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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · oralidade, ou seja, daquelas conversas gostosas com nossos tios, tias, mãe, pai e avós; também são fontes imateriais filmes,

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha de Identificação - Produção Didático-pedagógica

Professor PDE/2013

Título Memória e significância histórica: a construção da BR 116 e consciência histórica de jovens do Ensino Médio de Campina Grande do Sul

Autor Fabio Gonçalves Krajewski

Disciplina/Área

História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

C. E. do Campo Terra Boa – Rod. BR 116 KM 50 - Dist. de Paiol de Baixo

Município da Escola Campina Grande do Sul

Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Norte

Professor Orientador Prof.ª Dr. Maria Auxiliadora M. Schimidt.

Instituição de Ensino Superior UFPR

Relação Interdisciplinar Geografia, Arte e Língua Portuguesa.

Resumo: A construção da Rodovia BR 116 nos anos de 1957 a 1962 exerceu profundas alterações na história de Campina Grande do Sul, portanto, há necessidade de problematizar e refletir sobre como a construção dessa rodovia tem influenciado na Memória Local, quais significados se têm atribuído a esse processo para a formação de uma consciência histórica de jovens do Ensino Médio de Campina Grande do Sul e se a História deve ter como objeto de estudo os processos históricos e as suas significações, então esse trabalho é uma possibilidade para que o aluno, se se utilizando de pesquisas e reflexões, tenha a oportunidade de tomar consciência do sentido histórico de sua existência temporal, de como se orientar no tempo sendo o aprendizado histórico significativo para ele.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Memória local, significância histórica, consciência histórica, Ensino Médio.

Formato do Material Didático Unidade Temática Investigativa.

Público Alvo: Alunos do 2º ano do Ensino Médio.

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APRESENTAÇÃO

Essa produção didático-pedagógica objetiva se desenvolver para além da

História Oficial, que é contada a partir da História Regional e Nacional. Ela quer:

desvelar a memória local, a partir de documentos históricos existentes nas famílias

ou outros espaços da comunidade; reconstruir o passado das vivências coletivas e

individuais atribuindo a essas, sentidos de existência. Por meio do diálogo entre

teorias e evidências se quer recuperar a memória de trabalhadores anônimos e

contar ou recontar a história de outras formas, além da memória oficial, trabalhando

as diferentes temporalidades, experiências compartilhadas, não apenas nos locais

de trabalho, mas também no seu cotidiano, fora do seu ambiente de trabalho e com

os demais sujeitos históricos.

A construção da Rodovia BR 116 nos anos de 1957 a 1962 exerceu

profundas alterações na história de Campina Grande do Sul, portanto, há

necessidade de problematizar e refletir sobre como a construção dessa rodovia tem

influenciado na Memória Local, quais significados se têm atribuído a esse processo

para a formação de uma consciência histórica de jovens do Ensino Médio de

Campina Grande do Sul e se a História deve ter como objeto de estudo os

processos históricos e as suas significações, então esse trabalho é uma

possibilidade para que o aluno tenha a oportunidade de tomar consciência do

sentido histórico de sua existência temporal, de como se orientar no tempo sendo o

aprendizado histórico significativo para ele.

O passado enquanto tal não se modifica. A construção do conhecimento se

modifica de acordo com o modo pelo qual o historiador se vê no presente, pensa o

social e se insere nele, enquanto sujeito social e enquanto pesquisador. Segundo

SCHMIDT, “à medida que aprendem a História, os sujeitos podem aumentar a sua

competência de encontrar significados e de se localizar”. (2008, p. 86)

Essa produção didático-pedagógica também poderá ser utilizada como

material de pesquisa após a sua conclusão, pois os alunos e professores até o

momento, não tiveram acesso às informações que se pretende obter durante a

pesquisa. Com esse material se poderá atender as exigências de nosso tempo,

compreendendo de acordo com SCHMIDT, “que a forma pela qual se produz o

conhecimento histórico hoje não é a mesma dos historiadores do século XIX e que,

portanto, a forma de ensinar história não será a mesma também."(2005, 305).

