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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Este artigo é resultado das pesquisas desenvolvidas durante as atividades ... sociais no início da Primeira Republica ou República

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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ÁREA PDE: História

Nome do professor PDE: Milton Assis Leão

Professor Orientador: Dr. Ricardo Tadeu Caires Silva

CIANORTE

2014/2015

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNESPAR -UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE PARANAVAÍ

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AS REVOLTAS POPULARES NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930):

EXCLUSÃO, CIDADANIA E RESISTÊNCIA

Milton Assis Leão1 Prof. Dr. Ricardo Tadeu Caires Silva2

RESUMO: Este texto tem por objetivo problematizar a exclusão social e o exercício da cidadania no contexto da Primeira República no Brasil (1889-1930). A partir de 1889, com a mudança de regime político no país, deixando para trás séculos vividos sob a égide da monarquia, acenderam-se as esperanças de transformações sociais capazes de estender a cidadania plena ao conjunto da população brasileira, sobretudos aos membros das classes populares, entre os quais figuravam os ex-escravos. Entretanto, as reformas empreendidas pelos governantes da República Velha se revestiram de características autoritárias, que visavam o controle e a subordinação da população aos ditames do progresso e da civilização. Esta, por sua vez, reagiu a estas imposições, através de protestos e revoltas, as quais ocorreram tanto no campo como nas cidades, a exemplo dos movimentos sociais de Canudos (1896-1897) e Contestado (1912-1916) e das revoltas da Vacina (1904) e da Chibata (1910). As lutas populares do período demonstram que as classes oprimidas possuíam consciência política para reivindicar a construção de uma nação em que seus anseios e valores fossem levados em conta. O estudo fundamentou-se nas concepções teóricas do historiador marxista britânico E.P. Thompson, especialmente nos conceitos de experiência e classe social. Após a realização da revisão da historiografia pertinente ao tema, procedeu-se à elaboração e posterior implantação de uma unidade didática, a qual foi aplicada aos alunos da turma do 9° ano C de História do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Primo Manfrinato, na cidade de Cianorte-Pr. Palavras-chave: Revoltas populares; exclusão; cidadania; Primeira República;

História Cultural.

1 Professor de História da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, na cidade de Cianorte-Pr. 2 Doutor em História pela UFPR e professor do Colegiado de História da UNESPAR –Campus Paranavaí- PR.

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Introdução

Este artigo é resultado das pesquisas desenvolvidas durante as atividades

do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), promovido pelo governo

do Estado do Paraná em parceria com as instituições públicas de Ensino

Superior do Estado. A temática escolhida para o estudo foi a dos movimentos

sociais no início da Primeira Republica ou República Velha (1889-1930), em

especial as revoltas populares ocorridas em reação às transformações

patrocinadas pelo novo regime.

Com a queda da monarquia e a proclamação da república houve uma

grande expectativa por parte da população, sobretudo das classes populares,

com a chegada de reformas sociais capazes de alterar o secular quadro de

exclusão social. Isto porque o regime republicano carregava em si o discurso da

modernidade e do progresso, tido como a solução para todos os problemas

enfrentados pelo país. Contudo, apesar dos benefícios da urbanização das

grandes cidades, houve uma série de problemas relacionados com as políticas

sociais que se queria implantar. Analisando as transformações do período, José

Geraldo Moraes (1994) aponta que

apesar de toda essa expansão e evolução, o crescimento urbano foi repleto de contradições, apresentando um lado perverso e caótico. O incessante processo de crescimento urbano gerou uma série interminável de graves problemas, sofridos, geralmente, pelas populações mais pobres. O incontrolável crescimento das populações, a falta de moradia, os problemas com o abastecimento de alimentos e de água, a insalubridade geradora de doenças e epidemias, o subemprego ou desemprego, a violência e a mendicância, também foram partes constitutivas do quadro urbano. (MORAES:1994, p.14-15).

Assim, devido ao rápido crescimento das cidades e a falta de

planejamento, tornou-se incapaz acompanhar as estruturas e os serviços das

cidades brasileiras. No que se refere ao Rio de Janeiro, que já vinha sofrendo

com aumento populacional devido à abolição da escravidão em 1888, com o

êxodo rural e além do crescimento industrial, os problemas se agravaram ainda

mais.

