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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
1Professor PDE e Professor de geografia do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio Estadual Ipê Roxo - Foz do Iguaçu/PR. 2Orientador do PDE e professor do curso de geografia da Unioeste - Campus de Francisco Beltrão/PR.
O COTIDIANO COMO REFERÊNCIA PARA A COMPREENSÃO DO TERRITÓRIO EM AULAS DE GEOGRAFIA NO SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
(COLÉGIO IPÊ ROXO - FOZ DO IGUAÇU)
Germano Luiz Kalinoski1
Luiz Carlos Flávio2
RESUMO: Este artigo aborda a importância que o território tem para a formação dos alunos da educação básica devido as possibilidades que oferece em articular questões que envolvem poder, controle, dominação e apropriação com a realidade social vivida pelos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Ipê Roxo. Portanto analisando as questões sociais, econômicas, políticas e culturais que se desenvolvem na comunidade Cidade Nova, onde o Colégio Ipê Roxo está localizado, desenvolvemos algumas reflexões sobre o conceito de território no sexto ano do Ensino Fundamental através da análise das questões referentes ao cotidiano e às práticas sociais do homem comum expressas em textos, trabalhos de campo, imagens, poesias e xilogravuras.
PALAVRAS-CHAVE: Território. Cotidiano. Espaço geográfico. Sociedade. Educação.
Introdução
Inicialmente, é importante tecermos algumas considerações sobre o contexto
no qual este artigo foi elaborado. Pois ele representa o fechamento de vários
trabalhos de pesquisa desenvolvidos no âmbito do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), durante os anos de 2013 e 2014.
Dentre as atividades desse programa consta primeiro a realização de um
projeto de pesquisa, depois a elaboração de uma produção didático pedagógica
seguida de uma intervenção pedagógica na qual se coloca em prática, na escola, o
projeto proposto pelo professor ao programa.
Outra questão importante que precisa ser observada, pois está relacionada
com a realidade concreta vivida pelos alunos, trata-se da localização da escola onde
a pesquisa aconteceu. O Colégio Estadual Ipê Roxo está localizado no bairro Cidade
Nova l, mas também recebe alunos do bairro Cidade Nova ll, do Jardim Universitário,
da Vila Solidaria e de outros conjuntos habitacionais que estão sendo construídos
nas proximidades da escola, como o Nova Andradina e o Conjunto habitacional
Jardim Almada. O bairro Cidade Nova l e ll foram construídos no final da década de
90, sendo resultado das políticas públicas de desfavelização que estavam
acontecendo naquele período na cidade de Foz do Iguaçu. Essa situação de os
alunos estudarem em uma escola localizada em um bairro da periferia de Foz do
Iguaçu, que está longe do centro e que é resultado das políticas públicas de
desfavelamento, nos levaram a refletir sobre questões como as que se referem a
dominação, a apropriação e outras formas de poder e que estão vinculadas a
construção de elementos como memória, identidade, valores, hábitos e costumes
que fazem parte das práticas sociais vividas pelos alunos e que estão relacionados a
mobilidade, ao deslocamento,as fronteiras e a alteridade. Estes elementos nos
convenceram a optar pelo território como objeto principal da pesquisa.
Outra observação importante que precisa ser feita é com relação a escolha do
cotidiano como referência para a compreensão do território. Assim, o território em
estudo acontece em um determinado contexto, ou seja, com alunos do sexto ano
(6ºB) do Ensino Fundamental regular com idade entre dez e onze anos. A maior
parte do tempo que essas crianças realizam as suas práticas sociais estão
vinculadas a alguns espaços mais específicos como a casa, a rua, a escola, a igreja,
a mercearia, o posto de saúde, a biblioteca comunitária, entre outros, que estão
mais próximos e acessíveis a sua realidade concreta, ao seu cotidiano.
Para analisar o território a partir do cotidiano das crianças que estudam no
sexto ano escolhemos alguns recursos didáticos como textos, aulas de campo,
relatórios, atividades com poesias, imagens, xilogravuras e xilografias. Utilizamos
esses recursos apenas para nos auxiliar na leitura do território, portanto, não
tivemos a intenção de fazer uma analise teórica mais profunda dos mesmos.
Existe disponível para pesquisa uma vasta bibliografia que trata do tema
território. Entretanto, entre os muitos artigos, teses de mestrados, monografias,
livros, e outros materiais que pesquisamos não encontramos nada que tratasse
especificamente do estudo do território no sexto ano do Ensino Fundamental. O
único material que nos forneceu alguma coisa refere-se às Diretrizes Curriculares de
Geografia. Mesmo assim, as discussões realizadas sobre o conceito de território por
autores como Milton Santos, Rogério Haesbaert, Marcos Saquet, Luiz Carlos Flávio
nos ajudaram de maneira significativa a fundamentar a pesquisa e desta maneira
entender um pouco a complexidade existente na produção do território.
