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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO RAMO DAS CONFECÇÕES NO
MUNICÍPIO DE CIANORTE (PR)
Celia Carris
1 Sueli de Castro Gomes
2
Resumo
Como parte do programa de formação continuada, (PDE) Programa de Desenvolvimento Educacional oferecido pela Secretaria de Educação do Paraná (SEED), desenvolveu-se um projeto para ensino de geografia no Ensino Fundamental, que teve como objetivo estudar o processo de industrialização no ramo das confecções no Município de Cianorte (PR). Trata-se de uma proposta que visa contribuir para o ensino e aprendizagem, com foco na compreensão dos recursos didáticos para uma prática social. Para tanto, a proposta de intervenção pedagógica configura-se como uma pesquisa participativa e investigativa realizada com alunos do 7º ano A do Colégio Estadual Primo Manfrinato. Quanto aos procedimentos metodológicos, foram utilizados os seguintes instrumentos: questionários para a coleta de dados; atividades de compreensão textual; palestras; aula de campo e diário de aula produzido pela professora pesquisadora. Os resultados apontam para algumas contribuições tanto para o processo de ensino e aprendizagem, como para o desenvolvimento do professor, visto que foram oferecidas oportunidades de reflexão sobre problemas sociais emergentes. Para isso, buscou-se no histórico do município, informações geográficas sobre a transição econômica da lavoura cafeeira até a industrialização, e transformações presentes, à luz do saber científico.
Palavras-chave: Indústria de Confecções, população, urbanização, Cianorte (PR).
1. Introdução
Este artigo tem o objetivo de discutir o processo de industrialização no ramo
das confecções no Município de Cianorte (PR). O debate iniciou-se desde o período
de transição econômica da lavoura cafeeira até a industrialização. Visto que o
estado do Paraná teve como característica uma farta e ampla possibilidade de
trabalho, já que coube ao café o papel de assegurar ao homem a terra, empregando
toda a sua família, promovendo assim a ocupação da região. Após a decadência
econômica da cafeicultura, surgiu a indústria de confecções no município de
Cianorte – PR.
O estudo foi realizado com os alunos do 7º ano A, com o objetivo de atraí-los
e estimulá-los através dos conceitos teóricos metodológicos da geografia como:
1 Graduada em Geografia Universidade Estadual de Paranavaí (FAFIPA) Pós-graduanda em
Geografia do Estado do Paraná – Área de Concentração: Análise Regional. Ensino de Geociências Aplicados ao Meio Ambiente. Ambas pela UEM. Professora da rede pública estadual desde 1998. Endereço eletrônico: celia_carris@seed,pr.gov.br 2 Professora Doutora da UEM. Em Geografia Humana pela USP. Endereço eletrônico:
espaço, lugar, paisagem, natureza, povo, cultura, região e sociedade (LEFEBVRE,
1991, p. 131), como no sistema de ações da dimensão econômica, demográfica e
socioambiental do espaço geográfico (SANTOS, 1996)
Nosso estudo se baseou em alguns autores como Singer, Endlich, e outros
referenciados nesse trabalho, tendo como foco a cidade de Cianorte (PR). Dessa
forma os alunos puderam perceber que o contexto histórico e econômico do
município está ligado ao processo de desenvolvimento histórico e econômico do
estado do Paraná e do Brasil. As atividades foram construídas com a participação
dos alunos e a mediação do professor.
Com isso, o aprofundamento do conhecimento do educando ocorreu ao
mesmo tempo em que eles vivenciavam a realidade local.
Descreve-se também como foi a implementação da produção pedagógica
inicialmente elaborada e os resultados alcançados. Para a construção, foi elaborado
um material que possibilitou desenvolver no aluno uma capacidade de leitura da
indústria de confecções no município de Cianorte (PR). A proposta temática levou a
estudar várias categorias e conceitos da geografia como a urbanização, agricultura,
industrialização, população, migração, desenvolvimento do município e a relação de
trabalho com a mão de obra e os impactos ambientais causados por estas
indústrias, o que favoreceu uma aprendizagem significativa deste conteúdo.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica no Ensino de
Geografia (2008), a aprendizagem significativa implica que o estudante aprende
conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significados. Para tanto é
necessário que se estabeleçam relações entre o que o aluno já sabe e o conteúdo
científico, através da mediação do professor.
