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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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ESTUDO DOS CONCEITOS GEOGRÁFICOS ATRAVÉS DA MÚSICA:

uma proposta para o 6° ano do ensino fundamental

Josélia Oliveira Paloco1 Luzia Mitiko Saito Tomita2

RESUMO

Nas aulas de Geografia, além da falta de interesse e motivação, a maioria dos alunos apresenta dificuldade na realização de diversas atividades e na assimilação dos conteúdos. Essa proposta surge, na tentativa de minimizar estes problemas e melhorar as aulas de Geografia no 6

o ano do

Ensino Fundamental. Assim, para despertar o interesse dos alunos pela Geografia utilizou-se a música como recurso pedagógico para fixação e compreensão dos conceitos básicos da disciplina, já que esta é considerada um valioso instrumento facilitador da aprendizagem. Para tanto, foi abordado na fundamentação teórica, literatura pertinente à Ciência Geográfica, ao ensino da Geografia e seus principais conceitos e, especificamente a música. A estratégia de ação levou em consideração a aplicação de questionário, atividades com músicas, produção de textos e vídeos, desenhos, dentre outras atividades desenvolvidas em sala de aula, resultando em um portfólio que foi encaminhado à biblioteca da escola para a consulta dos demais alunos e professores. Os resultados mostraram que projetos de intervenção no ambiente escolar são capazes de estimular o processo ensino e aprendizagem da Geografia, pois nesse caso específico, foi percebido que a música utilizada de maneira adequada como recurso pedagógico, além de favorecer a integração e a socialização dos alunos em sala de aula é um instrumento que contribui à assimilação do conteúdo e a aquisição do conhecimento de maneira prazerosa e significativa. Palavras-chave: Geografia. Música. Ensino. Conceitos geográficos.

INTRODUÇÃO

A ideia de desenvolver este trabalho surgiu em virtude das dificuldades

encontradas em atrair os alunos para os estudos, pois a falta de interesse da maioria

dos educandos é marcante em sala de aula, e isso tem prejudicado o ensino-

aprendizagem e causado diversos tipos de problemas nas escolas de rede pública.

Diante da necessidade de tornar as aulas de Geografia mais significativas e

atrativas aos alunos, o que se propôs foi a realização de um estudo geográfico

pautado em atividades com música, por esta ser considerada um valioso

instrumento facilitador da aprendizagem.

A questão que norteou a proposta foi um estudo dos conceitos básicos da

Geografia: paisagem, lugar, região, território e de suas categorias: sociedade e

natureza, pois embora tais conceitos sejam trabalhados nas diferentes séries do

1 Professor PDE. Graduada em Geografia (FAFIJAN). Especialista em Ensino de Geografia (UEL) e em Educação Especial (FACINTER/IBPEX). Contato: [email protected].

2 Orientadora IES. Doutora em Ensino de Geografia pela USP, profª. adjunta do Departamento de Geociências e membro da FOPE/Prodocência/UEL. Contato: [email protected].

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ensino fundamental, o que se percebe na prática, é que muitos alunos fazem

confusão entre eles e alguns chegam ao ensino médio sem esses conhecimentos

fundamentais para a compreensão dos conteúdos, do espaço geográfico e da

própria realidade em que cada um vive.

Dessa maneira, o objetivo deste trabalho consistiu em despertar o interesse

dos alunos pela Geografia e ressaltar a importância do estudo do espaço geográfico

utilizando a música como recurso pedagógico, promovendo a integração e

socialização dos alunos, de modo a contribuir no processo de ensino-aprendizagem

em sala de aula.

Com relação aos procedimentos das atividades, as mesmas foram

desenvolvidas em diferentes etapas. Primeiramente foi apresentado o Projeto aos

professores e equipe pedagógica da escola e aos alunos público alvo; após

conhecerem a proposta, os alunos responderam um questionário sobre música, a

partir do qual foi levantado seu perfil, sua relação com música e com a disciplina de

Geografia; em seguida, foi trabalhado o conceito e a importância da Geografia, seu

objeto de estudo e seus conceitos básicos de forma sucinta; depois a turma foi

dividida em grupos para realizar as atividades com as músicas abarcando os seis

principais conceitos da Geografia e fazer a produção dos vídeos com as músicas e

demais atividades realizadas; foi solicitada uma produção de texto ilustrado

englobando os conceitos geográficos trabalhados e para encerrar a implementação

do Projeto, foi montado um painel com as atividades desenvolvidas e a produção de

vídeo, que foram apresentados aos pais no colégio.

