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Versatildeo On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PUacuteBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produccedilotildees Didaacutetico-Pedagoacutegicas
Tiacutetulo Reflexatildeo com os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem escolar
Autor Faacutetima Scapim de Freitas
DisciplinaAacuterea
Educaccedilatildeo Especial
Escola de Implementaccedilatildeo do Projeto e sua localizaccedilatildeo
Coleacutegio Estadual do ILES
Municiacutepio da escola Londrina
Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo Londrina
Professor Orientador Profordf Drordf Cleide Vitor Mussini Batista
Instituiccedilatildeo de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Formato do Material Didaacutetico Unidade Temaacutetica
Puacuteblico
Professores da Educaccedilatildeo Baacutesica do Coleacutegio Estadual do ILES
Apresentaccedilatildeo Enquanto professora de liacutengua portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental no Coleacutegio Estadual do ILES e observando as dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita que trazem os alunos cuja base alfabetizadora vem dessa mesma escola ao ingressarem no 6ordm ano do EF desperta o interesse em desenvolver esse projeto cujo objetivo seraacute a reflexatildeo com os professores dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma avaliar o 3ordm ano do EF por corresponder ao ano-base em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizado para analisar e identificar as possiacuteveis falhas que a estatildeo sustentando e ainda propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa defasagem nos anos subsequentes Para esses estudos e reflexotildees seratildeo realizados encontros com os professores nos quais pretendemos analisar e discutir essa problemaacuteticaPara tal utilizaremos viacutedeos e textos de pesquisadores
de metodologias de letramento e alfabetizaccedilatildeo dos quais buscaremos extrair ideias aplicaacuteveis na base preparatoacuteria que antecede o 6ordm ano do EF para prevenir a continuidade desse problema
Palavras-chave
Aprendizagem Alfabetizaccedilatildeo Letramento Intervenccedilatildeo Superaccedilatildeo
JUSTIFICATIVA
Haacute mais de 15 anos atuando no Coleacutegio Estadual do ILES que atendem
crianccedilas e adolescentes como deficiecircncia auditiva como professora da disciplina de
Liacutengua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental (6ordm ao 9ordm ano) e
observaccedilatildeo contiacutenua ao longo dos anos das dificuldades de aprendizagem
referentes a leitura e escrita dessa liacutengua que acometem os alunos oriundos dos
anos iniciais dessa mesma escola e que ingressam no 6ordm ano do Ensino
Fundamental desperta o interesse em desenvolver esse projeto como uma
emergente necessidade de se pesquisar os fatores que geram tal problemaacutetica
visando contribuir com estudos e reflexotildees que objetivam alternativas de superaccedilatildeo
dessas dificuldades tendo como ponto de partida estudo de concepccedilotildees teoacutericas
que embasem e subsidem a educaccedilatildeo para estudantes surdos
Considerando a questatildeo linguiacutestica que envolve e caracteriza essa
comunidade escolar surda cuja liacutengua primeira de comunicaccedilatildeo eacute a LIBRAS (Lingua
Brasileira de Sinais) ocupando assim a liacutengua portuguesa o status de segunda
liacutengua para esses estudantes torna-se ainda mais relevante a mediaccedilatildeo no
processo de letramento e alfabetizaccedilatildeo visto ser a linguagem um dos recursos
simboacutelicos mais significantes para a expressatildeo e comunicaccedilatildeo do homem com o seu
meio
Para tanto eacute preciso repensar o papel da escola na intenccedilatildeo de
chamar a atenccedilatildeo para uma praacutexis pedagoacutegica que se organize para intervir na
defasagem existente e principalmente que possa adotar medidas de superaccedilatildeo
dessas dificuldades agraves proacuteximas turmas investindo nos primeiros anos de ensino
fundamental I que determinam a base estrutural para a aquisiccedilatildeo do letramento e
alfabetizaccedilatildeo
Sabemos da importacircncia das experiecircncias preacutevias natildeo-formais trazidas
pela crianccedila para a escola no processo de aprendizagem Essa questatildeo se
diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio
familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil
Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela
dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar
Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de
que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da
crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de
famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim
respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio
facilitador da aprendizagem
Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das
crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e
articuladas no trabalho em sala de aula
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I
do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem
escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental
bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base
em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para
analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis
falhas que as estatildeo sustentando
bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para
a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa
defasagem nos anos subsequentes
LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO
Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)
(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade
educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos
estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais
do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes
o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas
peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola
Podemos entender como alunos com necessidades educacionais
especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou
dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de
deficiecircncia
O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que
sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa
perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a
compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser
considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas
O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo
inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que
essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar
recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que
o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de
Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)
21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas
individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo
a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a
ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu
paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-
cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas
especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns
Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades
que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no
campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo
de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade
Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que
tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se
letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na
cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos
para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita
Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como
uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua
vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados
aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para
servirem-se delas em finalidades individuais e sociais
Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o
Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que
desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo
que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral
constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se
utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo
que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser
individual ou grupal (FELIPE 1989)
A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e
considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na
liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de
forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida
de forma sistematizada
Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees
acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais
pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo
de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de
crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na
escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua
deficiecircncia
Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou
segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
Tiacutetulo Reflexatildeo com os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem escolar
Autor Faacutetima Scapim de Freitas
DisciplinaAacuterea
Educaccedilatildeo Especial
Escola de Implementaccedilatildeo do Projeto e sua localizaccedilatildeo
Coleacutegio Estadual do ILES
Municiacutepio da escola Londrina
Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo Londrina
Professor Orientador Profordf Drordf Cleide Vitor Mussini Batista
Instituiccedilatildeo de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Formato do Material Didaacutetico Unidade Temaacutetica
