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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · identidade cultural; com base nos textos de Clifford Geertz, Kathryn Woodward, Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva e Zygmunt Bauman

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA PDE/2013

Título: Identidade e Cultura: Os Ucranianos em Irati

Autor: Gilsemar Arivaldo de Mattos

Disciplina/Área(ingresso no PDE) História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual João de Mattos Pessôa

EFM Bairro Rio Bonito - Irati

Município da Escola Irati

Núcleo Regional de Educação Irati

Professor Orientador: Mario Souza Martins

Instituição de Ensino Superior:

Unicentro

Relação Interdisciplinar:

Arte

Resumo

Este projeto tem por finalidade realçar os

elementos da cultura ucraniana na região

iratiense, mostrando para alunos do Ensino

Médio a importância de conhecer suas

origens a fim de melhor entender a

diversidade cultural na sociedade atual do

município de Irati, objetivando sublinhar

valores ucranianos que contribuíram no

desenvolvimento da sociedade iratiense. A

região Centro Sul do Estado do Paraná foi

basicamente povoada por eslavos

(poloneses e ucranianos), entretanto o

Município de Irati não recebeu um número

significativo de ucranianos, e aqueles que

vieram se restringiram a diversas

comunidades estabelecidas no interior. Por

isso é ressaltar a importância da presença

ucraniana, na medida em que outras etnias

sobressaem na cidade, por estarem

presentes em maior quantidade. Esse

esforço em desenvolver este projeto entre

os jovens deve-se principalmente a sua

pouca participação em atividades que eram

fortes entre os descendentes ucranianos,

dando continuidade aos costumes e

tradições. Num mundo globalizado repleto

de informações com fácil acessibilidade e o

mercado de trabalho exigindo das pessoas

um novo perfil de comportamento, novas

identidades estão surgindo a cada dia. É

percebido que o jovem não participa mais

das atividades culturais e religiosas como

antes, ou seja, as tradições já não produzem

mais os mesmos efeitos que nas gerações

anteriores. Pretendemos identificar quais

são os novos elementos que estão dando

forma a estas novas identidades.

Palavras-chave Cultura; Identidade; Tradições

Formato do Material Didático

Caderno Pedagógico

Público:

Alunos da 2ª Série – Ensino Médio

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

Identidade e Cultura: Os Ucranianos em Irati

Produção didático-pedagógica (Caderno Pedagógico) apresentada à SEED/SUED – PR, como requisito para o cumprimento das atividades previstas dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do Paraná orientado pelo Prof. Mário Souza Martins.

IRATI-PR 2013

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: GilsemaArivaldo deMattos Área PDE: História NRE: Irati Professor orientador: Mario Souza Martins IES vinculada: Unicentro – Campus Irati Escola de implementação: Colégio Estadual João de Mattos Pessoa – EFM Publico objeto da intervenção: Alunos do 2º ano – Ensino Médio Material Didático: Caderno Pedagógico INTRODUÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é uma iniciativa do

Governo do Estado do Paraná em parceria com as Instituições de Ensino Superior –

IES, que possibilita aos professores da Rede Pública Estadual retornar seus estudos

acadêmicos para um aperfeiçoamento profissional.

Para que isto aconteça o professor se afasta por um ano de suas atividades

escolares. Trata-se de um período de crescimento intelectual através das leituras,

cursos e palestras, possibilitando assim rever alguns conceitos, bem como melhorar

o seu trabalho em sala de aula.

Este material pedagógico faz parte do Projeto de Intervenção Pedagógica,

fase integrante do PDE, assim como outros que abordam uma infinidade de temas

das mais variadas disciplinas do currículo escolar.

O projeto será implementado no Colégio Estadual João de Mattos Pessôa,

tendo por objetivo resgatar a importância da identidade cultural, buscando despertar

entre os educandos a valorização de suas origens para uma compreensão melhor

da sociedade em que eles vivem.

O Tema em questão “Identidade e Cultura: Os Ucranianos em Irati” está

inseridos dentro da Linha de Estudo da Disciplina de História que leva o nome

“Paraná: História e Historiografia”, que por sua vez aponta a contribuição deste povo

no espaço iratiense. Os ucranianos que, ao deixar sua terra de origem no século

XIX, mesmo enfrentando os inúmeros obstáculos, tiveram o empenho no

desbravamento deste município. Ao vencer as dificuldades fizeram deste local sua

segunda morada e assim também contribuíram no seu desenvolvimento sócio-

econômico.

As atividades que integram este material são textos, questões que abordam a

imigração ao Brasil, ao Estado do Paraná e em particular a Irati dentro do contexto

do seu desenvolvimento. A forma de como ocorreu o seu desbravamento, em parte

pelos ucranianos, suas dificuldades e a superação dos sofrimentos na construção da

nova pátria. A maneira de como vivem os descendentes e como está a preservação

de alguns dos costumes trazidos pelos seus antepassados. A atuação dos

descendentes e pessoas que se destacaram em diversos setores profissionais.

A aplicação dar-se-á com turma da 2ª Série do Ensino Médio, já que coincide

com assuntos trabalhados nos conteúdos da Disciplina de História. Assim poderá

ser feita a abordagem referindo-se ao contexto daquela época.

Este Caderno Pedagógico está dividido em duas unidades, sendo que a

primeira apresenta o embasamento teórico e metodológico abordando a questão da

identidade cultural; com base nos textos de Clifford Geertz, Kathryn Woodward,

Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva e Zygmunt Bauman. A segunda aborda o

processo histórico da imigração ao Brasil, bem como a chegada dos ucranianos à

Irati e atividades para o aluno. O desenvolvimento deste trabalho em classe terá

uma carga horária de trinta e duas horas divididas com exercícios em sala de aula,

palestras, exibição de filmes, documentários, entrevistas, visita à casa da cultura e

exposição.

Espera-se com tudo isso que os alunos possam compreender que o

crescimento e desenvolvimento do município de Irati, devem-se também a

contribuição do trabalho do imigrante e os ucranianos vieram a somar neste

processo com suas habilidades profissionais e culturais, visto que o período de sua

chegada a esta localidade coincide com a criação e emancipação política do

município.

1. UNIDADE I – Fundamentos teórico-metodológicos

De acordo com as Diretrizes Curriculares de História do Estado do Paraná, na

disciplina de História (2008, p.45) através da Lei n. 13.381/01 que torna obrigatório o

ensino dos conteúdos de História do Paraná no Ensino Fundamental e Médio das

escolas paranaenses da rede pública. Porém os livros didáticos, quando abordam o

assunto, o fazem de maneira superficial e acabam desvirtuando o assunto de sua

verdadeira essência. Muitas vezes o aluno acaba tendo o conhecimento universal,

mas pouco sabe do particular de forma que sua identidade cai no esquecimento.

A Produção do conhecimento, pelo historiador, requer um método específico, baseado na explicação e interpretação de fatos do passado. Construída a partir dos documentos e da experiência do historiador, a problematização produz uma narrativa histórica que tem como desafio contemplar a diversidade das experiências sociais,culturais e políticas dos sujeitos e suas relações.(DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO BÁSICA – HISTÓRIA, 2008).