Portanto, em sua prática pedagógica, o professor deve favorecer a
participação efetiva do aluno na construção do conhecimento ao fazer uso de
estratégias que estabeleçam relações contextuais, isto é, que aproximem o
conteúdo científico à realidade do aluno, visando o conhecimento, que se constitui
em um dos grandes desafios no processo ensino/aprendizagem. O estudo da
geografia através da pesquisa de campo e de questionamentos conclusões
elaboradas pelos próprios alunos contribui para a informação de maneira mais
efetiva e prática.
A escolha do assunto se justifica em virtude do interesse em analisar a
importância da indústria de confecções para o município citado, destacando a
transformação ou reorganização dos espaços, a atração de outras regiões, bem
como da relevância das indústrias de confecções para Cianorte e sua importância na
região noroeste do Paraná.
A cidade de Cianorte foi planejada pela empresa Companhia de
Melhoramentos do Norte do Paraná, segue um traçado urbanístico planejado,
seguindo o principio de Ebenezer Howard de Cidade-Jardim. A cidade foi criada
através da Lei Estadual nº 2.412 de 13 de julho de 1953, o município de Cianorte
compõe-se por duas subdivisões administrativas, os distritos de São Lourenço e
Vidigal. Faz limite com os seguintes municípios: São Tomé (ao Norte), Tuneiras do
Oeste (ao Sul), Jussara e Araruna (a Leste) e Indianópolis, Tapejara e Tuneiras do
Oeste (a Oeste). Possui uma área de 809,23 Km2é sua população é de 69.958 hab.
IBGE – Censo Demográfico de 2010.
Hoje Cianorte conta com uma população de 83.553 habitantes. A Cidade
possui 1 (um) distrito Industrial, 1 (um) parque industrial e uma zona industrial os
prédios do antigo Instituto Brasileiro de Café (IBC). Possuindo mais de 600
empresas. Cianorte se destacou mais pelo fato de conter diversas empresas no
ramo da confecção, hoje no total são mais de 550 grifes conhecida nacionalmente. A
cada ano novas empresas surgem fazendo com que a cidade seja ainda mais
conhecida como Capital do Vestuário. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CIANORTE,
2013).
O município de Cianorte localiza-se na Mesorregião Geográfica do Noroeste
Paranaense, integrada pela Microrregião Geográfica de Cianorte, juntamente com as
microrregiões de Paranavaí e Umuarama. Com o desenvolvimento da região Norte e
Noroeste do Paraná. Muitas pessoas vieram de várias partes do Brasil atraídas pelo
valor baixo da terra e o solo fértil atraiu pessoas de até mesmo de outros países em
busca da aquisição de lotes. Iniciou seu crescimento com o ciclo cafeeiro até a
década de 1970 e a partir de então, passou a variar sua economia com culturas
temporárias.
Nesse período predominava a economia agrícola, principalmente a plantação
de café, mandioca, milho, soja e trigo.
No início da década seguinte, a diversificação era quase total café, lavouras temporárias e gado. (...). O café predominava na faixa leste da microrregião, com monocultura em Terra Boa, atenuada por pastagens em Indianópolis, Japurá, São Tomé e Cianorte (...). Nesta combinação com cerca de1/4 do
total de terras, o café ocupava entre 74,0 a 39,0% da área explorada. (CANCIAN, 1981, p.127 apud. CARRIS. 1997).
Com a queda da economia cafeeira é estimulada a dinâmica migratória com
o crescimento populacional do núcleo urbano, em contra partida ao esvaziamento da
zona rural e modificações na estrutura produtiva, a fuga de capitais acumuladas na
cultura cafeeira para novas fronteiras agrícolas que estavam sendo abertas no
Paraná (oeste) e fora dele. Para Lapa (1986) o acondicionamento do café passa por
vários trabalhos, conforme a fase da colheita, beneficiamento, transporte e consumo.