Cabe salientar que os conteúdos foram abordados de maneira dialética,

fazendo sempre um entrosamento entre os conceitos científicos da Geografia e os

conceitos cotidianos, trazidos pelo aluno.

1 CIÊNCIA E ENSINO DE GEOGRAFIA

Desde a época milenar a Geografia atrai a atenção de estudiosos e

pesquisadores por se tratar de um tema que abrange as relações humanas, bem

como o espaço terrestre no qual está inserido o indivíduo.

Segundo Andrade (1987, p. 11) no mundo, “a Geografia se tornou uma

ciência autônoma a partir do século XIX, graças aos trabalhos dos geógrafos

alemães Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter”. Já no Brasil, tanto o ensino quanto

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a pesquisa em Geografia institucionalizaram-se apenas depois da Revolução de

Trinta, após a burguesia e a classe média urbana deter uma influência mais

acentuada sobre o governo (ANDRADE, 1987).

Importante também mencionar que a Geografia diz respeito a uma disciplina

que foi formada com base em diferentes correntes geográficas, as quais foram se

alterando de acordo com as mudanças na sociedade de modo geral e, diante disso,

utilizada e conceituada de diferentes formas ao longo do tempo.

Segundo Moraes (1987, p.13) “apesar da antiguidade do uso do rótulo

Geografia [...] em termos científicos há uma intensa controvérsia sobre a matéria

tratada por esta disciplina”. Alguns autores definem a Geografia como o estudo da

superfície terrestre, outros como o estudo da paisagem, há aqueles que definem

esta disciplina como o estudo da individualidade dos lugares, e ainda, há aqueles

que apontam como o estudo do espaço e alguns como o estudo das relações entre

o homem e o meio (MORAES, 1987). Considerando, portanto, o temário geral da

Geografia esse autor afirma que:

Esta disciplina discute os fatos referentes ao espaço e, mais, a um espaço concreto, finito e delimitável – a superfície terrestre. Só será geográfico um estudo que aborde a forma, ou a formação, ou a dinâmica (movimento ou funcionamento), ou a organização, ou a transformação do espaço terrestre (MORAES, 1987, p. 29).

Nesse sentido, a Geografia é uma disciplina que contribui de forma

significativa no processo de formação do indivíduo de maneira ativa e crítica, tendo

em vista sua complexidade e amplitude de aspectos naturais, sociais, econômicos,

políticos e culturais que abarca. Entretanto, “[...] a maioria da população ainda não

percebeu a importância da Geografia e o quanto essa disciplina pode contribuir para

que o aluno possa entender melhor o mundo e o contexto social no qual vive”

(TOMITA, 2012, p. 40). Talvez porque ainda não reconhece que:

O ensino é um processo interativo, diferente de doutrinar, pregar, anunciar ou meramente repassar conteúdos e informações. A finalidade e o desejo final de todas as atividades de ensino na escola é promover a aprendizagem dos alunos para que desenvolvam a capacidade de visão e leitura critica, de interpretação do mundo e do próprio modo de inserção nesse meio (TOMITA, 2012, p. 35).

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Para esta autora, “o ensino como um todo, incluindo o de Geografia, tem

como finalidade fazer o aluno aprender para crescer, viver e conviver na sociedade,

isto é, para a vida” (TOMITA, 2012, p. 35).

Segundo Reichwald Junior, Schäffer e Kaercher (2003, p. 170) “a Geografia,

no ensino básico, participa do processo de construção dos fundamentos conceituais

e instrumentais para a compreensão e representação da vida e do mundo, através

do estudo da realidade”.

Dentro desse contexto, Cavalcanti (2010, p. 139) afirma que “a construção de

conceitos é uma habilidade fundamental para a vida cotidiana, uma vez que

possibilita à pessoa organizar a realidade, estabelecer classes de objetos e trocar

experiências com o outro”.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) de Geografia os

conceitos básicos assim como o objeto da Geografia:

Se constituíram e reconstituíram em diferentes momentos históricos, em função das transformações sociais, políticas e econômicas que definem e redefinem maneiras e ritmos de produzir espaço e elaborar o pensamento [...]. Nem todos os conceitos considerados nestas Diretrizes, reconhecidos como básicos para o ensino de Geografia, foram desenvolvidos ao mesmo tempo e por todas as linhas teóricas desta ciência. Cada linha teórica enfatizou e desenvolveu alguns conceitos e não outros (PARANÁ, 2008, p. 52-53).

