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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA … o sensorial e o transcendental. Prazer e ternura devem estar presentes na educação, pois a vida “se gosta” e os educadores devem estar sempre

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: UTILIZAÇÃO DE MAQUETES DE CÉLULAS ANIMAIS E VEGETAIS NO ENSINO DE CITOLOGIA

Autor Daniel Donato de Souza

Disciplina/Área (ingresso

no PDE)

Biologia

Escola de Implementação

do Projeto e sua

localização

Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva EFM –

Município de Ívai- Paraná

Município da escola Ivai

Núcleo Regional de

Educação

Ponta Grossa

Professor Orientador/

Coautor

Drª. Michele Dietrich M. Costa

Instituição de Ensino

Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar Química

Resumo

Entender o que são células, sua complexidade interior,

diversidade de formas e funções das organelas é um dos

conteúdos de difícil assimilação pelos alunos nas aulas

de biologia. As crescentes transformações que vem

sofrendo o mundo e a educação faz-se necessário

modificar o ensino tradicional de Biologia para um ensino

mais holístico contextualizado e voltado para uma

geração fortemente influenciada pela mídia e que

aprende de forma diferente. Portanto, o presente trabalho

tem por objetivo utilizar recursos que auxiliem o estudo de

Citologia, mais precisamente de diferença entre célula

animal e vegetal vistos em aula, para uma prática mais

dinâmica onde os alunos percebam estruturas

microscópicas de forma macroscópicas, e a proposição

de uma mudança conceitual através dessa intervenção. O

projeto será desenvolvido com duas turmas de 1ª séries

do ensino médio do Colégio Estadual Arthur da Costa e

Silva Ensino Fundamental e Médio do município de Ivaí

durante um semestre. Com as atividades de confecção

dos recursos didáticos, mais precisamente maquetes de

células, espera-se que o aluno possa compreender a

célula como uma entidade tridimensional, no interior da

qual há diferentes estruturas que funcionam integralmente

para a manutenção dos seres vivos, com o intuito de

melhorar o aprendizado em citologia.

Palavras-chave Citologia. Maquetes. Aprendizagem.

Formato do Material

Didático

Unidade didática

Público Alvo Alunos das 1ª séries A e B ensino médio

APRESENTAÇÃO

A história das ciências nos mostra que tentativas de definir a vida têm origem

na antiguidade. “Ideias desse período, que contribuíram para o desenvolvimento da

Biologia, tiveram como um dos principais pensadores o Filósofo Aristóteles (384 a.

C. – 322 a. C.), este filósofo deixou contribuições relevantes quanto à organização

dos seres vivos, com interpretações que buscam, dentre outras, explicações para a

compreensão da natureza” (DCES, 2008, p. 38).

O estudo das células, unidade morfofisiológica de todo ser vivo, faz parte do

currículo de ensino, e conforme minha vivência em sala de aula, quando trabalhado

com este conteúdo, é perceptível à dificuldade encontrada pelos alunos em

dimensionar o que são células, sua complexidade interior, diversidade de formas,

funções, havendo certa tendência em simplificá-las como “bolinhas” ou “casulos”.

Com as crescentes transformações que vem sofrendo o mundo e a educação,

torna-se necessário modificar o ensino tradicional de Biologia para um ensino mais

holístico contextualizado e voltado para uma geração fortemente influenciada pela

mídia e que aprende de forma diferente.

Dificilmente o professor se emociona numa sala de aula, isto porque, a

educação escolar é tida como algo intelectual que deve se dirigir à dimensão

cognitiva do aluno.

Esquece-se que o aluno é um todo e que a dimensão cognitiva é apenas uma

parte deste todo, dificilmente relaciona-se educação com prazer, aprender com

alegria. O conhecimento não pode ser reduzido unicamente ao racional; conhecer

significa compreender todas as dimensões da realidade, integrando, dentro de uma

visão da totalidade, os vários níveis de conhecimento, de expressão: o intuitivo, o

racional, o sensorial e o transcendental.

Prazer e ternura devem estar presentes na educação, pois a vida “se gosta” e

os educadores devem estar sempre atentos a isso. Torna-se essencial ao educador

abrir-se a esta nova visão, superando as dificuldades trazidas pela educação

tradicionalista, adquirindo novas posturas e abrindo-se à necessidade de atualizar-

se no uso das novas práticas pedagógicas e de novas tecnologias para utilizá-las

em suas aulas.

Apenas o uso de técnicas motivadoras de aprendizagem não garante um

ensino inovador. É necessário também repensar as competências técnicas, os

ambientes de aprendizagem, as concepções teóricas, como despertar nos

professores a necessidade de rever sua postura de “transmissores de

conhecimento” e de se reeducar para o conhecimento integrado.

“Promover o emprego de metodologias que estejam comprometidas com uma

aprendizagem que proporcione a compreensão do conteúdo de forma mais eficaz e

significativa tem sido uma das grandes preocupações entre os professores”

(MOREIRA, 2006).

Quando se trata do assunto Citologia, a elaboração de material didático de

apoio, como por exemplo, o uso de modelos de maquetes, é de grande importância,

pois são capazes de apresentar uma estrutura tridimensional e dessa forma,

minimizar as dificuldades encontradas pelos alunos ao estudar a célula. Modelos

didáticos podem colaborar no aprendizado do aluno, complementando o conteúdo

dos livros-textos, que muitas vezes não apresentam figuras ou então são explicados

de forma tal que os alunos não compreendem.