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Ao optamos por abordar os problemas sociais e as revoltas populares na

Primeira República objetivamos demonstrar aos alunos que muitos dos

problemas vistos hoje nas favelas do Rio de janeiro e em outras grandes cidades

brasileiras tiveram sua origem na organização política e social do país. Neste

sentido, um maior conhecimento histórico sobre o assunto pode contribuir para

que estes percebam as contradições sociais, políticas e econômicas, presentes

nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a

produção cientifica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em

que elas se constituem. (PARANÁ: 2008, p. 14).

Não menos importante é o fato de que há uma dificuldade em fazer com

que os alunos percebam como se desencadeiam os problemas sociais, políticos,

econômicos e históricos inseridos na sociedade a qual também estão inseridos.

Nesse sentido, Schmidt e Cainelli (2009) enfatizam que

ensinar história hoje pressupõe ter o tempo como significante

para que o sujeito, a partir de temporalidades diversas, possa

perceber que aprender história é reconhecer em outros tempos

e sujeitos e experiências, valores e práticas sociais,

principalmente a proporcionar ao aluno reconhecer-se enquanto

sujeito do seu tempo e conseguir que ele reconheça outros

sujeitos em tempos diversos. (SCHMIDT e CAINELLI 2009, p.

106).

Para compreendermos as revoltas populares na Primeira República

realizamos uma revisão da literatura historiográfica afeta às primeiras décadas

do século XX. A partir destas leituras, elaborarmos como questão central a

seguinte pergunta: por que, com o fim da escravidão e a proclamação da

república, o povo brasileiro não adquiriu a cidadania plena? (CARVALHO:1990).

Por que a tão pregada modernidade aumentou a exclusão social das camadas

populares? E estas, como reagiram às mudanças pretendidas pelo novo regime?

Como referencial teórico para nortear as respostas a estas e outras

questões, recorremos às ideias do historiador marxista britânico E. P. Thompson,

sobretudo no que se refere aos conceitos de classe, experiência e formação. No

entendimento de Thompson, “classe” é uma categoria histórica, ou seja, deriva

de processos sociais através do tempo; é processo e relação. Nesse sentido, a

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dimensão do conflito, bem como a da dominação que lhe explica, são elementos

que não se pode expurgar para se chegar à consciência:

Para dizê-lo com todas as letras: as classes não existem como entidades separadas que olham ao seu redor, acham um inimigo de classe e partem para a batalha. Ao contrário, para mim, as pessoas se vêem numa sociedade estruturada de certo modo (por meio de relações de produção fundamentalmente), suportam a exploração (ou buscam manter poder sobre os que as exploram), identificam os nós dos interesses antagônicos, se batem em torno desses mesmos nós e no curso de tal processo de luta descobrem a si mesmas como uma classe, vindo pois a fazer a descoberta de sua consciência de classe. Classe e consciência de classe são sempre o último e não o primeiro degrau de um processo histórico real. (THOMPSON: 2001, p.274).

Já o conceito de experiência aparece na obra de Thompson como o

agente formador das classes sociais, pois para o mesmo a classe é um

fenômeno histórico composto por uma multidão de experiências em relação

umas com as outras num constante fazer-se (THOMPSON: 1987, p.11). Assim,

a classe se delineia segundo o modo como homens e mulheres vivem suas

relações de produção e segundo a experiência de suas situações determinadas,

no interior de “um conjunto de relações sociais”, com a cultura e as expectativas

a elas transmitidas e com base no modo através do qual valeram dessas

experiências em nível cultural (THOMPSON, 2001, p.102-103).

Em suma, acreditamos que analisar criticamente o contexto social da

Primeira República possibilitará o entendimento de diversas questões que, ainda

hoje, afligem grandes contingentes da população brasileira. Como nos lembra a

historiadora Maria de Lourdes M. Janotti,

o perigo de ignorar o passado público pode acarretar a perda da

visão dialética da História e da vontade política que leva à crítica

e à construção de projetos futuros. (...). Talvez muito da

indiferença que se nota atualmente pela vida política do nosso

país esteja relacionada ao desprezo do passado de nossa vida

pública institucional, obscurecido pela prioridade da atualidade

cotidiana. Sem um conhecimento sólido do passado, voltado

para a ação e participação democráticas, somos levados à

ignorância e à omissão que permitem total liberdade aos

detentores do poder. (JANOTTI:1997, p.43-52).

