Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
EDRIANI DONIZETE LABEGALINI BARBOSA
AS DIVERSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIAR O ENSINO DA GEOGRAFIA
Orientador IES: Elaine de Cacia de Lima Frick
CURITIBA, 2013
Estado do Paraná Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento Educacional
EDRIANI DONIZETE LABEGALINI BARBOSA
AS DIVERSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIAR O ENSINO DA GEOGRAFIA
Produção Didático-pedagógica, apresentada à Secretaria de Estado da Educação e à Universidade Federal do Paraná, como requisito de avaliação parcial do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná - PDE, sob orientação da Prof. Elaine
de Cácia de Lima Frick.
CURITIBA, 2013
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 1
2 A EVOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO ..................................................................... 3
2.1 Conceitos Básicos de Avaliação e Medida segundo alguns autores ....... 5
2.2 A proposta de avaliação fundamentada nas Diretrizes Curriculares........ 7
2.3 Práticas avaliativas contempladas no Projeto Político Pedagógico
do Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva .............................................................9
3 CONCEITOS A SEREM ABORDADOS EM GEOGRAFIA.............................10
3.1 Espaço Geográfico .................................................................................10
3.2 Paisagem.................................................................................................11
3.3 Região......................................................................................................13
3.4 Lugar........................................................................................................14
3.5 Território...................................................................................................16
3.6 Natureza..................................................................................................17
3.7 Sociedade................................................................................................19
4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA................................20
4.1 Como trabalhar e como avaliar a Geografia.............................................22
5 SUGESTÕES DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO....................................25
5.1 Aula de campo..........................................................................................26
5.2 Recursos áudio visuais.............................................................................28
5.3 Literatura...................................................................................................30
5.4 Cartografia................................................................................................32
5.5 Explorando o Google Earth.......................................................................34
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................37
7 REFERÊNCIAS .............................................................................................39
8 APÊNDICE.....................................................................................................41
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: AS DIVERSAS POSSIBILIDADES PARA AVALIAR O ENSINO DA GEOGRAFIA
Autor Edriani Donizete Labegalini Barbosa
Disciplina/Área Geografia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva
Avenida Silva Jardim, 613, Bairro Rebouças
Município da escola Curitiba
Núcleo Regional de Educação Curitiba
Professor Orientador Elaine de Cacia de Lima Frick
Instituição de Ensino Superior UFPR
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo
Professores do Ensino Fundamental, Médio e EJA
Resumo
A avaliação é um processo intencional, sistemático, contínuo, inclusivo, integral, de análise e de crítica, visando a transformação; deve ser realizado de acordo com os objetivos educacionais propostos, resultando numa apreciação qualitativa sobre o ensino e a aprendizagem, auxiliando o professor na tomada de decisões sobre o trabalho docente. A avaliação tem a função de alimentar, sustentar e orientar o processo ensino-aprendizagem. Não pode ser um instrumento de discriminação e seleção social, de punição e/ou rejeição, mas sim, de investigação, reflexão, construção do conhecimento pelo aluno, mediados pela ação do professor. O processo avaliativo deve refletir a realidade, a Legislação em vigor, as concepções educacionais que fundamentam o trabalho docente, a experiência individual e coletiva e os princípios que norteiam o Projeto Político Pedagógico.
Palavras-chave Avaliação – Reflexão – Implementação – Ensino -Aprendizagem
1 APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática apresenta sugestões como ferramentas
avaliativas que ajudarão na implementação do ato de avaliar, como alternativas
metodológicas para as aulas de Geografia.
Este material será apresentado aos professores de Geografia do Colégio
Estadual Dr. Xavier da Silva, Curitiba/Paraná.
Busca-se nesta Unidade Didática, aplicar um questionário1 para os
professores de Geografia, propondo uma reflexão sobre as diferentes formas e
possibilidades de avaliação, objetivando implementar as ferramentas já
utilizadas como meios que possam resultar na melhoria do processo de ensino-
aprendizagem.
Espera-se com esta Unidade Didática que os professores tenham um
olhar diferenciado sobre a prática da avaliação e que essa prática possa
resultar na melhoria da aprendizagem dos alunos.
Sendo assim, justifica-se com esta temática uma análise dos limites e
das possibilidades que os professores de Geografia encontram no momento
em que avaliam seus alunos.
A ação de avaliar sugere coleta, análise e síntese das informações que
representam o elemento da avaliação, [...], que se processa a partir da
comparação da configuração do objeto avaliado com um padrão de qualidade
previamente estabelecido para aquele tipo de objeto (LUCKESI, 2005, p. 93).
Portanto, a preparação de um plano de trabalho docente deve abranger
a escolha de conteúdos, os objetivos a serem alcançados, o encaminhamento
metodológico, as ferramentas e seus critérios de avaliação. Esses critérios de
avaliação podem ser compreendidos como dados básicos para o
desenvolvimento das perspectivas de avaliação debatidas por Hoffmann (2005)
e Luckesi (2005). Uma avaliação mediadora e que procure um repensar do
processo ensino-aprendizagem precisa, primeiramente, de critérios de
avaliação vinculados aos objetivos instituídos para o ensino de um dado
conteúdo.
1 Consta no apêndice o questionário.
1
Na avaliação, os critérios estão vinculados aos conteúdos, com a
finalidade de observar o processo de aprendizagem dos alunos. Esse propósito
ressalta-se na escolha dos conteúdos realizada pelo professor com fins
determinados em seu plano de trabalho, visto que carregam uma percepção do
mundo que será percebida por meio de conhecimentos produzidos
historicamente. Segundo a Coordenação de Gestão Escolar (CGE),
Os critérios decorrem dos conteúdos, isto é, uma vez selecionados os conteúdos essenciais que serão sistematizados, cabe ao professor definir os critérios que serão utilizados para avaliar o conhecimento do aluno (PARANÁ, 2008, p. 1-2).
De modo algum, os critérios de avaliação podem ser tomados como
instrumentos de avaliação – métodos usados para avaliar, isto é, exames,
sínteses, seminários, provas, produção de maquetes, de textos entre outras,
porém, entendidos como contribuições para o trabalho com certo conteúdo de
modo diferente, tornando claros os objetivos a serem atingidos pelos alunos,
isto é, as perspectivas de aprendizagem acerca do conteúdo trabalhado. Deste
modo, não é suficiente somente fazer uma seleção dos conteúdos, mas é
preciso que se definam os objetivos, idealizar uma metodologia propícia e
escolher instrumentos que atinjam os critérios pré-estabelecidos.
Os critérios de avaliação precisam ser coesos ao conteúdo, quer dizer,
compreender o que se busca com a discussão e terem lógica com os objetivos
de todos os conteúdos. Ademais, é inviável os critérios como simples
formalidade, mas esclarecer ao aluno o valor deles em seu aprendizado, o que
demanda a compreensão inicial vinda do professor. Aplicam-se esses
referenciais à diferentes disciplinas escolares, porém nesse trabalho, de modo
específico, o foco é a avaliação em Geografia.
