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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · experimentação aqui proposta se faz necessária para desenvolver, nos ... Nesse experimento espera-se que os alunos já consigam

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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1 – IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA - TURMA PDE

2014

Título: Experimentos com materiais didáticos alternativos no estudo do solo

Autora: Terezinha Ribeiro Aguera

Disciplina/Área: Ciências

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Bandeirantes D`Oeste –

Ensino Fundamental e Médio.

Rua José Freire de Almeida, s/ nº, distrito de

Bandeirantes D´Oeste.

Município da escola: Quarto Centenário – PR.

Núcleo Regional de Educação: Goioerê – PR.

Professor Orientador: Profª Drª Maria Auxiliadora Milaneze Gutierre

Instituição de Ensino Superior: UEM - Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

A disciplina de Ciências sugere aos professores o uso de várias metodologias para

serem aplicadas na sala de aula com os alunos. Entre elas, a menos utilizada pela

maioria dos professores, é a experimentação, principalmente no 6º e 7º ano do

ensino Fundamental. Ela é mais aplicada no 8º e 9º ano, nos conteúdos

relacionados ao estudo do corpo humano, física e química. A partir dessa reflexão,

optou-se em usar a experimentação investigativa como metodologia, para uma

classe de 6º e 7º ano, utilizando materiais alternativos ou de baixo custo, para

trabalhar alguns aspectos físicos, biológicos e ambientais no estudo do solo. O

principal objetivo, desta prática metodológica, é contribuir para que os alunos

tenham maior interesse e compreensão dos conteúdos abordados na disciplina de

ciências.

Palavras-chave: Educação; Ciências; Experimentação ; Solo;

Aprendizagem significativa.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental

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2 – APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática foi pensada para atender aos alunos matriculados no

ano de 2015, no 6º e 7º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual

Bandeirantes D´Oeste – Ensino Fundamental e Médio, do distrito de Bandeirantes

D´Oeste, município de Quarto Centenário – PR. Esse colégio é denominado, pela

Secretaria Estadual da Educação – SEED, como escola de campo, considerando-se

que a maioria dos seus alunos são filhos de pequenos agricultores, arrendatários ou

diaristas que sobrevivem exclusivamente do trabalho na agricultura, ou ainda pelos

benefícios concedidos pelos programas do Governo Federal e Estadual como Bolsa

Família e Programa Leite das Crianças.

A ausência de aulas experimentais no 6º e 7º ano do Ensino Fundamental e a

falta de laboratório em algumas escolas da rede estadual de ensino são alguns dos

fatores que motivaram a elaboração dos experimentos no formato de Unidade

Didática. As atividades proposta nesta unidade didática, pode ser realizada dentro ou

fora (no pátio) da sala de aula, para trabalhar com os alunos alguns aspectos físicos,

biológico e ambientais relacionados ao estudo do solo, utilizando-se como recursos

metodológicos aulas experimentais de forma investigativa, com materiais alternativos

ou de baixo custo, providenciados com antecedência pelo professor e alunos,

quando possível, e também aulas expositivas dialogadas, fundamentadas no livro

didático do aluno, vídeos e textos de outras fontes.

O objetivo desta Unidade didática é despertar, no aluno, maior compreensão e

interesse pelos conteúdos trabalhados na sala de aula, não que a ausência dessas

aulas seja um fator determinante para a aprendizagem do educando. A

experimentação aqui proposta se faz necessária para desenvolver, nos alunos,

outras habilidades, como o caráter investigativo, além de possibilitar a relação dos

conteúdos teóricos com seu cotidiano, tornando a aprendizagem mais interessante e

significativa.

Na Diretriz Curricular da Educação Básica para o Ensino de Ciências (2008),

é proposto um quadro com os conteúdos da disciplina de ciências, ficando o

conteúdo “Solo” organizado, na Unidade Didática, da seguinte forma:

Conteúdo estruturante: Matéria

Conteúdo básico: Solo

Conteúdos específicos: Identificação das diferentes camadas do solo; classificação

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dos diferentes tipos de solo; formação do solo; permeabilidade do solo; análise da

granulometria do solo; ação dos fungos e bactérias presentes no solo; adubação

verde e banco de sementes, sendo que, para todos os conteúdos específicos são

apresentados experimentos correspondentes e descrito nesta unidade.

