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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · De modo algum, os critérios de avaliação podem ser tomados como instrumentos de avaliação – métodos usados para avaliar,

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

EDRIANI DONIZETE LABEGALINI BARBOSA

AS DIVERSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIAR O ENSINO DA GEOGRAFIA

Orientador IES: Elaine de Cacia de Lima Frick

CURITIBA, 2013

Estado do Paraná Secretaria de Estado da Educação

Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional

EDRIANI DONIZETE LABEGALINI BARBOSA

AS DIVERSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIAR O ENSINO DA GEOGRAFIA

Produção Didático-pedagógica, apresentada à Secretaria de Estado da Educação e à Universidade Federal do Paraná, como requisito de avaliação parcial do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná - PDE, sob orientação da Prof. Elaine

de Cácia de Lima Frick.

CURITIBA, 2013

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 1

2 A EVOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO ..................................................................... 3

2.1 Conceitos Básicos de Avaliação e Medida segundo alguns autores ....... 5

2.2 A proposta de avaliação fundamentada nas Diretrizes Curriculares........ 7

2.3 Práticas avaliativas contempladas no Projeto Político Pedagógico

do Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva .............................................................9

3 CONCEITOS A SEREM ABORDADOS EM GEOGRAFIA.............................10

3.1 Espaço Geográfico .................................................................................10

3.2 Paisagem.................................................................................................11

3.3 Região......................................................................................................13

3.4 Lugar........................................................................................................14

3.5 Território...................................................................................................16

3.6 Natureza..................................................................................................17

3.7 Sociedade................................................................................................19

4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA................................20

4.1 Como trabalhar e como avaliar a Geografia.............................................22

5 SUGESTÕES DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO....................................25

5.1 Aula de campo..........................................................................................26

5.2 Recursos áudio visuais.............................................................................28

5.3 Literatura...................................................................................................30

5.4 Cartografia................................................................................................32

5.5 Explorando o Google Earth.......................................................................34

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................37

7 REFERÊNCIAS .............................................................................................39

8 APÊNDICE.....................................................................................................41

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: AS DIVERSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIAR O ENSINO DA GEOGRAFIA

Autor Edriani Donizete Labegalini Barbosa

Disciplina/Área Geografia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva

Avenida Silva Jardim, 613, Bairro Rebouças

Município da escola Curitiba

Núcleo Regional de Educação Curitiba

Professor Orientador Elaine de Cacia de Lima Frick

Instituição de Ensino Superior UFPR

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo

Professores do Ensino Fundamental, Médio e EJA

Resumo

A avaliação é um processo intencional, sistemático, contínuo, inclusivo, integral, de análise e de crítica, visando a transformação; deve ser realizado de acordo com os objetivos educacionais propostos, resultando numa apreciação qualitativa sobre o ensino e a aprendizagem, auxiliando o professor na tomada de decisões sobre o trabalho docente. A avaliação tem a função de alimentar, sustentar e orientar o processo ensino-aprendizagem. Não pode ser um instrumento de discriminação e seleção social, de punição e/ou rejeição, mas sim, de investigação, reflexão, construção do conhecimento pelo aluno, mediados pela ação do professor. O processo avaliativo deve refletir a realidade, a Legislação em vigor, as concepções educacionais que fundamentam o trabalho docente, a experiência individual e coletiva e os princípios que norteiam o Projeto Político Pedagógico.

Palavras-chave Avaliação – Reflexão – Implementação – Ensino -Aprendizagem

1 APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática apresenta sugestões como ferramentas

avaliativas que ajudarão na implementação do ato de avaliar, como alternativas

metodológicas para as aulas de Geografia.

Este material será apresentado aos professores de Geografia do Colégio

Estadual Dr. Xavier da Silva, Curitiba/Paraná.

Busca-se nesta Unidade Didática, aplicar um questionário1 para os

professores de Geografia, propondo uma reflexão sobre as diferentes formas e

possibilidades de avaliação, objetivando implementar as ferramentas já

utilizadas como meios que possam resultar na melhoria do processo de ensino-

aprendizagem.

Espera-se com esta Unidade Didática que os professores tenham um

olhar diferenciado sobre a prática da avaliação e que essa prática possa

resultar na melhoria da aprendizagem dos alunos.

Sendo assim, justifica-se com esta temática uma análise dos limites e

das possibilidades que os professores de Geografia encontram no momento

em que avaliam seus alunos.

A ação de avaliar sugere coleta, análise e síntese das informações que

representam o elemento da avaliação, [...], que se processa a partir da

comparação da configuração do objeto avaliado com um padrão de qualidade

previamente estabelecido para aquele tipo de objeto (LUCKESI, 2005, p. 93).

Portanto, a preparação de um plano de trabalho docente deve abranger

a escolha de conteúdos, os objetivos a serem alcançados, o encaminhamento

metodológico, as ferramentas e seus critérios de avaliação. Esses critérios de

avaliação podem ser compreendidos como dados básicos para o

desenvolvimento das perspectivas de avaliação debatidas por Hoffmann (2005)

e Luckesi (2005). Uma avaliação mediadora e que procure um repensar do

processo ensino-aprendizagem precisa, primeiramente, de critérios de

avaliação vinculados aos objetivos instituídos para o ensino de um dado

conteúdo.

1 Consta no apêndice o questionário.

1

Na avaliação, os critérios estão vinculados aos conteúdos, com a

finalidade de observar o processo de aprendizagem dos alunos. Esse propósito

ressalta-se na escolha dos conteúdos realizada pelo professor com fins

determinados em seu plano de trabalho, visto que carregam uma percepção do

mundo que será percebida por meio de conhecimentos produzidos

historicamente. Segundo a Coordenação de Gestão Escolar (CGE),

Os critérios decorrem dos conteúdos, isto é, uma vez selecionados os conteúdos essenciais que serão sistematizados, cabe ao professor definir os critérios que serão utilizados para avaliar o conhecimento do aluno (PARANÁ, 2008, p. 1-2).

De modo algum, os critérios de avaliação podem ser tomados como

instrumentos de avaliação – métodos usados para avaliar, isto é, exames,

sínteses, seminários, provas, produção de maquetes, de textos entre outras,

porém, entendidos como contribuições para o trabalho com certo conteúdo de

modo diferente, tornando claros os objetivos a serem atingidos pelos alunos,

isto é, as perspectivas de aprendizagem acerca do conteúdo trabalhado. Deste

modo, não é suficiente somente fazer uma seleção dos conteúdos, mas é

preciso que se definam os objetivos, idealizar uma metodologia propícia e

escolher instrumentos que atinjam os critérios pré-estabelecidos.

Os critérios de avaliação precisam ser coesos ao conteúdo, quer dizer,

compreender o que se busca com a discussão e terem lógica com os objetivos

de todos os conteúdos. Ademais, é inviável os critérios como simples

formalidade, mas esclarecer ao aluno o valor deles em seu aprendizado, o que

demanda a compreensão inicial vinda do professor. Aplicam-se esses

referenciais à diferentes disciplinas escolares, porém nesse trabalho, de modo

específico, o foco é a avaliação em Geografia.

