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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

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Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

Versatildeo On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PUacuteBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produccedilotildees Didaacutetico-Pedagoacutegicas

Tiacutetulo Reflexatildeo com os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem escolar

Autor Faacutetima Scapim de Freitas

DisciplinaAacuterea

Educaccedilatildeo Especial

Escola de Implementaccedilatildeo do Projeto e sua localizaccedilatildeo

Coleacutegio Estadual do ILES

Municiacutepio da escola Londrina

Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo Londrina

Professor Orientador Profordf Drordf Cleide Vitor Mussini Batista

Instituiccedilatildeo de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina

Formato do Material Didaacutetico Unidade Temaacutetica

Puacuteblico

Professores da Educaccedilatildeo Baacutesica do Coleacutegio Estadual do ILES

Apresentaccedilatildeo Enquanto professora de liacutengua portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental no Coleacutegio Estadual do ILES e observando as dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita que trazem os alunos cuja base alfabetizadora vem dessa mesma escola ao ingressarem no 6ordm ano do EF desperta o interesse em desenvolver esse projeto cujo objetivo seraacute a reflexatildeo com os professores dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma avaliar o 3ordm ano do EF por corresponder ao ano-base em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizado para analisar e identificar as possiacuteveis falhas que a estatildeo sustentando e ainda propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa defasagem nos anos subsequentes Para esses estudos e reflexotildees seratildeo realizados encontros com os professores nos quais pretendemos analisar e discutir essa problemaacuteticaPara tal utilizaremos viacutedeos e textos de pesquisadores

de metodologias de letramento e alfabetizaccedilatildeo dos quais buscaremos extrair ideias aplicaacuteveis na base preparatoacuteria que antecede o 6ordm ano do EF para prevenir a continuidade desse problema

Palavras-chave

Aprendizagem Alfabetizaccedilatildeo Letramento Intervenccedilatildeo Superaccedilatildeo

JUSTIFICATIVA

Haacute mais de 15 anos atuando no Coleacutegio Estadual do ILES que atendem

crianccedilas e adolescentes como deficiecircncia auditiva como professora da disciplina de

Liacutengua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental (6ordm ao 9ordm ano) e

observaccedilatildeo contiacutenua ao longo dos anos das dificuldades de aprendizagem

referentes a leitura e escrita dessa liacutengua que acometem os alunos oriundos dos

anos iniciais dessa mesma escola e que ingressam no 6ordm ano do Ensino

Fundamental desperta o interesse em desenvolver esse projeto como uma

emergente necessidade de se pesquisar os fatores que geram tal problemaacutetica

visando contribuir com estudos e reflexotildees que objetivam alternativas de superaccedilatildeo

dessas dificuldades tendo como ponto de partida estudo de concepccedilotildees teoacutericas

que embasem e subsidem a educaccedilatildeo para estudantes surdos

Considerando a questatildeo linguiacutestica que envolve e caracteriza essa

comunidade escolar surda cuja liacutengua primeira de comunicaccedilatildeo eacute a LIBRAS (Lingua

Brasileira de Sinais) ocupando assim a liacutengua portuguesa o status de segunda

liacutengua para esses estudantes torna-se ainda mais relevante a mediaccedilatildeo no

processo de letramento e alfabetizaccedilatildeo visto ser a linguagem um dos recursos

simboacutelicos mais significantes para a expressatildeo e comunicaccedilatildeo do homem com o seu

meio

Para tanto eacute preciso repensar o papel da escola na intenccedilatildeo de

chamar a atenccedilatildeo para uma praacutexis pedagoacutegica que se organize para intervir na

defasagem existente e principalmente que possa adotar medidas de superaccedilatildeo

dessas dificuldades agraves proacuteximas turmas investindo nos primeiros anos de ensino

fundamental I que determinam a base estrutural para a aquisiccedilatildeo do letramento e

alfabetizaccedilatildeo

Sabemos da importacircncia das experiecircncias preacutevias natildeo-formais trazidas

pela crianccedila para a escola no processo de aprendizagem Essa questatildeo se

diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio

familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil

Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela

dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar

Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de

que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da

crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de

famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim

respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio

facilitador da aprendizagem

Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das

crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e

articuladas no trabalho em sala de aula

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I

do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem

escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental

bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base

em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para

analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis

falhas que as estatildeo sustentando

bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para

a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa

defasagem nos anos subsequentes

LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO

Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)

(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade

educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos

estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais

do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes

o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas

peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola

Podemos entender como alunos com necessidades educacionais

especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou

dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de

deficiecircncia

O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que

sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa

perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a

compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser

considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas

O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo

inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que

essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar

recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que

o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de

Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)

21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas

individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo

a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a

ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu

paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-

cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas

especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns

Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades

que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no

campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo

de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade

Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que

tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se

letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na

cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos

para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita

Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como

uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua

vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados

aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para

servirem-se delas em finalidades individuais e sociais

Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o

Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que

desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo

que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral

constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se

utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo

que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser

individual ou grupal (FELIPE 1989)

A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e

considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na

liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de

forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida

de forma sistematizada

Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees

acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais

pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo

de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de

crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na

escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua

deficiecircncia

Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou

segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

Tiacutetulo Reflexatildeo com os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem escolar

