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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dias em que os professores tinham semanalmente a hora-atividade. O estudo se justifica pela ... Terceiro Equilíbrio Estático,

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

CURRÍCULO DE FÍSICA: discussão sobre conteúdos no primeiro

ano do ensino médio.

Sueli Aparecida Ibanes1

Polonia Altoé Fusinato2

Resumo: O presente artigo se refere ao trabalho de conclusão das atividades do PDE-2013 que foidesenvolvido com professores de Física do Núcleo Regional de Educação de Maringá, o objetivo foiselecionar, discutir e eleger um rol de conteúdos considerado mais adequado para ser trabalhado noprimeiro ano do Ensino Médio. O trabalho foi desenvolvido na forma de um curso de extensão no qualos professores de Física do ensino médio foram convidados a participar. Os encontros ocorreram emdias em que os professores tinham semanalmente a hora-atividade. O estudo se justifica peladificuldade dos professores de Física em escolher quais conteúdos trabalhar levando-se emconsideração o tempo reduzido de duas horas aula por semana destinada para trabalhar uma gamaextensa de conteúdo no primeiro ano do ensino médio. Outro problema é a formação do professorque em raras exceções são formados em Física. O resultado dos estudos foi disponibilizado para osprofessores colocarem em prática em sala de aula para posteriores discussões com seus pares

Palavras-chave: Currículo. Conteúdos. Ensino Médio. Física.

1. INTRODUÇÃO

Nossa proposta de estudar quais conteúdos de Física deveriam ser

ministrados na primeira série do Ensino Médio tem por base a dificuldade pessoal de

em eleger quais conteúdos deveria ser trabalhada, dificuldade também

compartilhada por colegas da mesma disciplina. Percebemos com o passar do

tempo ao longo de nossa carreira docente, que a quantidade de conteúdos

destinada a ser trabalhada no primeiro ano do ensino médio na disciplina de Física,

era incompatível com o número de aulas disponível para a mesma. Dessa forma

somos obrigados a eleger quais conteúdos serão privilegiados em detrimento de

outros. Essa escolha é aflitiva, pois o professor, em geral, sempre acha que tudo é

importante e necessita ser abordado. Frente às dificuldades de conciliar tempo e

quantidade de conteúdos, outra questão largamente discutida é a necessidade da

1 Professora de Física e Matemática, técnica pedagógica do Núcleo Regional de educação de Maringá, Mestranda do Programa Educação para a Ciência e a Matemática – UEM, [email protected]

2 Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

inserção da Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio (Ostermann 1999).

Nas discussões com professores da rede pública de ensino, do Núcleo Regional de

Maringá (NRE), percebe-se essa angustia e também a vontade de fazer a escolha

mais acertada, daí a importância de se discutir o tema e assim contribuir com o

trabalho dos professores. Esse estudo e discussão ocorreu por meio do Grupo de

Trabalho em Rede (GTR) e por um curso de extensão promovido para a

implementação do projeto PDE. No GTR participaram professores de diferentes

localidades do Estado enquanto que no curso de extensão participaram somente

professores do NRE de Maringá. Em ambos os casos os professores discutiram e

fizeram suas colocações quanto aos conteúdos considerados por eles mais

adequados.

Frente à dificuldade de conciliar tempo e quantidade de conteúdos surge

ainda a questão sobre a necessidade da inserção da Física Moderna e

Contemporânea no ensino médio, agravada pelo fato de a maioria dos docentes de

Física neste nível de ensino, não possuírem a formação em Física, não constando,

portanto, em seus históricos profissionais, o conhecimento específico na área.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A necessidade de um currículo mínimo como também a unificação de alguns

conteúdos já é discutida há algum tempo, a necessidade de unificarem conteúdos já

foi discutida, até mesmo para não prejudicar os alunos quanto das transferências de

uma escola para outra Krasilchik (1987). As instituições mantenedoras das escolas

têm se esforçado para isso, haja vista a elaboração dos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN) em 1995, porém, esses não deixavam claros quais conteúdos

deveriam ser trabalhados em cada série ou ano Bonamino (2002), na tentativa de

suprir essa carência, em 1998, foram criadas as Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Educação Básica. O estado do Paraná também se preocupou em definir um

currículo para as escolas da rede pública, então, ele criou e, em 2008 publicou as

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Apesar dos documentos existentes os

professores ainda sentem dificuldades em selecionar os conteúdos a serem

desenvolvidos em cada ano ou série, pois esses documentos não levam em

consideração alguns fatores comuns nas salas de aula, como por exemplo, o tempo

escasso para o desenvolvimento dos conteúdos.

