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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA
Autora :Marli Piffer1
Orientadora: Cássia Regina Dias Pereira2
RESUMO
O estudo tem como objetivo analisar a importância e a valorização das relações de parceria com a família na escolarização, no desenvolvimento e na construção da aprendizagem do educando. A falta da participação dos pais ou responsáveis na vida escolar de seus filhos, possibilita perceber o desinteresse e a irresponsabilidade dos educandos para com os estudos. Por essa razão, esta Intervenção Pedagógica com o tema: Família na Escola: uma parceria necessária, foca como objeto de estudo o ensino aprendizagem através de um trabalho em parceria com a família e a escola procurando a obtenção de resultados satisfatórios. Para a realização do presente artigo, foi realizado um trabalho “in loco” com os pais dos alunos do 6ª ano, da Escola Estadual Duque de Caxias-Ensino Fundamental de Paulistânia, através da Intervenção Pedagógica, bem como troca de experiência com os cursistas do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), onde foram apresentadas sugestões e contribuições para a pesquisa. Desta forma a pesquisa indicou caminhos que possibilitou orientar as ações da escola e a participação dos pais na instituição escolar, ajudando a descobrir meios que tornem o processo de ensino aprendizagem eficientes. Para tanto foi necessário analisar algumas teorias e relacioná-las com a prática procurando assim contribuir para o crescimento, aprimoramento e o real envolvimento entre família e escola.
Palavras-chave: Ensino. Aprendizagem. Família. Escola. Participação.
1 Professora pedagoga efetiva da Escola Estadual do Campo Duque de Caxias, pós graduada
em Educação Especial.
2 Professora efetiva do colegiado do curso de pedagogia da Unespar Campus Paranavaí.
Pedagoga, Mestre em Educação pela UEL.
1- INTRODUÇÃO
As mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais ocorridas na segunda
metade do século XX provocaram alterações na estrutura familiar. Esta assumiu
novos formatos na sua organização parental, responsabilidade domiciliar, na
manutenção econômica e na condução educativa. Atualmente é comum encontrar
famílias em que apenas a mãe é responsável pelo sustento dos filhos, pais solteiros,
madrastas e padrastos de segundos casamentos, união entre pessoas do mesmo
sexo com direito a adoção de filhos etc.
As consequências dessa configuração social e seu modo de conviver dentro
e fora do lar refletem de várias formas no cotidiano escolar causando um movimento
diverso que se reflete na concretização da função social da escola e na ação efetiva
dos educadores no desempenho de sua prática pedagógica no sentido de efetivar a
função de educar.
O elo entre escola e família no decorrer da história da educação sempre foi
frágil se tornou quase inexistente a ponto de provocar uma convivência pouco
consistente para formação da criança.
A atual configuração de família acaba por atribuir à escola o papel de educar
no sentido amplo que envolve a formação de caráter, princípios humanos, respeito,
moral, etc. A educação precisa acontecer no contexto familiar, é aí que os conceitos
e valores são transmitidos de pais para filhos e ao contexto escolar cabe ampliar
essas ações iniciadas na família.
Muitas vezes a reação de alguns pais diante de atitudes do aluno as quais
provocam a indisciplina escolar é a de proteger excessivamente seus filhos em vez
de cultivar suas aptidões. Isto é uma realidade da família atual, os pais, devido ao
sistema de trabalho capitalista, passam pouco tempo com os filhos, a educação
oferecida muitas vezes é pautada nos extremos repleta de proteção ou do completo
abandono.
Essas atitudes de proteção ou abandono quando vivenciadas no cotidiano
da escola acabam atrapalhando o processo de aprendizagem
Na educação infantil e no ensino fundamental do 1º ao 5º ano os pais até
são mais presentes, porém há uma quebra da participação da família quando o filho
chega no 6º ano, a família perde totalmente o vínculo com a escola. A participação
da família é uma necessidade almejada por todos que fazem parte do contexto
escolar. Daí a importância voltada para identificar essa possível falta da participação
da família no contexto escolar. Educar é uma função de todos nós e quando a
família participa da educação da criança, elas podem sair-se muito melhor na escola
e na vida (BRANDÃO 2004).
O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar nos dias
atuais são considerados componentes importantes para o desenvolvimento das
instituições de ensino, e para a segurança da criança e do adolescente em sua vida
escolar, pois a convivência e o relacionamento familiar são fatores fundamentais
para o desenvolvimento individual, a inserção da criança no ambiente escolar, o
relacionamento com professores e familiares, convivência com colegas, tudo isso é
fator decisivo para seu desenvolvimento social. Entender o indivíduo como parte de
um sistema, ou todo, organizado, com elementos que interagem entre si,
influenciando cada parte e sendo por ela influenciado, traz uma luz da compreensão
à cerca do desenvolvimento humano, contribuindo para a reflexão sobre os
contextos escolares e familiares.