Autor Faacutetima Scapim de Freitas

DisciplinaAacuterea

Educaccedilatildeo Especial

Escola de Implementaccedilatildeo do Projeto e sua localizaccedilatildeo

Coleacutegio Estadual do ILES

Municiacutepio da escola Londrina

Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo Londrina

Professor Orientador Profordf Drordf Cleide Vitor Mussini Batista

Instituiccedilatildeo de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina

Formato do Material Didaacutetico Unidade Temaacutetica

Puacuteblico

Professores da Educaccedilatildeo Baacutesica do Coleacutegio Estadual do ILES

Apresentaccedilatildeo Enquanto professora de liacutengua portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental no Coleacutegio Estadual do ILES e observando as dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita que trazem os alunos cuja base alfabetizadora vem dessa mesma escola ao ingressarem no 6ordm ano do EF desperta o interesse em desenvolver esse projeto cujo objetivo seraacute a reflexatildeo com os professores dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma avaliar o 3ordm ano do EF por corresponder ao ano-base em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizado para analisar e identificar as possiacuteveis falhas que a estatildeo sustentando e ainda propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa defasagem nos anos subsequentes Para esses estudos e reflexotildees seratildeo realizados encontros com os professores nos quais pretendemos analisar e discutir essa problemaacuteticaPara tal utilizaremos viacutedeos e textos de pesquisadores

de metodologias de letramento e alfabetizaccedilatildeo dos quais buscaremos extrair ideias aplicaacuteveis na base preparatoacuteria que antecede o 6ordm ano do EF para prevenir a continuidade desse problema

Palavras-chave

Aprendizagem Alfabetizaccedilatildeo Letramento Intervenccedilatildeo Superaccedilatildeo

JUSTIFICATIVA

Haacute mais de 15 anos atuando no Coleacutegio Estadual do ILES que atendem

crianccedilas e adolescentes como deficiecircncia auditiva como professora da disciplina de

Liacutengua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental (6ordm ao 9ordm ano) e

observaccedilatildeo contiacutenua ao longo dos anos das dificuldades de aprendizagem

referentes a leitura e escrita dessa liacutengua que acometem os alunos oriundos dos

anos iniciais dessa mesma escola e que ingressam no 6ordm ano do Ensino

Fundamental desperta o interesse em desenvolver esse projeto como uma

emergente necessidade de se pesquisar os fatores que geram tal problemaacutetica

visando contribuir com estudos e reflexotildees que objetivam alternativas de superaccedilatildeo

dessas dificuldades tendo como ponto de partida estudo de concepccedilotildees teoacutericas

que embasem e subsidem a educaccedilatildeo para estudantes surdos

Considerando a questatildeo linguiacutestica que envolve e caracteriza essa

comunidade escolar surda cuja liacutengua primeira de comunicaccedilatildeo eacute a LIBRAS (Lingua

Brasileira de Sinais) ocupando assim a liacutengua portuguesa o status de segunda

liacutengua para esses estudantes torna-se ainda mais relevante a mediaccedilatildeo no

processo de letramento e alfabetizaccedilatildeo visto ser a linguagem um dos recursos

simboacutelicos mais significantes para a expressatildeo e comunicaccedilatildeo do homem com o seu

meio

Para tanto eacute preciso repensar o papel da escola na intenccedilatildeo de

chamar a atenccedilatildeo para uma praacutexis pedagoacutegica que se organize para intervir na

defasagem existente e principalmente que possa adotar medidas de superaccedilatildeo

dessas dificuldades agraves proacuteximas turmas investindo nos primeiros anos de ensino

fundamental I que determinam a base estrutural para a aquisiccedilatildeo do letramento e

alfabetizaccedilatildeo

Sabemos da importacircncia das experiecircncias preacutevias natildeo-formais trazidas

pela crianccedila para a escola no processo de aprendizagem Essa questatildeo se

diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio

familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil

Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela

dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar

Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de

que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da

crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de

famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim

respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio

facilitador da aprendizagem

Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das

crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e

articuladas no trabalho em sala de aula

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I

do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem

escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental

bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base

em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para

analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis

falhas que as estatildeo sustentando

bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para

a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa

defasagem nos anos subsequentes

LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO

Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)

(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade

educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos

estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais

do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes

o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas

peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola

Podemos entender como alunos com necessidades educacionais

especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou

dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de

deficiecircncia

O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que

sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa

perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a

compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser

considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas

O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo

inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que

essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar

recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que

o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de

Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)

21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas

individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo

a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a

ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu

paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-

cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas

especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns

Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades

que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no

campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo

de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade

Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que

tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se

letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na

cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos

para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita

Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como

uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua

vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados

aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para

servirem-se delas em finalidades individuais e sociais

Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o

Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que

desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo

que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral

constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se

utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo

que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser

individual ou grupal (FELIPE 1989)

A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e

considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na

liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de

forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida

de forma sistematizada

Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees

acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais

pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo

de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de

crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na

escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua

deficiecircncia

Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou

segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

de metodologias de letramento e alfabetizaccedilatildeo dos quais buscaremos extrair ideias aplicaacuteveis na base preparatoacuteria que antecede o 6ordm ano do EF para prevenir a continuidade desse problema

Palavras-chave

Aprendizagem Alfabetizaccedilatildeo Letramento Intervenccedilatildeo Superaccedilatildeo

JUSTIFICATIVA

Haacute mais de 15 anos atuando no Coleacutegio Estadual do ILES que atendem

crianccedilas e adolescentes como deficiecircncia auditiva como professora da disciplina de

Liacutengua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental (6ordm ao 9ordm ano) e

observaccedilatildeo contiacutenua ao longo dos anos das dificuldades de aprendizagem

referentes a leitura e escrita dessa liacutengua que acometem os alunos oriundos dos

anos iniciais dessa mesma escola e que ingressam no 6ordm ano do Ensino

Fundamental desperta o interesse em desenvolver esse projeto como uma

emergente necessidade de se pesquisar os fatores que geram tal problemaacutetica

visando contribuir com estudos e reflexotildees que objetivam alternativas de superaccedilatildeo

dessas dificuldades tendo como ponto de partida estudo de concepccedilotildees teoacutericas

que embasem e subsidem a educaccedilatildeo para estudantes surdos

Considerando a questatildeo linguiacutestica que envolve e caracteriza essa

comunidade escolar surda cuja liacutengua primeira de comunicaccedilatildeo eacute a LIBRAS (Lingua

