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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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HISTÓRIA DA PRIMEIRA ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO

MUNICÍPIO DE BANDEIRANTES (1954- 1977).

SANTANA, Maria Cristina Castanho de1

[email protected] NOGUEIRA, Adálcia Canedo da Silva2

[email protected]

RESUMO

O presente estudo objetiva registrar a história institucional da primeira escola de formação docente no município de Bandeirantes, a Escola Normal Secundária Maria Juvelina dos Santos a ser inserido no Marco Situacional do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Cyríaco Russo, atual Ensino Médio e Normal, coletando fontes históricas de forma a interpretá-las, e recompô-las. Espera-se que a implementação do projeto desperte o interesse das alunas do Curso de Formação Docente pela História de sua Escola e sirva como base a outras investigações de maneira a se registrar a história das demais Instituições escolares no município. A investigação insere-se no campo da atual linha de pesquisa que se fundamenta na História das Instituições Escolares. Os autores que embasaram o estudo sobre instituição Saviani (2005), Nosella e Buffa (2005); fontes históricas foram: Lombardi, Nascimento (2004), Saviani (2007), Ragazzini (2001); para tratar da História das Instituições Escolares: Silva (2009), Saviani (2007), Nogueira (2012); criação da Escola Normal no Brasil: Gatti JR (2002); Tanuri (2000); Monarcha (2007); (ano), Messias (2013); Colonização do Paraná: Waschowicz (1968); Steca (2002); Trindade, Andreazza (2001); História do município de Bandeirantes pesquisado no site oficial da Prefeitura de Bandeirantes. Palavras-chaves: História Da Educação. Instituição Escolar. Escola Normal.

1 Professora licenciado em Pedagogia pela Fundação Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Cornélio Procópio e participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Artigo Científico elaborado requisito parcial a conclusão do PDE ...apresentado no ano de 2014 2 Mestra em Educação pelo Programa de Pós Graduação da UEL - Universidade de Londrina. Líder do Gephisnop – Grupo de Pesquisa em História da Educação e História das Instituições Escolares do Norte do Paraná.

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INTRODUÇÃO:

O presente relatório tem por objetivo apresentar o processo de um estudo

investigativo que analisa percursos e desafios dos processos organizativos e

transitórios das instituições escolares no Brasil com centralidade na instituição

educacional.

Nesse estudo nosso objeto de pesquisa, é a Escola Normal Secundária Maria

Juvelina dos Santos e se desenvolve em três seções distintas.

No primeiro momento, a investigação faz uma abordagem sobre Instituições

Escolares focando a história das Escolas Normais no Brasil e do Paraná,

considerando-se que a instalação da Primeira Escola Normal de Bandeirantes

insere-se a um projeto educacional nacional e estadual, guardada as devidas

proporções, não poderia desvincular-se das diretrizes estabelecidas para o

respectivo Curso.

O segundo momento trata especificamente da trajetória da colonização do

Norte do Paraná situando a colonização do município de Bandeirantes - PR

contextualizando o modelo de economia, sociedade e cultura em que se deu a

criação da primeira Escola Normal de Bandeirantes, curso de formação docente.

Na terceira sessão este estudo, demonstra dados empíricos acerca do

funcionamento da primeira Escola Normal instalada no município, coletados no

arquivo inativo da instituição de ensino, atual Colégio Estadual Cyríaco Russo e

Biblioteca Pública Municipal local que foi localizado algumas obras referentes ao

município e sua colonização. Nos outros locais passiveis de existir arquivos inativos

de documentos, por seu caráter institucional, tais como: prefeitura, câmara dos

vereadores, Secretaria Municipal de Educação, tendo em vista a extinção das

inspetorias Municipais de Ensino, a Documentação escolar, considerando-se a

derrogação também das inspetorias Estaduais de ensino, por fim a paróquia local

por problemas estruturais em suas dependências onde ficara armazenado o arquivo

inativo, tais como goteiras, umidade, enfim má conservação e a falta de cultura

histórica e de arquivamento de fontes, estes arquivos inexistem como acervo

documental.

Por tratar-se de uma pesquisa documental na perspectiva histórica, de

abordagem qualitativa, objetiva descrever a história organizacional desde o decreto

de criação que a denominou de Escola Normal Secundária instalada em seis de

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dezembro de 1953, interpretando além dos documentos as fontes orais e registrando

também as alterações ocorridas para a Escola Normal Secundária Maria Juvelina

dos Santos no ano de 1954 até o Ano de 1977.

O estudo visa o processo de continuidade do registro da história dessa

instituição escolar que compõe o acervo da instituição e as transformações pelas

quais passou no tempo conforme propõe Gatti Júnior:

A história das instituições educativas investiga o que se passa no interior da escola pela apreensão daqueles elementos que conferem identidade à instituição educacional, ou seja, daquilo que lhe confere um sentido único, no cenário social do qual fez ou ainda faz parte, mesmo que ela tenha se transformado no decorrer dos tempos (GATTI JÚNIOR, 2002, p. 20) apud Werle et al (2007, p. 148).

De modo a contribuir para a preservação da história como patrimônio do

município, e entender que para constituir a identidade de uma instituição é

necessário investigar os ciclos de vida, as mudanças sofridas incluindo todos os

elementos que fizeram parte dela: arquitetura, gestão, pessoas, projetos, ou seja,

investigar a história de vida da instituição implica recompor minuciosamente sua

linha de tempo.

As escolas, para encontrarem a sua verdadeira identidade, devem se transformar em centro de investigação, buscando as suas soluções próprias, contextualizando todas as suas dimensões, interagindo social e comunitariamente. A história das instituições educacionais é facilitada quando a escola mantém o seu arquivo histórico organizado, em funcionamento. (PEREIRA, 2007, p.88).

No caso desse estudo se baliza no processo histórico e institucional da

Escola Normal Secundária, destacando a sistematização e descrição dos seguintes

elementos: aspectos indentitários de sua criação; documentos comprobatórios do

arquivo inativo: como registros matrícula, atas de reuniões, atas de posse de

exames, boletins de alunos de frequência e de avaliações, diários de classe, livro de

assinaturas de ponto, currículos de professores e funcionários, atos disciplinares,

grades curriculares entre outros.

Ainda, número inicial de turmas, caracterização do perfil dos/as estudantes,

quadro histórico de diretores e professores, formação inicial dos profissionais;

condições históricas para ingresso na profissão, etc.

De acordo com Le Goff (1996) “só a análise do documento enquanto

monumento permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo

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cientificamente, isto é, com pleno conhecimento de causa” (LE GOFF, 1996, p. 545),

por tanto, imprescindíveis à pesquisa histórica na medida em que asseveram a

memoria.

Considerando-se que as fontes documentais nem sempre são suficientes

para a interpretação dos dados coletados, a investigação desenvolverá o registro de

depoimentos de ex-professores e/ou cidadãos que se constituam fontes orais no

período delimitado entre 1954 – 1977.

Fez-se um resgate do surgimento do curso de formação de professores no

Brasil, passando pelo Estado do Paraná o enfoque foi na trajetória histórica da

primeira escola secundária de formação de docente do município.

Considerando-se necessário apreciar a trajetória da Escola Normal

transpondo historicamente a nomenclatura de Escola Normal Secundaria (1954)

para Escola Normal Colegial Professora Maria Juvelina dos Santos (1956) com suas

especificidades e posteriormente para habilitação magistério com o Parecer 013/75

– CEE, e pelo Decreto nº 2791 de 04/01/77 em seu art. 2º que unifica os colégios:

Colégio Estadual Professor Mailon Medeiros, Escola Normal Colegial Professora

Maria Juvelina dos Santos e o Colégio Comercial Cyríaco Russo, sendo que estes

passam a denominar-se Colégio Estadual Cyríaco Russo – Ensino de 1º e 2º Graus,

podendo reconhecê-la e identificá-la por sua história de formação de professoras

primárias no município.