Ao abordar a temática Identidade e Cultura podemos perceber a forma de

como cada povo se identifica diante de seu grupo e diferencia-se do grupo oposto. O

ser humano é identificado através da bagagem cultural que carrega dentro do si.

Desde o nascimento a pessoa já vai sendo moldada para viver em sociedade

da qual ela faz parte. Entretanto algumas modificações podem ocorrer durante o

convívio familiar influenciada por fatores internos e externos resultando em

transformações futuras.

Clifford Geertz comenta que: “Deve atentar-se para o comportamento, e com

exatidão, pois é através do fluxo de comportamento – ou mais precisamente, da

ação social – que as formas culturais encontram articulação” (GEERTZ, 1973, p.12).

O fato de pertencer a este ou aquele grupo a identidade pessoal vai sendo

construída juntamente com a cultura transmitida pelos pais. Mesmo pertencente a

um grupo, cada pessoa é diferente em relação ao outro. Ela acaba assimilando as

semelhanças ao presenciar coisas da rotina diária. Assim diferentes na

personalidade, mas iguais no sentido cultural é a formação étnica de um povo dentro

do contexto em que ele vive. Como afirma Kathryn Woodward, “A identidade é,

assim, marcada pela diferença” (WOODWARD, 2007, p.9).

No decorrer do tempo, ao passar à fase adulta, com maior maturidade, o ser

humano acredita naquilo que ele herdou etnicamente ou culturalmente passando a

justificar suas ações dentro dos padrões de comportamento, na postura ética e

moral. Porém ao conviver com vários tipos de pessoas a tendência é uma

diversificação em seus hábitos adquirindo novos costumes. “A cultura, a totalidade

acumulada de tais padrões, não é apenas um ornamento da existência humana,

mas uma condição essencial para ela – a principal base de sua sustentabilidade”,

afirma (GEERTZ, 1973, p.33).

Tal identificação cultural passa a influenciar em sua vida pessoal e

profissional, pois é passível de rótulo feito por outras pessoas, que, ao verem

determinado cidadão trabalhando neste ou naquele emprego certamente dirão: “Este

é filho de fulano, foi criado de tal forma. Seus avós viviam deste ou daquele jeito,

possuíam tais costumes, determinadas tradições. Certamente, seu neto está tendo

sucesso por seguir os conselhos da família”.

Querendo ou não, as pessoas vão tecendoos comentários, que podem

valorizar ou desvalorizar seus semelhantes, dependendo da ocasião em que tudo

ocorre e da maneira como foi a educação. E isto faz parte da cultura. Vale então

ressaltar a afirmação de Geertz quando diz que: “Sem os homens não haveria

cultura, mas, de forma semelhante e muito mais significativamente, sem cultura não

haveria homens” (GEERTZ, 1973, p.36).

Deste modo, assim como a cultura vai moldando as pessoas, as pessoas vão

moldando a cultura de acordo com as diferentes épocas. Um estilo de vida na

atualidade do século XXI não condiz com o estilo de vida na década de 90 ou 80 do

século XX. Muito menos vai de encontro com aquilo que ocorreu nos anos de 1950.

É evidente que, algumas coisas que ocorriam em meados do século XX, continuam

ocorrendo no presente; porém há muito mais mudanças do que permanências.

Neste sentido Woodward também concorda que “a construção da identidade é tanto

simbólica quanto social” (WOODWARD, 2005, p. 10).

“Uma das formas pelas quais as identidades estabelecem suas reivindicações

é por meio do apelo a antecedentes históricos” (Woodward, 2005, p.11). Buscar em

fontes do passado é essencial para compreender a trajetória de um povo que, ao

chegar numa terra desconhecida teve de aprender o idioma, novas técnicas de

trabalho, enfrentar condições adversas e que apesar de tudo conseguiram manter

suas tradições.

Resgatar o processo de contribuição da cultura ucraniana presente também

no município de Irati faz parte dos estudos que serão abordados pelos estudantes.

Não se trata de lamentar aquilo que deixou de ser preservado pelos descendentes,

mas reconhecer a importância deste povo e suas tradições em relação as

transformações ocorridas .

Essa temática em torno dos descendentes de ucranianos é justificada pela

razão de o município de Irati estar situado na Região Centro Sul do Estado do

Paraná, e que, na época de sua fundação, muitos imigrantes escolheram o local

para viver dando assim uma importante contribuição ao seu desenvolvimento.

Devido à sua posição estratégica, era a passagem obrigatória para os

viajantes pelo fato de ter uma estação ferroviária, local importante para o embarque

e desembarque de passageiros, uma época em que o transporte rodoviário era

precário. Os trilhos da ferrovia cortaram o município ligando as Regiões Norte e Sul

do país. Aqueles que tinham a necessidade de viajar para centros maiores, o faziam

por meio do trem.

Por ter uma proximidade com os municípios vizinhos, diariamente recebia

uma grande quantidade de pessoas que vinham tratar de negócios. A vinda para

Irati se fazia de várias formas podendo ser de carroça, a cavalo e até mesmo a pé.

As dificuldades eram tantas, que muitas pessoas acabaram transferindo suas

residências para Irati, devido à proximidade de alguns recursos. É o que relata

Vassílio Burko em seu livro de memórias “História de Vassílio”, que ao servir o

Exército na capital do Estado utilizava o trem até Irati e depois seguia a pé até o

interior de Prudentópolis quando vinha visitar seus pais. Ao retornar ao quartel fazia

o mesmo trajeto, utilizando-se muitas vezes das pousadas existentes neste

município.

É percebida assim a contribuição de muitos imigrantes na construção e

desenvolvimento da sociedade iratiense, entre eles a etnia ucraniana. Sabe-seque

muitos dos valores trazidos no momento da chegada, alguns permanecem entre os

descendentes, porém outros já sofreram transformações ou até mesmo

desapareceramno processo de transição entre o velho e o novo.

Vale ressaltar que os ucranianos não foram os únicos a chegar a esse

município, mas várias etnias se fizeram presente num mesmo período, de forma que

houve uma miscigenação de culturas somadas àquela que já havia chegado a este

local. Entretanto, o amor à sua terra natal, aos costumes e à forte devoção religiosa

fez com que este grupo preservasse suas tradições, influenciando nas tarefas do

cotidiano.

Hall ressalta que: “a identidade torna-se uma celebração móvel: formada e

transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos

representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam” (HALL,

1987).

Num mundo globalizado vivemos também o que pode ser chamado de crise

da identidade decorrente do acelerado modo de vida das pessoas. Muitas

exigências na atualidade fazem com que as pessoas não valorizem muito suas

raízes culturais e tenham suas preocupações voltadas somente para o presente. As

exigências do mercado de trabalho, a constante aceleração do ritmo de vida, fazem

com que vivemos numa época em que se pensa muito pouco na cultura. As

experiências do passado vivenciadas pelos mais velhos têm pouca importância para

os jovens. Para eles, o passado pouco, ou nada importa, o que tem importância é

viver o presente. Tudo isso acaba por ocasionar na maioria das vezes um prejuízo

cultural.

A globalização, entretanto, produz diferentes resultados em termos de identidade. A homogeneidade cultural promovida pelo mercado global pode levar ao distanciamento da identidade relativamente à comunidade e a cultura local. De forma alternativa, pode levar a uma experiência que pode fortalecer e reafirmar algumas identidades nacionais e locais ou levar ao surgimento de novas posições de identidade (WOODWARD, 2007, p.21).