A temática proposta parte de uma observação das diretrizes curriculares de
geografia. Estas propõem que se trabalhe o conceito de território no sexto ano do
Ensino fundamental numa perspectiva crítica. Assim, optamos em fazer isso
relacionando o território com o cotidiano e com as práticas sociais da comunidade
em que os alunos estão inseridos. Relação que parte do olhar dos alunos sobre os
diferentes aspectos que constituem o território existente no espaço em que vivem.
Portanto este artigo se propõe a trabalhar com uma concepção do conceito de
território, no sexto ano, tendo como referência sobretudo a abordagem de uma
acepção que englobe o cotidiano dos alunos. Pois a perspectiva sobre território
consiste em evidenciar as inter-relações e a interdependência dos diversos
elementos do espaço geográfico – interações ligadas a manifestações de poder, e
aos respectivos limites/fronteiras das relações humanas que envolvem: disputas,
conflitos, mas também relações de pertencimento vinculadas a interações de
solidariedade, barganha, língua, hábitos, costumes, tradições, crenças efetivadas no
mundo vivido, no mundo do trabalho, etc. E a busca desse entendimento do território
se dá, e esse é o nosso objetivo, partindo dos próprios alunos, da maneira como
eles fazem, sentem, entendem e veem o território em suas microterritorialidades
perceptíveis e imperceptíveis existentes no cotidiano da cidade.
O presente artigo está dividido em cinco partes. Na primeira parte, território e
cotidiano, fizemos uma breve fundamentação teórica sobre a importância que o
estudo das práticas sociais têm para o ensino de geografia no sexto ano do Ensino
Fundamental. Na segunda parte, território e cotidiano em textos e imagens,
desenvolvemos algumas reflexões sobre a construção do território tendo como base
para as reflexões as atividades com textos e imagens realizadas pelos alunos com
os quais trabalhamos. Na terceira parte, território em trabalhos de campo, buscamos
dar um caráter mais visual e prático a interpretação do território. No item quatro,
território e cotidiano em poesias, foi feita uma leitura do território vivido pelos alunos
a partir de textos poéticos de Luiz Carlos Flávio e de poeminhas feitos pelos próprios
alunos. E no item cinco, território e cotidiano através da técnica da xilografia e da
xilogravura, buscamos diversificar a prática pedagógica com a intenção de ampliar o
horizonte conceitual dos alunos com relação à interpretação do território.
Na intervenção pedagógica buscamos analisar, discutir e comparar as
imagens, poesias, aula de campo, relatórios, textos e xilogravuras feitos pelos
alunos, relacionando com a realidade vivida por estes, estabelecendo comparações
com materiais produzidos pelo professor pesquisador para com isso dar uma
consistência maior à análise do território.
1 Território e Cotidiano
No sexto ano do Ensino Fundamental, a proposta de trabalho da grande
maioria dos autores de livros didáticos de geografia está concentrada no estudo dos
lugares, das paisagens e da construção do espaço geográfico nas suas diferentes
escalas. São realizadas as mais diferentes abordagens, como: a paisagem vinculada
ao trabalho e à transformação do espaço geográfico, paisagens naturais e
humanizadas, geografia dos lugares, entre muitas outras. As abordagens acontecem
através de textos, imagens, mapas, gráficos e tabelas que descrevem e relacionam
elementos sociais (cidades, campo, transportes, comunicação, indústrias, trabalho
etc) e naturais (clima, vegetação, relevo, hidrografia etc) de maneira estanque, sem
comunicação entre si. O território, o cotidiano e as práticas sociais que acontecem
no mesmo são quase que totalmente ignoradas.
Nas diretrizes de geografia o conceito de território que deve ser trabalhado no
sexto ano do Ensino Fundamental é apresentado numa dimensão crítica, onde a
abordagem é feita através de uma compreensão política do mundo, local e global,
cartografados ou não, tanto materiais como imateriais e que estão presentes nos
espaços urbanos, como os territórios do trabalho, da arte de rua, da segregação
socioeconômica, território das lutas sociais e outros (DCE, 2008).
Também as diretrizes nos alertam para a relação entre local e global, os
interesses hegemônicos das grandes corporações capitalistas que atuam no espaço
global e que interfere na territorialização local. Sendo importante abordar em sala de
aula essas diferentes territorialidades espaciais, as relações pessoais e coletivas
que acontecem no interior dos mesmos (DCE, 2008). Para as diretrizes (DCE, 2008,
pp. 62-63), os conceitos fundamentais da Geografia - paisagem, lugar, região,
território, natureza e sociedade – devem ser apresentados numa perspectiva crítica.