Também é imprescindível que a escola saiba explorar este momento,
estimulando os pais a refletirem sobre os aspectos emocionais envolvidos na
relação com os filhos, incentivando a percepção de quanto estes aspectos influem
no desenvolvimento, crescimento e socialização das crianças. Esta seria uma
maneira de auxiliar os pais a tomarem consciência das suas próprias emoções e
atitudes, orientando-os para o caminho de uma conduta mais adequada e
condizente com relação aos filhos.
Por isso se faz necessário que a família procure acompanhar o
desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem, tanto no lar
quanto na sua atividade na escola, pois família e escola são pontos de apoio e
sustentação ao ser humano e marcos de referência existencial. Quanto melhor for a
parceria entre ambas, melhores serão as possibilidades de atingir resultados mais
positivos e significativos na formação do sujeito.
Essa relação de parceria pode também instruir as famílias no que diz
respeito ao aproveitamento escolar, qualidade das tarefas realizadas, respeito às
regras, conhecimento e participação do Projeto Político Pedagógico, Conselho
Escolar, Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF).
Por perceber a importância da união das duas instituições (família e escola)
o problema da disciplina em sala de aula e a melhoria do ensino aprendizagem do
educando foi desenvolvido este projeto sobre “Família na Escola” para aproximar os
pais, dos filhos matriculados na Escola Estadual do Campo Duque de Caxias Ensino
Fundamental – Paulistânia, distrito de Alto Piquiri - Paraná, visto que os mesmos
envolvidos nos seus afazeres do dia a dia acabam deixando de participar da vida
escolar dos filhos. A implementação do trabalho possibilitou a realização de ações
que estabeleceram relações interpessoais e qualitativas entre as famílias e os
segmentos profissionais desta instituição.
2 - A ESTRUTURA FAMILIAR NA EVOLUÇÃO HUMANA
A família, primeira célula de organização social evoluiu gradativamente,
desde os tempos mais remotos até a atualidade.
[...] as características mais pessoais e particulares da vida intima do individuo permanecem obscuras, somente se tornando sinais significativos quando são remetidas à origem no corpo medicamente significante da família. Logo a família é o segredo do individuo (PÔSTER,1979, p. 22).
As primeiras civilizações achavam que a família era o fortalecimento do
Estado e que ela (a família) teve uma instituição formada a partir da organização
política, cultural e econômica com as primeiras civilizações.
No direito romano, o laço existente entre os diversos membros da família
tinha então uma importância política, econômica, social e religiosa. Com o tempo, a
família perdeu diversas das suas funções, deixando de ser uma unidade política,
econômica, religiosa e jurisdicional, mas o parentesco continuou a ter importantes
efeitos legais. (SILVA, 2013)
Na Grécia e na Roma antiga a família era caracterizada pelo
paternalismo, onde o pai tinha todo o poder sobre seus dependentes, incluindo sua
mulher, escravos, parentes e filhos.
Havia, na época, a influência do escravismo, base da vida econômica e
social das antigas sociedades grega e romana, onde o pai tinha o direito de aceitar
ou não seu filho e poderia até vendê-lo como escravo ou matar, caso julgasse
oportuno.
Na Grécia e na Roma antiga a família era caracterizada pelo patriarcalismo, todas as pessoas viviam sob o teto do pai da família e eram subordinadas a ele. O pai tinha todo poder sobre seus dependentes incluindo sua mulher, escravos, parentes e filhos, os quais lhe deviam respeito e obediência. O poder sobre seus filhos eram o mesmo que tinham sobre seus filhos, podendo-lhe conceder a vida ou a morte, os favores ou rigores da Lei. A justiça que o pai aplicava no âmbito doméstico de sua alçada exclusiva não restando aos que se julgassem prejudicados qualquer recurso. Este poder que o “pater famílias” possuía, era exercido desde o primeiro dia de nascimento de seu rebanho, já que o pai tinha o direito de aceitar ou rejeitar o recém-nascido chegando a ponto de poder vender seu
próprio filho como escravo ou matá-lo se julgasse oportuno.(OLIVEIRA, 2012).
Mais tarde, já na era Cristã, os poderes do “pater famílias” , no Império
Romano foi proibida a pena de morte sobre os filhos, a mulher e os filhos
continuavam sendo propriedade do chefe da família, somente após a invasão do
Império Romano pelas tribos germânicas, no século XII com o início da Idade Média
aconteceram mudanças fundamentais nas sociedades.(OLIVEIRA, 2012)
Os chineses veneravam seus ancestrais e tinham um grande sentimento de
lealdade em relação ao clã paterno. A família era uma forte unidade patriarcal, na
qual as mulheres tinham pouca liberdade. O pai decidia com quem seus filhos
deviam se casar. Em geral, a noiva ia morar na casa da família do noivo. Ela era
considerada uma estranha, sendo com frequência tratada de forma cruel pela família
do noivo, pois vinha de outro clã. O único modo de ela merecer respeito era ter
muitos filhos e assim aumentar o clã de seu marido. (PEDAGOGIA AO PÉ DA
LETRA, 2013)
O homem medieval regido pela sua fé religiosa acreditava que devia se
preparar na terra para obter o céu. Neste sentido a Igreja Católica tinha o monopólio
sobre as mentes de indivíduos dos mais diversos países.