O início da implementação dar-se-á com a discussão do tema “Identidade e

Cultura” entre os alunos, onde será explicitado o conceito de Estado Nacional para

entender a soberania de um povo em relação a outro. Assim poderão ser

percebidasas diferenças existentes dentro das mais diversas formas de sociedade.

Woodward (2007, p.39 e 40), faz sua afirmação:

As identidades são fabricadas por meio da diferença. Essa marcação da diferença ocorre tanto por meio de sistemas simbólicos de representação quanto por meio de formas de exclusão social. A identidade, pois, não é o oposto da diferença: a identidade depende da diferença.

Na sequência serão convidadas pessoas com uma intensa bagagem de

conhecimento (historiador e professor universitário), para contribuir com relatos

históricos, bem como experiência de intercâmbio internacional.

Visando enriquecer este material pedagógico apresentamos dois filmes:

”Made in Ucrânia” e “No meu Tempo era assim”. O primeiro relata o histórico da

imigração ucraniana ao Brasil, em particular ao Estado do Paraná, sendo este a

porta de entrada para a etnia, ressaltando os 120 anos da chegada dos primeiros

imigrantes. Apesar de terem sido iludidos, em parte com as falsas propagandas,

muitos dos que chegaram aqui se dedicaram ao trabalho, e, vencendo as

dificuldades conseguiram manter firmes suas tradições, seus costumes, sua

identidade e religiosidade, que muito influenciou na contribuição da diversidade

cultural do nosso Estado.

“No meu Tempo era assim” é um filme produzido em Rio Azul, município

vizinho de Irati numa distância de quarenta Kilômetros. Trata-se de uma visualização

do modo de vida, retratando um período de transição da década de 1960 para os

anos de 1970. Nesta produção cinematográfica é possível perceber a simplicidade

de vida das pessoas, o contato com a natureza, o modo de vida no meio rural, sem

pressa, desprovido do conforto e dos recursos tecnológicos, a forte devoção

religiosa, as superstições e o respeito pelos mais velhos, a preservação das

tradições nas festas, envolvendo a ajuda mútua entre os vizinhos nas atividades

agrícolas.

Assim, será promovida uma discussão entre os alunos no que diz respeito

aos dois filmes, analisando e comparando o que mudou e o que permaneceu na

sociedade. Quais foram as mudanças no decorrer do tempo, na vida das pessoas e

o próprio conceito de felicidade nos dias atuais.

Palestra com pessoas descendentes de ucranianos integrados a cultura

folclórica será de grande validade, pois relatarão sua vivência e as maneiras de

como venceram as dificuldades, conquistando um espaço profissional,bem como

reservam um espaço de tempo para dedicar-se apreservação da cultura. Tradição,

costumes e religiosidade também merecem uma abordagem de destaque, pois

através deles é que permaneceram unidos os imigrantes e seus descendentes.

A abordagem sobre as diferenças religiosas entre nos ritos, a Celebração

Litúrgica e o modo de como são respeitados os dias santificados. Outra etapa inclui

a visitação da “Casa da Cultura” em Irati – subsídio importante para compreender

melhor o Tema: Identidade e Cultura. Pois ao contrário do que muitos imaginam,

Casa da Cultura, Casa da Memória ou Museus não são “depósito de velharias”, mas

espaço para cultura e conhecimento. Por meio disso é que muitas pessoas

residentes ou não no município podem se interar da sua história e cultura.

Para finalizar será organizadacom os alunos uma exposição de fotos e

objetos antigos utilizados pelos primeiros imigrantes. Alguns ainda preservados e

utilizados pelos seus descendentes, somados a utilização da atual tecnologia.

2. UNIDADE 2

2.1. A IMIGRAÇÃO NO BRASIL

Daremos início ao nosso estudo com a origem da imigração para entender o

processo de colonização e contribuição da etnia ucraniana ao município de Irati.

No conceito tradicional o índio, o espanhol, o português e o negro escravo

africano, não são considerados imigrantes, mas povoadores, e, este último mão de

obra produtiva, principalmente nas lavouras de cana-de-açúcar.

O Brasil teve sua ocupação territorial iniciada pelo litoral através das

Capitanias Hereditárias. Com isso buscava-se extrair as riquezas e desenvolver uma

economia voltada à metrópole portuguesa. Em outros pontos do interior foram

fundadas as Colônias de Fronteira coma intenção de defender o território do avanço

dos espanhóis.

Desde o Descobrimento do Brasil, Portugal mantinha toda a hegemonia

política e cultural sobre esta terra, mas a conjuntura no mundo europeu forçou-os a

uma situação que implicaria em transformações que afetariam em sua Colônia,

trazendo como resultado a sua independência.

Assim, podemos dizer que a imigração no Brasil se desenvolveu em dois

períodos: o primeiro, em 1808: com a chegada da Família Real Portuguesa até

1850, o segundo de 1850: com a Lei de Terras a 1930.

A transferência da Corte portuguesa e a transformação da colônia brasileira em Reino Unido a Portugal e Algarves teriam provocado a entrada de cerca de 50.000 portugueses ao Brasil. E, mais importante, favoreceram o estabelecimento de políticas de colonização realizadas com outros imigrantes europeus (NADALIN, 2001, p. 65).

Tendo a sua Independência proclamada em 07 de setembro de 1822, o Brasil

precisava se fortalecer como nação e se auto-afirmar politicamente no cenário

mundial, também era preciso organizar-se internamente e desenvolver sua

economia.

Houve algumas tentativas particulares de colonização, mas que por inúmeros

motivos fracassaram. No caso do Paraná, a Colônia Thereza Cristina nas margens

do Rio Ivaí, liderada pelo francês Jean Maurice Faivre em 1847; e dos franceses,

suíços e alemães liderados por Carlos Perret Gentil em 1852, na região de

Guaraqueçaba.

Boruszenko afirma que, a política imigratória brasileira se insere nessa

emergência e consolidação do capitalismo, uma vez que os imigrantes ucranianos

são chamados a criar uma agricultura de abastecimento e fornecer trabalhadores

para obras públicas (BORUSZENKO, 1995, p.06)

Com a proibição do tráfico de escravos percebia-se que a abolição da

escravatura aconteceria de forma lenta e gradual, por isso o governo imperial dá

início aos programas de imigração com o objetivo de garantir a mão de obra em

diversos setores.

Em princípios do Século XIX, o Paraná, menos o litoral e os Campos Gerais,

era um vazio demográfico que precisava ser preenchido. (LAZIER, 2005, p.89). O

nativo indígena, o caboclo residente não era contado como habitantes. Tal ocupação

oficialmente ocorreria pela imigração.

O impulso da imigração no Paraná ocorreu a partir de sua Emancipação

Política em 1853. Ao desligar-se do domínio paulista a nova Província tinha uma

maior autonomia, no sentido de povoar os espaços vazios e a precisão de afirmar o

seu desenvolvimento.