A geração de mão de obra excedente no campo o aparecimento dos boias–frias:
morador da cidade e trabalhadores braçais nas atividades rurais e o crescimento
populacional da sede urbana; pois antes essas famílias viviam da agricultura familiar
e usavam todos os recursos da terra para conseguir sobreviver, segundo Batalioti
(2004).
Em razão da Modernização do Campo, as famílias com o aumento da
demanda de bens, serviço e espaços tiveram que buscar outra atividade saindo do
campo para a cidade em que garantisse seu sustento. A atividade de costura.
Justamente neste momento que Cianorte ingressa num processo de transformação
de sua agricultura para a industrialização. Nos primeiros anos após a geada que
acelerou o processo de êxodo rural e intensificou a saída dos agricultores e seus
investimentos na agricultura, voltando para os investimentos no setor das
confecções foram abertas algumas microempresas e pequenas empresas de
confecções na cidade. No final dos anos 70, esses empreendimentos já começaram
a se destacar em termos de competividade frente às demais empresas da região, o
que estimulou a abertura de muitas delas, principalmente a partir de 1989. As quatro
firmas pioneiras iniciaram suas atividades nos anos de 1977 a 1979 e são
consideradas as maiores no ramo de confecções. (CARRIS. 1997)
Dado o crescimento recente da atividade industrial no setor de confecção em
Cianorte, interior do Paraná, Rolim (1995) observa:
(...) o segundo maior crescimento verificou–se em vestuário, que é um gênero maior característico do interior do Estado. (...) No Paraná, um dos locais onde se concentra é Cianorte, em função do aproveitamento de
bolsões de mão-de-obra existente na região a vinculação com a agropecuária somente será encontrada se relacionarmos o desemprego rural com a construção desses bolsões. (p.78-79),
O setor da indústria de confecções de Cianorte representa o redirecionamento
da aplicação de investimento de capital que antes era da cafeicultura, e agora passa
para a indústria, a sua reprodução econômica, e, com a farta mão de obra. Para
Singer (2008) seja pelo enorme poder de atração de mão de obra ou pela
necessidade de integração com novas atividades urbanas. Destacando assim
trabalhadores oriundos, sobretudo da cafeicultura. Afirma Batalioti (2004) “Com
certeza, a indústria de confecção absorveu grande parte do êxodo rural. A confecção
foi o principal meio de absorção dessa mão de obra.” Consolidação assim a indústria
de confecções em Cianorte, resultado de uma razão da renda adicional advinda da
vantagem locacional. A redução do custo com a mão de obra implicando em
benefícios acumulais para um mercado competitivo e de grande concorrência.
O perfil histórico do inicio da cafeicultura foi totalmente transformado pela
indústria, sendo substituída ao longo do tempo, transformando o município de uma
realidade agrícola para uma área industrial, gerando empregos, diversificados, e
modificando áreas.
O processo de ocupação do espaço vem aumentando nas superfícies,
criando novas relações entre pessoas e lugares, torna–se necessário que os alunos
percebam o quanto é importante à transformação ou reorganização dos espaços no
município.
Percebendo que as transformações após o processo de desenvolvimento
industrial na cidade, alteração no desenvolvimento econômico e social, propôs-se
aos alunos que adquirissem um maior conhecimento do município, especificamente
em relação à indústria de confecções, bem como a origem dessas indústrias e o que
a implantação desse complexo industrial significou para a região e para os
cianortenses. Após esta pesquisa realizada através de fundamentação teórica,
houve uma visita à indústria, palestras sobre o funcionamento da mesma, sobre os
processos de industrialização da matéria prima, até o produto final para
comercialização. Objetivou-se assim, uma maior compreensão do educando em
relação a sua cidade e o próprio emprego dos familiares, que custeiam sua
sobrevivência.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O setor da indústria de confecções de Cianorte representa o redirecionamento
da aplicação de investimento de capital que antes era da cafeicultura e agora passa
para a indústria, otimizando sua reprodução econômica. Verri (1998) observa que “...
de característica de mão de obra extensiva, coube ao café o papel de prender o
homem à terra, empregando toda a família, caracterizando o processo de ocupação
da região” (p.35). E, com a farta mão de obra oriunda sobretudo da cafeicultura,
consolidou-se a indústria de confecções em Cianorte, em razão da renda adicional
advinda da vantagem locacional. A redução do custo com a mão de obra trouxe
grandes vantagens adicionais para um mercado competitivo e de grande
concorrência.