Considerando que na atual Diretriz, o ensino de Geografia assume o quadro

conceitual das abordagens críticas é nesta linha que se propõe a abordagem dos

conceitos geográficos (PARANÁ, 2008).

Assim, o conceito de lugar, por exemplo, “é o espaço onde o particular, o

histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes, revelando

especificidades, subjetividades e racionalidades”, mas é também “o espaço local que

as empresas negociam seus interesses [...] o que afeta a organização sócio-

espacial” (PARANÁ, 2008, p. 61).

Já “o conceito de paisagem, assim como os outros conceitos, não é exclusivo

do quadro conceitual da Geografia” (CAVALCANTI, 2010, p. 96), sendo que “na

discussão da Geografia, começou a ser sistematizado no final do século XIX, a partir

do pensamento naturalista e foi marcado pela dicotomia entre paisagem natural e

paisagem humanizada ou cultural” (PARANÁ, 2008, p. 54).

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Na formação do raciocínio geográfico, o conceito de paisagem está

estreitamente ligado ao conceito de espaço. No entanto, esses dois conceitos são

distintos. Espaço é uma parte ou porção da Terra e “a paisagem é percebida

sensorial e empiricamente, mas não é o espaço, é isto sim, a materialização de um

momento histórico” (PARANÁ, 2008, p. 55).

Quanto a região, Gomes (1995 apud CAVALCANTI, 2010, p. 104) diz que

atualmente é entendida como:

Uma área formada por articulações particulares no quadro de uma sociedade globalizada. Essa região é definida a partir de recortes múltiplos, complexos e mutáveis, mas destacando-se, nesses recortes, elementos fundamentais, como a relação de pertencimento e identidade entre os homens e o seu território, o jogo político [...], a questão do controle e da gestão de um território.

Já o conceito de território, na DCE, “é um conceito ligado às relações que se

estabelecem entre espaço e poder e, atualmente, é tratado nas mais diversas

escalas geográficas e sob diferentes perspectivas teóricas” (PARANÁ, 2008, p. 62).

A natureza, considerada categoria geográfica, “é anterior e exterior ao

homem, mas também o constitui. É, a um só tempo [...] constituída por objetos e

processos criados fora da sociedade, mas também constitutiva da humanidade

quando tomada nas relações de produção” (CAVALCANTI, 1998 apud PARANÁ,

2008, p. 65).

Quanto à sociedade, também considerada categoria geográfica, “é preciso

esclarecer que o termo é polissêmico, referindo-se, por exemplo, tanto a quaisquer

tipos de parcerias entre pessoas quanto a agrupamentos de seres vivos em geral”

(CAVALCANTI, 2010, p. 117). No entanto, num enfoque geográfico pode ser

entendida como:

Agrupamento de indivíduos que vivem de acordo com determinadas regras, num certo espaço geográfico. Temos vários exemplos de sociedade: das abelhas, das formigas, a sociedade humana, etc. Em Geografia, nosso interesse é voltado para a sociedade humana, pois é ela que modifica profundamente a natureza e constrói o espaço geográfico (VESENTINI; VLACH, 1991, p. 15 apud CAVALCANTI, 2010, p. 117).

Cabe salientar que “a sociedade produz um intercâmbio com a natureza, de

modo que a última se transforma em função dos interesses da primeira. Ao mesmo

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tempo, a natureza não deixa [...] de influenciar a sociedade, que produz seus

espaços nas mais diversas condições naturais” (PARANÁ, 2008, p. 68).

Nesse contexto, “a análise da sociedade atual deve basear-se na

compreensão do movimento social complexo conjugada a uma análise de sua

relação de interdependência com a natureza “(CAVALCANTI, 2010, p.120).

2 MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA GEOGRAFIA

Nas últimas três décadas, profissionais estrangeiros da Geografia Cultural

como Nash, 1968; Carney, 1990 e 1994; Kong, 1995 e, outros, realizaram pesquisa

sobre a música baseados em uma moldura geográfica, abordando diversos

fenômenos musicais em diferentes escalas (CARNEY, 2007).