A partir de 1869 foram instaladas na periferia de Curitiba algumas colônias

formada pela maioria polonesa, alemã e italiana. Entre outros franceses, ingleses,

suecos e suíços também contribuíam com o seu trabalho. Outras colônias

de imigrantes foram criadas no período de 1876 a 1910 sendo: Araucária, São

Mateus, São João do triunfo, Rio Negro, Antonio Olinto, Prudentópolis, Mallet,

Guarapuava, Ipiranga, Irati, Paulo Frontin e Cruz Machado com a maioria de origem

eslava (poloneses e ucranianos).

ATIVIDADE nº 1

1-Em sua opinião, por que as pessoas mudam de um local para outro dentro da

própria cidade?

2-Você conhece pessoas que vieram de outro bairro, cidade, estado ou país? Por

que você acha que elas fizeram este tipo de mudança?

3-Quais as vantagens e desvantagens de uma pessoa migrar (mudar) de um lugar

para outro?

2.2. AS FASES DA IMIGRAÇÃO UCRANIANA

A Ucrânia é um país independente desde 24 de agosto de 1991. Sua Capital

é Kiev. Durante 70 anos o país foi uma república soviética e não possuía autonomia.

Com o colapso do comunismo a URSS (União das Repúblicas Soviéticas), liderada

pela Rússia se desmantelou ocasionando a independênciadas quatorze repúblicas

que a integravam, entre elas a Ucrânia.

Por outro lado desde sua origem, remontada ao século IX, a Ucrânia sempre

foi cobiçada por vários povos, principalmente seus vizinhos em razão da alta

fertilidade de seu solo, numa época em que os recursos tecnológicos tais como

fertilizantes e defensivos agrícolas não eram utilizados. Devido a isso sempre lutou

para garantir seu espaço e sua liberdade, alcançando em diferentes épocas

períodos de grandeza e decadência.

Após a Primeira Guerra Mundial, teve sua independência proclamada em 22

de janeiro de 1918, mas devido a sua vulnerabilidade ocasionada por divisões

internas e uma economia deficitária a mesma não foi sustentada ficando ao jugo

soviético que a dominou até 1991.

Assim, em vários períodos da história, seu território sempre sofreu

retaliações, ora pertencendo a um país, ora a outro. Por esta razão parte da

população, apesar de afirmar seu patriotismo, mas fascinados pela propaganda feita

por agenciadores europeus no sentido de povoar as terras da América resolvem

deixar sua pátria em busca de algo melhor.

Os primeiros imigrantes ucranianos no Paraná teriam sido oito famílias vindas

em 1881, que fixaram residência na colônia Santa Bárbara, entre Palmeira e Ponta

Grossa. Entretanto as maiores levas foram sem dúvida as de 1895, 1896 e 1897,

quando chegaram cerca de 20 mil imigrantes aos portos de Paranaguá e Santos,

sendo que a maioria dos de 1895 seguiu para os arredores de Curitiba e os de 1896

e 1897 se dirigiram a Prudentópolis e Marechal Mallet (BUROSZENKO, P.11).

De acordo com Buroszenko (1995, p. 9 e 11) a imigração ucraniana realizou-

se em três fases distintas para a América sendo os países que mais receberam esse

percentual foram Canadá, Estados Unidos, Brasil e Argentina.

Essas três fases compreendem os anos de 1895 a 1945. O Brasil recebeu uma

grande parcela desses imigrantes, tendo a maioria fixada no Estado do Paraná.

Nessa primeira fase a imigração ocorreu por motivos de ordem econômica,

devido à superpopulação agrária e a industrialização deficiente. Muitos agenciadores

navais aproveitaram-se da situação e percorriam os países europeus distribuindo

falsas propagandas que informavam as vantagens de viver na América. Quando

vieram ao Brasil uma parte desses imigrantes serviu de mão de obra na implantação

da Ferrovia São Paulo – Rio Grande do Sul, que naquele momento estava sendo

construída em território paranaense. Outra parte desbravou as terras do segundo

planalto do Estado.

A segunda fase da imigração ocorreu após a Primeira Guerra mundial, tendo

por motivos questões políticas. A Ucrânia, ao proclamar sua independência não se

fortaleceu e decorrente de divisões internas foi anexada à URSS (União das

Repúblicas Socialistas soviéticas). Isso fez com que muitos se evadissem do país

em busca de melhores condições de vida.

Uma terceira fase deu-se após a Segunda Guerra Mundial formada por

soldados, operários, refugiados políticos e prisioneiros de guerra. Estes, porém

presenciaram a experiência dos regimes totalitários na Europa como o Nazismo

alemão, o Fascismo italiano, bem como a coletivização de suas terras por ocasião

da implantação do regime comunista. Muitos, temendo represálias acabaram se

evadindo de seu país de origem em busca de uma vida tranqüila com mais

dignidade.

ATIVIDADE nº 2

1-Faça uma pesquisa sobre os significados das palavras:

Migração – Imigração – Emigração – Identidade – Etnia

2-Escreva sobre a importância da propaganda para atrair tais imigrantes.

3-De maneira você acha que a propaganda pode influenciar em nossasdecisões?

4-Você conhece algum caso de pessoas que se sentiram atraídas através da

propaganda por um bom emprego, moradia, vida digna. Na prática, aconteceu

exatamente o que havia sido proposto?

5-As divulgações publicitárias sempre falam a verdade? Explique.

2.3. IRATI E A IMIGRAÇÃO

Irati originou-se em 02 de abril de 1907 de Imbituva, que se emancipou em 26

de março de 1881 de Ponta Grossa, que desmembrou em 07 de abril de 1855 de

Castro, que em 24 de setembro de 1788 se originou de Curitiba, que em 29 de

março de 1693 se emancipou de Paranaguá, que foi criado por Carta Régia em 29

de julho de 1648.

Segundo Orreda (Irati III, 1981), aproximadamente em 1830, Pacífico de

Souza Borges e Cipriano Francisco Ferraz, habitantes do atual município de Teixeira

soares embrenharam-se no sertão em busca de terras férteis. Em certo ponto

encontraram um ninho de abelhas nativas da espécie iratim, do qual deu origem ao

nome Irati.

O povoado começou a formar-se por volta de 1860 com o nome de São João

do Iratim, nas terras de Manoel Cruz do Nascimento. Em 1882 ele doou 14 alqueires

a São João Batista, representado pela Mitra do Bispado de Ponta Grossa que seria

vendida a partir de 1950. Manuel Ferreira de Souza e Ponciano Antonio Ribas

também doaram terras ao santo, em 1896.

Em 1899 Iratim tornou-se quarteirão policial do município de Santo Antonio de

Imbituva, assim ganhando novos habitantes, originários de Palmeira, Lapa, Campo

Largo e Curitiba, que, com a chegada da estação férrea tornou-se um centro de

comércio. Devido ao relevo acidentado os trilhos não foram implantados no povoado

de Iratim, mas numa outra região mais aonorte denominada de Covalzinho, local

onde foi construída a Estação Ferroviária. Assim o povoado de Iratim entrou em

declínio passando a chamar-se Irati Velho, mais tarde Vila São João.

Decorrente do comércio ao entorno da Estação Férrea aos poucos o nome

Covalzinho foi substituído por Iraty, que se tornou um grande entreposto comercial

com ramificações para outros povoados, que dariam origem a outros municípios

vizinhos.