Considerando todo o desenvolvimento econômico ocorrido no município nos
últimos anos, da transição do café para a confecção, decorrente desse processo de
industrialização, e apreciando que a maioria dos alunos desconhece como se deu
todo esse processo, buscou-se na realidade local, trabalhar a relação professor e
aluno, ligando a realidade escolar com o meio em que ele vive.
Essa relação entre o conhecimento e o contexto em que o aluno se insere é
fundamental, pois segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,
A análise acerca do ensino de Geografia começa pela compreensão do seu objeto de estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter algum consenso, sempre relativo, em torno da ideia de que o espaço geográfico é o foco da análise. Entretanto, a expressão espaço geográfico, bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade – não se auto-explicam. Ao contrário, são termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas. No esforço de conceituar o objeto de estudo, de especificar os conceitos básicos e de entender e agir sobre o espaço geográfico, os geógrafos de diferentes correntes de pensamentos se especializaram, percorreram caminhos e métodos de pesquisas diferentes, de modo que evidenciaram e, em alguns momentos, aprofundaram a dicotomia Geografia Física e Geografia Humana. Essa dicotomia permanece até hoje em alguns currículos universitários, assim como em algumas práticas escolares. Diante disso, propõe-se um trabalho conjunto que vise superar a dicotomia entre Geografia Física e Humana, parte do construto histórico com o qual os professores de Geografia convivem pedagógica e teoricamente há muito tempo. (PARANÁ, 2008, p. 51).
Nestas Diretrizes Curriculares, o objeto de estudo da Geografia é o espaço
geográfico, que estabelece conexões com a cultura e a economia local.
Para compreender este processo educacional, que é dinâmico e atual, é
necessário aguçar o conhecimento no educando possibilitando a ele uma visão
crítica sobre a realidade do cotidiano, partindo da sua própria vivência, cabendo ao
professor, viabilizar a construção do conhecimento em perspectiva espaço-temporal.
E, foi a partir disso que se deu a implementação da unidade didática, que teve início
com a transmissão de conteúdos relacionados ao desenvolvimento histórico do
município, que passou de uma economia essencialmente agrícola para uma
economia industrial.
O modo de produção no período histórico que abrange desde o artesão,
passando pela manufatura, até chegar à Revolução Industrial, forneceu subsídios à
implementação da unidade didática, baseando-se no conhecimento dessas
mudanças:
[...] A primeira é o artesanato, no qual o processo de transformação era realizado, por uma só pessoa – o artesão – de forma manual, utilizando apenas ferramentas simples. Era o próprio indivíduo quem preparava a matéria – prima, transformando-a em produto e dava o acabamento. A segunda fase é a manufatura, um pouco mais avançada que o artesanato, mas ainda muito precária. Nesse momento já existe o uso de máquina simples e uma certa divisão de trabalho: cada trabalhador realiza uma atividade diferente da dos outros, todas se complementando no final do processo. A terceira fase desenvolveu-se a partir de um dado momento histórico, no final do século XVIII, que ficou conhecido como Revolução Industrial. É esse período que surgem importantes inventos e alguns recursos tecnológicos que aceleram a produção de máquinas mais sofisticadas e fornecem energia relativamente abundante para o funcionamento dessas máquinas. Assim, o processo de transformação industrial adquire um ritmo até então desconhecido, enquanto se desenvolve uma divisão de trabalho muito bem marcada, que leva à extrema especialização da atividade de cada trabalhador. (MÉDICI; ALMEIDA, 2001, p.6-7).
Considerando esse momento histórico da industrialização, em termos
europeus pode-se começar a analisar o processo da indústria no Brasil, que se deu
posterior a esse período. No início da colonização brasileira havia um perfil agrário,
sendo que, só no final do século XIX, iniciou-se de forma modesta a industrialização,
no governo de Getúlio Vargas, dando seguimento no governo de Juscelino
Kubitschek, praticamente depois de 3 séculos, sendo forte nas regiões Sudeste e
Sul.