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MATERIAL DIDÁTICO

O material didático que se produzirá será uma Unidade Temática

Investigativa a qual será um material com possibilidades para compor um Caderno

Temático. Essa Unidade Temática Investigativa esta organizada em momentos

interligados com abordagens centradas em temas de área/disciplina específica, que

em nosso caso é História e a interdisciplinaridade com Geografia, Língua

Portuguesa e Arte, contendo fundamentação teórica com e respectivas sugestões de

atividades a serem desenvolvidas, onde cada momento terá correlação com o tema

da unidade temática investigativa.

UNIDADE TEMÁTICA INVESTIGATIVA

AS FONTES E A APRENDIZAGEM HISTÓRICA

Para o Professor

Roteiro de trabalho 1

1. Investigar os conhecimentos prévios (tácitos) dos alunos e como eles se

relacionam com as fontes.

2. Para isso o professor usará como atividade a dinâmica “As chuvas de ideias”

(ver roteiro abaixo).

3. Após recolher a atividade o professor deve categorizar os dados. Pode ser

utilizando coletivamente a lousa (a seguir simulação dessa categorização de

turma com 30 alunos).

FONTES IDENTIFICADAS PELA TURMA

Fotos (fonte iconográfica) 25 alunos

Registro de nascimento (fonte escrita) 14 alunos

Ferramentas (fonte material) 20 alunos

Roupas (fonte material) Nenhum aluno

4. Discutir com alunos os tipos de predominância ou exemplos de fontes que

deixaram de aparecer. Ex: A turma é composta por trinta alunos, 25

apresentaram fotos como fontes de fatos históricos, questionar essa

predominância, ou então, roupa não apareceu nem uma vez, por quê?

5. Os alunos devem responder as atividades propostas.

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(Os alunos devem receber uma folha como essa e podem acrescentar

quantas flechas quiserem)

Col. Est. do Campo de Terra Boa – EFM

ALUNO (A) _____________________________ Nº_____ DATA __ /___/___

INVESTIGAÇÃO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS (OU TÁCITOS)

UTILIZANDO A DINÂMICA “CHUVA DE IDEIAS”:

Através de quais fontes podemos

conhecer os Fatos Históricos?

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ATIVIDADE

1. Pesquise em sua casa ou na casa de seus parentes ou vizinhos, fontes

históricas que permitem investigar a história (escolha duas para apresentar a

turma):

2. Apresentar para a turma, contando como conseguiu as fontes históricas de

investigação:

3. Em grupo de três ou quatro selecionar três fontes históricas e investigar

descrevendo:

a. As fontes históricas de investigação selecionadas são que tipo de fonte

(material, visual, escrita)? Por que foram selecionadas essas fontes

históricas de investigação?

b. Qual a origem de cada fonte histórica de investigação?

c. É possível saber de que época são essas fontes históricas de

investigação?

d. Que história é possível investigar com cada fonte histórica?

FONTES DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA

Para o professor

Roteiro de trabalho 2

1. A elaboração do texto base 01 quer ser suporte de discussão e reflexão a ser

realizada entre o professor e os alunos.

2. Após a leitura e discussão do texto a turma realizará a atividade proposta.

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Fonte histórica 2:

Parte de machadinha indígena – Sec. 13 Foto: Fabio G. Krajewski.

Texto Base n. 01

AS FONTES COMO MEIO DE INVESTIGAÇÃO

Á APRENDIZAGEM HISTÓRICA

Como é construído o

conhecimento histórico sobre os

acontecimentos muito distantes e

também de acontecimentos que

nossos avós presenciaram? Poderia

dizer um bom historiador que é a

partir de informações que as fontes

históricas nos fornecem. Fontes

históricas... O que são Fontes

Históricas? Podem ser “fragmentos

ou indícios de situações já vividas,

passíveis de serem exploradas” (SCHMIDT, 2009,112) por investigadores

(pesquisadores, professores, alunos) e esses então, a partir de uma investigação e

de sua interpretação construir a História se tornando um novo historiador.

Quais coisas podem ser consideradas fontes históricas de investigação?

Podem ser os vestígios arqueológicos, ou seja, ossos dos animais e dos homens

que viveram há mais de 10 mil anos e

que de alguma forma estão preservados.

Documentos escritos em tempos

passados como mapas, cartas, diários,

livros de História e jornais antigos os

quais são considerados fontes materiais

escritas.