“a decisão de cada professor sobre que conteúdo enfatizar ou omitir sebaseia, em parte, no tempo à disposição. Quando um professor pula umconceito, unidade ou capítulo no livro didático, ele está dizendo: Tudo omais é constante, eu prefiro gastar meu tempo limitado de aula me focandoem outros tópicos e habilidades que eu julgo serem mais importantes”(RUSSELL, 2014, p.68).

O tempo é um recurso limitado e é um fator muito importante quando se vai

planejar um curso ou preparar uma aula, por isso, uma escolha adequada de

conteúdos é primordial e muito importante para que se possa obter um resultado

positivo no ensino de Física.

A inclusão da Física Moderna e Contemporânea bem como a História das

Ciências, nos conteúdos de Física tem sido outro tópico em discussão há algum

tempo. Essa tendência se justifica pela necessidade de preparar cientificamente os

cidadãos, tendo em vista o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia nas últimas

décadas. Para formar novos alunos para o campo científicos ou da pesquisa, torna-

se necessário eleger um currículo que traga em seu bojo os avanços ocorridos no

campo da Ciência e da Tecnologia, como forma de atraí-los (Ostermann 1999) para

um campo de conhecimentos que na prática, já esta cada aprendiz vivencia em seu

cotidiano.

Para Arroyo (2011) devemos lembrar que não é fácil nos desvencilharmos de

conteúdos que estamos acostumados a cultuar, também não é nada fácil à crítica a

esses conteúdos, pois, isso requer conhecimento atualizado. O docente também

precisa se desapegar de conteúdos já sacralizados e, para isso, ele precisa recriar,

reorganizar e sustentar isso, investindo sua vontade e tempo. Nesse sentido os

currículos devem ser elaborados de maneira a se considerar estratégias de ação

que corroborem com os objetivos que se esperam para o ensino de Física no Ensino

Médio (CARVALHO, 2010). Assim há uma necessidade de mudança nos currículos,

para que os mesmos possam atender todas essas demandas.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

As atividades foram desenvolvidas com professores do Ensino Médio da rede

pública do Estado do Paraná.

3.1 GTR: curso online

A primeira atividade desenvolvida foi o GTR. Neste espaço os professores

puderam expor suas ideias e experiências quando perguntados sobre a pertinência

de uma renovação curricular na disciplina de Física. Muitos se mostraram favoráveis

e pensam ser necessário, porém, consideram a tarefa bastante difícil. O professor

01 coloca “O tema é delicado, pois, trata da mudança de algo ha muito tempo

utilizado, ou seja, o currículo tradicional”, nesse sentido, a professora 02 também

coloca que, “ainda nos deparamos com colegas que se recusam as mudanças, pois

querem continuar a ensinar da mesma forma que aprenderam”. “Considerando a

necessidade de mudanças a professora 03 entende que:” é imprescindível que o

estudante do Ensino Médio conheça os fundamentos da tecnologia atual, já que atua

diretamente em sua vida e certamente definirá o seu futuro profissional. A professora

04, expressa seu pensamento da seguinte forma: “penso que a construção de um

novo currículo (planejamento) não é fácil, é preciso que haja a discussão da nova

proposta pelos professores, sujeito ativo nesse processo, devendo levar em

consideração conhecimentos e sociedade, buscando alcançar uma alfabetização

cientifica, proporcionando assim uma maior compreensão aos alunos”.

O professor 05 diz que - “a discussão do currículo é sempre algo interessante

e desafiador de se fazer. Em se tratando da disciplina de Física a definição de temas

a serem trabalhados diante de uma gama de possibilidades, contraditória à carga

horária e a capacitação necessária para muitos professores, torna o desafio ainda

maior. Sendo assim começo dizendo que não se trata de ser algo viável ou não, mas

extrema necessidade”. O professor 01 elegeu os conteúdos e seus respectivos

bimestres, como mostra o quadro a seguir.