2
2 A EVOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO
Desde os tempos mais remotos, em algumas tribos, os jovens só
passavam a serem considerados adultos após terem sido aprovados em uma
prova referente aos seus usos e costumes. Há milênios atrás, chineses e
gregos já criavam critérios para selecionar indivíduos para assumir
determinados trabalhos (DIAS2 citado por ROSSATO, 2004). Na Grécia,
Sócrates, sugeria a auto-avaliação – O conhecer-te a ti mesmo – como
requisito para chegar a verdade. Uma outra forma de avaliação era realizada
através de exercícios orais utilizados pelas universidades medievais e mais
tarde pelos Jesuítas. Na Idade Média, as universidades tinham como objetivo
principal a formação de professores. Os alunos que completavam o
bacharelado precisavam ser aprovados em um exame para poder ensinar e os
mestres só recebiam o título de doutor se lessem publicamente o “Livro das
Sentenças” de Pedro Lombardo ou posteriormente se defendessem teses
(SOEIRO e AVELINE3 citado por ROSSATO, 2004).
A avaliação começa a assumir uma forma mais estruturada apenas
depois do século XVIII, onde começaram a serem formadas as primeiras
escolas modernas, os livros passaram a serem acessíveis a todos e criaram-se
as bibliotecas. Nesta época, devido à utilização de exames como forma de
avaliação, esta ficou associada à ideia de exames.
Nossa história da avaliação da aprendizagem é recente, enquanto que
nossa história de exames escolares é um tanto mais longa. Os exames
escolares que conhecemos e ainda aplicamos foram sistematizados entre os
séculos XVI e XVII. A escola que conhecemos hoje é a escola da modernidade
e, junto com ela foram sistematizados os exames escolares, da forma como
genericamente eles ainda ocorrem hoje. Nesse longo período ocorreram
mudanças, porém superficiais, na medida em que o núcleo do modo de agir se
cimentou ao longo desses anos, impregnando nosso modo de conduzir no
processo de acompanhar a aprendizagem dos nossos educandos. Os exames
escolares, da forma como foram sistematizados nesse período tem
aproximadamente 500 anos de vigência.
2 DIAS SOBRINHO, José. Universidade e Avaliação: entre a ética e o mercado. Florianópolis: Insular, 2002. 3 SOEIRO, Leda & AVELINE, Suelly. Avaliação Educacional. Porto Alegre: Sulinas, 1982.
3
A avaliação da aprendizagem somente começou a ser proposta,
compreendida e divulgada a partir de 1930, quando Ralph Tyler cunhou essa
expressão para dizer do cuidado necessário que os educadores necessitam ter
com a aprendizagem de seus educandos. Nesse período, ele estava
preocupado com o fato de que a cada cem crianças que ingressavam na
escola, somente trinta eram aprovadas, ou seja, anualmente, permanecia um
resíduo de setenta reprovados, o que em síntese, supostamente significaria
que elas não tinham processado uma aprendizagem satisfatória. Supostamente
devido não haver controle dos recursos técnicos que eram utilizados, naquele
momento histórico, para aquilatar (avaliar) a aprendizagem dos educandos.
Esse educador propôs que se pensasse e usasse uma prática
pedagógica eficiente e estabeleceu o “ensino por objetivos”, o que significava
estabelecer o que o educando deveria aprender e o que o educador
necessitava fazer para que o educando efetivamente aprendesse. E para
construir os resultados desejados propôs um sistema de ensino, que seria o
mais óbvio possível:
FIGURA 1 – SISTEMA DE ENSINO OBJETIVANDO A APRENDIZAGEM
Fonte: Adaptado pela autora (RALLPH TYLER, CITADO POR LUCKESI, 2011)
Se a aprendizagem
for satisfatória,
seguir em frente
Caso seja
insatisfatória,
reorientar, tendo em
vista resultado
satisfatório
Ensinar alguma
coisa
Diagnosticar sua
aprendizagem
4
E ainda hoje, após oitenta anos da proposição desse esquema, ele
ainda não conseguiu ter vigência significativa nos meios educacionais. No
Brasil, começamos a falar em avaliação da aprendizagem no final dos anos de
1960 e início dos anos 1970 do século XX, portanto temos cerca de 40 anos
tratando desse tema e dessa prática escolar.
A LDB4 de 1961 contém um capítulo sobre os exames escolares e a Lei
5692/71 deixou de utilizar a expressão “exames escolares” e passou a usar a
expressão “aferição do aproveitamento escolar”. Somente a LDB/96 se serviu
da expressão “avaliação da aprendizagem” no corpo legislativo.
Todos esses fatos no campo da avaliação deram origem a sua
conformação atual. Ainda hoje existe um certo conflito entre a utilização de
métodos quantitativos que coloca na discussão a real finalidade da avaliação,
configurando-se dessa maneira uma questão filosófica.
Em nossas escolas e nos diversos níveis de ensino, praticamos muito
mais exames escolares do que avaliação da aprendizagem.
2.1 Conceitos básicos de AAvvaalliiaaççããoo e MMeeddiiddaa55 segundo alguns autores
AAvvaalliiaaççããoo
4 Lei de Diretrizes e Bases 5 Medida no sentido de “medir o aprendizado”
“Avaliação escolar é um componente do processo de ensino que visa,
através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a
correspondência destes com os objetivos propostos e daí orientar a
tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes”.
(LIBÂNEO, 1994).
“Avaliação escolar é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do
processo ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões
sobre o seu trabalho”. (LUCKESI, 1986).
5
MMeeddiiddaa
De acordo com Costa, (2005, p. 54) “medir é um processo de determinar a
extensão de uma característica pertencente a um objeto ou a uma pessoa”.
Para Saul (1994), a avaliação consiste num “processo de análise e crítica de
uma dada realidade visando a sua transformação”.
Abramowicz (2003), vê a avaliação “como um processo dialógico, interativo,
que visa fazer do indivíduo um ser melhor, mais crítico, mais criativo, mais
autônomo, mais participativo”. Acredita “numa avaliação que leve a uma
ação transformadora e também com sentido de promoção social, de
coletividade, de humanização”.
Segundo Lindeman (1972), citado por Hoffmann (1991, p. 47), “pelo seu
significado próprio, medimos extensão, quantidade, volumes e outros
atributos dos objetos e fenômenos. O que medimos deve ser
invariavelmente expresso em escalas ou graus numéricos”.
Medida tem sido um ato necessário praticado nas escolas porque é, a partir
dela, que se pode dar os passos seguintes da aferição da aprendizagem. Já
avaliar “é o ato de comparar uma medida com um padrão e de emitir um
julgamento sobre a comparação” (COSTA, 2005: 54), por exemplo: o quanto
esse aluno é bom ou “ruim” naquilo que se está avaliando.
6
2.2 A Proposta de Avaliação Fundamentada nas Diretrizes Curriculares
A LDBEN6 determina que a avaliação do processo de ensino-
aprendizagem seja formativa, diagnóstica e processual.
Propõe-se, nas Diretrizes, que a avaliação deve tanto acompanhar a
aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Para isso,
deve-se constituir uma contínua ação reflexiva sobre o fazer pedagógico.
Nessa perspectiva,
A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo (como hoje é concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento (HOFFMANN, 1993, p. 21).
Assim, recomenda-se que a avaliação em Geografia seja mais do que a
definição de uma nota ou conceito. O processo de avaliação deve considerar,
na mudança de pensamento e atitude do aluno, alguns elementos que
demonstram o êxito do processo de ensino/aprendizagem, quais sejam: a
aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos alunos.