Portanto, o presente trabalho tem por objetivo transpor a teoria contida nos

livros didáticos dos conteúdos de Citologia, mais precisamente de diferença entre

célula animal e vegetal vistos em aula, para uma prática mais dinâmica onde os

alunos percebam estruturas microscópicas de forma macroscópicas, e a proposição

de uma mudança conceitual através dessa intervenção.

5- PROBLEMA

Dificuldade de assimilação do conteúdo de citologia

5. 1- PROBLEMATIZAÇÃO

A abstração dos conteúdos trabalhados em citologia, inclusive quando se

trata de citoplasmas suas organelas, levam os alunos ao desinteresse pelo conteúdo

por falta de compreensão.

O fato dos alunos não compreenderem a localização das organelas e suas

respectivas funções evidencia a falta de visão tridimensional da célula.

Assim, a complexidade e a dimensão microscópica dos processos estudados

em citologia é um dos elementos que interfere negativamente no ensino e

aprendizagem dos conteúdos trabalhados no Ensino Médio, que não tem alcançado

bons níveis de aprendizagem, apesar dos esforços de professores.

Krasilchik (2005, p. 183), diz que “todo professor, em algum momento de sua

carreira, já pensou nas transformações necessárias para melhorar suas condições

de trabalho, permitindo-lhe realizar suas aspirações de ensinar de forma que os

alunos realmente aprendam com prazer”.

Bastos (2011, p.8) em seu trabalho nos diz a respeito da produção de

modelos didáticos:

Foi possível perceber o envolvimento dos alunos no processo de

aprendizagem da turma com nítida melhora na capacidade de tomar

decisões em grupo e qualificando a interação dos mesmos. Deste

modo ficou evidente que o uso de modelo didático como maquete

enriqueceu a temática para o ensino de Biologia celular.

Orlando (2009, p.16), em seu estudo pode verificar que “o trabalho dinâmico

com os estudantes, através das atividades desenvolvidas com modelos concretos de

teorias abstratas levou a um maior interesse pelo conteúdo, o que sem dúvida

contribuiu para uma melhor aprendizagem”.

Bastos (2011, p.10) afirma que ”foi possível notar que a participação dos

alunos ocorreu predominantemente ativa e que o uso da maquete para mostrar as

diferenças entre a célula animal e vegetal apresentou resultados satisfatórios”.

Sendo assim, será que a metodologia de construção de uma célula dando

ênfase para as estruturas que as formam, bem como as funções de todo o complexo

celular poderá contribuir para reduzir a complexidade do conteúdo de citologia de

modo que sua abstração e invisibilidade microscópica sejam minimizadas

favorecendo a aprendizagem?

6- OBJETIVOS: GERAIS /ESPECÍFICOS

Compreender a célula como uma entidade tridimensional, no interior da qual

há diferentes estruturas que funcionam integralmente para a manutenção dos

seres vivos.

6.1 ) OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Reconhecer e diferenciar as estruturas que formam a célula bem como suas

funções.

Relacionar as principais diferenças entre célula eucarionte animal e vegetal.

Despertar maior interesse do aluno pela disciplina de biologia por meio da

atividade prática, da convivência em equipe e dos trabalhos de parceria

professor – aluno.

Verificar se houve mudança na visão dos alunos sobre célula após a

construção da célula

7- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O ensino de tópicos de Biologia Celular constitui um dos conteúdos do Ensino

Médio da área de Biologia que mais emprega conceitos abstratos trabalhando

basicamente com aspectos microscópicos. Contudo, cada dia, vemos os avanços e

a importância desses conteúdos na ciência moderna e no entendimento de

processos cotidianos que estão ao nosso redor e, consequentemente, fazem parte

do dia-a-dia do estudante. Em consequência, se esses conteúdos não forem

trabalhados de forma mais próxima aos alunos, sua compreensão poderá ficar

prejudicada, além de gerar desinteresse por parte do aluno que não vê sentido no

que está sendo estudado e acaba se desmotivando (PILETTI, 1991).

Segundo Piletti (1991, p. 233), “em sentido didático, motivação consiste em

oferecer ao aluno os estímulos e incentivos apropriados para tornar a aprendizagem

mais eficaz”.

A motivação para o aprendizado é um aspecto que merece uma atenção, pois

se o professor não está motivado, não tem condições de motivar os alunos. Motivar

os alunos é uma tarefa difícil, pois muitas vezes a falta de motivação está

relacionada a questões de ordem afetiva, alimentação, tudo isso pode também

influenciar a motivação para aprender do aluno. Dessa maneira, fica claro que o

problema da motivação exige que o professor se torne um agente de mudanças

sociais (PILETTI, 1991). “Sabemos que isso não é fácil, pois o professor muitas

vezes se identifica com determinada classe social cujos valores, procura transmitir

aos alunos” (PILETTI, 1991, p. 239).

Para Giordan (1996, p. 197) “a educação precisa hoje, introduzir muito cedo

modelos que correspondam às concepções científicas atuais. As observações

realizadas a esse respeito mostram que o modelo é, ora proposto com um nível de

abstração que muitas vezes os torna incompreensível”. Isso supõe uma reflexão

prévia, pois não basta mostrá-lo em quadrinhos e acrescentar alguns personagens,

trata-se, sobretudo de refletir sobre qual o tipo de perguntas que espera ser

respondida pelo aluno e que tipo de aprendizado terá a partir dos modelos didáticos

propostos (GIORDAN, 1996).

De acordo com Krasilchik (2005, p. 101), “qualquer curso deve incluir uma

diversidade de modalidades didáticas, pois cada situação exige uma solução

própria; além do que, a variação das atividades pode atrair e interessar os alunos,

atendendo as diferenças individuais”.