Grande parte da população de Irati foi formada por descendentes de

espanhóis e portugueses que chegaram durante o ciclo do tropeirismo, mesclando-

se aos nativos da região.

Em seguida vieram os poloneses por volta de 1892 fixando-se na Fazenda

Floresta. Uma quantidade maior chegou em 1904 se estabelecendo na Serra dos

Nogueiras.

Os árabes também deram sua contribuição, dedicando-se ao comércio

fundando entrepostos dos mais variados ramos em várias localidades, tendo

chegado antes da emancipação do município.

Já os holandeses chegaram em 1908, sendo destinados à Colônia Gonçalves

Júnior (antigo Núcleo de colonização Iraty). Os alemães em 1909 e os Italianos em

1907.

Os Ucranianos chegaram a Irati em 1908 na localidade de Itapará e em 1909

na Colônia Gonçalves Júnior. Com o passar dos anos novas comunidades foram

fundadas, entre elas, Linha “B”de Gonçalves Júnior, Cerro da Ponte Alta, Pinhal

Preto, Água Mineral e Governador Ribas.

ATIVIDADE nº 3

1-De que maneira Irati se estruturou como município no espaço paranaense?

2-Como se explica a autonomia de Irati em relação ao município de Imbituva?

3-Escreva sobre a diversidade cultural e a importância da mesma para o

desenvolvimento do município de Irati?

4-Como a identidade de um povo pode ser construída?

5-Porque é importante respeitar a diversidade cultural?

6-De que maneira os grupos étnicos podem preservar sua cultura?

2.4. IMIGRANTES UCRANIANOS

Em 1909 os ucranianos chegaram a Colônia Gonçalves Júnior, interior do

município de Irati, onde passaram a praticar agricultura de subsistência. Ao

desbravar a região, procuraram adaptar-se para sobreviver, derrubando a mata,

abrindo estradas e construindo suas moradias.

Muitas vezes desprovidos de recursos, sem assistência governamental,

tinham de enfrentar os perigos a que não estavam acostumados. Acidentes eram

freqüentes, picadas de insetos e animais peçonhentos eram os principais

empecilhos nesta nova vida, sem falar nas doenças a que estavam vulneráveis na

nova pátria. Realmente as dificuldades eram bem maiores e as facilidades não

condiziam com a propaganda dos agentes de colonização.

Entre as dificuldades estava a maneira de se comunicar e se entender com as

pessoas, pois muitos não falavam o português. Porém na mesma localidade havia

outros grupos oriundos da Europa, como os holandeses, alemães e poloneses que

também enfrentavam suas dificuldades. Porém as dificuldades, não eram somente

na região de Irati, mas em todos os locais do Estado do Paraná, onde havia a

presença do imigrante, gerando muitas vezes conflito entre a população.

A soma desses fatores gerava tensões em maior ou menor grau. Em 1896, por exemplo, um destacamento policial saiu da Lapa para acalmar os ânimos dos imigrantes ucranianos em Antônio Olinto, que esperavam há sete meses nos barracões do governo a medição dos lotes. (TRINDADE, ANDREAZZA, 2001, p. 53).

Exemplos como este ocorreram em várias colônias devido ao descaso das

autoridades brasileiras em relação ao imigrante. Muitas das regiões de colonização

estavam isoladas do progresso. O Brasil vivia o período de organização e adaptação

em termos políticos. A República proclamada em 15 de novembro de 1889 ainda

estava fragilizada, precisando sanar os problemas deixados pelo regime monárquico

de D. Pedro II.

Woodward (2007, p. 9) afirma que: “Identidade é, assim, marcada pela

diferença”. Tal diferença os distinguiu de outros povos que já estavam neste local.

“Assim de modo que a construção da identidade é um tanto simbólica quanto social”

(WOODWARD 2007, P.10).

Os primeiros anos não foram nada fáceis para os imigrantes, mas cada um foi

se adaptando da melhor maneira possível, cultivando a terra, trocando um produto

por outro e vendendo o excedente. Outros resolveram tentar a sorte na cidade onde

passaram a trabalhar como marceneiros, carpinteiros, operários e outros serviços.

Devotos de grande religiosidade procuravam encontrar forças na oração, mas

devido à ausência da Igreja do Rito Ucraíno-Católico, muitos acabaram por

freqüentar a Igreja Polonesa, já que o idioma era parecido apesar de ser do Rito

Latino. Assim podiam entender melhor as palavras do sacerdote e, quem sabe, ficar

por dentro das notícias vindas da Europa. Dessa forma ocorreu uma aculturação,

alguns ucranianos assumiram a religiosidade e a identidade polonesa, pela

assimilação do vocabulário ou através da miscigenação.

ATIVIDADE nº 4

1-Com base no que você leu, quais são realmente as dificuldades que uma pessoa

enfrenta ao mudar para outro país? Elabore um pequeno texto.

2.5. DIFERENÇAS NO CATOLICISMO

Foi no ano 313 d.C. que o Imperador Romano Constantino, o Grande

concedeu a liberdade de culto aos cristãos, assim o cristianismo foi se espalhando

aos poucos em várias regiões da Europa. Neste período da Idade Média estavam

ocorrendo as chamadas Invasões Bárbaras e a luta constante pela posse de

territórios. Os países ainda não tinham definido suas fronteiras no continente

europeu, nem se firmado como tal. Cada povo praticava a religião ao seu modo.

Nas regiões da atual Ucrânia a situação era a mesma. Os povos eslavos

praticavam o politeísmo, acreditavam nas forças da natureza e elementos ligados à

superstição. Para eles determinadas divindades poderiam influenciar na vida das

pessoas tanto para o bem, quanto para o mal.

Enfim com a oficialização do cristianismo em 395 as práticas pagãs e

politeístas na Europa estavam chegando ao fim. Porém houve diferenças nas formas

de celebração e nos rituais, dependendo de cada região. Assim como nos dias

atuais existem regras e exigências nos acordos políticos e comerciais, naquela

época a regra era que os Estados ditos civilizados deveriam ser cristãos, se

almejassem um relacionamento comercial ou político dentro do contexto civilizatório

do momento.

De acordo com Woodward (1996, p. 9) “A identidade é marcada por meio de

símbolos”. Em 988 ocorreu finalmente conversão ao Cristianismo em toda a região,

quando por ordem do príncipe Volodemer de Kiev, toda a população ucraniana foi

batizada coletivamente nas águas do rio Dnipró (Dnieper), pelos sacerdotes

bizantinos. Tal fato foi influenciado pela união matrimonial entre Volodemer e a

princesa Ana (irmã de Constantino e Basílio, imperadores de Bizâncio) ocorrida em

987. Assim a Ucrânia adotou o Rito Grego Oriental Bizantino em suas celebrações

litúrgicas e a simbologia bizantina foi adotada na construção dos templos,

construídos em forma de cruz e adornados com cúpulas, ao invés de torres como as

igrejas ocidentais. Com certeza isso fortaleceu a política, economia e influenciou

também a cultura ucraniana.

