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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ATUANDO NA PREVENÇÃO DO

BULLYING NA ESCOLA

Luiz Carlos Prado1 Roseli Terezinha Selicani Teixeira2

Resumo Observando a realidade escolar, é possível perceber como a violência tem crescido e se tornado cada vez mais abrangente em todas as instituições educacionais e em todas as faixas etárias, tornando-se uma questão social extremamente relevante. O Bullying se caracteriza como a principal forma de expressão de violência e está presente em todos os níveis escolares. Neste estudo optou-se pela pesquisa de campo, e tem por objetivo propor ações de combate ao Bullying na escola, por meio de atividades realizadas nas aulas de Educação Física. A pesquisa foi desenvolvida no Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio da cidade de Nova Olímpia – Paraná no ano de 2014 com 50 alunos do sexto ano do período da tarde. Para coleta de dados foram aplicados questionários com os alunos. Após as análises e reflexões, foi possível propor atividades que propiciem melhoria das relações de convivência entre os alunos e consequentemente combater o Bullying na escola.

Palavras-chaves: violência na escola; bullying; educação física; prevenção.

Introdução

Observando a realidade escolar, é possível perceber como a violência tem

crescido e se tornado cada vez mais abrangente em todas as instituições

educacionais e em todas as faixas etárias, tornando-se uma questão social

extremamente relevante. O interesse por esse tema está relacionado à minha

trajetória profissional, atuando no ambiente da instituição pública estadual em que

pude perceber as dificuldades de alguns alunos em superar a pressão e

discriminação dos colegas da escola. Essa experiência advém da atuação como

supervisor de ensino, professor de educação física e diretor que no ambiente

1 Professor de Educação Física da rede pública estadual do Paraná há 24 anos, formado em

Educação Física pela UEL – Universidade Estadual de Londrina, pós-graduado e especialista em Metodologia do Ensino e Treinamento Desportivo. 2 Orientadora - Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (1981),

mestrado em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996) e doutorado em Ciências da Educação pela Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Motricidade Humana (2005). Atualmente é Prof.ª associada da Universidade Estadual de Maringá, líder do Grupo de Pesquisa Gímnica: Formação, Intervenção e Escola - DEF/UEM/CNPq, membro do Grupo de Pesquisa em Corpo, Cultura e Ludicidade - DEF/UEM/CNPq, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ginástica DEF/UEM/CNPq.

educativo, presenciei inúmeras vezes atos de violência, que se revelavam por meio

de humilhações, gozações, ameaças, apelidos constrangedores, chantagens e

intimidações, geralmente contra uma mesma vítima, comprometendo o

desenvolvimento da sua autoconfiança e autoestima. Compreendi que tais situações

se enquadram dentro das características do fenômeno Bullying, e que o mesmo vem

se disseminando, causando danos, sobretudo, psicológicos aos envolvidos, tendo

muitas vezes reações extremas, como as recentes tragédias ocorridas em várias

escolas do Brasil, divulgadas pelos meios de comunicação, deixando marcas

profundas na vida da comunidade educativa e de toda a sociedade. Essas reflexões

resultaram na seguinte questão: Como combater o Bullying nas aulas de Educação

Física na escola?

De acordo com pesquisas publicadas em alguns países, inclusive no Brasil,

o Bullying acontece mais em alunos com idade entre 11 e 13 anos (LOPES NETO,

2005). Qualquer pessoa que algum dia tenha frequentado uma escola, certamente já

presenciou ou foi vítima do fenômeno Bullying. O fenômeno ocorre quando um ou

mais alunos passam a perseguir, intimidar, humilhar, chamar por apelidos cruéis,

excluir, ridicularizar, demonstrar comportamento racista e preconceituoso ou, por fim,

agredir fisicamente, de forma sistemática, e sem razão aparente outro aluno.

O Bullying difere da violência explícita que é facilmente identificável em

algumas escolas, tais como pichações, atos de vandalismo ou agressões físicas, por

se tratar de algo mais sutil. Podemos dizer que o fenômeno é tolerado pela

comunidade escolar, e visto muitas vezes como „normal‟ no relacionamento entre

crianças e adolescentes. Apesar dos debates sobre este assunto serem

relativamente recentes, ele é um velho conhecido no ambiente escolar. O Bullying

sempre esteve presente, nas salas de aula, nos pátios, nas quadras esportivas. Com

menor intensidade do que nos nossos dias, e certamente, com menor destaque na

mídia, mas sempre houve situações nas quais alguns alunos de repente passam a

perseguir e literalmente torturar, psicológica e fisicamente, aqueles que, por eles,

são considerados „inferiores‟, ou simplesmente mais frágeis.