2

2 A EVOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO

Desde os tempos mais remotos, em algumas tribos, os jovens só

passavam a serem considerados adultos após terem sido aprovados em uma

prova referente aos seus usos e costumes. Há milênios atrás, chineses e

gregos já criavam critérios para selecionar indivíduos para assumir

determinados trabalhos (DIAS2 citado por ROSSATO, 2004). Na Grécia,

Sócrates, sugeria a auto-avaliação – O conhecer-te a ti mesmo – como

requisito para chegar a verdade. Uma outra forma de avaliação era realizada

através de exercícios orais utilizados pelas universidades medievais e mais

tarde pelos Jesuítas. Na Idade Média, as universidades tinham como objetivo

principal a formação de professores. Os alunos que completavam o

bacharelado precisavam ser aprovados em um exame para poder ensinar e os

mestres só recebiam o título de doutor se lessem publicamente o “Livro das

Sentenças” de Pedro Lombardo ou posteriormente se defendessem teses

(SOEIRO e AVELINE3 citado por ROSSATO, 2004).

A avaliação começa a assumir uma forma mais estruturada apenas

depois do século XVIII, onde começaram a serem formadas as primeiras

escolas modernas, os livros passaram a serem acessíveis a todos e criaram-se

as bibliotecas. Nesta época, devido à utilização de exames como forma de

avaliação, esta ficou associada à ideia de exames.

Nossa história da avaliação da aprendizagem é recente, enquanto que

nossa história de exames escolares é um tanto mais longa. Os exames

escolares que conhecemos e ainda aplicamos foram sistematizados entre os

séculos XVI e XVII. A escola que conhecemos hoje é a escola da modernidade

e, junto com ela foram sistematizados os exames escolares, da forma como

genericamente eles ainda ocorrem hoje. Nesse longo período ocorreram

mudanças, porém superficiais, na medida em que o núcleo do modo de agir se

cimentou ao longo desses anos, impregnando nosso modo de conduzir no

processo de acompanhar a aprendizagem dos nossos educandos. Os exames

escolares, da forma como foram sistematizados nesse período tem

aproximadamente 500 anos de vigência.

2 DIAS SOBRINHO, José. Universidade e Avaliação: entre a ética e o mercado. Florianópolis: Insular, 2002. 3 SOEIRO, Leda & AVELINE, Suelly. Avaliação Educacional. Porto Alegre: Sulinas, 1982.

3

A avaliação da aprendizagem somente começou a ser proposta,

compreendida e divulgada a partir de 1930, quando Ralph Tyler cunhou essa

expressão para dizer do cuidado necessário que os educadores necessitam ter

com a aprendizagem de seus educandos. Nesse período, ele estava

preocupado com o fato de que a cada cem crianças que ingressavam na

escola, somente trinta eram aprovadas, ou seja, anualmente, permanecia um

resíduo de setenta reprovados, o que em síntese, supostamente significaria

que elas não tinham processado uma aprendizagem satisfatória. Supostamente

devido não haver controle dos recursos técnicos que eram utilizados, naquele

momento histórico, para aquilatar (avaliar) a aprendizagem dos educandos.

Esse educador propôs que se pensasse e usasse uma prática

pedagógica eficiente e estabeleceu o “ensino por objetivos”, o que significava

estabelecer o que o educando deveria aprender e o que o educador

necessitava fazer para que o educando efetivamente aprendesse. E para

construir os resultados desejados propôs um sistema de ensino, que seria o

mais óbvio possível:

FIGURA 1 – SISTEMA DE ENSINO OBJETIVANDO A APRENDIZAGEM

Fonte: Adaptado pela autora (RALLPH TYLER, CITADO POR LUCKESI, 2011)

Se a aprendizagem

for satisfatória,

seguir em frente

Caso seja

insatisfatória,

reorientar, tendo em

vista resultado

satisfatório

Ensinar alguma

coisa

Diagnosticar sua

aprendizagem

4

E ainda hoje, após oitenta anos da proposição desse esquema, ele

ainda não conseguiu ter vigência significativa nos meios educacionais. No

Brasil, começamos a falar em avaliação da aprendizagem no final dos anos de

1960 e início dos anos 1970 do século XX, portanto temos cerca de 40 anos

tratando desse tema e dessa prática escolar.

A LDB4 de 1961 contém um capítulo sobre os exames escolares e a Lei

5692/71 deixou de utilizar a expressão “exames escolares” e passou a usar a

expressão “aferição do aproveitamento escolar”. Somente a LDB/96 se serviu

da expressão “avaliação da aprendizagem” no corpo legislativo.

Todos esses fatos no campo da avaliação deram origem a sua

conformação atual. Ainda hoje existe um certo conflito entre a utilização de

métodos quantitativos que coloca na discussão a real finalidade da avaliação,

configurando-se dessa maneira uma questão filosófica.

Em nossas escolas e nos diversos níveis de ensino, praticamos muito

mais exames escolares do que avaliação da aprendizagem.

2.1 Conceitos básicos de AAvvaalliiaaççããoo e MMeeddiiddaa55 segundo alguns autores

AAvvaalliiaaççããoo

4 Lei de Diretrizes e Bases 5 Medida no sentido de “medir o aprendizado”

“Avaliação escolar é um componente do processo de ensino que visa,

através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a

correspondência destes com os objetivos propostos e daí orientar a

tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes”.

(LIBÂNEO, 1994).

“Avaliação escolar é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do

processo ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões

sobre o seu trabalho”. (LUCKESI, 1986).

5

MMeeddiiddaa

De acordo com Costa, (2005, p. 54) “medir é um processo de determinar a

extensão de uma característica pertencente a um objeto ou a uma pessoa”.

Para Saul (1994), a avaliação consiste num “processo de análise e crítica de

uma dada realidade visando a sua transformação”.

Abramowicz (2003), vê a avaliação “como um processo dialógico, interativo,

que visa fazer do indivíduo um ser melhor, mais crítico, mais criativo, mais

autônomo, mais participativo”. Acredita “numa avaliação que leve a uma

ação transformadora e também com sentido de promoção social, de

coletividade, de humanização”.

Segundo Lindeman (1972), citado por Hoffmann (1991, p. 47), “pelo seu

significado próprio, medimos extensão, quantidade, volumes e outros

atributos dos objetos e fenômenos. O que medimos deve ser

invariavelmente expresso em escalas ou graus numéricos”.

Medida tem sido um ato necessário praticado nas escolas porque é, a partir

dela, que se pode dar os passos seguintes da aferição da aprendizagem. Já

avaliar “é o ato de comparar uma medida com um padrão e de emitir um

julgamento sobre a comparação” (COSTA, 2005: 54), por exemplo: o quanto

esse aluno é bom ou “ruim” naquilo que se está avaliando.

6

2.2 A Proposta de Avaliação Fundamentada nas Diretrizes Curriculares

A LDBEN6 determina que a avaliação do processo de ensino-

aprendizagem seja formativa, diagnóstica e processual.

Propõe-se, nas Diretrizes, que a avaliação deve tanto acompanhar a

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Para isso,

deve-se constituir uma contínua ação reflexiva sobre o fazer pedagógico.

Nessa perspectiva,

A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo (como hoje é concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento (HOFFMANN, 1993, p. 21).

Assim, recomenda-se que a avaliação em Geografia seja mais do que a

definição de uma nota ou conceito. O processo de avaliação deve considerar,

na mudança de pensamento e atitude do aluno, alguns elementos que

demonstram o êxito do processo de ensino/aprendizagem, quais sejam: a

aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos alunos.