SOBRE INSTITUIÇÕES ESCOLARES, FONTES DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E A HISTÓRIA

ESCOLA NORMAL NO BRASIL.

Borba (2011) vem a destacar que a palavra instituição escolar deriva do latim

instituere, apresentando diferentes conceitos como: Ato de instituir; condição daquilo

que está instituído; formas ou estruturas sociais constituídas por leis fundamentais

que regem um país ou costume; associação ou organização social; estabelecimento

de ensino e pesquisa, instituto.

Sabe-se que questões referentes à cultura escolar e a fontes que permitam

sua percepção e estudo acabam por fazer voltar os olhares aos arquivos escolares,

em busca de registros documentais que contribuam para a reconstituição da cultura

material escolar das instituições educativas.

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A escola produz, em seu cotidiano, diversos tipos de documentos e registros,

exigidos, no seu dia-a-dia, pela burocracia escolar. Esses documentos Escolares

possui legislação orientando essas produção, como exigência para a legalidade das

ações promovidas pela instituição, envolvendo seu funcionamento, e a organização

e controle de suas atividades. Ranzi, Gonçalves (2010).

Nessa perspectiva Lombardi (2004), ressalta que:

“as fontes resultam da ação histórica do homem e, mesmo que não tenham sido produzidas com a intencionalidade de registrar a sua vida e o seu mundo, acabam testemunhando o mundo dos homens em suas relações

com outros homens e com o mundo circundante” (LOMBARD, 2004, p.155).

Estudar a história da Escola Normal Secundária de Bandeirantes demanda

traçar as características próprias de cada momento de sua trajetória realçando fatos

significantes da história da educação num contexto mais amplo, e de forma mais

específica historiar uma instituição educativa buscando elementos que compõem

sua totalidade.

Segundo Oliveira e Gatti Jr,

Observamos uma grande preocupação da nova historiografia em rever o conceito de história institucional, levando em consideração a problematização das instituições na sua relação com a comunidade envolvente. Neste sentido, o itinerário seguido pelos pesquisadores que se preocupam em construir interpretações a respeito das instituições educativas se pauta em apreender elementos que possam conferir às mesmas, um sentido histórico no contexto social de sua época, bem como suas influências até os nossos dias (OLIVEIRA e GATTI JUNIOR 2002, p. 01).

Nesse estudo, demarca-se o Curso Normal responsável pela formação de

docentes da educação primária e até secundária durante o longo período 1884 a

2008, ano do reconhecimento do Curso de Formação Docente do município de

Bandeirantes – PR, pela Resolução nº 1318/08 DOE 18/06/08.

Portanto, a legitimidade da pesquisa e contribuição proposta pela

intervenção firma-se na reflexão de conteúdo sobre as Histórias das Instituições

Escolares, inserida no contexto social de seu tempo, a partir da história da

educação, colocando, portanto, em questão a seriedade científica que se deve ter ao

se escrever história:

O contexto histórico e as circunstâncias específicas da criação e da instalação da escola; seu processo evolutivo: origens, apogeu e situação atual; a vida da escola; o edifício escolar: organização do espaço, estilo,

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acabamento, implantação, reformas e eventuais descaracterizações; os alunos: origem social, destino profissional e suas organizações; os professores e administradores: origem, formação, atuação e organização; os saberes: currículo, disciplinas, livros didáticos, métodos e instrumentos de ensino; as normas disciplinares: regimentos, organização do poder, burocracia, prêmios e castigos; os eventos: festas, exposições, desfiles (NOSELLA; BUFFA, 2009, p.16).

Nesse aspecto, o estudo será realizado para compreender o processo, do

desvelamento de contextos e sujeitos que constituíram a história da Instituição

Escolar que abrigou a Escola Normal Colegial Professora Maria Juvelina dos

Santos, pois é na compreensão do passado que se dá sentido ao presente e projeta

o futuro interpretando a história oficial e a história subjacente.

Para esse intento, as fontes bibliográficas permitiram situar e contextualizar a

educação no Brasil, bem como esclarecer a trajetória resgate histórico do curso de

formação de professores primários que aqui se inicia com a descentralização

processada pelo Ato Adicional à Constituição Imperial, aprovado em 1834, a partir

do que o ensino elementar ficou sob a responsabilidade das províncias e, em

consequência, seriam também responsáveis pelo do preparo dos respectivos

professores.

Desse modo, em 1835, fundou-se a primeira escola normal do Brasil.

Simples, regida por um diretor que era também o professor, com um currículo

resumido que sequer previa os rudimentos relativos à formação didático-pedagógica,

conforme determinava Lei Provincial, Nogaro (2001).

Com a implantação da República as províncias se transformaram em estados

federados. Nesse momento o Estado de São Paulo proporcionou uma reforma

ampla da instrução pública com a publicação do Decreto n. 27 de 12 de março de

1890. Tal Decreto elucidou a necessidade de professores bem preparados,

praticamente instruídos nos modernos processos pedagógicos e com material

científico adequado às necessidades do momento, pois só assim o ensino poderia

ser eficaz. Esse foi à motivação para reforma geral da instrução pública a partir da

escola normal, que em declaração de Rangel Pestana3 afirmava que a qualidade da

educação dependia de bons mestres saídos de escolas normais com condições de

prepará-los. Nesse período Escola Normal não atendia a esse requisito, era mister,

pois, reformar o plano de estudos do ensino normal.

3 Jornalista, político e jurista brasileiro.

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A partir de 1920 desencadeou-se um amplo processo de organização do campo educacional impulsionado pelo movimento renovador. De fato, a organização do campo educacional implicava a profissionalização da atividade dos educadores, de modo geral, e dos professores, em particular. E a profissionalização, por sua vez, implicava uma formação específica, o que se iniciou no século XIX com as tentativas intermitentes de criação de escolas normais para a formação de professores primários as quais vieram a adquirir alguma estabilidade no século XX. Saviani (2013) apud (Almeida, 2012, p. 193).

Segundo Tanuri (2000), na década de 1930, a educação assume importância

como área técnica, com diversidade de funções educativas e surgem cursos

regulares de aperfeiçoamento do magistério e de formação em administração

escolar no estado de São Paulo e no Distrito Federal. Em 1935, a Escola de

Professores foi incorporada a então Universidade do Distrito Federal, com o nome

de Faculdade de Educação, passando a conceder a “licença magistral” àqueles que

obtivessem na universidade a “licença cultural”.

Em 1939, com a extinção da UDF e a anexação de seus cursos à

Universidade do Brasil, a Escola voltava a ser integrada ao Instituto de Educação.