Brasileira de Sinais) ocupando assim a liacutengua portuguesa o status de segunda

liacutengua para esses estudantes torna-se ainda mais relevante a mediaccedilatildeo no

processo de letramento e alfabetizaccedilatildeo visto ser a linguagem um dos recursos

simboacutelicos mais significantes para a expressatildeo e comunicaccedilatildeo do homem com o seu

meio

Para tanto eacute preciso repensar o papel da escola na intenccedilatildeo de

chamar a atenccedilatildeo para uma praacutexis pedagoacutegica que se organize para intervir na

defasagem existente e principalmente que possa adotar medidas de superaccedilatildeo

dessas dificuldades agraves proacuteximas turmas investindo nos primeiros anos de ensino

fundamental I que determinam a base estrutural para a aquisiccedilatildeo do letramento e

alfabetizaccedilatildeo

Sabemos da importacircncia das experiecircncias preacutevias natildeo-formais trazidas

pela crianccedila para a escola no processo de aprendizagem Essa questatildeo se

diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio

familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil

Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela

dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar

Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de

que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da

crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de

famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim

respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio

facilitador da aprendizagem

Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das

crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e

articuladas no trabalho em sala de aula

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I

do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem

escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental

bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base

em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para

analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis

falhas que as estatildeo sustentando

bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para

a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa

defasagem nos anos subsequentes

LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO

Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)

(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade

educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos

estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais

do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes

o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas

peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola

Podemos entender como alunos com necessidades educacionais

especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou

dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de

deficiecircncia

O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que

sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa

perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a

compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser

considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas

O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo

inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que

essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar

recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que

o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de

Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)

21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas

individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo

a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a

ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu

paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-

cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas

especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns

Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades

que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no

campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo

de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade

Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que

tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se

letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na

cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos

para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita

Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como

uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua

vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados

aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para

servirem-se delas em finalidades individuais e sociais

Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o

Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que

desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo

que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral

constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se

utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo

que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser

individual ou grupal (FELIPE 1989)

A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e

considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na

liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de

forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida

de forma sistematizada

Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees

acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais

pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo

de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de

crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na

escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua

deficiecircncia

Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou

segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

diferencia na crianccedila surda justificada pela diferenccedila linguiacutestica que haacute no conviacutevio

familiar espaccedilo esse privilegiado no desenvolvimento baacutesico da comunicaccedilatildeo infantil

Assim muitas crianccedilas chegam na idade escolar com lacunas nesse quesito pela

dificuldade de comunicaccedilatildeo no proacuteprio ambiente familiar

Eacute preciso refletir nossa praacutetica na escola considerando a premissa de

que existem processos de socializaccedilatildeo que promovem o desenvolvimento da

crianccedila e facilitam a aprendizagem escolar e dos quais a crianccedila surda oriunda de

famiacutelias ouvintes tem participaccedilatildeo deficitaacuteria que provocam essas lacunas e assim

respectivamente ocasionam as dificuldades pela ausecircncia de conhecimento preacutevio

facilitador da aprendizagem

Dessa forma as discussotildees em torno da alfabetizaccedilatildeo e letramento das

crianccedilas surdas deveratildeo se pautar em importantes temaacuteticas a serem debatidas e

articuladas no trabalho em sala de aula

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Intervir na praacutetica pedagoacutegica dos anos iniciais do Ensino Fundamental I

do Coleacutegio Estadual do ILES para superaccedilatildeo de defasagem escolar

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

bull Refletir com os professores do Coleacutegio Estadual do ILES a defasagem

escolar que atinge os alunos do 6ordm ano do ensino fundamental

bull Avaliar o 3ordm ano do Ensino Fundamental por corresponder ao ano-base

em que se espera que o aluno atinja o niacutevel de aprendizagem alfabetizado para

analisar a base e identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e possiacuteveis

falhas que as estatildeo sustentando

bull Propor medidas de intervenccedilatildeo sugerindo atividades alternativas para

a fase de letramento e alfabetizaccedilatildeo que possam contribuir na superaccedilatildeo dessa

defasagem nos anos subsequentes

LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO

Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)

(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade

educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos

estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais

do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes

o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas

peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola

Podemos entender como alunos com necessidades educacionais

especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou

dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de

deficiecircncia

O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que

sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa

perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a

compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser

considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas

O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo

inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que

essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar

recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que

o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de

Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)

21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas

individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo

a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a

ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu

paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-

cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas

especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns

Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades

que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no

campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo

de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade

Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que

tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se

letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na

cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos

para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita

Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como

uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua

vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados

aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para

servirem-se delas em finalidades individuais e sociais

Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o

Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que

desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo

que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral

constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se

utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo

que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser

individual ou grupal (FELIPE 1989)

A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e

considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na

liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de

forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida

de forma sistematizada

Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees

acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais

pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo

de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de

crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na

escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua

deficiecircncia

Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou

segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

LETRAMENTO E ALFABETIZACcedilAtildeO

Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 939496 e as

Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educaccedilatildeo Especial (Res 2101)