Ao destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino e da

6 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Segundo Hoffman (1991, p. 47) “a expressão MEDIDA, em educação, adquiriu

uma conotação ampla e difusa”, pois nem todos os fenômenos podem ser

medidos por não existir instrumentos e por não admitirem tal precisão

numérica, como o amor, a tristeza e outros sentimentos apresentados pelos

humanos. É possível medir sim, a freqüência dos alunos às aulas, medir ou

contar o número de acertos em uma tarefa, o números de livros lidos ou de

trabalhos entregues, porém não é desta forma que medida é entendida e

utilizada pelos professores.

7

aprendizagem, rompe-se a concepção pedagógica da escola tradicional que

destacava tão somente a memorização, a obediência e a passividade.

A prática docente, sob os fundamentos teórico-metodológicos discutidos

nas Diretrizes, contribui para a formação de um aluno crítico, que atua em seu

meio natural e cultural e, portanto, é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo

transformar esse meio. É esse resultado que se espera constatar no processo

de avaliação do ensino de Geografia.

Para isso, destacam-se como os principais critérios de avaliação em

Geografia a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das

relações sócio-espaciais para a compreensão e intervenção na realidade.

Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de

avaliação. Ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor poderá

utilizar técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de expressão

dos alunos.

A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto

acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do

professor. Ela permite a melhoria do processo pedagógico somente quando se

constitui numa ação reflexiva sobre o fazer pedagógico. Nas Diretrizes,

valoriza-se a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso,

avaliar a realidade sócio-espacial em que vive, sob a perspectiva de

transformá-la, onde quer que esteja.

8

2.3 Práticas Avaliativas Contempladas no Projeto Político Pedagógico do

Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva

O Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva contempla em seu Projeto

Político Pedagógico que “a avaliação é parte integrante do trabalho realizado

em sala de aula e tem como principal objetivo ajudar o aluno a aprender”.

“A avaliação é um processo natural, que nos permite ter consciência do

que fazemos, da qualidade do que fazemos e das conseqüências que

acarretam nossas ações”.

“Notas e conceitos expressam a qualidade que se atribui à

aprendizagem do educando”.

“Avaliando o progresso do aluno, concebe-se uma fonte de dados para o

professor prosseguir com o trabalho iniciado ou retomar, revisar e ajustar o que

não foi assimilado; é acompanhar o processo de construção do conhecimento

do educando”. “Mudar a avaliação é mudar a Escola” (PERRENOUD, 1993).

Sob esta perspectiva, a avaliação está presente em todo o momento de

nossas vidas, valendo-se de julgamentos pré-determinados e alicerçados aos

nossos valores.

Assim, as atividades desempenhadas pelos homens são objetos de

avaliação, seja propositadamente ou não, mas sempre sujeitas ao julgamento,

à comparação, apenas para chegar a uma conclusão, ou para tomar uma

decisão com base em critérios sistematizados. Até mesmo na execução das

ações mais simples do nosso cotidiano, a avaliação aparece de forma quase

que espontânea ou naturalizada, como meio para acertar o percurso do

caminho, a ser percorrido, garantindo que seja concluído conforme nosso

desejo.

De nada adianta mudar ferramentas, se o professor continuar

classificando alunos em bons e maus. Quem quer fazer uma avaliação mais

justa para ajudar o aluno a superar suas dificuldades deverá começar mudando

sua intenção no ato de avaliar.

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3 CONCEITOS A SEREM ABORDADOS EM GEOGRAFIA

3.1 Espaço Geográfico

FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Fonte: search creative commons, acesso em 03/09/2013.

A análise acerca do ensino da geografia começa pela compreensão do

seu objeto de estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter

algum consenso, sempre relativo, em torno da ideia de que o espaço

geográfico é o foco da análise. Entretanto, a expressão espaço geográfico,

bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região,

território, natureza, sociedade – não se autoexplicam. Ao contrário, são termos

que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se

vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas.

Nas Diretrizes Curriculares, o objeto de estudo da Geografia é o espaço

geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade

(LEFEBVRE, 1974).

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3.2 Paisagem

FIGURA 3 – VEGETAÇÃO: PINHEIRO DO PARANÁ

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

O conceito de paisagem, na discussão da Geografia, começou a ser

sistematizado no final do século XIX, a partir do pensamento naturalista e foi

marcado pela dicotomia entre paisagem natural e paisagem humanizada ou

cultural.

A paisagem natural era definida pela composição orgânica dos

elementos naturais (clima, vegetação, relevo, solo, fauna, hidrografia, etc.) que

diferenciavam áreas de extensões variáveis. A paisagem cultural, por sua vez,

era vista como resultado de um relacionamento harmonioso entre os

objetos/elementos naturais e o homem, agente que se adaptava às condições

O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também

contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não

considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se

dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que

ao longo da história vão sendo substituídos por objetos técnicos,

mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial

tenda a funcionar como uma máquina (SANTOS, 1996, p. 51).

11

naturais (em termos biológicos) e, também, usava elementos do meio em seu

benefício, por meio de técnicas que era capaz de desenvolver.

Segundo Cavalcanti (2005), para analisar a paisagem e atingir o

significado de espaço é necessário que os alunos compreendam que a

paisagem atende a funções sociais diferentes, é heterogênea, porque é um

conjunto de objetos com diferentes datações e está em constante processo de

mudança. Portanto, a análise pedagógica da paisagem deve ser no sentido de

uma aproximação do real estudado, por meio de diferentes linguagens.

[...] nossa tarefa é a de ultrapassar a paisagem como aspecto, para

chegar ao seu significado. [...] a paisagem é materialidade, formada por

objetos materiais e não-materiais. [...] fonte de relações sociais [...]

materialização de um instante da sociedade. [...] O espaço resulta do

casamento da sociedade com a paisagem. O espaço contém o movimento.

Por isso, paisagem e espaço são um par dialético (SANTOS, 1988, p. 71-

72).

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3.3 Região

FIGURA 4 – IMAGEM DE SATÉLITE

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

A palavra região, antes mesmo de compor o quadro teórico da

Geografia, já era tomada para designar a relação entre uma determinada área

e o poder político administrativo exercido sobre ela, “nos tempos do Império

Romano [região] era a denominação utilizada para designar áreas que, ainda

que dispusessem de uma administração local, estavam subordinadas às regras

gerais e hegemônicas das magistraturas sediadas em Roma” (GOMES, 2005,

p. 50).

Pensar o espaço, regionalmente, foi importante para as estratégias

político-administrativas ao longo de toda a história, porém, a formulação

científica do conceito de região deu-se somente a partir do século XIX como

parte dos esforços científicos na Geografia.

13

Por muito tempo e até as primeiras décadas do século XX

É significativo que, ao trabalhar com o conceito de região propicie a

compreensão do fenômeno regional num processo histórico e social

responsável por diferenças entre áreas, em diferentes escalas. Ainda é

importante que os alunos compreendam a regionalização como um recorte de

uma totalidade social.

3.4 Lugar

FIGURA 5 – MUSEU OSCAR NIEMEYER

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

[...] as regiões foram configurando-se por meio de processos orgânicos,

expressos através da territorialidade absoluta de um grupo, onde

prevaleciam suas características de identidade, exclusividade e limites,

devidas à presença desse grupo, sem outra mediação. A diferença entre

áreas se devia a essa relação direta como o entorno. Podemos dizer que,

então, a solidariedade característica da região ocorria, quase que

exclusivamente, em função de arranjos locais (SANTOS, 1996, p. 197).