3 – MATERIAL DIDÁTICO

Título: Experimentos com materiais didáticos alternativos no estudo do solo

Objetivo geral: Investigar algumas características físicas, biológicas e ambientais

do solo, afim de compreender sua importância para os seres vivos, para a agricultura

e para a arte.

Atividade 1

Tipo de atividade: Leitura e discussão de texto

Título: Conto - Se a terra não existisse, a gente pisava onde?

Participantes: professor e alunos

Duração: 03 horas aulas

Objetivo específico: Investigar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o solo

Materiais necessários: Um texto sobre o tema que o professor deseja trabalhar

como: a publicação atual de algum acontecimento local, regional ou mundial, uma

poesia, uma musica, uma cantiga de roda, um conto etc....Que desperte curiosidade

e motive a leitura dos alunos.

Procedimentos: No início dessa atividade o professor deverá fazer com os alunos,

uma leitura individual e silenciosa do texto: Se a terra não existisse, a gente pisava

onde? Em seguida, propor que seja feito intervalos de leitura. “É durante as

atividades do intervalo que o professor perceberá as dificuldades de leitura dos

alunos [....] Por meio dele o professor resolverá problemas ligados ao vocabulário

[...] se bem direcionado, ele pode se constituir em um importante instrumento de

aferição pedagógica do processo da leitura como um todo. (COSSON, 2007, p. 64)

A seguir será realizada uma discussão com base em um fragmento do conto

de (AZEVEDO, 2007).

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SE A TERRA NÃO EXISTISSE, A GENTE PISAVA ONDE?

“Tênis é de lona e borracha. Cueca é de pano e elástico. Caderno é de arame e

folha de papel. Televisão é de plástico com uma antena em cima e uma tela na

frente. Casa é feita de telhado, parede, piso, porta e janela. Vaca é de couro, chifre e

quatro tetas pingando leite. Cachorro é um ônibus peludo cheio de pulgas. Ser

humano é feito de carne, osso, coração e ideias na cabeça”.

Se o [...] tênis é de lona e borracha. Cueca é de pano e elástico. Caderno é de

arame e folha de papel. Televisão é de plástico com uma antena em cima e uma tela

na frente [...] a terra é o solo, o chão [...] a terra é uma espécie de mãe. A mãe de

todos nós.

Mas afinal, e a terra, a terra é feita de quê?

Será que toda terra é igual?

De onde ela veio?

Enfim, ela é terra, solo ou chão?

Por que mãe de todos nós?

Durante e após a leitura e discussão do fragmento acima, o professor deve

listar no quadro as respostas prévias dadas pelos alunos, e em seguida pedir que

eles façam o mesmo registro em seus cadernos.

Referências bibliográficas e sugestões de leituras:

COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2ª reimpressão. São Paulo:

Contexto, 2007, p. 51 – 72.

AZEVEDO, R. Se a terra não existisse, a gente pisava onde? Revista nova Escola.

Publicada em Agosto de 2004. Disponível em:

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/se-terra-nao-existisse-gente-pisava-

onde-634203.shtml. Acesso em: 11 de novembro de 2014.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação (SEED). Diretrizes Curriculares da

Educação Básica: Ciências. Curitiba: Impr. Of. do Est. do Paraná, 2008.

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Atividade 2

Tipo de atividade: Experimentação

Título: Componentes do solo.

Participantes: professor e alunos

Duração: 03 horas/aula

Objetivo específico: Observar os materiais presente nos diferentes tipos de solo,

para saber identificar as partículas que compõe sua constituição física.

Materiais necessários: diferentes amostras de solo, lupas, jornal velho.

Procedimento: Solicitar aos alunos que levem, para a aula, uma ou mais amostras

de solo do lugar onde moram (uma embalagem vazia, pequena, tipo a de maionese

é o suficiente). É interessante que o professor tenha uma conversa antes com os

alunos para saber quem tem rio, mina de água, construção ou horta perto de casa, e

pedir que façam a coleta nesses locais também, para não correr o risco de aparecer

muitos solos iguais.

Organizar os alunos em grupos, forrar as carteiras com o jornal velho,

distribuir sobre o jornal, as diferentes amostras de solo em cada grupo, e em

seguida, solicitar que com o auxilio da lupa, façam as observações nos diferentes

tipos de solo registrando no caderno suas características como: cor, textura,

tamanho dos grãos, cheiro, e se há presença de seres vivos.