(PARANAacute 2006) Educaccedilatildeo Especial eacute conceituada como uma modalidade

educacional que deve ofertar recursos pedagoacutegicos que permitam atender aos

estudantes com algum tipo de deficiecircncia altas habilidades e ou transtornos globais

do desenvolvimento em suas necessidades educacionais especiais garantindo-lhes

o direito ao acesso ao conhecimento integral respeitando-lhes em suas

peculiaridades assegurando-lhes o ingresso e permanecircncia agrave escola

Podemos entender como alunos com necessidades educacionais

especiais crianccedilas e jovens cujas necessidades decorrem de elevada capacidade ou

dificuldade de aprendizagem e natildeo somente aqueles que possuem algum tipo de

deficiecircncia

O atendimento educacional especializado eacute uma forma de garantir que

sejam reconhecidas e atendidas as particularidades desses alunos Nessa

perspectiva a escola deve lanccedilar um olhar diferenciado para a diversidade que a

compotildee a fim de reconhecer que todo aquele que apresenta uma NEE passa a ser

considerado especial agrave medida que requer respostas especiacuteficas adequadas

O aprender como um direito de todos implica uma poliacutetica de educaccedilatildeo

inclusiva que contemple as diferenccedilas individuais e as diversas situaccedilotildees a que

essas possam impor ao aluno Nesse sentido torna-se necessaacuterio viabilizar

recursos especiacuteficos que assegurem a esses alunos o acesso ao conhecimento que

o ambiente escolar oferece como expressa o artigo 21 da Declaraccedilatildeo de

Salamanca (ORGANIZACcedilAtildeO 1994)

21 As poliacuteticas educativas deveratildeo levar em conta as diferenccedilas

individuais e as diversas situaccedilotildees Deve ser levada em consideraccedilatildeo por exemplo

a importacircncia da linguagem dos sinais como meio de comunicaccedilatildeo para os surdos a

ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu

paiacutes Face agraves necessidades especiacuteficas de comunicaccedilatildeo de surdos e de surdos-

cegos seria mais conveniente que a educaccedilatildeo lhes fosse ministrada em escolas

especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns

Portanto eacute necessaacuteria uma reflexatildeo mais atenta acerca das dificuldades

que vem se apresentando no acircmbito escolar em geral mais especificamente no

campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo

de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade

Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que

tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se

letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na

cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos

para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita

Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como

uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua

vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados

aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para

servirem-se delas em finalidades individuais e sociais

Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o

Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que

desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo

que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral

constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se

utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo

que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser

individual ou grupal (FELIPE 1989)

A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e

considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na

liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de

forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida

de forma sistematizada

Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees

acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais

pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo

de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de

crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na

escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua

deficiecircncia

Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou

segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

campo da educaccedilatildeo de surdos no quesito de se adquirir competecircncia no processo

de alfabetizaccedilatildeo e letramento no tempo socialmente estipulado para essa habilidade

Letramento eacute o estado daquele que natildeo soacute sabe ler e escrever mas que

tambeacutem faz uso competente e frequente da leitura e da escrita e que ao tornar-se

letrado muda seu lugar social seu modo de viver na sociedade sua inserccedilatildeo na

cultura (SOARES 1995 P36-37) Abrange portanto a assimilaccedilatildeo dos processos

para a alfabetizaccedilatildeo e conviacutevio e haacutebito com a leitura e a escrita

Partindo dessa definiccedilatildeo vamos pensar o letramento dos surdos como

uma condiccedilatildeo baacutesica de lidar com as situaccedilotildees vivenciadas em contextos da sua

vida que natildeo pertencem agrave escola Sendo assim vamos considerar surdos letrados

aqui aqueles que apresentam competecircncias de leitura e escrita suficientes para

servirem-se delas em finalidades individuais e sociais

Sabemos que a educaccedilatildeo de surdos no Brasil passou por fases como o

Oralismo (COUTO 1998) cuja proposta visa a aquisiccedilatildeo da liacutengua oral o que

desconsidera questotildees relacionadas agrave cultura e sociedade surda o Bimodalismo

que permite o uso da liacutengua de sinais como recurso para o ensino da liacutengua oral

constituindondashse num sistema artificial denominado portuguecircs sinalizado em que se

utiliza uso simultacircneo de sinais e de fala e finalmente a atual proposta o Bilinguismo

que compreende a competecircncia e o desempenho em duas liacutenguas podendo ser

individual ou grupal (FELIPE 1989)

A partir da proposta do Bilinguismo e as propostas que esta implica e

considerando como sendo a mais adequada para o ensino de crianccedilas surdas na

liacutengua de sinais respeitada enquanto liacutengua natural das pessoas surdas adquirida de

forma espontacircnea no contato com seus usuaacuterios e secundariza liacutengua oral adquirida

de forma sistematizada

Cabe agora vislumbrar a anaacutelise e observaccedilatildeo das condiccedilotildees

acadecircmicas utilizaccedilatildeo de metodologias apropriadas recursos materiais

pedagoacutegicos e todo o arsenal de instrumentos e procedimentos de ensino que satildeo

de fato imprescindiacuteveis para o sucesso no trabalho de alfabetizaccedilatildeo e letramento de

crianccedilas surdas Eacute importante olhar a crianccedila surda como um ser que ingressa na

escola para aprender ou seja focaacute-lo na sua potencialidade e natildeo na sua

deficiecircncia

Segundo Freire (1999) aprender a liacutengua portuguesa como primeira ou

segunda liacutengua constitui um direito de todo cidadatildeo brasileiro e o ensino dessa