Temos também as fontes

materiais não escritas: são objetos

antigos, pinturas, utensílios, ferramentas,

armas, esculturas, construções (pontes,

rodovias). O investigador também pode utilizar como objeto de pesquisa as fontes

não materiais (ou imateriais) baseadas nas lendas e contos antigos e das histórias

do cotidiano passados de pai para filho, de depoimentos transmitidos através da

Fonte histórica 1 - Cadeado Sec. 19 Foto: Fabio G. Krajewski.

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oralidade, ou seja, daquelas conversas gostosas com nossos tios, tias, mãe, pai e

avós; também são fontes imateriais filmes, vídeos entre outros.

E assim o conhecimento humano sobre o passado vai sendo investigado,

interpretado e reconstruído por meio das relações, entre as várias fontes históricas.

Devemos considerar que uma mesma fonte histórica (como a ponte abaixo) pode ter

diversas interpretações. Tudo depende da forma como cada pessoa se coneta e

trabalha com as fontes. E essa conexão com as fontes é individual de cada

investigador (aluno, professor, historiador). Por isso a história pode ser recontada e

reconstruída principalmente porque a fonte

“permite o diálogo do aluno com realidades passadas e desenvolve o sentido da análise histórica. O contato com as fontes históricas facilita a familiarização do aluno com formas de representação das realidades do passado e do presente, habituando a associar o conceito histórico a analise que o origina e fortalecendo sua capacidade de raciocinar baseado em uma situação dada” (SCHMIDT, 2009, 116).

A fonte é também como uma ponte: conecta-nos a muitas possibilidades.

Aonde chegaremos só depende de nós.

Fonte histórica 3: Ponte Represa do Capivari. Foto: Fabio G. Krajewski.

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Agora que já sabemos o que são fontes e como se relacionar com elas,

precisamos descobrir onde elas estão. Onde encontrar fontes históricas de

investigação? Os arquivos públicos e cartórios, bibliotecas e museus são locais

oficiais onde se encontram fontes históricas e essas fontes são encontradas também

na sua casa na casa dos seus avós, no seu vizinho e estão guardadas em alguma

caixa ou gaveta sendo tão importantes como as fontes oficiais.

Sabemos que o passado enquanto tal não se modifica. A construção do

conhecimento se modifica de acordo com o modo pelo qual o historiador se vê no

presente, pensa o social e se insere nele, enquanto sujeito social e enquanto

investigador. Por isso acreditamos que recorrer ao uso de fontes históricas nas aulas

de História pode favorecer o pensamento histórico e a iniciação aos métodos de

trabalho do historiador. Segundo SCHMIDT, “à medida que aprendem a História, os

sujeitos podem aumentar a sua competência de encontrar significados e de se

localizar”. (2008, p. 86).

Atividade

1. Como é construído o conhecimento histórico? Quem pode ser historiador?

2. Que coisas podem ser consideradas fontes históricas?

3. Dê exemplos de fontes materiais escritas, de fontes não escritas e de fontes

imateriais:

4. Por que a história pode ser recontada e reconstruída?

5. Onde encontramos fontes históricas e qual é a mais importante?

6. “Sabemos que o passado enquanto tal não se modifica. A construção do

conhecimento se modifica de acordo com o modo pelo qual o historiador se

vê no presente, pensa o social e se insere nele, enquanto sujeito social e

enquanto pesquisador”. Dê sua opinião sobre afirmação:

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Mapa 1 - Campina Grande do Sul - adaptado do Google.

INVESTIGANDO FONTES HISTÓRICAS

Para o professor

Roteiro de trabalho 3

1. Apresentação de quatro fontes (dois mapas, uma foto e um documento

oficial) com ausência de informação sobre cada uma delas.

2. Discutir com os alunos que história eles conseguem contar com essas

fontes a partir das atividades propostas.

3. Na sequência as fontes são reapresentadas, mas agora com as

devidas informações. A turma deve realizar as atividades propostas.

Investigando fontes escritas para a aprendizagem histórica

FONTE HISTÓRICA 4 – MAPA DE CAMPINA GRANDE DO SUL

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FONTE HISTÓRICA 5 – MAPA DE CAMPINA GRANDE DO SUL

FONTE HISTÓRICA 6 – MORADOR DO CAPIVARI

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Autorização para realização de conservação de estradas Foto: Fabio G. Krajewski.