Tanuri (2000) ressalta que,

Movimento semelhante ocorreu em São Paulo com a reforma realizada por Fernando de Azevedo e consubstanciada no Decreto 5884, de 21 de abril de 1933 (Código de Educação). O curso normal, que então era de quatro anos, precedido pelo complementar de três, passa a ser constituído por um curso de formação profissional de duas séries e a exigir para ingresso a integralização do curso secundário fundamental, organizado de conformidade com a legislação federal. Da mesma forma que no Distrito Federal, a Escola Normal da Capital, com a denominação de Instituto de Educação “Caetano de Campos”, passa a ministrar em sua Escola de Professores: cursos de formação de professores primários, cursos de formação pedagógica para professores secundários, bem como cursos de especialização para diretores e inspetores. Todas as demais escolas normais do estado, inclusive as denominadas “livres” ofereciam apenas o curso de formação profissional do professor, de dois anos, além do curso primário de quatro anos e do secundário fundamental, de dois. A preocupação pela remodelação do ensino continuava a se fazer presente, traduzindo-se em dispositivos diversos consagrados na legislação. (TANURI, 2000 p. 74)

A partir desde momento, diversos movimentos de afirmação e de

reformulação marcaram o processo de implantação das Escolas Normal no Brasil,

chegando às décadas de 1940/50 como instituição pública símbolo de qualidade e

formadora dos quadros docentes para o ensino primário brasileiro.

Em 1938, foram conferidas as necessidades de qualificar as pessoas para a

administração escolar, com oferta de cursos para diretores e inspetores

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comissionados pelos estados. “O Instituto de Educação de São Paulo seguiu, sob a

gestão de Fernando de Azevedo, um caminho semelhante, com a criação, também,

da Escola de Professores” (MONARCHA 2007, p 332).

Segundo Messias (2013)

Durante o Estado Novo, o ensino normal sofreu a primeira regulamentação do governo central em decorrência da orientação centralizadora da administração. Em consonância com essa orientação, essa política educacional traduziu-se na tentativa de regulamentar minuciosamente em âmbito federal a organização e o funcionamento de todos os tipos de ensino no país, mediante “Leis Orgânicas do Ensino”, decretos-leis federais promulgados de 1942 a l946. A Lei Orgânica do Ensino Normal não introduziu grandes inovações, apenas consagrou um padrão de ensino normal que já vinha sendo adotado em vários estados. O Normal foi dividido em dois ciclos: o curso de formação de “regentes” do ensino primário, em quatro anos, e funcionaria em Escolas Normais Regionais; e o curso de segundo ciclo, em dois anos, que formaria o professor primário e era ministrado nas Escolas Normais e nos Institutos de Educação. (MESSIAS 2013, p. 05).

Assim, percebe-se que os institutos de educação foram pensados e

organizados de maneira a incorporar as exigências da pedagogia, que buscava se

firmar como um conhecimento de caráter científico.

Um amplo processo de organização do campo educacional foi desencadeado

a partir de 1920, impulsionado pelo movimento renovador, conforme aponta Saviani

(2008), que de fato, a organização do campo educacional implicava a

profissionalização da atividade dos educadores, de modo geral, e dos professores,

em particular.

Ainda, em Saviani (2008): [...] a profissionalização, por sua vez, implicava em uma formação

específica, o que se iniciou no século XIX com as tentativas intermitentes de criação de escolas normais para a formação de professores primários as

quais vieram a adquirir alguma estabilidade no século XX”. (SAVIANI, 2008, p. 32).

Tanuri (2000) afirma que partir de 1938 do curso de formação dos

professores passa por diversos movimentos de afirmação e de reformulação que

marcaram o processo de implantação das Escolas Normal no Brasil, chegando às

décadas de 1940/1950 e como instituição pública símbolo de qualidade e formadora

dos quadros docentes para o ensino primário brasileiro.

Durante a década, propunha a educação científica, a formação moral e a

eficiência social. “O Instituto de Educação de São Paulo seguiu, sob a gestão de

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Fernando de Azevedo, um caminho semelhante, com a criação, também, da Escola

de Professores” (MONARCHA apud SAVIANI, 2009. p. 6).

A partir de 1964, com, a nova configuração política oriunda do Golpe Militar

exigiu adequações no campo educacional em virtude da efetivação da Lei n.

5.692/71. No novo modelo de educação despareceram as Escolas Normais e foi

instituída a Habilitação Específica de 2º grau para o exercício do magistério de 1º

grau.

A Habilitação Específica do Magistério foi organizada em duas modalidades básicas: uma com a duração de três anos que habilitaria a lecionar até a 4ª série; e outra com a duração de quatro anos habilitando ao magistério até a 6ª série do 1º grau. O currículo mínimo compreendia o núcleo comum, obrigatório em todo o território nacional e para todo o ensino de 1º e 2º graus, destinado a garantir a formação geral; e uma parte diversificada, visando à formação especial. O antigo Curso Normal cedeu lugar a uma habilitação de 2º Grau (SAVIANI, 2006, p. 8).

A Lei 5692/71 prevê a formação a habilitação do magistério do 1º para o 2º

grau, nível superior, cursos de licenciatura curta/plena para o exercício do

magistério.

As alterações ocorridas na Educação com a Lei 5.692/71, iniciadas pela reforma universitária, seguida pela reforma do Segundo Grau, não modificaram o estatuto dessa modalidade, ao contrário, a obrigatoriedade de profissionalização no Segundo Grau não contrariou o formato do antigo Curso Normal, apenas se restringiu a mudança do nome para curso de Magistério e houve a remodelação do em seu conteúdo no sentido de um tecnicismo aplicado à educação, o que empobreceu o sentido mais humanista dos antigos currículos dos cursos Normais (PARANÁ, 2006,

p.15). (SILVA, apud SAVIANI, 2013 p. 09).

No Estado do Paraná até a disseminação dos cursos de Pedagogia, os

cursos de Magistério (em nível de Ensino Médio) eram as únicas opções disponíveis

para formação de professores capacitados para atuar nas séries iniciais de

educação para criança.

O aspecto positivo dos cursos de Magistérios foi à contribuição para melhoria dos procedimentos pedagógicos nas escolas e imprimiu um caráter cinético e profissional. A educação de criança nas séries iniciais passou a ter um caráter mais complexo com profissionais capacitados para as teorias metodológicas específica, além dos conhecimentos científicos das disciplinas curriculares da pré-escola até a 4ª série (VIEIRA, apud PARANÁ, 2006, p. 15).

Os processos de reformulação curriculares em todos os níveis de ensino foram iniciados a partir de 1983, concluídos até 1990 e implantados nas escolas do Paraná entre 1990 e 1993. Porém, já em 1995, em decorrência das próprias exigências socioeconômicas e política inicia-se um novo ciclo de reformas

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definidas pelas políticas do MEC4, implantadas de forma “pioneira” com orientações completamente adversas às políticas educacionais assumidas durante os anos 80. (PARANÁ, 2006, p. 16)

Observa-se a formação precária de professores para o antigo ensino primário

em meio a tantas outras, era preocupante. Essa evidente precariedade exigiu

providencias do governo que, em 1982 lançou o CEFAM,5 com o objetivo de

reestruturar a Escola Normal.

Após voltar o olhar para História da Educação no Brasil buscando

compreender o desenvolvimento da Escola Normal Secundaria pretende-se situar o

processo histórico de colonização do Norte do Paraná e de Bandeirantes

contextualizando os condicionantes históricos políticos, econômicos, sociais e

educacionais em que ocorreu a criação e funcionamento da Instituição Escolar, hoje

denominada de Escola Normal Secundária Professora Maria Juvelina dos Santos,

de forma que possa ajudar na compreensão da educação local, principalmente

quanto à formação de professores e as mudanças que essa educação provocou no

município.

Para melhor situarmos a criação da primeira escola de formação de professores do município de bandeirantes passa-se a síntese histórica da Escola Normal no Norte Pioneiro do Paraná.