Dentre as disciplinas do currículo escolar a Educação Física favorece por

meio de suas atividades uma maior visibilidade do fenômeno Bullying. Esse fator

viabiliza ações de enfrentamento a este fenômeno por parte do professor, dando a

sua contribuição para o combate ao Bullying, que deixa marcas, por vezes

irreversíveis, nos alunos excluídos, seja no aspecto corporal, moral ou emocional.

Diante deste panorama, esse estudo teve por objetivo averiguar a incidência do

Bullying, bem como propor e executar ações de combate com os alunos e alunas

nas aulas de Educação Física.

Bullying: Histórico e Conceito

A comunidade escolar tende a reproduzir em maior ou menor escala a

sociedade como um todo. Mesmo que a violência nas escolas não se expresse em

grandes números, e, não ser o ambiente onde aconteçam os casos mais violentos

da sociedade, ainda assim, a violência é preocupante, tanto pelas marcas deixadas

nas vitimas, como pela ruptura da ideia de que a escola é um ambiente de

conhecimento, de formação do ser e de educação.

A violência escolar está cada dia mais crescente e, um dos problemas que

mais afetam as nossas escolas trata-se da violência moral, a intimidação, que já

existia no passado, quando, de acordo com Fante e Pedra (2008), grupos de alunos

se uniam para tomar o lanche, os pertences ou o dinheiro do colega, hoje esta forma

de intimidação ganhou mais requintes de violência, e porque não dizer mais

perversidade, esse fenômeno é atualmente chamado de Bullying.

O Bullying é um fenômeno tão antigo quanto a própria instituição

denominada escola (CÉZAR, 2010), no entanto somente em 1970, na Suécia é que

passou a ser estudado cientificamente. Logo em seguida se estendeu para vários

países. Foi quando na Noruega, doze anos mais tarde, em 1982 ocorreu o suicídio

de três crianças com idade entre 10 e 14 anos, tendo como principal causa, os

maus-tratos a que eram submetidos por seus companheiros de escola. Este fato

teve grande repercussão nos meios de comunicação, o que mobilizou o governo

Norueguês a fazer campanha em escala nacional contra este tipo de problema.

O pesquisador Dan Olweus da Universidade de Berger iniciou nessa época

um estudo no qual desenvolveu os primeiros critérios para detectar o problema do

Bullying de forma específica, sendo “[...] ações repetitivas contra a mesma vítima

num período prolongado de tempo; desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa

da vítima; ausência de motivos que justifiquem os ataques” (FANTE e PEDRA, 2008,

p. 39).

Conforme destaca Fante (2005), os estudos realizados por Olweus

motivaram pesquisadores de todo o mundo a atentarem para esse fenômeno,

apontando aspectos preocupantes quanto ao seu crescimento. Nos Estados Unidos,

o Bullying é hoje motivo de grande interesse dos pesquisadores, pois o fenômeno

cresce entre os alunos nas escolas americanas. No Brasil, o Bullying ainda é pouco

comentado e estudado de acordo com Fante (2005).

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e

Adolescência - ABRAPIA em uma pesquisa realizada em escolas do Rio de Janeiro

de 2001 a 2003 revelou que o fenômeno Bullying se faz presente nas escolas do

Brasil com índices superiores aos apresentados em países europeus. Esses estudos

apontaram uma diferença quanto à prática do Bullying nas escolas, os dados

internacionais mostram que a maior incidência deste tipo de violência, ocorre

principalmente fora da sala de aula, no horário de recreio, enquanto que no Brasil o

local de maior incidência é a sala de aula. Após estes estudos outros pesquisadores

(LOPES NETO, 2005; FANTE, 2005; SILVA, 2010; SABINO, 2010; CÉZAR, 2010)

ampliaram os estudos para outras regiões do Brasil. Encontramos vários conceitos

para o Bullying, porém a definição universal trazida por alguns autores diz que o:

Bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento Bullying (FANTE, 2005, p. 28 e 29).

Ainda acrescenta que "[...] definimos o Bullying como um comportamento

cruel intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os

mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de „brincadeiras‟ que

disfarçam o propósito de maltratar e intimidar" (FANTE, 2005, p. 29). Se recorrermos

a um dicionário, o termo bully apresenta as seguintes traduções: valentão, tirano,

mandão, brigão. Já o substantivo Bullying, descreve um conjunto de atitudes de

violência física ou psicológica, intencionais e repetidas, praticadas por um indivíduo

ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo.