Segundo Zierrer (2010, p. 13.), “a elaboração de modelos pelos estudantes

em sala de aula e um método ativo de aprendizagem, permitindo a visualização e

interação com temas até então abstratos, e contribuindo para uma melhor

compreensão dos assuntos teóricos”.

A produção de materiais didáticos alternativos, mais precisamente a

construção de maquetes celulares, está em conformidade com os conteúdos

estruturantes de organização dos seres vivos e mecanismos biológicos, os quais

contemplam a classificação dos seres vivos como uma tentativa de conhecer e

compreender a diversidade biológica, bem como o estudo dos componentes

celulares e suas respectivas funções (DCES, p. 56 - 57).

Para Krasilchik (2005, p.114):

Aulas práticas tem lugar insubstituível no ensino de biologia, pois desempenham funções únicas: permitindo ao aluno o contato direto com fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando os organismos.

Além disso, somente nas aulas práticas os alunos enfrentam os resultados

não previstos, cuja interpretação desafia sua imaginação e raciocínio. No entanto,

embora a importância das aulas práticas seja devidamente reconhecida, professores

alegam não ter tempo suficiente para a preparação e organização das mesmas, bem

como não dispõem de equipamentos e instalações adequadas para desenvolvê-las

(KRASILCHIK, 2005. p. 116).

Um elemento que precisa ser levado em conta é o tempo necessário, para a

preparação e utilização de recursos didáticos, que na maioria das vezes o professor

não dispõe. Portanto, cabe a ele buscar alternativas com menor demanda de tempo,

podendo até solicitar ajuda aos alunos e outros profissionais no preparo dos

recursos didáticos (PILETTI 1991, p.155).

Sobre utilização de modelos didáticos, Piletti (1991, p. 113) afirma que “é um

método de ensino que deve ser desenvolvido através de unidades amplas,

significativas e coesas”. Ressaltando que alternativas didáticas pode tornar o ensino

mais significativo de acordo com as necessidades e interesses do aluno.

Todo professor tem seus métodos e técnicas educacionais, e a escolha

adequada de métodos e técnicas didáticas é uma etapa importante do planejamento

de ensino e cabe ao professor estar atento para alguns critérios citados por Piletti

(1991, p.139), “eles são veículos usados pelo professor para criar situações e

abordar conteúdos que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para

alcançar os objetivos (mudanças cognitivas, afetivas, motoras)”.

Para resumir as dificuldades a este respeito, Giordan (1996, p. 201), nos diz,

“que na maioria das vezes, os modelos didáticos utilizados na pedagogia clássica

são mal adaptados, defasados em relação ao saber científico que se pretendem

transmitir”.

Dessa maneira, é de se pensar que a utilização de modelos didáticos pode

ajudar o aluno a progredir no caminho do saber científico. Entretanto, quando

utilizado em um nível de abstração que os tornem incompreensível, acabam por

gerar mais dificuldades produzindo efeitos contrários aos esperados. Enfim, os

modelos didáticos devem ser apresentados como ferramentas aproximativas e não

como realidades intangíveis (GIORDAN, 1996).

Segundo Krasilchik (2005, p. 105) nos diz que “uma aula expositiva, dada por

um bom professor, pode ser uma experiência informativa e estimulante, mas

infelizmente, na maioria dos casos é cansativa e pouco contribui para a formação

dos alunos”.

Reforçando a importância das funções das aulas práticas as quais despertam

interesse aumentam a capacidade de resolver problemas e compreender conceitos

básicos.

Para que recursos de ensino colaborem-no sentido de melhorar a

aprendizagem eles devem ser usados de maneira adequada atentando sempre por

motivar e despertar o interesse dos alunos, favorecendo o desenvolvimento da

capacidade de observação, aproximando o aluno da realidade e permitir a fixação da

aprendizagem. Mas para que isso ocorra Piletti (1991, p.154), nos alerta:

Nunca se deve utilizar um recurso que não seja conhecido suficientemente de forma a poder empregá-lo corretamente, e que a eficácia dos recursos dependerá da interação entre eles e os alunos. Por isso devemos estimular nos alunos certos comportamentos que aumentam a sua receptividade, tais como a atenção, a percepção, o interesse, a sua participação ativa.

Um dos conteúdos em que geralmente se observa dificuldade de

compreensão é o estudo relacionado ao citoplasma, de forma que a visualização

das organelas só é possível com ajuda de microscópio eletrônico. Desta maneira

cabe ao professor buscar alternativas que aproximem o conteúdo estudado à

capacidade de compreensão da turma, ou seja, deve facilitar a construção do

conhecimento propondo atividades alternativas que possam contribuir para o

processo de ensino aprendizagem (PILETTI, 191.p.155).

Estudos apontam que a aprendizagem torna-se mais eficaz quando é

promovida a partir de experiências diretas, pois é conhecido que se aprende através

dos sentidos do corpo, sendo 83% através da visão, 11% através da audição, 3,5 %

através da olfação, 1,5 % através do tato e 1% através do paladar. Além disso, o ser

humano retêm apenas 10% daquilo que lê, 20% do que ouve, 30% do que vê, 50%

do que vê e em seguida realiza; 70% do que ouve e em seguida discute e 90% do

que ouve e logo realiza. Daí a importância de se utilizar atividades que envolvam o

aluno de diferentes maneiras (PILETTI, 1991. p. 156).

“Materiais como modelos e jogos didáticos facilitam a construção do

conhecimento pelo aluno, pois preenchem algumas lacunas deixadas pelo processo

de transmissão e recepção acerca do conteúdo ministrado”. (CAMPOS;

BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003 apud COELHO, 2011).

