atividade 2

-Dinâmica de grupo: CONSTRUINDO UMA CASA.

MATERIAL: sulfites coloridos e lápis coloridos

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DESENVOLVIMENTO: Cada participante recebe uma folha de sulfite e um lápis de

cor.

Ao som da música, deverão começar a desenhar uma casa e ao sinal deverão

passar a folha para o próximo.

Seguir até que todos possam desenhar nos diversos papeis.

Não terminar com a própria casa, porque a casa representa o aluno e o aluno não é

nosso. A cada ano terá um professor.

Alguns criticaram a casa do outro? Não criticar porque o que recebemos deve ser

melhorado sempre.

Fonte: autor desconhecido

Atividade 3

- Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica

Por meio de Power Point será apresentado o Projeto de Intervenção Pedagógico

para conhecimento dos participantes.

Atividade 4

Vídeo: como estão nossos alunos? Gabriel Pensador

Atividade 5

Discussão sobre a realidade escolar referente à motivação dos alunos.

Atividade 6

- Estudo do artigo: LÚDICO E ESCOLA: ENTRE A OBRIGAÇÃO E O PRAZER –

Giovanina Gomes de Freitas Olivier. (Vide Anexo A, p.45).

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

2º ENCONTRO COM

PROFESSORES

04 AULAS

REALIZAR ATIVIDADES LÚDICAS,

REFLETIR SOBRE O ENSINO POR MEIO DE

ESTUDO DE TEXTO POSSIBILITANDO, DESTA FORMA, O

DESENCADEAMENTO DE AÇÕES DIDÁTICAS

VOLTADAS PARA O LÚDICO.

SERÃO REALIZADAS ATIVIDADES

LÚDICAS PARA A MOTIVAÇÃO E

APRENDIZADO, SERÁ ASSISTIDO UM

VÍDEO DOCUMENTÁRIO E ESTUDO DO LIVRO:

SABERES DOCENTES E FORMAÇÃO

PROFISSIONAL – Maurice Tardif.

EM TRÊS GRUPOS SERÃO ESTUDADOS

RESUMOS DO LIVRO, PARA AUMENTAR O

CONHECIMENTO.

Atividade 1

- Atividade lúdica

NOME: GRUPOS POR INICIAIS DE NOMES

DESENVOLVIMENTO: Cada pessoa ao chegar recebeu um papel, escreveu seu

nome e colocou em uma caixinha. Depois, cada pessoa deve pegar novamente um

papel da caixinha e formar grupos com as iniciais de cada nome que ali está

escrito. Vence o grupo que conter mais pessoas com as mesmas iniciais.

Podemos adaptar a brincadeira colocando frases: o início em um papel e o

final da frase em outro papel. Deverão completar as frases.

ATIVIDADE

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Números crescentes. Deverão se posicionar em ordem crescente.

Colocar nome de estado em um papel e no outro a capital

Colocar nomes relacionados ao ecossistema

Trabalhar conjuntos

Podemos adaptar esta brincadeira para o assunto que desejarmos.

Elabore questões do conteúdo e coloque nos balões e em outros balões

coloque a resposta.

Peça que os alunos (em duplas) elaborem as questões do conteúdo com as

respostas e refaça a atividade lúdica.

Fonte: ADAMUCCI. Sandra Maria Moreira. O lúdico como mediação na sala de

aula: a práxis pedagógica sustentada na diversidade do fazer docente.

Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Unidade Pedagógica. SEED-

PR, 2014.

Atividade 2

Atividade lúdica

NOME: DOMINANTES E DOMINADOS. (Domínio nos diversos acontecimentos da

História)

DESENVOLVIMENTO: Escolha umas 05 pessoas para serem os dominadores e os

demais serão os dominados. Os dominadores darão as ordens de como querem

ser pegos: os dominados deverão correr saltando com um dos pés ou correndo de

costas, ou agachados... e assim por diante. Não se esqueça de trocar os

personagens que serão os dominadores conforme o desenvolvimento da atividade.

VARIAÇÃO: Pode separar em duas equipes e ora uma equipe será dominadora e

ora a equipe será dominada pela outra.

Ao executar algumas das ordens, sentar com o grupo em círculo e refletir:

Como foi a nossa atividade?

Tem alguém que não gostou?

Qual foi a parte mais interessante?

Como podemos relacionar o passado e a atualidade

Fonte: Desconhecida.

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Atividade 3

Vídeo:

- a construção do fracasso escolar: mecanismos do não aprender e desafios do

professor - Silvia Gaparian Colello

https://www.youtube.com/watch?v=MeFrmYjyp58

Atividade 4

Estudo do livro: Saberes Docentes e Formação profissional – Maurice Tardif. (Vide

Anexos A, B, C, p.45-60).

Atividade 5

Tarefa: os participantes deverão trazer para o próximo encontro dois temas,

(conteúdos da disciplina) que serão desenvolvidos em duas aulas e que já estão

incluídos no plano de trabalho docente.

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

3º ENCONTRO

COM PROFESSORES

04 HORAS

VIVENCIAR O LÚDICO

POR MEIO DE DINÂMICAS;

PROPOR E ORGANIZAR AÇÕES A SEREM

APLICADAS NA SALA DE AULA COM

ALUNOS.

SERÃO REALIZADAS ATIVIDADES

LÚDICAS E APÓS UMA REFLEXÃO

SOBRE AS ATIVIDADES

DESENVOLVIDAS ATÉ O MOMENTO, PROPOR AÇÕES

LÚDICAS A SEREM APLICADAS NO

COTIDIANO ESCOLAR BEM

COMO A ELABORAÇÃO DAS

MESMAS.

Atividade 1 - Atividade lúdica

NOME: IMAGINE

DESENVOLVIMENTO: Com uma história referente ao conteúdo a ser ensinado. No

exemplo aqui o tema é: INTRODUÇÃO AO JOGO DE XADREZ. (Vide Apêndice C

– pág 44).

Conforme o orientador fala a palavra, todos deverão se movimentar de acordo com

as orientações passadas, da seguinte forma:

REINO – GIRAR UMA VEZ

CASTELO – FICAR NA PONTA DOS PÉS

REI – FLEXIONAR A PERNA COM AS MÃOS NA CABEÇA

RAINHA - FLEXIONAR A PERNA COM AS MÃOS NA CABEÇA

POVO – DOIS OU TRÊS DE MÃOS DADAS E GIRAR

ATIVIDADE

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INIMIGOS – SALTAR TRÊS VEZES

SOLDADOS – MARCHAR

Atividade 2 – Atividade lúdica

NOME: Encontre o par

DESENVOLVIMENTO: Divida a sala em dois grupos. Um grupo se posicionará na

linha final da quadra e outro grupo se posicionará na linha central da quadra.