Formas de Bullying

De acordo com Silva (2010) o abuso de poder, a intimidação e a prepotência

são algumas das estratégias adotadas pelos praticantes de Bullying. Segundo

estudos realizados por Lopes Neto (2005) diversos fatores interferem para o

surgimento do Bullying como fatores econômicos, sociais e culturais. Aspectos

inatos de temperamento e influências familiares, de amigos, da escola e da

comunidade também influenciam na manifestação do Bullying.

Ainda de acordo com Lopes Neto (2005), o Bullying pode ser classificado

como direto, quando as vítimas são atacadas diretamente, ou indiretos quando estão

ausentes. São exemplos de Bullying direto os apelidos, agressões físicas, ameaças,

ofensas morais ou expressões e gestos que geram mal estar aos alvos. Já o

Bullying indireto compreende atitudes de indiferença, isolamento, difamação e

negação aos desejos. De acordo com Silva (2010, p. 23 e 24) são formas de

expressão do Bullying:

Verbal: insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos pejorativos, fazer piadas ofensivas, “zoar”; Físico e Material: bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima, atirar objetos contra as vítimas; Psicológico e moral: irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar e ameaçar, chantagear e intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes e desenhos entre os colegas de caráter ofensivo, fazer intrigas, fofocas ou mexericos (mais comum entre as meninas); Sexual: abusar, violentar, assediar e insinuar; Virtual: difamação através de mensagens de celular, das redes sociais, essa forma de bullying é conhecida como ciberbullying.

O Bullying se apresenta como um tipo de violência velada, e que, de acordo

com Silva (2010) faz parte do cotidiano das instituições de ensino independente de

serem públicas ou particulares, da localização, características ou tamanho da

escola. A realidade existente nas escolas é repleta de diversas formas de violência,

muitas vezes oculta, nas quais os alunos passam por situações de "humilhação,

gozações, ameaças, imputação de apelidos constrangedores, chantagens,

intimidações" (FANTE, 2005, p. 16). Quando isso ocorre, na maioria dos casos, os

alunos, vítimas do Bullying, ficam em silêncio, por se sentirem envergonhados ou

com medo dos agressores.

A reação dos familiares da vítima de Bullying também impede que o

agressor seja denunciado, pois, na grande maioria dos casos que não são de

violência extrema, a família ameniza a situação por temer que ela sofra represálias

dos seus agressores. Ainda de acordo com Fante (2005), outro fator que contribui

para o isolamento da vítima de Bullying está no despreparo dos professores em

detectar condutas do agressor em relação ao agredido, expressas por linguagem

não verbal, por olhares intimidatórios entre outras atitudes. Ainda de acordo com

Fante e Pedra (2008, p.45) os alvos do Bullying são:

[...] tímidos, retraídos, passivos, submissos, ansiosos, temerosos, com dificuldades de defesa, de expressão e de relacionamento. Além desses, as diferenças de raça, religião, opção sexual, desenvolvimento acadêmico, sotaque, maneira de ser e de se vestir parecem perfilar o retrato da vítima.

Os alunos envolvidos no Bullying assumem características semelhantes,

permitindo classificá-los em grupos, que de acordo com Fante (2005) para classificar

os alunos em vítimas e agressores, os professores devem observar e identificar

alguns comportamentos comuns como a dificuldade de se expressar diante da

turma, a tristeza, a insegurança, a aflição, o último a ser escolhido nos jogos, o

absentismo, a perda constante de seus objetos das vítimas e fazer ameaças, dar

ordens, tomar pertences dos outros, rir com desdém, empurrar os colegas, pichar a

escola, ridicularizar, menosprezar, etc., nos agressores.

A partir das características comportamentais os alunos são subdivididos em

vítimas, agressores e testemunhas. Segue a classificação, descrição e

características de cada grupo, segundo Fante (2005) e Silva (2010): Vítima típica:

sofre repetidamente com as agressões e não possui habilidades para defender-se

ou solicitar ajuda. São alunos tímidos, sensíveis, com pouca coordenação motora,

ansiosos, baixo auto-estima, insegurança, entre outras; Vítima provocadora: assume

uma postura que atrai as agressões para si como se possuísse habilidades para

defender-se, o que não ocorre. São alunos hiperativos, imaturos, ofensivos,

dispersivos, entre outros; Vítima agressora: são alunos que repetem os atos dos

agressores, ou seja, sofrem agressões e as transferem aos mais frágeis; Agressor:

manifesta comportamento agressivo às vítimas. São alunos que assumem a postura

de mais forte que os demais, são impulsivos, apresentam irritabilidade, pouca

empatia, não aceitam regras, tendência à redução do desempenho escolar, entre

outros; Espectadores: são alunos que testemunham as ações dos agressores contra

as vítimas. Os espectadores podem se dividir em passivos, ativos e neutros. Os

passivos assumem essa postura por medo de se tornarem vítimas, normalmente

recebem ameaças explícitas ou veladas; os espectadores ativos apesar de não

participarem das atividades de ataques contra a vítima manifestam apoio moral aos

agressores, com risadas e palavras de incentivo. Já o espectador neutro não

apresenta qualquer tipo de sensibilidade em relação a vítima de Bullying.