Ao destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino e da
6 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Segundo Hoffman (1991, p. 47) “a expressão MEDIDA, em educação, adquiriu
uma conotação ampla e difusa”, pois nem todos os fenômenos podem ser
medidos por não existir instrumentos e por não admitirem tal precisão
numérica, como o amor, a tristeza e outros sentimentos apresentados pelos
humanos. É possível medir sim, a freqüência dos alunos às aulas, medir ou
contar o número de acertos em uma tarefa, o números de livros lidos ou de
trabalhos entregues, porém não é desta forma que medida é entendida e
utilizada pelos professores.
7
aprendizagem, rompe-se a concepção pedagógica da escola tradicional que
destacava tão somente a memorização, a obediência e a passividade.
A prática docente, sob os fundamentos teórico-metodológicos discutidos
nas Diretrizes, contribui para a formação de um aluno crítico, que atua em seu
meio natural e cultural e, portanto, é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo
transformar esse meio. É esse resultado que se espera constatar no processo
de avaliação do ensino de Geografia.
Para isso, destacam-se como os principais critérios de avaliação em
Geografia a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das
relações sócio-espaciais para a compreensão e intervenção na realidade.
Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de
avaliação. Ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor poderá
utilizar técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de expressão
dos alunos.
A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto
acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do
professor. Ela permite a melhoria do processo pedagógico somente quando se
constitui numa ação reflexiva sobre o fazer pedagógico. Nas Diretrizes,
valoriza-se a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso,
avaliar a realidade sócio-espacial em que vive, sob a perspectiva de
transformá-la, onde quer que esteja.
8
2.3 Práticas Avaliativas Contempladas no Projeto Político Pedagógico do
Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva
O Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva contempla em seu Projeto
Político Pedagógico que “a avaliação é parte integrante do trabalho realizado
em sala de aula e tem como principal objetivo ajudar o aluno a aprender”.
“A avaliação é um processo natural, que nos permite ter consciência do
que fazemos, da qualidade do que fazemos e das conseqüências que
acarretam nossas ações”.
“Notas e conceitos expressam a qualidade que se atribui à
aprendizagem do educando”.
“Avaliando o progresso do aluno, concebe-se uma fonte de dados para o
professor prosseguir com o trabalho iniciado ou retomar, revisar e ajustar o que
não foi assimilado; é acompanhar o processo de construção do conhecimento
do educando”. “Mudar a avaliação é mudar a Escola” (PERRENOUD, 1993).
Sob esta perspectiva, a avaliação está presente em todo o momento de
nossas vidas, valendo-se de julgamentos pré-determinados e alicerçados aos
nossos valores.
Assim, as atividades desempenhadas pelos homens são objetos de
avaliação, seja propositadamente ou não, mas sempre sujeitas ao julgamento,
à comparação, apenas para chegar a uma conclusão, ou para tomar uma
decisão com base em critérios sistematizados. Até mesmo na execução das
ações mais simples do nosso cotidiano, a avaliação aparece de forma quase
que espontânea ou naturalizada, como meio para acertar o percurso do
caminho, a ser percorrido, garantindo que seja concluído conforme nosso
desejo.
De nada adianta mudar ferramentas, se o professor continuar
classificando alunos em bons e maus. Quem quer fazer uma avaliação mais
justa para ajudar o aluno a superar suas dificuldades deverá começar mudando
sua intenção no ato de avaliar.
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3 CONCEITOS A SEREM ABORDADOS EM GEOGRAFIA
3.1 Espaço Geográfico
FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Fonte: search creative commons, acesso em 03/09/2013.
A análise acerca do ensino da geografia começa pela compreensão do
seu objeto de estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter
algum consenso, sempre relativo, em torno da ideia de que o espaço
geográfico é o foco da análise. Entretanto, a expressão espaço geográfico,
bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região,
território, natureza, sociedade – não se autoexplicam. Ao contrário, são termos
que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se
vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas.
Nas Diretrizes Curriculares, o objeto de estudo da Geografia é o espaço
geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade
(LEFEBVRE, 1974).
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3.2 Paisagem
FIGURA 3 – VEGETAÇÃO: PINHEIRO DO PARANÁ
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
O conceito de paisagem, na discussão da Geografia, começou a ser
sistematizado no final do século XIX, a partir do pensamento naturalista e foi
marcado pela dicotomia entre paisagem natural e paisagem humanizada ou
cultural.
A paisagem natural era definida pela composição orgânica dos
elementos naturais (clima, vegetação, relevo, solo, fauna, hidrografia, etc.) que
diferenciavam áreas de extensões variáveis. A paisagem cultural, por sua vez,
era vista como resultado de um relacionamento harmonioso entre os
objetos/elementos naturais e o homem, agente que se adaptava às condições
O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também
contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não
considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se
dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que
ao longo da história vão sendo substituídos por objetos técnicos,
mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial
tenda a funcionar como uma máquina (SANTOS, 1996, p. 51).
11
naturais (em termos biológicos) e, também, usava elementos do meio em seu
benefício, por meio de técnicas que era capaz de desenvolver.
Segundo Cavalcanti (2005), para analisar a paisagem e atingir o
significado de espaço é necessário que os alunos compreendam que a
paisagem atende a funções sociais diferentes, é heterogênea, porque é um
conjunto de objetos com diferentes datações e está em constante processo de
mudança. Portanto, a análise pedagógica da paisagem deve ser no sentido de
uma aproximação do real estudado, por meio de diferentes linguagens.
[...] nossa tarefa é a de ultrapassar a paisagem como aspecto, para
chegar ao seu significado. [...] a paisagem é materialidade, formada por
objetos materiais e não-materiais. [...] fonte de relações sociais [...]
materialização de um instante da sociedade. [...] O espaço resulta do
casamento da sociedade com a paisagem. O espaço contém o movimento.
Por isso, paisagem e espaço são um par dialético (SANTOS, 1988, p. 71-
72).
12
3.3 Região
FIGURA 4 – IMAGEM DE SATÉLITE
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
A palavra região, antes mesmo de compor o quadro teórico da
Geografia, já era tomada para designar a relação entre uma determinada área
e o poder político administrativo exercido sobre ela, “nos tempos do Império
Romano [região] era a denominação utilizada para designar áreas que, ainda
que dispusessem de uma administração local, estavam subordinadas às regras
gerais e hegemônicas das magistraturas sediadas em Roma” (GOMES, 2005,
p. 50).
Pensar o espaço, regionalmente, foi importante para as estratégias
político-administrativas ao longo de toda a história, porém, a formulação
científica do conceito de região deu-se somente a partir do século XIX como
parte dos esforços científicos na Geografia.
13
Por muito tempo e até as primeiras décadas do século XX
É significativo que, ao trabalhar com o conceito de região propicie a
compreensão do fenômeno regional num processo histórico e social
responsável por diferenças entre áreas, em diferentes escalas. Ainda é
importante que os alunos compreendam a regionalização como um recorte de
uma totalidade social.
3.4 Lugar
FIGURA 5 – MUSEU OSCAR NIEMEYER
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
[...] as regiões foram configurando-se por meio de processos orgânicos,
expressos através da territorialidade absoluta de um grupo, onde
prevaleciam suas características de identidade, exclusividade e limites,
devidas à presença desse grupo, sem outra mediação. A diferença entre
áreas se devia a essa relação direta como o entorno. Podemos dizer que,
então, a solidariedade característica da região ocorria, quase que
exclusivamente, em função de arranjos locais (SANTOS, 1996, p. 197).