Segundo Castro (2009), no Brasil, poucos trabalhos foram realizados sobre

geografia e música. Entretanto, cabe salientar que “dentre as várias linguagens que

podem ser utilizadas para aproximar os conteúdos geográficos à realidade do aluno,

temos a música, que além de transmitir uma ideia, resgata a emoção e a afetividade

no ensino” (SILVA, 2013, p.30). Para tanto, “saber escolher a música a ser

trabalhada em sala de aula se torna importante, pois é preciso que ela possibilite e

favoreça a imaginação dos alunos, ampliando o pensamento acerca da realidade

estudada” (VIANA; MOURA, 2012, p. 365). Nesse sentido:

Quando a proposta de utilização da música é apresentada aos alunos, a tendência que se observa é a de serem tomados pela curiosidade e ansiedade. A receptividade é quase sempre satisfatória. Tal iniciativa facilita muito na concentração e absorção das ideias explicitadas pela obra musical, complementando o uso do livro didático (OLIVEIRA et al., 2005, p. 74).

Essa situação se vislumbra porque “muitas letras de canções possuem uma

explícita referência espacial, constituindo-se em [...] contestações referenciadas as

condições de vida em determinados lugares” (CORREA; ROSENDAHL, 2007, p. 13).

Conforme diz Oliveira e Holgado (2012, p. 198) “ao ouvir uma música

podemos ser levados a pensar em lugares, seja pelas descrições que são feitas nas

letras das músicas ou pelos significados que podem ser atribuídos por aqueles que

ouvem as músicas”. E ainda,

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As músicas, também, podem representar as mudanças que ocorrem na sociedade, seja através do que dizem as suas letras ou dos valores associados a um determinado estilo musical. E, isso pode se manifestar no espaço escolar nas falas, nas atitudes e nas roupas dos alunos (OLIVEIRA; HOLGADO, 2012, p. 199).

Já para Swanwick (2003 p. 18-22 apud SILVA, 2013, p. 31) “a música

enquanto ferramenta didática tem a capacidade de unir razão e emoção,

enriquecendo [...] o processo de ensino-aprendizagem, promovendo ressignificação,

resgate da afetividade e valorização dos conteúdos de geografia”. “[...] tem o poder

de nos transportar para lugares que somente os caminhos da nossa mente

conhecem” (OLIVEIRA; HOLGADO, 2012, p. 196). Nesse sentido,

O aluno, sujeito da percepção, por meio de canções pode organizar conteúdos geográficos, pois suas expressões culturais, constantes nas melodias trazem detalhes dos elementos da natureza e da sociedade, os quais entram em seu saber a partir do momento de sua percepção. As canções oferecem texto estruturado, poético e temático, além de outros elementos que ajudam na ressignificação e valorização dos conteúdos trabalhados (CORREIA, 2009, p. 47).

Dessa maneira, a “linguagem musical, assentada na emoção e na razão [...]

funciona como elo entre os mundos real e imaginário e as pessoas. Esta forma

de comunicação atinge, com maior facilidade, os jovens de modo geral e em

particular os grupos [...]” (CORREIA, 2009, p. 51).

3 INTERVENÇÃO DA PROPOSTA: USO DE MÚSICA NO ENSINO DE

GEOGRAFIA

O Projeto “Estudo dos Conceitos Geográficos através da Música: uma

proposta para o 6° ano do ensino fundamental” foi apresentado no dia 05/02/2014

no Colégio Estadual Olavo Bilac de Ibiporã/PR durante a Reunião Pedagógica. Após

a apresentação aos professores, equipe pedagógica e direção, foi exposto

sucintamente sobre o PDE e a importância do Programa para a melhoria do ensino-

aprendizagem e para a Educação do Estado do Paraná.

Em seguida foi apresentado o tema, discorrendo sobre a problemática que

levou ao surgimento da proposta e a justificativa de sua implementação na escola.

Dando sequência, foram apresentados os objetivos esperados com a realização do

Projeto e também as atividades previstas para a implementação.