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Assim, para resgatar e problematizar esse passado, acreditamos ser

fundamental conhecermos o que nos diz a historiografia.

História e historiografia das revoltas populares da Primeira

República

Os movimentos sociais ocorridos na Primeira República já foram objeto

de diversos trabalhos, dentre os quais destacamos as obras de CARVALHO

(1987); JANOTTI (1986); (CHALHOUB (1989); SEVCENKO (2001); MELLO

(2007); NASCIMENTO (2008). De um modo geral, estes trabalhos procurar

problematizar os primeiros passos do novo regime no que concerne à

implantação de políticas públicas e reformas sociais e sua recepção por parte

das camadas populares.

Em Os Bestializados (1987), o historiador José Murilo de Carvalho faz

uma análise magistral da transição da monarquia para a república. Ele

demonstra que o povo nutria expectativas de que o novo regime viesse a alterar

as antigas relações de poder da sociedade escravista recém- extinta. Contudo,

o que se viu foi que passado o momento inicial de esperança de expansão

democrática, a República consolidou-se sobre um mínimo de participação

eleitoral, e, sobretudo, a partir da exclusão do envolvimento popular no governo

(1987: p.162).

Analisando especificamente o episódio da Revolta da Vacina, o

historiador Nicolau Sevcenko (2001) defende que esta se caracterizou como

uma das manifestações mais violentas ocorridas no Rio de Janeiro no início do

século XX. Transcorrida num momento decisivo de transformação da sociedade

brasileira, a revolta se constituíra numa demonstração de grande resistência dos

grupos populares do país contra a exploração, a discriminação e o tratamento

espúrio a que eram submetidos pela administração pública.

Para Sevcenko, a reação da população carioca não foi apenas contra a

vacina, e sim contra a história, uma história que lutariam para mudar, pois

o estilo da repressão assinalado na Revolta da Vacina era

indicativo ainda de outros elementos discriminatórios e brutais,

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ligados à polícia de contenção e controle das camadas humildes,

o aprisionamento arbitrário nas cidades, a humilhação pelo

desnudamento à fustigação cruenta revela um comportamento

sistemático e não casual da autoridade pública. (SEVCENKO:

1993, p. 80).

Outro importante estudo sobre o período em questão é o livro Cidade

Febril (1996), de Sidney Chalhoub. Nesta obra, Chalhoub faz uma instigante

análise da reorganização da sociedade carioca nos primórdios do regime

republicano, destacando a “modernização sem mudanças” engendrada pelo

poder público e balizada pelas teorias higienistas bem como a “resposta popular”

legitimada por um uma cultura de valores ligados à religiosidade afro-brasileira.

Analisando a vida nos cortiços e as epidemias que atingiam a corte imperial, o

autor demonstra como a implementação das políticas públicas de vacinação na

capital fluminense despertou a resistência das camadas populares contra a

imposição de novos valores e uma visão de mundo e sociedade em que não

acreditavam nem se sentiam parte.

Mais recentemente, no livro A República Consentida (2007), Maria Tereza

Chaves de Mello se propõe a problematizar o rótulo de “bestializado” dado por

Aristides Lobo ao comentar a recepção do povo à proclamação da república. Ou

seja, ela questiona a tradicional visão segundo a qual as camadas populares não

desejavam a queda da monarquia e a chegada de um novo regime. Ao invés

disso, destaca a construção de um consenso em torno da ideia republicana. Ou

seja, a partir da década de 1880 emerge um cenário onde a participação política

é ampliada e “ideias novas” passam a conformar os corações e mentes das

camadas populares que, então, passam a aquiescer ou consentir o advento da

república.

A partir da leitura críticas desta e de outras importantes obras, demos

início à elaboração de uma unidade didática sobre o tema com o intuito de

problematizar a exclusão e o exercício da cidadania na Primeira República, como

veremos a seguir.