Nesse experimento espera-se que os alunos já consigam perceber que o solo

não são todos iguais, mas ainda não consigam saber a nomenclatura usada para

distinguir a diferença entre o arenoso e argiloso e humífero.

Referência bibliográfica e sugestão de leitura:

BROCKEIMANN, R.H. Projeto Araribá Ciências. 3ª edição. São Paulo: Moderna,

2010, p.70.

Atividade 3

Tipo de atividade: Experimentação

Participantes: professor e alunos

Título: Decomposição das rochas

Objetivo específico: Investigar a ação do intemperismo que acontece nas rochas,

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para compreender o processo de formação do solo.

Duração: 04 horas/aula

Materiais necessários: Vidro pequeno de remédio (vazio e lavado), vela, pires,

fósforo, jornal velho, prendedor grande de roupa, copo descartável (que caiba o vidro

dentro) e água.

Procedimentos: Organize os alunos em grupos, forre as carteiras com jornal e

distribua os materiais (um de cada). Peça aos alunos que encha o copo com água e

acenda a vela colando-a no pires. Com o prendedor de roupa, peça a eles que

prendam o vidro pela “boca” segurando sobre a vela (não pode encostar muito) até

que fique bem quente, em seguida mergulhe o vidro na água e observe.

Professor: Questões para discussão: Qual a analogia que podemos fazer entre a

formação do solo e o experimento? Qual o papel da vela acesa e da água nesse

processo?

Peça que cada grupo registre as respostas numa folha de caderno e recolha.

Referências bibliográficas e sugestões de leitura e vídeo

BROCKEIMANN, R.H. Projeto Araribá Ciências. 3ª edição. São Paulo: Moderna,

2010, p. 68 - 69.

TELECURSO – Ensino Médio – Geografia – Aula 15 – Fevereiro, 2010. Disponível

em: https://www.youtube.com/watch?v=9eshdGIqL5c. Acesso em: 11 de novembro

de 2014.

Atividade 4

Tipo de atividade: Experimentação

Título: Perfil do solo

Participantes: professor e alunos

Duração: 02 horas/aula

Objetivo específico: Montagem de um modelo de perfil do solo, para compreender

como estão organizadas as diferentes camadas que compõe o solo.

Materiais necessários: Pedras de diversos tamanho, duas amostra de solo, sendo

uma de solo escuro e outra de solo mais claro, uma placa pequena de grama (essas

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que tem em viveiros de mudas, que vem com raízes e um pouco de terra), um

recipientes de tamanho médio transparente, para montagem do experimento (pode

ser caixa de acrílico ou vidro como aqueles de aquário) e jornal velho.

Procedimentos: Organizar os alunos em dois grupos e pedir que forrem algumas

carteiras e dividam os materiais em duas partes iguais, uma para cada grupo.

Solicite a eles que montem um perfil de solo usando todos os materiais e com base

no que foi visto na atividade 3.

Neste experimento o professor poderá avaliar o conhecimento dos alunos

em relação a formação do solo usando alguns critérios como: os alunos

conseguiram compreender como fica a disposição das “rochas”, colocando as

camadas de pedra da maior para a menor? O solo e a grama foram colocados na

ordem correta?

Referência bibliográfica e sugestão de leitura

ROCKEIMANN, R.H. Projeto Araribá Ciências. 3ª edição. São Paulo: Moderna,

2010, p. 72.

Atividade 5

Tipo de atividade: Experimentação

Título: Permeabilidade do solo

Participantes: professor e alunos

Duração: 03 horas/aula

Objetivo específico: Observar a relação infiltração/retenção da água no solo, afim

de compreender o processo formação dos aquíferos.

Materiais: Amostras de solo (arenoso, argiloso e humífero), tesouras, garrafas “pet”

(uma para cada amostra de solo), gazes para curativo (um para cada garrafa), copos

descartáveis de 400 mL (um para cada garrafa), etiquetas ou fitas adesivas, água

suficiente para encher os copos, jornal velho suficiente para forrar as carteiras. Essa

quantidade de material é suficiente para um grupo, portanto o professor deve

providenciar o material de acordo com o número de grupos que irá organizar.