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

liacutengua eacute de responsabilidade da escola e mediante o fracasso na educaccedilatildeo de

surdos tem que ser enfrentado a partir de uma nova proposta que contemple as

reais necessidades do estudante surdo considerando a liacutengua de sinais como

primeira liacutengua e de instruccedilatildeo e a liacutengua portuguesa como uma segunda liacutengua

com uma funccedilatildeo social e definida como instrumental para desenvolver neste as

habilidades de leitura e escrita

O ensino da liacutengua portuguesa como segunda liacutengua tem sido nos

tempos atuais objeto de estudo de pesquisadores que focam essa questatildeo e de

acordo com Botelho (1998) na histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos em que este foi

exposto a metodologias e propostas reducionistas e equivocadas de ensino haacute

registros de sucessivos fracassos escolares justificados por influentes psicoacutelogos da

linguagem como Myklebust na crenccedila de que o pensamento do surdo comparado

ao pensamento do ouvinte sendo o primeiro tomado como concreto menos ou nada

abstrato

Dessa forma quando o surdo apresenta dificuldades na leitura e escrita

estas satildeo atribuiacutedas ao baixo abstracionismo ou agrave necessidade da linguagem verbal

e da liacutengua oral Esse pensamento tende a negar a essecircncia da liacutengua de sinais

enquanto um sistema linguiacutestico que preenche todas as funccedilotildees de uma linguagem

humana

As dificuldades na aquisiccedilatildeo da aprendizagem escolar para a crianccedila

surda quando existem estatildeo relacionadas com as experiecircncias linguiacutesticas e

escolares insatisfatoacuterias Portanto natildeo haacute nenhuma limitaccedilatildeo cognitiva decorrente

da surdez que possa justificar esse fracasso embora ainda existam nas escolas

conclusotildees equivocadas desse processo

As dificuldades de comunicaccedilatildeo enfrentadas pelo surdo se constituem em

um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar o que demanda a esses o

acesso agrave uma liacutengua que lhes permita pensar com todas as competecircncias

necessaacuterias em todos os niacuteveis de complexidade como qualquer outro Na loacutegica de

uma crianccedila surda isso eacute possiacutevel ao adquirir a liacutengua de sinais e via de regra para

se efetuar essa comunicaccedilatildeo esta liacutengua deve ser tambeacutem de competecircncia do

professor e de todo o contexto escolar para que natildeo ocorram falhas na comunicaccedilatildeo

que possam implicar em problemas e lacunas na aprendizagem dessa crianccedila e

sejam aiacute desviadas para a incapacidade da proacutepria crianccedila Entretanto eacute preciso

refletir sobre a dificuldade apresentada pela crianccedila surda pois essa pode estar

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

associada ou estar sendo fabricada por uma praacutetica pedagoacutegica que natildeo

corresponda adequadamente agrave necessidade educacional especial que esta requer

para a sua aprendizagem

Para que ocorra uma situaccedilatildeo efetiva de aprendizagem a crianccedila surda

requer um ambiente que lhe possibilite o contato contiacutenuo da leitura e escrita por

meio de atividades significativas e contextualizadas observando e intervindo

adequadamente em cada niacutevel do processo em que esta se encontre para que uma

vez provocada manifeste respostas educativas de avanccedilo no conhecimento

Para trilhar esse caminho escola e professores devem estar engajados

numa proposta de ensino que priorize como liacutengua de instruccedilatildeo a LIBRAS primeira

liacutengua do surdo e ao mesmo tempo compreenda as dificuldades surgidas como

consequecircncias de um conjunto de fatores que as desencadeiam e natildeo tatildeo somente

pelo ponto de vista linguiacutestico ou seja que essas dificuldades se tornem pontos de

reflexatildeo sobre as praacuteticas pedagoacutegicas que desconsideram as etapas do

desenvolvimento humano envolvendo metodologias e intervenccedilotildees natildeo adequadas

que satildeo executadas no cotidiano escolar contribuindo para reforccedilar o fracasso

escolar dessas crianccedilas mais concentrado no que se relaciona agrave apropriaccedilatildeo da

leitura e escrita

Dificuldades na leitura e escrita natildeo se restringem agraves crianccedilas surdas

pesquisas vecircm apontando um crescimento significativo em todo o sistema

educacional atingindo grande parte deste em todo o paiacutes Optaremos aqui para

destacar as crianccedilas surdas pelo fato destas somarem como agravante a questatildeo da

diferenccedila linguiacutestica

Inuacutemeros satildeo os desafios a serem enfrentados no contexto educacional

visto que muitos alunos passam pela escola e satildeo lanccedilados no mercado de trabalho

sem contudo terem se tornado leitores e produtores de texto competentes Nesse

sentido cabe agrave escola a preocupaccedilatildeo de unir-se em pesquisa na busca de

alternativas pedagoacutegicas que visam agrave superaccedilatildeo dessas falhas

Entretanto se ldquoalfabetizar-se natildeo significa apenas dominar habilidades

teacutecnicas de decodificaccedilatildeo produccedilatildeo e compreensatildeo de certos signos graacuteficos mas

adquirir e integrar novos modos de compreensatildeo da realidade do mundo de si

mesmo e dos outrosrdquo (FRAGO 1993 p 107) Ler e escrever satildeo praacuteticas culturais

que pressupotildeem relaccedilotildees interculturais pois embora dependam de processos

individuais satildeo adquiridas e exercidas em contextos coletivos socialmente

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

organizados eacute preciso que se compreenda a accedilatildeo de alfabetizar como praacutetica que

confere ao aprendiz o uso eficaz de sua atuaccedilatildeo social permitindo que esse se sinta

seguramente interagido nas suas necessidades individual e coletiva

Hoje muito se fala na alfabetizaccedilatildeo sob a perspectiva de letramento

praacutetica essa que demanda comprometer-se com metodologias e didaacuteticas de ensino

norteadas pelas necessidades reais dos alunos ou seja o uso funcional da leitura e