As causas econômicas, políticas e sociais direcionaram o desenvolvimento da educação pública no Paraná-Província e permearam a implantação e funcionamento da Escola Normal. [...] mesmo que as autoridades tivessem a intenção, ao menos nos discursos, de desenvolver a província mediante a educação, as propostas se faziam eivadas de um formalismo literal, ou seja, permaneciam no discurso distante da realidade. Porém, a Escola Normal não feneceu e funcionou até 1920, anexa ao Ginásio Paranaense, antes Instituto Paranaense (DELGADO, 2013, p.11).

A imigração ocupava o Estado e aumentava as necessidades da população,

sobretudo da educação, pois com as lavouras de café surgiram pequenos povoados

que em pouco tempo tornaram-se cidades Formou-se também, a classe cafeeira

que plantava e negociava o produto, ouve a reorganização da política e novos

partidos apareceram em consonância com a política pós-Vargas. Martinez (2013).

Nesse contexto, sob o impacto da industrialização paulista, o professor

passou a ser visto pelo Estado, como o futuro formador do novo homem para a

sociedade que se urbanizava cabendo-lhe auxiliar o governo a promover o

desenvolvimento ordenado.

5 Centros de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério

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Segundo Miguel (2013), com a Lei Orgânica do Ensino Normal, aprovada em

1946, a proposta particular da Escola Normal Regional do Paraná destacou-se das

demais com particularidades diferenciadas atendendo à formação dos professores

que, no interior e, sobretudo no norte paranaense, procuravam fazer frente às

demandas do desenvolvimento trazido pelo café. Na ótica do governo, a reprovação

dos alunos era responsabilidade do professor, graças à falta de formação.

Erasmo Pilotto convidado para assumir da educação elaborou um plano de

formação para o magistério primário projetou a Escola de Professores como um

centro de cultura pedagógica, qualificado para fazer investigação filosófica e

experimental dos problemas da educação. A organicidade do projeto de Pilotto,

inspirada pelas ideias pedagógicas da Escola Ativa.

Miguel (1997) apresentava que as atividades curriculares do curso, as relações com outros centros de cultura pedagógica, nacionais e estrangeiros, o centro de ex-alunos, e as demais atividades planejadas, formariam um todo orgânico, de modo que a educação fosse percebida enquanto uma possibilidade e uma vivência real e interligada. A organização e o trabalho da Escola sustentavam-se em ideias consideradas por Pilotto, como fundamentais:

A primeira delas referia-se à educação do espírito do professor sobre o domínio da técnica de dar aulas e Pilotto, na ocasião, afirmava que a Educação sofria da tirania da rotina, tornando-se necessário libertar todas as forças espirituais dos educandos, para colocá-las a serviço da Educação A segunda referia-se à educação diferencial dos alunos substanciada na Psicologia Diferencial. “Nem todos eram considerados como dotados do mesmo desenvolvimento intelectual, de cultura e de caráter” (MIGUEL, 1997, p.77).

Desse modo, os alunos mais ativos recebiam uma educação especial e

seriam os que, posteriormente frequentariam a Escola Paranaense de Pedagogia,

pois haviam sido preparados para serem líderes e difusores da ideia aplicada pela

escola, Pilotto (1952).

No entanto, segundo Hervatini e Schelbauer (2012), todos recebiam uma

estruturante educação geral que lhes certificasse domínio de conhecimentos

necessários ao embate quotidiano das escolas. Ressalta Miguel (1997) assim, ali se

desenvolviam palestras nas quais se procurava fazer referências aos princípios

pedagógicos de modo a ligá-los às práticas, para que o professor pudesse, mais

tarde, enfrentar a rotina do trabalho pedagógico diário.

Os princípios da Metodologia Científica e da Psicologia Diferencial estruturaram o processo educacional vivido na Escola de Professores de Curitiba, mas conviveram com as ideias do valor de uma consistente

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educação geral. De um lado, contribuíram para a estratificação social ao separarem os alunos em grupos bastante distintos, sem que os mesmos se dessem conta de tal processo. De outro lado, contribuíram para a formação do professor e proporcionaram o avanço das ideias pedagógicas alicerçadas em Gentil, Montessori, Decroly e Pestalozzi, além de Anísio Teixeira e mais tarde a influência do neo-pitagorismo, que valorizava a importância das Ideias Gerais, dos Princípios Gerais (MIGUEL, 2013, p. 22).

A prática pedagógica da Escola de Professores norteou suas ideias em

pensadores europeus e em Anísio Teixeira. Porém, “tanto para Pilotto, como para

Anísio, a proposta era baseada no desenvolvimento de atitude científica e no,

preparo para os desafios da profissão” (VIDAL, 2001, p. 80).

Miguel (2004) aponta que Pilotto buscou aplicar os fundamentos colocados na

Escola de Professores de Curitiba, chamando para ajudá-lo, a escola deveria

preparar em cada aluno uma liderança em sua comunidade. O programa proposto

aprofundava a vinculação dos conhecimentos com as questões sociais do local e era

permeada pela concepção da educação enquanto formação geral do aluno. Dizia ele

que: qualquer que viesse a ser a profissão do mesmo, “a escola deveria despertar-

lhe o gosto pela leitura, pela arte e pela música; assim como pelas melhores páginas

da literatura mundial e peças de arte e da música” (PILLOTO, 1952, p. 48).

No programa para as Escolas Normais Regionais, o educador coloca como

uma das finalidades a formação de professor regente para que, ao conhecer as

dificuldades da população local, este pudesse fazer da escola [...] “um centro de vida

social e educativo de toda a comunidade”.

[...] com isso o professor atuaria em conjunto com os pais, orientando-os no cumprimento de suas responsabilidades com os filhos. Assim, o programa de ensino das Escolas Normais Regionais deveria estar estreitamente vinculado à formação da personalidade do professor para, ao alargar sua cultura e, destinar a sua ação a objetivos assistenciais junto à comunidade, fosse ela rural ou urbana (PILLOTO, 1952, p. 48).

Os pais juntamente com o apoio do professor eram orientados para assumir

as responsabilidades para com seus filhos já que o Programa de Ensino das Escolas

Normais Regionais estava vinculado à formação da personalidade do professor

alargando sua cultura ajudando com as questões assistencialistas junto à

comunidade.

CONHECENDO A HISTÓRIA DA REGIÃO DO NORTE PIONEIRO DO PARANÁ E DA

COLONIZAÇÃO DE BANDEIRANTES.

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Como ponto de partida pretende-se fazer um retrocesso para situar história a

colonização do Norte do Paraná e de Bandeirantes contextualizando os

condicionantes históricos políticos, econômicos, sociais e educacionais que em que

se deu a criação e funcionamento de uma Escola de formação de professores no

município.

A conjuntura social e econômica do Paraná se inicia baseada nos ciclos da

erva-mate, da madeira, do café e da diversificação da agricultura. O modelo de

atividade econômica e agrícola até o início do século XX, fez com que a população

fosse composta tipicamente de caboclos em sua agricultura itinerante e índios

esparsos.

Porém a produtividade da terra entre outros aspectos, fez com que, em

apenas trinta anos (1930/1960) o Norte do Paraná, se tornasse uma das regiões do

país mais densamente povoadas e de produção agrícola tipicamente comercial.

Tamanho foi o seu papel no abastecimento dos centros urbanos e no fornecimento

de matérias-primas para as indústrias do centro-sul, que o norte do Paraná passou a

ser chamado de celeiro do Brasil, aponta Companhia (1975).