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Cabe salientar que, ao iniciar o ano letivo houve a preocupação, ao elaborar o

planejamento, em oferecer aos alunos conteúdos referentes ao primeiro bimestre

que são exigidos pelas Diretrizes Curriculares e aplicar o Projeto, pois a grade

curricular oferta apenas duas aulas semanais para o 6º ano do ensino fundamental

e, para trabalhar o Projeto em horário oposto há algumas limitações, dentre elas o

fato de muitos alunos não poderem vir à escola em horário oposto. Por isso, para

conseguir trabalhar com todos os alunos foi necessário adequar o Projeto aos

conteúdos e a carga horária oferecida, intercalando os conteúdos do Projeto com os

conteúdos listados no planejamento em horários de aula e também em contraturno.

3.1 Atividade 1

Primeiramente a professora se apresentou aos alunos, os quais não conhecia

anteriormente, por terem vindo de outra escola. Depois foi explicado o que é o PDE

e em seguida, apresentado o Projeto e as atividades previstas para a

implementação, em slides na Tv Pendrive. Posteriormente, foi dialogado sobre a

importância da participação e colaboração de cada aluno e também sobre o

processo de avaliação durante a realização do Projeto.

Diante destas informações, a turma não demonstrou interesse. Os alunos

ouviram a professora, mas não se manifestaram, mesmo quando provocados e

questionados por ela ao perguntar assuntos sobre a Geografia.

3.2 Atividade 2

Foi distribuída uma folha sulfite com o questionário sobre música para cada

aluno e, em seguida explicado os objetivos da atividade e a importância da

realização da mesma. Depois as questões foram lidas e explicada a forma de

responder cada uma, sanando as dúvidas que foram surgindo, pois neste momento,

a maioria tinha dúvidas de como assinalar as questões e como responder a questão

dissertativa.

Ao responder a questão dissertativa “Você se lembra de alguma música que

traz elementos referentes à Geografia, como por exemplo: território, lugar,

paisagem, natureza, sociedade, etc.? Qual?” a maioria dos alunos demorou e houve

dificuldade para respondê-la, em virtude de não se lembrarem de uma música que

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retratasse os elementos geográficos ou porque não lembravam o nome da música

ou do cantor. Muitos questionaram também a questão que mostra diferentes estilos

de músicas, tendo em vista que, não conheciam a maioria dos estilos apresentados,

como por exemplo, música MPB. Nesta aula eles se soltaram bastante, houve

questionamentos e interação uns com outros e também com a professora.

3.3 Atividade 3

Ao chegar à sala de aula, foi colocada na Tv Pendrive as seguintes questões

(ilustradas) para os alunos discutirem e refletirem: “Vocês sabem o que é Geografia?

Para que serve a Geografia?”.

Foi explicado aos alunos que era a partir dessas questões que seria iniciado

o estudo sobre a Geografia e seus principais conceitos. Após a reflexão e discussão

deste assunto foi distribuída uma folha de sulfite com a mesma figura e questões,

para que os alunos escrevessem suas respostas à cada pergunta.

Essa atividade foi realizada com o intuito de verificar o conhecimento que os

alunos já tinham a respeito da Geografia e sua finalidade. Refletiram bastante, no

entanto, tiveram dificuldade em escrever no papel o que é a Geografia e para que

serve a mesma. Na aula seguinte foram lidas em voz alta todas as respostas dadas

às questões, sem citar o nome dos alunos, deixando-os mais a vontade para expor

suas críticas e observações. Foi um instante de muita atenção, pois antes de iniciar

a leitura foi dito que todos deveriam prestar atenção verificando se entenderam ou

não as respostas. Foi um momento muito interessante e de espanto, pois a maioria

das respostas não dizia o que se perguntava e eles mesmos foram percebendo o

grau de dificuldade e de falta de atenção na realização da atividade.

Muitos apresentaram dificuldade na interpretação das questões e

demonstraram ter pouco conhecimento sobre a Geografia, mesmo tendo aulas

referentes a esta disciplina no decorrer do ensino fundamental nas séries iniciais.

Após a leitura e comentários dessas questões foi entregue e discutido o texto “Afinal

de contas, o que é Geografia?” adaptado do material de diferentes autores, de livros

didáticos de Geografia. Este texto traz o conceito científico da Geografia bem como

sua finalidade e o conceito de espaço geográfico, enfatizando a importância dessa

ciência de maneira básica desde sua formação até os dias atuais.