escrita em suas praacuteticas sociais Assim efetivamente o aprendizado da leitura e

escrita deve estar vinculado aos significados e usos que se faz do ato de ler e

escrever nas mais diversas situaccedilotildees sociais

A forma como eacute conduzido o trabalho na sala de aula reflete na

construccedilatildeo desse conhecimento pelo aluno e ainda na aquisiccedilatildeo das habilidades

que se deseja desenvolver nele Cada pessoa tem uma histoacuteria proacutepria histoacuteria essa

que representa experiecircncias acumuladas em sua vida e que fazem a diferenccedila no

processo de aprendizagem

Os surdos buscam na escolarizaccedilatildeo a interaccedilatildeo social a conquista de

seus direitos baacutesicos de cidadania e o respeito agrave sua cultura E nessa trajetoacuteria

depara-se com as dificuldades das diferenccedilas linguiacutesticas representadas pela sua

linguagem e a linguagem escolar que se diferem na construccedilatildeo gramatical e

modalidade sendo a primeira a LIBRAS liacutengua materna dos surdos

essencialmente visual-motora-espacial e a segunda centrada na oralidade

Dessa forma ao serem identificadas as dificuldades as atividades a

serem escolhidas precisam corresponder aos conteuacutedos e objetivos que foram

predeterminados para se atingir o sujeito cognocente

A escrita para os surdos desempenha aleacutem da funccedilatildeo de mediaccedilatildeo social

a de possibilitar o acesso agrave liacutengua da comunidade oral-auditiva em ambientes sociais

que requeiram essa interaccedilatildeo com pessoas ouvintes que natildeo saibam usar a liacutengua

de sinais e dessa forma ampliando o universo soacutecio-comunicativo (SANTOS 2013)

Vygotsky (1991) aponta em seus estudos que a escrita eacute uma funccedilatildeo

linguiacutestica distinta diferindo da fala oral tanto na estrutura como no funcionamento

Para o desenvolvimento da crianccedila principalmente na primeira infacircncia o que se

reveste de importacircncia primordial satildeo as interaccedilotildees com os adultos (assimeacutetricas)

portadores de todas as mensagens de cultura Nessa interaccedilatildeo o papel essencial

corresponde aos diferentes sistemas semioacuteticos seguida de uma funccedilatildeo individual

comeccedilam a ser utilizado como instrumentos de organizaccedilatildeo e de controle do

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

comportamento individual E nesse sentido haacute estudos que trazem a preocupaccedilatildeo

de a pessoa surda obter o domiacutenio da liacutengua oral na modalidade escrita como

segunda liacutengua

A contribuiccedilatildeo da escola enquanto alfabetizadora estaacute em conduzir a sua

praacutetica de maneira que facilite agrave crianccedila surda desenvolver a escrita da liacutengua

portuguesa num niacutevel o mais possiacutevel aproximado agrave escrita do ouvinte que esteja na

mesma seacuterie

No entanto o fracasso educacional do surdo no que se refere agrave

assimilaccedilatildeo da liacutengua portuguesa tem liderado as pesquisas sendo comum haver

surdos com produccedilotildees incompatiacuteveis com seus niacuteveis de estudo afora as

defasagens em outras disciplinas

Grossi (2003) chama a atenccedilatildeo sobre a ideia de Vygotsky que discorre

sobre a construccedilatildeo do pensamento a partir da conceitualizaccedilatildeo ou seja na

interligaccedilatildeo das funccedilotildees simboacutelica e linguagem Essa ideia estaacute no retorno reflexivo

sobre a proacutepria atividade na relaccedilatildeo entre as propriedades do objeto e as

propriedades da accedilatildeo atividade essa denominada metacogniccedilatildeo ndash que significa ser

cognitivo para dar conta de uma tarefa e metacognitivo para se compreender o que

se faz

Segundo Lacerda (1996) a educaccedilatildeo de surdos ainda se apresenta como

um assunto inquietante visto que satildeo sugeridas propostas de ensino que objetivam

capacitaacute-los plenamente mas que natildeo satildeo realizadas na praacutetica Ao contraacuterio as

praacuteticas pedagoacutegicas de ensino aos surdos apresentam limitaccedilotildees observadas

nesses mesmos sujeitos que concluem as etapas da escolarizaccedilatildeo baacutesica sem

contudo apresentarem domiacutenio adequado da leitura e escrita e demais conteuacutedos

acadecircmicos

Para Fernandes (1991) eacute necessaacuterio considerar que o desenvolvimento

de linguagem pelo surdo (assim como pelo ouvinte) implica o domiacutenio de trecircs

aspectos distintos o aspecto funcional o aspecto lexical e o aspecto gramatical

expliacutecitos ou impliacutecitos na organizaccedilatildeo textual e esses seratildeo acessiacuteveis ao surdo

pela linguagem de sinais desde que estabelecido um paralelo entre as diferenccedilas

da sua primeira liacutengua e da liacutengua portuguesa

Para se compreender o que ocorre no processo de alfabetizaccedilatildeo e

letramento da crianccedila surda eacute preciso o professor investir em capacitaccedilatildeo

continuamente de forma que o habilite a prestar significativas contribuiccedilotildees com

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

sugestotildees adequadas para que se efetive esse trabalho transformando fracassos e

mudando a histoacuteria da educaccedilatildeo de surdos no nosso paiacutes

A capacitaccedilatildeo permite ao professor conhecer e refletir sobre a forma de

aprendizagem que envolve a crianccedila surda intervindo conscientemente e

desvencilhando-se da praacutetica reprodutiva e generalizada pautada em materiais

didaacuteticos produzidos para as crianccedilas natildeo surdas atendendo-a em suas

especificidades promovendo o seu desenvolvimento real Haacute que se analisar a

dinacircmica do ensino na base primordial para diagnosticar as falhas na conduccedilatildeo do

processo de construccedilatildeo do conhecimento da leitura e escrita e aquisiccedilatildeo pela

crianccedila das habilidades que lhe permitiratildeo o uso efetivo do ato de ler e escrever

PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

A presente pesquisa trata da capacitaccedilatildeo de professores agrave luz da teoria

piagetiana Seu motivador eacute uma experiecircncia de mais de 15 anos de atuaccedilatildeo como

professora de liacutengua portuguesa para estudantes surdos no Coleacutegio Estadual do

ILES e observaccedilatildeo contiacutenua das dificuldades na leitura e escrita que apresentam

esses estudantes quando ingressam no 6ordm ano- EF dessa mesma escola E

mediante essa defasagem significativa vimos a necessidade de se organizar numa

reflexatildeo acerca do tema com o objetivo de atraveacutes de anaacutelises e estudos identificar

as causas que sustentam essa defasagem

Partiremos do estudo do 3ordm ano EF por compreender esse ano como o prazo

final para o aluno atingir o niacutevel de alfabetizado

Haacute necessidade de se definir como estaacute o processo de ensino-aprendizagem

nessa fase iniciante e para onde se quer caminhar e isso exige antes de mais nada

a identificaccedilatildeo do problema para a tomada de estrateacutegias de intervenccedilatildeo que visem

contribuir para a superaccedilatildeo deste Portanto investir na capacitaccedilatildeo de professores

que atuam na base propulsora do letramento e alfabetizaccedilatildeo significa tambeacutem

propiciar-lhes o exerciacutecio de estudo e reflexatildeo consciente de sua praacutexis pedagoacutegica

e levaacute-los a compreender o proacuteprio processo que estatildeo vivenciando a fim de assumiacute-

lo criticamente e motivaacute-los na busca pela superaccedilatildeo dessa defasagem escolar

apresentada nessa escola em que atuam

Baseando-nos na teoria de Piaget pretendemos aqui ldquocolocar o sujeito da

aprendizagem no centro do processordquo (FERREIRO amp TEBEROSKY ndash Psicogecircnese

da liacutengua escrita ndash Ed Artes Meacutedicas 2008) e assim refletir sobre os niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

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alfabetizaccedilatildeo que compreendem o processo de aprendizagem do aluno orientando-

nos pelos viacutedeos e textos de Telma Weisz que seratildeo subsiacutedios norteadores de

nossos estudos e nossas reflexotildees

Compreendemos que os diferentes niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo tecircm caracteriacutesticas

proacuteprias e requerem intervenccedilotildees adequadas para culminar avanccedilos subsequentes

E em qualquer niacutevel de alfabetizaccedilatildeo o professor deve ter o olhar para a escrita do

aluno no sentido de compreender e analisar o seu pensamento ao projetar essa

escrita

A reflexatildeo em grupo por profissionais compreende envolvimento participaccedilatildeo

e comprometimento com os objetivos propostos em comum

A garantia em termos de conter o fracasso escolar estaraacute sem duacutevida

alguma na capacidade do professor a mudar o seu olhar para o aluno e na

aplicabilidade das experiecircncias vivenciadas nesses encontros oportunizados ao

grupo

Local

O estudo seraacute desenvolvido em uma escola estadual situada na regiatildeo leste

do municiacutepio de Londrina Essa escola atende a 85 estudantes surdos da educaccedilatildeo

infantil ao ensino meacutedio sendo que 26 frequentam o ensino meacutedio

Participantes

Participaratildeo dessa pesquisa 08 professores regentes do Ensino

Fundamental Desses professores 07 satildeo do sexo feminino e 01 do sexo masculino

com idade entre 28 a 50 anos de idade

Seratildeo ministrados 8 encontros de 4 horas de duraccedilatildeo conforme

organizaccedilatildeo abaixo

1ordm ENCONTRO

Iniciaremos propondo uma dinacircmica Natildeo estamos sozinhos - com o

objetivo de estimular a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo nas atividades acadecircmicas da

instituiccedilatildeo de ensino

Apoacutes seraacute apresentado o projeto de intervenccedilatildeo do PDE Reflexatildeo com

os professores da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash EF ndash do Coleacutegio Estadual do ILES sobre

medidas de intervenccedilatildeo e recursos pedagoacutegicos na mediaccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo da

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

alfabetizaccedilatildeo e letramento dos alunos como forma de superaccedilatildeo agrave defasagem

escolar - por meio de slides e explanaccedilatildeo oral onde utilizaremos como recursos a

TV pendrive e o data show Concluiremos o encontro com uma conversa com os

participantes sobre os objetivos que pretendemos alcanccedilar durante os encontros

2ordm Encontro

Nesse encontro a partir de conversa e escuta seratildeo feitos

questionamentos preacute- elaborados sobre o que os participantes sabem a respeito

dos niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo para iniciarmos uma explanaccedilatildeo dos niacuteveis de

alfabetizaccedilatildeo segundo Grosssi

O que eacute ser alfabetizado

Qual a diferenccedila entre alfabetizaccedilatildeo e letramento

Como deve ser o olhar do professor para a escrita da crianccedila

Por que haacute tantas crianccedilas com dificuldades na leitura e escrita

Eacute possiacutevel reverter esse quadro

3ordm Encontro

Viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz ndash 1ordf e 2ordf parte Ao teacutermino do

primeiro viacutedeo faremos uma pausa para anaacutelise e reflexatildeo sobre o respectivo tema

seguindo o mesmo procedimento ao teacutermino do segundo viacutedeo

A reflexatildeo deveraacute estabelecer comparaccedilotildees de como vem sendo

conduzido esse trabalho nas escolas

4ordm Encontro

Daremos sequecircncia nesse encontro a praacutetica do encontro anterior

assistindo aos viacutedeos Alfabetizaccedilatildeo ndash Telma Weisz- 3ordf e 4ordf parte Apoacutes assistir

seguidamente os dois viacutedeos faremos uma discussatildeo que levaraacute a uma reflexatildeo

mais elaborada sobre o tema Apoacutes solicitaremos aos participantes que faccedilam

algumas consideraccedilotildees escritas sobre essa reflexatildeo preferencialmente utilizando-se

de situaccedilotildees vivenciadas no seu trabalho de alfabetizador

5ordm encontro

Viacutedeo de Telma Weisz Orientaccedilotildees para avaliaccedilatildeo ndash para anaacutelise e