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Unidade didática: elaboração, aplicação e resultados

Após realizarmos as leituras e fichamentos da literatura pertinente ao

tema, procuramos iniciar a construção da Unidade Didática a ser aplicada no

Colégio Estadual Primo Manfrinato, na cidade de Cianorte-Pr, junto aos alunos

da turma do 9° ano C de História do Ensino Fundamental.

Ao eleger a temática dos movimentos sociais na Primeira República

(1889-1930) buscamos atender o disposto nas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica de História para o Ensino Fundamental, ao defender a

articulação dos conteúdos básicos e específicos a partir das histórias locais e do

Brasil e suas relações ou analogias com a História Geral. (Diretrizes Curriculares

de História do estado do Paraná, 2008: p.74).

Tomamos como ponto de partida o Livro Didático Público de História

[vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006], especialmente a Unidade Temática

IV: Movimentos sociais, políticos e culturais: relações de dominação e

resistência”, onde são abordados, em 05 sub-unidades, as “Relações Culturais”

desde o mundo antigo até a contemporaneidade.

Buscamos abordar a temática escolhida a partir da análise de diferentes

fontes documentais – documentos manuscritos, impressos, imagéticos e

audiovisuais, nas quais as experiências das classes populares sejam

evidenciadas de forma a destacá-los como sujeitos ativos do processo histórico.

Neste sentido, “a intenção do trabalho com documentos em sala de aula foi de

desenvolver a autonomia intelectual adequada, que permite ao aluno realizar

análises críticas da sociedade por meio de uma consciência histórica”

(Bittencourt, 2004; Cainelli; Schmidt: 2009). Dessa forma, as 32 aulas da unidade

foram distribuídas em 16 encontros, nos quais foram trabalhados os seguintes

tópicos:

1) Da monarquia à República o que mudou?;

2) A República e o discurso do progresso;

3) As revoltas populares na República Velha: Canudos; Contestado; A

Revolta da Vacina; Revolta da Chibata;

4) Exclusão e cidadania no Brasil: um longo caminho.

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No primeiro encontro, fizemos uma sondagem acerca dos conhecimentos

prévios dos alunos sobre o tema. Usamos como mote o questionamento do

significado da palavra cidadania e o que significa ser cidadão nos dias de hoje.

A partir das respostas dos mesmos e das reflexões advindas com os

questionamentos e pontos de vista apresentados continuamos a refletir sobre os

primórdios da implantação da República no Brasil, destacando as condições

excludentes que se encontravam a maioria dos indivíduos. Em seguida, as aulas

foram planejadas e preparadas com o uso de fontes variadas, nas quais foram

inseridas diversas fontes históricas, tais como textos impressos, letras de

música, filmes, documentos de época, etc.

Obedecendo a sequência didática previamente planejada, trabalhamos o

texto: “Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1889”. Nessa atividade, os alunos

refletiram o porquê da reação apática do povo em relação a um acontecimento

tão importante na época (a proclamação da República) ao debaterem em sala

de aula a passagem em que um coevo afirma que: “o povo assistiu àquilo

bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”. Na mediação

do debate, procuramos estabelecer a relação de passado e presente, ampliando

o entendimento do conceito de cidadania, refletindo sobre os problemas sociais,

tais como respeito às diversidades, as questões de preconceito e inclusão social.

Em seguida, em “Da Monarquia à República”, aprofundamos a discussão

acerca das diferenças entre os dois regimes políticos. Iniciamos o estudo

relembrando as características do regime anterior, ou seja, a monarquia. Aqui,

estimulamos os alunos a realizarem uma pesquisa para desvelar as principais

características do regime monárquico, com ênfase na monarquia brasileira. A

partir desses conhecimentos os alunos aprofundaram o tema, orientados pelo

professor com a seguinte questão: nos dias de hoje ainda temos países que são

governados por reis e rainhas, ou seja, seguem o regime monárquico?

Em seguida, foi apresentado o seguinte questionamento: “O que fez com

que a monarquia perdesse força e desse lugar à República?” Com auxílio dos

textos do material didático, os alunos tiveram condições de fazer uma reflexão,

e, dispostos em círculo, apresentaram algumas das causas da crise da

monarquia. Dentre elas foram citadas: a questão militar; a guerra do Paraguai

(1864-1869); a questão religiosa; e a abolição da escravidão. Vale ressaltar, que

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foi feito um resgate histórico dessas causas, uma vez que fazem parte do

conteúdo do Plano de Trabalho Docente.