“A aprendizagem pode ser facilitada ao se transformar em atividade lúdica,

pelo simples fato de os alunos se entusiasmarem quando são convidados a

aprender de uma forma mais descontraída, interativa e divertida” (CAMPOS;

BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003 apud COELHO, 2011).

SOUZA (2008), apud BASTOS (2011 p. 2):

Tem demonstrado que a partir da utilização de materiais de baixo custo encontrados no cotidiano, é possível propiciar aos alunos aulas mais atraentes e motivadoras nas quais estes são envolvidos na construção do seu conhecimento. Sendo assim os recursos didáticos servem como suporte para as aulas expositivas complementando o ensino – aprendizagem.

O ensino de ciências necessita do uso de modelos didáticos principalmente

em se tratando do estudo das células animal e vegetal. “Por se tratarem de

estruturas microscópicas e conteúdo complexo, o estudo da Biologia da célula se

torna uma temática complexa, uma vez que poucos recursos podem ser utilizados

em sala de aula para promover a interação do aluno” (TEIXEIRA, 2010 apud

BASTOS, 2011, p.3).

Sabe-se que a maioria das escolas públicas não possui laboratórios, o que

poderia facilitar o estudo das células, então uma excelente opção é o uso de

modelos didáticos.

“Ao professor compete direcionar o processo pedagógico, interferir e criar

condições necessárias à apropriação do conhecimento pelo aluno como

especificidade de seu papel social na relação pedagógica” (DCES, 2008).

Dessa maneira na qualidade de profissional da educação. “Cabe ao

professor a responsabilidade de adequar as metodologias no intuito de

contextualizar e facilitar a aprendizagem do aluno, assumindo seu papel de

intelectual transformador e planejador de situações de aprendizagem”

(FRIEDMANN, 2009. P.36).

Segundo Oenning (2011, p.11):

Cabe ao professor investir em alternativas que propiciem a aquisição dessas habilidades, buscando sempre levar o aluno a se interessar pelo conteúdo por meio de atividades mais interativas, quebrando o paradigma do professor como transmissor do conhecimento e assumindo que a aprendizagem deve ser construída juntamente com o aluno.

De acordo com Krasilchik (2005, p.36) “a tarefa dos docentes está muito

relacionada a investigar como e por que o aluno aprende, deixando de limitar-se a

uma apresentação de conteúdos, temas e atividades listadas em proposta curricular

e expostas discursivamente em livros de texto”.

Para Bastos (2011, p. 5) o uso de recurso didático no ensino de células

animal e vegetal apresenta suas vantagens, pois melhora a participação dos alunos

aumentando o interesse pelo conteúdo e a interação dentro de sala de aula,

principalmente se o uso da maquete for após a aula expositiva porque a

conceituação deve ser feita antes da utilização ou elaboração do material.

A utilização de recursos didáticos é de grande importância para o

desenvolvimento cognitivo da criança e ainda proporciona ao aluno a oportunidade

de aprender realmente o conteúdo de determinada disciplina de forma mais efetiva

(SOUZA, 2008, apud BASTOS, 2011, p.4).

Oenning (2011, p.11) em seu trabalho nos diz que:

Cabe inferir que a realização de dinâmicas pode ser uma alternativa para o professor envolver mais diretamente os alunos na construção do conhecimento trabalhado em suas aulas, principalmente quando se tratar de conteúdos de difícil visualização, ou ainda, se as escolas possuírem poucos recursos relativos a estes.

7.1- A CÉLULA

A descoberta da célula ocorreu após a invenção do microscópio por: Hans e

Zacarias Jensen (1590). Robert Hooke, 1665, apresentou a Real Sociedade de

Londres resultados de suas pesquisas sobre a estrutura da cortiça observada ao

microscópio em finos cortes. O material apresentava-se formado por pequenos

compartimentos hexagonais delimitados por paredes espessas, lembrando, o

conjunto, os favos de mel das abelhas. Cada compartimento foi chamado célula

(pequena cavidade). Sabe-se hoje que o tecido observado por Hooke (súber) está

formado por células mortas, em cujas paredes houve deposição de suberina,

tomando-as impermeáveis e impedindo as trocas de substâncias (entrada de

alimentos e oxigênio, saída de detritos etc.). Após a suberificação e morte do tecido,

restam as paredes espessas, delimitando espaços cheios de ar (AMABIS, 2010).

A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos; o mais

baixo nível de organização biológica onde se manifestam todas as propriedades da

vida. Seres vivos unicelulares são constituídos por uma única célula, a qual

corresponde ao organismo. Seres vivos pluricelulares são constituídos por vários

tipos especializados de células, verificando-se divisão de trabalho entre elas.

Distinguem-se dois tipos de células no que diz respeito à sua organização estrutural:

células eucarióticas e células procarióticas. As primeiras são células mais simples,

sem organelas membranosas e o material genético não está contido numa estrutura

envolta por membrana. Exemplo: bactérias e cianobactérias. As segundas são

células com uma estrutura mais complexa, apresentando material genético

delimitado por uma membrana constituindo o núcleo e organelas celulares.

Exemplo: todos os outros grupos de seres vivos. No século XIX, munidos das

conclusões de seus antecessores, vários biologistas voltaram os interesses para a

elaboração da chamada teoria celular (BRITO, 1999).

Nos anos de 1838 e 1839, dois cientistas alemães, o botânico Mathias

Shleiden e o zoólogo Theodor Schawnn, estabeleceram definitivamente a teoria

celular, a qual faz uma das grandes generalizações em Biologia, afirmando o

seguinte: "Todos os seres vivos são formados por células". Tal generalização

estende-se desde os organismos mais simples, como as bactérias ou amebas, até

os mais complexos, como o homem ou uma frondosa árvore, com exceção dos vírus

que são os únicos organismos que, embora vivos, não apresentam estrutura celular,

sendo caracterizados como seres acelulares (AMABIS, 2010).