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dessa base sobre a defasagem escolar que atinge esses alunos e dessa forma, avaliar o 3º ano do EF por corresponder ao ano-base

reflexatildeo sobre a forma como se vem realizando essas avaliaccedilotildees no cotidiano

escolar e pretendemos fazer uma reorganizaccedilatildeo da forma de avaliaccedilatildeo de acordo

com orientaccedilotildees do viacutedeo

Em seguida faremos anaacutelise de avaliaccedilotildees realizadas nos alunos do 3ordm

ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES ndash para classificar os niacuteveis de alfabetizaccedilatildeo

em que se encontram

6ordm e 7ordm encontro

Nesses dois encontros concluiremos a anaacutelise das avaliaccedilotildees realizadas

nos alunos do 3ordm ano do EF do Coleacutegio Estadual do ILES para classificar os niacuteveis

de alfabetizaccedilatildeo em que se encontram e apoacutes discutiremos sugestotildees para

organizaccedilatildeo de atividades de intervenccedilatildeo que promovem avanccedilos em cada niacutevel do

processo de alfabetizaccedilatildeo Nessa atividade estaremos observando a peculiaridade

dos alunos em estudo que se identificam enquanto crianccedilas com deficiecircncia

auditiva sem perder de vista nosso princiacutepio de que o processo de alfabetizaccedilatildeo se

constitui o mesmo para qualquer crianccedila mas considerando a diferenccedila linguiacutestica e

a necessidade de adaptaccedilatildeo de metodologias especiacuteficas para o desenvolvimento

de todo o trabalho

8ordm encontro

No uacuteltimo encontro realizaremos a leitura pela internet do texto

Entrevista com Telma Weisz cujo tema eacute alfabetizaccedilatildeo inicial

httpeducarparacrescerabrilcombraprendizagementrevista-telma-weisz-

403872shtml- revistaescolaabril combrlinguaportuguesa-maio 2013 ndash

retrocedendo aos questionamentos do 1ordm encontro para fechamento das ideias

REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U

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REFEREcircNCIAS

BAUTISTA R (Org) Necessidades educativas especiais Lisboa Dinalivro 1997 CAGLIARI L C Alfabetizaccedilatildeo e Linguiacutestica 3 ed Satildeo Paulo Scipione 1989 2000 ou 2005 ENTREVISTA com Telma Weisz sobre alfabetizaccedilatildeo inicial Nova Escola Disponiacutevel em lthttprevistaescolaabrilcombrlingua-portuguesaalfabetizacao-inicialaposte-alto-capacidade-alunos-429248shtml gt Acesso em 20 maio 2013 FERNANDES E Problemas linguiacutesticos do surdo Rio de Janeiro Agir 1991 FERREIRA B Integraccedilatildeo social amp educaccedilatildeo de surdos Rio de Janeiro Babel 1993 FERREIRO E TEBEROSKY A Psicogecircnese da liacutengua escrita Porto Alegre Artes Meacutedicas 2008 FRAGO Antonio Vintildeao Alfabetizaccedilatildeo na sociedade e na histoacuteria vozes palavras e textos Porto Alegre Artes Meacutedicas 1993 GROSSI E P (Org) Por que ainda haacute quem natildeo aprende a teoria Petroacutepolis Vozes 2003 LACERDA C B F de Um pouco de histoacuteria das diferentes abordagens na educaccedilatildeo de surdos 1996 Disponiacutevel em lthttpwwwacademiaedu1083622gt Acesso em 10 jun 2013 ORGANIZACcedilAtildeO DAS NACcedilOtildeES UNIDAS Declaraccedilatildeo de Salamanca sobre princiacutepios poliacuteticas e praacuteticas na aacuterea das necessidades educativas especiais 1994 Disponiacutevel em lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdfgt Acesso em 10 jun 2013 PARANAacute Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Diretrizes Curriculares da Educaccedilatildeo Especial para a construccedilatildeo de curriacuteculos inclusivos Curitiba SEED 2006 PIAGET J A linguagem e o pensamento na crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 1986 ______ Psicologia e Pedagogia 10 ed Satildeo Paulo Forense Universitaacuteria 2010 SOUZA R M Que palavra que te falta Linguiacutestica e educaccedilatildeo consideraccedilotildees epistemoloacutegicas a partir da surdez Satildeo Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo da mente o desenvolvimento dos processos bioloacutegicos superiores Satildeo Paulo Martins Fontes 1989 ______ A formaccedilatildeo social da mente Satildeo Paulo Martins Fontes 1984 WEISZ T O ensino e a aprendizagem Satildeo Paulo Aacutetica 2002 Videos de Telma Weisz Disponivel em httpswwwyoutubecomwatchv=xQP-WK2ckMw Weisz - Publicado em 18052013 httpprofessoressolidariosblogspotOrientaccedilotildees para Sondagem ndashDrordf Telma Weisz httpswwwyoutubecomwatchv=RzR-ga8ke9U