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia. (SUA PESQUISA 2013)
Muitas mudanças aconteceram na estrutura social, política e econômica
configurando também mudanças no universo familiar que foi dividido em nobreza e
campezinato.
A família nobre era formada por senhores de terras que cuidavam em se
preparar para a guerra e em manter a ordem em seus domínios. Valorizava – se no
desenvolvimento da educação de seus filhos, a ideia de hierarquia, a obediência e
lealdade aos seus superiores, o preparo nas armas com o objetivo de, um dia, torná-
los cavaleiros.
Já a família camponesa tinha sua vida centrada em torno da produção
agrícola e por isso tinha poucos momentos para a família, em face de o tempo ser
preenchido no desenvolvimento de atividades, tanto para os adultos quanto para as
crianças no espaço da comunidade. (OLIVEIRA, 2012)
A estrutura patriarcal que as famílias tinham mudou a partir da Revolução
Industrial quando as mulheres saíram para trabalhar nas Indústrias havendo então a
regulamentação do direito de família através da renovação das relações familiares e
da perda dos poderes e direito dos chefes da família sobre seus integrantes, ou seja,
o poder de decisão do homem sobre a mulher e os filhos passou a ser mais limitado.
O tempo contribuiu para a libertação social da mulher, que trouxe com ela
grandes mudanças nas relações familiares, tais como: a aceitação das uniões
informais, a possibilidade da extinção do casamento, e a maior proteção à mulher e
os filhos. (SILVA, 2013)
A conceituação de família como todo fenômeno social sofreu variações no
tempo e no espaço oferecendo um paradoxo para a sua compreensão. Podem
existir diversos significados para a palavra família, pois é uma construção social,
cultural e histórica.
[...] em cada sociedade, a partir dos mais diversificados valores, a família
assume diferentes funções, influenciada pelas circunstâncias do tempo e do lugar. Isto implica reconhecer ao fenômeno familiar um permanente processo de mudança, evolução. (FARIAS, 2010, p.45)
No Brasil, persistem os casamentos monogâmicos, a família elementar,
simples e imediata. É uma unidade formada por um homem, sua esposa e seus
filhos, que vivem juntos em uma união reconhecida pelos outros membros da
sociedade. (PEDAGOGIA AO PÉ DA LETRA, 2013).
Fiel ao regime monogâmico das relações conjugais, o artigo 1.521, inciso VI,
do Código Civil impede que se unam pelo matrimônio pessoas que já sejam
civilmente casadas, ao menos enquanto não for extinto o vínculo conjugal, pela
morte, pelo divórcio ou pela invalidade judicial do matrimônio. O casamento
brasileiro é essencialmente monogâmico, tanto que o adultério é tipificado como
infração criminal, passível de reclusão, só podendo a pessoa recasar depois de
dissolvido o seu vínculo de casamento.
A este respeito Silvio Rodrigues escreve que a família ocidental se assenta
no casamento monogâmico, sendo violenta a reação do legislador à bigamia,
manifestando-se, no campo civil, por meio do impedimento para um segundo
casamento, já que no campo penal pune o crime o crime de adultério. (2004, p,44).
Este tipo de casamento, predominante durante muito tempo foi responsável
por fortes influências na formação social e cultural da população brasileira. Como
exemplo dessa influência pode se encontrar: o machismo, a submissão da mulher, a
educação diferenciada entre meninos e meninas, o preconceito e desrespeito para
com os empregados domésticos.
A família desempenha papel decisivo na educação formal e informal. Em seu espaço são absorvidos os valores éticos e humanitários, aprofundam-se os laços de solidariedade, constroem-se as marcas entre as gerações e são observados valores culturais. (FERRARII E KALOUSTIAN,1994, p.11),
É na família que os indivíduos se relacionam e trocam experiências. Na
família os filhos e demais membros encontram o espaço que lhes garantem a
sobrevivência, desenvolvimento, bem-estar e proteção integral através de aportes
afetivos e, sobretudo, materiais.
Na Idade Moderna o grupo familiar era estruturado em função da
preservação do patrimônio herdado. O lar tinha como função a proteção contra a
ameaça externa, e era um lugar público e político.
A Idade Moderna se caracterizava pelo modelo de família aristocrática, onde
as crianças eram tratadas pelos pais como pequenos animais domésticos, e não
como objeto de afeição materna ou paterna. Na família camponesa, a mãe era tida
como o modelo de autoridade e tinha Deus e o pároco como representantes da
autoridade.