Aprofundando a reflexão sobre o assunto, destacamos os vários

interesses e expectativas em torno do novo regime, do qual se esperava

reformas sociais capazes de alterar os aspectos negativos do regime

monárquico. Com o objetivo de relacionar o novo regime com a monarquia, foi

apresentado aos estudantes o seguinte questionamento: “O que mudou com a

República?”.

Ao trabalharmos esse tópico, fizemos uso da análise de textos sobre o

período. Os alunos demonstraram alguma dificuldade na interpretação dos

mesmos, mas com a orientação e intervenção pedagógica do professor,

conseguiram contextualizar o assunto, descrevendo as mudanças obtidas

naquela época: criação de uma nova bandeira e uma nova constituição; adoção

do federalismo e o direito à liberdade religiosa, o casamento civil e o direito de

voto para os indivíduos alfabetizados maiores de 21 anos.

Em seguida, os alunos realizaram uma pesquisa no laboratório de

informática em busca de informações sobre a trajetória de cada um dos

presidentes da Primeira República. Em seguida, organizados em grupos,

expuseram os dados coletados para o restante da turma. Cada grupo interagiu

de maneira diferente, confrontando suas ideias com as demais apresentadas, o

que contribuiu para o enriquecimento do estudo. Um dos pontos positivos dessa

experiência foi que os alunos compreenderam que os líderes do novo regime

não apresentaram um projeto político que incluíssem as classes menos

favorecidas - o que gerou um grande descontentamento social que desdobrou

em revoltas populares e até em guerras.

Com o estudo das revoltas, os alunos perceberem os contrastes entre

pobres e ricos na primeira fase do regime republicano. A Revolta de Canudos é

um exemplo demonstrativo de que a implantação do novo regime não foi fácil.

Ao estudarem essa revolta os alunos começaram a perceber que nem todas as

classes sociais apoiavam o novo sistema de governo, e que havia grandes

divergências entre os apoiadores da República. Um exemplo desse

descontentamento era o povo sertanejo, que viviam em condições precárias,

isolados e com poucas opções de trabalho, a qual grande parte morava e

trabalhava nas terras dos coronéis.

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Nesse momento, foi relevante a interação dos alunos com material

didático elaborado, pois os alunos estudaram os elementos estruturais que

compunham esse cenário da região do sertão do país, marcado por violência e

exclusão social. Assim, trabalhamos conceitos como coronelismo e

messianismo, proporcionando aos alunos contextualizarem e interpretarem os

fatos que levaram à Guerra de Canudos na Primeira República.

Na sequência foi realizada a leitura do trecho retirado do livro Os sertões,

de Euclides da Cunha, onde o autor relata características do homem do sertão.

Em seguida os alunos fizeram um comparativo do texto com imagens do

sertanejo da época e elaboraram um relato destacando as características do

homem de Canudos. Após a atividade, sentamos em semicírculo e debatemos

as semelhanças/diferenças das imagens com os atributos físicos que o autor

narrou no texto.

Por fim, assistimos ao filme, A guerra de Canudos, a qual os alunos

puderam contextualizar o conteúdo, visualizando os aspectos e condições

geográficas da região, bem como as condições socioeconômicas que viviam os

moradores do povoado de Canudos. Após a assistência do filme, os alunos

expuseram suas opiniões e em seguida responderam às questões constante do

roteiro previamente elaborado.

Na sequência didática, o tema debatido foi uma revolta urbana ocorrida

no início da República, denominada A Revolta da Vacina. Este episódio, ocorrido

em 1904 no Rio de Janeiro, situa-se no contexto da reforma urbana empreendida

pelo governo de Pereira Passos, que tinha o intuito de remodelar o centro da

capital brasileira, adequando-a ao arquétipo das cidades europeias. Assim, em

meio à derrubada dos casebres do centro, é iniciada uma campanha higienista

com o intuito de eliminar as doenças tropicais. Para tanto, empreendeu-se uma

agressiva campanha de vacinação da população, que reagiu ao que considerava

uma invasão de sua privacidade. Nesse contexto eclode a revolta popular.