Que forme e signifique os conceitos de paisagem, lugar, região, território, natureza e
sociedade. E que identifique as formas de apropriação da natureza, a partir do
trabalho e suas consequências econômicas, socioambientais e políticas.
A proposta, portanto consiste em trabalhar o conceito de território nas aulas
de geografia do sexto ano do Ensino Fundamental de maneira mais constante e
levando sempre em consideração o cotidiano dos alunos e as práticas sociais que
acontecem na cidade em que moram e da qual fazem parte. Assim, o território
trabalhado com os alunos do sexto ano e apresentado neste artigo, acompanha
aquela perspectiva apontada por Saquet (2004), que diz:
De modo geral, para nós, o território é formado desde habitações, estabelecimentos industriais, financeiros, comerciais e de serviços, pontes, estradas, até plantações agrícolas, pastagens, instituições políticas e culturais, automóveis, antenas parabólicas, que o consubstanciam constantemente a partir das relações que envolvem ou em que são
envolvidas. O território não é somente relações sociais; simultaneamente, significa também a materialidade das formas espaciais dos processos sociais de dominação e controle; é fluxo, conexão e enraizamento. As relações de poder não estão deslocadas das formas espaciais e vice-versa (SAQUET, 2004, p. 139)
Entendendo a formação dos territórios os alunos conseguirão ampliar o
entendimento que possuem sobre o espaço geográfico. Para Milton Santos, ''O
território são formas, mas o território usado são objetos e ações, sinônimo de espaço
humano, espaço habitado" (SANTOS, 2005, p. 138). Portanto quando se propõe
trabalhar o território no sexto ano, com crianças de 10 a 11 anos, é importante iniciar
as reflexões considerando, por mais simples que sejam, os objetos e as ações que
fazem parte do mundo desses alunos, a maneira como eles veem, pensam, sentem,
se movimentam e se articulam no espaço em que vivem.
E é importe que os alunos do sexto ano entendam a territorialidade, o
espaço urbano a partir do seu cotidiano, da sua casa, da sua rua, da família, do
outro mais próximo, como vizinhos, amigos. Desta maneira:
Os lugares próximos do citadino são aqueles com os quais ele se identifica o mais espontaneamente possível, são espaços de sobreposição quase perfeita entre um quadro físico e um sentimento de pertencimento a uma coletividade, por menor que ela seja e da qual retira sua primeira forma de identidade entre outras mais afastadas. É, pois, ao mundo doméstico que primeiro se deve dar atenção. A casa é o contexto da primeira socialização e, simultaneamente, o da primeira individualização, pois só nos tornamos indivíduos para os outros entrando no mundo - antes de tudo no mundo doméstico (AGIER, 2011, p. 103).
Bairros que surgem como resultado de assentamentos ilegais em áreas
como fundo de vales, margens de rios, encostas de morros, ou resultado de políticas
públicas de desfavelamento, acabam transformando o espaço urbano em 'fronteiras
imaginárias' e 'fronteiras identitárias' Michel Agier (2011). Ou seja, esses territórios,
muitas vezes são vistos, batizados e apresentados de maneira caricata por muitos
moradores da cidade. Até a comunidade amadurecer, criar suas próprias redes,
sentimentos de pertencimento e de identidade terá que fazer todo um enfrentamento
da imagem negativa, da estigmatização e rejeição que as comunidades vizinhas, e
muitas vezes a cidade num todo, lhe atribuem.
Refletindo sobre a noção de território, Flávio (2011) observa que:
É interessante(...) pensarmos a questão dos combates expressos no espaço a partir da noção de território, expressa nas estratégias de poder, lutas e enfrentamentos com o fim de apropriação, controle, domínio, demarcação de espaços; bem como ações em que os grupos e classes sociais se envolvem buscando garantir que seus interesses (econômicos, políticos, culturais, religiosas - sagrados, de identidade, morais etc)
encontrem e estabeleçam habitação no mundo, se materializem enquanto seus espaços de existência e realização ( FLÁVIO, 2011 , p.45).
Conforme a sociedade iguaçuense foi urbanizando o espaço em que vive
(ruas, avenidas, praças, universidades, rede de água, escolas, etc) foi
desenvolvendo meios de criar a sua própria existência. E essas relações sociais que
as pessoas desenvolvem no seu cotidiano precisam ser consideradas. É necessário
introduzir na sala de aula os lugares e as paisagens que formam os territórios
vivenciados pelos alunos, territórios que eles de alguma maneira ajudam a construir
e manter como atores.
É nas e através das relações que se dão no cotidiano que o homem comum
consegue agir sobre o lugar e desenhar a sua própria paisagem no território que
está inserido. No capital há todo um esquema montado para manipular as relações
de dominação que acontecem nas mais diferentes escalas do espaço geográfico. É
a visibilidade da paisagem no território do capital.