Em 1858, outro biologista alemão Rudolf Virchov lançou a ideia de que as

células se originam de outras células pré-existentes.

Posteriormente, verificou-se que a célula forma um todo vivo e o seu interior é

preenchido por um conteúdo denominado protoplasma; essa denominação foi dada

por Hertwig. O protoplasma era dividido em uma região central, o núcleo, e em uma

porção mais periférica, o citoplasma, tudo envolvido pela membrana celular.

Constatou-se, então, a complexidade da estrutura e composição química da célula,

além de seu papel primordial como elemento morfofisiológico básico dos organismos

vivos, responsável direto pelo seu bom ou mau funcionamento (BRITO, 1999).

No século XX, a invenção do microscópio eletrônico com um poder de

resolução de até 600.000 mil vezes, juntamente com os avanços da Bioquímica,

Biofísica, Imunologia, Fisiologia e Genética, contribuíram para um conhecimento

bastante aprofundado de todos os processos celulares, bem como sua estrutura

interior e composição molecular (BRITO, 1999).

Geralmente as células têm um tamanho inferior ao poder de resolução do

olho humano, daí elas só terem sido observadas após a invenção do microscópio.

De maneira geral, as células animais variam de 10 a 20 micrômetros (1x10-6m),

enquanto nos vegetais medem de 20 a 50 micrômetros. O tamanho médio das

bactérias varia de 2 a 5 micrômetros. Existem Células de grande tamanho, que

podem ser vistas a olho nu, como é o caso do óvulo humano, uma célula esférica

com 200 micrômetros de diâmetro (1x10-6m). Na célula nervosa o axônio atinge até

1 metro de comprimento (AMABIS, 2010).

Há dois tipos de células eucarióticas: animais e vegetais. Apesar de

apresentarem diferenças, é comum a todas elas (a membrana plasmática, o

citoplasma e o núcleo), existem estruturas exclusivas das células animais e outras

exclusivas das células vegetais (BRITO, 1999).

Qualquer ser vivo que apresente células como a dos animais, essas células

têm uma série de características que as distinguem das plantas. Por exemplo, são

desprovidas de parede celular e de cloroplastos, mas apresentam centríolos,

estruturas ausentes nas plantas mais complexas (BRITO, 1999).

Em praticamente todas as células podemos distinguir três partes: a

membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. A membrana celular ou plasmática é

uma estrutura que delimita a célula e a separa do meio onde se encontra, mas não

isola completamente a célula, pois permite o intercâmbio de substâncias do interior

ao exterior e vice-versa (BRITO, 1999).

O citoplasma ocupa o espaço situado entre a membrana e o núcleo. Esse

espaço está preenchido de um fluido, o hialoplasma (ou citosol), no qual se

encontram os orgânulos celulares ou citoplasmáticos e o citoesqueleto composto por

filamentos de actina filamentos intermediários e microtúbulos que dão forma as

células ( BRITO, 1999).

O núcleo é uma estrutura mais ou menos esférica que se encontra no interior

da célula, delimitado por uma estrutura membranosa (o envoltório nuclear). Assim

como a membrana celular, o envoltório nuclear permite o intercâmbio de

determinadas substâncias entre o núcleo e o citoplasma ( BRITO, 1999).

Cada uma das partes tem sua função. A célula é uma unidade biológica

funcional. Caso uma célula pertença a um ser pluricelular, ela pode ser

especializada no desempenho de uma determinada função (AMABIS, 2010).

7.2- ESTRUTURAS ENCONTRADAS NAS CÉLULAS:

1. Membrana celular ou plasmática. É formada por uma camada dupla de

fosfolipídios, com colesterol e proteínas. É uma capa dinâmica e flexível, na qual

podem ser formadas vesículas para englobar substâncias; essas vesículas podem

se unir a outras no interior da célula. Substâncias podem atravessar a membrana

celular por simples difusão (como o gás oxigênio) ou mediante transporte ativo, com

consumo de energia. Sendo sua principal função a permeabilidade seletiva.

2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma; imersos nele encontram-se as

organelas celulares. Nele ocorrem 90% das reações biológicas.

3. Núcleo. Delimitado por um envoltório nuclear, no interior do núcleo há o

nucléolo e os filamentos de material genético (DNA).

4. Retículo endoplasmático. Conjunto de membranas que formam sáculos

e tubos conectados entre si com a membrana celular e o envoltório nuclear. Há dois

tipos: o Retículo endoplasmático rugoso, que tem ribossomos aderidos, e o Retículo

endoplasmático liso, que não apresenta ribossomos. Suas funções são Transportar,

armazenar e modificar proteínas e lipídios a célula.

5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sáculos achatados.

Realiza secreção celular também modifica proteínas (adição de açúcar).

6. Centríolos. Presentes em células animais e ausentes em plantas mais

complexas, são formados por tubos de proteínas; estão relacionados à divisão

celular, organização do citoesqueleto e aos movimentos (cílios e flagelos).

7. Vesículas. Estruturas membranosas pequenas que transportam

substâncias, podem se unir à membrana e eliminar seu conteúdo para fora da

célula.

8. Ribossomos. Pequenos orgânulos cuja função é traduzir mRNA o que

resulta em uma proteínas.

9. Citoesqueleto. Filamentos proteicos que constituem uma rede, dando

forma à célula e participam do transporte de substâncias.