Quadro 01: Divisão de conteúdos por bimestre.

BIMESTRE CONTEÚDOprimeiro História da Ciência, Grandezas pertinentes ao

Movimento e Quantidade de movimento.Segundo Leis de Newton, Trabalho Mecânico, Energias e

suas conservações.Terceiro Equilíbrio Estático, Dinâmico e Hidrostático.Quarto Sistema Solar e suas considerações.

Observando as discussões e colocações dos cursistas percebe-se que de

maneira geral, a maioria concorda que uma mudança se faz necessária, porém,

essa mudança não será fácil, por isso, precisam-se promover grandes discussões

para que se viabilize possibilidade de mudanças curriculares. Também, torna-se

imprescindível a formação continuada de professores para que lacunas da formação

inicial sejam preenchidas e possibilite discussões embasadas na melhoria da

formação profissional e em consequência do ensino e aprendizagem.

Outra questão colocada no GTR foi sobre a seleção dos conteúdos de Física

que são considerados mais adequados para comporem o currículo da primeira série

do Ensino Médio.

3.2 Encontros: curso de Extensão

O curso de extensão foi aberto para a participação de professores de Física

do Núcleo Regional de Ensino de Maringá e realizado nas dependências do Colégio

Estadual Dr. Gastão Vidigal, nos dias de hora-atividade dos professores, com

duração de 40 horas, adotando-se o sistema presencial. Nesse curso os

professores, puderam trocar informações, estudar e analisar documentos, discutir e

elaborar conjuntamente, um rol de conteúdos de Física para o Ensino Médio.

O curso foi composto por tópicos e trabalhado tópico por encontro:

Primeiro encontro

Houve a apresentação do projeto, bem como discutir a programação do curso

para os demais encontros. Também, apresentou-se aos professores um questionário

em forma de pré-teste e que após estudos e discussões ao longo do curso seriam

retomados e discutidos novamente. As questões propostas são as que seguem.

a) Qual a sua dificuldade em selecionar conteúdos a serem trabalhados na primeira

série do Ensino Médio na disciplina de Física?

b) Quais conteúdos geralmente deixam de ser trabalhados no primeiro ano do

Ensino Médio?

c) Quais motivos o levam a não trabalhar determinados conteúdos no primeiro ano

do Ensino Médio?

d) Quais conteúdos você não trabalha, mas considera importante para esta série?

e) Você trabalha algum (uns) conceito (s) de Física Moderna e Contemporânea

nessa série? Se a resposta for afirmativa, indique qual (ais)?

f) Em sua opinião, é possível trabalhar todos os conteúdos previstos para o primeiro

ano do Ensino Médio, considerando a carga horária atual para essa disciplina?

Justifique sua resposta.

g) Com que frequência você faz uso de experimentos para ilustrar os conteúdos

trabalhados?

h) Você discute com colegas da disciplina de Física, como e quais conteúdos

trabalhar nessa série? Por quê?

Ainda nesse encontro realizou-se a análise de currículos, no que se refere a

conteúdos, dos Estados do Rio Grande do Sul, Distrito Federal, São Paulo bem

como análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais e Diretrizes Curriculares

Orientadoras do Ensino Médio de Paraná. Está análise teve como objetivo localizar

as orientações quanto à aplicação dos conteúdos de Física para o primeiro ano do

ensino médio.

Segundo Hunsche (2012) um dos itens a ser considerado na elaboração de

um currículo é a relação entre conhecimento e sociedade. Portanto, neste encontro

ao analisar os currículos de Física, dos Estados e Distrito Federal acima citado,

assim como, a análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais e Diretrizes

Curriculares Orientadoras do Ensino Médio de Paraná, teve em Hunsche (2012) um

dos aliados teoricamente, usando também, como subsídios os Caderno de

Expectativas de Aprendizagem (PARANÁ, 2012). Essa análise teve como foco

principal, localizar as orientações quanto à aplicação dos conteúdos de Física para a

primeira série do Ensino Médio.