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O conceito de lugar, de início tomado sob perspectivas teóricas e
políticas conservadoras, foi, mais recentemente, ressignificado.
As vertentes humanística e crítica da Geografia ultrapassaram a
concepção de lugar como localização absoluta e, de diferentes modos,
trouxeram a discussão dos aspectos relativo e relacional dos lugares.
Para a Geografia Humanística, o lugar é conceito chave, entendido
como o espaço vivido, dotado de valor pelo sujeito que nele vive. Enquanto o
espaço se caracteriza pelo indiferenciado, abstrato e amplo, o lugar é onde a
vida se realiza, é familiar, carregado de afetividade, o que o torna subjetivo em
extensão e conteúdo, bem como em forma e significado.
A Geografia Crítica, por sua vez, tem outra interpretação do conceito de
lugar. Em suas mais recentes elaborações teóricas, não desprezou a dimensão
subjetiva desse conceito, mas valorizou suas determinações político-
econômicas em relação às demais escalas geográficas. Assim, os lugares
podem ser, a um só tempo, espaços do singular e locais da realização do
global, o que possibilita tornarem-se arenas de combate.
Nas Diretrizes, adota-se o conceito de lugar, desenvolvido pela vertente
crítica da Geografia, porque por um lado é o espaço onde o particular, o
histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes, revelando
especificidades, subjetividades e racionalidades.
Essa conceituação não poderia ser de outra forma, pois algumas
características fundamentais do humanismo foram retomadas por essa
vertente do pensamento geográfico, a saber: a visão antropocêntrica do
saber; a posição epistemológica holística, o homem considerado como
produtor de cultura e o método hermenêutico pelo qual o geógrafo é um
observador privilegiado, capaz de interpretar (GOMES, 2005, p. 310-311).
15
3.5 Território
FIGURA 6 – POVOS INDÍGENAS
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Território é um conceito ligado às relações que se estabelecem entre
espaço e poder e, atualmente, é tratado nas mais diversas escalas geográficas
e sob diferentes perspectivas teóricas.
Historicamente, o conceito de território vinculou-se, durante muito tempo,
tão somente à idéia de território nacional. No pensamento geográfico
sistematizado, essa vinculação apareceu com força na teoria do espaço vital
desenvolvida pela escola alemã da Geografia Clássica.
Considera-se que o conceito de território deve ser abordado a partir de
relações políticas que, nas mais variadas escalas, constituem territórios,
cartografados ou não, claramente delimitados ou não; desde os que se
manifestam nos espaços urbanos, como os territórios do tráfico, da prostituição
ou da segregação socioeconômica, até os regionais, internacionais e globais.
O território [...] é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por
e a partir de relações de poder (...). Todo espaço definido e delimitado
por e a partir de relações de poder é um território, do quarteirão
aterrorizado por uma gangue de jovens até o bloco constituído pelos
países membros da OTAN (SOUZA, 1995, p. 78-111).
16
Por isso, diz que, hoje, o conceito de território é fundamental para a
análise do espaço geográfico e a compreensão da relação entre o global e o
local, da tensão que existe entre a vontade dos interesses hegemônicos
constituírem territórios globais (desterritorializados para muitos sujeitos sociais
que neles se movimentam), gerenciados, por exemplo, pelo Banco Mundial e
pelo FMI, e a vontade dos interesses locais, da sociedade territorializada,
estabelecida no lugar.
3.6 Natureza
FIGURA 7 – HIDROGRAFIA: RIO IGUAÇU
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Ao prosseguir esta análise sobre os conceitos fundamentais da
Geografia, o de natureza deve ser também, destacado. Antes, porém, é preciso
dizer que natureza e sociedade formam um par conceitual inseparável e têm
um estatuto diferenciado nessa breve apresentação dos conceitos geográficos
básicos. Na verdade, tanto natureza quanto sociedade formam juntas, uma das
mais importantes categorias de análise do espaço geográfico.
17
Enfocar, pedagogicamente, as relações Sociedade ↔ Natureza requer
considerar as limitações e demandas que a natureza apresenta à sociedade.
Por exemplo, algumas vezes os aspectos naturais do espaço geográfico
impõem a necessidade de construções de obras de engenharia, como túneis,
pontes, canais, etc. Outras vezes, tem grande valor histórico e é fator
explicativo da ocupação de uma área, do traçado de caminhos, do êxito de
determinada produção agropecuária, etc. Os aspectos físicos naturais do
espaço são, também, fatores de determinação do valor econômico de áreas
urbanas e rurais devido à constituição dos solos, à proximidade de rios, à
presença de mananciais, ao modelado de relevo, etc., o que influencia a
distribuição social da população e o tipo de ocupação da área.
Ao trabalhar com esse conceito, espera-se que o professor explicite
todos os aspectos que envolvem as relações Sociedade ↔ Natureza, de modo
que supere possíveis abordagens parciais do conceito de natureza, contemple
a análise de suas dinâmicas próprias e evidencie o uso político e econômico
que as sociedades fazem dos aspectos naturais do espaço.
[...] a idéia de natureza como organismo foi, aos poucos, substituída
pela idéia de natureza como máquina [...] A natureza, da mesma forma
que as máquinas e os instrumentos pode ser desmontada, submetida a
cálculos e provas [...] dominada por leis que podem ser reconstruídas
pela inteligência humana pela matemática e pela experimentação
(PEREIRA, 1993, p. 70-71).
18
3.7 Sociedade
FIGURA 8 – BRASIL ETNIAS
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Historicamente, sob uma visão acrítica, o conceito de sociedade,
enfocado pela Geografia, esteve relacionado ao estudo e à descrição dos
aspectos culturais que delimitavam uma região-paisagem. A partir dos anos de
1950 e por algum tempo, os conceitos de sociedade e população foram
tomados como sinônimos.
As bases críticas da Geografia, adotadas nas Diretrizes, entendem a
sociedade em seus aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos e nas
relações que ela estabelece com a natureza para a produção do espaço
geográfico, bem como no estudo de sua distribuição.
A sociedade produz um intercâmbio com a natureza, de modo que a
última se transforma em função dos interesses da primeira. Ao mesmo
tempo, a natureza não deixa completamente de influenciar a sociedade,
que produz seus espaços geográficos nas mais diversas condições
naturais (DIRETRIZES CURRICULARES DE GEOGRAFIA, 2008).
19
Assim, as desigualdades, conflitos e contradições, próprias da sociedade
capitalista, materializam-se nas paisagens e podem ser reveladas sob uma
análise crítica dos espaços ocupados pelos diferentes segmentos sociais,
culturais, étnicos que compõem a sociedade.
É necessário ainda que o conceito de Sociedade continue associado aos
estudos demográficos e as estatísticas de diferentes tipos, como as
econômicas, importantes para as discussões políticas sobre planejamento
ambiental, rural, industrial e urbano.
Sobre a teoria e o ensino da Geografia, destaca-se a relevância dessa
discussão para que a disciplina cumpra sua função na escola: desenvolver o
raciocínio geográfico e despertar uma consciência espacial.
O trabalho pedagógico com esse quadro conceitual de referência é
fundamentado para que o ensino da Geografia na Educação Básica contribua
com a formação de um aluno capaz de compreender o espaço geográfico, nas
mais diversas escalas, e atuar de maneira crítica na produção socioespacial do
seu lugar, território, região, enfim, de seu espaço.