Na família contemporânea os filhos são vistos como depositários das
expectativas parentais e a autoridade é compartilhada pelo pai e pela mãe. Existe a
preocupação social de integrar a pessoa portadora de deficiência física ou mental,
ou o doente crônico na família e sociedade. (POSTER, 1979)
2-A FAMÍLIA NA ATUALIDADE
Nas últimas décadas, a família tem sofrido profundas transformações na sua
estrutura, em função das mudanças nos modelos de constituição familiar
contemporâneo, porém ainda tem demonstrado capacidade de sobrevivência e
adaptação mesmo que com novos personagens familiares. As famílias constituídas
por um pai, mãe e filhos, já não são o único modelo, presente em nossa sociedade.
Hoje a família é constituída de forma bastante diferente de antigamente,
onde era o pai quem decidia o futuro dos filhos. Hoje há várias formas de construir
família: família sem pai, família sem mãe, filhos sendo deixados para as avós
cuidarem etc.
A família contemporânea caracteriza-se por uma grande variedade de forma que documentam a inadequação dos diversos modelos da tradição para compreender os grupos familiares da atualidade (SARACENO, 1997, p.78).
Assim pode-se ver que não há mais um modelo ideal de família com valores
imutáveis, ou até mesmo, inalteráveis que resistem a qualquer situação.
A ideia de que é possível apenas um único modelo de família torna-se fonte geradora de preconceitos e estigmatizações a qualquer outro modelo que fuja deste, que é considerado o correto. Hoje se conhece outros tipos de família além das tradicionais como a família homoafetivas, bem como a homoparentalidade. O vínculo afetivo que se dá entre pessoas do mesmo sexo vem propor um modelo alternativo dentro dos novos arranjos, emergindo a “família homoparental”. Embora seus componentes possam tê-la individualmente, tais uniões não possuam capacidade procriativa no sentido biológico. ( PERRONI e COSTA, 2008, p. 2)
A família segue novos aspectos obedecendo aos princípios da afetividade e
estabilidade. Reconhecer a família formada pela união estável somente entre
homem e mulher ou da união homo afetiva não dificulta a proteção da relação como
entidade familiar.
Pode-se afirmar que o casamento não é mais a única forma de se constituir
família, isto independe da diversidade de sexos, mas é preciso ter por base o afeto,
para que uma relação se configure como família.
Essas mudanças sociais nas sociedades ocidentalizadas que têm
contribuído para o surgimento de novas formas de família ocorreu em função de a
entrada da mulher no mercado de trabalho, o aumento exponencial do fenômeno
divórcio, o progresso cientifico as novas exigências e a maior competitividade a nível
laboral.
A família passa por profundas alterações na sua estrutura e dinâmica – separações e novos casamentos, ausência de um dos genitores, ausência prolongada de ambos os pais pela exigência do trabalho – o que provoca consequências, a serem pesquisadas, na criança e no adolescente. O efeito mais visível é o pouco contato e conhecimento deste filho e a ausência de controle sobre as rotinas e hábitos dele, o que pode ser vivido por este de inúmeras formas, inclusive como falta de cuidado e afeto (TEIXEIRA, 1994 APUD PAIVA, 2008, p.50).
Atualmente, para a configuração de família, não há mais sequer a
necessidade de existir um casal, pois a família não está mais unicamente ligada à
finalidade procriativa.
[...] a família, na maioria das vezes, é composta pelos pais biológicos, avós, tios, primos e, às vezes, irmãos. No entanto, pode-se encontrar famílias compostas de outras maneiras: a mãe é solteira e o pai não está presente ou o casal se separa. Cabe ressaltar que, em muitos casos, essas situações adversas não comprometem o amor e o ambiente harmonioso da família, e os filhos experimentam a aceitação e segurança decorrente do bem-viver familiar. (MALDONADO, 2003, p.153)
A família, é o resultado das transformações sociais, além de passar por
estas transformações, a família ainda tem de adaptar-se à situação socioeconômica,
que sofre mudanças significativas e influencia a qualidade de vida das famílias. É
um processo constante de modernização.
Porém, os mais variados ajustes e padrões estabelecidos pela adaptação à
modernidade não foram capazes de excluir a função paterna e materna que
prevalecem independentemente de quem vai assumir ou desempenhar.
A família é um ponto de referência, provedora do amor que anima e dá
sustentação, carinho e aconchego frente aos problemas da vida. Isso se dá sem que
se precise rotular o conceito de família, pois mesmo as ditas incompletas ou
desestruturadas podem “gerar” crianças felizes. As famílias são pessoas que a
gente ama e que nos ajudam a crescer.” (SCHEIBE, 2006, p. 1).
3 - O SURGIMENTO DA ESCOLA
A escola é uma das instituições sociais mais importantes e é interessante
perceber que a história da escola e da educação acompanha todos os estágios da
evolução humana, desde a forma de educação primitiva, mais informal, até o modelo
de educação ministrado na escola atual. (SALES, 2009)
Na antiguidade, a educação dos menores acontecia no espaço da casa. Os
valores e os conhecimentos eram diretamente transmitidos dos pais para os filhos.
Já nessa época, havia um universo de saberes considerados importante para
criança e, ao mesmo tempo, uma divisão daquilo que meninos e meninas deveriam
aprender para as suas vidas.