Segundo encontro

Procedeu-se a análise dos textos mencionados no quadro de ações, com o objetivo

de subsidiar e fomentar as discussões sobre a renovação curricular bem como a

inclusão de Física Moderna e Contemporânea, visto que os estudos apontam que

isso se faz necessário, porém, não apontam como se deve fazê-lo sem afetar outros

conteúdos já presentes no currículo. Para Lopes (2011), precisa-se entender a

organização curricular, para que se possa entender a organização do conhecimento

mediado pedagogicamente.

Também nesse encontro fez-se a análise do livro didático adotado nas escolas em

que os professores participantes do curso atuam a fim de identificar se esses

conteúdos são contemplados por eles.

Quadro02: Ações.

TEMÁTICA AÇÕES

Currículo e conteú-dos da educaçãobásica: investiga-ção

• Apresentação do Projeto de intervenção pedagógica na escola. Produçãoprofessora PDE.• Questionário inicial contendo 10 questões, em anexo.• Discussão de alguns currículos de outros estados de São Paulo, Rio gran-de do Sul e Distrito federal, Parâmetros Curriculares Nacionais e DiretrizesCurriculares Orientadoras do Ensino Médio do Estado do Paraná.

Renovação Curricu-lar: Por quê? Parte1

• Análise e discussão de textos sobre a inclusão de tópicos de Física Mo-derna e Contemporânea no currículo de Física.• Atualização do Currículo de Física na Escola de Nível Médio: um estudodessa problemática na perspectiva de uma experiência em sala de aula eda formação inicial de professores - Fernanda Ostermann, Marco AntonioMoreira - Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre RS https://jour-nal.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewFile/6676/6144 25/11/13 11:38.• Física Moderna e Contemporânea: com a palavra professores do ensinomédio. Aline D’Agostin em http://www.ppge.ufpr.br/teses/M08_dagostin.pdf

27/11/13 07h30min.• Políticas curriculares: continuidade ou mudança de rumos? Alice CasimiroLopes - Revista Brasileira de Educaçãohttp://www.scielo.br/pdf/rbedu/n26/n26a08.pdf 27/11/13 08h00min.Análise de livro didático adotado nas escolas participantes do curso.

Renovação Curricu-lar: Por quê? Parte2

• Continuação da atividade do encontro anterior.

Palestra • Apresentação de palestra de um professor da IES sobre a inclusão de Fí-sica Moderna e Contemporânea nos Currículos do Ensino Médio.

Conteúdos: esco-lhas e justificativas

• Discutir e selecionar os conteúdos considerados mais relevantes para o 1ºano do Ensino Médio e suas respectivas justificativas.

Componente Curri-cular Física: parte 1 • Elaboração de quadro contendo os conteúdos estruturantes básicos e es-

pecíficos considerado mais relevantes pelo grupo de professores.

Componente Curri-cular Física: parte 2

• Elaboração de quadro contendo os conteúdos estruturantes básicos e es-pecíficos considerado mais relevantes pelo grupo de professores.

Avaliação• Discussão do questionário inicial: novas respostas e novos argumentos?Produção de uma síntese contendo impressões e argumentos dos profes-sores com relação à mudança proposta.

No terceiro encontro

Deu-se continuidade e conclusão das análises iniciadas no encontro anterior.

Quarto encontro

Este encontro foi destinado à apresentação de uma palestra proferida por uma

professora doutora em Física da IES (UEM), abordando ou tomando como foco a

importância da renovação curricular com ênfase na inserção dos conteúdos de

Física Moderna e Contemporânea nos currículos de Física do Ensino Médio.

Quinto encontro

Foi direcionado à discussão e seleção de conteúdos considerados mais relevantes

para a 1ª série do Ensino Médio e suas respectivas justificativas, sendo que estas

realizadas com embasamento teórico sustentável. O elenco selecionado serviu de

base para os trabalhos desenvolvidos nos encontros seguintes.

Sexto encontro

Iniciou-se a elaboração de quadro contendo os conteúdos estruturantes básicos e

específicos considerados mais relevantes pelo grupo de professores participantes do

curso. Este quadro foi desenvolvido levando-se em conta conteúdos e tempo para

ministrá-los, levando-se em conta também algumas variações possíveis para

atender situações reais e ideais.