Procedimentos: Organizar os grupos de alunos, forrar as carteiras com jornal e

distribuir os materiais. Antes de começar o experimento, faça um corte transversal

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nas garrafas, de modo que a parte de baixo fique, mais ou menos, com 3/4 (três

quartos) do seu tamanho. Feito isso, encaixe a parte de cima da garrafa na parte de

baixo formando um funil, em seguida coloque a gaze aberta na “bico” da garrafa e

despeje a amostra de solo (mais ou menos 200 mL (meio copo) nesse “funil”,

identificando cada uma das garrafas com o solo correspondente (faça o mesmo

procedimento para cada amostra de solo). Peça aos alunos do grupo que encham o

copo com água (o mesmo que usaram para medir o solo) e a despeje sobre o solo,

ao mesmo tempo, e observem o que aconteceu. Caso tenham relógios ou

cronômetros nos celulares, os alunos devem marcar o tempo de filtragem da água

pelo solo (o professor também pode cronometrar tal tempo, pedindo aos alunos que

todos os grupos se preparem e despejem a água sobre o solo, ao mesmo tempo).

Ao término da filtragem um componente do grupo deve avisar ao professor e marcar

o tempo gasto na ação.

Professor: provoque uma discussão com os alunos fazendo alguns

questionamentos como: Todos usaram a mesma medida de solo e de água? A água

desceu com a mesma facilidade em todos os tipos de solo? O que será que

interferiu na passagem da água? A água coletada em cada garrafa tem a mesma

quantidade e a mesma cor?

Sugira aos alunos que descartem a água coletada no experimento e repitam o

mesmo processo fazendo suas observações e registrando os dados coletados

conforme a tabela.

Tipo de solo Tempo de escoamento

da água

Coloração da água Quantidade

coletada

Argiloso

Arenoso

Humífero

Referências bibliográficas e sugestões de leituras e vídeo

BROCKEIMANN, R.H. Projeto Araribá Ciências. 3ª edição. São Paulo: Moderna,

2010, p. 73.

MATA, M. O maior reservatório subterrâneo de água doce do planeta: Alter do chão.

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · experimentação aqui proposta se faz necessária para desenvolver, nos ... Nesse experimento espera-se que os alunos já consigam

Jornal Hoje, Rede Globo de Televisão. Postado em 04/05/14. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=cw5E3fvIFPs. Acesso em: 11 de novembro de

2014.

PIFAIA, C. M, DE L. GONÇALVES, S. A. ... e o mundo mudou. In: SILVA, C. O.;

SILVA, E. G. DE O. et al. Coleção Tempo de Aprender – EJA – 9º ano. São Paulo:

IBEP, 2009, p. 406 – 428.

Atividade 6

Tipo de atividade: Experimentação

Título: Granulometria do solo

Participantes: Professor e alunos

Duração: 06 horas/aula

Objetivo específico: Analisar diferentes amostras de solo, com base na quantidade

e no tamanho de suas partículas, afim de compreender como é realizada a sua

classificação.

Materiais necessários: Peneiras granulométricas padrão ou peneiras de plástico

com diferentes malhas, bandejas de isopor, soquete de madeira, copo descartável

de 400 mL, jornal velho, saquinho de plástico pequeno e etiquetas ou caneta

esferográfica de ponta grossa.

Procedimentos: Organizar os alunos em grupos e solicitar que providenciem

amostras de solo de diferentes locais, considerando o local onde moram. Serão

escolhidas diferentes amostras de solo (argiloso, arenoso e húmico), as quais

deverão ser colocadas para secar na semana anterior, em bandejas de isopor ou

outro recipiente aberto, ficando em local exposto ao sol (de preferência).

No dia da aula prática, cada grupo de alunos usará um soquete de madeira

para desagregar o solo (moer) em um recipiente de bordos altos. De cada tipo de

solo será retirada uma amostra de volume conhecido (copo de 400 mL) e despejada

na peneira de malhas mais largas. O que restar nela deverá ser guardado em saco

de papel e etiquetado para posterior medida. O solo que passou pela malha da

primeira peneira deverá passar pela peneira média, e os procedimentos repetidos

como anteriormente. Assim, a cada peneiramento ter-se-á uma quantidade de solo,

sendo que a areia mais grossa ficará na primeira peneira, e na última as argilas e

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silte. Esse procedimento deverá ser repetido até que a peneira não retenha mais

nenhum resíduo sólido do solo. Espera-se ter volumes diferentes dos componentes

do solo, de acordo com o tipo de solo peneirado.