A família apresenta-se como um contexto de desenvolvimento humano, lançando mão de práticas educativas com a finalidade de preparar seus filhos e filhas para a sociedade em que vivem. ( Szymanzki, 2011, p. 29-30)
Na Grécia Antiga, a educação era encarada como uma atividade para
poucos, para aqueles que podiam consumir o seu tempo livre com o saber e não
tinham a necessidade de trabalhar para garantir a própria sobrevivência. Sendo
assim, a educação era um privilégio garantido a uma parcela mínima da população.
(SOUSA, 2013)
De acordo com o autor acima citado, no período medieval, o processo de
ruralização da sociedade europeia estabeleceu um novo quadro para as escolas. O
ensino se mostrou restrito a uma população mínima, geralmente ligada ao
recrutamento dos líderes religiosos da ascendente Igreja Cristã.
Sendo o processo de conversão uma árdua tarefa, os membros da igreja
passavam por uma ordenada rotina de estudos para que então pudessem dominar
eficazmente a compreensão do texto bíblico. Enquanto isso, as comunidades nos
feudos raramente tinham oportunidade de se instruir. (SOUSA ,2013).
Ainda nos tempos medievais, a questão do ensino restrito mudou de figura
com o renascimento dos centros urbanos e com a rearticulação das atividades
comerciais. A necessidade de controle e de organização dos negócios e a
administração das cidades exigiam a formação de pessoas capacitadas para tais
postos, por essa razão as instituições de ensino passaram a se abrir para o público
leigo, mas com forte presença de membros da Igreja que lecionavam em tais
instituições. Ainda nesse momento, o saber continuava restrito a uma parcela
pequena da população. (SOUSA, 2013)
Adentrando a Idade Moderna, o desenvolvimento dessas instituições abriu
portas para novas reflexões sobre como as escolas deveriam funcionar e a qual
público elas se dirigiam. A organização dos currículos, a divisão das fases do ensino
e as matérias a serem estudadas começaram a ser discutidas. Paralelamente, a
diferenciação entre o ensino masculino e feminino também surgiu nesse tempo. Até
então, na grande maioria dos casos, o ambiente escolar ficava restrito às figuras
masculinas da sociedade europeia. (SOUSA, 2013)
No século XVIII, o surgimento do movimento iluminista colocou o
desenvolvimento de uma sociedade orientada pela razão como uma necessidade
indispensável. Pautados por princípios de igualdade e liberdade, o discurso dos
iluministas colocava o ambiente escolar como uma instituição de grande
importância. No século seguinte houve a expansão das instituições escolares na
Europa, então comprometidas com um ensino que fosse acessível a diferentes
parcelas da sociedade, independente da sua origem social ou econômica.
Os iluministas tiveram plena consciência da necessidade de reformar e expandir a educação a todos os níveis para chegar a um mundo mais sábio e mais justo. A tese segundo a qual o homem é bom por natureza, mas uma educação equivocada o perverte foi celebrizada por Rousseau, que propôs um novo modelo de educação, baseado no desenvolvimento dos dons naturais da criança, que outros autores retomaram e que ainda hoje continua a exercer influência na pedagogia. (PORTAL SÃO FRANCISCO 2013)
No século passado esse processo de expansão das escolas superou os
limites do continente europeu. Países marcados pela colonização experimentaram o
aparecimento das escolas. Apesar dos aparentes benefícios de tal transformação,
essas instituições não poderiam ser uma simples cópia do modelo europeu. Era
necessário repensar o lugar da educação nessas outras sociedades, à luz de suas
demandas, problemas e contradições. (SOUSA, 2013)
Com o avanço da tecnologia e o crescimento acelerado dos meios de
comunicação é preciso repensar seriamente como as escolas devem se organizar. O
acesso às informações e saberes já não é um problema a ser resolvido
exclusivamente pelo ambiente escolar.
Mais do que simples transmissão, a escola do século XXI deve se
encaminhar para a construção de um saber autônomo, em que o indivíduo se mostre
capaz de criticar e organizar o conhecimento que se mostre relevante para si
mesmo.
4 - INTERAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA
A participação da família na escola é tida em todas as etapas da construção
do conhecimento como meta para que a aprendizagem se desenvolva com
qualidade, A família e a escola são duas instituições fundamentais para a vida de
uma pessoa, pois antes da escola a educação se dá na comunidade e na família.
Na modernidade, a Educação Escolar se tornou o modo de educação
predominante tendo como função garantir a aprendizagem de todos os seus alunos.
O que ambas as instituições têm em comum é o fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social. Ambas desempenham um papel importante na formação do indivíduo e do futuro cidadão.(SZYMANSKI 2011. p. 98)
Na escola a criança aprende, sem dúvida alguma, porém não é só lá que
isso acontece. A escola é um espaço privilegiado para se aprender. No entanto se
aprende de uma forma diferente do que se aprende na família.