10. Mitocôndrias. Encarregadas de realizar respiração celular, um

conjunto de reações químicas mediante as quais a célula obtém energia. Possuem

DNA próprio e capacidade de duplicação (JUNQUEIRA, 2005).

Algumas células animais também possuem estruturas relacionadas com

movimento (cílios ou flagelos), que não existem em plantas complexas.

De modo semelhante ao das células animais, nas células vegetais podem-se

distinguir três partes.

A membrana é muito parecida com a das células animais e apresenta as

mesmas funções, ainda que esteja recoberta pela parede celular. A rigidez dessa

cobertura complexa exige mecanismos de união e comunicação entre as células

vegetais que constituem um tecido.

O citoplasma contém diversas organelas e é preenchido pelo fluido chamado

citosol.

A parede celular está presente nas células vegetais, sendo uma parte

essencial delas e apresenta as funções de proteção e sustentação. Embora seja

formada por celulose, há casos em que se apresenta impregnada com uma

substância mais rígida, a lignina. Isso ocorre em muitas células componentes da

madeira do tronco das árvores. Em razão de sua presença na parede das células

vegetais, a celulose é, sem dúvida, o polissacarídio mais abundante na Terra.

Além da parede celular, as células vegetais caracterizam-se pela presença de

orgânulos chamados plastos (ou plastídios) e pela existência de grandes vacúolos.

Os plastos são característicos de células vegetais e das algas; podem ser de

vários tipos e realizam muitas funções. Os amiloplastos, por exemplo, são

importantes, pois armazenam amido como substância de reserva. Os plastos mais

importantes, contudo, são os cloroplastos, os orgânulos que realizam fotossíntese e

possuem a capacidade de duplicação. Têm um pigmento verde, a clorofila,

substância-chave na captação de luz solar. A maioria das plantas é verde em razão

da presença desse pigmento. As células vegetais também se distinguem das células

animais pela presença de estruturas com forma de bolsas, os vacúolos, que podem

apresentar grande volume (ALBERTS et al., 1999).

Os vacúolos armazenam substâncias (água, moléculas orgânicas,

substâncias residuais). A célula vegetal adulta tem a presença de um único vacúolo

central e o núcleo deslocado para a periferia.

Nos tecidos vegetais, as comunicações entre as células são feitas por meio

de estruturas denominadas plasmodesmos os quais permitem trocas de materiais

entre células vegetais vizinhas por meio de pontes citoplasmáticas.

7.3- PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CÉLULAS ANIMAIS E VEGETAIS:

Célula Vegetal Célula Animal

Centríolos Ausente Presente

Peroxissomos Presente Presente

Complexo de Golgi Vesículas Isoladas Vesículas

Empilhadas

Cloroplastos Presente Ausente

Vacúolos Maiores Menores

Plasmodesmos Presente Ausente

Parede Celular Presente Ausente

Substância de Reserva Amido Glicogênio

Fonte: o autor, 2013.

8- ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

O projeto será desenvolvido com duas turmas de 1ª séries do ensino médio

do Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva Ensino Fundamental e Médio do

município de Ivaí durante um semestre, visando assim contemplar o maior número

de alunos participantes, uma vez que as disciplinas são ofertadas por blocos. Nas

turmas 1 e 2 que possuem aproximadamente 36 alunos serão desenvolvidas as

atividades propostas pelo projeto.

As atividades serão desenvolvidas no laboratório do colégio e na sala de

aula, mediante aulas expositivas, utilização de vídeos, livro didático e pesquisa

bibliográfica enfocando as principais diferenças entre células animais e vegetais,

bem como maquetes produção de modelos didáticos de célula animal e vegetal.

Para a confecção dos recursos didáticos relacionados aos conteúdos de

citologia será priorizada a utilização de materiais de fácil aquisição e manipulação,

tais como: EVA, massa de modelar, cordões coloridos, gel, alfinetes, blocos de

isopor, bolinhas de isopor, canudinho, lápis de cor, cartolina, palito de dente, papel

alumínio, fios de cobre, estilete, cola quente, lixa de madeira, arame maleável, pincel

fino, tinta guache, algodão, miçangas, garrafas plásticas, pistola de cola quente, fio

de costura, lixa de madeira, fios elétricos, potes e vasilhas plásticas, carretel de fio

vazio, etc.

Para aplicação do projeto serão utilizadas 8 encontros, cada um de

aproximadamente 4 horas. A confecção dos exemplares das células será realizada

no laboratório de biologia.

Antes da confecção e aplicação dos recursos didáticos sobre biologia celular

será realizado num primeiro encontro uma atividade de construção de um mapa

conceitual (atividade 1) partindo da palavra célula, com intuito de verificar o

conhecimento prévio dos alunos. Este mapa deverá contemplar os conteúdos sobre

estruturas celulares, componentes que o formam, bem como suas principais

funções.

Os alunos de cada turma serão divididos em quatro grupos, A e B, C e D de

aproximadamente 9 participantes, isto porque cada um será encarregado de fazer

uma pesquisa sobre uma determinada organela e confeccionar esta organela para a

montagem do tabuleiro da célula (atividade 2). Para que os alunos participem

efetivamente das tarefas propostas, primeiro será criado este tabuleiro da célula

para que assim cada aluno fique responsável pela confecção de uma organela bem

como sua pesquisa de morfologia e função. Desta maneira, a intenção é usar o

modelo confeccionado por cada aluno na explicação de cada organela. Estas

atividades (pesquisa e tabuleiro da célula) serão desenvolvidas em 2 encontros.