No estado do Paraná, com a década de 1990, dá-se a queda da economia
cafeeira e iniciam–se novas formas de economia local:
A indústria de confecção é um ramo representativo da região Norte do
Paraná sendo consolidado como um dos maiores polos do setor do
vestuário. A região é considerada pela Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção (ABIT) o segundo maior polo confeccionista do país.
(SAMED Et al,2010, p.2).
Com a queda da economia cafeeira, é estimulada a dinâmica migratória que
leva a um crescimento populacional do núcleo urbano. Em contrapartida, há o
esvaziamento da zona rural e modificações na estrutura produtiva. Há a
transferência de capital acumulados na cultura cafeeira para novas fronteiras
agrícolas que estavam sendo abertas no Paraná (oeste) e fora dele.
Para Lapa (1986), o acondicionamento do café passa por vários trabalhos,
conforme a fase da colheita, beneficiamento, transporte e consumo. Nesse período
as famílias viviam da agricultura familiar usava todos os recursos da terra e
conseguia sobreviver dela. Retornando ao já dito reafirmamos. Segundo Batalioti
(2004), enquanto o produto de seu próprio trabalho em que o camponês, quer seja
proprietário livre ou não, tem a necessidade de sempre produzir, com sua família
para si mesmo seus meios, o trabalhador autônomo isolado tem mais dificuldade de
produção e permanência em uma única propriedade. O uso do solo e seu domínio
são necessários para o pleno desenvolvimento da família em permanecer no campo.
O setor da indústria de confecções de Cianorte representa o
redirecionamento da aplicação de investimento de capital que antes era da
cafeicultura, e agora passa para a indústria. Segundo Carlos (2007),
Na verdade, cidade e campo sinalizam o modo como à inserção do Brasil é levada a cabo no quadro da economia mundial, na divisão sócio-espacial do trabalho, evidenciando a racionalidade imposta pela globalização do capital e reproduzindo, em escala internacional, a hierarquização de espaços dominados/dominantes (p.107).
A crise na agricultura gera mão de obra excedente no campo e uma parcela
deste excedente na mão de obra rural encontrou como alternativa, a atividade de
costura. Justamente neste período, Cianorte ingressa num processo de
transformação de sua agricultura e o acesso na industrialização. Nos primeiros anos,
após a geada, foram abertos algumas micros e pequenas empresas de confecções
no município.
No que se refere à importância da indústria de confecções para o
desenvolvimento econômico de todo país, convém destacar que:
É um setor industrial pertencente ao complexo industrial têxtil, constituído por vários sub-setores, começando com o cultivo do algodão, passando pelas matérias-primas naturais e sintéticas, fibras têxteis, fiações, tinturaria, tecelagens, malharias, estamparias, chegando, finalmente, às confecções, donde se obtém o produto pronto. O complexo têxtil, no qual está inserido o setor de confecções, se constitui em um dos segmentos de maior tradição industrial do mundo. Possui grande destaque e importância na economia de países desenvolvidos e de emergentes como o Brasil, por exemplo, onde possui papel de relevância econômica contribuindo para o desenvolvimento industrial. (TEIXEIRA, 2012, p.10).
No estado do Paraná, com a década de 1990, dá-se a queda da economia
cafeeira, iniciam–se novas formas de economia local:
A indústria de confecção é um ramo representativo da região Norte do Paraná sendo consolidado como um dos maiores polos do setor do vestuário. A região é considerada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) o segundo maior polo confeccionista do país. (SAMED Et al,2010, p.2).
No mundo contemporâneo é necessário que os educandos se apropriem dos
saberes geográficos para que eles possam interagir com o meio que os rodeiam de
maneira mais adequada. Assim, é necessário que o educador selecione conteúdos
da geografia e faça interferências tanto físicas, quanto humanas, partindo das
escalas maiores.
O ensino da Geografia contribui no sentido de desenvolver a capacidade de
observar, analisar, interpretar e pensar criticamente a realidade do educando de
modo que perceba as transformações que a indústria de confecções provocou e
ainda provoca ao município de Cianorte, no Estado do Paraná.