Marcos A. Saquet, analisando a questão da territorialidade observa que:
A territorialidade é o acontecer de todas as atividades cotidianas, seja no espaço do trabalho, do lazer, da igreja, da família, da escola etc., resultado e determinante do processo de produção de cada território, de cada lugar, é múltipla, e por isso, os territórios também o são, revelando a complexidade social e, ao mesmo tempo, as relações de dominação de indivíduos ou grupos sociais com uma parcela do espaço geográfico, outros indivíduos, objetos, relações (SAQUET, 2007, p.129).
Enfatizamos ser importante que os alunos do sexto ano entendam como os
territórios são concretamente construídos nas relações efetivadas a partir do seu
cotidiano, da sua casa, da sua rua, da sua família, tanto quanto dos espaços
pertinentes à convivência com os outros mais próximos, como vizinhos, amigos etc.
Deste modo, escolhemos alguns recursos pedagógicos que podem ajudar a
interpretar os fazeres das práticas sociais do cotidiano dos alunos: textos, relatórios,
imagens, poesias, trabalho de campo, xilografia e xilogravura. E com isso ajudar a
interpretar a construção do território em que vivem.
2 Território e cotidiano em textos e imagens
Feita a apresentação e uma breve fundamentação teórica, passamos para a
realização das atividades com os alunos do sexto ano, sempre focando no tema
proposto, envolvendo a relação entre território e cotidiano. Nessa ação o tema
território e cotidiano são relacionados às práticas sociais que acontecem na
comunidade Cidade Nova e que fazem parte da realidade dos alunos, sendo
analisadas através de textos e imagens.
O estudo aconteceu em torno dos diferentes elementos e situações que
fazem parte do cotidiano dos alunos, do território em que vivem. Para isso os alunos
receberam o texto Território e cotidiano (Germano L. Kalinoski), acrescentada a
atividade a ser desenvolvida depois de feita a leitura e discussão, do jeito como
reproduzimos a seguir.
Território e Cotidiano
A relação dos alunos do Colégio Estadual Ipê Roxo com os elementos territoriais é intensa e constante. Faz parte das práticas sociais dos mesmos. Eles saem de suas casas, que também estão repletas de territórios, vão para a rua, rua que tem um nome, que tem pavimentação asfáltica, ou outro tipo de pavimentação, ou simplesmente não é pavimentada, tem iluminação pública boa ou ruim, passam por placas que indicam valores e ideologias, por terrenos baldios, por igrejas, mercados, farmácias, pessoas, vizinhos, carros, ônibus e os mais variados tipos de situações, ações e objetos impregnados de territorialidade. Chegam à escola, param um pouco perto do portão, logo em seguida adentram o espaço escolar, circulam pelos corredores da escola, passeiam pela quadra de esportes, ouvem música, mexem no celular, formam grupos onde socializam informações e ideias de seus interesses. Após o sinal , ou antes mesmo, entram na sala de aula, escolhem a fileira e a cadeira onde vão se sentar, uns preferem as cadeiras da frente, outros escolhem o fundo da sala, tem aqueles que preferem ficar perto da porta, outros perto das janelas. Conforme vão se organizando territorialmente, vão construindo fronteiras, surge o grupo da Maria, do João, do José. Tem a cadeira e a carteira do professor(a), o giz, a lousa, e outros elementos materiais, culturais e simbólicos que o fazem estar naquela sala na situação de professor. Dessa maneira, e não é uma maneira homogênea, cíclica, que se repete da mesma forma todos os dias, os alunos vão territorializando o espaço escolar, o espaço do bairro Cidade Nova.
Germano Luiz Kalinoski
Atividade
Escreva um texto sobre o seu cotidiano, destacando os elementos (casas, ruas, escola etc) que fazem parte do território em que vive.
Analisando os textos produzidos pelos alunos foi possível perceber que o
território é um conceito muito importante, pois quando relacionado ao cotidiano ajuda
os alunos a perceberem a maneira como o espaço geográfico está organizado.
Como exemplo, pegamos um texto feito por aluno e reproduzimos a seguir.
Nessa atividade os alunos produziram seus textos falando sobre o cotidiano em que
vivem, destacando elementos como casa, rua, escola e outros.
Figura 1. Texto 6º B
Fonte: Registro do autor (março de 2014)
Como podemos ver, os textos foram escritos por alunas com idade de 10 e 11
anos. Nessa idade as crianças ainda não têm conhecimento suficiente para fazer
uma leitura mais consistente do cotidiano, do território, ou de qualquer outro conceito
trabalhado pela geografia. E esse fator cognitivo precisa ser considerado. Portanto,
é um trabalho de iniciação do aluno ao conceito de território que o professor de
geografia pode fazer no sexto ano do Ensino Fundamental. E quanto mais
diversificados forem os recursos didáticos (imagens, poesias, aulas de campo,
relatórios etc) utilizados pelo professor para evidenciar o conceito, fica mais clara a
ideia de território para os alunos.