4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA
A prática reflexiva não é suficiente, mas é uma condição necessária para
enfrentar a complexidade. Se ela não existir, a experiência decepcionante de
um ativismo ineficaz resultará, outra vez, na inércia. Nesse sentido, podemos
perceber que:
Uma prática reflexiva limitada ao bom senso e à experiência pessoal não oportuniza resultados satisfatórios; o profissional precisa de saberes que ele não pode reinventar sozinho; a reflexão aumentará seu poder desde que esteja assentada em uma ampla cultura no âmbito das ciências humanas. (PERRENOUD, 2002, p. 57).
A avaliação de Geografia deve explorar o senso crítico dos estudantes,
deixando de lado estratégias baseadas na memorização de conteúdos. A
“prova” deve explorar o senso de análise dos alunos.
O pensamento sobre as abordagens, categorias e conceitos de análise
da Geografia ajudam na discussão sobre essa disciplina em sala de aula,
abandonando a abordagem das relações espaços-temporais. A Diretriz
20
Curricular da Educação Básica de Geografia indica como subsídios teóricos
metodológicos as discussões dos conceitos de paisagem, território, lugar,
sociedade, região e natureza como fundamentos básicos da prática geográfica
em sala de aula. O enfoque de cada conceito sob o ponto de vista das
categorias de análise espaço-tempo e sociedade-natureza é um fundamento
para os conteúdos de uma discussão geográfica (PARANÁ, 2008).
Na educação básica, a reflexão conceitual está concentrada a partir de
ações que se reflitam espacialmente em distintas dimensões: socioambiental,
econômica, cultural, demográfica e política. Esses enfoques precisam estar
inclusos em escalas distintas onde o aluno possa entender a organização
instituída nas diversas escalas, indo do local ao global ou do global ao local.
Quando o professor trabalha com as variações de escalas, ele é capaz de
aproximar o conteúdo a ser observado a partir do conhecimento já adquirido
pelo aluno em uma escala local e, em seguida, expandindo esta escala. Deste
modo, o aluno se torna capaz de, em escalas diferentes, analisar determinados
conteúdos. Esse exercício admite o entendimento de um mesmo elemento e
suas particularidades que se modificam em cada lugar conforme a sua escala.
Para Perrenoud (2002), o ensino não é mais como era antes:
♦ os programas renovam-se cada vez mais rapidamente;
♦ as reformas sucedem-se sem interrupção;
♦ as tecnologias tornam-se incontornáveis;
♦ os alunos estão cada vez menos dóceis;
♦ os pais transformam-se em consumidores de escola muito atentos e
exigentes, ou se desinteressam de tudo aquilo que acontece na sala de aula;
♦ as estruturas tornam-se cada vez mais complexas (ciclos, módulos,
percursos diversificados);
♦ a avaliação deve se tornar mais formativa e a pedagogia mais
diferenciada;
♦ o trabalho em grupo já é um valor assumido pela Instituição que, além
disso, deseja e mesmo exige que os estabelecimentos escolares anuncie e
realizem projetos.
21
O processo de ensino e aprendizagem requer empenho do professor
(responsável por planejar e transmitir o conteúdo) e dos alunos, sendo que o
resultado normalmente é obtido através das avaliações. Esse é o momento
utilizado por muitos educadores para cobrar o que foi ensinado, sobretudo por
meio da aplicação de provas, as quais continuam sendo o principal mecanismo
de avaliação.
Os alunos têm sua atenção centrada na promoção, querendo saber
como se dará o processo de promoção de uma série para outra no final do
período escolar. Durante o ano letivo o que predomina são as notas, não
importando como foram obtidas e nem por quais caminhos. O resultado (nota)
das provas aponta os que dominam o conteúdo e os que não aprenderam a
matéria, certo? Na verdade não é tão simples assim, visto que vários fatores
influenciam no desempenho dos alunos, podendo atuar de forma positiva ou
negativa. Sendo assim, o professor não deve utilizar a prova como uma forma
de cobrança ou punição.
O nervosismo e a ansiedade são fatores que atrapalham os estudantes
durante uma prova. Com isso, aqueles que tentaram memorizar o conteúdo
acabam esquecendo as informações. Diante dessa situação, o professor deve
abordar o conteúdo de forma a despertar o senso crítico dos alunos, fazendo o
mesmo nas questões das provas, ao invés de priorizar os exercícios de
memorização. No entanto, todos os envolvidos na Educação e sua formação
esperam que, a avaliação se torne uma poderosa ferramenta e que alavanque
para a ampliação do êxito na escola e no processo de ensino aprendizagem.
4.1 Como trabalhar e como avaliar a Geografia
A avaliação de Geografia deve ser traçada de acordo com os objetivos
do planejamento, de forma clara e objetiva, evitando, assim, interpretações
equivocadas. Os exercícios devem explorar o senso crítico, permitindo que os
estudantes possam resolver situações-problema, compreender, comparar e
interpretar fenômenos.
A avaliação escrita era a forma mais tradicional de verificar a
aprendizagem dos alunos. Esse tipo de avaliação era considerada
aterrorizante, alguns alunos se sentiam mal quando estavam diante de um
22
documento que avaliaria se realmente eles estariam aptos a seguir em frente,
pois em muitos casos, a resposta deveria estar fielmente como estava no livro
ou no caderno, inclusive com seus respectivos sinais de pontuação.
Atualmente, os conceitos educacionais estão difundidos na elaboração
de novas metodologias de ensino criativas que oportunizam melhorar as
condições do processo de ensino e aprendizagem.
Conceitos podem ser aprendidos em livros, internet e debates, a prática
terá que ser aprendida no dia a dia da vida escolar, experimentando,
investigando, buscando novas possibilidades, ultrapassando os impasses e
incômodos, sempre assentados sobre conhecimentos significativos e válidos.
Certamente essa aprendizagem não se fará de um dia para outro ou de
um momento para outro. É uma aprendizagem que exige tempo, dedicação e
atenções específicas, na medida em que herdamos e constituímos hábitos que
conduzem a uma forma automática de agir. Para aprender a agir com avaliação
da aprendizagem, necessitamos de colocar à nossa frente esse desejo, tomá-lo
em nossas mãos, dedicando todos os dias atenção a ele, agindo e refletindo
sobre nossa ação, fazendo diferente do que já foi feito, compatível com o que
efetivamente significa avaliar.
Hoje os professores utilizam de diversos mecanismos capazes de
diversificar e verificar a aprendizagem de um determinado conteúdo. A
diversificação no momento da avaliação tem o objetivo de promover o avanço
do aluno.
Observe algumas ferramentas de avaliação:
Prova
Objetiva
Prova
Dissertativa
Interpretação
de textos
Seminários
Observação
23
FIGURA 9 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO PARA
A DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
Fonte: a autora, 2013.
Os professores precisam estabelecer critérios, dando ênfase à forma de
avaliação que será adotada durante o ano, pois todos os professores devem
seguir a mesma linha na hora de avaliar. Algumas instituições utilizam o
sistema de avaliação contínua, seguido de avaliações objetivas e dissertativas.