Para iniciarmos o estudo deste conteúdo, selecionamos uma frase do

presidente Washington Luís (“Questão social é caso de polícia”), para análise

dos alunos. Novamente, a discussão ocorreu em semicírculo, onde os alunos

puderam expressar suas opiniões sobre a frase. Depois da análise, os alunos

conseguiram entender que o governo não tinha preocupação social nenhuma, o

governo deixou claro que se houvesse uma revolta as autoridades iriam usar a

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violência e não atenderia as reinvindicações do povo que lutava pelos seus

direitos, pois havia um sentimento desgoverno no país. Nesse sentido, essa e

outras revoltas ocorreram em uma época em que o poder estava nas mãos dos

coronéis. Assim, os alunos concluíram que onde não há governo representando

o povo, há forte possibilidade da ocorrência de protestos e revoltas.

Visando aprofundar os acontecimentos relacionados à Revolta da Vacina,

propusemos à turma a interpretação de uma charge. Na leitura desta fonte,

propusemos o seguinte roteiro: Que tipo de crítica à charge contém? Os detalhes

apresentados? A autoria? A data? O que mais lhe chamou a atenção?

Superando as dificuldades iniciais, os alunos entenderam a mensagem central

da charge, a qual se referia a Lei da Vacinação obrigatória. Na atividade seguinte

os alunos foram levados à sala de vídeo para assistirem a trechos previamente

selecionados e editados do filme “Sonhos Tropicais”. Após a sessão, foi

realizado um debate com as seguintes questões: Quais as doenças abordadas

no filme? Quem foi Oswaldo Cruz? Como o governo agiu diante das epidemias?

No que se refere à vacina, de que forma elas eram disponibilizadas para a

população? Como a população reagiu diante das medidas tomadas pelo prefeito

Pereira Passos e do sanitarista Oswaldo Cruz? Ao final do estudo do tema, os

alunos também concluíram que Revolta da Vacina possuía vínculos com os

demais movimentos ocorridos na época, em especial a exclusão social, a fome,

e as péssimas condições de moradia e trabalho em que vivia a população pobre

do país.

Outro movimento social estudado foi a Revolta da Chibata (1910).

Iniciamos a abordagem com a exibição de um documentário relacionado ao

tema. No primeiro momento trabalhamos a revolta, expondo oralmente o

contexto do movimento. E, para promover uma participação coletiva, em grupos,

elaboramos uma exposição do assunto, onde relataram a reação dos marujos

referentes aos maus-tratos e castigos físicos que sofriam dos oficiais. Em

seguida, o momento foi dedicado à análise da carta ultimato dos marujos e a

letra da música O Mestre sala dos mares, composta por João Bosco e Adir Blanc

em homenagem à Revolta da Chibata. Essa análise ocorreu com as seguintes

questões: quais são os termos relacionados à política que aparecem nos

documentos? Quais as reivindicações dos marinheiros exigidas do então

Presidente da República? São reivindicações políticas? Por quê? No contexto

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atual a sociedade faz suas reivindicações diretamente com os governantes,

como os marinheiros fizeram? Quais são os direitos que exigimos atualmente

das autoridades para que alcancemos a cidadania que queremos? As questões

geraram grande interesse dos alunos, havendo uma interação da maioria e as

opiniões se mostraram bastante diversificadas, contribuindo para aprofundar a

reflexão do tema.

Por fim, realizamos o estudo da Guerra do Contestado (1912-1816),

conflito ocorrido na fronteira dos estados do Paraná e Santa Catarina. Observou-

se na exposição do assunto que parte dos alunos apresentaram dificuldades de

compreensão do conteúdo. Por isso, recorremos ao uso de mapas e de outras

fontes históricas como a fotografia para que estes se interessassem em estudar

o conflito. Também selecionamos trechos de documentários sobre a Guerra de

modo a apresentar os protagonistas e fatos principais. Dessa forma, as

dificuldades foram superadas e a turma demonstrou uma boa compreensão do

assunto.