Coloque números espalhados no chão da quadra e outro na mão do aluno que está

na linha central da quadra. O aluno posicionado no final da quadra receberá o

exercício sem a resposta. Deverá resolvê-lo e sair correndo do final da quadra

pegar o número resposta no chão, procurar o colega que possui a mesma resposta

e chegar de mãos dadas do outro lado da quadra. Utilizado na Matemática,

Geografia, Português, Ciências...

Refazer a atividade alterando as regras conforme a necessidade. Os alunos podem

dar opiniões sobre as regras. Procure fazer com que um ajude ao outro e cheguem

ao final quatro alunos.

VARIAÇÕES: FRUTAS, ESTADOS, CAPITAIS, TABUADAS, PARTES DO CORPO

HUMANO.

Fonte: Desconhecida

Atividade 3 – Apresentação dos questionários

Apresentar aos professores os questionários que serão aplicados aos alunos (Vide

Apêndice A – pág.40-41 e Apêndice B – pág.42-43 ).

Atividade 4 - Vídeos

Tema - Atividades Lúdicas: Abordagens e Repertório - Aula dos cursos de pós EAD do Grupo Educa+ http://www.youtube.com/watch?v=y2JBXE2AaRc

Ambiente Virtual de Aprendizagem da UNITINS

https://www.youtube.com/watch?v=I2ecd7KKiJo

Atividade 5 – Elaboração de atividades lúdicas

Elaborar as atividades lúdicas que serão aplicadas na sala de aula ao ministrar a

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aula de forma lúdica.

Atividade 6 – Elaboração da avaliação objetiva

Preparar a avaliação que será aplicada após a aula tradicional e a aula lúdica.

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

APLICAÇÃO DE

ATIVIDADES COM ALUNOS

NA FORMA TRADICIONAL

03 HORAS

APLICAR NA SALA DE

AULA COM OS ALUNOS AS ATIVIDADES

ELABORADAS EM CURSO.

OS ALUNOS RESPONDERÃO O

PRIMEIRO QUESTIONÁRIO

SOBRE SUAS EXPECTATIVAS

QUANTO AO ENSINO ATUAL;

SERÁ MINISTRADO UM CONTEÚDO ESPECÍFICO DA DISCIPLINA NA

FORMA TRADICIONAL, E REALIZADA UMA

AVALIAÇÃO OBJETIVA PARA

VERIFICAR A APRENDIZAGEM.

Atividade 1 – Aplicar questionário

– Aplicação do primeiro questionário aos alunos sobre suas perspectivas quanto à

educação. (Vide Apêndice A, p.40-41).

Atividade 2 – Aula com alunos

- Desenvolver a aula expositiva sobre conteúdo específico da disciplina

Atividade 3 - Avaliação

- Avaliação objetiva sobre o conteúdo ministrado

ATIVIDADE

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

APLICAÇÃO DE

ATIVIDADE COM ALUNOS

NA FORMA LÚDICA

03 HORAS

APLICAR NA SALA DE

AULA COM OS ALUNOS A ATIVIDADE LÚDICA

ELABORADA EM CURSO.

SERÁ MINISTRADO UM CONTEÚDO ESPECÍFICO DA DISCIPLINA NA

FORMA LÚDICA E REALIZADA UMA

AVALIAÇÃO OBJETIVA PARA

VERIFICAR A APRENDIZAGEM.

OS ALUNOS RESPONDERÃO UM

QUESTIONÁRIO SOBRE A

METODOLOGIA LÚDICA UTILIZADA.

Atividade 1 – Aula lúdica com alunos

- Desenvolver a aula lúdica sobre conteúdo específico da disciplina

Atividade 2 - Avaliação

- Avaliação objetiva sobre o conteúdo ministrado de forma lúdica

Atividade 3 – Aplicar questionário

– Aplicação do questionário aos alunos sobre a aula ministrada (Vide Apêndice B,

p.42-43).

ATIVIDADE

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

ORIENTAÇÃO E ATENDIMENTO

AOS PROFESSORES

04 HORAS

ATENDER E ORIENTAR OS PROFESSORES DO

ENSINO MÉDIO DURANTE A

APLICAÇÃO DO PROJETO DE

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM OS

ALUNOS.

SERÁ DISPONIBILIZADO UM TEMPO PARA

ACOMPANHAMENTO E ORIENTAÇÃO

QUANTO AS DÚVIDAS OU

DIFICULDADES SURGIDAS

DURANTE A APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES EM SALA DE AULA.

Atividade Geral

- Durante a aplicação das atividades práticas, poderão surgir dúvidas. Desta forma,

será disponibilizado estas horas em contato individual com cada professor para

sanar dúvidas e auxiliar na aplicação das atividades.

ATIVIDADE

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

CORREÇÃO DE AVALIAÇÕES APLICADAS E

ORGANIZAÇÃODOS

RESULTADOS

04 HORAS AUXILIAR OS PROFESSORES NA

CORREÇÃO DAS AVALIAÇÕES APLICADAS E

ORGANIZAR OS RESULTADOS

APRESENTADOS

CORREÇÃO DAS PROVAS TEÓRICAS

APLICADAS E ELABORAÇÃO DOS RESULTADOS NA

FORMA DE GRÁFICOS PARA

APRESENTAR AOS PROFESSORES DO

CURSO.

Atividade1 Após a aplicação das atividades propostas, será disponibilizado este tempo para auxiliar os professores na correção das avaliações aplicadas. Atividade 2 Organizar e estruturar nos gráficos a resposta dos questionários aplicados aos alunos Atividade 3 Organizar e estruturar nos gráficos as notas das avaliações, comparando o aprendizado entre a metodologia tradicional e a metodologia lúdica.

ATIVIDADE

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ATIVIDADES HORAS AULA

OBJETIVOS ESTRATÉGIA DE AÇÃO

ENCONTRO

FINAL FEEDBACK

02 HORAS

APRESENTAR OS RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA,

REFLETIR SOBRE OS RESULTADOS E A

PRÁTICA PEDAGÓGICA

SERÃO APRESENTADOS

POR MEIO DE GRÁFICOS OS

RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA. TEREMOS UMA

RODA DE CONVERSA PARA

REFLEXÃO E AÇÃO DA PRÁTICA

PEDAGÓGICA.

- Atividade 1 – Apresentação dos gráficos

Apresentação por meio de gráficos os resultados da aprendizagem na forma

tradicional e na forma lúdica.

- Atividade 2 - Roda de conversa e passos práticos

- Roda de conversa para análise e reflexão dos resultados com ação prática

pedagógica a ser apresentada na semana pedagógica aos demais professores.