14

O conceito de lugar, de início tomado sob perspectivas teóricas e

políticas conservadoras, foi, mais recentemente, ressignificado.

As vertentes humanística e crítica da Geografia ultrapassaram a

concepção de lugar como localização absoluta e, de diferentes modos,

trouxeram a discussão dos aspectos relativo e relacional dos lugares.

Para a Geografia Humanística, o lugar é conceito chave, entendido

como o espaço vivido, dotado de valor pelo sujeito que nele vive. Enquanto o

espaço se caracteriza pelo indiferenciado, abstrato e amplo, o lugar é onde a

vida se realiza, é familiar, carregado de afetividade, o que o torna subjetivo em

extensão e conteúdo, bem como em forma e significado.

A Geografia Crítica, por sua vez, tem outra interpretação do conceito de

lugar. Em suas mais recentes elaborações teóricas, não desprezou a dimensão

subjetiva desse conceito, mas valorizou suas determinações político-

econômicas em relação às demais escalas geográficas. Assim, os lugares

podem ser, a um só tempo, espaços do singular e locais da realização do

global, o que possibilita tornarem-se arenas de combate.

Nas Diretrizes, adota-se o conceito de lugar, desenvolvido pela vertente

crítica da Geografia, porque por um lado é o espaço onde o particular, o

histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes, revelando

especificidades, subjetividades e racionalidades.

Essa conceituação não poderia ser de outra forma, pois algumas

características fundamentais do humanismo foram retomadas por essa

vertente do pensamento geográfico, a saber: a visão antropocêntrica do

saber; a posição epistemológica holística, o homem considerado como

produtor de cultura e o método hermenêutico pelo qual o geógrafo é um

observador privilegiado, capaz de interpretar (GOMES, 2005, p. 310-311).

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3.5 Território

FIGURA 6 – POVOS INDÍGENAS

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Território é um conceito ligado às relações que se estabelecem entre

espaço e poder e, atualmente, é tratado nas mais diversas escalas geográficas

e sob diferentes perspectivas teóricas.

Historicamente, o conceito de território vinculou-se, durante muito tempo,

tão somente à idéia de território nacional. No pensamento geográfico

sistematizado, essa vinculação apareceu com força na teoria do espaço vital

desenvolvida pela escola alemã da Geografia Clássica.

Considera-se que o conceito de território deve ser abordado a partir de

relações políticas que, nas mais variadas escalas, constituem territórios,

cartografados ou não, claramente delimitados ou não; desde os que se

manifestam nos espaços urbanos, como os territórios do tráfico, da prostituição

ou da segregação socioeconômica, até os regionais, internacionais e globais.

O território [...] é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por

e a partir de relações de poder (...). Todo espaço definido e delimitado

por e a partir de relações de poder é um território, do quarteirão

aterrorizado por uma gangue de jovens até o bloco constituído pelos

países membros da OTAN (SOUZA, 1995, p. 78-111).

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Por isso, diz que, hoje, o conceito de território é fundamental para a

análise do espaço geográfico e a compreensão da relação entre o global e o

local, da tensão que existe entre a vontade dos interesses hegemônicos

constituírem territórios globais (desterritorializados para muitos sujeitos sociais

que neles se movimentam), gerenciados, por exemplo, pelo Banco Mundial e

pelo FMI, e a vontade dos interesses locais, da sociedade territorializada,

estabelecida no lugar.

3.6 Natureza

FIGURA 7 – HIDROGRAFIA: RIO IGUAÇU

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Ao prosseguir esta análise sobre os conceitos fundamentais da

Geografia, o de natureza deve ser também, destacado. Antes, porém, é preciso

dizer que natureza e sociedade formam um par conceitual inseparável e têm

um estatuto diferenciado nessa breve apresentação dos conceitos geográficos

básicos. Na verdade, tanto natureza quanto sociedade formam juntas, uma das

mais importantes categorias de análise do espaço geográfico.

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Enfocar, pedagogicamente, as relações Sociedade ↔ Natureza requer

considerar as limitações e demandas que a natureza apresenta à sociedade.

Por exemplo, algumas vezes os aspectos naturais do espaço geográfico

impõem a necessidade de construções de obras de engenharia, como túneis,

pontes, canais, etc. Outras vezes, tem grande valor histórico e é fator

explicativo da ocupação de uma área, do traçado de caminhos, do êxito de

determinada produção agropecuária, etc. Os aspectos físicos naturais do

espaço são, também, fatores de determinação do valor econômico de áreas

urbanas e rurais devido à constituição dos solos, à proximidade de rios, à

presença de mananciais, ao modelado de relevo, etc., o que influencia a

distribuição social da população e o tipo de ocupação da área.

Ao trabalhar com esse conceito, espera-se que o professor explicite

todos os aspectos que envolvem as relações Sociedade ↔ Natureza, de modo

que supere possíveis abordagens parciais do conceito de natureza, contemple

a análise de suas dinâmicas próprias e evidencie o uso político e econômico

que as sociedades fazem dos aspectos naturais do espaço.

[...] a idéia de natureza como organismo foi, aos poucos, substituída

pela idéia de natureza como máquina [...] A natureza, da mesma forma

que as máquinas e os instrumentos pode ser desmontada, submetida a

cálculos e provas [...] dominada por leis que podem ser reconstruídas

pela inteligência humana pela matemática e pela experimentação

(PEREIRA, 1993, p. 70-71).

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3.7 Sociedade

FIGURA 8 – BRASIL ETNIAS

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Historicamente, sob uma visão acrítica, o conceito de sociedade,

enfocado pela Geografia, esteve relacionado ao estudo e à descrição dos

aspectos culturais que delimitavam uma região-paisagem. A partir dos anos de

1950 e por algum tempo, os conceitos de sociedade e população foram

tomados como sinônimos.

As bases críticas da Geografia, adotadas nas Diretrizes, entendem a

sociedade em seus aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos e nas

relações que ela estabelece com a natureza para a produção do espaço

geográfico, bem como no estudo de sua distribuição.

A sociedade produz um intercâmbio com a natureza, de modo que a

última se transforma em função dos interesses da primeira. Ao mesmo

tempo, a natureza não deixa completamente de influenciar a sociedade,

que produz seus espaços geográficos nas mais diversas condições

naturais (DIRETRIZES CURRICULARES DE GEOGRAFIA, 2008).

19

Assim, as desigualdades, conflitos e contradições, próprias da sociedade

capitalista, materializam-se nas paisagens e podem ser reveladas sob uma

análise crítica dos espaços ocupados pelos diferentes segmentos sociais,

culturais, étnicos que compõem a sociedade.

É necessário ainda que o conceito de Sociedade continue associado aos

estudos demográficos e as estatísticas de diferentes tipos, como as

econômicas, importantes para as discussões políticas sobre planejamento

ambiental, rural, industrial e urbano.

Sobre a teoria e o ensino da Geografia, destaca-se a relevância dessa

discussão para que a disciplina cumpra sua função na escola: desenvolver o

raciocínio geográfico e despertar uma consciência espacial.