De acordo com Dan Olweus, Fante (2005) e Silva (2010) identificar os

estudantes que são vítimas agressoras ou espectadoras é fundamental para que as

escolas e as famílias dos envolvidos possam procurar estratégias e traçar ações

efetivas para combater o Bullying.

A disciplina de Educação Física e o Bullying

A Educação Física Escolar engloba em seus objetivos desenvolver e

conhecer os alunos e alunas não somente por meio da capacidade motora, mas

também desenvolver a capacidade de transformação pessoal, na medida em que

segundo Castellani Filho (2009, p.41), “[...] desenvolve uma reflexão pedagógica

sobre valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação

confrontando a disputa, distribuição em confronto com apropriação e, sobretudo

negando a dominação e submissão do homem pelo homem”.

As atividades de Educação Física podem atuar no comportamento do aluno

e da aluna, nas suas atitudes e até mesmo em sua personalidade. Como

educadores é possível perceber as manifestações destes, observando a frequência

com que as atitudes de agressividade aparecem nas aulas de Educação Física, já

que são espaços onde os alunos têm mais liberdade e, consequentemente, maior

contato físico. E, considerando, que os conteúdos da disciplina de Educação Física

em sua grande maioria são desenvolvidos em forma de competição, o que pode

promover em muitos casos o individualismo, e o destaque para os que apresentam

maiores habilidades, o professor deve ter o cuidado de proporcionar atividades que

sejam competitivas, mas ao mesmo tempo cooperativas para evitar a discriminação,

contribuindo na prevenção do Bullying. Sobre a competitividade nos esportes Bracht

(2000, p.19), destaca que:

Existe uma forma onde o rendimento e as competições tenham um outro papel, um outro sentido, diverso daquele que possuem no âmbito do esporte de rendimento ou alta competição? Entendemos que sim. Portanto, o esporte tratado e privilegiado na escola pode ser aquele que atribui um significado menos central ao rendimento máximo e à competição, e procura permitir aos educandos vivenciar também formas de prática esportiva que privilegiem antes o rendimento possível e a cooperação.

A Educação Física, apesar de ser uma atividade essencialmente prática, deve

ir além da preocupação com a aptidão física, o rendimento esportivo, é preciso

valorizar o educando como um ser integral, com potenciais e limitações. Para Muller

(In: Lara, 2010, p. 69): “[...] os gordinhos, lerdinhos, magricelas e descoordenados

têm direito a participar em iguais condições das atividades escolares”. Desta forma,

se faz necessário proporcionar ambientes escolares onde as crianças possam

aprender com prazer e sem discriminação, nesse sentido o professor da disciplina

de Educação Física precisa utilizar práticas pedagógicas que valorizem os desejos

experiências dos alunos e alunas contribuindo para uma formação critica e cidadã.

Para Vago (In. Goellner, 1999, p.25):

O desafio permanente é produzir uma cultura escolar de Educação Física que mobilize práticas que afirmem valores e sentidos que ampliem a cidadania emancipada – causa condição e conseqüência de uma prática educativa. Há que se cuidar aí, e de modo especial, para que não seja desprezada e desvalorizada a cultura originária dos alunos e alunas, mas problematizada e tomada como fonte de conhecimento.

Considerando essa linha de pensamento, se faz necessário, a utilização dos

conteúdos da Educação Física, desenvolvidos por meio de uma prática pedagógica

de uma forma cooperativa, a qual irá despertar sempre a solidariedade, pois tanto na

vitória como na derrota todos saem vencedores, respeitando a individualidade e

potencialidade de cada indivíduo. Neste sentido a Educação Física Escolar por meio

de seus conteúdos, contribuirá para a formação de um cidadão ético e solidário,

apresentando-se como uma boa estratégia para a superação de conflitos associados

ao fenômeno Bullying.