10º

ATIVIDADE

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36

ACOSTA, Marco Aurélio de Fiqueiredo. A Ludicidade na Terceira Idade. IN:

SANTOS,Santa Marli Pires dos (Org). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico.

Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.

ALMIRANTE, Kleverton. Resenha crítica de: TARDIF, Maurice.Saberes docentes e

formação profissional. 8.ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2007.

Disponível também em: <https://pt.scribd.com/doc/138593445/RESENHA-

CRITICA-DE-TARDIF-Saberes-docentes-e-formacao-profissional>. Acesso em:

09.10.2014.

ANTUNES, Celso. O jogo e o brinquedo na escola. IN: SANTOS, Santa Marli Pires

dos (Org). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.

DRAGO, Rogério.; RODRIGUES, Paulo da Silva. Contribuições de Vygotsky para o

desenvolvimento da criança no processo educativo: algumas reflexões. In: Revista

Facevv, Vila Velha, Número 3, p. 49-56, Jul./Dez. 2009.

FORTUNA, Tânia Ramos. O Jogo e a Educação: uma experiência na formação do

educador. IN: SANTOS, Santa Marli Pires dos (Org.) Brinquedoteca: a criança, o

adulto e o lúdico. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.

GARDNER, Howard.Teoria das Inteligências Múltiplas.São Paulo: Ed. 1983.

REFERÊNCIAS

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37

IVIC, Ivan.; COELHO, Edgar Pereira. Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Fundação

Joaquim Nabuco, Ed. Massangana, 2010.

MAZUCHELI, Professor. Resumo do livro: TARDIF. Maurice. Saberes docentes e

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http://educacadoresemluta.blogspot.com.br/2009/12/tardif-maurice-saberes-

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APÊNDICE A - PRIMEIRO QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS

Esta é uma pesquisa para verificar a perspectiva dos alunos quanto ao ensino-

aprendizagem da atualidade. O presente questionário justifica-se pela necessidade

de compreensão da dinâmica escolar sendo um processo amplo em virtude da

variedade de experiências, permitindo reconhecer as individualidades e agir no meio

social.

Objetivo 1: Delinear o perfil dos alunos envolvidos na pesquisa. 1 – Qual sua idade? ( ) 15 anos ( ) 16 anos ( ) 17 anos ( ) 18-20 anos 2 – Qual seu sexo? ( ) feminino ( ) masculino Objetivo 2: Verificar o interesse acadêmico quanto as disciplinas e suas metodologias 3 – Você se interessa pelas disciplinas que estuda? ( ) sim ( ) não ( ) em parte. Justifique sua resposta. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4 – Que tipo de aula você prefere? ( ) expositiva (por meio do professor) ( ) apresentação de trabalhos ( por meio dos alunos) ( ) com exercícios para fixação ( ) com uso de dinâmicas, jogos e brincadeiras. 5 – Você gosta do sistema ensino-aprendizagem que existe hoje? ( ) sim

APÊNDICES

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( ) não ( ) em parte. Justifique sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6 – Quais as atividades que você gostaria que tivesse mais nas aulas para facilitar a aprendizagem ( ) músicas ( ) vídeos ( ) leituras ( ) gincanas ( ) jogos (bingo, jogo da memória, trilhas, desafios, etc) outros_________________________________________________________________________________________________________________________________ Utilize este espaço para fazer mais comentários que desejar ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigada!!!

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42

APÊNDICE B - SEGUNDO QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS

O lúdico apresenta-se como uma possibilidade de ensino que visa à

reflexão e a ligação entre o que é imaginário e o que é real (VYGOTSKY,1998).

Utilizar o lúdico em sala de aula poderá auxiliar na solução dos questionamentos em

torno do desinteresse dos educandos e em relação à perspectiva que eles possuem

sobre o conteúdo a ser aprendido.

Esta é uma pesquisa para verificar a opinião dos alunos sobre a metodologia do lúdico utilizada na aula.

Objetivo 1: Delinear o perfil dos alunos envolvidos na pesquisa. 1 – Qual sua idade? ( ) 15 anos ( ) 16 anos ( ) 17 anos ( ) 18-20 anos 2 – Qual seu sexo? ( ) feminino ( ) masculino Objetivo 2: Verificar a compreensão e interesse da metodologia do lúdico. 3–Aprendizagem por meio do lúdico significa: ( ) aprender escutando o professor ( ) aprender decorando a matéria ( ) aprender por meio de jogos e brincadeiras ( ) aprender copiando atividades do quadro e do livro Outro__________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 -Qual sua opinião sobre os jogos em sala de aula? ( ) facilitam a aprendizagem ( ) dificultam a aprendizagem ( ) apenas diverte e não aprende ( ) aprende se divertindo Outro__________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 – Você gostaria que aulas tivessem mais atividades lúdicas? ( ) sim ( ) não ( ) talvez. Justifique sua resposta.

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___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 – O que você acha que necessita para que o aluno se envolva e se interesse mais pelas atividades escolares? ( ) aulas lúdicas ( ) aulas com mais pesquisas teóricas individuais e em grupos ( ) aulas informatizadas ( ) Está bom do jeito que está sendo feito Outro__________________________________________________________________________________________________________________________________ Utilize este espaço para fazer mais comentários que desejar _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigada!!!!

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APÊNDICE C - HISTÓRIA DO CASTELO

A HISTÓRIA DO CASTELO

Era uma vez um reino muito distante. O reino era governado por um rei e

uma rainha. Havia no centro da cidade um lindo castelo que era a morada do rei e

da rainha. Naquele reino habitava um povo muito tranqüilo. O rei e a rainha

governavam com justiça e paz. O povo trabalhava nos campos de onde tiravam o

sustento e ainda vendiam seus alimentos para outros povos. Mas, certo dia, aquele

reino foi invadido por terríveis inimigos. Justamente naqueles dias os soldados

estavam fazendo um treinamento no deserto e o reino estava totalmente sem

defesa, fazendo com que os inimigos malvados invadissem o castelo prendendo

o rei e a rainha. O povo que era muito fiel e amava o rei e a rainha, pensaram

juntos: temos que salvá-los e salvar nosso reino! Imediatamente um súdito correu

para o deserto buscar os soldados. O castelo foi cercado pelo Povo. Ninguém

entrava ou saia do castelo. Todos estavam juntos. Os inimigos ficaram com muito

medo porque viram o povo todo reunido e tinham um mesmo objetivo. Mas juntos

também decidiram que iriam resistir e não se entregariam. Passado algum tempo,

chegam ao reino os soldados que estavam fora e como estavam bem treinados,

entraram no castelo e prenderam todos os inimigos. Foi um dia de muita festa. O

castelo foi salvo. O rei e a rainha foram salvos. Os inimigos foram presos. Os

soldados descansaram e o povo festejou.