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Nesta aula houve grande participação dos alunos e, apesar de bastante

agitação, tudo fluiu bem e a produtividade foi bastante satisfatória. Cabe ressaltar

que os dois alunos com necessidades especiais não estavam presentes nesta aula,

por isso somente na aula seguinte quando os dois estavam na sala de aula é que

foi trabalhado com eles, de maneira individual e sucinta e, o resultado também foi

positivo, pois ao serem questionados sobre as respostas dadas as referidas

questões, eles demonstraram interesse em discutir o assunto e falaram, de acordo

com suas capacidades, sobre o que entenderam e o que pensavam a respeito das

questões que foram apresentadas.

Na aula seguinte foi entregue uma folha sulfite com questões interpretativas

sobre o texto trabalhado na aula anterior “Afinal de contas o que é Geografia?”. As

questões foram respondidas com bastante dificuldade. A maioria dos alunos pedia

explicação de como responder as mesmas e perguntava onde estava a resposta,

mesmo tendo o texto em mãos e este ter sido lido e explicado na aula anterior e

ainda, essas questões podiam ser respondidas também de acordo com o que tinham

estudado nas aulas anteriores. Diante disso, ficou perceptível o grau de dificuldade

de leitura, interpretação e escrita da maioria dos alunos desta turma.

Em seguida, foi feita uma retomada das questões trabalhadas. Foram lidas e

questionadas com o intuito de mostrar aos alunos a importância da compreensão do

conteúdo para a realização das próximas atividades. No final da aula foi solicitada

aos alunos uma tarefa: responder em uma folha sulfite para que serve a Geografia e

fazer um desenho representando a mesma.

Dando sequência às atividades, foram apresentadas de maneira cronológica,

na Tv Pendrive, cinco questões referentes aos principais conceitos Geográficos:

natureza, paisagem, lugar, região, território e sociedade. Antes de mostrar as

questões foi explicado aos alunos que esses conceitos, conforme diz Cavalcanti

(2010) fazem parte da vida de cada um de nós. No entanto, cada pessoa possui o

seu conceito, ou seja, ideia e opinião sobre eles. Foi explicado também que mesmo

para a Geografia esses conceitos foram sendo alterados no decorrer dos anos, de

acordo com os interesses da classe dominante de cada época. Conforme as

questões iam sendo mostradas, surgiam questionamentos, curiosidade e dúvidas

sobre elas, como por exemplo: natureza é árvore, rio, cachoeira... natureza é só

aquilo que Deus criou? natureza e paisagem são a mesma coisa, não é professora?

nós moramos em uma região ou em um país? o Paraná é o nosso lugar, é onde

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mora minha família. Já sei, cada animal tem seu território, não é professora? não sei

se vivo em um país ou em uma sociedade, que diferença tem nisso? minha mãe diz

que gosta muito do lugar onde vive, então lugar é onde eu nasci? na minha rua tem

muita paisagem, tem muitas árvores e casas com jardins. Região, o que é isso?

Acho que não conheço nenhuma região, etc. Simultaneamente a esta conversação,

eles foram registrando os seus saberes sobre cada conceito geográfico

apresentado. Foi feito em uma folha sulfite um quadro com os seis conceitos acima

citados e ao lado de cada campo tal registro. A aula foi bastante agitada, porém

produtiva e muito significativa para a aprendizagem dos alunos, pois houve grande

interesse e participação de todos os presentes em sala de aula, inclusive houve

questionamentos e interação por parte dos alunos especiais que estavam atentos as

colocações dos demais.

Com foco nos conceitos geográficos científicos, foi distribuída uma folha

sulfite para os alunos, constando um quadro com os significados teóricos dos seis

principais conceitos geográficos. Ele foi apresentado na Tv Pendrive

gradativamente, pois conforme cada conceito ia sendo mostrado abria-se um

diálogo, enfatizando do que se tratava, qual a relação que percebiam entre este

conceito e o que escreveram na atividade anterior, como a maioria o definiu. Cada

conceito apresentado ia sendo explorado através dos textos do livro didático, com

leituras coletivas dialogadas, havendo assim uma interação e complementação do

conteúdo. Ao terminar a apresentação e discussão dos seis conceitos, foram

mostradas na Tv Pendrive imagens referentes a eles, com o intuito de proporcionar

aos alunos uma melhor compreensão do conteúdo.