No ensino da geografia, é fundamental que o educando aprenda não apenas
os conteúdos relacionados à divisão e organização geográfica do país e do mundo,
mas principalmente de sua cidade, pois:
Entender a cidade de hoje, apreender quais processos dão conformação à complexidade de sua organização e explicam a extensão da urbanização e explica neste século, exige uma volta às suas origens e a tentativa de reconstruir, ainda que de forma, entendemos que o espaço é história e nesta perspectiva, a cidade de hoje, é o resultado cumulativo de todas as outras cidades de antes, transformadas, destruídas, reconstruídas, enfim, produzidas pelas transformações sociais ocorridas através dos tempos, engendradas pelas relações que promovem estas transformações. (SPOSITO, 2008, p.11).
Dado o crescimento recente da atividade industrial no setor de confecção em
Cianorte, interior do Paraná, observa:
[...] o segundo maior crescimento verificou–se em vestuário, que é um gênero maior característico do interior do Estado. [...] No Paraná, um dos locais onde se concentra é Cianorte, em função do aproveitamento de bolsões de mão-de-obra existente na região a vinculação com a agropecuária somente será encontrada se relacionarmos o desemprego rural com a construção desses bolsões (ROLIM, 1995, p.78-79).
O setor da indústria de confecções de Cianorte representa o
redirecionamento da aplicação de investimento de capital que antes era da
cafeicultura, e agora passa para a indústria, otimizando sua reprodução econômica,
e, com a farta mão de obra oriunda, sobretudo da cafeicultura, afirmou a
consolidação da indústria de confecções em Cianorte, em razão da renda adicional
advinda da vantagem locacional. A redução do custo com a mão de obra implica em
vantagens adicionais para um mercado competitivo e de grande concorrência.
2.2 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO/METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a implementação da unidade didática foi à
pesquisa de campo, com elaboração de um roteiro de questões para serem
coletadas durante a entrevista. Essas proposições foram realizadas pelos alunos,
que concluíram seus conhecimentos a partir dos trabalhos efetuados na sala de aula
e também por meio de investigações e questionamentos com seus familiares.
No decorrer diversas atividades foram realizadas, aulas dialogadas, que
possibilitassem ao aluno uma compreensão mais profunda do assunto, levando a
uma reflexão em sala de aula, sobre várias temas relacionadas à industrialização
local.·.
A implementação foi realizada no Colégio Estadual Primo Manfrinato - EFM,
no município de Cianorte - PR, direcionada especificamente para alunos do 7º ano
A, em sala e em contraturno, em um período de 32 aulas, durante o primeiro
semestre do ano letivo de 2014. Iniciou pela analise da circulação de homens e
mercadorias no espaço geográfico e a produção do espaço urbano.
A intenção ao realizar as atividades propostas na unidade foi de oferecer
condições ao educando para que ele perceba o crescimento econômico do
município em que vivem, além de estimular e valorizar o desenvolvimento ocorrido
no processo econômico da cidade.
Dessa forma, possibilitou-se ao aluno analisar a relevância da indústria de
confecções do município, como fonte de sustento para as famílias cianortenses, bem
como perceber o trâmite político existente no desenvolvimento da indústria de
confecções.
Na prática na sala de aula, o conhecimento adquirido junto às famílias foi
fundamental para o início das discussões do conteúdo, e a associação entre a
proposta apresentada e as informações do tema industrialização. O educando
recebeu informações teóricas que ajudarão a ficar mais próximo das experiências
vivenciadas pelos seus país e familiares, trabalham na indústria com parte dessa
população.