Após esse procedimento o professor deverá envolver os alunos numa

discussão dialogada fazendo os seguintes questionamentos: a) Todas as amostras

de solo foram coletadas no mesmo local? Todas tinham a mesma cor e textura? O

volume do solo que ficou retido em cada peneira, foi o mesmo em todas as

amostras? Pedir aos alunos que façam os registros das respostas no caderno, para

serem analisadas posteriormente.

Num segundo momento o professor deverá propor aos alunos uma atividade

para saber o volume do solo que ficou retido em cada peneira, nas diferentes

amostras de solo.

Analisando o solo A (arenoso), considerando que foram usados 400 mL de

solo, medir o volume do solo que ficou retido na 1ª peneira, na 2ª peneira, na 3ª

peneira e nas demais. Com os alunos do 7º ano, é possível fazer essa mesma

atividade, utilizando-se de uma balança, calcular o peso da quantidade de solo que

ficou retido em cada peneira, por meio da regra de três simples. Nas duas atividades

é possível montar uma tabela para melhor visualização dos dados coletados no

experimento.

Com base nas respostas da primeira e da segunda atividade, espera-se que

os alunos, por meio deste experimento da granulometria, consigam determinar os

diferentes tipos de solo usado.

Sugestão de tabela para este experimento (o professor poderá adapta-la

conforme o número de amostras de solo e a quantidade de peneiras que irá utilizar).

Volume inicial da

amostra 400 ml

Volume retido na

1ª peneira

(grossa)

Volume retido na

2ª peneira

(média)

Volume retido na 3ª

peneira (fina)

Solo A

Solo B

Solo C

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Referências bibliográficas e sugestões de leitura e vídeo

UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências

Tecnológicas. Laboratório de Mecânica dos Solos. Roteiro – Granulometria.

Disponível em:

http://www.joinville.udesc.br/portal/departamentos/dec/labmes/arquivos/Roteiro%20-

%20ENSAIO%20DE%20GRANULOMETRIA.pdf. Acesso em 08 de dezembro de

2014.

SANTOS, T. Ensaio de granulometria do solo. Publicado em 06/06/14. Disponível

em:

https://www.youtube.com/watch?v=kjZSs9jSloc. Acesso em 08 de dezembro de

2014.

Atividade 7

Tipo de atividade: Experimentação

Título: Investigar algumas características físicas do solo.

Participantes: professor e alunos

Duração: 06 horas/aula

Objetivo específico: Montagem de um minhocário para compreender a ação dos

seres vivos.

Materiais necessários: Nesse experimento o professor deve solicitar ajuda dos

alunos para a coleta e a preparação dos materiais necessários nesta ação. É

importante que os alunos formem, pelo menos, dois grupos para que todos

participem, contribuindo de alguma forma com o processo de experimentação.

Cada grupo irá precisar de 3 caixas retangulares de plástico (podem ser

tigelas retangulares usadas para alimentos), com bom encaixe de uma sobre a outra

(uma das caixas deve ter tampa); uma porção de terra preta, o suficiente para

preencher as três caixas (húmus); algumas minhocas (californiana vermelha ou a

preta-de-jardim, sendo a primeira melhor, porque produz húmus mais rápido); uma

porção de restos orgânicos úmido (folhas, talos e cascas de verduras, legumes e

frutas, borra de café); restos secos de podas (folhas, grama e papel picado); uma

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furadeira. Não é aconselhável usar restos de frutas cítricas, porque alteram o pH do

minhocário, prejudicando tanto as minhocas quanto a qualidade do composto final.

Procedimentos: Preparação das caixas: com auxílio da furadeira faça vários furos

(mais ou menos 2cm de distância um do outro) no fundo de duas caixas. Corte, em

pequenos pedaços, os talos, folhas, cascas de legumes, verduras e frutas.