Após a apresentação, análise e discussão dos significados teóricos dos

conceitos geográficos, foi distribuída aos alunos uma apostila (xerocada) de revisão

dos conteúdos trabalhados através do Projeto para estudo e realização da prova

bimestral. Toda a atividade foi passada para fazer em casa como tarefa. Foi incluso

nela textos e exercícios diversificados, além da questão avaliativa “Descrever e

ilustrar o lugar onde vive”. A maioria dos alunos apresentou a tarefa feita e todos

queriam ler e comentar suas respostas, até mesmo os alunos especiais tiveram uma

boa participação, colocando de maneira simples, o que tinham realizado. Na aula

posterior à correção, foi aplicada a prova bimestral valendo 6,0 pontos, a qual foi

somada com os trabalhos e atividades realizadas durante o Projeto, somando 4,0

pontos para totalizar a média de 10,0 pontos. Depois da realização da prova foi

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proporcionado ainda à todos os alunos a prova de recuperação no valor 10,0 pontos,

abrangendo todos os conteúdos estudados.

3.4 Atividade 4

Ao iniciar a aula, primeiramente foi explicado aos alunos, o objetivo da

atividade, os procedimentos que deveriam seguir para a realização da mesma e

como seriam avaliados durante essa nova etapa do trabalho. Depois, foram

formados seis grupos, incluindo os alunos ausentes, e distribuídas às equipes as

músicas que iriam estudar: Planeta água (Guilherme Arantes); Eu te amo, meu Brasil

( Guilherme e Santiago); O homem e a natureza (Blindagem); Paisagem na janela

(Milton Nascimento); Anjos das ruas (Rosa de Saron) e Meu reino encantado

(Daniel).

As músicas foram colocadas na Tv Pendrive para que os alunos pudessem

conhecê-las e para serem cantadas coletivamente. Foram feitas leituras das letras

das músicas em grupos, refletindo sobre cada estrofe e, destacadas as palavras

desconhecidas para construção dos glossários das canções. A professora explicou

as letras das músicas fazendo questionamentos aos alunos, permitindo que

interpretassem as letras musicais e identificassem os conceitos geográficos

presentes nas mesmas. Depois foram colocadas as canções na Tv Pendrive para

cantarem por equipe cada uma.

Em outra aula foram retomadas as atividades trabalhadas nas duas últimas

aulas e distribuída uma folha sulfite onde foram colocadas sete questões

interpretativas sobre as músicas estudadas, para serem respondidas

individualmente. Surgiram muitas dúvidas, havendo a necessidade constante do

auxílio da professora para resolver cada questão. Os alunos ficaram tensos e alguns

agitados, pois encontraram dificuldades em realizar sozinhos esta atividade teórica,

a qual exigia maior capacidade de leitura e interpretação. A maioria precisou ler

mais de uma vez as questões e a letra da música que tinham em mãos para realizar

a atividade.

Dando sequência, foi realizada a atividade da produção de desenhos

referentes as músicas trabalhadas e feita uma atividade prática sobre paisagem. A

produção dos desenhos foi planejada para ser realizada ouvindo as músicas, mas

houveram várias falhas técnicas e os alunos realizaram os desenhos seguindo

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apenas as letras das canções. Mesmo assim, realizaram a atividade com bastante

entusiasmo.

Figura 1 – Desenho da música: O homem e a natureza

Fonte: PALOCO. Projeto PDE, 2014. Aluno X

Figura 2 – Desenho da música: Paisagem na janela

Fonte: PALOCO. Projeto PDE, 2014. Aluno Z

Com relação à atividade prática sobre paisagem, foi realizada uma caminhada

no pátio do Colégio com os alunos para fotografar aquilo que eles achavam

relevante e depois, dada uma volta entorno do colégio para observar, discutir e

fotografar a paisagem ali existente. Posteriormente, os alunos foram organizados

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em seis grupos para fazer os minicartazes com as fotos de própria autoria,

mostrando os elementos presentes na paisagem fotografada.

Após os cartazes ficarem prontos, foram vistados, apresentados em sala de

aula e expostos junto com o painel no dia da reunião com os pais.

Figura 3 – Minicartaz sobre a paisagem fotografada

Fonte: PALOCO. Projeto PDE, 2014.