O desenvolvimento dos estudos se deu nas seguintes etapas:
- Localização do município de Cianorte por meio dos recursos cartográficos;
- Levantamento imagético da paisagem geográfica de Cianorte para que os
educandos percebessem as mudanças ocorridas;
- Pesquisa sobre o município e a indústria de confecções de Cianorte e
análise das transformações econômicas, sociais e culturais bem como na paisagem
urbana;
- Reprodução e discussão de Filmes na sala;
- Realização de entrevistas com os trabalhadores da indústria;
- Desenvolver as habilidades de leitura, como comparar textos didáticos do
material pedagógico, folhas com as produções dos alunos (relatórios, fotos, gráficos,
tabelas e produção de vídeo), como resultado do projeto;
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A implementação teve resultados positivos, pois os alunos realizaram as
atividades, questionaram e comentaram aquilo que os pais desenvolviam como
trabalho na indústria. Perceberam o conceito de lucro e prejuízo, exemplificaram
que, no corte, cada centímetro de tecido precisa ser aproveitado para que nada
sobre, pois se há sobra há dano para a fábrica.
Trouxemos para a sala de aula, uma costureira – operária da fábrica que
também é mãe de aluno que abordou as transformações tecnológicas e do mundo
do trabalho a partir de um molde, (como antes era realizado) e o corte dos tecidos,
explicando como se dá o processo, desde a confecção da peça piloto até venda do
produto. Isso instigou aos alunos a fazerem várias perguntas, já que não era assim
que os mesmos imaginavam o processo de confecção do vestuário.
Durante a palestra os alunos disseram que “ a costura é um processo
complicado que passa por várias fases até sua finalização”. Primeiro se faz a criação
do modelo, depois o molde, a peça piloto, a prova da roupa se vai para a coleção
para depois passa para o processo de produção e quando é costurada ainda vai
para lavanderia até chegar ser comercializada.” As mudanças na forma de ver e
pensar e agir foram aparecendo durante cada aula, o como eles foram se
transformando e agora o interesse pelas aulas de geografia e satisfatório no olhar de
cada um deles.
Figura 1- Atividade desenvolvida pelos alunos em sala. Cianorte, Pr
Fonte: CARRIS, 2014
Os alunos também tiveram oportunidade de conhecer como ocorre a
marcação do tecido, corte, tamanho em série, a escolha do tecido, linha e cor até o
processo de montagem e acabamento da peça. Nesta etapa, foi possível perceber o
encanto e a valorização do conteúdo unindo a prática e a teoria. Já a aplicação do
Grupo de Trabalho em Rede (GTR) foi fundamental, pois nesse momento os
professores cursistas contribuíram com opinião e informações possíveis de serem
aplicadas na sala onde ocorreu o desenvolvimento dos trabalhos. Houve muitas
sugestões.
Ao investigar o histórico do município, os alunos observaram que até os
anos 1970, o café sustentou a economia do município, mas, no final da década, as
fortes geadas e mudanças na política econômica nacional, que afetaram
drasticamente o setor cafeeiro, alteraram o curso da história. Como os demais
municípios da região. Desse modo, Cianorte enfrentou o desemprego e o êxodo
rural, mas não se deixou abater. O espírito desbravador e forte de sua gente viu na
crise um desafio para novas oportunidades. Na busca de alternativas para manter
seu ritmo de desenvolvimento, Cianorte descobriu uma vocação para o setor de
confecções e apostou na industrialização.
Empresários, comerciantes e antigos produtores rurais passaram a investir
em maquinário, a construir fábricas e buscar mão-de-obra para o novo ofício.
Preocupado com a qualidade das peças produzidas, o Governo Municipal, em
parceria com entidades representativas de classe, buscou apoio técnico e instrutores
especializados, o que resultou na instalação de vários cursos de aperfeiçoamento e
qualificação de mão-de-obra na cidade.
Uma das atividades que os alunos realizaram, consistiu na leitura
apresentados. Após essa leitura os mesmos foram conduzidos ao laboratório de
informática, onde pesquisaram sobre os vários temas abordados na sala de aula,
como solo fértil, lavouras temporárias, Mesorregião Geográfica, o ciclo cafeeiro,
micros e pequenas empresas, qualificação de mão-de-obra na cidade, o uso do solo,
monocultura, entre outros.
Também realizaram uma pesquisa junto aos seus familiares sobre a história
de fundação do município de Cianorte - como era a economia quando seus avôs ou
seus pais mudaram para a cidade, como eram as propriedades rurais. Os alunos
puderam descobrir que as famílias moravam nos sítios, pois seus pais ou avôs, e o
quê eles produziam. Pesquisaram também como era a cidade e o que havia nela e
como isso ocorreu, isto é a transformação do espaço geográfico. Num segundo
momento, cada um expôs aos demais colegas às informações que haviam obtido
com seus familiares.