Montagem do minhocário: A primeira caixa deverá ficar vazia, para recolher o

chorume produzido durante o processo. Na segunda caixa deve ser colocada uma

camada de terra preta (húmus) e as minhocas, com cuidado, e sobre ela encaixada

a terceira caixa. Nessa deverão ser colocadas, sucessivamente: uma camada dos

restos orgânicos cortados, uma camada dos restos secos de poda e a tampa da

caixa. Após a montagem, verifique se as 3 caixas estão bem encaixadas (pode ser

usada fita adesiva para manter as caixas sobrepostas, evitando que caiam). Feito

isso, o minhocário deve ser colocado num lugar arejado e sem a incidência direta do

sol. Espere por aproximadamente 30 dias e dê uma olhada para verificar a umidade

e o estágio da decomposição dos restos orgânicos, caso esteja muito seco pode ser

colocado uma pequena quantidade de água para umedecer o ambiente.

O resultado esperado neste experimento é que após 60 dias, aproximadamente, a

terceira caixa esteja com a matéria orgânica e as minhocas e a primeira esteja com

o chorume.

Professor: Peça que cada grupo registre no caderno o passo a passo do processo

de preparação do minhocário, destacando as características (cor, cheiro) dos

materiais orgânicos úmidos e secos, utilizados na montagem do minhocário. No

segundo momento, passado o período de espera, deixe que os alunos observem o

minhocário e faça alguns questionamentos: O que aconteceu com os restos

orgânicos úmidos da terceira caixa? Quem fez isso? Por que as minhocas passaram

da segunda para a terceira caixa? Além das minhocas é possível observar a

presença de outros seres vivos? O que é o líquido preto que está na primeira caixa?

Como ele se formou? Para que ele serve? Qual a importância da minhoca para o

solo?

Referências bibliográficas e sugestões de leituras e vídeos

COSTA, E. M. Compostagem e Minhocário. Postado em 16/09/14. Disponível em:

http://www.maiscommenos.net/blog/2010/09/o-que-pode-e-o-que-nao-pode-

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · experimentação aqui proposta se faz necessária para desenvolver, nos ... Nesse experimento espera-se que os alunos já consigam

colocar-no-minhocario/. Acesso em 12 de novembro de 2014.

TV NOVO TEMPO. Vida Saúde. Como fazer um minhocário caseiro. Exibido em

12/08/14. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nVOIJ0SRqxc.

Acesso em 12 de novembro de 2014.

GUERRA, C. Chorume não é problema. É a solução: Rede de Agricultura

Sustentável. Disponível em: http://www.agrisustentavel.com/san/chorume.htm.

Acesso em 12 de novembro de 2014.

SANTANA, O.; FONSECA, A. Ciências Naturais 6º ano. São Paulo: Saraiva, 2009,

p. 103 – 106 e 232 – 233.

Atividade 8

Tipo de atividade: experimentação

Título: Adubação verde

Participantes: Professor e alunos

Duração: 06 horas/aula

Objetivo: Promover o plantio de leguminosas para observar a fixação biológica do

nitrogênio, usando a técnica da adubação verde para enriquecer o solo com

compostos orgânicos nitrogenados.

Materiais necessários: Potes pequeno de plástico (podem ser reaproveitados os

vasos plásticos para flore ou usar garrafas “pet” cortadas ao meio), solo arenoso,

pedrinhas, jornal velho e sementes de leguminosas (espécies de feijão, soja, ervilha,

mucuna, leucena e crotalária)

Procedimentos: Com antecedência, peça ajuda da turma para conseguir os

materiais, principalmente as sementes. Divida os alunos em grupos equivalentes à

quantidade de espécies de leguminosas diferente que conseguirem, por exemplo: se

conseguirem três tipos de semente, forme três grupos de alunos, se conseguirem

seis tipos de sementes, forme seis grupos de alunos. Isso é importante porque cada

grupo ficará responsável em conseguir o material, fazer o plantio, cuidar, observar e

fazer os registros do desenvolvimento de apenas uma das espécies de leguminosa.

Para fazer o plantio, peça aos alunos que forrem as carteiras com o jornal velho,

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coloquem algumas pedrinhas no fundo do pote, no caso de usarem garrafas “pet”

não esquecerem de fazer alguns furos no fundo. Colocar o solo sobre as pedrinhas,

de modo a preencher os vasos quase completamente (5 cm abaixo da borda) e

plantar três a quatro sementes em cada vaso, na profundidade de mais ou menos 5

cm, regar com água e colocar uma etiqueta de identificação. Caso a escola tenha

uma horta é aconselhável deixar todos os potes num mesmo lugar, para facilitar o

acesso dos alunos. Cada grupo deve fazer a observação e o registro dos

acontecimentos do plantio, no mínimo duas vezes por semana.