O trabalho pedagógico com esse quadro conceitual de referência é

fundamentado para que o ensino da Geografia na Educação Básica contribua

com a formação de um aluno capaz de compreender o espaço geográfico, nas

mais diversas escalas, e atuar de maneira crítica na produção socioespacial do

seu lugar, território, região, enfim, de seu espaço.

4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA

A prática reflexiva não é suficiente, mas é uma condição necessária para

enfrentar a complexidade. Se ela não existir, a experiência decepcionante de

um ativismo ineficaz resultará, outra vez, na inércia. Nesse sentido, podemos

perceber que:

Uma prática reflexiva limitada ao bom senso e à experiência pessoal não oportuniza resultados satisfatórios; o profissional precisa de saberes que ele não pode reinventar sozinho; a reflexão aumentará seu poder desde que esteja assentada em uma ampla cultura no âmbito das ciências humanas. (PERRENOUD, 2002, p. 57).

A avaliação de Geografia deve explorar o senso crítico dos estudantes,

deixando de lado estratégias baseadas na memorização de conteúdos. A

“prova” deve explorar o senso de análise dos alunos.

O pensamento sobre as abordagens, categorias e conceitos de análise

da Geografia ajudam na discussão sobre essa disciplina em sala de aula,

abandonando a abordagem das relações espaços-temporais. A Diretriz

20

Curricular da Educação Básica de Geografia indica como subsídios teóricos

metodológicos as discussões dos conceitos de paisagem, território, lugar,

sociedade, região e natureza como fundamentos básicos da prática geográfica

em sala de aula. O enfoque de cada conceito sob o ponto de vista das

categorias de análise espaço-tempo e sociedade-natureza é um fundamento

para os conteúdos de uma discussão geográfica (PARANÁ, 2008).

Na educação básica, a reflexão conceitual está concentrada a partir de

ações que se reflitam espacialmente em distintas dimensões: socioambiental,

econômica, cultural, demográfica e política. Esses enfoques precisam estar

inclusos em escalas distintas onde o aluno possa entender a organização

instituída nas diversas escalas, indo do local ao global ou do global ao local.

Quando o professor trabalha com as variações de escalas, ele é capaz de

aproximar o conteúdo a ser observado a partir do conhecimento já adquirido

pelo aluno em uma escala local e, em seguida, expandindo esta escala. Deste

modo, o aluno se torna capaz de, em escalas diferentes, analisar determinados

conteúdos. Esse exercício admite o entendimento de um mesmo elemento e

suas particularidades que se modificam em cada lugar conforme a sua escala.

Para Perrenoud (2002), o ensino não é mais como era antes:

♦ os programas renovam-se cada vez mais rapidamente;

♦ as reformas sucedem-se sem interrupção;

♦ as tecnologias tornam-se incontornáveis;

♦ os alunos estão cada vez menos dóceis;

♦ os pais transformam-se em consumidores de escola muito atentos e

exigentes, ou se desinteressam de tudo aquilo que acontece na sala de aula;

♦ as estruturas tornam-se cada vez mais complexas (ciclos, módulos,

percursos diversificados);

♦ a avaliação deve se tornar mais formativa e a pedagogia mais

diferenciada;

♦ o trabalho em grupo já é um valor assumido pela Instituição que, além

disso, deseja e mesmo exige que os estabelecimentos escolares anuncie e

realizem projetos.

21

O processo de ensino e aprendizagem requer empenho do professor

(responsável por planejar e transmitir o conteúdo) e dos alunos, sendo que o

resultado normalmente é obtido através das avaliações. Esse é o momento

utilizado por muitos educadores para cobrar o que foi ensinado, sobretudo por

meio da aplicação de provas, as quais continuam sendo o principal mecanismo

de avaliação.

Os alunos têm sua atenção centrada na promoção, querendo saber

como se dará o processo de promoção de uma série para outra no final do

período escolar. Durante o ano letivo o que predomina são as notas, não

importando como foram obtidas e nem por quais caminhos. O resultado (nota)

das provas aponta os que dominam o conteúdo e os que não aprenderam a

matéria, certo? Na verdade não é tão simples assim, visto que vários fatores

influenciam no desempenho dos alunos, podendo atuar de forma positiva ou

negativa. Sendo assim, o professor não deve utilizar a prova como uma forma

de cobrança ou punição.

O nervosismo e a ansiedade são fatores que atrapalham os estudantes

durante uma prova. Com isso, aqueles que tentaram memorizar o conteúdo

acabam esquecendo as informações. Diante dessa situação, o professor deve

abordar o conteúdo de forma a despertar o senso crítico dos alunos, fazendo o

mesmo nas questões das provas, ao invés de priorizar os exercícios de

memorização. No entanto, todos os envolvidos na Educação e sua formação

esperam que, a avaliação se torne uma poderosa ferramenta e que alavanque

para a ampliação do êxito na escola e no processo de ensino aprendizagem.

4.1 Como trabalhar e como avaliar a Geografia

A avaliação de Geografia deve ser traçada de acordo com os objetivos

do planejamento, de forma clara e objetiva, evitando, assim, interpretações

equivocadas. Os exercícios devem explorar o senso crítico, permitindo que os

estudantes possam resolver situações-problema, compreender, comparar e

interpretar fenômenos.

A avaliação escrita era a forma mais tradicional de verificar a

aprendizagem dos alunos. Esse tipo de avaliação era considerada

aterrorizante, alguns alunos se sentiam mal quando estavam diante de um

22

documento que avaliaria se realmente eles estariam aptos a seguir em frente,

pois em muitos casos, a resposta deveria estar fielmente como estava no livro

ou no caderno, inclusive com seus respectivos sinais de pontuação.

Atualmente, os conceitos educacionais estão difundidos na elaboração

de novas metodologias de ensino criativas que oportunizam melhorar as

condições do processo de ensino e aprendizagem.

Conceitos podem ser aprendidos em livros, internet e debates, a prática

terá que ser aprendida no dia a dia da vida escolar, experimentando,

investigando, buscando novas possibilidades, ultrapassando os impasses e

incômodos, sempre assentados sobre conhecimentos significativos e válidos.

Certamente essa aprendizagem não se fará de um dia para outro ou de

um momento para outro. É uma aprendizagem que exige tempo, dedicação e

atenções específicas, na medida em que herdamos e constituímos hábitos que

conduzem a uma forma automática de agir. Para aprender a agir com avaliação

da aprendizagem, necessitamos de colocar à nossa frente esse desejo, tomá-lo

em nossas mãos, dedicando todos os dias atenção a ele, agindo e refletindo

sobre nossa ação, fazendo diferente do que já foi feito, compatível com o que

efetivamente significa avaliar.

Hoje os professores utilizam de diversos mecanismos capazes de

diversificar e verificar a aprendizagem de um determinado conteúdo. A

diversificação no momento da avaliação tem o objetivo de promover o avanço

do aluno.

Observe algumas ferramentas de avaliação:

Prova

Objetiva

Prova

Dissertativa

Interpretação

de textos

Seminários

Observação

23

FIGURA 9 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO PARA

A DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

Fonte: a autora, 2013.

Os professores precisam estabelecer critérios, dando ênfase à forma de

avaliação que será adotada durante o ano, pois todos os professores devem

seguir a mesma linha na hora de avaliar. Algumas instituições utilizam o

sistema de avaliação contínua, seguido de avaliações objetivas e dissertativas.