Posterior a estas atividades, foi solicitado aos alunos um texto ilustrado

envolvendo os principais conceitos estudados, feito com suas próprias palavras e

desenhos ou também através de pesquisa (no livro didático, material do projeto ou

internet) permitindo que nos desenhos pudessem conter colagem de figuras.

Figura 4 – Texto ilustrado: conceitos geográficos

Fonte: PALOCO. Projeto PDE, 2014. Aluna H

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3.5 Atividade 5

Quando a atividade de produção de vídeos foi idealizada no Projeto de

Intervenção Pedagógica e inserida na Unidade Didática, acreditava-se que os

computadores do laboratório de informática do Colégio tivessem o programa

necessário à realização desta atividade. Quando chegou o momento de fazer a

atividade com os alunos foi percebido que o programa que há nos computadores

(Línux) não disponibiliza o programa Movie Maker necessário à produção de vídeos.

Diante disso, foi preciso recorrer ao notebook da escola, de alunos e da professora

para concluir a atividade. Porém, nem todos os notebooks que foram conseguidos

tinham acesso à internet ou ao Movie Maker para trabalhar. No entanto, com a

colaboração de todos a atividade foi realizada com êxito, interesse e muito

entusiasmo pelos alunos representantes das equipes.

3.6 Atividade 6

Foi organizado um painel na sala de reunião do Colégio, com as atividades

realizadas e feita uma apresentação dos vídeos para os pais e alunos. Houve

primeiramente uma abertura da reunião com a diretora do Colégio Maria Regina

Nicolau e depois foi explicado como ocorreram todas as etapas do Projeto e os

resultados obtidos no ensino-aprendizagem dos alunos.

Figura 5 – Painel com as atividades do Projeto

Fonte: PALOCO. Projeto PDE, 2014

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Figura 6 – Atividades do Projeto

Fonte: PALOCO. Projeto PDE, 2014

Os trabalhos foram expostos para que os alunos e seus familiares pudessem

ver todas as atividades que foram realizadas no decorrer da implementação da

proposta. Foram feitos sorteios de brindes aos pais pela participação e depois os

alunos que estavam presentes fizeram cantos das músicas trabalhadas. Neste

momento os alunos estavam muito ansiosos e felizes por estarem participando

dessa apresentação junto com seus pais/ou responsáveis.

Para finalizar a implementação do Projeto foi organizado todo o material e

produzido um portfólio, com fotos, textos, desenhos e demais atividades realizadas.

Depois este foi entregue e arquivado na biblioteca do Colégio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Implementação da Proposta “Estudo dos Conceitos Geográficos através da

Música: uma proposta para o 6º ano do ensino fundamental” estimulou o processo

ensino e aprendizagem da Geografia, pois a música utilizada de maneira adequada

como recurso pedagógico, além de favorecer a integração e a socialização dos

alunos em sala de aula é um instrumento que contribui à assimilação do conteúdo e

a aquisição do conhecimento de maneira prazerosa e significativa.

Dessa forma, a intervenção pedagógica realizada no Colégio Estadual Olavo

Bilac de Ibiporã/PR foi bastante produtiva no sentido não só de ter favorecido o

ensino-aprendizagem, mas também por ter levado os alunos a perceberem que a

Geografia está no seu dia a dia e pode ser utilizada da melhor forma possível em

proveito próprio e daqueles com quem convivem.

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As atividades desenvolvidas além de terem promovido uma reflexão e

discussão sobre o ensino da Ciência Geográfica e seus principais conceitos,

contextualizados com o cotidiano, levou à pesquisa e à produção de conhecimentos,

proporcionando aos alunos o desenvolvimento do raciocínio geográfico, da

criatividade, do senso crítico e o respeito por si mesmo e pelo outro.

Dessa forma, o presente trabalho não tem o escopo de esgotar o tema, pelo

contrário, a partir desse material, outros professores podem colocar em prática nos

colégios onde atuam as atividades aqui trabalhadas, pois o envolvimento e a

melhora na aprendizagem dos alunos aqui envolvidos compensaram todo o esforço

dispensado a este trabalho, pensado e elaborado num período de dois anos.

Foi muito importante também, como profissional da educação, poder ter

desenvolvido esse Projeto através do PDE, tendo trazido experiência acadêmica e

pessoal, propiciando um envolvimento ímpar capaz de repercutir nos demais

planejamentos de aula para os anos que se seguem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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