Sétimo encontro

Deu-se continuidade as atividades do encontro anterior, tendo em vista a

necessidade maior de tempo para que o grupo de professores pudessem

desenvolver todas as ações propostas.

Oitavo encontro

Retomou-se o questionário inicial, rediscutindo as respostas, verificando se houve

mudanças e justificando as mudanças ocorridas, apontando a causa, registrando por

escrito as falas dos participantes sem a necessidade de identificação por parte dos

professores. Foi solicitado ainda que os professores fizessem uma síntese das

mudanças propostas pelo grupo e também decidissem sobre a possibilidade de

colocá-la em prática em sua sala de aula.

No decorrer do curso, com o avanço dos estudos os professores elaboraram uma

sequência de conteúdos e seus respectivos objetivos, para o primeiro ano do Ensino

Médio, porém, nessa sequência ainda não foi possível incluir a Física Moderna e

Contemporânea de forma clara. O quadro abaixo mostra a sequência proposta pelo

grupo para os três trimestres do ano letivo:

Quadro 03: Conteúdos e Objetivos

1º TRIMESTREConteúdos Objetivos

Ramos da Física - Compreender a Física como parte integrante da cultura

contemporânea, identificando a sua presença e aplicações em

diversos âmbitos e setores.Noções básicas de:

Referencial, intervalo de

tempo, deslocamento,

velocidade média,

aceleração e MRU

- Reconhecer que repouso e movimento dependem do referencial

adotado;

- Identificar diferentes movimentos que se realizam no cotidiano e

as grandezas relevantes para sua observação (distância, percurso,

velocidade, tempo e aceleração), buscando características comuns

e formas de sistematizá-los.Noções de força e Leis de

Newton

- Identificar as diferentes forças (atrito, normal, peso, centrípetas

etc.) atuando sobre um ou mais objetos em condições dinâmicas ou

estáticas.

- Identificar as grandezas físicas que envolvem o conceito de força.

- Determinar a força resultante de duas ou mais forças que atuam

sobre um corpo e caracterizá-la vetorialmente;

- Estabelecer as condições de equilíbrio estático e dinâmico de um

corpo;

- Enunciar o princípio da inércia e relacionar seus conceitos com o

cotidiano;

-Relacionar a aceleração com força ao interpretar movimentos reais

em situações cotidianas, demonstrando conhecimento da segunda

lei de Newton.

Identificar os movimentos cotidianos como o ato de caminhar,

explicando-os através do Princípio (Lei) da Ação e Reação.

-Compreender a concepção de referencial inercial, no qual são

válidas as leis de Newton.

-Identificar os pares de forças de ação e reação como resultadas da

interação entre objetos, na interpretação de movimentos reais em

situações cotidianasImpulso e quantidade demovimento

-Compreender a quantidade de movimento como uma medida domovimento de um corpo e a massa inercial como uma grandezaque tem a propriedade física de resistir à mudança do estado demovimento, isto é, uma medida da resistência do corpo àaceleração.-Compreender as grandezas físicas que determinam a quantidadede movimento de um corpo (massa e velocidade), bem como suasunidades de medidas e desenvolver a capacidade em realizarcálculos da quantidade de movimento de um corpo.-Compreender a força como uma interação entre corpos capaz dealterar a quantidade de movimento destes, ou seja, uma ação queproduz aceleração em relação a um referencial inercial.-Compreender a massa, do ponto de vista clássico, como umaresistência à variação da quantidade de movimento de um corpo. -Calcular impulso de uma força constante e representá-lovetorialmente.- Associar a variação da quantidade de movimento (Impulso) de umcorpo à força externa que age sobre ele e ao intervalo de tempogasto nessa variação, identificando as grandezas físicas envolvidas,bem como suas unidades de medidas e a capacidade de efetuarcálculos envolvendo essas grandezas (Força, Impulso e Intervalode tempo).

2° TRIMESTREConservação da quantidadede movimento

Definir impulso e quantidade de movimento, estabelecendo relaçãocom o Princípio Fundamental da Dinâmica.-Calcular a variação da quantidade de movimento de um corpo.-Aplicar a lei de conservação da quantidade de movimento numainteração em sistema isolado.-Obter a quantidade de movimento de um sistema pela somavetorial das quantidades de movimento dos corpos do sistema.