Puacuteblico
Professores da Educaccedilatildeo Baacutesica do Coleacutegio Estadual do ILES
Apresentaccedilatildeo Enquanto professora de liacutengua portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental no Coleacutegio Estadual do ILES e observando as dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita que trazem os alunos cuja base alfabetizadora vem dessa mesma escola ao ingressarem no 6ordm ano do EF desperta o interesse em desenvolver esse projeto cujo objetivo seraacute a reflexatildeo com os professores dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma avaliar o 3ordm ano do EF por corresponder ao ano-base em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizado para analisar e identificar as possiacuteveis falhas que a estatildeo sustentando e ainda propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa defasagem nos anos subsequentes Para esses estudos e reflexotildees seratildeo realizados encontros com os professores nos quais pretendemos analisar e discutir essa problemaacuteticaPara tal utilizaremos viacutedeos e textos de pesquisadores
de metodologias de letramento e alfabetizaccedilatildeo dos quais buscaremos extrair ideias aplicaacuteveis na base preparatoacuteria que antecede o 6ordm ano do EF para prevenir a continuidade desse problema
Palavras-chave
Aprendizagem Alfabetizaccedilatildeo Letramento Intervenccedilatildeo Superaccedilatildeo
JUSTIFICATIVA
Haacute mais de 15 anos atuando no Coleacutegio Estadual do ILES que atendem
crianccedilas e adolescentes como deficiecircncia auditiva como professora da disciplina de
Liacutengua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental (6ordm ao 9ordm ano) e
observaccedilatildeo contiacutenua ao longo dos anos das dificuldades de aprendizagem
referentes a leitura e escrita dessa liacutengua que acometem os alunos oriundos dos
anos iniciais dessa mesma escola e que ingressam no 6ordm ano do Ensino
Fundamental desperta o interesse em desenvolver esse projeto como uma
emergente necessidade de se pesquisar os fatores que geram tal problemaacutetica
visando contribuir com estudos e reflexotildees que objetivam alternativas de superaccedilatildeo
dessas dificuldades tendo como ponto de partida estudo de concepccedilotildees teoacutericas
que embasem e subsidem a educaccedilatildeo para estudantes surdos
Considerando a questatildeo linguiacutestica que envolve e caracteriza essa
comunidade escolar surda cuja liacutengua primeira de comunicaccedilatildeo eacute a LIBRAS (Lingua
Brasileira de Sinais) ocupando assim a liacutengua portuguesa o status de segunda
liacutengua para esses estudantes torna-se ainda mais relevante a mediaccedilatildeo no
processo de letramento e alfabetizaccedilatildeo visto ser a linguagem um dos recursos
simboacutelicos mais significantes para a expressatildeo e comunicaccedilatildeo do homem com o seu
meio
Para tanto eacute preciso repensar o papel da escola na intenccedilatildeo de
chamar a atenccedilatildeo para uma praacutexis pedagoacutegica que se organize para intervir na
defasagem existente e principalmente que possa adotar medidas de superaccedilatildeo
dessas dificuldades agraves proacuteximas turmas investindo nos primeiros anos de ensino
fundamental I que determinam a base estrutural para a aquisiccedilatildeo do letramento e
alfabetizaccedilatildeo
Sabemos da importacircncia das experiecircncias preacutevias natildeo-formais trazidas
pela crianccedila para a escola no processo de aprendizagem Essa questatildeo se
diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio
familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil
Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela
dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar
Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de
que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da
crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de
famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim
respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio
facilitador da aprendizagem
Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das
crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e
articuladas no trabalho em sala de aula
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I
do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem
escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental
bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base
em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para
analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis
falhas que as estatildeo sustentando
bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para
a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa
defasagem nos anos subsequentes
LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO
Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)
(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade
educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos
estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais
do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes
o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas
peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola
Podemos entender como alunos com necessidades educacionais
especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou
dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de
deficiecircncia
O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que
sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa
perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a
compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser
considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas
O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo
inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que
essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar
recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que
o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de
Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)
21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas
individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo
a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a
ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu
paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-
cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas
especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns
Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades
que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no
campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo
de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade
Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que
tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se
letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na
cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos
para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita
Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como
uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua
vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados
aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para
servirem-se delas em finalidades individuais e sociais
Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o
Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que
desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo
que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral
constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se
utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo
que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser
individual ou grupal (FELIPE 1989)
A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e
considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na
liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de
forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida
de forma sistematizada
Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees
acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais
pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo
de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de
crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na
escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua
deficiecircncia
Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou
segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
de metodologias de letramento e alfabetizaccedilatildeo dos quais buscaremos extrair ideias aplicaacuteveis na base preparatoacuteria que antecede o 6ordm ano do EF para prevenir a continuidade desse problema
Palavras-chave
Aprendizagem Alfabetizaccedilatildeo Letramento Intervenccedilatildeo Superaccedilatildeo
JUSTIFICATIVA
Haacute mais de 15 anos atuando no Coleacutegio Estadual do ILES que atendem
crianccedilas e adolescentes como deficiecircncia auditiva como professora da disciplina de
Liacutengua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental (6ordm ao 9ordm ano) e
observaccedilatildeo contiacutenua ao longo dos anos das dificuldades de aprendizagem
referentes a leitura e escrita dessa liacutengua que acometem os alunos oriundos dos
anos iniciais dessa mesma escola e que ingressam no 6ordm ano do Ensino
Fundamental desperta o interesse em desenvolver esse projeto como uma
emergente necessidade de se pesquisar os fatores que geram tal problemaacutetica
visando contribuir com estudos e reflexotildees que objetivam alternativas de superaccedilatildeo
dessas dificuldades tendo como ponto de partida estudo de concepccedilotildees teoacutericas
que embasem e subsidem a educaccedilatildeo para estudantes surdos
Considerando a questatildeo linguiacutestica que envolve e caracteriza essa