A história do Paraná, propriamente dita, tem início no século XVI. Nesse

período, as terras do solo paranaense pertenciam a Capitania de São Vicente e era

explorada pelos europeus em busca de madeira de lei. Somente em 1660, colonos e

jesuítas espanhóis a colonizaram com a fundação da Vila de Paranaguá. A

descoberta de ouro nessa região atraiu os portugueses, não só para o litoral, mas

também para o interior e, assim, nasceu um povoado que, em 1693 foi elevado à

categoria de vila e, hoje Curitiba, capital do Estado, Boulos Jr (2009).

A descoberta e exploração de ouro em Minas gerais exigiu uma demanda

maior de gado e equinos na região. Em decorrência desta demanda por gado foi

necessária a criação de uma via de ligação entre a região produtoras de animais,

que se localizavam ao Sul (Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina) e a região de

exploração de ouro mineiro, a qual ligava a Vila de Sorocaba (em São Paulo), a

Viamão (no Rio Grande do Sul), vindo esse caminho a ser chamado de “Caminho de

Viamão”, segundo relatos históricos, apresentados por Wachowicz (2002).

Padis (1981) relata que em 1853, a Província de São Paulo foi desmembrada,

dando início à história oficial do Paraná, que, oficialmente se tornou estado em 1859

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e povoado, principalmente com o programa de imigração com imigrantes de origem

de vários países do Continente Europeu: alemães, poloneses e italianos e outros.

Com a abertura do caminho do Viamão, em 1731, a criação e a invernagem

de gado dá o início a principal atividade econômica paranaense do século XVIII, o

tropeirismo. Os pousos dos tropeiros, as invernadas e freguesias, principalmente em

Sant’Ana do Iapó, de Santo Antônio da Lapa originavam vilas e futuras cidades do

Paraná Tradicional. A caminhada tropeira era favorecida pela topografia, pela baixa

vegetação e nas bruacas sustentadas pela cangalha das mulas, acomodava-se o

charque, as panelas, a chocolateira, entre outros, (C.M.N.P6, 2006).

Passetti (SD)7 em seu trabalho monográfico apresenta que durante os meses

de setembro e outubro, as tropas saiam do sul aproveitando a temporada das

chuvas que favoreciam pastos fartos durante o caminho, em direção norte, rumo a

Curitiba. Chegando a esta vila, muares e tropeiros se instalavam enquanto os

animais engordavam e aguardavam pelas feiras sorocabanas que aconteciam

durante os meses de abril e maio. Quando as pastagens desta região iam se

esgotando, os tropeiros subiam pelos campos gerais e adentravam ao Norte

Pioneiro. No trajeto das tropas, dada a necessidade de pousadas para descanso,

aos poucos, foram surgindo pequenas roças, estalagens e pastos que serviam como

guarita, ponto de apoio e auxílio para tropeiros, viajantes e seus animais. Ainda em

Passetti, ao redor destes núcleos agregadores, surgiram diversas vilas e cidades.

Segundo Nogueira (2012), a produção do café e do mate produtos de

exportação brasileira, economicamente resultavam em diferenças assombrosas em

seu processamento. O requinte da produção do café paulista produzido em padrões

capitalistas que determinava uma demanda de produção, de lucro e cujo, os

trabalhadores tinham sua força de trabalho remunerada durante todo o ano, tendo

poder de consumo. Já o mate era uma atividade extrativista precária e artesanal,

com um nível de eficiência produtiva bastante modesta sem muito incentivo para o

trabalhador ervateiro contava com trabalho remunerado por seis (6) meses ao ano

permanecendo o outro período em estado de penúria, sem poder aquisitivo para

suprir as suas necessidades básicas, para citar alguns fatores. Tais fatores tiveram

interferência negativa na economia paranaense no contexto brasileiro.

6 COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ. Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná. São Paulo: Cia Melhoramentos, 1975 7 SD - Sem Data

Comentado [PC1]: 1.história do paraná - professor adriano ferreira moreira profresumos.blogspot.com/2009/06/historia-do-parana.html o o 7 de jun de 2009 - No início do século XVI os

portugueses criaram duas capitanias sobre o nosso litoral. .... a criação e a invernagem de gado dá o início a principal atividade econômica paranaense do século XVIII, o tropeirismo. ... do Iapó, de Santo Antônio da Lapa originando vilas e futuras cidades do Paraná Tradicional.

Você visitou esta página em 03/12/14. 2.PROFESSOR ADRIANO FERREIRA MOREIRA: Junho 2009 profresumos.blogspot.com/2009_06_01_archive.html o o 28 de jun de 2009 - Acerca do impacto mundial da crise econômica de 1929, assinale a alternativa

correta. .... realizado por James Watt na segunda metade do século XVIII. ...... 1731, a criação e a invernagem de gado dá o início a principal atividade ... doIapó, de Santo Antônio da Lapa originando vilas e futuras cidades do ...

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Entretanto, fatores como a fertilidade das terras paranaense a conjuntura nacional política e econômica após a crise de 1929, a cultura cafeeira paulista próxima aos limites do Estado, o processo de industrialização de São Paulo, a partir na década de 1930 motivaram uma efetiva demanda de imigrantes paulistas e mineiros para as terras do Norte Pioneiro Paranaense. O interesse era motivado pelo baixo preço das terras, pois nos estados de São Paulo e Minas Gerais, as áreas produtivas se tornaram escassas e supervalorizadas, além disso, a proibição do plantio nesses estados, bem como o declínio da produção de cafezais em regiões de lavouras mais antigas, contribuíram para a imigração dos colonos dessas regiões para as terras do Norte do Paraná. Nas terras do Oeste a ocupação de colonos descendentes de alemães e italianos, vindos dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (COMPANHIA, 1975, p. 8).

Além desses fatores, a abertura de possibilidade de escoamento da produção

de café por vias fluviais atraiu primeiramente trabalhadores mineiros, dando origem

ao núcleo urbano conhecido como Colônia Mineira ou Siqueira Campos. Outros

núcleos se desenvolveriam como Tomazina, Santo Antonio da Platina, Wenceslau

Braz e Jacarezinho, todos no Norte Pioneiro, um passo além do Rio Paranapanema

e Itararé, que marcava a divisa Paraná - São Paulo, Nogueira (2012).

O esgotamento da área produtiva do estado de São Paulo e o aumento nos

preços do café no mercado internacional motivaram a formação de outros

importantes núcleos entre as décadas de 1920 e 1930. Assim surgem os núcleos de

Cambará, Bandeirantes, Cornélio Procópio e Andirá. Investidores paulistas

transferem o plantio do café para uma grande área de terras entre Ourinhos e

Cambará.

O escoamento dessa produção para o exterior ocorria pelo Porto de Santos, o

que demandou a construção de rodovia que ligasse a Região norte do Paraná a São

Paulo e foi fator determinante para a expansão da ferrovia (que já chegava a

Ourinhos), até as regiões produtivas do norte paranaense e se estenderia

atravessando o estado até Guairá, às Margens do Rio Paraná, Companhia (1975).

Nesse recorte histórico da colonização do Norte Paranaense observa-se que

a economia da região foi caracterizada pela produção artesanal e os produtos para a

venda eram compostos predominantemente de rebanhos suínos criados de modo

grosseiro, sem investimento em produto de qualidade para exportação e só a partir

da construção da ferrovia, na década de 1930 se tem registro de produção para o

mercado exportado.

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A colonização do município de Bandeirantes também não é diferente já que se

inicia com o cultivo do café em escala apreciável no Paraná por volta de 1890.

Bertonha e Machado (2008 p. 2) evidenciam nessa ocasião, as palavras de Kreitz

(2005), que os fazendeiros paulistas e mineiros começaram a ocupar o norte do

Estado. Esta região começou a integrar com o restante do Estado a partir de 1924,

período que começaria de forma mais consistente o desenvolvimento da economia

paranaense, gerando desta forma a iniciativa de implantação de muitas escolas

isoladas para atender à demanda destes aventureiros.