FONTE HISTÓRICA 7: AUTORIZAÇÃO

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Atividade

1. Conversando sobre as fontes de investigação histórica:

a. A fonte histórica 4: mapa de Campina Grande do Sul é diferente da fonte

histórica 5 : mapa de Campina Grande do Sul? Por quê?

b. O que retrata a fonte histórica 6: Moradores do Capivari?

c. O que pretende a fonte histórica 7: Autorização?

2. O quadro abaixo reapresenta as fontes históricas com mais informações

sobre cada uma delas:

Fonte histórica de investigação: Data da

fonte:

Tipo de

fonte:

Descrição da fonte

histórica:

Fonte histórica 4: Mapa de

Campina G. do Sul

Mapa de

2013.

O mapa é

uma fonte

escrita.

É um mapa que

apresenta os limites

do município, a

rodovia BR 116 e os

principais bairros do

distrito de Paiol de

Baixo.

Fonte histórica 5:Mapa de

Campina G. do Sul

Mapa de

1955.

O mapa é

uma fonte

escrita.

É um mapa que

apresenta principais

caminhos de tropas e

estradas do distrito de

Paiol de Baixo na

década 1950 com as

principais localidades

da época.

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Fonte histórica de investigação: Data da

fonte:

Tipo de

fonte:

Descrição da fonte

histórica:

Fonte histórica 6: Morador do

Capivari.

Foto de

1952.

A foto é

uma fonte

iconográfic

a ou

visual.

A foto apresenta o Sr.

Benjamim Alves,

morador e

comerciante da antiga

localidade do Capivari

(ficou submerso pela

Barragem do Capivari)

com a e sua mãe Sr.

Zeferina Ribeiro do

Nascimento moradora

da antiga localidade

de Ribeirão da

Capoeira (atual

Barragem).

Fonte histórica 7: Autorização

Document

o de 1953.

Esse

documento

é uma

fonte

escrita

oficial.

O documento

apresenta uma

decisão do prefeito de

Timbu (atual Campina

Grande do Sul) Sr.

Dacyr S. Trevisan

endereçada ao

Inspetor Sr. Agnelo

Manoel Gonçalves.

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Atividades

1. A fonte histórica 4 apresenta o mapa de Campina Grande do Sul na

atualidade e a fonte 5 o Município na década de 1950 . Qual a contribuição

destas fontes históricas para uma investigação da História Local do distrito de

Paiol de Baixo?

2. O que retrata a fonte histórica 6? Como podemos estudá-la?

3. Sobre a fonte histórica 7: Autorização, descreva:

a. O documento é oriundo de qual órgão?

b. Quando foi escrito esse documento?

c. Para quem ele esta endereçado e quem era esta pessoa?

d. Diz respeito a que e a quem?

e. Quem o assinou? Quem era essa pessoa?

4. Você acabou de pesquisar em algumas fontes históricas. Teve oportunidade

de interpretar e refletir a partir delas e de reconstruir a história local. Depois

dessa experiência você se considera um aluno investigador de fontes

históricas? Comente sua resposta:

5. Converse com os colegas e aponte algumas características importantes para

ser um investigador em fontes históricas:

6. Você conhece pessoas que viveram na década de 1950, nessa região e que

poderiam ter trabalhado na manutenção citada no texto? Descreva uma

dessas pessoas: Será que essa pessoa poderia dar uma entrevista contando

como era naquela época?

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AS FONTES ORAIS COMO MEIO PARA A INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA

Para o professor

Roteiro de Trabalho 4

1 - O texto base 02 foi elaborado como suporte de discussão a ser realizada

entre o professor e os alunos.

2 - Após leitura e discussão do texto a turma será dividida em grupos: uns

trabalharão com as entrevistas semi-estruturada e outros com a pesquisa e

investigação de documentos históricas que devem ser devidamente identificada

pelos alunos com o uso de fichas. Exemplo:

Tipo de documento: Categoria do

documento.

Data do

documento.

Característica do

documento.

Carteira de trabalho Documento oficial 21/10/1955 Comprovante de

tempo de serviço.

3 – Os alunos realizarão produção de texto narrando como reconstruíram a história

local da construção da BR 116 a partir das fontes históricas usadas por eles com o

titulo: Memória e significância histórica: A construção da BR 116 e consciência

histórica de jovens do Ensino Médio de Campina Grande do Sul

4 - Confecção de mural onde todas as atividades realizadas pelos alunos serão

apresentadas.