Por exemplo, a escola também ensina valores e algumas coisas que a
família ensina, porém de forma diferente, com encaminhamento diferente e uma
pontuação diferente. (PAROLIN, 2013)
A família precisa ser educadora, ensinar seu filho, porque é ela quem
constitui o sujeito, a pessoa, a forma de entender o mundo e de ler o mundo. Isso é
fruto da relação que ele tem com a família. Dessa forma pode se dizer que,
teoricamente:
A família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam. (TIBA, 1996, p. 111)
A família e a escola são pontos de apoio ao ser humano e por essa razão
quanto melhor for a parceria entre ambas melhores serão os resultados na formação
do sujeito.
O desempenho escolar de cada aluno depende não apenas do seu rendimento escolar em sala de aula e da competência dos professores, mas também, do apoio da base familiar que este aluno encontra em sua casa. (KNOPF e CERUTTI, 2012. p. 22)
Deste modo, a escola precisa se organizar em torno do conhecimento e
buscar parcerias para dar conta da tarefa de educar. Ela precisa de aliados com
quem dividir a grande missão a ela atribuída, que é a de: formar cidadãos de fato.
Sem dúvida, uma grande aliada da escola nesta tarefa é a família, que precisa estar
em consonância com a escola, uma dando suporte à outra.
Muitas vezes, a escola espera genericamente que a família “ajude” ou “não atrapalhe”. Isto não é suficiente. A escola precisa investir no trabalho de formação e conscientização dos pais. Devemos esclarecer aos pais a concepção de disciplina da escola, de forma a minimizar a distância entre a disciplina domiciliar e escolar. Diante de toda crise, as famílias estão desorientadas. Muitos educadores argumentam que não seria tarefa da escola este trabalho com a família. De fato, só que concretamente se não fizermos algo já, enquanto lutamos por mudanças mais estruturais, nosso trabalho com a criança ficará muito mais difícil (VASCONCELLOS, 1994, p. 63).
A escola deverá buscar a parceria da família através de um trabalho
conjunto, criando espaços para que esta família participe do processo educacional
de forma consciente do seu papel, que não é o de submeter-se às imposições da
escola, mas sim de colaborar para que o processo de ensino e de aprendizagem de
fato promova o desenvolvimento almejado. A participação não pode se resumir
apenas na entrega dos resultados das avaliações, mas deve acontecer de modo que
o vínculo entre a família e a escola seja fortalecido ou até mesmo criado.
MARCHESI (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola
possa realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a
família é a instituição que mais perto se encontra da escola. Sendo assim se
levarmos em consideração que Família e Escola buscam atingir os mesmos
objetivos, devem elas comungar os mesmos ideais para que possam vir a superar
dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da escola e
também os próprios alunos e suas famílias.
A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade
educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com
ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007, p.
6)
Portanto, uma boa relação entre a família e a escola deve estar presente em
qualquer trabalho educativo que tenha como principal alvo, o aluno. A escola deve
também exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo, informando,
orientando sobre os mais variados assuntos, para que em reciprocidade, escola e
família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças.
Pois,
[...] se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem, senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET, 2007, p. 50)
Muitas vezes os professores se deparam com pais que criticam a escola por
considerarem que ela não oferece um bom ensino, mas por outro lado transferem
suas tarefas para ela. Alguns pais esperam, inclusive, que a escola encaminhe os
filhos ao dentista, ao médico. Se a escola for cuidar destes encaminhamentos, com
certeza, o ensino ficará prejudicado.
Outra questão é que a família não está conseguindo impor limites aos filhos.
Geralmente não estabelece um horário para estudo em casa e permite, inclusive,
dos filhos faltarem à escola por motivos banais. Imaginam que a escola sozinha fará
tudo para que seu filho se torne um sujeito responsável, e que tenha sucesso.
Também existem casos em que os limites impostos são rígidos demais, sendo que
ambas as formas podem gerar dificuldades. O ideal seria agir com moderação, ou
seja, dar limites sem exagero.
Cury (2002) orienta para que não coloquemos limites sem dar explicações,
que primeiramente usemos o silêncio e depois as ideias. Esse momento de silêncio
significa aos pais e professores um tempo para refletir sobre o que se passa antes
de punir a criança impulsivamente em um momento de ira. Essa reflexão permitiria
que se tomasse uma sabia decisão referente ao assunto.
De acordo com Torete (2005), os pais perderam literalmente a autoridade
sobre os filhos, e isso tem se tornando um circulo vicioso, com a escola cobrando a
família e vice-versa, com ambas não conseguindo entrar em acordo, prejudicando a
interação e a inserção do individuo na sociedade.
A escola não poderá exigir dos pais aquilo que eles não podem fazer. De
maneira coletiva, os limites de cada um deverão ficar estabelecidos, para que não se
crie falsas expectativas e até trocas de acusações. A escola também deverá deixar
bem claro aos pais a sua função social, que não é apenas cuidar para que seu filho
passe de ano, que seja bem cuidado, mas sim que sua função essencial consiste na
socialização do saber sistematizado, indispensável ao exercício da cidadania
através de uma educação que humaniza que emancipa.