As avaliações objetivas são caracterizadas por perguntas e respostas, onde o

aluno deve marcar apenas uma opção, já as dissertativas exigem a capacidade

da escrita relacionada ao tema proposto. Quanto à avaliação contínua, consiste

numa distribuição de pontos baseados em pequenos trabalhos, assiduidade

das tarefas de casa, apresentações na forma de seminários, disciplina, entre

outras.

A maioria dos alunos não demonstra interesse em aprender Geografia,

em muitos casos, os mesmos se preocupam com as disciplinas de Português,

Matemática, Física, entre outras, devido a maiores dificuldades. Além disso, é

visto por parte dos alunos como uma “aula chata”, nessa perspectiva se faz

necessário que o professor de Geografia busque alternativas pedagógicas que

ofereçam atrativos.

Produção de

textos

Interpretação

de fotos,

imagens...

Trabalho

em Grupo

Debate Conselho

de Classe

Relatórios

de aulas de

campo

Construção

de

maquetes

Entre

outras...

24

No caso da Geografia, são diversos os mecanismos que podem ser

usados nesse processo. A seguir algumas dicas que provavelmente servirão

para dinamizar e alcançar objetivos expressivos e satisfatórios:

♦ Iniciar a aula fazendo uma introdução do assunto a ser abordado e dos

objetivos a serem alcançados;

♦ Relembrar o assunto da aula passada para que haja uma ligação entre

os conteúdos;

♦ A utilização de vídeos, jornais, revistas e músicas são importantes

ferramentas para a apropriação de conteúdos;

♦ Incentivos à leitura;

♦ A realização de aulas de campo, fornece um grande potencial para a

aprendizagem, pois se trata da prática, do real, da experiência vivida.

Essas são algumas das possibilidades que o professor dessa fantástica

ciência pode utilizar como ponto de partida para a composição de suas aulas.

No entanto, o que vale mesmo é a criatividade, uma vez que cada professor

possui um estilo próprio e que não existe um modelo padrão para ensinar.

Diferentes estratégias de avaliação não tira a autonomia do professor,

elas somente criam uma situação de flexibilidade na hora de avaliar

individualmente ou em grupo, buscando de forma mais versátil a consolidação

do progresso do aluno.

5 SUGESTÕES DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO

Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de Geografia atreladas

aos fundamentos teóricos das Diretrizes tornam-se importantes instrumentos

para compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e das relações

socioespaciais nas diversas escalas geográficas.

É importante ressaltar, que o objetivo das sugestões a seguir, é

proporcionar uma reflexão como meio de implementação das ferramentas de

avaliação. Lembrando que os professores fazem uso de diversas ferramentas

criteriosas buscando sempre o sucesso da aprendizagem. Esse trabalho

25

sugere uma reflexão sobre como avaliar bem e tornar essa prática prazerosa

para o aluno.

Espera-se que o professor use de sua autonomia e criatividade para

realizar diferentes formas de avaliação no Ensino Fundamental, Médio e EJA.

Na perspectiva de refletir, ampliar e implementar as ferramentas que

objetivam melhorar a prática avaliativa, o professor planejará suas aulas

respeitando a realidade e as necessidades de suas diferentes turmas, níveis de

aprendizagem e escolas de atuação.

5.1 Aula de Campo

FIGURA 10 - POLUIÇÃO HÍDRICA

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Tema: Rio Poluído.

Conteúdo Estruturante: Dimensão socioambiental do espaço geográfico.

Conteúdo Básico: Formação e transformação das paisagens naturais e

culturais.

Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno entenda que o espaço

geográfico é composto pela materialidade (natural e técnica) e pelas ações

sociais, econômicas, culturais e políticas.

26

Sugestão para avaliação: As escolas localizadas nas zonas urbanas,

especialmente nas grandes cidades, se deparam com a presença da poluição

(água, ar, visual, sonora, etc.). Os rios que cortam os centros urbanos são

geralmente, poluídos, por isso é possível visitar esses lugares, fazendo com

que os alunos percebam e conheçam esses problemas ambientais.

Escolha o rio mais próximo da escola, organize grupos de alunos onde

os mesmos poderão identificar a condição ambiental do local. Para isso, o

professor disponibilizará um roteiro, como exemplo:

♦ Localizar o rio e pesquisar informações acerca da extensão e quais outros

municípios são cortados por ele;

♦ Identificar a configuração do regime do rio e a qual bacia hidrográfica ele

pertence;

♦ Analisar por meio dos mapas, o que se encontra nas vertentes do rio, tais

como casas, agricultura, pecuária, indústrias, entre outras;

♦ Verificar a utilização do rio com irrigação, abastecimento urbano, lazer,

produção de energia elétrica, etc.;

♦ Fazer uma caminhada às margens do rio e anotar os aspectos das condições

da cobertura vegetal da mata ciliar, além de enumerar as diversas formas de

poluições existentes e propor possíveis soluções para os problemas;

♦ Concluir o trabalho, fotografando e contextualizando todas as informações

coletadas na visita para num outro momento compartilhar com a turma.

Na volta à escola, o professor questionará os fenômenos observados.

Os alunos, por sua vez, devem buscar fontes que expliquem forma e função da

paisagem da área visitada e devem ser incentivados a conhecer e reconhecer

as transformações históricas observadas no trajeto percorrido (relações

espaços-temporais).

A aula de campo abre, ainda, possibilidades de desenvolver múltiplas

atividades práticas, tais como: consultas bibliográficas (livros e periódicos),

análise de fotos antigas, interpretação de mapas, entrevistas com moradores,

elaboração de maquetes, murais, etc. (NIDELCOFF, 1986).

27

5.2 Recursos áudio visuais

FIGURA 11 – MINERAÇÃO: DIAMANTE

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Tema: Filme – Diamante de Sangue.

Conteúdo Estruturante: Dimensão econômica do espaço geográfico.

Conteúdo Básico: A formação, localização, exploração e utilização dos

recursos naturais.

Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno compreenda a

formação natural e transformação das diferentes paisagens pela ação humana

e sua utilização em diferentes escalas na sociedade capitalista.

Sugestão para avaliação: Os filmes são excelentes recursos didáticos que

tornam as aulas mais interessantes, constituem uma fonte de informação e

cultura e, ao mesmo tempo, contribuem para o processo de ensino e

aprendizagem. A escolha desse recurso e a forma de como abordar o conteúdo

deve ser bastante criteriosa.

Os filmes não podem ser utilizados para substituir um professor ou para

preencher um determinado horário, ao trabalhar com esse recurso, o professor

deverá planejar a aula, de forma a explorar o conteúdo.

Vários conteúdos de Geografia podem ser debatidos através de filmes,

proporcionando condições para uma reflexão crítica de determinados

acontecimentos.

28

Assim, a partir da exibição de um filme, deve-se iniciar uma pesquisa

que se fundamente nas categorias de análise do espaço geográfico e nos

fundamentos teóricos conceituais da Geografia.

O professor poderá solicitar uma produção textual, disponibilizando um

roteiro, tendo como referência o histórico Serra Leoa (país onde se passa o

filme):

♦ A localização geográfica;

♦ A riqueza em diamantes, minerais, ouro, platina, ferro, etc.;

♦ Um dos países mais pobres do mundo;

♦ Os problemas sociais que impedem o seu desenvolvimento;

♦ A alta taxa de mortalidade infantil;

♦ Os conflitos no final da década de 90, entre o governo e a Força Unida

Revolucionária;

♦ As transformações do espaço enfatizando os aspectos econômicos, políticos

e familiares.