Em 1054, por divergências política e doutrinária dentro do Império Bizantino

ocorreu o Cisma do Oriente, dividindo o cristianismo em católicos e ortodoxos. Os

católicos passaram a prestar obediência ao Papa em Roma, enquanto que os

ortodoxos deviam obrigação ao Patriarca (bispo) de Constantinopla. Isso influenciou

também na religiosidade ucraniana que assumiu a fé ortodoxa, devido a sua

proximidade com os Bizantinos, sede de sua evangelização. Somente em 1596 é

que a parte ocidental da Ucrânia voltaria a unir-se novamente a Romaatravés da

União de Berest (Brest).

Mesmo assim continuou com suas celebrações no Rito Bizantino com o

idioma eslavo. Assim aIgreja Ucraniana passou a ser considerada uma Igreja Uniata,

ou seja, unida novamente a Roma, enquanto que o lado oriental da Ucrânia, a

maioria da população continuou seguindo o Cristianismo Ortodoxo.

Destacamos que os ucranianos que chegaram ao Brasil vieram da parte

Ocidental da Ucrânia (Galícia e Bukovina), região esta, que estava ligada a Roma;

por isso é que a maioria era católica, mas entre eles vieram alguns ortodoxos, que

também conservaram sua identidade religiosa e os costumes na nova pátria. Os

rituais religiosos são parecidos, mas com algumas diferenças no calendário litúrgico

de ambas as denominações.

Em Irati existe uma Paróquia Ucraniana Ortodoxa na Colônia Gonçalves

Júnior. É a Igreja São Pedro e São Paulo, situada a 15 kilômetros de distância da

sede do município. Está subordinada a autoridade eclesiástica de Dom. Jeremias

Férens, Arcebispo da Igreja Ortodoxa Ucraniana da América do Sul – Patriarcado

Ecumênico de Constantinopla com sede em Curitiba.

Nesta mesma localidade também existe uma Igreja Ucraniana Católica com o

mesmo nome, que pertence à Paróquia Imaculado Coração de Maria.

A Colônia Gonçalves Júnior, em Irati foi fundada em 1908. Inicialmente possuia um templo comum que atendia as comunidades

ucranianas: Católica e Ortodoxa. Este templo se situava cerca de 70 metros da atual Igreja Ortodoxa de São Pedro e São Paulo e a 100 metros da Igreja Católica do Rito Ucraniano que leva o mesmo nome. (BATISTA, IMAGUIRRE, CORRÊA, 2009, p.180 e 190).

ATIVIDADE Nº5

1-Como era a Religião na antiga Ucrânia?

2-Qual exigência foi imposta para que a Ucrânia fosse aceita como Estado

civilizado?

3-Qual foi o Rito religioso adotadopela Ucrânia?

4-O que foi o Cisma do Oriente?

2.6. FILME: “MADE IN UCRÂNIA”

Este filme de autoria do cineasta prudentopolitano Guto Pasko aborda o

processo imigratório com depoimentos de como a sociedade ucraniana se instalou

na nova pátria. O processo de adaptação, as dificuldades vencidas e as vitórias

colhidas com o esforço do grupo. Após a exibição serão discutidos alguns tópicos.

1-De que trata o filme?

2-O que você considerou importante no documentário?

3-De que forma a arte do Cinema está ligado com a cultura?

4-Que contribuições o imigrante ucraniano trouxe para nossa região?

2.7. ENTREVISTA COM DESCENDENTES DE UCRANIANOS:

Serão formuladas questões para entrevistar as pessoas mais idosas deste

grupo étnico:

2.8. FILME: “NO MEU TEMPO ERA ASSIM”

Este documentário retrata a vida cotidiana nos anos de 1960 e a relação das

pessoas com a natureza. As tradições, brincadeiras, o respeito, os casamentos, o

sistema de parceria nos trabalhos, entre outros. Tópicos para discussão:

1-Qual é o título do filme?

2-Quais as diferenças de vida entre a época retratada no filme e a atualidade?

3-Faça um comentário sobre o filme:

2.9. AÇÃO DA IGREJA ENTRE OS UCRANIANOS

Diante das dificuldades e na luta pela sobrevivência o imigrante ucraniano

sempre procurou levar sua vida baseada nas regras, tradições e costumes que

foram preservados na nova pátria. Agricultores ou não, procuravam sempre orientar-

se pelas estações do ano nas questões de plantio, colheita, época de cortar árvores

para extrair madeira na fabricação de móveis, entre outros. Observando as fases da

lua, dias santificados, para desenvolver suas atividades, construir suas moradias e

fazer mudanças assim eram os ucranianos no seu ritmo de vida diário.

Voltados à religiosidade, a Igreja era o local de encontro para os finais de

semana onde, nas palavras do sacerdote encontravam o conforto e o incentivo para

a sua labuta diária. Quase sempre após as celebrações acontecia alguma diversão,

como brincadeiras, bailes e torneios. Em cada comunidade o centro principal era a

Igreja, o clube ou pavilhão de festas, sendo que muitas dessas edificações também

foram responsáveis pelo início do funcionamento das primeiras escolas na área

rural. Nos dias atuais isto ainda ocorre sempre que é preciso reunir a comunidade,

seja qual for o assunto a ser discutido. Nos locais onde a Igreja Católica do Rito

Ucraniano não se fez presente a maioria dos descendentes, estes por sua vez

aceitaram o catolicismo do Rito Latino.

Em Irati a ação da Igreja Católica do Rito Ucraniano entre os imigrantes dessa

etnia iniciou pelas localidades do interior, já que estes eram em maior número,

principalmente nas regiões de Itapará e Gonçalves Junior. Eram atendidos pelos

Padres Basilianos1 que vinham de Prudentópolis e percorriam as colônias nos finais

de semana celebrando missas, batizados e casamentos. Essas localidades

tornaram-se uma extensão da Paróquia São Josafat de Prudentópolis. Na área

urbana algumas famílias eram visitadas em suas casas, sendo que posteriormente

as celebrações passaram a ser realizadas na residência do Sr. Mariano Maistrovicz,

até o ano de 1950.

Com o aumento da população, devido à migração do campo para a cidade e

com a chegada de várias famílias oriundas dos municípios vizinhos, principalmente

de Mallet foi construída uma pequena capela situada à Rua Coronel Grácia. Os

idealizadores de tal projeto foram Sofia Strujak, Dorotéia Choma, Basílio Spak e

Pedro Choma, orientados pelo Padre Benedito Melnicki. A Igreja Imaculado Coração

de Maria funcionou por mais de 25 anos neste local até ser construída uma nova e

maior.

O local escolhido foi uma área ocupada anteriormente pela Igreja Kosciot

Narodowe – Igreja Católica Nacional Polonesa subordinada a uma central dos

Estados Unidos, sem ligação com Roma, situada a Rua Barão do Rio Branco.

(FARAH, GUIL, PHILLIPI, 2008, p.81 e 82)

As antigas dependências tornaram-se local para festas e a primeira igreja

funcionou durante algum tempo como salão de reuniões e posteriormente capela

mortuária, embora não fosse um local muito apropriado. Atualmente existe ao lado

um clube destinado a eventos paroquiais e outros.

Assim na década de 1970 é iniciada a construção da nova igreja, que seria

inaugurada em outubro de 1979, com a benção do Bispo Dom Efraim Basílio Krevey

- Eparca para os ucranianos católicos no Brasil.