FONTE: ADAMUCCI. Sandra Maria Moreira. O lúdico como mediação na sala de

aula: a práxis pedagógica sustentada na diversidade do fazer docente.

Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Unidade Pedagógica. SEED-

PR, 2014.

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ANEXO A - ARTIGO

OLIVIER, Giovanina Gomes de Freitas. LÚDICO E ESCOLA: entre a obrigação e o

prazer. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.). Lúdico, educação e educação

física. 2ª edição. Ijui-RS: Unijui, 2003.

ANEXO B - RESENHA

TEXTO 1

RESENHA CRÍTICA: SABERES DOCENTES E FORMAÇÃO PROFISSIONAL –

MAURICE TARDIF.

Kleverton Almirante

A educação é um processo psicossocial, realiza a internalização de sentidos

envolvendo atores sociais por meio da interação. Dentre estes atores da educação,

está o professor, sobre o qual Maurice Tardif escreve em seu livro “Saberes

docentes e formação profissional”, apresentando as várias problemáticas da

atividade docente. O “processo de formação do ser humano

guiado por representações explícitas que exigem uma consciência e um

conhecimento dos objetivos almejados pelos atores educativos [...]”(TARDIF, 2002,

p. 151) o qual é chamado de educação. Para afirmar a educação como interação,

Tardif parte do pressuposto de que “a prática educativa constitui uma das categorias

fundamentais da atividade humana” (IBIDEM, p. 152), como a socialização, ele

apresenta a discussão como o meio educativo no qual a formação ocorre (IBIDEM,

p. 165).

Maurice Tardif define os professores como pessoas que possuem saberes sociais e

ANEXOS

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saberes pedagógicos, portanto saberes docentes, profissionais. No entanto, há

uma relação problemática entre os professores e os saberes, mais problemática que

entre professores e os alunos. É a problemática do saber docente, que é composto

de vários saberes provenientes de diferentes fontes (op. cit., pp. 31-32).

“Pode-se definir o saber docente como um saber plural, formado pelo amálgama,

mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e dos

saberes disciplinares, curriculares e experienciais ”(op. cit., p.36). Há uma

consonante complexidade de elementos a ser estudada na definição do saber

docente. Tardif (op. cit., p. 39) caracteriza o professor ideal como “alguém que deve

conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos

conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um

saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos”. O professor

age sobre grupos para atingir os indivíduos que os compõem (op. cit., p. 146).

Outra problemática surge na ação do professor em sala de aula. Ele precisa ser

ético e agir com equidade em relação à atenção que dá, em sala de aula, ao grupo e

aos alunos individualmente. Porque “a aquisição da sensibilidade relativa

às diferenças entre os alunos constitui uma das principais características do trabalho

docente” (op. cit., p. 267).

Em relação à sua atividade, “o docente raramente atua sozinho. Ele se encontra em

interação com outras pessoas, a começar pelos alunos” (op. cit., p. 49). Esta

atividade tem o elemento humano como seu determinante e dominante. Assim, os

professores precisam enxergar os alunos como atores da educação e não como

sujeitos passivos da atividade docente.

Para Tardif , ensinar é, concretamente, “desencadear um programa de interações

com um grupo de alunos, a fim de atingir determinados objetivos educativos relativos

à aprendizagem de conhecimentos e à socialização” (op. cit., p. 118, citação

inteiramente grifada pelo autor). Assim, o ensino se assemelha mais à atividade

política ou social (op. cit., p. 140) do que à mera técnica.

Também os numerosos objetivos do ensino ocasionam problemas de

heterogeneidade e de compatibilidade entre si. É a complexidade da

educação determinada pelos dominantes da sociedade. “Desse modo, eles

sobrecarregam consideravelmente a atividade profissional, exigindo que os

professores se concentrem em vários objetivos ao mesmo tempo, objetivos esses

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que são muito pouco hierarquizados” (op. cit., p. 127).

No entanto, “os professores não buscam somente realizar objetivos; eles atuam,

também, sobre um objeto” (op. cit., p. 128, grifo do autor). Para lidar com este

objeto, é preciso usar muita sensibilidade, pois o objeto do trabalho dos professores

são seres humanos individualizados e socializados ao mesmo tempo, com os quais

o professor irá gerir relações humanas, individuais e sociais simultaneamente.

Nestas relações, o desinteresse pode se manifestar por parte dos alunos. Apesar de

que “nada nem ninguém pode forçar um aluno a aprender se ele mesmo não se

empenhar no processo de aprendizagem” (op. cit., p. 132), é preciso provocar o

interesse – condição subjetiva – e saber fazê-lo nos aprendizes. Sacristán (2005, p.

200) assinala que “não podemos deixar de sugerir a eles conteúdos atraentes”.

Todas estas características nos levam a crer que a prática docente vai além da

mentalidade de serviço e do auto-recrutamento.

Na prática profissional, se uma pessoa ensina durante trinta anos, ela não

faz simplesmente alguma coisa, ela faz também alguma coisa de si mesma: sua

identidade carrega as marcas da sua própria atividade, e uma boa parte de sua

existência é caracterizada por sua atuação profissional ” (TARDIF, 2002, pp. 56-57).

Daí começa o “drama do uso de si mesmo”. É a migração do “Eu pessoal ” para o

“Eu profissional ”, determinando o que são os saberes temporais (IBIDEM, p. 108,

grifos do autor).

Essas diversas características (trabalho investido ou vivido, trabalho emocional,

trabalho mental, trabalho moral) permitem compreender bem a integração ou a

absorção da personalidade do professor no processo de trabalho. O fenômeno de

integração ou de absorção depende do objeto humano do trabalho dos professores,

os quais trabalham a maior parte do tempo em co-presença com outras pessoas, a

começar pelos alunos; e, mesmo quando estes estão ausentes, os pensamentos e

as ações dos professores estão voltados para eles (op. cit., p. 144). O objetivo do

ensino se estabelece com o cumprimento da aprendizagem. “Ensinar é entrar numa

sala de aula e colocar-se diante de um grupo de alunos, esforçando-se para

estabelecer relações e desencadear com eles um processo de formação mediado

por uma grande variedade de interações” (op. cit., p. 167). O estabelecimento desse

processo se dá no gerenciamento das relações sociais entre professores e alunos.

“É por isso que a pedagogia é feita essencialmente de tensões e de dilemas, de

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negociações e de estratégias de interação” (op. cit., p. 132).