Texto Base n.02

A FONTE ORAL COMO MEIO DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA

A fonte oral é muito importante porque com ela obtemos informações de

pessoas que vivenciaram a história e nos narram os acontecimentos vividos por elas

ou recontam acontecimentos dos quais ouviram de pessoas próximas a elas. É o

passado narrado pelo sujeito que vive o presente com sua memória marcada pela

temporalidade

Ao investigar as fontes orais é importante perceber que depois de

caracterizadas, essas fontes, segundo SCHMIDT, passam a ser conteúdos com

novos significados e esses significados obtidos a partir da experiência dos sujeitos

comuns, como os alunos que investigaram, os parentes ou vizinhos de alunos que

foram investigados. Tais conteúdos podem passar a ser materiais de investigação

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para alunos e professores, de maneira a contribuir para a formação da consciência

histórica, que aceita os diferentes pontos de vista. Essas diferenças se articulam em

uma perspectiva mais ampla de presente e passado, fato que permite uma nova

consciência histórica superando as formas tradicionais de consciência histórica,

porem sem excluí-las. Essa nova consciência histórica denominamos de

consciência histórica-crítica genética, ou seja, o início de um novo tempo para o

relacionamento das pessoas com a História, um relacionamento pautado na

diversidade, nas complexidades sociais.

PESQUISA

Entrevista semi-estruturada

As experiências do passado podem ser vivenciadas também a partir de

entrevistas semi-estruturadas. Os grupos irão realizar esse modelo de entrevista

porque é um método que permite ao entrevistador, se necessário, modificar o seu

roteiro durante a entrevista.

Dicas para as entrevistas:

Trabalhar com história oral é partir de conteúdos elaborados, de algumas

bibliografias existentes, alguns fatos que marcaram a cidade e buscando outros

testemunhos para legitimar, confrontar ou contestar a visão existente. Para isso é

importante observar alguns procedimentos:

Materiais: caneta e bloco para anotações (diário de campo), câmera

fotográfica e filmadora.

Procedimentos: Contatar pessoas que participaram direta ou indiretamente,

que conhecem sobre a cidade e que estejam dispostas a falar de suas experiências

sobre este assunto. (Sugere-se que este trabalho seja feito em equipes de no

máximo três alunos).

Para isso será necessário:

• Informar-se sobre a história local, através de livros, apostilas, fotografias,

documentos, etc., e o que já existe de produção historiográfica sobre o assunto;

• Cada equipe deverá escolher 1 a 2 pessoas para entrevistar. Contatando com

antecedência e marcando a entrevista;

• Preencher a ficha do entrevistado, com alguns dados como: nome, profissão do

presente e do passado, o que fazia na época, manter o respeito, a ética, o sigilo,

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para não causar constrangimento ao entrevistado;

• Ter presente o questionário com perguntas a serem realizadas – sugestão de

questões em anexo:

• Anotar no diário de campo: impressões, dicas, informações sobre os dados da

pesquisa, atitudes paralelas que ajudem a compreender os testemunhos.

• Coletado as entrevistas, transferir para a escrita, com todas as características da

linguagem, cacoetes, intervalos, etc..

• Observação: É muito importante a autorização da pessoa para publicar estas

informações, mesmo que seja em pequenos grupos (sala de aula), bem como o

sigilo das informações (respeito à memória da pessoa, se ela quer ou não ser

identificada);

Toda pesquisa deve ter retorno ao grupo social. Os resultados da proposta

poderão ser reunidos e apresentados em sala de aula. Porém, é preciso que o

professor esteja habilitado, atento, pois uma prática descuidada pode causar

ressentimento, prejudicar ou difamar pessoas e ou comportamentos.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Para o desenvolvimento da produção didático-pedagógica, efetivaremos as

etapas seguintes: 16 encontros de 4 horas, totalizando 64 horas, no decorrer do

primeiro semestre de 2014.

Na primeira semana do ano letivo será realizada reunião com representação

da direção, da equipe pedagógica, de professores e dos agentes I e II do colégio

para detalhar a intervenção pedagógica. Com o início das aulas encontro com os

alunos do segundo ano do ensino médio para apresentação, discussão e reflexão

sobre a intervenção onde os alunos serão informados que trabalharão em equipes.