As avaliações objetivas são caracterizadas por perguntas e respostas, onde o
aluno deve marcar apenas uma opção, já as dissertativas exigem a capacidade
da escrita relacionada ao tema proposto. Quanto à avaliação contínua, consiste
numa distribuição de pontos baseados em pequenos trabalhos, assiduidade
das tarefas de casa, apresentações na forma de seminários, disciplina, entre
outras.
A maioria dos alunos não demonstra interesse em aprender Geografia,
em muitos casos, os mesmos se preocupam com as disciplinas de Português,
Matemática, Física, entre outras, devido a maiores dificuldades. Além disso, é
visto por parte dos alunos como uma “aula chata”, nessa perspectiva se faz
necessário que o professor de Geografia busque alternativas pedagógicas que
ofereçam atrativos.
Produção de
textos
Interpretação
de fotos,
imagens...
Trabalho
em Grupo
Debate Conselho
de Classe
Relatórios
de aulas de
campo
Construção
de
maquetes
Entre
outras...
24
No caso da Geografia, são diversos os mecanismos que podem ser
usados nesse processo. A seguir algumas dicas que provavelmente servirão
para dinamizar e alcançar objetivos expressivos e satisfatórios:
♦ Iniciar a aula fazendo uma introdução do assunto a ser abordado e dos
objetivos a serem alcançados;
♦ Relembrar o assunto da aula passada para que haja uma ligação entre
os conteúdos;
♦ A utilização de vídeos, jornais, revistas e músicas são importantes
ferramentas para a apropriação de conteúdos;
♦ Incentivos à leitura;
♦ A realização de aulas de campo, fornece um grande potencial para a
aprendizagem, pois se trata da prática, do real, da experiência vivida.
Essas são algumas das possibilidades que o professor dessa fantástica
ciência pode utilizar como ponto de partida para a composição de suas aulas.
No entanto, o que vale mesmo é a criatividade, uma vez que cada professor
possui um estilo próprio e que não existe um modelo padrão para ensinar.
Diferentes estratégias de avaliação não tira a autonomia do professor,
elas somente criam uma situação de flexibilidade na hora de avaliar
individualmente ou em grupo, buscando de forma mais versátil a consolidação
do progresso do aluno.
5 SUGESTÕES DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de Geografia atreladas
aos fundamentos teóricos das Diretrizes tornam-se importantes instrumentos
para compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e das relações
socioespaciais nas diversas escalas geográficas.
É importante ressaltar, que o objetivo das sugestões a seguir, é
proporcionar uma reflexão como meio de implementação das ferramentas de
avaliação. Lembrando que os professores fazem uso de diversas ferramentas
criteriosas buscando sempre o sucesso da aprendizagem. Esse trabalho
25
sugere uma reflexão sobre como avaliar bem e tornar essa prática prazerosa
para o aluno.
Espera-se que o professor use de sua autonomia e criatividade para
realizar diferentes formas de avaliação no Ensino Fundamental, Médio e EJA.
Na perspectiva de refletir, ampliar e implementar as ferramentas que
objetivam melhorar a prática avaliativa, o professor planejará suas aulas
respeitando a realidade e as necessidades de suas diferentes turmas, níveis de
aprendizagem e escolas de atuação.
5.1 Aula de Campo
FIGURA 10 - POLUIÇÃO HÍDRICA
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Tema: Rio Poluído.
Conteúdo Estruturante: Dimensão socioambiental do espaço geográfico.
Conteúdo Básico: Formação e transformação das paisagens naturais e
culturais.
Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno entenda que o espaço
geográfico é composto pela materialidade (natural e técnica) e pelas ações
sociais, econômicas, culturais e políticas.
26
Sugestão para avaliação: As escolas localizadas nas zonas urbanas,
especialmente nas grandes cidades, se deparam com a presença da poluição
(água, ar, visual, sonora, etc.). Os rios que cortam os centros urbanos são
geralmente, poluídos, por isso é possível visitar esses lugares, fazendo com
que os alunos percebam e conheçam esses problemas ambientais.
Escolha o rio mais próximo da escola, organize grupos de alunos onde
os mesmos poderão identificar a condição ambiental do local. Para isso, o
professor disponibilizará um roteiro, como exemplo:
♦ Localizar o rio e pesquisar informações acerca da extensão e quais outros
municípios são cortados por ele;
♦ Identificar a configuração do regime do rio e a qual bacia hidrográfica ele
pertence;
♦ Analisar por meio dos mapas, o que se encontra nas vertentes do rio, tais
como casas, agricultura, pecuária, indústrias, entre outras;
♦ Verificar a utilização do rio com irrigação, abastecimento urbano, lazer,
produção de energia elétrica, etc.;
♦ Fazer uma caminhada às margens do rio e anotar os aspectos das condições
da cobertura vegetal da mata ciliar, além de enumerar as diversas formas de
poluições existentes e propor possíveis soluções para os problemas;
♦ Concluir o trabalho, fotografando e contextualizando todas as informações
coletadas na visita para num outro momento compartilhar com a turma.
Na volta à escola, o professor questionará os fenômenos observados.
Os alunos, por sua vez, devem buscar fontes que expliquem forma e função da
paisagem da área visitada e devem ser incentivados a conhecer e reconhecer
as transformações históricas observadas no trajeto percorrido (relações
espaços-temporais).
A aula de campo abre, ainda, possibilidades de desenvolver múltiplas
atividades práticas, tais como: consultas bibliográficas (livros e periódicos),
análise de fotos antigas, interpretação de mapas, entrevistas com moradores,
elaboração de maquetes, murais, etc. (NIDELCOFF, 1986).
27
5.2 Recursos áudio visuais
FIGURA 11 – MINERAÇÃO: DIAMANTE
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Tema: Filme – Diamante de Sangue.
Conteúdo Estruturante: Dimensão econômica do espaço geográfico.
Conteúdo Básico: A formação, localização, exploração e utilização dos
recursos naturais.
Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno compreenda a
formação natural e transformação das diferentes paisagens pela ação humana
e sua utilização em diferentes escalas na sociedade capitalista.
Sugestão para avaliação: Os filmes são excelentes recursos didáticos que
tornam as aulas mais interessantes, constituem uma fonte de informação e
cultura e, ao mesmo tempo, contribuem para o processo de ensino e
aprendizagem. A escolha desse recurso e a forma de como abordar o conteúdo
deve ser bastante criteriosa.
Os filmes não podem ser utilizados para substituir um professor ou para
preencher um determinado horário, ao trabalhar com esse recurso, o professor
deverá planejar a aula, de forma a explorar o conteúdo.
Vários conteúdos de Geografia podem ser debatidos através de filmes,
proporcionando condições para uma reflexão crítica de determinados
acontecimentos.
28
Assim, a partir da exibição de um filme, deve-se iniciar uma pesquisa
que se fundamente nas categorias de análise do espaço geográfico e nos
fundamentos teóricos conceituais da Geografia.
O professor poderá solicitar uma produção textual, disponibilizando um
roteiro, tendo como referência o histórico Serra Leoa (país onde se passa o
filme):
♦ A localização geográfica;
♦ A riqueza em diamantes, minerais, ouro, platina, ferro, etc.;
♦ Um dos países mais pobres do mundo;
♦ Os problemas sociais que impedem o seu desenvolvimento;
♦ A alta taxa de mortalidade infantil;
♦ Os conflitos no final da década de 90, entre o governo e a Força Unida
Revolucionária;
♦ As transformações do espaço enfatizando os aspectos econômicos, políticos
e familiares.