A pluralidade étnica é uma das características da população de imigrantes de

várias etnias e culturas que o estado do Paraná recebeu ao longo de toda a desde

sua emancipação. Essa população, constituída, na maioria de pequenos agricultores

atraídos pela facilidade de aquisição de terras férteis contribuiu processo de

devastação da floresta da região, mesmo que legalmente os contratos de compra e

venda de terras com as companhias colonizadoras exigissem a permanência de

parte das florestas como reserva.

Na ânsia de modificar as difíceis condições de vida dos primeiros agricultores,

a derrubada da mata era completa nas pequenas propriedades, o que explica o fato

dos remanescentes florestais ficarem restritos nas grandes propriedades.

A história de Bandeirantes teve início em 1920, havia nesta região os povos

indígenas caingangues, as matas eram fechadas. O engenheiro Civil Carlos

Barromel, deu o primeiro passo para a colonização regional juntamente com a

medição de terras entre Bandeirantes e Cornélio Procópio. Dando início as primeiras

propriedades agrícolas das redondezas.

Em 1926, João Manoel dos Santos comprou 10 alqueires de terras de

Josefina Alves de Lima, com a intensão de fundar um povoado que levou o nome de

Invernada. Com o advento da estrada de ferro surge novo povoado em seu entorno.

Em 1929, três anos após a intensão de fundar um povoado, o Patrimônio de

Invernada, passou à categoria de distrito no município de Jacarezinho, e em 1930, a

empresa ferroviária São Paulo-Paraná, inaugurou uma estação ferroviária a

aproximadamente três quilômetros do povoado de Invernada, Ferreira (2006).

Com a estação ferroviária, Bandeirantes mudou de direção sua ocupação,

em terreno pertencente a Juvenal Mesquita, passando o povoamento do Bairro

Invernada para as imediações da ferroviária, (IBGE, 2008). Assim surge o primeiro

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indicio de que a cidade de Bandeirantes foi criada a partir da visão de instalação,

sendo visto pelos primeiros moradores como bom lugar para se morar devido a

intensa movimentação de transporte, no caso de Bandeirantes, sua ocupação não

se deu devido a um planejamento de cidade, mas a visão de economia gerada a

partir do transporte ferroviário.

O significado do nome de Bandeirantes encontra-se formada pelo termo "bandeira" acrescido do sufixo nominativo plural "antes". O termo "bandeira" origina-se do latim vulgar "bandaria"; do latim tardio "bandum" e é derivado do gótico "bandwa", sendo que em todos os casos designa estandarte ou um símbolo com emblema. A palavra "bandeirante" designa indivíduo que pertence a uma "bandeira", que tem a vocação de conhecer e descobrir. (FERREIRA, 2006, p.45)

A emancipação política de Bandeirantes no dia 14 de novembro de 1934,

desmembrando-se do território de Jacarezinho. Com a Emancipação Política de

Bandeirantes, questões como a educação no município vai ganhando novas

dimensões e importância. Culminando com inclusive com a instalação de escola

para a formação de professores.

DIMENSÕES HISTÓRICAS DA ESCOLA NORMAL SECUNDÁRIA PROFESSORA MARIA

JUVELINA DOS SANTOS

Investigar as dimensões históricas da Escola Normal Secundária de

Bandeirantes, posteriormente Escola Normal Colegial Professora Maria Juvelina dos

Santos (Decreto nº 2791 de 04/01/77) e hoje, reorganizada e estruturada na

Instituição Escolar Colégio Estadual Cyríaco Russo Ensino Médio e Normal no

município de Bandeirantes. Situado na Rua Benjamim Caetano Zambon, nº 530 nos

remete a reflexão de que:

O devir humano, a hominização passa pela dimensão de que o homem esteja integrado, inserido no processo cultural de seu tempo e no seu espaço social, e historicamente a educação precisa ser entendida e deve ser considerada uma das atividades basilares em todas as sociedades. Uma das funções da educação formal é levar as sociedades humanas à apropriação dessa cultura. Assim, a sociedade e suas diferentes formações instituíram a escola como a instituição responsável pela perpetuação da herança cultural às gerações (NOGUEIRA, 2012, p. 73).

Implica dizer que a história de qualquer instituição escolar insere-se no

contexto sócio, político e cultural maior e as fontes são fundamentais por ser o

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registro das pegadas dos homens no tempo e ao serem inventariadas por meio da

investigação desvelam processos e peculiaridades.

A Escola Normal Secundária de Bandeirantes foi criada em 06 de agosto de

1953, pela Lei Estadual nº 1188, e instalada oficialmente no dia 06 de dezembro de

1953 na presença da senhorita professora Marcília Bueno, chefe de Ensino Normal

da Secretaria de Educação e Cultura que representava o Secretário da Educação e

Cultura do Paraná Senhor Lauro Portugal Tavares e o ex Secretário da Educação e

Cultura do Paraná, Drº Newton Carneiro, Prefeito Municipal Luiz Meneghel

vereadores e demais autoridades em sessão solene no salão nobre do Ginásio

Estadual de Bandeirantes, conforme consta nos registros em Ata da Instalação da

Escola do dia 06 de dezembro de 1953.

A fundação dessa instituição escolar teve o apoio do professor e diretor

Thomaz Nicoletti e do prefeito municipal da época o senhor Luiz Meneghel, Benedito

Bernardes de Oliveira, entre outras autoridades municipais. O Livro Ata do Arquivo

da Escola do ano de 1954 registra que o curso inicia-se no período vespertino, no

prédio onde funcionava o Ginásio Estadual de Bandeirantes, no início do mesmo

ano de 1954, situado na Rua Minas Gerais s/nº atualmente Rua Prefeito Moacyr

Castanho.

Arquivos inativos administrativos da Escola comprovam que o primeiro quadro

docente da instituição educacional constituiu-se basicamente de professoras com

formação mínima para lecionar no Curso Normal conforme apresenta o quadro

abaixo:

Quadro 1 – Docentes da Instituição.

NOME CARGO/FUNÇÃO DISCIPLINA

Maria da Glória E. Henriques Professora Primária Nomeada pelo estado.

Desenho

Alice Bonfim Metring Professora Primária Nomeada pelo estado

Português

Maria Madalena da Costa Professora nomeada pelo estado decreto nº 33804/60

Prática de Ensino

Gracita Amaral Gruber Professora nomeada pelo Estado PR decreto nº34934/60

Psicologia

Maria da Luz Pereira Pedroso Professora nomeada pelo Estado PR decreto nº9606/62

Habilitação Português

Neuza Russo Professora nomeada pelo Estado PR decreto nº10079/62

Desenho

Helena Mussalam R Ferreira Professora nomeada pelo Estado PR decreto nº11189/68

Teoria e Pratica da Escola Primária

Clory Dondero Professora Primária Portaria nº 1117/68

Fundamentos

Silvia Thereza M Paschoa Professora com a Portaria nº Fundamentos da

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1010/69 Educação

Marlene Lima Tomasi Professora concursada decreto nº 22657/71

Teoria e pratica da Escola Primária

Maria Ayako Oshima Habilitação em concurso decreto nº 22657/71

Teoria e Pratica da Escola Primária

Celeste Andrade Ribeiro Professora Ensino Médio resolução nº 3153/71

Teoria e Prática da Escola Primária

Neuza Russo da Cunha Reassumir como professora ato nº 74/73 da 14ª Inspetoria Regional de Ensino