Analisando os textos feitos pelos alunos constatamos que o cotidiano dos
mesmos se resume em algumas poucas atividades como estudar, ajudar a mãe nos
serviços domésticos, ajudar algum parente que está precisando, participar de
alguma brincadeira na rua ou participar de algum tipo de programa oferecido por
empresas que desenvolvem atividades filantrópicas. Percebemos nas narrativas que
os alunos vão tentando se ajustar à realidade da família e consequentemente da
comunidade em que vivem. Se propormos a mesma atividade a alunos do sexto ano
que estudam em uma escola pública ou particular localizada em um bairro com
infraestrutura adequada (rede de esgoto, ruas bem pavimentadas e sinalizadas,
iluminação pública adequada etc) e onde os moradores têm uma situação mais
abastada, vamos encontrar em suas narrativas outros elementos, como: aula de
dança, consulta com médico, dentista, passeio no shopping, cinema, aula de
música, passeios, viagens, visitas a parentes e amigos (para práticas de lazer, e não
para trabalhar, para ajudar nos fazeres domésticos) e muitas outras opções de
diversão e passa tempo que possuem em suas próprias casas principalmente
aquelas relacionadas às tecnologias.
Através das narrativas feitas pelos alunos sobre o seu cotidiano podemos
refletir sobre a realidade dos moradores e do bairro Cidade Nova num todo que é
constituído pela classe trabalhadora. Analisando e discutindo os textos dos alunos,
bem como associando e comparando com bairros onde vive a classe média ou a
elite fomos estabelecendo links com a produção do território, que envolve relações
de poder, apropriação, controle e dominação e que de alguma maneira vão sempre
estar presente na produção do espaço urbano.
Dando continuidade às atividades, o próximo passo foi aprofundar um pouco
mais sobre a compreensão do espaço geográfico a partir do cotidiano dos alunos
através da análise das questões territoriais por meio de imagens diversas, pois, a
imagem têm o poder de comunicar, de proporcionar certa visibilidade às práticas
sociais, tendo muitas vezes a intenção de enquadrar/direcionar o comportamento do
homem comum através da criação de modelos culturais.
Para esse momento utilizamos algumas imagens fotográficas para interpretar
o território. A intenção da atividade desenvolvida em sala foi de observar, associar e
comparar as diferentes imagens fotográficas buscando com isso analisar e
interpretar o cotidiano, as fronteiras e as questões territoriais da Comunidade
Cidade Nova I e II.
Figura 2: Biblioteca comunitária Figura 3: mercearia do bairro
Fonte: Registro do autor (abril de 2014) Fonte: Registro do autor (abril de 2014)
Figura 4: Shopping JL, Foz do Iguaçu Figura 5: Parque Nacional do Iguaçu
Fonte: Registro do autor (abril de 2014) Fonte: Registro do autor (abril de 2014)
Como já observamos anteriormente, o bairro Cidade Nova I, onde o Colégio
Ipê Roxo está localizado, teve seu início através das políticas públicas de
desfavelamento que aconteceram no passado, sendo hoje, um bairro da periferia da
cidade de Foz do Iguaçu. Portanto é um bairro em fase de formação, em busca da
identidade. Os problemas sociais existem, e são muitos, principalmente os
relacionados à violência. Mas como a intenção da atividade foi de trabalhar o
território através de imagens, com crianças do sexto ano, achamos melhor não focar
o trabalho naqueles elementos negativos mais gritantes e que fazem parte do
cotidiano dos alunos como o contrabando, o consumo e trafego de drogas e armas,
assassinatos e vários outros tipos de violência. Violência que a imprensa
sensacionalista local explora muito bem para fins de audiência em seus programas
diários. Assim, optamos por elementos do cotidiano mais próximos dos alunos, mais
propositivos, como a casa, a rua, a igreja, o posto de saúde, a biblioteca comunitária
e vários outros elementos materiais e simbólicos que são a base para a construção
da identidade, de uma identidade mais positiva, e que ajudam a entender a
construção do território, as relações de poder, dominação e controle que vão se
estabelecendo, criando fronteiras, sentimentos de pertencimento.
Estabelecendo associações entre as imagens podemos ver que as fronteiras
simbólicas e concretas são resultado da maneira como o território é produzido. Na
figura 2, temos a foto da biblioteca comunitária, que é um espaço de lazer e cultura,
um dos poucos existentes no Bairro Cidade Nova e que fora Construída por iniciativa
da própria comunidade. O Bairro é carente desses tipos de espaços de lazer, cultura
e diversão. E na figura 3, um pequeno estabelecimento comercial, que faz a ponte
entre o consumo local e as produções efetivadas em outros territórios, sendo
portanto voltado a atender as necessidades dos moradores da própria comunidade.