comunidade escolar surda cuja liacutengua primeira de comunicaccedilatildeo eacute a LIBRAS (Lingua
Brasileira de Sinais) ocupando assim a liacutengua portuguesa o status de segunda
liacutengua para esses estudantes torna-se ainda mais relevante a mediaccedilatildeo no
processo de letramento e alfabetizaccedilatildeo visto ser a linguagem um dos recursos
simboacutelicos mais significantes para a expressatildeo e comunicaccedilatildeo do homem com o seu
meio
Para tanto eacute preciso repensar o papel da escola na intenccedilatildeo de
chamar a atenccedilatildeo para uma praacutexis pedagoacutegica que se organize para intervir na
defasagem existente e principalmente que possa adotar medidas de superaccedilatildeo
dessas dificuldades agraves proacuteximas turmas investindo nos primeiros anos de ensino
fundamental I que determinam a base estrutural para a aquisiccedilatildeo do letramento e
alfabetizaccedilatildeo
Sabemos da importacircncia das experiecircncias preacutevias natildeo-formais trazidas
pela crianccedila para a escola no processo de aprendizagem Essa questatildeo se
diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio
familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil
Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela
dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar
Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de
que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da
crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de
famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim
respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio
facilitador da aprendizagem
Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das
crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e
articuladas no trabalho em sala de aula
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I
do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem
escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental
bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base
em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para
analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis
falhas que as estatildeo sustentando
bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para
a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa
defasagem nos anos subsequentes
LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO
Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)
(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade
educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos
estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais
do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes
o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas
peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola
Podemos entender como alunos com necessidades educacionais
especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou
dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de
deficiecircncia
O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que
sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa
perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a
compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser
considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas
O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo
inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que
essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar
recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que
o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de
Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)
21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas
individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo
a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a
ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu
paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-
cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas
especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns
Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades
que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no
campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo
de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade
Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que
tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se
letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na
cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos
para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita
Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como
uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua
vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados
aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para
servirem-se delas em finalidades individuais e sociais
Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o
Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que
desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo
que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral
constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se
utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo
que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser
individual ou grupal (FELIPE 1989)
A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e
considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na
liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de
forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida
de forma sistematizada
Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees
acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais
pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo
de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de
crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na
escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua
deficiecircncia
Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou
segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio
familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil
Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela
dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar
Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de
que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da
crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de
famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim
respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio
facilitador da aprendizagem
Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das
crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e
articuladas no trabalho em sala de aula
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I
do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem
escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental
bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base
em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para
analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis
falhas que as estatildeo sustentando
bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para
a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa
defasagem nos anos subsequentes
LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO
Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)
(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade
educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos
estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais
do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes
o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas
peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola
Podemos entender como alunos com necessidades educacionais
especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou
dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de
deficiecircncia
O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que
sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa
perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a
compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser
considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas
O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo
inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que
essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar
recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que
o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de
Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)
21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas
individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo
a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a
ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu
paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-
cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas
especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns
Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades
que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no
campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo
de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade
Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que
tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se
letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na
cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos
para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita
Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como
uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua
vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados
aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para
servirem-se delas em finalidades individuais e sociais
Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o
Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que
desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo
que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral
constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se
utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo
que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser
individual ou grupal (FELIPE 1989)
A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e
considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na
liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de
forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida
de forma sistematizada
Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees
acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais
pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo
de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de
crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na
escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua
deficiecircncia
Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou
segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO
Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)
(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade
educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos
estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais
do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes
o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas
peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola
Podemos entender como alunos com necessidades educacionais
especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou
dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de
deficiecircncia
O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que
sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa
perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a
compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser
considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas
O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo
inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que
essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar
recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que
o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de
Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)
21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas
individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo
a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a
ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu
paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-
cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas
especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns
Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades
que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no
campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo
de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade
Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que
tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se
letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na
cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos
para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita
Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como
uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua
vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados
aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para
servirem-se delas em finalidades individuais e sociais
Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o
Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que
desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo
que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral
constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se
utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo
que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser
individual ou grupal (FELIPE 1989)
A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e
considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na
liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de
forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida
de forma sistematizada
Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees
acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais
pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo
de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de
crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na
escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua
deficiecircncia
Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou
segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo
de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade
Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que
tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se
letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na
cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos
para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita
Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como
uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua
vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados
aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para
servirem-se delas em finalidades individuais e sociais
Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o
Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que
desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo
que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral
constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se
utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo
que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser
individual ou grupal (FELIPE 1989)
A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e
considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na
liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de
forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida
de forma sistematizada
Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees
acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais
pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo
de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de
crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na
escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua
deficiecircncia
Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou
segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de
surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as
reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como
primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua
com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as
habilidades de leitura e escrita
O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos
tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de
acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi
exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute
registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da
linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado
ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada
abstrato
Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita
estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal
e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais
enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem
humana
As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila
surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e
escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente
da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas
conclusotildees equivocadas desse processo
As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em
um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o
acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias
necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de
uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para
se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do
professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo
que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e
sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso
refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo
corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer
para a sua aprendizagem
Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda
requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por
meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo
adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma
vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento
Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados
numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira
liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como
consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente
pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de
reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do
desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas
que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso
escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da
leitura e escrita
Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas
pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema
educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para
destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da
diferenccedila linguiacutestica
Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional
visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho
sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse
sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de
alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas
Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades
teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas
adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si
mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais
que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos
individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que
confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta
seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva
Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento
praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino
norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e
escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e
escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e
escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais
A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na
construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades
que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa
que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no
processo de aprendizagem
Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de
seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria
depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua
linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e
modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos
essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade
Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a
serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram
predeterminados para se atingir o sujeito cognocente
A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social
a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais
que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua
de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)
Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo
linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento
Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se
reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)
portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial
corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual
comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo
de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como
segunda liacutengua
A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua
praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua
portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na
mesma seacuterie
No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave
assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver
surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as
defasagens em outras disciplinas
Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre
sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na
interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo
sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as
propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser
cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que
se faz
Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como
um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam
capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as
praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas
nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem
contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos
acadecircmicos
Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento
de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs
aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical
expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo
pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas
da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa
Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e
letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo
continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e
mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes
A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de
aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e
desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais
didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas
especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a
dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do
processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela
crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever
PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria
piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como
professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do
ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam
esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E
mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa
reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar
as causas que sustentam essa defasagem
Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo
final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado
Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem
nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada
a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem
contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores
que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem
propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica
e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-
lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar
apresentada nessa escola em que atuam
Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da
aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese
da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-
nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de
nossos estudos e nossas reflexotildees
Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas
proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes
E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do
aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa
escrita
A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo
e comprometimento com os objetivos propostos em comum
A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida
alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na
aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao
grupo
Local
O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste
do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo
infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio
Participantes
Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino
Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino
com idade entre 28 a 50 anos de idade
Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme
organizaccedilatildeo abaixo
1ordm ENCONTRO
Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o
objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da
instituiccedilatildeo de ensino
Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com
os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre
medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem
escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a
TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os
participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros
2ordm Encontro
Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos
questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito
dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de
alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi
O que eacute ser alfabetizado
Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento
Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila
Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita
Eacute possiacutevel reverter esse quadro
3ordm Encontro
Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do
primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema
seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo
A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo
conduzido esse trabalho nas escolas
4ordm Encontro
Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior
assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir
seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo
mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam
algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se
de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador
5ordm encontro
Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano
escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo
com orientaccedilotildees do viacutedeo
Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm
ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo
em que se encontram
6ordm e 7ordm encontro
Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas
nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis
de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para
organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do
processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade
dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia
auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se
constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e
a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento
de todo o trabalho
8ordm encontro
No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto
Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial
httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-
403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash
retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias
REFEREcircNCIAS
BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U
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BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U