Desenho

Silvia Thereza Paschoa Hannuch Professora decreto nº 1010/69 Fundamentos da Educação

Ignez Abdalla Professora portaria nº 1810/77 Psicologia

Venturosa Prado Duarte Professora portaria nº 1811/77 Didática Fonte: arquivo da Instituição- Atas de Posse e Exercício

Por meio das fontes documentais observa-se quanto à estruturação do Curso

ao analisar o demonstrativo de disciplinas série na ocasião de seus primeiros anos

de implantação, que disciplinas elencadas não eram voltadas especificamente para

a docência, ou seja, a maior porcentagem da carga horária (CH) não se concentra

no processo ensino/aprendizagem:

Quadro 2: Disciplinas por séries 1954 a 1956

1º ANO 2º ANO 3º ANO

Português Estudos Brasileiros

Prática de Ensino,

Matemática; Prática de Ensino Psicologia Educacional

Estatística Literatura Didática

Física e Química Biologia Educacional Sociologia

Estudos Brasileiros; Psicologia Educacional História da Educação

Prática de Ensino; Higiene e Educação Sanitária Higiene e Educação Sanitária

Educação Física, Didática Desenho e Artes Aplicadas

Recreação e Jogos; Educação Física Recreação e Jogos

Educação Física Recreação e Jogos

Anatomia e Fisiologia; Música e Canto Orfeônico Canto Orfeônico

Desenho e Artes Aplicadas; Desenho e Artes Aplicadas

Música e Canto Orfeônico Fonte: Decreto-Lei Federal nº 8.530 de 1946

A dimensão era basilarmente voltada à cultura geral e formação física e não à

docência.

A Ata Final de Conselho de Classe do ano de 1956 demonstra a primeira

turma formada neste município com dez professoras que iniciarão sua carreira

ministrando aulas no ensino primário deste mesmo ano.

Através das fontes orais, constatou-se que os alunos eram classe média alta

com intenção de profissionalizar-se. A escola profissionalizava para o nível inicial e

fundamental (antigo primário/ginasial). Verificou-se também que o ingresso para o

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curso era apenas realizado através da efetivação da matricula, mas que ao ingressar

era aplicado nos alunos interessados em frequentar o curso um teste de verificação

Ata Final de Conselho de Classe do ano de 1956 temos a primeira turma

formada neste município com dez professoras que iniciarão sua carreira ministrando

aulas no ensino primário deste mesmo ano.

De acordo com a Ata Escolar de 1956, por meio do ato da SEC no ano de

1956, a Escola Normal recebeu o nome de Escola Normal Secundária Professora

Maria Juvelina dos Santos, continuando com aulas no vespertino, além de Thomaz

Nicoletti como diretor entre os anos de 1954/1955; sendo que nesta época

governava no Paraná Bento Munhoz da Rocha, eleito através de eleição direta até

1955.

Quadro 3- Diretores e Funcionários da Instituição

Nome Ano Função Cargo

Thomaz Nicoletti 1954-1955 Auxiliar Psicotécnico Diretor

Castor Ferrer da Rosa 1956-1961 Professor Normalista Diretor

Neuza Russo 1962 Professora Normalista Assistente Técnica portaria nº 3540/61 e portaria nº 3453/61 com 15 aulas suplementar para assistente Técnica

Venturosa Prado Duarte 1962 Professora Ensino Primário

Secretária Lei nº 293/49 e lei nº 4544/62

Neuza Russo 1964 Professora Normalista Diretora ad hoc

Neuza Russo 1965-1977 Professora Normalista Diretora Empossada a Portaria nº 1304/65

Marlene Lima Tomasi 1965 Professora Assistente Técnica Portaria nº 1306/65

Antonio Cossa 1965 Professor Primário Prestação de Serviços Portaria nº 6146/65

Clory Dondero 1966

Professora vinda do Instituto de Educação portaria nº 826/66

Prestar Serviço

Clory Dondero 1969 Professora Portaria nº 2477/69

Assistente Técnica

Edith Reinaldo da Rocha 1969 Portaria nº 6146/69 para prestar serviço de Inspetora de Alunos

Inspetora de Alunos

CLory Dondero 1969 Professora Assistente Técnica Portaria nº 2477/69

Selina Maria Faria 1969 Professora Primária Secretaria portaria nº 1627/70

Lucilia Alzira Trindade Decarli

1976 Professora do Ensino Primário

Secretária resolução nº 1361/76

Fonte: Ata do termo de Posse e Exercício do Arquivo da Instituição

Os professores que iniciaram o trabalho em sua maioria eram formados no

estado de São Paulo, pois quem se formava neste estado tinha o privilégio de

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ministrar aulas em qualquer estado do Brasil, já os formandos do Paraná

ministravam aulas somente dentro do estado (Fontes Orais).

Constatou-se pela ata do Termo de Posse e Exercício que os profissionais da

época eram nomeados pela Secretaria da Educação e Cultura, sendo registrado nas

atas os decretos, leis e ou Resoluções no seu termo de posse e ou de exercício

tanto as suas nomeações, quanto de transferências, e remoções. Além do termo de

Posse apresentavam-se, no estabelecimento de Ensino, com o título de nomeação,

inspeção de saúde e documentação comprobatória que estavam em dia com sua

obrigação eleitoral. Não há documentação que comprovem suas escolaridades,

muitos professores também trabalharam como suplementaristas8.

Nos arquivos da instituição, não conseguimos constatar as normas as normas

eram rígidas, severas já que o regime militar aconteceu na maior parte da época

pesquisada e segundo fontes orais pautava-se em condutas de boas maneiras e

bons costumes, onde os jovens deveriam portar-se de forma condizente ao futuro

cargo, respeito mútuo entre todos, falar em tom baixo, saber ouvir e saber o

momento certo para expor suas ideias. Através, das fontes orais sabe-se que a

disciplina era severa, rígida, pois se trabalhava com futuras profissionais e, portanto

fazia-se necessário manter a ordem.

De acordo com Ata de Avaliação Final, no ano de 1956, foram

aprovados o total de 18 alunos matriculados sendo, nove (9) do terceiro ano e após

a segunda chamada mais 1 aluno é aprovado totalizando dez (10) alunos, três (3) do

segundo ano e seis (6) do primeiro ano do curso.

As fontes orais entrevistadas registram que os alunos procuravam o curso

devido à facilidade em trabalhar na educação do município, pois este na época tinha

carência de profissionais de educação, já que muitos alunos durante o curso

conseguiam no município sua iniciação ao trabalho e segundo algumas pessoas

entrevistadas, após o início do trabalho no município automaticamente o estado

enviava sua nomeação passando então a serem professores estaduais.

8 O Regulamento das Escolas Normais do estado do Paraná de 1955 previa os seguintes contratos para o trabalho docente nas Escolas Normais: “I – professores catedráticos - admitidos após concurso; II – professores auxiliares- que presta auxílio ao professor regente; III professores suplementaristas – professor temporário ou cargas horárias extras temporária.” (PARANÁ, Decreto n.º 18.180, 1955, Cap. XVII).

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Fato interessante foi o relato de que a escola pública procurava promover

eventos que se destacavam tais como apresentações culturais, show de ballet,

teatros, cantos, questões artísticas e culturais.

Vale ressaltar ainda que as fontes orais pesquisadas fizeram parte da

trajetória histórica da instituição, sendo consideradas fontes da história viva, e

referência cultural do município.