Foi apresentada aos alunos uma figura que ilustrava a relação entre a cidade
e o campo e na sequência foi solicitado aos mesmos que produzissem um texto de,
no mínimo, quinze linhas, incluindo algumas palavras que lhes havia sido sugeridas
e que estavam relacionadas ao campo, a agricultura e ao granjeiro.
Outra atividade foi à apresentação da charge “Linha de montagem”.
Posteriormente os alunos foram novamente ao laboratório de informática
pesquisar sobre as características da industrialização, sendo orientados para que
procurassem saber o que é modo de produção, linha de produção, maquinário e
mão de obra especializada, matéria prima entre outros. Depois os alunos assistiram
ao filme “tempos modernos” que tem uma relação com todo esse desenvolvimento
ocorrido nos últimos anos.
Figura 2 Aula de campo visita dos alunos no corte. Cianorte, Pr
Fonte: CARRIS, 2014
Num outro momento fomos ao laboratório de informática do Colégio,
pesquisar na grande rede sobre o histórico da indústria no mundo e no Brasil até
chegar ao estado do Paraná e principalmente no município de Cianorte. Os alunos
observaram no mapa a localização do município no estado do Paraná e no Brasil.
Os alunos assistiram a uma palestra sobre a indústria de confecções e
depois fomos fazer uma visita a uma das unidades existentes na cidade, para que os
mesmos pudessem conhecer mais de perto a realidade que estavam pesquisando
nos últimos dias.
Figura 3 Aula de campo visita dos alunos na linha de produção da indústria. Cianorte, Pr
Fonte: CARRIS, 2014
Foram também elaboradas questões de curiosidades sobre o trabalho das
costureiras, como funciona uma fábrica, quem produz e compra, da origem do tecido
utilizado, bem como o mercado consumidor de destino da produção. Foram
estudados os aspectos sociais e culturais dos trabalhadores, considerando quais
eram de Cianorte e quais foram os migrantes que contribuíram para essa atividade
econômica. Destaca-se a relevância das funções desempenhadas por cada
trabalhador dentro do espaço industrial produtivo, as etapas de produção e o
acabamento final do produto.
Após os alunos terem visitado e fotografado com a sua família o parque
industrial de Cianorte, observaram no mapa do município os locais onde estão
concentradas as indústrias de confecção de Cianorte.
Por fim, eles apresentaram em forma de confecção de cartazes, exposição de
fotos tiradas por eles, filmes produzidos por eles, sobre como ocorre todo o processo
na prática. Realizaram pesquisa sobre a evolução histórica e econômica do
município, desde sua origem até o momento atual. Consideraram os períodos de
análise a cada década.
Desta forma, os resultados foram excelentes e os alunos, presenciaram a
importância da indústria de confecções como ferramenta para o sucesso tanto das
organizações quanto das pessoas, percebendo também que um dos objetivos foi
estudar os fatores que influenciaram a motivação de todos esses processos de
atividade. O estudo teve uma abordagem quantitativa e qualitativa, por isso os
educandos além de terem feito várias descobertas a respeito da industrialização do
município, ficaram interessados em descobrir ainda mais sobre sua cidade.
3. Conclusão
Os estudos realizados levaram-nos a rever nossa prática pedagógica durante
o desenvolvimento das atividades desta implementação da unidade didática, que
teve início com a transmissão de conteúdos relacionados ao desenvolvimento
histórico do município, que passou de uma economia essencialmente agrícola para
uma economia industrial. Neste sentido, pode-se afirmar que os encaminhamentos
metodológicos e as práticas pedagógicas foram adequados despertando no
educando, fatores essenciais e necessários para que se apropriem dos saberes
geográficos para que eles possam interagir com o meio que os rodeiam de maneira
mais adequada, além de estimular e valorizar o desenvolvimento ocorrido no
processo econômico do município de Cianorte- PR.
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