Mas, “[...] a pedagogia não deve ser associada ou reduzida unicamente à utilização

de instrumentos a serem usados ou às técnicas a serem empregadas [...]” (op. cit.,

p. 148). A pedagogia se aproxima muito mais de uma práxis do que de uma téchne.

Já os saberes pedagógicos apresentam-se como doutrinas ou concepções da

reflexão da prática educativa incorporadas à formação profissional dos professores.

“Saber plural, saber formado de diversos saberes provenientes das instituiçõesde fo

rmação, da formação profissional, dos currículos e da prática cotidiana, o saber

docente é, portanto, essencialmente heterogêneo” (op. cit., p. 54).

Essa heterogeneidade se amalgama com outros elementos no gerenciamento

da educação. Mas, antes de tudo, é preciso conceituar o que é saber. “Pode-se

chamar de saber o juízo verdadeiro, isto é, o discurso que afirma com razão alguma

coisa a respeito de alguma coisa” (op. cit.,p. 195). Portanto, “saber alguma coisa é

possuir uma certeza subjetiva racional” (op. cit., p. 194).

Tardif explicita nesta obra a dependência de fenômenos muito concretos para

explanar sobre o saber docente. Segundo ele, “na verdade, só um estudo empírico

apurado do 'saber docente' pode nos informar a respeito de quando e como esses

conhecimentos tornam-se e agem concretamente na prática da profissão, e em que

medida eles 'dão cor' a essa prática” (op. cit., pp. 218-219), pois o saber é

um construto social (op. cit., p. 223).

Segundo Tardif (op. cit., p. 256), “a finalidade de uma epistemologia da

prática profissional é revelar esses saberes, compreender como são integrados

concretamente nas tarefas dos profissionais e como estes os incorporam, produzem,

utilizam, aplicam e transformam em função dos limites e dos recursos inerentes às

suas atividades de trabalho”.

Certamente, está “[...] o saber dos professores vinculado à sua identidade

profissional e ao papel que desempenham” (op. cit., p. 303). Mas a função dos

professores, tanto na escola quanto na sociedade, ainda é uma lacuna da

atualidade. Para os professores, a educação no sentido lato é a vida – formação

inicial e contínua, currículo e socialização escolar, conhecimento das disciplinas,

experiência na profissão, cultura pessoal e profissional, aprendizagem com os pares,

etc.

Dessa forma, o saber “engloba os conhecimentos, as competências, as habilidades

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(ou aptidões) e as atitudes dos docentes” (op. cit., p. 60).

Devemos agir em prol de “considerar os professores como sujeitos que possuem,

utilizam e produzem saberes específicos ao seu ofício, ao seu trabalho” (op. cit., p.

228). Porque eles são os responsáveis pelos processos educativos no âmbito

escolar. Para isso, devemos utilizar uma abordagem que penetre no próprio cerne

do processo concreto de escolarização, de interação educacional, abdicando

do modelo dominante do conhecimento baseado na relação sujeito-objeto. “Esse

modelo trata os alunos como espíritos virgens e não levam em consideração suas

crenças e representações anteriores a respeito do ensino” (op. cit., p. 273). O que

deve ser outorgado à autoridade dos professores é uma autonomia docente

desligada dos interesses dominantes. “Os saberes experienciais passarão a

ser reconhecidos a partir do momento que os professores manifestarem suas

próprias ideias a respeito dos saberes curriculares e disciplinares e, sobretudo, a

respeito de sua própria formação profissional ”(op. cit., p. 55). Aí, os saberes

experienciais são apresentados como os saberes da vida, já que a vida é a própria

aprendizagem.

A respeito da experiência profissional dos professores, há a socialização

profissional, na qual acontece o choque com a realidade, choque de transição, ou

ainda choque cultural, definido como “confronto inicial com a dura e complexa

realidade do exercício da profissão” (op. cit., p. 82).

A desvalorização do corpo docente, apesar de seus saberes ocuparem uma posição

estratégica entre os saberes sociais ocorre justamente, dentre outros fatores, porque

“os sistemas sociais de formação e de educação, a começar pela escola, estão

enraizados numa necessidade de cunho estrutural inerente ao modelo de cultura da

modernidade” (op.cit., p. 34). Outro fator que desencadeia a desvalorização é que “a

função docente se define em relação aos saberes, mas parece incapaz de definir

um saber produzido ou controlado pelos que a exercem” (op. cit., p. 40). Estes

saberes dependem da formação universitária, do Estado e de seu corpo de agentes

de decisão e de execução. Devido a este domínio sobre os saberes curriculares e

disciplinares, e sua seleção, os professores não o controlam, nem nas instituições de

formação onde são agentes. Ao citar a precariedade docente que afeta

o ensino, Tardif apresenta como uma de suas origens a instabilidade profissional.

Para ele, o conhecimento de si mesmo e o reconhecimento por parte dos outros

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“representam um desafio importante para os professores

contratados, pois a situação na qual eles vivem dificulta a sua obtenção”

(op.cit.,p.10).

A relação entre a escolaridade e a utilidade mercadológica coloca os professores

como meros instrumentos educacionais a serviço dos alunos e da sociedade

capitalista. “Os saberes transmitidos pela escola não parecem mais corresponder,

senão de forma muito inadequada, aos saberes socialmente úteis no mercado de

trabalho” (op. cit., p. 47). Esta é a lógica de consumo dos saberes escolares, que

determina que os professores não formem indivíduos, mas equipe-os tendo em vista a

concorrência que rege o mercado de trabalho. Além disso, a modernização das

sociedades ocidentais estabelece uma cultura que elimina os valores intelectuais em

seu meio, realizando uma divisão social, valorizando os saberes técnicos

e sistematizando-os.

No tocante à formação de professores, esta passa de ser geral para ser uma

formação profissional especializada. A pedagogia dividida, que de certa forma resulta

na reivindicação da valorização social da profissão, oferece campos de atuação

restritos e categóricos: escola maternal, ortopedagogia, orientação escolar, psicologia

da educação – atendendo às necessidades de clientelas diversificadas. “

A ideia tradicional do docente enquanto educador parece ultrapassada” (op. cit., p.

46). Fora que, “ ao se massificar, o ensino passou a se deparar cada vez mais com

alunos heterogêneos em termos de origem social, cultural, étnica e econômica, sem

falar das importantes disparidades cognitivas e afetivas entre os alunos” (op. cit., p.

129).