Para Fante (2005), promover a socialização por meio do princípio da

equidade, na qual todos tenham direitos iguais, considerando-se suas características

e necessidades pessoais é uma forma de democratização da educação. A

importância da Educação Física escolar foi ressaltada no „Manifesto Mundial da

Educação Física‟- FIEP/2000 (Fédération Internationale D‟Éducation Physique), que

no capítulo XVI - Art. 18, afirma:

Que sem dúvida, a Educação Física constitui um excelente meio de integração social das pessoas em categorias socialmente desfavoráveis e excluídas. Art. 18- A Educação Física deve ser utilizada na luta contra a discriminação e a exclusão social de qualquer tipo, democratizando as oportunidades de participação das pessoas, com infra-estruturas e condições favoráveis e acessíveis.

A disciplina de Educação Física exerce na escola um papel fundamental, por

estar fundamentada no movimento promovendo a socialização dos indivíduos. De

acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação Física

(PARANÁ, 2008, p.60):

[...] as aulas de Educação Física podem revelar-se excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as diferenças, de desenvolvimento de ideias e de valorização humana, para que o outro seja considerado.

Atualmente, a Educação Física tanto no Ensino Fundamental como no

Médio, é vista com interesse mais educativo e que reflete na perspectiva da cultura

corporal. As DCEs (2008) ressaltam que o objeto de estudo e de ensino é a cultura

corporal, que procura contribuir com a formação de um sujeito histórico, político,

social e cultural. Sendo que os esportes, os jogos e brincadeiras, as ginásticas, as

lutas e a danças são os conteúdos estruturantes da disciplina e devem ser

abordados em complexidade crescente. Entretanto, para romper com as maneiras

tradicionais que o esporte vem sendo tratados, os elementos articuladores aparecem

para integrar e interligar práticas corporais mais reflexivas e contextualizadas.

Nesse sentido Marcellino (2003) destaca que a atividade física tem

condições de abranger dentro de seu significado uma quantidade maior de práticas

corporais, tais como:

[...] jogos recreativos, jogos cooperativos, jogos teatrais, jogos indígenas, as danças, as oficinas de expressão, as dinâmicas de grupo, são alguns conteúdos que poderão ser desenvolvidos nas aulas, no sentido de modificação do modo de intervenção da Educação Física, compreendida aqui como elemento fomentador e transformador da realidade social, a partir dos homens que a compõem (p.83).

Como já foi discutido e apresentado a Educação Física possui uma tradição

técnico-pedagógica em estratégias de ensino nos campos da ginástica, recreação,

esporte e atividades rítmicas e expressivas. É oportuno observar que na Educação

Física não há delimitação clara entre conteúdos e estratégias, muitas vezes, eles se

confundem. Por exemplo, o jogo pode ser visto como lúdico, porém, pode ser uma

estratégia de ensino ou um conteúdo a ser dado. Assim sendo é possível para o

professor de educação física desenvolver um relacionamento aluno/professor que

permita abordar temas como Bullying de variadas formas.

Metodologia

Esta pesquisa se caracteriza como de campo que, de acordo com Lakatos e

Marconi (1996, p.75) “[...] é a pesquisa em que se observa e coleta os dados, tal

como ocorrem espontaneamente, no próprio local em que se deu o fato em estudo,

caracterizando-se pelo contato direto com o mesmo, sem interferência do

pesquisador”. Neste estudo optou-se por usar como instrumento de coleta de dados

um questionário que, segundo Severino (2007, p.125) é um “[...] conjunto de

questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações

escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião dos

mesmos sobre os assuntos em estudos”. O tratamento dos dados foi feito por meio

da estatística descritiva e para sua apresentação serão utilizados gráficos para

facilitar a visualização.

A pesquisa foi desenvolvida no município de Nova Olímpia, localizado na

região Noroeste do Estado do Paraná, o qual tem cerca de 5 mil habitantes,

segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE de 2010. A

amostra da pesquisa foi de aproxidamente, 50 alunos do 6º ano do período da tarde

do Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio, localizado no

centro da cidade e que conta com cerca de 750 alunos.

O projeto foi realizado, mediante estudo com levantamento das

características do Bullying, primeiramente com leitura exploratória, seletiva, analítica

e interpretativa do fenômeno, partindo-se então para a fase de coleta de dados e

sistematização, caracterização e posterior conscientização de todos os membros da

comunidade escolar bem como pais sobre o fenômeno. Na primeira etapa de

desenvolvimento foi realizada apresentação do projeto de intervenção junto à

direção, equipe pedagógica, professores e demais funcionários do Colégio Estadual

Duque de Caxias. A intenção deste primeiro momento foi de propiciar a estas

pessoas um maior conhecimento da atividade que será realizada. Também foi

realizada reunião com os pais dos alunos e alunas do 6º ano para apresentação dos

objetivos do trabalho a ser desenvolvido, a justificativa e a metodologia, com intuito

de contar com a colaboração dos mesmos, bem como de conscientizá-los sobre os

problemas que o Bullying acarreta na vida do indivíduo.