Após a atividade 2 e as discussões feitas sobre as pesquisas dos alunos, o

próximo passo será a confecção do modelo didático das células animais e vegetais

pelos grupos (atividade 3), atividade esta que será realizada em 2 encontros.

O material a ser utilizado para montagem do tabuleiro de célula (atividade 2) e

modelo didático das células (atividade 3) será de livre escolha para cada grupo bem

como sua criatividade, porem monitorados pelo professor, atentando sempre para a

utilização de materiais de baixo custo e de fácil acesso.

As atividades propostas aqui nesta implementação estão contempladas nas

Diretrizes Curriculares (DCE, 2008).

Posteriormente a construção dos exemplares de células será feito um novo

mapa conceitual e uma palavra cruzada como atividade avaliativa para as duas

turmas como verificação do aprendizado depois da construção dos modelos

didáticos. As avaliações serão realizadas em 1 encontro.

Este projeto será apresentado na semana pedagógica, assim como modelos

didáticos produzidos pelos alunos serão expostos para comunidade escolar.

9- METODOLOGIA / ATIVIDADES

No primeiro encontro relacionado ao conteúdo de citologia, os alunos

juntamente com o professor irão fazer um mapa conceitual utilizando o quadro negro

da sala de aula. Esta atividade tem como objetivo verificar o conhecimento prévio

dos alunos sobre a célula. Este mapa conceitual deverá contemplar os conteúdos

sobre a célula, componentes que formam a célula: membrana plasmática,

citoplasma suas organelas e o núcleo bem como suas principais funções.

A construção do mapa conceitual é uma atividade que levará

aproximadamente 4 horas (1 encontro) e será desenvolvida na sala de aula pelos

alunos, com ajuda do professor, para resgatar o conhecimento prévio dos alunos

bem como corrigir erros conceituais e esclarecer dúvidas sobre o conteúdo. Para

melhor compreender segue aqui uma breve descrição do que vem a ser mapa

conceitual e como pode ser utilizado didaticamente.

O QUE É MAPA CONCEITUAL

Mapas conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas,

que indicam relações entre conceitos ligados por palavras. Estas representações

podem ser utilizadas para auxiliar a ordenação e a sequência hierarquizada dos

conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno. Além

disso, os mapas conceituais tornam a aprendizagem do aluno significativa, pois

permite ao aluno estabelecer ligações de um novo conhecimento com os conceitos

relevantes que já possui (MOREIRA, 2006).

Mapas conceituais podem ser utilizados como: estratégia de estudo,

apresentação de itens curriculares, instrumento para avaliação de aprendizagem

escolar e pesquisas educacionais. Como uma ferramenta de aprendizagem, o mapa

conceitual é útil para o estudante, por exemplo, fazer anotações, resolver problemas,

planejar o estudo e/ou a redação de grandes relatórios, preparar-se para

avaliações, identificar a integração dos tópicos (MOREIRA, 2006).

Segundo Moreira (2006):

Para os professores, os mapas conceituais podem constituir-se em poderosos auxiliares nas suas tarefas rotineiras, tais como: tornar claro os conceitos difíceis, arranjados em uma ordem sistemática. Auxiliar os professores a manterem-se mais atentos aos conceitos chaves e às relações entre eles. Auxiliar a transferir uma imagem geral e clara dos tópicos e suas relações para seus estudantes, reforçar a compreensão e aprendizagem por parte dos alunos, permitir a visualização dos conceitos chave e resumir suas inter-relações, verificar a aprendizagem e identificar conceitos mal compreendidos pelos alunos, auxiliar os professores na avaliação do processo de ensino, possibilitar aos professores avaliar o alcance dos objetivos pelos alunos através da identificação dos conceitos

mal entendidos e dos que estão faltando. Segue exemplo de um mapa que servirá de suporte didático e

direcionamento do conteúdo abaixo descrito.

ATIVIDADE 1

FIGURA 1: Exemplo de mapa conceitual a ser elaborado pelos alunos e professor.

FONTE: o autor, 2013.

Depois de feito o mapa conceitual (atividade 1), este será fotografado para

que ao término de todas as atividades este sirva como base para comparação com o

novo mapa conceitual produzido pelo alunos. Uma segunda possibilidade seria

elaborar o mapa conceitual no próprio laboratório ou sala de aula utilizando

cartolinas, e mantê-lo até o término das atividades.

Após a construção do mapa conceitual, a turma será dividida em quatro

grupos de nove alunos aproximadamente para iniciar a próxima atividade que

consistirá primeiramente em uma pesquisa. Cada aluno do grupo ficará responsável

por uma organela, sobre a qual deverá realizar uma pesquisa dando enfoque a sua

morfologia e função. No próximo encontro os alunos deverão trazer sua pesquisa

sobre a sua organela (que deverá ser impressa ou manuscrita). Para discussão de

dúvidas e apresentação das pesquisas será realizada uma mesa redonda

coordenada pelo professor que deverá levar aproximadamente 2 horas. Feito a

mesa redonda, o próximo passo será em assistir alguns vídeos relacionados ao

conteúdo de citologia: A CÉLULA

(https://www.youtube.com/watch?v=HpImbDQr25k); outro que contempla a diferença

de célula animal e vegetal, DIFERENÇA CÉLULA ANIMAL E VEGETAL

(https://www.youtube.com/watch?v=_67uceIwO9Q); e um terceiro vídeo que aborda

os componentes celulares, ESTRUTURAS CELULARES

(https://www.youtube.com/watch?v=U1mwbkpHheo). A visualização dos vídeos será

realizada em 2 horas. O propósito dos vídeos é mostrar a célula numa visão

macroscópica bem como mostrar a diferença morfológica e fisiológica tanto da célula

animal como a vegetal.