Como afirma Nogueira (2012):

Consideramos as fontes orais relevantes documentos que complementam à documentação escrita, imprescindíveis para preencher lacunas na recomposição de fatos históricos. Possibilita recuperar memórias públicas ou culturais a respeito de uma determinada instituição ou sobre algum tipo de documento investigado [...]Braudel (2005) apud (NOGUEIRA, 2012, p. 76).

Nesse sentido salienta-se que assim como qualquer outra fonte documental

as fontes orais foram criteriosamente selecionadas e interpretadas.

Trata-se de professores, funcionários e ex-alunos, que vivenciaram a época

histórica pesquisada, e de maneira geral relatam que o curso exigia dedicação do

aluno, pois necessitava da realização de estágios obrigatórios de observações e

regência no terceiro ano. A disciplina e o nível de exigência eram elevados e talvez

até por isso muitos alunos matriculados desistissem no decorrer do ano letivo.

Os depoimentos ouvidos relatam ainda que no decorrer dos anos o interesse

pelo curso torna-se maior, e inclusive mais valorizado pela população, tendo procura

mais intensificada como de alunos das cidades vizinhas tais como Andirá e

Itambaracá já que, nestas localidades não havia o curso de formação e pela

proximidade geográfica destas cidades assim como a facilidade do acesso viário.

No transcorrer do curso merece destaque a gestão de alguns representantes,

pois contribuíram de alguma forma com o referido curso, no mandato de direção do

professor de Castor Ferrer da Rosa, entre os anos de 1956 até início de 1961; temos

o Governador Moisés Lupion que assume o governo no período de 1956, até janeiro

de 1961, sendo que anterior a este período Moises Lupion que foi Secretário dos

Negócios da Educação e Cultura (1948-1950) e enquanto respondeu por esta

secretaria influenciando diretamente a primeira escola de formação de professores

de Bandeirantes, já que foi nesta época que as escolas normais foram introduzidas

no interior do Paraná através de seu governo.

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No ano de 1956 em que está respondendo pela pasta da Secretária da

Educação e Cultura desta época o Sr Mário Braga efetiva-se o ato da Secretaria de

Educação e Cultura, por meio do qual a Escola Normal recebeu o nome de Escola

Normal Secundária Professora Maria Juvelina dos Santos.

Ficando então professora Alice Bonfim Metring como diretora substituta por

pouco tempo no ano de 1961 e logo após assume a direção o professor Thomaz

Nicoletti, permanecendo até 1964.

No ano de 1966, o prefeito municipal Moacyr Castanho sancionou a referida

lei Lei Municipal 593/66, para abertura de crédito que serviria para a aquisição de

três lotes perfazendo um total de 3000 m2 destinados a construção de um prédio

para a Escola Normal Secundária Professora Maria Juvelina dos Santos, na Rua

Benjamin Constant, atual localização do Colégio, onde houve a alteração da rua .

Com o Decreto Estadual nº 2791, de 04/01/77, no artigo 2º O Colégio

Estadual Professor Mailon Medeiros, Escola Normal Colegial Professora Maria

Juvelina dos Santos, Colégio Comercial Estadual Cyríaco Russo passaram a

constituir-se um único estabelecimento de ensino sob a denominação de Colégio

Estadual Cyríaco Russo Ensino Médio de 1º e 2º Graus, Projeto Político Pedagógico

(2012, p. 29).

Para o resgate de alguns fatos que marcaram a história da Escola Normal

Secundária Professora Maria Juvelina dos Santos, primeira Escola de formação

docente de Bandeirantes, atual Colégio Estadual Cyríaco Russo Ensino Médio e

Normal, buscou-se fontes documentais e orais que comprovam a veracidade de sua

trajetória institucional. Nestas buscas houve dificuldades para localizar documentos,

pois, a prefeitura e câmara de vereadores mantinham no mesmo local seus acervos

e por problemas na estrutura física do prédio, deterioram-se em razão de umidade e

goteiras, tendo-se acesso a Lei Municipal 593/66 na câmara dos Vereadores.

Já na paróquia não foi possível encontrar documentos e no núcleo regional

não havia acervo documental da época investigada, pois segundo funcionaria fica

arquivado apenas escolas extintas do município de Cornélio Procópio, portanto,

buscou-se junto a instituição no arquivo inativo obtendo as informações que se

seguem, além de aplicação de questionário a profissionais da educação

aposentados.

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As informações obtidas através do questionário com questões abertas e

fechadas contendo dados esclarecedores e elucidativos não encontrados no acervo

documental da escola.

Através destes relatos pode-se perceber a importância desta instituição para

o município e região, pois era carente de profissionais e faziam-se necessários mais

professores para a educação da população uma vez que a procura pela

alfabetização tanto da zona urbana quanto rural era grande.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O referido artigo iniciou com uma pesquisa no campo da História da

Educação, direcionando-o para a história das instituições escolares e em especial ao

Curso que hoje se denomina Formação de Docentes. Investigou-se a trajetória

histórica da primeira escola normal secundária de professores do município.

Este estudo foi realizado por meio de coletas de fontes documentais, no

arquivo inativo da própria instituição de ensino e de fontes orais, desta maneira com

este material registrou-se a história da Escola Normal Secundária Professora Maria

Juvelina dos Santos, primeira Escola de formação docente de bandeirantes de

maneira inseri-la na História Educacional do Colégio Estadual Cyríaco Russo

complementando o Marco Situacional do Projeto Político Pedagógico.

Participaram deste questionário, professores, funcionária que passaram pela

instituição além de ex-alunos e que depois se tornaram professores da escola,

sendo que vivenciaram e participaram deste momento histórico, inclusive do ato de

instalação da escola, comentando não somente o que lhes era perguntado como

também fatos interessantes de sua vida profissional, não só no estabelecimento de

ensino pesquisado como o que a memória permitia-lhe relatar já que, a maioria

encontra-se em idade avançada.

A instalação desta escola no município foi importante na época, pois

direcionava mais um campo de trabalho, o de professor e de prestação de serviço

social a comunidade de bandeirantes.

Foi um marco importante para a época, pois a construção desta escola além

de marco histórico levou a política de inclusão para todas as classes sociais

inclusive para a sociedade bandeirantense que não precisava deslocar-se para outra

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cidade oferecendo no município curso profissionalizante, além de receber jovens dos

municípios vizinhos. Para a sociedade é um grande feito haja vista que esta

instituição formou professores para atuar nesta cidade ou em outras numa região

pautada por elevados índices de analfabetismo a época e até história recente.

Encontrou-se dificuldades na pesquisa em função da ausência da cultura de

preservação de fontes históricas e documentais quer educacionais que nas demais

instituições sociais.

O Pesquisador depara-se muitas vezes com o antigo, tratado como obsoleto,

com o clássico tratado coo velho, descartável e assim a memória institucional e

pedagógica, bem como dos homens e mulheres que compõe a instituição há seu

tempo e escrevem sua história se perdem de maneira equivocada.

Entre os percalços do trabalho desenvolvido desde a seleção, o trato com as

fontes, na interpretação das fontes, a luta contra o tempo, as demandas e exigências

contraditórias a produção cotidiana da sobrevivência e a produção cientifica, nos fica

uma certeza: investigar é preciso.

Sem receio de exagero, ao atingir o final do tempo determinado para o

estudo e não da pesquisa, pois toda pesquisa é inacabada, pode-se afirmar que a

investigação e o registro da história da instituição escolar é fundamental pelo

significativo papel que cumpre ao materializa-la e torna-la conhecida e a seus entes

históricos como sujeitos relevantes de uma entidade social e cultural legitimada em

determinado município e região.

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