ATIVIDADE Nº 6

1-Que importância teve a Igreja para os ucranianos?

2-Cultura e Religião são elementos importantes na vida de um povo? Explique:

1 Da Ordem de São Basílio, o Magno ou Ordem de São Basílio, o Grande representado pela sigla OSBM.

2.10. DE CAPELA À SEDE DE PROVÍNCIA

Em outubro de 1991 a Igreja Imaculado Coração de Maria foi elevada à

categoria de Paróquia, deixando de ser apenas uma Capela subordinada à Paróquia

São Josafat de Prudentópopolis exercendo autonomia para atender as localidades

do interior do município de Irati, bem como as igrejas das vizinhas cidades de Inácio

Martins e Rebouças. Seu primeiro Pároco foi o Padre Vito Slobojian, OSBM2. Em

1992 a Paróquia Imaculado Coração de Maria de Irati tornou-se Sede da Província

São José dos Padres Basilianos por um período de tempo devido sua posição

estratégica no Estado do Paraná.

A Paróquia Imaculado Coração de Maria, assim como outras Paróquias do

Rito Ucraíno-Católico estão subordinadas à Diocese ou Eparquia de São João

Batista situada em Curitiba. A Catedral Ucraíno-Católica de São João Batista em

Curitiba faz parte da Arquidiocese de Curitiba, assim como outras Dioceses do Rito

Latino. Atualmente responde pela Eparquia Dom Volodemer Koubetch – Bispo

Eparca, auxiliado por Dom Meron Mazur – Bispo auxiliar.

As Irmãs Servas de Maria Imaculada também contribuíram neste trabalho

pastoral. Nas principais localidades na área rural fixaram residência junto à

comunidade auxiliando na catequese, grupo de jovens, apostolado da oração, visita

aos doentes e também na alfabetização. Muitas escolas surgiram por intermédio

dessas religiosas que atuaram como professoras e diretoras. Atualmente as escolas

existentes nestas localidades são matidas pelo município, governo estadual ou

foram nuclearizadas a uma escola de porte maior.

Algumas casas existentes em Irati estão nas localidades de Itapará,

Governador Ribas e Linha B de Gonçalves Junior. Na área urbana, além dos

trabalhos já citados, está sob sua responsabilidade a direção do Orfanato São

Valdomiro, dando assistência às crianças desprovidas do amparo familiar.

ATIVIDADE Nº 7

1-Qual foi importância das religiosas na vida dos imigrantes?

2 Ordem de São Basílio Magno ou São Basílio, o Grande.

2.11. COMUNIDADE PAROQUIAL

A maioria dos descendentes de ucranianos que residem em Irati são pessoas

oriundas da área rural do município. Outros vieram das imediações de

Prudentópolis, Mallet e demais municípios vizinhos se estruturando dentro do

espaço urbano. Em geral são profissionais das mais diversas áreas, cada qual no

seu ramo de atuação.

A comunidade paroquial, tanto na cidade quanto no interior tem por local de

suas reuniões a Igreja onde participam semanalmente da Divina Liturgia ou Santa

Missa, de acordo com o calendário cristão. A principal celebração ocorre no domingo

pela manhã em idioma ucraniano. Somente as intenções, evangelho e os avisos é

que são lidos em português.

Uma das missas em finais de semana é celebrada na língua portuguesa em

sua totalidade. Isso ocorre no sábado à noite, pois muitos dos descendentes

entendem parcialmente, outros não entendem a língua ucraniana. Também

participam de tal celebração aqueles que são simpatizantes da cultura ucraniana,

sem uma descendência étnica direta.

Trata-se de uma missa traduzida da língua ucraniana para o português, mas

que conserva o mesmo Rito Bizantino, com os cânticos sem o acompanhamento dos

instrumentos musicais, o que diferencia das missas das Igrejas Católicas do Rito

Latino.

Entre homens e mulheres, alguns são membros do Apostolado da Oração,

grupo este que tem suas reuniões no primeiro domingo de cada mês, após a Missa

dominical. Nessas reuniões além da parte religiosa, são debatidos assuntos de

interesse social referentes à comunidade.

Além da catequização, há uma continuidade para as crianças e adolescentes

através do Grupo Perseverança. É uma fase intermediária para ingressar ao

Movimento Eucarístico Juvenil – MEJ.

Os jovens também têm o seu espaço de socialização, através da participação

das reuniões mensais da Congregação Mariana. Neste ambiente, orientados pelo

padre ou por uma irmã religiosa eles se sentem valorizados enquanto pessoas. Isso

proporciona um amadurecimento e um preparo para a vida adulta na sociedade.

Aqueles que possuem melhor habilidade corporal integram o Grupo Folclórico

Ivan Kupalo, onde por meio das coreografias e expressões transmitem através da

dança algumas tradições e significados da cultura ucraniana. O grupo folclórico é

formado por crianças, adolescentes, jovens e adultos, onde realizam seus ensaios

semanalmente para as apresentações em eventos que ocorrem no município de Irati

ou outras cidades no Paraná e até mesmo em outros Estados.

A Paróquia Imaculado Coração de Maria Rito Ucraíno-católico em Irati tem

como Matriz uma Igreja do mesmo nome na área urbana do município, sendo

também formada pelas seguintes capelas situadas em comunidades na área rural do

município. São elas:

- Igreja São Pedro e São Paulo: Gonçalves Júnior

- Igreja São José Operário: Linha “B” de Gonçalves Júnior

- Igreja Sagrado Coração de Jesus e Maria: Cerro da Ponte Alta

- Igreja São João Batista: Pinhal Preto

- Igreja Assunção de Nossa Senhora: Itapará

- Igreja Nossa Senhora do Rosário: Água Mineral

- Igreja Nossa Senhora da Luz: Governador Ribas

- Escola Água Clara dos Baran

Também fazem parte desta Paróquia as Igrejas das cidades vizinhas:

- Igreja Nossa Senhora do Amparo: Rebouças

- Igreja São Pedro: Inácio Martins

2.12. CASA DA CULTURA

Um local com a finalidade de resgatar, preservar a memória e a história do

município são os museus, onde estão expostos objetos de uso que representa um

período da história. Além dos objetos os documentos também fazem parte deste

acervo bem como as fotos e livros. Não se trata de um “depósito” de objetos antigos

ou velharias, mas um ambiente em que se preserva a memória e cultura de uma

sociedade.

Em Irati temos um ambiente de preservação e memória. É a “Casa da

Cultura”, local destinado a visitação da população iratiensee também por visitantes

de outros lugares para melhor entender a realidade daquele local.

Ao visitar a “Casa da Cultura” ou “Museu” podemos fazer uma pesquisa sobre

alguns objetos identificando-os:

1-Que objetos são estes e para que serviam?

2-Quem os utilizava?

3-Analisar um objeto da época comparando com algo semelhante usado na

atualidade:

4-É importante a preservação da memória de um povo. Explique:

5-Você conhece algum edifício antigo. O que ele representa?

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Padres Vicentinos: disponível em www.padresvicentinos.org/pt.