A educação deve estar centrada na apropriação dos conhecimentos. Se a
família for consciente do papel da escola, sabendo quais são seus objetivos para
com seu filho, sem dúvida ela estará mais disposta a fazer a parceria necessária
para que haja uma educação de qualidade.
No Brasil com a quase universalização do acesso ao ensino fundamental, a desigualdade nas condições de aprendizagem e no alicerce dos resultados educacionais está sendo assumida como um problema de qualidade da escola/sistema – além de ser uma questão prioritária na agenda nacional. A busca pela qualidade com equidade, ou seja, todos os alunos aprendendo e progredindo na carreira escolar na idade certa, presente na pauta das políticas, nos projetos e também nos programas de pesquisa na área da Educação. (CASTRO e REGATTIERI, 2009, p. 19)
Considerando a importância da família em todos os aspectos da vida de
seus membros, principalmente no processo de escolaridade, muitas Leis foram
instituídas, como:
Estatuto da Criança e do Adolescente, que no artigo 4º estabelece
como dever da família, da comunidade e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, convivência
familiar e comunitária da criança e do adolescente. E no seu artigo 55
diz que é obrigação dos pais ou responsáveis matricular e
acompanhar seus filhos na rede regular de ensino;
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/96) nos artigos
1º, 2º, 6º e 12 que estabelecem a educação como dever da Família e
do Estado;
Plano Nacional de Educação (Lei nº 10172/2007) que define como
uma das prioridades a implantação de Conselhos Escolares e outras
formas de participação familiar para enriquecimento das
oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.
Assim, pais e professores devem ser estimulados a discutirem e buscarem
estratégias conjuntas e específicas ao seu papel, que resultem em novas opções e
condições de ajuda mútua. Para tanto, cada escola, em conjunto com os pais, deve
encontrar formas peculiares de relacionamento que sejam compatíveis com a
realidade de pais, professores, alunos e direção, a fim de tornar este espaço físico e
psicológico um fator de crescimento e de real envolvimento entre todos os
segmentos.
É possível, enfim, inferir que a participação dos pais na vida escolar de
crianças e adolescentes é sim, imprescindível; mas ao mesmo tempo, é necessário
que este envolvimento seja um envolvimento de qualidade e saudável, pois é o que
causa o sucesso escolar do aluno.
5 - IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA
A execução da proposta de Implementação Pedagógica intitulada
“Incentivo à Família na Participação na Vida Escolar dos Filhos” deu início na
Semana Pedagógica de fevereiro do ano de 2014, com a explanação ao diretor,
professores e equipe pedagógica da Escola Estadual do Campo Duque de Caxias
EF de Paulistânia no município de Alto Piquiri, Estado do Paraná.
No início das aulas foi realizada uma reunião com os pais dos alunos do
6º ano para fazer a explanação do Projeto e o convite para que os mesmos
participassem das oficinas. Neste dia vários pais e professores fizeram suas
inscrições. Durante a realização da Implementação foram utilizados vários textos,
vídeos, slides, e dinâmicas referente à família e sua participação na escola visando
a união, participação e cooperação de todos com o processo ensino aprendizagem.
Com a aplicação da Implementação, percebeu-se a ansiedade dos pais
quanto a forma adequada de ajudar os filhos na aquisição de conhecimentos
acumulados ao longo da nossa história. Pelo fato de não termos receitas prontas
para a formação dessas crianças e adolescentes, tanto a escola como a família
sente essa necessidade de se unirem para juntas proporcionarem uma educação de
qualidade, formando assim, bons cidadãos.
O cronograma da implementação foi seguido fielmente da seguinte forma:
No decorrer da “1ª Oficina” após passar os slides sobre a História da Família, além
da reflexão, os pais contaram várias passagens familiares propiciando a abertura do
diálogo entre os participantes, culminando com a dinâmica do boneco, onde
entenderam que é preciso participar das atividades da escola de forma planejada e
estruturada para que haja união e cooperação na família e na escola.
Na 2ª Oficina os participantes entenderam que a escola não vive sem a
família e vice-versa. Essa compreensão se deu a partir da leitura do texto “Família
e Escola” propiciando a reflexão sobre vários conhecimentos da vida de todos. O
encontro foi reforçado com a apresentação do vídeo “A Família na Escola”
colaborando com a realização da dinâmica da bala, onde todos participaram e
concluíram que a união é muito importante para a aprendizagem do aluno. Os
participantes levaram como tarefa o texto Relação entre família e escola e seus
impactos na educação, para ser lido e refletido em família para colocar as
conclusões na próxima reunião.
A Oficina de nº 3 versou sobre os valores que estamos transmitindo aos
nossos filhos, através de um texto que suscitou reflexões interessantes entre os
pares. Reforçando com o vídeo “Quem Ama Educa” que mostrou com bastante
clareza a importância dos limites e do diálogo na família. Vários pais, após a
participação da Dinâmica “O Naufrágio” confessaram que muitas vezes discriminam
pessoas sem pensar nos valores que cada um traz consigo, da mesma forma
acontece com os professores e com os próprios filhos.