A próxima atividade será então a construção do tabuleiro contendo todas as

organelas. Segue abaixo o passo a passo das montagens, ficando a cargo do grupo

usar sua criatividade bem como a utilização dos materiais.

ATIVIDADE 2

Tabuleiro da célula:

O estudo da célula faz parte do conteúdo estruturante das diretrizes

curriculares da educação básica – biologia sendo de suma importância para

entendimento dos sistemas biológicos, mecanismos celulares biofísicos e

bioquímicos, transmissão da herança genética, entre outros. Sendo assim, a

proposta desta atividade consiste em criar um modelo a partir de peças separadas.

Por isso a confecção do tabuleiro pode ajudar nessa compreensão. Esta atividade

está prevista para ser realizada em dois encontros de duas horas aula cada.

- Material disponibilizado pelo professor: placa de isopor de 1,5 cm de

espessura e 50x50 cm; uma cartolina branca; pedaços de velcro; lápis de cor;

canetinha; papel contact incolor; bijuterias; papel crepom; alfinetes.

- Passo a Passo:

1. Na cartolina deve-se desenhar o modelo da célula animal ou vegetal;

2. Desenhe todas as organelas e pinte;

3. Cole a cartolina no isopor e cubra com papel “contact” incolor.

4. Depois desenhe cada organela separadamente, pinte e cubra com papel

“contact” incolor, colando velcro nas organelas (tanto no isopor quanto nas

organelas isoladas).

- Como usar o modelo:

Nossa sugestão é usar o modelo na explicação de cada organela e ir

montando a célula aos poucos, colando cada organela em seu espaço determinado

e explicando suas funções.

ATIVIDADE 3

Após a montagem do tabuleiro da célula e das discussões sobre o tema, o

próximo passo será a produção de modelo didático pelos alunos com a supervisão

do professor. A construção dos modelos didáticos será realizada em 2 encontros.

- Confecção do modelo didático:

- Passo a passo:

1. Cole duas placas de isopor de 1 metro por 50 centímetros utilizando cola

quente; com a ajuda de um estilete e lixa corte a placa de isopor fazendo o formato

de uma célula vegetal ou animal a qual preferir confeccionar.

2. Utilizando tinta acrilex verde pinte as bordas para representar a membrana

plasmática, o citoplasma pinte com tinta acrilex azul.

3. Insira todas as organelas confeccionadas com massa de modelar ou outro

material alternativo. Quanto ao núcleo utilize uma bola de isopor maciça cortada

fazendo um ângulo de 90º graus. Fixe canudinho em várias regiões do núcleo

demonstrando os poros da carioteca, massa de modelar ou fio de lã para

demonstrar a cromatina podendo até demonstrar os cromossomos condensados e o

nucléolo.

O grupo que optar por produzir a maquete de célula vegetal deverá estar

atento à presença da parede celular bem como os plastos e vacúolos.

FIGURA 2: Exemplos de modelos didáticos de célula animal (A) e vegetal (B).

FONTE: BASTOS e FARIA, 2011.

(A)

(B)

ATIVIDADE 4

- Avaliação:

Como forma de avaliar foi proposta uma palavra cruzada e a construção de

um novo mapa conceitual contemplando os conteúdos abordados. A avaliação

(atividade 4) será realizada em 1 encontro.

FIGURA 11: Exercício avaliativo de palavra cruzadas sobre organelas celulares.

FONTE: o autor, 2013

Horizontal:

2. É a maior porção da célula nele estão inseridos todas as organelas.

4. Tem a função de sustentação das células animais.

6. É a limitação morfológica das células vegetais e também de algumas bactérias

fungos e protozoários.

9. São estruturas de ligação entre uma célula e outra possibilitando a troca de

substâncias entre as células vegetais.

10. São produzidos pelo complexo de golgi e o retículo endoplasmático atuam na

digestão de células fagocitárias.

11. Responsável pelo transporte de substâncias também possuem ribossomos

aderidos.

12. Sua função e a digestão intracelular.

13. É a principal parte da célula nele encontramos a carioteca e a cromatina.

Vertical:

1. Sua função e armazenar e secretar substâncias.

2. Possui DNA próprio realizam a fotossíntese e são típicos de células vegetais.

3. Responsável por organizar a estrutura celular durante sua divisão.

5. Responsável pela síntese de proteínas.

7. Organela semelhante aos lisossomos que contem enzimas digestivas que atuam

na desintoxicação celular.

8. É uma das organelas mais importantes das células eucarióticas responsável pela

geração de energia que será utilizada na respiração.

Respostas.

Horizontais: citoplasma, lisossomo, complexo de golgi, retículo, mitocôndrias,

cloroplastos.

Verticais: parede celular, centríolos, núcleo, lisossomos, plasmodesmos,

citoesqueleto, peroxissomos.

RESULTADOS ESPERADOS:

Com esta intervenção escolar espera-se a sensibilização e o estímulo às

atividades lúdicas e práticas na escola, a melhoria do aprendizado e o desempenho

dos alunos, a sensibilização dos professores para o desenvolvimento de modelos

próprios e a promoção da consciência ambiental com a utilização de material de

baixo custo e reciclável. Portanto o objetivo desta intervenção é melhorar o

aprendizado na disciplina de Biologia, e consequentemente um maior rendimento

escolar tanto nas avaliações da própria escola como nos exames externos. Outro

resultado esperado é a adequação da ementa da disciplina usando outros recursos

didáticos além da aula expositiva.

10- REFERÊNCIAS

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