Por causa de uma profissão docente dividida, que ocasiona muitas vezes uma luta

contra si mesma, Tardif (op. cit., p. 244) defende um ofício comum, a unidade da

profissão docente do pré-escolar à universidade para chegar ao reconhecimento

social como sujeitos do conhecimento e verdadeiros atores sociais que podem

aprender uns com os outros. Isto porque os conhecimentos profissionais são

partilhados, adquiridos em diversos meios, e são evolutivos e progressivos, ou seja,

os professores necessitam de formação contínua e continuada, auto formando-se e

reciclando-se com “propriedade de serem revisáveis, criticáveis e passíveis

de aperfeiçoamento” (op. cit., p. 249).

Sobre o objeto dos professores, os alunos, Tardif (op. cit., p. 131) declara que “pode-

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se falar, assim, de um 'objeto complexo', sem dúvida o mais complexo do universo,

pois é o único que possui uma natureza física, biológica, individual, social e

simbólica ao mesmo tempo”.

E um dos principais problemas do ofício de professor é que o seu objeto de trabalho

sempre foge do controle (op. cit., p. 133).

REFERÊNCIAS

SACRISTÁN, José Gimeno. O aluno como invenção. Porto Alegre: Artmed, 2005.

TARDIF, Maurice.Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes,

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Disponível também em: https://pt.scribd.com/doc/138593445/RESENHA-CRITICA-

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52

ANEXO C - RESUMO

TEXTO 2

RESUMO: SABERES DOCENTES E FORMAÇÃO PROFISSIONAL - MAURICE

TARDIF

Lucas Seren.

Em saberes docentes e formação profissional, Maurice Tardif, pesquisador

e professor universitário no Canadá, busca entender que saberes alicerçam o

trabalho e a formação dos professores das escolas do Ensino Fundamental e do

Ensino Médio.

Tardif utiliza a pesquisa empírica como base de sua metodológica de seu trabalho,

não somente sua pesquisa, mas também a pesquisa realizada por outros autores

como Dubar e Gauthier. O autor defende que o saber não se reduz exclusivamente

a processos mentais, cujo suporte é a atividade cognitiva dos indivíduos, mas é

também um saber social que se manifesta nas relações complexas entre

professores e alunos. Para o autor, o saber docente é um saber plural, ou seja,

construído por diversos fatores, por exemplo, o saber profissional (o conjunto de

saberes transmitidos pelas instituições de formação de professores), de saberes

disciplinares (saberes que correspondem ao diverso campo do conhecimento e

emergem da tradição cultural), saberes curriculares (programas escolares) e

saberes experienciais (do trabalho cotidiano). O que exige do

professor capacidade de dominar, integrar e mobilizar tais saberes enquanto

condição para sua prática.

O trabalho de Tardif é bastante extenso. Seu livro é composto de oito ensaios

subdivididos em duas partes, muitos problemas são levantados nestes ensaios. No

primeiro, onde o autor analisa a problemática do saber docente, notamos sua

preocupação acerca da “natureza das relações que os professores do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio estabelecem com os saberes, assim como a

natureza dos saberes desses professores”. Tardif alerta para uma relação

problemática entre os professores e os saberes, pois “os educadores e os

pesquisadores, o corpo docente e a comunidade científica tornam-se dois grupos

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cada vez mais distintos, destinados a tarefas especializadas de transmissão e de

produção dos saberes sem nenhuma relação entre si”. Isso provoca uma

desvalorização do corpo docente, porém, Tardif se posiciona contra a idéia

tradicional de relação teoria e prática: o saber está somente do lado da teoria, ao

passo que a prática ou é desprovida de saber ou é portadora de um falso saber

baseado, por exemplo, em crenças, ideologias e idéias preconcebidas. Tardif

mostra-se contrário a idéia de que o saber é produzido fora da prática.

O autor afirma que os saberes são elementos constitutivos da prática docente, isso

representa a afirmação da idéia de que pelo trabalho o homem modifica a si mesmo,

suas relações e busca ainda a transformação de sua própria situação e a do coletivo

a que pertence. “De modo geral, pode-se dizer que os professores ocupam uma

posição estratégica, porém socialmente desvalorizada, entre os diferentes grupos

que atuam, de uma maneira ou de outra no campo dos saberes”. O corpo docente

encontra-se cada vez mais distanciado das instâncias de produção dos saberes, “os

mestres não possuem mais saberes mestres”. A formação docente é voltada

exclusivamente para a transmissão e não para a produção do saber.

No segundo ensaio, Tardif analisa a relação entre o tempo e trabalho na construção

do saber docente, “toda práxis social é de certa maneira, um trabalho cujo processo

de realização desencadeia uma transformação real no trabalhador, (...). Em termos

sociológicos, pode-se dizer que o trabalho modifica a identidade do trabalhador, pois

trabalhar não é somente fazer alguma coisa, mas fazer alguma coisa de si mesmo,

consigo mesmo”. O autor ressalta que o tempo de trabalho desencadeia uma série

de saberes, como, o saber trabalhar, no caso do docente, o saber ensinar, transmitir.

Daí a importância de sua experiência para a contribuição na construção do

conhecimento. No entanto, os saberes ligados ao trabalho são temporais, pois são

construídos e dominados progressivamente durante um período de aprendizagem

variável, de acordo com cada ocupação. Podemos implicar então, que este processo

deixa lacunas no ensino até sua “total” aprendizagem. “O desenvolvimento do saber

profissional é associado tanto às suas fontes e lugares de aquisição quanto aos

seus momentos e fases de construção”. Esta idéia reforça a colocação de Tardif

quando chama o saber docente de saber plural, pois não é constituído apenas pela

formação técnica, mas também pela prática diária que vai moldando a atuação do

profissional da educação, por isso a relevância da boa relação do profissional com

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os meios de execução do trabalho, que vai desde o ambiente de trabalho até o

acesso a informações que permitam a construção cotidiana do saber

(pesquisa/conhecimento).

Pode-se aqui levantar outro problema presente no artigo de Tardif, a questão dos

professores em situação precária, estes por trabalharem em condições adversas,

encontram grande dificuldade em assimilar e produzir conhecimento sobre a

experiência profissional. “Uma primeira dificuldade vivida pelos professores em

situação precária diz respeito a impossibilidade de viver uma relação seguida com

os mesmos alunos”. Esta situação típica de um professor suplente, não permite a

conclusão de projetos, logo impossibilita também uma boa formação prática. Esta

precarização do trabalho se dá segundo Tardif de diversas maneiras, desde o fato

de não gozarem de certos benefícios sociais e de estarem à mercê da direção da

escola até a própria questão da suplência que não permite uma relação mais

profunda com os alunos.