4. ANEXOS:

Figura 1: Igreja Ucraniana Imaculado Coração de Maria – Matriz Irati

Fonte:http://www.comunidadeucraniana.com.br/galeriaFotos/thumb.php?img=http://www.comunidade

ucraniana.com.br/galeriaFotos/paroquia/fotoParoquia/demo/img/04.jpg

Igreja Imaculado Coração de Maria – Rito Ucraíno-católico, situada à Rua

Barão do rio Branco, nº 156 na área cental de Irati. Aos fundos está a Casa

Paroquial, residência dos padres e escritório onde funcionou a sede da Província

São José dos Padres Basilianos por um período aproximado de quatro anos, no

início da década de 1990. A festa da padroeira ocorre entre os meses de setembro à

novembro, sem uma data fixa. Segundo a benção de casas do ano 2012, a

quantidade de famílias atendidas chegou a 476.

Figura 2: Primeira Igreja Ucraniana em Irati situada à Rua Coronel Grácia

Fonte:http://www.comunidadeucraniana.com.br/galeriaFotos/paroquia/PrimeiraIgreja/demo/img/01.jpg

Sua construção é da década de 1950, mas sofreu várias reformas, perdendo

seu aspecto original. Foi salão paroquial e capela mortuária. Atualmente faz parte

das edificações onde ocorrem os eventos festivos da paróquia.

Figura 3: Igreja São Pedro e São Paulo – Distrito de Gonçalves Júnior (2011)

Rito Ucraíno-Católico – Estilo Bizantino

Fonte: Arquivo particular do autor

Situada no centro do distrito, que acolheu os imigrantes ucranianos no início

do século XX. Atende uma comunidade composta por 65 famílias. É a comunidade

mais próxima da sede do município situada a 15 kilômetros de distância com ligação

asfáltica.

Ao lado esquerdo da igreja está a estrada municipal que dá acesso ao

Distrito de Itapará, bem como, outras comunidades onde há moradores

descendentes desta etnia.

A festa do padroeiro ocorre geralmente em setembro, sem uma data fixa.

Figura 4: Igreja São José Operário – Linha “B” de Gonçalves Júnior (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor.

A comunidade é auxiliada espiritualmente pelas irmãs Servas de Maria

Imaculada, que tem sua residência defronte ao templo. Atende um número

aproximado de 100 famílias e alguns fiéis residentes também na localidade de

Alvorada e imediações da BR-277. A festa do padroeiro é comemorada entre os

meses de maio e junho. Está situada à 5 kilômetros de Gonçalves Júnior.

Figura 5: Igreja Sagrado Coração de Jesus e Maria – Cerro da Ponte Alta (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Numa distância de 34 kilômetros de sua Matriz, está situada ao lado da

estrada rural que liga Irati ao Distrito de Itapará, foi construída no início da década

de 1990. Atende um número de 50 famílias. A festa dos padroeiros não tem uma

data fixa no ano.

Figura 6: Igreja São João Batista – Pinhal Preto (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Situada na estrada rural que liga o Distrito de Itapará à Rodovia Federal Br-

277 (localidade de Ponte Alta), sua construção ocorreu na década de 1990. Atende

um número aproximado de 48 famílias residentes nas imediações. O padroeiro é

comemorado em 24 de junho, mas a festa não tem uma data fixa para ocorrer.

Pinhal Preto situa-se numa distância de 40 kilômetros de Irati.

Figura 7: Igreja Assunção de Nossa Senhora – Distrito de Itapará (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Localizada a 50 kilômetros de distância da sede do município, é a terceira

igreja construída no local. A primeira foi no início do século XX, a segunda por volta

de 1935 e a terceira no final da década de 1950.

Situada entre os municípios de Inácio Martins e Prudentópolis atendeuma

quantia de 200 famílias.

A festa da padroeira ocorre no dia 15 de agosto, mas o principal evento é a

tradicional romaria acompanhada de via sacra, que ocorre no 1º domingo da

quaresma. É um evento mais religioso do que festivo, atraindo romeiros de várias

regiões do Estado do Paraná e Santa Catarina.

Devido à distância do quadro urbano de Irati, ao lado da igreja estão

edificadas a casa do padre e a residência das Irmãs Servas de Maria Imaculada,

que davam assistência contínua a essa comunidade.

Figura 8: Igreja Nossa Senhora do Rosário – Água Mineral (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Situada na estrada rural ligando o Distrito de Itapará à Rodovia Estadual Pr-

364 (localidade de Água Clara), é a mais distante capela numa distância de 54

kilômetros da sede, construída nos ano de 1980. Atende uma quantia de 95 famílias.

Durante o ano ocorrem duas festas sendo uma delas no segundo domingo do mês

de maio e outra em outubro.

Também são realizadas celebrações litúrgicas na Escola de Água Clara dos

Baran, para uma quantia de 9 famílias.

Figura 9: Igreja Nossa Senhora da Luz – Governador Ribas (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Está situada ao lado da Rodovia Estadual Pr-364 que liga Irati à Inácio

Martins. Localizada próximo ao Distrito de Guamirim, numa distância de 30

kilometros aproximadamente. Foi construída nos primeiros anos da década de 1990.

Sua festa ocorre em 08 de setembro, dia da padroeira. A quantia de famílias que

pertencem a essa capela é de 89.

Do outro lado da rodovia está situada a casa das Irmãs Servas de Maria

Imaculada, que auxiliam nos trabalhos pastorais na comunidade.

Figura 10: Igreja Nossa Senhora do Amparo – Rebouças (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Situada à Rua Dr. Bonifácio Domingues, no centro de Rebouças, fazem parte

desta comunidade 130 famílias. Duas festas ocorrem durante o ano, sendo uma em

maio, outra em outubro. Rebouças situa-se a 18 kilômetros de Irati com acesso

através da BR-153

Figura 11: Igreja São Pedro – Inácio Martins (2013)

Fonte: Arquivo particular do autor

Está situada na área central da cidade, atendendo uma quantia de 150

famílias. Em fase final de construção o novo templo passou a funcionar a partir de

2011, quando substituiu a antiga capela, localizada aos fundos. A festa do padroeiro

não tem data fixa, ocorrendo entre os meses de setembro a novembro.

Figura 12: Antiga Igreja Ucraniana São Pedro – Inácio Martins (2009)

Fonte: Arquivo particular do autor

Construída por volta de 1960, serviu os fiéis do rito ucraniano até 2011,

quando foi substituída pela nova igreja em alvenaria construída ao lado.

Anteriormente foi utilizada como segunda capela atendendo a comunidade de

Itapará no município de Irati.

Figura 13: Igreja Ucraniana Ortodoxa São Pedro e São Paulo – Distrito de Gonçalves Júnior (2011)

Fonte: Arquivo particular do autor

Não faz parte da Paróquia Imaculado Coração de Maria. Praticamente é a

única na Região Centro Sul do Estado do Paraná. No passado os imigrantes

ucranianos católicos e ortodoxos celebravam suas missas num mesmo local.

Sua construção provavelmente ocorreu por volta de 1930. As missas são

celebradas por um padre vindo, ora de Curitiba, ora de União da Vitória. O Distrito

de Gonçalves Júnior foi um dos poucos lugares no Paraná que recebeu imigrantes

ucranianos ortodoxos. As festas do padroeiro ocorrem em novembro.