As duas fotos seguintes são do shopping (figura 4 ), local onde nem sempre os
pobres podem acessar os produtos, mostrando limitações entre a oferta e as
possibilidades de acesso, e do centro de recepção de turista que vão conhecer as
Cataratas do Iguaçu e que representam redes de relações de consumo (figura 5 ), o
shopping está localizado numa área mais central da cidade e o centro de recepção
de turistas mais afastado, porém ambos possuem os mesmos objetivos, que são
econômicos, voltados a atender as necessidades daquela classe social mais
elitizada e aos interesses dos atores hegemônicos (rede hoteleira, setor imobiliário,
etc). Portanto a lógica do capital aparece de forma explicita na maneira como as
pessoas vão produzindo o território em que vivem.
Assim, analisando as imagens fotográficas feitas pelos alunos do sexto ano,
que mostram elementos que fazem parte do bairro em que moram, elas evidenciam
a realidade do cotidiano em que vivem e, comparando-as com imagens de outros
lugares da cidade de Foz do Iguaçu, foi possível perceber que o território vai sendo
construído através de um processo dinâmico, resultado das relações entre as
pessoas, grupos de pessoas que se articulam (ou se repelem) no âmbito da
sociedade, relações que são ao mesmo tempo objetivas e subjetivas, materiais e
imateriais.
3 Território em atividades de campo
Depois de pesquisar, analisar e refletir sobre os mais diferentes aspectos que
envolvem as questoes dos territórios existentes no espaço geográfico da
comunidade Cidade Nova I e II através de textos e fotos, realizamos um trabalho de
campo com alunos do sexto ano. O trabalho de campo aconteceu de maneira
bastante prática, pois aconteceu no próprio espaço em que os alunos vivem. Foi só
sair da escola e percorrer os diferentes espaços públicos (ruas, posto de saúde,
biblioteca comunitária entre outros) existentes na comunidade Cidade Nova I e II. O
objetivo do trabalho foi entender na prática a organização territorial do bairro e o
cotidiano das pessoas.
Nas aulas seguintes a atividade de campo foi desenvolvido todo um trabalho
de discussão sobre a realidade do território percorrido. Juntamente com as
discussões realizadas em sala a turma produziu relatórios sobre o trabalho de
campo no bairro. E também elaborou trabalhos como este, da figura 6:
Figura 6:
Fonte: Arquivo do autor (maio de 2014)
Conforme a comunidade Cidade Nova foi se constituindo como espaço
urbano através da construção de ruas, avenidas, praças, rede de água, escolas,
posto de saúde etc, foi desenvolvendo meios de criar a sua própria existência. As
relações e interações, tanto materiais quanto simbólicas, que acontecem entre os
diferentes elementos é que vão permitir que a “comunidade” Cidade Nova seja um
território com características diferentes de outros territórios existentes no espaço
urbano da cidade de Foz do Iguaçu. E o trabalho de campo realizado com os alunos
na comunidade em que moram e estudam possibilitou constatar na prática muitos
elementos territoriais que estavam sendo analisados teoricamente por meio de
textos e imagens. Portanto as atividades desenvolvidas em sala mais a atividade de
campo permitem que os alunos, embora sejam crianças com 10 a 11 anos,
consigam perceber o território que eles de alguma maneira ajudam a construir e
manter através da dinâmica do cotidiano em que vivem.
Para complementar o estudo territorial e as atividades desenvolvidas com
textos e imagens realizamos uma aula de campo com os alunos do 6º B no
Ecomuseu em Foz do Iguaçu. No Ecomuseu os alunos puderam ver e entender
melhor que o território faz parte de um processo de construção constante do espaço
geográfico, que o território é presente e também passado, que no território a história
e a memória falam das relações de forças materiais e simbólicas que foram
acontecendo conforme o território de Foz do Iguaçu e da tríplice fronteira foi sendo
construído e que a comunidade em que vivem faz parte da construção territorial
mais ampla. Portanto a aula de campo ao Ecomuseu permitiu que os alunos
compreendessem melhor o território em que vivem, a maneira como a comunidade
Cidade Nova é uma parte que integra um processo de construção mais amplo do
espaço geográfico de Foz do Iguaçu que foi e é trabalhado constantemente pelas
pessoas no seu cotidiano.
Antes e depois da visita ao Ecomuseu foi realizada toda uma discussão em
sala de aula sobre as diferentes facetas da construção territorial que permitem
mudanças socioespaciais. Portanto, mudanças que são resultado da relação do
homem com o mundo, com o seu entorno. E para materializar de alguma maneira o
trabalho desenvolvido foi solicitado aos alunos que produzissem um relatório sobre a
aula de campo no Ecomuseu.