Por fim, com vistas a relacionar criticamente os conteúdos trabalhados no

decorrer da unidade didática, realizamos uma revisão geral do que foi

trabalhado. Assim, com o auxílio de slides exibidos no power point, retomamos

algumas reflexões sobre os movimentos sociais ocorridos na República Velha

de modo a destacar os problemas sociais vigentes à época, tais como: a crise

econômica e social que atingia todo país; o desemprego, os desmandos dos

coronéis que explorava o povo; as disputas por terras; e o fenômeno religioso

como o messianismo presente em Canudos e também no Contestado. Tal

estratégia serviu para que os alunos trouxessem para o presente algumas das

reflexões e apontassem os principais problemas sociais vivenciados nos dias de

hoje, tais como a violência, a desigualdade social e a corrupção. Por isso, para

nós, o mais importante na realização dessa atividade foi a relação que os alunos

fizeram entre o passado e o presente e a percepção da continuidade dos

problemas da época que ainda permanecem nos dias atuais.

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Considerações Finais

Após século vivendo no regime monárquico, a sociedade brasileira optou

por vivenciar a experiência republicana. É certo que nem todos concordaram ou

participaram da troca de regime político, mas também é verdadeiro afirmar que

a maior parte da população pobre e os egressos da escravidão depositaram

esperanças de dias melhores.

Contudo, o descontentamento com a República que se instaurava foi

generalizado, abarcando tanto as áreas rurais com as áreas urbanas,

principalmente as grandes cidades. Prova disso foram as constantes

manifestações e revoltas ocorridas entre 1889 e 1930, a exemplo das guerras

de Canudos e Contestado e das revoltas da Vacina e da Chibata.

Estes eventos históricos demonstram que a população pobre e

marginalizada possuía consciência de classe e não assistiu “bestializada” às

reformas levadas a cabo pelo novo regime. Pelo contrário, ainda que derrotadas

em suas principais reivindicações, deram prova de que ansiavam por uma maior

participação na vida política do país e que almejam a construção de uma

sociedade efetivamente mais democrática – algo que ainda está por ser feito nos

dias de hoje.

Acreditamos que a realização das diversas atividades didáticas sobre a

temática proporcionou aos alunos uma reflexão mais aprofundada sobre os

acontecimentos históricos ocorridos na República Velha (1889-1930). Pode-se

verificar que houve avanço no aprendizado dos conteúdos, por meio resultados

obtidos no decorrer da implementação do material didático. Durante a

intervenção pedagógica, houve significativa receptividade por parte dos

estudantes quanto às atividades propostas, tais como análises, discussões,

pesquisas e registros concernentes aos movimentos (temas) estudados. Outro

aspecto interessante a ser considerado diz respeito ao fato destes perceberem

que, ao final da intervenção pedagógica, foram capazes de detectar que o estudo

de história é fundamental para entender que o presente é resultado do processo

histórico construído ao longo do tempo. Podemos afirmar que estes apropriaram-

se dos conteúdos de forma significativa, superando o que poderia ser apenas

um conhecimento superficialmente memorizado.

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Agradecimentos

São várias as pessoas e instituições que colaboraram para que minha

participação nas várias atividades do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) 2014 fosse exitosa e, por isso, torna-se fundamental

agradecê-las. Primeiramente quero externar minha gratidão à minha família, que

acompanhou de perto e com paciência cada passo desse estudo, dando

sustentação e confiança em todas as fases do programa.

Agradeço de maneira especial ao meu orientador, Professor Dr. Ricardo

Tadeu Caires Silva, que através de sua experiência e competência contribuiu de

forma decisiva para a realização dessa pesquisa.

Agradeço também aos amigos e companheiros de curso (Turma 2014)

pela agradável convivência e pela oportunidade de poder compartilhar

experiências importantes ao longo desse período.

Sinceros agradecimentos também aos professores e alunos do Colégio

Estadual Primo Manfrinato, de Cianorte, que viabilizaram a realização do projeto.

Por fim, agradeço a todos os professores da Unespar - Campus de

Paranavaí, pelos cursos de qualidade que nos foram ofertados ao longo do

programa; bem como a toda a equipe da coordenação do Programa PDE, que

não mediu esforços para atender nossas demandas no decorrer da realização

das atividades e cursos de formação.

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