Apresentação e discussão dos resultados

Para o início do trabalho de levantamento de dados foi apresentado aos

alunos o questionário com doze (12) questões aplicado para alunos das turmas do

6° ano do ensino fundamental, na faixa etária entre dez (10) e treze (13) anos, de

uma escola pública estadual, de porte médio, única do município de Nova

Olímpia/PR. As questões foram respondidas por cinquenta e um (51) alunos que

estavam presentes no dia da aplicação.

Para melhor visualização dos resultados das respostas dos questionários,

utilizamos além da descrição dos resultados uma forma gráfica para melhor

visualização.

Dos 51 alunos que responderam o questionário 47% são do sexo masculino

e 53% do sexo feminino. Podemos perceber pelos dados que se trata de uma turma

que possui um equilíbrio entre os sexos no que se refere à quantidade.

Gráfico 1

Com relação ao conhecimento sobre o Bullying foi possível perceber que os

alunos conhecem sobre o Bullying, considerando que o questionário foi aplicado

53%

47% Feminino

Masculino

após a palestra sobre o tema, ou seja, cem por cento (100%) dos alunos disseram

saber o que é Bullying. Esse fato está relacionado a uma discussão presente na

mídia trazendo para a sociedade uma discussão e o combate a essa prática.

Quando questionados acerca de situações que caracteriza como Bullying foi

possível identificar que 96% responderam ofensas, 90% responderam agressão,

74% assédio e 3% dos alunos responderam companheirismo, sendo que nesta

questão poderiam marcar mais que uma alternativa. As respostas dos alunos estão

dentro das principais situações consideradas Bullying por Lopes Neto (2005), que

são: apelidos, insultos, atitudes preconceituosas, bater, chutar, tomar pertences,

entre outras formas.

Gráfico 2

O objetivo desta questão foi de verificar a incidência de Bullying junto aos

alunos que fazem parte da pesquisa. Dos alunos entrevistados 72% dizem já terem

sido vítimas de Bullying. Fante (2005) considera que um dos ambientes mais

preocupantes dessa prática é o escolar, visto que as crianças e os adolescentes

ainda não possuem a personalidade totalmente formada, não possuindo

amadurecimento suficiente para lidarem com as consequências do Bullying.

Gráfico 3

O objetivo desta questão foi identificar como se sentem as vitimas de

Bullying. Dos alunos que participaram da pesquisa 26% se sentiram chateados, 22%

96%

90%

74%

3%

Ofensas

Agressão

Assédio

Companheirismo

72%

28% Sim

Não

tristes, 14% responderam que não mudou em nada sua vida e 19% se sentiram

incomodados. Percebemos que a maioria dos alunos se sentem chateados, tristes e

incomodados, sendo que 12% não sentiram mais vontade de ir para a escola, o que

afeta diretamente na sua aprendizagem. De acordo com Fante (2005) algumas

reações são frequentes no adolescente vitima de Bullying, dentre elas podemos

citar: dores de cabeça e estomago pouco apetite, tonturas pela manhã, mudança

inesperada de humor, desleixo gradual das tarefas escolares, aspecto deprimido,

apresentação de desculpas para faltar as aulas, e poder assim fugir de situações

que o expõe ao agressor.

Gráfico 4

O objetivo desta questão é identificar o local de maior incidência do Bullying

na escola. Dos que responderam o questionário 22% responderam no pátio, 6% no

banheiro, 34% na sala de aula, 13% na quadra de esportes, 14% no refeitório, 9%

no caminho da escola e 2% responderam em outros lugares. Pedra (2008) destaca

que na maioria dos países, constatou-se que o pátio da escola é o lugar de maior

incidência de Bullying, porém no Brasil as pesquisas apontam para a sala de aula, o

que corrobora com dados coletados na pesquisa onde 34% dos alunos foram vitimas

de agressões físicas e verbais na sala de aula, e muitas vezes com a presença de

professores.

Gráfico 5

7%

14%

26%

19%

22%

12% Amedrontado

Não mudou em nada minha vida

Chateado

Incomodado

Triste

Não tive mais vontade de ir à escola

22%

6%

34%

13%

14%

9%

2%

No pátio

No banheiro

Na sala de aula

Na quadra de esportes

No refeitório

No caminho da escola

Outros lugares

O objetivo desta questão foi verificar quais os tipos de violência que os

alunos estão expostos, 4% responderam sexual, 59% verbal, 7% psicológico, 9%

virtual e 21% físicos. Lopes (2012) destaca que existem grandes variações entre as

nações, entre as regiões de uma mesma nação e entre as escolas de uma mesma

região. Para este autor, a cultura pode ser um fator que sustenta tais variações.