Figura 7: Relatório/visita ao Ecomuseu
Fonte: Arquivo do autor (maio de 2014)
E para que o aluno possa avançar nas reflexões sobre o território é
necessário comparar os objetos e ações produzidos pelos atores hegemônicos
(Furnas, Itaipu, rede hoteleira, governo, setor turístico, comércio e indústria) com o
que é realizado na prática ordinária. Para isso realizamos com os alunos do 6º B
uma visita panorâmica a Itaipu Binacional. O objetivo dessa ação foi de entender a
influência desse ator hegemônico nas alterações territoriais que acontecem e
aconteceram na cidade de Foz do Iguaçu.
4 Território e cotidiano em poesias
A poesia foi outro recurso didático utilizado para desenvolver a percepção dos
alunos sobre o tema território e cotidiano em sala de aula. A poesia como recurso
pedagógico permite tecer um diálogo mais profícuo sobre as condições de existência
dos alunos com relação ao cotidiano em que vivem. E é nessa perspectiva que foi
trabalhada a poesia, como um caminho que também permite contribuir para o
entendimento do conceito de território. Além do que permite uma aproximação com
a literatura e com possibilidades de momentos interdisciplinares. No
desenvolvimento das atividades com os alunos do 6ºA e 6º B, tivemos a colaboração
da professora de português Sandra Regina de Carvalho que explicou e orientou os
alunos com relação a alguns elementos básicos que compõem a estrutura de uma
poesia, como as rimas, a forma como os versos e as estrofes podem ser
estruturadas em um texto poético, entre outros elementos desse gênero de
linguagem.
Território e cotidiano foram estudados através de poesias como "Muros" e
"Falas da Cidade" de Luiz Carlos Flávio. Através das analises dos textos poéticos do
autor citado, buscou-se encontrar e destacar os diferentes elementos que compõem
o espaço geográfico. Tendo como base os textos citados anteriormente foi solicitado
aos alunos que construíssem uma poesia com ilustração sobre o assunto território e
cotidiano.
Nessa ação os alunos construíram poesias com ilustração destacando
elementos que fazem parte do território em que vivem, como podemos ver a seguir.
Figura 8. Poesia
Fonte: Arquivo do autor (abril de 2014)
Solicitamos que o alunos ilustrassem suas poesias com a intenção de que os
mesmos pudessem perceber que o desenho feito a mão na folha de papel sulfite
também é um tipo de imagem e, que toda imagem, por mais simples e rudimentar
que seja, vai sempre estar relacionada às práticas sociais, portanto ao território que
lhe deu origem.
Desse modo, a poesia precisa ser trabalhada em sala de aula como um
caminho que pode contribuir para o entendimento do conceito de território no
contexto da realidade dos alunos, ou seja, a casa, a rua, o mercado, o posto de
saúde e muitos outros elementos com o quais os alunos mantêm contato nas suas
realizações diárias.
Portanto, estudar e compreender o território através da poesia em aulas de
geografia no Ensino Fundamental nos permite aprofundar o assunto e assim
entender a complexidade existente na constituição do território onde se vive e a
relação deste território com outros territórios, que sempre de alguma maneira estão
relacionados com o que acontece no cotidiano das pessoas.
Tendo como base todo o trabalho de discussão e reflexão desenvolvido em
sala de aula mais as poesias produzidas pelos alunos podemos constatar que a
leitura e a produção de poesias permitem trabalhar o conceito de território em
turmas do 6º ano do Ensino Fundamental. Pois a poesia permite fazer indagações
sobre a realidade desses alunos. Qual é a relação deles com o território em que
vivem? Quais são os territórios do seu cotidiano? E qual é a relação desses
territórios com outros territórios existentes no espaço urbano da cidade de Foz do
Iguaçu, que é uma cidade fronteiriça? E desta maneira entender com mais clareza
quais são as condições de trabalho existentes no meio em que vivem, suas
necessidades básicas (alimentação, saúde, moradia, lazer, educação), sua
distribuição pelo espaço urbano de Foz, de acordo com o que faz (trabalha), com o
que ganha (renda), de acordo com o território em que mora (bairro nobre, centro,
favela) e condição social de modo geral.
5 Território e cotidiano através da técnica da xilografia e xilogravura.
A xilografia e a xilogravura são técnicas que consiste no entalhamento (da
figura e/ou letras ou formas das imagens que se pretende imprimir) feito na madeira,
isopor, ou outro tipo de material, com ajuda de instrumentos cortantes. Após este
procedimento, usa-se um rolo de borracha embebida em tinta, tocando só as partes
elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou
pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Xilografia e a
xilogravura é uma permanência do traço medieval da cultura portuguesa
transplantada para o Brasil e que se desenvolveu na literatura de cordel
(WIKIPÉDIA, 2013).