Portanto, o uso de recursos audiovisuais como mobilização para a

pesquisa, precisa levar o aluno a duvidar das verdades anunciadas e das

paisagens exibidas. Essa suspeita instigará a busca de outras fontes de

pesquisa para investigação das raízes da configuração socioespacial exibida,

necessária para uma análise crítica (VASCONCELOS, 1993).

29

5.3 Literatura

FIGURA 12 – GENOCÍDIO

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Tema: Análise do poema “A Rosa de Hiroshima”.

Conteúdo Estruturante: Dimensão cultural e demográfica do espaço

geográfico.

Conteúdo Básico: As implicações socioespaciais do processo de

mundialização.

Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno compreenda a

regionalização do espaço mundial e a importância das relações de poder na

configuração das fronteiras e territórios.

Sugestão de avaliação: Através da análise do poema “A Rosa de Hiroshima”

é possível a abordagem sobre a Segunda Guerra Mundial, que teve um

desfecho que deu mostras do poder bélico dos Estados Unidos: as cidades

japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram completamente destruídas, numa

demonstração desnecessária de força nuclear.

É possível destacar para os alunos o contexto histórico em que

ocorreram esses ataques, visto que os Estados Unidos já iniciava um confronto

ideológico com a União das Repúblicas Socialista Soviéticas (URSS), que

desencadeou na chamada “Guerra Fria”.

30

O ataque provocou a morte de milhares de pessoas em Hiroshima, além

do desenvolvimento de enfermidades na população e desastres ambientais.

O professor poderá avaliar seus alunos utilizando cada verso do poema

para explicar todo o conteúdo desse aterrorizante acontecimento e,

posteriormente, solicitar:

♦ Leitura do poema;

♦ Apresentação do poema na forma de canção;

♦ Reflexão e debate no grande grupo sobre o acontecimento;

♦ Pesquisa sobre os efeitos da radioatividade;

♦ Pesquisa sobre como são essas cidades hoje;

♦ Produção de texto sobre as consequências desse bombardeio nuclear.

A prática docente no ensino e consequentemente na avaliação da

Geografia pode ser viabilizada por instrumentos menos convencionais no

cotidiano escolar que podem enriquecer o processo de ensino e aprendizagem.

A literatura, em seus diversos gêneros, pode ser instrumento mediador

para a compreensão dos processos de produção e organização espacial; dos

conceitos fundamentais à abordagem geográfica e, também, instrumento de

problematização dos conteúdos (BASTOS, 1998).

31

5.4 Cartografia

FIGURA 13 – BRASIL: DIVISÃO REGIONAL DO IBGE

Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.

Tema: A utilização de mapas no ensino da Geografia

Conteúdo Estruturante: Dimensão política do espaço geográfico.

Conteúdo Básico: As diversas regionalizações do espaço brasileiro.

Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno identifique o processo

de formação do território brasileiro e as diferentes formas de regionalização do

espaço geográfico.

Sugestão para avaliação: A utilização de mapas nas aulas de Geografia é de

fundamental importância, e de grande valia no estudo de diversos temas,

como: vegetação, clima, relevo ou qualquer outro relacionado a questões

ambientais. Muitos alunos não sabem se orientar, não tem noção das direções

leste, oeste, norte e sul, além disso, muitas vezes, não conseguem situar-se

em nível regional ou global.

O uso de mapas deve fazer parte de todas as aulas de Geografia. A

partir da observação é possível instituir comparações, conhecer dados e

realidades inerentes a um determinado assunto. Em um mapa pode ser

32

desenvolvida uma leitura ou interpretação de dados sobre localização, escala,

legenda, etc.

Durante muito tempo os mapas foram considerados um instrumental

básico da Geografia, usados apenas para a localização e descrição dos

fenômenos espaciais. Não havia, no trabalho metodológico cartográfico, a

preocupação em explicar o ordenamento territorial da sociedade.

Ao final da década de 1980, as pesquisas e os estudos desenvolvidos

por muitos profissionais trouxeram de volta as discussões sobre a importância

do uso da linguagem cartográfica no ensino de Geografia (KATUTA, 2002).

Para tornar uma ferramenta de avaliação mais atrativa, o professor

poderá realizar uma atividade (individual ou em grupo) com o mapa regional do

Brasil. É uma atividade simples e extremamente eficaz, pois proporciona a

participação de todos.

Sugestões de perguntas:

♦ Identifique as regiões do Brasil e estabeleça uma legenda de cores para

cada região;

♦ Quais os complexos regionais do Brasil e seus respectivos Estados;

♦ Identificar qual é a maior região e qual é a menor;

♦ Estabelecer a quantidade de Estados por região e fazer comparações;

♦ A região brasileira mais populosa;

♦ As principais atividades econômicas de cada região.

Ao apropriar-se da linguagem cartográfica, o aluno estará apto a

reconhecer representações de realidades mais complexas, que exigem maior

nível de abstração.

33

5.5 Explorando o Google Earth

Com o surgimento de novas tecnologias, os conteúdos de Geografia

podem ser trabalhados com o auxílio do programa Google Earth.

O que é o Google Earth?

O Google Earth é um programa de computador desenvolvido pela

empresa americana Google, cuja função é apresentar um modelo

tridimensional do globo terrestre, construído a partir de mosaico de imagens de

satélite. Com isso, é possível identificar lugares, construções, cidades,

paisagens, entre outros elementos.

Neste sentido, destaca-se a importância do professor assumir seu papel

de mediador do processo de ensino e aprendizagem. A utilização deste

programa como recurso didático permite estimular o senso crítico dos alunos,

bem como seu raciocínio.

O programa Google Earth não deve se dar de forma passiva pelo aluno,

o que significaria uma simples exposição direta; ao contrário, o que se propõe é

que haja uma intensa atuação do professor visando melhorar e expandir o

conhecimento do aluno.

É importante ressaltar que a realização dessa atividade é um desafio,

uma vez que não se pode limitar a mera transferência de informações, mas

refletir e trabalhar suas relações com os conteúdos curriculares, buscando a

construção de conhecimento.

Um importante pressuposto metodológico para a construção do

conhecimento em sala de aula é a contextualização do conteúdo. Na

perspectiva das Diretrizes,

Contextualizar o conteúdo é mais do que relacioná-lo à realidade vivida do aluno, é, principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, em manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas (PARANÁ, 2008).

Através das imagens, é possível:

♦ Observar um lugar em três dimensões, partindo do espaço do aluno (casa,

bairro, escola, etc.);

34

♦ Selecionar um lugar especifico e aproximar deste, a atmosfera em diferentes

alturas, menor a altura maior os detalhes;

♦ Observar cidades de diversos países, ir de um país a outro, de um continente

a outro, cruzar oceanos, desertos e selvas;

♦ Conhecer os nomes dos países, suas principais cidades, população, mares,

lagos, rios, vulcões, acidentes geográficos mais importantes;

♦ Observar patrimônios culturais, religiosos e históricos. Assim como casas e

edifícios;

♦ Ver em perspectiva a visualização dos territórios;

♦ Visualizar meridianos, paralelos e trópicos.

Espera-se desse recurso, a contribuição com os sujeitos da educação no

âmbito de implementar as ferramentas avaliativas, inserindo novas tecnologias

na escola, despertando nos alunos o interesse e a compreensão das inovações

tecnológicas e suas relações com o espaço.