Gráfico 6

Esta questão teve por objetivo identificar a quem as vitima de Bullying

recorrem para se proteger contra os agressores. Dos alunos pesquisados 28%

responderam que comunicaram a direção, 11% comunicaram aos professores, 14%

se entenderam com o agressor, 35% falaram para os pais e 12% nada fizeram.

Segundo Franzen (2008) por representar um indivíduo pouco sociável, inseguro

quanto à integração e adequação ao grupo, possuir baixa autoestima, ter poucos

amigos; por ser uma pessoa infeliz, passiva, isolada, que sofre com a vergonha, com

a ansiedade e o medo as vitimas de Bullying demoram a procurar ajuda e em muitos

casos não o fazem.

Gráfico 7

4%

59%

7%

9%

21% Sexual

Verbal

Psicológico

Virtual

Físico

28%

11%

14%

35%

12% Comunicaram a direção

Comunicaram aos professores

Se entenderam com o agressor

Falaram para os pais

Não fizeram nada

O objetivo desta questão foi identificar os alunos que já praticaram Bullying.

Dos entrevistados 55% responderam sim e 45% não. O Bullying é um dos vilões da

adolescência, que envolve quase 30% dos estudantes brasileiros de acordo com

Fante (2005), seja praticando ou sofrendo a violência caracterizada por agressões

verbais ou físicas, intencionais, aplicadas repetidamente contra uma pessoa ou um

grupo.

Gráfico 8

Em relação ao sentimento que fica depois de ter praticado o Bullying. 71%

responderam que se sentiram arrependidos, 11% ficaram contentes, 7% com a

sensação do dever cumprido e 11% se sentiram tristes.

Ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, Fante (2005) destaca

que a prática de Bullying não afeta negativamente só a vítima da agressão. O

praticante, ao dedicar de forma obsessiva seu tempo pensando em maneiras de

oprimir a vítima, pode vir a se tornar um adulto violento e com distúrbios

comportamentais.

Gráfico 9

55%

45% Sim

Não

71%

11%

7% 11% Arrependidos

Contentes

Com sensação dedever cumprido

Tristes

Dos entrevistados 98% deles responderam que participariam de uma

campanha de prevenção ao Bullying em sua escola.

Gráfico 10

Para combater o Bullying em nossa escola os alunos se colocaram a

disposição para desenvolver atividades de conscientização e foram sugeridos

cartazes, panfletagem, teatro, divulgação na rádio comunitária da cidade da

importância de prevenção do Bullying e de como as vítimas podem se proteger e

recorrer aos preceitos legais.

A escola deve agir precocemente contra o Bullying. Quanto mais cedo o

fenômeno cessar, melhor será o resultado para todos os alunos. Intervir

imediatamente, tão logo seja identificado à existência do fenômeno na escola e

manter atenção permanente sobre isso é a estratégia ideal. É importante ter em

mente que adotar posturas não violentas em nossas atitudes, trará benefícios não

somente aos envolvidos, mas a todo o contexto escolar. Para pesquisadores como

Pereira (2002, p.39) “[...] a promoção de valores democráticos na escola é a chave

da luta contra o Bullying”, assim, a escola como mediadora de normas de boa

convivência, deve criar oportunidades para uma socialização saudável de seus

alunos.

Após investigação através dos questionários, os alunos envolvidos como

Bullying, quer como autores, alvos ou espectadores, foram convidados a um diálogo

franco e aberto (roda de conversa) sobre o resultado obtido com o questionário e a

violência, conquistando-se assim a confiança de todos, para que expusessem e

comentassem sobre as agressões infringidas, sofridas ou testemunhadas.

Importante nesse momento foi à atuação do professor PDE, pedagoga da escola,

intervindo juntamente a agressores e vítimas para que a conscientização que estava

por vir tivesse o efeito desejado e levasse a mudanças de atitudes.

98%

2%

Sim

Não

Foi de extrema importância verificar que os agressores foram visualizados

como os culpados pela violência, e não a vítima, que muitas vezes é discriminada

pela sua maneira de agir, falar, apresentar alguma diferença que atraia para si a

possível violência.