Para Maurice Tardif, uma parcela relevante do saber docente se dá com o trabalho

efetivo (práxis), no terceiro ensaio, o autor afirma que uma boa maneira de

compreender a natureza do trabalho dos professores é compará-lo com o trabalho

industrial e, ao fazê-lo, apresenta quadros comparativos que setorizam a

explanação. O autor coloca o trabalho como técnica, como atividade instrumental,

apresentando uma visão conteudística da formação, sem direção no trabalho

docente e com tarefas de acordo com o surgimento de necessidade. É cada vez

mais claro que o ensinar resume-se em aplicar técnica com isso a preocupação com

o ensino volta-se hoje para a formação docente e não mais para “as questões de

sistema ou de organização curricular”. Tardif aponta que diferentemente da indústria

os resultados na educação são conquistados em longo prazo, “nesse sentido os

professores dificilmente podem avaliar seu próprio progresso em relação ao alcance

desses objetivos”. Fica claro então, que esta busca de resultados e transformação

do ensinar em técnica, contribua com a transformação da sala de aula em objeto de

estudo, impossibilitando esta de realizar-se enquanto um espaço privilegiado de

construção do saber. Notamos mais a frente como esta questão desemboca numa

violência simbólica, pois submete alunos e professores a “programas de ação que

elas não escolheram, a fim de avaliá-los em função de critérios abstratos e

freqüentemente dolorosos”.

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Na quarta parte, Tardif busca amarrar sua discussão trazendo “elementos para uma

teoria da prática educativa”. O autor apresenta para análise, modelos de ação a

partir dos quais a prática educativa pode ser representada, estruturada e orientada.

Tardif abre sua análise salientando a importância da prática educativa, uma

categoria tão rica em valores e significados quanto o trabalho, a arte e a política.

Aqui o autor consolida a prática educativa como aliada significante para a formação

de saberes específicos e nos mostra o quanto esta prática se dá na pluralidade

sendo alicerçada pela arte (talento), técnica (formação) e interação. Fica claro neste

esboço que são necessários o habitus e capital cultural do profissional para a

construção deste “ator”, transmissor de conhecimento, pois contribuirão para a

cultura profissional do sujeito. “A prática é como um processo de aprendizagem por

meio do qual os professores e professoras retraduzem sua formação anterior e a

adaptam à profissão”. Ou seja, toda a formação técnica é repensada e reciclada a

partir do cotidiano.

Assim, podemos retomar a questão já trabalhada anteriormente pelo autor, a

formação continuada e transformação do ambiente escolar num espaço de

construção do saber, aproximando a figura do pesquisador à do professor na

tentativa de evitar deslizes e lacunas na formação do aluno.

Para encerrar a primeira parte de sua obra, Tardif busca entender o que se deve

compreender por “saber”, chamando o professor de “ator racional” ele trabalha a

idéia de perito da educação e pergunta: “Queremos realmente que nossos filhos

sejam educados por peritos, por profissionais?”. Colocada esta questão ele

questiona a racionalidade docente e maneira como o meio leva o profissional da

educação a agir. “Pode-se dizer que os professores estão integrados num ambiente

sócio profissional que determina, de antemão, certas exigências de racionalidade no

interior dos quais o trabalho docente encontra-se preso, estruturado,

condicionado”. Podemos afirmar desta maneira que há uma irracionalidade dentro

desta ordem racional, que precisa ser revisada. Assim, Tardif em Saberes docentes

e Formação Profissional, nos alerta a rever as linhas de pesquisa e a forma de atuar

do quadro docente, além da necessidade de uma formação continuada integrada à

prática escolar cotidiana.

Disponível também em: http://lucasseren.blogspot.com.br/2011/05/resumo-saberes-

docentes-e-formacao.html

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ANEXO D - RESUMO

TEXTO 3

RESUMO: SABERES DOCENTES E FORMAÇÃO PROFISSIONAL – MAURICE

TARDIF.

Professor mazucheli

Em Saberes Docentes e Formação Profissional, o autor pode-se conhecer

as pesquisas feitas nessa área nos países mencionados e conhecer as discussões

referentes à formação profissional dos professores.

O autor apresenta um panorama das pesquisas educacionais a partir de 90; destaca

a avaliação das reformas implantadas até a virada do século com ênfase à formação

profissional dos professores e à visão dos saberes; traz ao palco das discussões as

experiências existentes na prática pedagógica no mundo anglo saxão e, mais

recentemente, nos países europeus. Até a década de 80, as pesquisas não levavam

em conta a experiência da sala de aula e existia uma cisão entre os conhecimentos

oriundos da universidade e a realidade do cotidiano escolar. Na época, os

pesquisadores revelavam suas pesquisas nas descobertas de teorias encontradas

nas bibliotecas de universidades. Tardif em suas pesquisas não desconsidera, em

hipótese alguma, a relação dos conhecimentos oriundos das universidades com os

saberes extraídos e produzidos na prática docente. Como pesquisador, seus

estudos defendem essa prática interativa entre saber profissional e os saberes das

ciências da educação.

De acordo com o autor, o saber dos professores é o saber deles e está relacionado

com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de vida e com a sua

história profissional, com as suas relações com os alunos em sala de aula e, com os

outros atores escolares na escola. Eis a razão do título do livro, Saberes docentes e

formação profissional.

O livro divide-se em duas partes inter complementares: o saber dos professores em

seu trabalho e o saber dos professores em sua formação. Na introdução Tardif nos

interpela com vários questionamentos e nos deixa inquietos e curiosos para

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conhecer as respostas. Quais os saberes que servem de base ao ofício de

professor? Quais são os conhecimentos, o saber-fazer, as competências e as

habilidades que os professores mobilizam diariamente, nas salas de aula e nas

escolas, a fim de realizar concretamente as suas diversas tarefas? Qual é a

natureza desses saberes? Como esses saberes são adquiridos? Esses são alguns

exemplos dentre tantos questionamentos apresentados.

Na primeira parte encontram-se capítulos que esclarecem vários aspectos referentes

aos saberes dos professores e a segunda parte constituída de três capítulos realiza

uma análise dos resultados das pesquisas sobre os investimentos financeiros e das

diretrizes para a formação do professor.

No primeiro capítulo “Os professores diante do saber: esboço de uma problemática

do saber docente”, o autor realiza a interlocução entre saberes sociais e educação, é

dada ênfase que o professor é aquele que sabe alguma coisa e o ensina a alguém.

É com muita propriedade, que Tardif apresenta os quatro saberes que constroem a

profissão docente: os saberes da formação profissional (das ciências da educação e

da ideologia pedagógica), os saberes disciplinares, os saberes curriculares e os

saberes experienciais. É dada toda a ênfase aos saberes experienciais como aquele

que surge na e pela prática, validados pelo professor e acoplados na constituição de

seu profissionalismo. Nesse capítulo, também é feita toda uma revisão histórica,

definindo os vários papéis exercidos pelo professor até a “conquista” da autonomia

que começa a exigir do professor novas definições políticas e sociais na profissão.

“Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério” é o segundo capitulo do

livro e trata das questões de ordem da transformação que ocorre com a identidade

profissional do professor ao longo dos anos. Os anos de profissão mudam a

identidade profissional, assim como, a maneira de trabalhar. Nesse sentido, Tardif

compactua com Schön, quando aponta que as aprendizagens profissionais são

temporais e, que à medida que o tempo passa, novas ações surgem a partir das

experiências interiorizadas e reavaliadas. Tem-se o social como ferramenta de

construção do profissionalismo docente. Para comprovar esse fato as pesquisas dos

autores Raymond, Butt e Yamagishi (1993), de Lessard e Tardif (1996), de Tardif e

Lessard (2000) são apresentadas para exemplificar a construção do profissionalismo

através do coletivo e, várias falas de professores (sujeitos da pesquisa) ilustram as

fases iniciais da carreira e as transformações oriundas da experiência que se

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acumula com o passar dos anos. Ou seja, o professor aprende a trabalhar

trabalhando. Vários aspectos significativos dos saberes experienciais são

apresentados e discutidos ao término do capítulo.

O terceiro capítulo do livro, “O trabalho docente, a pedagogia e o ensino: interações

humanas, tecnologias e dilemas”, apresenta uma discussão muito interessante do

papel da pedagogia como instrumento de trabalho do professor. Discute as várias

interações que se estabelecem no cotidiano pedagógico e as ferramentas utilizadas

para essa interação. A coerção, a autoridade e a persuasão fazem parte das

tecnologias da interação e são utilizadas pelo professor no processo pedagógico. O

autor enfatiza que não tem sentido pensar conceitos como Pedagogia, Didática,

Aprendizagem, dentre outros, sem integrá-los às situações concretas do trabalho

docente. Outra observação realizada com precisão pelo autor, é a diferenciação

entre o trabalho do professor e o trabalho industrial. Entre o trabalho pedagógico e o

trabalho industrial a diferença reside na possibilidade de materialização, ou seja, no

processo produtivo industrial a visualização dos resultados é desvelada com mais

rapidez que no trabalho pedagógico.

“Elementos para uma prática educativa” e “O professor enquanto „ator racional‟” são

o quarto e quinto capítulos. No quarto capítulo, o saber do professor é relacionado a

alguns estereótipos designados à profissão docente. O ofício de professor é

historiado desde a Grécia antiga. Na linha histórica do tempo, são apresentados

autores como Platão, Aristóteles e Rousseau. Tardif retrocede na história e

apresenta a educação como arte, a educação enquanto técnica guiada de valores e

a educação enquanto interação. No entanto, esses três aspectos da revisão histórica

realizada por ele não esgotam a discussão e mais oito modelos recentes que

integram a prática pedagógica são apresentados.

No último capítulo da primeira parte, Tardif apresenta porque se distancia da teoria

de Schön, visão cognitivista, pois centraliza seus estudos na racionalidade docente,

partindo das vivências/experiências que constroem seus saberes profissionais.

A segunda parte do livro “O saber dos professores e sua formação“ é construída a

partir do capítulo seis “Os professores enquanto sujeitos do conhecimento”, do

capítulo sete “Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários”

e do capítulo oito “Ambigüidade do Saber docente”. Nesses três últimos capítulos o

autor discute os trabalhos de pesquisa (dos professores universitários), juntamente

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com o trabalho do professor (professor de ofício). Tardif é enfático ao apontar que

não se pode mais cindir o trabalho do professor da pessoa do professor. Neste

sentido, as universidades, que representam os grandes centros de pesquisa,

precisam considerar o professor como o principal agente do sistema escolar. É nos

ombros do professor que se encontra a estrutura responsável pela missão

educativa. Portanto, é imprescindível que as pesquisas científicas de educação

considerem o saber-fazer dos professores. Tanto na América do Norte quanto na

maioria dos outros países de cultura anglo-saxônica (Austrália, Inglaterra, dentre

outros) e de forma mais recente em parte da Europa (Bélgica, França, Suíça) a

preocupação com o resgate ao valor profissional dos agentes educativos, mas

especificamente do professor, tem sido alvo de discussões para fundamentar novas

epistemologias ao ofício. Diante desse fato, Tardif discute a questão da inclusão dos

saberes do professor de ofício (aquele que atua na sala de aula) nas pesquisas

realizadas pelos professores universitários (pesquisadores). O saber-fazer existente

na prática do cotidiano escolar e, representado naquilo que o autor denomina de

subjetividade do trabalho docente, deve ser incorporado à pesquisa universitária e

aproveitado para a formação de futuros professores.

Desta forma, o autor apresenta alguns modelos implantados em outros países na

formação de futuros professores, como no caso do modelo inglês, que desde 1992

dois terços da formação inicial foi transferida para o meio escolar. Talvez utopia para

a realidade brasileira, mas vale a pena observar os resultados dessa iniciativa. Nas

considerações finais, Tardif apresenta a discussão das reformas implantadas no

sistema educacional norte-americano e canadense e a diferença entre o real e o

ideal para a consolidação de uma formação docente almejada. Mesmo nos países

desenvolvidos os investimentos financeiros não são suficientes para atender ao

desejo da reforma, assim como, proporcionar aos professores das universidades as

devidas horas para que pudessem acompanhar os alunos da formação inicial nos

projetos e pesquisas no interior dos muros escolares.

CONCLUSÃO

Fica o desafio para superar ou amenizar aquilo que o próprio autor apresenta em um

dos capítulos: existe a forte disputa e divisão na profissão docente e que fere a si

mesma. Na profissão docente os professores se criticam entre si; os professores do

Ensino Médio criticam as competências dos professores do Ensino Fundamental,

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estes reclamam dos professores da Educação Infantil e dos professores da

universidade alegando que estes últimos vivem em redomas de vidro (mas

precisamente em redomas de livros e teorias).

Para enaltecer e resgatar o valor da docência faz-se necessário à coesão entre as

diferentes categorias de ensino, para juntas discutir e melhorar o ofício que se tem

em comum. É um livro que os interessados nos debates Saberes Docentes e

Formação Profissional não podem deixar de conhecer. Essa leitura nos aproxima

dos dilemas educacionais da profissão docente apresentando várias reflexões e

alternativas para a realidade pedagógica e para as pesquisas universitárias.

REFERENCIAS

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes,

2002.

Disponível também em: http://educacadoresemluta.blogspot.com.br/2009/12/tardif-

maurice-saberes-docentes-e_13.html. Acesso em 09.10.2014.