Através das sugestões apresentadas, o professor proporcionará aos

seus alunos uma ampliação na capacidade de melhor conhecer e analisar o

espaço geográfico formando conceitos dessa disciplina de maneira cada vez

mais rica.

Nas figuras 14, 15 e 16, é possível observar o município de Curitiba, em

seguida o Bairro onde o colégio está inserido e por fim, a imagem

apresentando com detalhes o colégio onde a prática pedagógica será

realizada. Dessa forma, trabalha-se com o aluno a escala do regional ao local e

explora os elementos geográficos do seu cotidiano.

Assim, como avaliação dessa atividade, sugere-se ao aluno:

♦ Identificar qual das imagens possui maior e menor escala de acordo com os

detalhes observados nas imagens;

♦ Identificar e traçar os elementos presentes no Bairro onde o colégio está

inserido, como hospital, shopping, colégio, comércio, posto de gasolina, igrejas,

entre outros.

35

Assim, poderá ser avaliado se o aluno consegue relacionar a visão

horizontal (aquela que ele pratica no dia a dia) com a visão vertical obtida nas

imagens.

FIGURA 14 – IMAGEM DE CURITIBA

Fonte: Google Earth, acesso em 19/11/2013.

FIGURA 15 – CURITIBA / BAIRRO REBOUÇAS

Fonte: Google Earth, acesso em 19/11/2013.

36

FIGURA 16 – CURITIBA / BAIRRO REBOUÇAS /COLÉGIO DR. XAVIER DA SILVA

Fonte: Google Earth, acesso em 19/11/2013.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A função seletiva e eliminatória da avaliação é responsabilidade de

todos! Enquanto avaliamos, exercemos um ato político, mesmo quando não o

pretendemos. Tanto as ações individualizadas, quanto a omissão na discussão

dessa questão reforçam a manutenção das desigualdades sociais. A avaliação

é uma prática coletiva que exige a consciência crítica e responsável de todos

na problematização das situações.

No âmbito da educação, o conceito de avaliação foi objeto, nos últimos

30 anos, de um otimismo crescente. Embora, atualmente, muitos

questionamentos vêm sendo levantados e estudados, os próprios professores,

gestores e equipe pedagógica colocam em cheque as maneiras, os modos, ou

as metodologias utilizadas no ato de avaliar.

Necessitamos “aprender a avaliar”, pois ainda estamos mais

examinando do que avaliando. Nosso senso comum, na vida escolar, é de

examinadores e não de avaliadores.

37

Para distinguir o ato de examinar ou de avaliar na escola, vejamos:

O aluno não vai para a escola para ser submetido a um processo

seletivo, mas sim para aprender e, para tanto, necessita do investimento da

escola e de seus educadores. Não interessa ao sistema escolar que os alunos

sejam reprovados, interessa que eles aprendam e, consequentemente, por

terem aprendido, sejam aprovados. E o investimento necessário para alcançar

essa tarefa é conseguir o sucesso na aprendizagem.

Há necessidade, entre nós educadores, de investir na “aprendizagem da

avaliação”, pois essa é uma habilidade que necessitamos adquirir. O que

significa “aprender a avaliar”? Significa aprofundar nos conceitos teóricos sobre

avaliação, e concomitante a isso, aprender a praticar a avaliação, traduzindo-a

em atos do cotidiano.

Também é importante que o educador considere o meio sociocultural e

as habilidades dos alunos, tornando a prova significativa e enriquecedora para

o conhecimento. Apesar disso, a prova não deve ser o único método de

avaliação, pois outros aspectos contribuem para o processo de ensino e

aprendizagem.

Avaliar = caracteriza-se

pelo diagnóstico e

inclusão do educando

Examinar = caracteriza-

se pela classificação e

seletividade do

educando

38

7 REFERÊNCIAS

ARTIGO Inserção do Google Earth no ensino de Geografia. Disponível em www.unifra.br/.../artigos/geografia. Acesso em 18/11/2013. Autores???? BRASIL. Lei Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/19394.htm. Acesso em: 15 jun. 2013.

HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL. Disponível em: www.ia.ufrrj.br/ppgea/conteudo/conteudo-2009-1/Educacao-MII/

HOFFMANN, J. Avaliação Mito & Desafio Uma perspectiva construtivista.

Porto Alegre: Editora Mediação, 21ª Edição, 1996.

___________ . Avaliação Mediadora. Uma prática em construção da pré-

escola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 10ª Edição, 1997.

__________ . O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Editora

Mediação, 2005.

IMAGENS. Disponível em: http://search.creativecommons.org/. Acesso em 03/09/2013. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/recursosdidaticos/imagens. Acesso em 03/09/2013. http://www.google.com/intl/pt-PT/earth. Acesso em 19/11/2013.

LIBÂNEO. J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. LUCKESI. C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez Editora, 3ª Edição, 1996. _______ . Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Editora Cortez, 22ª Edição, 2011. _______. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições http://www.slideshare.net/BrbaraFloriano/avaliao-da-aprendizagem-escolar2012. Acesso em 08/09/2013.

39

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Geografia. 2008. ______ . O que são critérios de avaliação? Curitiba: SEED, 2008. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=33. Acesso em 23 maio. 2013. ______ . http://www.educacao.pr.gov.br/educadores/recursosdidaticos. Acesso em 03/09/2013. PERRENOUD. P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Tradução: Cláudia Schilling. Porto Alegre: Editora Artmed, 2002. POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva, Ensino Fundamental, Médio e EJA. Acesso em abril. 2013.

40

8 APÊNDICE

QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES De acordo com o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva:

“A avaliação é parte do processo de ensino –aprendizagem, por isso, é fundamental que a avaliação seja mais do que a definição de uma nota ou um conceito. É imprescindível que seja contínua e priorize a qualidade e o processo de aprendizagem. A avaliação poderá ser formativa, devendo ser diagnóstica e continuada, permitindo que o professor procure caminhos para que todos os alunos aprendam e participem mais das aulas. Assim, em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve usar instrumentos de avaliação diversificados”.

Diante do exposto:

1. A proposta de avaliação contemplada no Projeto Político Pedagógico é

condizente com a praticada na sala de aula e com a realidade dos

alunos?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

2. Qual a sua concepção sobre “avaliação”?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

3. Quais os limites e as possibilidades que o professor de Geografia

encontra no ato de avaliar?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

41

4. No ato de avaliar, é possível:

a) constatar nos alunos um momento de gosto e de prazer?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

b) constatar a evolução no aprendizado do aluno?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Quais são os tipos de avaliação utilizadas para implementar essa

prática?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

6. No dia a dia, o professor se sente seguro em propor diferentes formas

de avaliação visando à melhoria da aprendizagem na disciplina?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

7. Tanto o “sucesso/insucesso” como o “acerto/erro” podem ser utilizados

como fonte de virtude na aprendizagem escolar.

Como o professor analisa essa situação diante dos resultados das

avaliações?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

8. As avaliações ainda são motivo de controle, por parte dos professores,

os quais se preocupam somente com o ato de avaliar, e não com a

42

formação de construção do conhecimento?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

9. A Escola proporciona um momento de discussão sobre avaliação da

aprendizagem? O professor considera válido esse momento?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

43