O resultado esperado nesse experimento, é que passados aproximadamente

trinta dias do plantio, seja possível observar, nas raízes das leguminosas, pequenos

nódulos (bolinhas) de bactérias fixadoras de nitrogênio aderidas às raízes das

leguminosas. Para tais observações, os alunos deverão desfazer o solo dos vasos

de modo a retirar as plantas com cuidado, afim de que sejam recolhidos os nódulos

de bactérias fixadoras de nitrogênio. Propor aos alunos que façam uma pesquisa

sobre a importância fixação biológica do nitrogênio: a) para o ambiente; b) para a

agricultura. Após a pesquisa é importante que cada grupo apresente aos demais

alunos da sala, o que descobriram em relação à espécie de leguminosa por eles

cultivada.

Referencia bibliográfica e sugestão de leitura

SANTANA, O.; FONSECA, A. Ciências Naturais 6º ano. São Paulo: Saraiva, 2009,

p. 236.

Atividade 9

Tipo de atividade: Experimentação

Título: Banco de sementes

Participantes: professor e alunos

Duração: 06 horas/aula

Objetivo específico: Identificar a presença de sementes no solo (banco de

sementes), afim de compreender um dos processos de recuperação do solo, em

áreas degradadas.

Materiais necessários: Pás, bandejas de isopor (fundas), água, folhas de jornal

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velho.

Procedimentos: Coletar amostras de solo, com uma pá pequena ou enxada, de um

quadrante de 20 cm X 20 cm X 20 cm de profundidade, previamente marcado com

auxílio de uma trena. Todo o solo coletado deverá ser misturado e novamente

dividido em 5-6 sub-amostras, as quais serão colocadas nas bandejas de isopor com

pequenos furos no fundo (para que não saia o solo, mas que permita o escoamento

da água de irrigação), as quais serão colocadas sobre uma mesa ou mesmo no

chão, de preferência onde pegue o sol da manhã e não pegue chuva. Regar as

amostras de solo nas bandejas 1-2 vezes por semana (ou quando estiverem

perdendo a umidade). Esperar alguns dias até que as mudas cresçam, arranca-las e

guardá-las entre folhas de jornal em um local reservado. Repetir este procedimento

até que elas parem de nascer. Quando isso acontecer, contar e anotar quantas

mudinhas nasceram, com o passar dos dias. Esse procedimento é necessário para

que seja feita a quantificação das que pertencem às mesmas espécies ou espécies

próximas, com base na estrutura morfológica das folhas.

Quanto maior o número de mudas obtidas maior é o banco de sementes do

local e também a ‘chuva de sementes’ da região, que por sua vez é proporcional à

possibilidade de regeneração da flora local.

Professor: Sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas com os

alunos

- De posse das mudas já quantificadas e secas, proponha aos alunos uma atividade

para identificar as espécies predominantes da região onde o solo foi coletado,

usando como referência a estrutura morfológica das folhas.

- Com base neste experimento e na discussão dos vídeos sugeridos, o professor

poderá propor aos alunos que pesquisem mais sobre o assunto, relacionando o

experimento e o conteúdo tratado nos vídeos.

- O professor ainda pode discutir, com os alunos, a influências das ervas daninhas

para as culturas comerciais e para a recuperação ambiental, pois elas sombreiam o

local (preparam o terreno) e permitem o crescimento de espécies nativas que só

germinam na sombra ou na ausência de luz.

Referências bibliográficas e sugestões de vídeos

DOURADO, J. Banco de sementes de plantas nativas da caatinga. Publicado em:

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · experimentação aqui proposta se faz necessária para desenvolver, nos ... Nesse experimento espera-se que os alunos já consigam

22/11/2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zlFVqJGD1xo.

Acesso em 08 de dezembro de 2014.

GLOBO RURAL. Banco de sementes da Embrapa pode ajudar a prevenir

problemas na produção de alimentos. Matéria publicada no Jornal do Distrito

Federal, da Rede Globo de Televisão, em 17/ 07/ 13. Disponível em:

http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-rural/v/banco-de-sementes-da-

embrapa-pode-ajudar-a-prevenir-problemas-na-producao-de-

alimentos/2697122/. Acesso em: 08 de dezembro de 2014.