A literatura de cordel e a técnica da xilografia e xilogravura permitem associar
os desenhos, as gravuras que também fazem parte do conjunto de imagens com o
texto, com a poesia, facilitando dessa maneira a compreensão do território de
maneira mais dinâmica. Utilizando papel sulfite, papel de seda, tinta guache, fundo
de bandeja descartável de alimentos do tipo isopor, rolo pequeno de pintar, lápis e
caneta pedimos aos alunos que reproduzissem a poesia com ilustração que tinham
feito anteriormente atraves da técnica da xilogravura e xilografia.
O primeiro exemplo a seguir é um modelo que construímos com ajuda dos
alunos. Para a xilografia utilizamos um trecho da poesia "Muros" de Luiz Carlos
Flavio. E a ilustração sugerida pelos alunos para a poesias foi a de um muro, esses
muros típicos que existem nas cidades separando uma casa da outra. Os outros
dois exemplos são de materiais produzidos pelo 6º B, em sala de aula.
Figura 9 Figura10 Figura 11
Fonte: Arquivo do autor (maio de 2014) Fonte: Arquivo do autor (maiode 2014) Fonte: Arquivo do autor (maio de 2014)
Os muros concretos e simbólicos que existem no bairro Cidade Nova e na
cidade de Foz do Iguaçu de maneira geral são construídos atraves das relações que
acontecem nas práticas sociais. Representam as fronteiras objetivas e subjetivas
que acompanham o processo de construção do território. O comércio e todo o
conjunto de equipamentos urbanos são exemplos marcantes da forma como as
redes territoriais, impulsionadas pelas forças hegemônicas, vão se materializando no
espaço urbano e indicando caminhos que muitas vezes levam à segregação
socioespacial. Portanto o mercado e a mercearia do bairro são diferentes das
grandes lojas (capital, infraestrutura, competitividade, tecnologia, logística etc) que
fazem parte de conglomerados que trabalham em redes, que buscam controlar e
abocanhar cada vez mais o mercado consumidor. É importante que os alunos do
sexto ano, por meio do estudo do território, percebam essas diferenças
socioeconômicas, essas fronteiras existentes no espaço urbano.
Por meio da técnica da xilografia e da xilogravura, envolvendo poesia e
imagens, os alunos puderam avançar com relação às diferentes leituras que ele
pode fazer do seu cotidiano e também do cotidiano pertinente a outros territórios.
Dessa forma pretende-se ajudar os alunos, com o auxilio desses recursos
pedagógicos a desenvolverem de forma mais concisa o entendimento de território
urbano tendo como cenário o cotidiano e as práticas sociais em processo de
constituição, portanto, em movimento. Significa, na perspectiva geográfica, pensar o
território a partir da sua natureza social e histórica. Pois a questão do território
envolve a questão das divisões/limites/relações de poder.
Nesse sentido, as diferentes linguagens, sejam elas textuais ou imagéticas,
quando relacionadas ao cotidiano dos alunos potencializa o entendimento do
conceito de território proporcionando maior interesse junto ao educando com relação
aos temas geográficos.
Considerações finais
Neste artigo considera-se que a perspectiva sobre o conceito de território
consiste em evidenciar as inter-relações e a interdependência dos diversos
elementos na constituição e manutenção do mesmo. E que esses diferentes
elementos podem ser analisados pela geografia através de imagens, poesias, aulas
de campo, textos, xilografia, xilogravuras, entre outros recursos didáticos.
A realização desta pesquisa propôs também contribuir para uma leitura
socioespacial da organização territorial do espaço urbano da cidade de Foz do
Iguaçu através da análise das práticas sociais. O objetivo foi ajudar os alunos a
refletir sobre o cotidiano e seus territórios, em que vivem.
Acredita-se que o território analisado a partir do cotidiano dos alunos e
referenciado por recursos didáticos como textos, atividades de campo, imagens,
poesias e xilogravuras, possibilita engajar o aluno em diversas práticas sociais de
leitura do mundo, segundo as perspectivas da disciplina de geografia.
E essa perspectiva sobre os conteúdos trabalhados pela geografia no
Ensino Fundamental consiste em evidenciar as inter-relações e interdependências
das práticas sociais ( poder, trabalho, sociedade, cultura, identidade, cotidiano, ética,
cidadania etc ) na constituição e manutenção do espaço geográfico.
Dessa maneira podemos perceber que é muito importante trabalhar o tema
território no sexto ano do Ensino Fundamental. E quando relacionamos as questoes
territoriais com o cotidiano dos alunos podemos analisar de maneira mais
consistente as questões sociais, econômicas, políticas e culturais, e assim avançar
nas reflexões sobre a produção do espaço urbano, levando-os a compreender como
o mesmo é organizado e reorganizado no seu aspecto de relações sociais,
comerciais, políticas (de poder) e econômicas, envolvendo o espaço
local/regional/global.
Referências
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