No encontro de nº 4 tivemos início com as explanações sobre o texto lido em
família. Foi uma atividade muito interessante, visto que cada um trouxe uma
contribuição diferente. Dando continuidade foram explanados os slides “Pais
Brilhantes” que proporcionou bons diálogos entre os participantes. Foi exibido ainda
um vídeo suscitando muita emoção aos participantes chegando às lágrimas, em
função da comparação com o cotidiano das suas vidas e de outras pessoas.
Na oficina de nº5 após todas as leituras de textos, vídeos e slides mostrando
a necessidade do bom relacionamento dos pais com a escola passamos à leitura de
documentos legais da escola, ou seja, partes de documentos. No Regimento Escolar
foi lido sobre os Direitos e Deveres dos pais e dos alunos e ainda foram comentados
sobre partes do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) Projeto Político
Pedagógico da Escola etc... Após a explanação minuciosa de todos os itens, os
participantes, em grupos, transcreveram ações sobre o cumprimento de seus
deveres para com a escola, expondo aos pares de forma oral e em seguida os
cartazes foram afixados no edital, com a assinatura de todos, pois compreenderam
que com a união e participação a escola com certeza irá melhorar.
A apresentação dos resultados da Implementação foi realizada com toda a
comunidade escolar na oficina de nº 6. Após o relato do trabalho executado, os pais
das outras turmas solicitaram que fosse repassado o projeto aos mesmos, além
disso, a participação dos pais na escola tem melhorado consideravelmente.
Ficou acertado que para o início do ano de 2015 serão abertas as inscrições
e conforme a quantia de interessados, as oficinas serão repassadas.
6 - ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS
No decorrer da aplicação das oficinas propostas no Caderno Pedagógico
durante a Implementação pode se perceber que os pais começaram a mudar de
comportamento, começaram a estimular seus filhos a estudar e se dedicar nos
estudos, incentivando nas resoluções de atividades e trabalhos realizados em casa
e na escola, sempre apoiando em suas dificuldades e disponibilizando maior tempo
para acompanhar o ensino aprendizagem dos filhos.
Outra grande mudança perceptível está na participação das atividades da
escola, pois começaram a frequentar as reuniões e eventos procurando ajudar a
solucionar possíveis problemas que a escola enfrenta.
O estudo realizado e as reflexões sobre os textos, vídeos e dinâmicas muito
contribuíram para a mudança de comportamento, principalmente com o resgate dos
valores tão importantes na vida do ser humano e o uso do diálogo para
enfrentamento de dificuldades e problemas, assim como aprenderam a dar
sugestões para melhorar a escola em todos os aspectos.
Quanto aos alunos, os professores perceberam que estão mais motivados,
pois mudaram o comportamento na sala de aula e em todo ambiente escolar, o mais
notável até o momento está na melhora do desempenho em todas as disciplinas.
7- CONCLUSÃO
Durante a pesquisa realizada e a execução da Implementação foi possível
perceber que a relação escola e família é imprescindível, pois a família como espaço
de orientação, construção da identidade de um indivíduo deve promover juntamente
com a escola uma parceria, para que haja um desenvolvimento da criança e do
adolescente de forma integral.
As duas instituições, a família e a escola tem tarefas complementares,
apesar de objetivos diferentes, pois à família cabe estruturar o sujeito para que o
mesmo consiga se identificar, encontrar seu próprio eu e sua autonomia através do
grupo de pessoas em que vive, com sua organização, normas e valores.
A escola tem como uma de suas funções desenvolver o aprendizado, no
entanto deve ensinar os valores e algumas coisas que a família ensina, porém de
forma, encaminhamento e pontuações diferentes, por isso o relacionamento entre
essas duas instituições devem ser constante porque assim família e escola se
complementam e o desempenho escolar dos educandos melhorará (conforme
depoimentos de pais e professores que participaram da implementação).
É papel de a escola buscar parceria da família através de um trabalho
conjunto, criando espaços para que esta família participe do processo educacional
de forma consciente do seu papel, colaborando com o processo de ensino e de
aprendizagem para promover o desenvolvimento almejado.
Conclui-se que o trabalho realizado com a pesquisa e estudos com os pais
foram de grande relevância, visto que houve participação efetiva do grupo nas
ideias, reflexões e levantamento de problemas da escola, para possíveis soluções
dos mesmos e interesse em participar de reuniões e atividades realizadas pela
escola.
Enfim esta proposta de estudo ajudou a escola a melhorar em todos os
aspectos como: participação dos pais, melhora na aprendizagem dos alunos, assim
como na disciplina e professores mais comprometidos, por isso tem-se a intenção
de, no próximo ano, possibilitar a execução das oficinas, aos pais que não puderam
participar, neste ano.
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