Portanto, o uso de recursos audiovisuais como mobilização para a
pesquisa, precisa levar o aluno a duvidar das verdades anunciadas e das
paisagens exibidas. Essa suspeita instigará a busca de outras fontes de
pesquisa para investigação das raízes da configuração socioespacial exibida,
necessária para uma análise crítica (VASCONCELOS, 1993).
29
5.3 Literatura
FIGURA 12 – GENOCÍDIO
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Tema: Análise do poema “A Rosa de Hiroshima”.
Conteúdo Estruturante: Dimensão cultural e demográfica do espaço
geográfico.
Conteúdo Básico: As implicações socioespaciais do processo de
mundialização.
Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno compreenda a
regionalização do espaço mundial e a importância das relações de poder na
configuração das fronteiras e territórios.
Sugestão de avaliação: Através da análise do poema “A Rosa de Hiroshima”
é possível a abordagem sobre a Segunda Guerra Mundial, que teve um
desfecho que deu mostras do poder bélico dos Estados Unidos: as cidades
japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram completamente destruídas, numa
demonstração desnecessária de força nuclear.
É possível destacar para os alunos o contexto histórico em que
ocorreram esses ataques, visto que os Estados Unidos já iniciava um confronto
ideológico com a União das Repúblicas Socialista Soviéticas (URSS), que
desencadeou na chamada “Guerra Fria”.
30
O ataque provocou a morte de milhares de pessoas em Hiroshima, além
do desenvolvimento de enfermidades na população e desastres ambientais.
O professor poderá avaliar seus alunos utilizando cada verso do poema
para explicar todo o conteúdo desse aterrorizante acontecimento e,
posteriormente, solicitar:
♦ Leitura do poema;
♦ Apresentação do poema na forma de canção;
♦ Reflexão e debate no grande grupo sobre o acontecimento;
♦ Pesquisa sobre os efeitos da radioatividade;
♦ Pesquisa sobre como são essas cidades hoje;
♦ Produção de texto sobre as consequências desse bombardeio nuclear.
A prática docente no ensino e consequentemente na avaliação da
Geografia pode ser viabilizada por instrumentos menos convencionais no
cotidiano escolar que podem enriquecer o processo de ensino e aprendizagem.
A literatura, em seus diversos gêneros, pode ser instrumento mediador
para a compreensão dos processos de produção e organização espacial; dos
conceitos fundamentais à abordagem geográfica e, também, instrumento de
problematização dos conteúdos (BASTOS, 1998).
31
5.4 Cartografia
FIGURA 13 – BRASIL: DIVISÃO REGIONAL DO IBGE
Fonte: Dia a Dia Educação, acesso em 03/09/2013.
Tema: A utilização de mapas no ensino da Geografia
Conteúdo Estruturante: Dimensão política do espaço geográfico.
Conteúdo Básico: As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
Expectativa de Aprendizagem: Espera-se que o aluno identifique o processo
de formação do território brasileiro e as diferentes formas de regionalização do
espaço geográfico.
Sugestão para avaliação: A utilização de mapas nas aulas de Geografia é de
fundamental importância, e de grande valia no estudo de diversos temas,
como: vegetação, clima, relevo ou qualquer outro relacionado a questões
ambientais. Muitos alunos não sabem se orientar, não tem noção das direções
leste, oeste, norte e sul, além disso, muitas vezes, não conseguem situar-se
em nível regional ou global.
O uso de mapas deve fazer parte de todas as aulas de Geografia. A
partir da observação é possível instituir comparações, conhecer dados e
realidades inerentes a um determinado assunto. Em um mapa pode ser
32
desenvolvida uma leitura ou interpretação de dados sobre localização, escala,
legenda, etc.
Durante muito tempo os mapas foram considerados um instrumental
básico da Geografia, usados apenas para a localização e descrição dos
fenômenos espaciais. Não havia, no trabalho metodológico cartográfico, a
preocupação em explicar o ordenamento territorial da sociedade.
Ao final da década de 1980, as pesquisas e os estudos desenvolvidos
por muitos profissionais trouxeram de volta as discussões sobre a importância
do uso da linguagem cartográfica no ensino de Geografia (KATUTA, 2002).
Para tornar uma ferramenta de avaliação mais atrativa, o professor
poderá realizar uma atividade (individual ou em grupo) com o mapa regional do
Brasil. É uma atividade simples e extremamente eficaz, pois proporciona a
participação de todos.
Sugestões de perguntas:
♦ Identifique as regiões do Brasil e estabeleça uma legenda de cores para
cada região;
♦ Quais os complexos regionais do Brasil e seus respectivos Estados;
♦ Identificar qual é a maior região e qual é a menor;
♦ Estabelecer a quantidade de Estados por região e fazer comparações;
♦ A região brasileira mais populosa;
♦ As principais atividades econômicas de cada região.
Ao apropriar-se da linguagem cartográfica, o aluno estará apto a
reconhecer representações de realidades mais complexas, que exigem maior
nível de abstração.
33
5.5 Explorando o Google Earth
Com o surgimento de novas tecnologias, os conteúdos de Geografia
podem ser trabalhados com o auxílio do programa Google Earth.
O que é o Google Earth?
O Google Earth é um programa de computador desenvolvido pela
empresa americana Google, cuja função é apresentar um modelo
tridimensional do globo terrestre, construído a partir de mosaico de imagens de
satélite. Com isso, é possível identificar lugares, construções, cidades,
paisagens, entre outros elementos.
Neste sentido, destaca-se a importância do professor assumir seu papel
de mediador do processo de ensino e aprendizagem. A utilização deste
programa como recurso didático permite estimular o senso crítico dos alunos,
bem como seu raciocínio.
O programa Google Earth não deve se dar de forma passiva pelo aluno,
o que significaria uma simples exposição direta; ao contrário, o que se propõe é
que haja uma intensa atuação do professor visando melhorar e expandir o
conhecimento do aluno.
É importante ressaltar que a realização dessa atividade é um desafio,
uma vez que não se pode limitar a mera transferência de informações, mas
refletir e trabalhar suas relações com os conteúdos curriculares, buscando a
construção de conhecimento.
Um importante pressuposto metodológico para a construção do
conhecimento em sala de aula é a contextualização do conteúdo. Na
perspectiva das Diretrizes,
Contextualizar o conteúdo é mais do que relacioná-lo à realidade vivida do aluno, é, principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, em manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas (PARANÁ, 2008).
Através das imagens, é possível:
♦ Observar um lugar em três dimensões, partindo do espaço do aluno (casa,
bairro, escola, etc.);
34
♦ Selecionar um lugar especifico e aproximar deste, a atmosfera em diferentes
alturas, menor a altura maior os detalhes;
♦ Observar cidades de diversos países, ir de um país a outro, de um continente
a outro, cruzar oceanos, desertos e selvas;
♦ Conhecer os nomes dos países, suas principais cidades, população, mares,
lagos, rios, vulcões, acidentes geográficos mais importantes;
♦ Observar patrimônios culturais, religiosos e históricos. Assim como casas e
edifícios;
♦ Ver em perspectiva a visualização dos territórios;
♦ Visualizar meridianos, paralelos e trópicos.
Espera-se desse recurso, a contribuição com os sujeitos da educação no
âmbito de implementar as ferramentas avaliativas, inserindo novas tecnologias
na escola, despertando nos alunos o interesse e a compreensão das inovações
tecnológicas e suas relações com o espaço.