Energia mecânica (cinética epotencial), conservação daenergia mecânica e trabalho

-Compreender o conceito de trabalho realizado por uma força.-Associar os conceitos de trabalho e potência aos processos detransformação de energia.-Associar o movimento de um corpo à sua energia cinética.-Compreender a relação entre trabalho e variação da energiacinética.-Compreender os conceitos de energia potencial gravitacional eelástica.-Associar a energia potencial gravitacional e elástica aos trabalhosdas forças peso e elástica.-Determinar energia potencial gravitacional e elástica em situaçõesproblema.-Conceituar energia mecânica.-Identificar situações em que a energia mecânica se conserva(sistemas conservativos).-Relacionar os sistemas em que a energia mecânica não seconserva (dissipativos) com o trabalho realizado por forçasdissipativas.-Aplicar o princípio da conservação da energia mecânica naresolução de problemas.

3° TRIMESTRE

Máquinas simples –Alavancas e roldanas

-Compreender que a roldana fixa pode modificar a direção e osentido da força aplicada;-Verificar que a roldana móvel modifica o módulo da força aplicada,podendo também alterar sua direção e o seu sentido;-Determinar a vantagem mecânica das máquinas simples;-Resolver problemas envolvendo alavancas e roldanas móveis efixas.

Hidrostática -Definir: pressão de uma força; densidade de um corpo;-Compreender o conceito de fluído e o conceito de pressão numlíquido ou num gás, aplicando esses conceitos a outras situaçõescotidianas reais.-Quantificar a pressão atmosférica em regiões diferentes da Terra.-Compreender o experimento de Torricelli para a determinação dapressão atmosférica.-Calcular a pressão no interior de líquidos.-Aplicar o princípio de Pascal na resolução de problemas.-Compreender o conceito de empuxo e o Princípio de Arquimedes.-Determinar a intensidade do empuxo em um corpo mergulhado (ouflutuando) em um líquido.

Gravitação: Leis de Kepler -Contextualizar historicamente fatores que influenciaram aelaboração da Teoria da Gravitação Universal;-Compreender os modelos de sistemas planetários (geocêntrico eheliocêntrico).- Representar as três Leis de Kepler para movimento planetário.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estar inserido no programa PDE foi uma oportunidade ímpar de retomar

estudos, reflexões e o debate e troca de ideias com os pares do Ensino Médio e com

os de Ensino Superior. O mais importante é a conscientização que não podemos

estacionar no tempo, mas devemos estar sempre buscando aprimorar nossa

qualificação profissional.

Nossa proposta de estudar e analisar currículos de Física propostos para o

Ensino Médio deu-nos oportunidade de trabalhar com grupo de professores e assim

trocar experiências com colegas da área e verificar quão difícil é se elaborar um

currículo que contemple o avanço da Ciência e da Tecnologia nos dias atuais. As

interferências que atrapalham não termos um currículo mais eficiente podem ser

assim listadas: deficiências na formação inicial do professor, levando-se em conta

que a maioria dos docentes que lecionam Física não tem formação na área; carga

horária diminuta, 2 aulas por semana por série; indisponibilidade docente para

investir no aprimoramento de sua qualificação por falta de tempo ou outros fatores.

Estes fatores não contribuem para um currículo mais atualizado com a realidade da

Ciência hoje.

Ao longo do curso de extensão, pudemos perceber que os professores de

Física se sentem inseguros quanto a nova proposta e mesmo em optar por um

determinado conteúdo em detrimento de outro, e por isso os mesmos acham que

quando se reúnem e discutem essas questões isso ajuda a minimizar essa

dificuldade.

Com os estudos realizados durante o PDE percebe-se que reelaborar o

currículo de Física para o Ensino Médio é uma grande necessidade, haja visto a

dificuldade dos alunos em aprender Física. Nas falas dos professores durante o

curso de extensão, manifestam a necessidade de melhorar a proposta curricular

bem como novas formas de como ensinar Física oportunizando ao aluno um

aprendizado mais reflexivo e crítico.

5. REFERÊNCIAS

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