Verificou-se assim, a presença de casos que puderam ser trabalhados

imediatamente, com a participação e apoio das famílias. Quando os pais, em casa,

apresentam atitudes ofensivas como berrar, bater, ou incentivam a agressividade do

filho autorizando-o a responder a agressões sofridas no âmbito da escola, podem

levá-lo a desencadear o comportamento agressivo, podendo vir a ser um futuro

agressor em termos de Bullying. Então, para que compreendessem as reações

agressivas do (a) filho (a) foi necessária a elucidação do fenômeno aos pais e de

como ele ocorre. Muitas vezes os pais cobram em demasia o sucesso dos filhos ou

simplesmente os abandonam. Essa cobrança tem muitas vezes, a ver com o próprio

sucesso do pai e esta atitude faz com que o filho parta para uma competitividade

excessiva em relação ao outro, não exercendo a partilha, comum as interpessoais,

em seu ambiente social/escolar.

Fante (2005), em seus estudos também destaca a necessidade dos pais

estarem alertas para quaisquer mudanças no comportamento de seus filhos com

relação à escola. Hostilidade, medo, mau humor, desejo de não ir mais à escola e

outros sentimentos que revelam constrangimento e receio com relação ao ambiente

escolar podem indicar que a criança ou jovem está sendo um possível alvo de

Bullying escolar.

Após a coleta de dados e a palestra ministrada aos estudantes intitulada:

Bullying, levando a todos o conhecimento sobre o fenômeno em si, suas formas de

apresentação, seus envolvidos, suas graves consequências, bem como trechos de

filmes que abordavam o problema. Este momento de caracterização e

conscientização surtiu efeitos positivos nos adolescentes e professores que

participaram da palestra. Cartazes de conscientização foram elaborados e

distribuídos por toda a escola, para que todo o complexo escolar tivesse acesso às

informações ali contidas; alunos voluntários auxiliaram na detecção e apoio das

vítimas da violência; dicas foram distribuídas e pais foram contatados e orientados

sobre a gravidade do problema.

Para que os alunos e alunas tivessem mais acesso às ações cometidas por

autores do Bullying, bem como pelas consequências infligidas às vítimas, foram

feitas pesquisas e escrito pelo professor PDE juntamente com os participantes do

projeto uma peça de teatro que foi encenada para todas as turmas, com o tema:

Diga não ao Bullying.

Estas ações tiveram efeito positivo na conscientização dos alunos, atingindo

séries de turnos contrários ao período em que se aplicou a implementação,

ampliando assim o raio de divulgação das informações sobre o fenômeno,

extrapolando assim as aulas de educação física para todos os espaços da escola.

A escola deve agir precocemente contra o Bullying. Quanto mais cedo o

fenômeno cessar, melhor será o resultado para todos os alunos. Intervir

imediatamente, tão logo seja identificado a existência do fenômeno na escola e

manter atenção permanente sobre isso é a estratégia ideal.

É importante ter em mente que adotar posturas não violentas em nossas

atitudes, trará benefícios não somente aos envolvidos, mas a todo o contexto

escolar. Para pesquisadores como Pereira “a promoção de valores democráticos na

escola é a chave da luta contra o Bullying” (PEREIRA, 2002, p.39). Para esta autora,

a escola como mediadora de normas de boa convivência, deve criar oportunidades

para uma socialização saudável de seus alunos.

3. Considerações Finais

A partir dos resultados apresentados, percebe-se a grande importância das

escolas, dos professores e da sociedade, em tomar algumas medidas e buscarem

soluções que sejam capazes de combater ou ao menos prevenir o Bullying, pois os

professores não conseguem resolver sozinhos, esse problema tão complexo. Foi

possível perceber no desenvolvimento deste trabalho que no contexto escolar falta

informação e preparo tanto das escolas, quanto dos professores e pais em relação

ao fenômeno Bullying. Percebe-se que há a necessidade de uma maior abordagem

sobre o Bullying nas escolas.

Enfim, por meio do trabalho realizado observou-se que no dia a dia ocorre o

Bullying com frequência, fala-se muito sobre o assunto, mas pouco se faz ou ao

menos buscam informações para que este fato não se repita tornando-se cada vez

mais distante á solução para tais fatos. Por isso acredita-se que as aulas de

Educação Física sejam um facilitador para a iniciativa deste trabalho de intervenção,

pois como se pode concluir é neste momento em que os alunos se sentem mais a

vontade para expressar seus sentimentos e medos, seja através de atitudes ou

diálogo. Adotar estratégias de prevenção, bem como detectar precocemente o

problema Bullying parece ser a maneira mais adequada para reduzir a chance de

que este e outros problemas, como, as dificuldades emocionais e de aprendizagem

sejam desenvolvidas.

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