Através das sugestões apresentadas, o professor proporcionará aos
seus alunos uma ampliação na capacidade de melhor conhecer e analisar o
espaço geográfico formando conceitos dessa disciplina de maneira cada vez
mais rica.
Nas figuras 14, 15 e 16, é possível observar o município de Curitiba, em
seguida o Bairro onde o colégio está inserido e por fim, a imagem
apresentando com detalhes o colégio onde a prática pedagógica será
realizada. Dessa forma, trabalha-se com o aluno a escala do regional ao local e
explora os elementos geográficos do seu cotidiano.
Assim, como avaliação dessa atividade, sugere-se ao aluno:
♦ Identificar qual das imagens possui maior e menor escala de acordo com os
detalhes observados nas imagens;
♦ Identificar e traçar os elementos presentes no Bairro onde o colégio está
inserido, como hospital, shopping, colégio, comércio, posto de gasolina, igrejas,
entre outros.
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Assim, poderá ser avaliado se o aluno consegue relacionar a visão
horizontal (aquela que ele pratica no dia a dia) com a visão vertical obtida nas
imagens.
FIGURA 14 – IMAGEM DE CURITIBA
Fonte: Google Earth, acesso em 19/11/2013.
FIGURA 15 – CURITIBA / BAIRRO REBOUÇAS
Fonte: Google Earth, acesso em 19/11/2013.
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FIGURA 16 – CURITIBA / BAIRRO REBOUÇAS /COLÉGIO DR. XAVIER DA SILVA
Fonte: Google Earth, acesso em 19/11/2013.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A função seletiva e eliminatória da avaliação é responsabilidade de
todos! Enquanto avaliamos, exercemos um ato político, mesmo quando não o
pretendemos. Tanto as ações individualizadas, quanto a omissão na discussão
dessa questão reforçam a manutenção das desigualdades sociais. A avaliação
é uma prática coletiva que exige a consciência crítica e responsável de todos
na problematização das situações.
No âmbito da educação, o conceito de avaliação foi objeto, nos últimos
30 anos, de um otimismo crescente. Embora, atualmente, muitos
questionamentos vêm sendo levantados e estudados, os próprios professores,
gestores e equipe pedagógica colocam em cheque as maneiras, os modos, ou
as metodologias utilizadas no ato de avaliar.
Necessitamos “aprender a avaliar”, pois ainda estamos mais
examinando do que avaliando. Nosso senso comum, na vida escolar, é de
examinadores e não de avaliadores.
37
Para distinguir o ato de examinar ou de avaliar na escola, vejamos:
O aluno não vai para a escola para ser submetido a um processo
seletivo, mas sim para aprender e, para tanto, necessita do investimento da
escola e de seus educadores. Não interessa ao sistema escolar que os alunos
sejam reprovados, interessa que eles aprendam e, consequentemente, por
terem aprendido, sejam aprovados. E o investimento necessário para alcançar
essa tarefa é conseguir o sucesso na aprendizagem.
Há necessidade, entre nós educadores, de investir na “aprendizagem da
avaliação”, pois essa é uma habilidade que necessitamos adquirir. O que
significa “aprender a avaliar”? Significa aprofundar nos conceitos teóricos sobre
avaliação, e concomitante a isso, aprender a praticar a avaliação, traduzindo-a
em atos do cotidiano.
Também é importante que o educador considere o meio sociocultural e
as habilidades dos alunos, tornando a prova significativa e enriquecedora para
o conhecimento. Apesar disso, a prova não deve ser o único método de
avaliação, pois outros aspectos contribuem para o processo de ensino e
aprendizagem.
Avaliar = caracteriza-se
pelo diagnóstico e
inclusão do educando
Examinar = caracteriza-
se pela classificação e
seletividade do
educando
38
7 REFERÊNCIAS
ARTIGO Inserção do Google Earth no ensino de Geografia. Disponível em www.unifra.br/.../artigos/geografia. Acesso em 18/11/2013. Autores???? BRASIL. Lei Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/19394.htm. Acesso em: 15 jun. 2013.
HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL. Disponível em: www.ia.ufrrj.br/ppgea/conteudo/conteudo-2009-1/Educacao-MII/
HOFFMANN, J. Avaliação Mito & Desafio Uma perspectiva construtivista.
Porto Alegre: Editora Mediação, 21ª Edição, 1996.
___________ . Avaliação Mediadora. Uma prática em construção da pré-
escola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 10ª Edição, 1997.
__________ . O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Editora
Mediação, 2005.
IMAGENS. Disponível em: http://search.creativecommons.org/. Acesso em 03/09/2013. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/recursosdidaticos/imagens. Acesso em 03/09/2013. http://www.google.com/intl/pt-PT/earth. Acesso em 19/11/2013.
LIBÂNEO. J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. LUCKESI. C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez Editora, 3ª Edição, 1996. _______ . Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Editora Cortez, 22ª Edição, 2011. _______. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições http://www.slideshare.net/BrbaraFloriano/avaliao-da-aprendizagem-escolar2012. Acesso em 08/09/2013.
39
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Geografia. 2008. ______ . O que são critérios de avaliação? Curitiba: SEED, 2008. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=33. Acesso em 23 maio. 2013. ______ . http://www.educacao.pr.gov.br/educadores/recursosdidaticos. Acesso em 03/09/2013. PERRENOUD. P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Tradução: Cláudia Schilling. Porto Alegre: Editora Artmed, 2002. POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva, Ensino Fundamental, Médio e EJA. Acesso em abril. 2013.
40
8 APÊNDICE
QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES De acordo com o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva:
“A avaliação é parte do processo de ensino –aprendizagem, por isso, é fundamental que a avaliação seja mais do que a definição de uma nota ou um conceito. É imprescindível que seja contínua e priorize a qualidade e o processo de aprendizagem. A avaliação poderá ser formativa, devendo ser diagnóstica e continuada, permitindo que o professor procure caminhos para que todos os alunos aprendam e participem mais das aulas. Assim, em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve usar instrumentos de avaliação diversificados”.
Diante do exposto:
1. A proposta de avaliação contemplada no Projeto Político Pedagógico é
condizente com a praticada na sala de aula e com a realidade dos
alunos?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
2. Qual a sua concepção sobre “avaliação”?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
3. Quais os limites e as possibilidades que o professor de Geografia
encontra no ato de avaliar?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
41
4. No ato de avaliar, é possível:
a) constatar nos alunos um momento de gosto e de prazer?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
b) constatar a evolução no aprendizado do aluno?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
5. Quais são os tipos de avaliação utilizadas para implementar essa
prática?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
6. No dia a dia, o professor se sente seguro em propor diferentes formas
de avaliação visando à melhoria da aprendizagem na disciplina?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
7. Tanto o “sucesso/insucesso” como o “acerto/erro” podem ser utilizados
como fonte de virtude na aprendizagem escolar.
Como o professor analisa essa situação diante dos resultados das
avaliações?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
8. As avaliações ainda são motivo de controle, por parte dos professores,
os quais se preocupam somente com o ato de avaliar, e não com a
42
formação de construção do conhecimento?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
9. A Escola proporciona um momento de discussão sobre avaliação da
aprendizagem? O professor considera válido esse momento?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
43