A primeira parte da unidade investigativa: “As fontes e a aprendizagem

histórica”, se inicia com uma investigação dos conhecimentos tácitos dos alunos com

a dinâmica “chuva de ideias” que será catalogada e discutida com o objetivo de

reconhecer e discutir a importância dos conhecimentos prévios.

Na sequencia o texto 1: As fontes como meio de investigação para a

aprendizagem histórica, tratando sobre o tema fontes históricas de investigação,

tipos de fontes históricas, como trabalhar com as fontes numa investigação histórica,

buscando as mais variadas fontes documentais, reconhecendo-as com leitura e

discussão. O objetivo é de que o aluno conheça as diferentes fontes históricas, sua

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importância, saiba onde encontrá-las, como problematizá-las e a partir delas como

reconstruir a História considerando sua própria importância temporal.

Com o tema: “Investigando fontes escritas”, apresentam-se quatro

documentos tendo como objetivo a experiência do aluno na investigação de fontes

históricas e a memória e significância histórica que pode se construir a partir dessas

fontes para a formação da consciência histórica, ou seja, um novo relacionamento

das pessoas com a História, um relacionamento pautado na diversidade e nas

complexidades sociais.

Na última parte da unidade investigativa o texto 2: Fonte histórica como meio

de investigação histórica foi elaborado como suporte de discussão a ser realizada

entre o professor e os alunos pontuando a pesquisa em fontes orais como

possibilidade de descoberta Histórica, Consciência Histórica e Argumentação

Histórica. Após discussão e leitura do texto a turma será dividida em grupos: uns

trabalharão com as entrevistas semi-estruturadas e outros com a pesquisa e

investigação de documentos da época.

A pesquisa qualitativa realizar-se-á buscando diversas fontes documentais

(fotos, documentos públicos e/ou privados, jornais, revistas entre outros), onde a

fonte escrita deverá ser analisada com cuidado, pois, contem versões e juízos de

valores que devem ser considerados.

As fontes orais serão utilizadas para recuperar a experiência vivida pelos

trabalhadores da construção da rodovia a partir de seus relatos sobre o seu modo de

vida dentro e fora de seu local de trabalho. Com isso poderá se recuperar na fala

dos sujeitos o que não está registrado em nenhum documento escrito, ou que está

registrado de outra forma. Após realizar as entrevistas é preciso analisá-las,

procurando observar como cada pessoa narra um fato, atribui significados e reações

no ato da interlocução, pois, o entrevistador procura ver nas entrevistas suas

hipóteses confirmadas.

Será realizada a produção de textos para os alunos narrarem sobre a

Memória e significância histórica da construção da BR 116 e a consciência histórica

que essa história permitirá à jovens do Ensino Médio de Campina Grande do Sul,

bem como, exposição através de mural para toda a comunidade com o objetivo de

divulgação e socialização dos materiais didáticos e resultados obtidos através da

presente produção.

Incentivar os alunos a produzir, por escrito, sua própria narrativa histórica da

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construção, considerando as experiências particulares sobre o passado, a trajetória

individual ampliando o conhecimento da História, com base na experiência de outros

sujeitos será muito importante.

Ao desenvolver as atividades propostas, sugerimos alguns critérios avaliativos

a serem observados, tais como: participação efetiva nas discussões e reflexões

acerca dos textos, colaboração durante o trabalho em grupo, participação nas

atividades de pesquisa, entrevistas, produções de fontes orais, organização dos

dados, produção de textos e exposição através de mural.

Espera-se com isso, que os alunos apropriem-se dos conhecimentos e

possam a partir daí, refletir sobre: A memória e a significância histórica da

construção da rodovia 116 e construam uma consciência histórica da História de

Campina Grande do Sul.

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Anexo1: Sugestão de questionário para o entrevistado que será aplicado pelas

equipes:

1. O (a) senhor(a) já morava na região antes de começarem construir a região?

Onde o (a) senhor(a) morava?

2. Como era o município antes da construção da rodovia?

3. Onde o (a) senhor(a) trabalhava antes de começar a trabalhar na construção

da rodovia?

4. E como era a vida do (a) senhor(a) naquela época? Era boa?

5. Por que o senhor quis trabalhar na construção da rodovia?

6. Quantos anos o (a) senhor(a) tinha quando começou a trabalhar na

construção da rodovia?

7. Alguém ajudou o (a) senhor(a) a conseguir uma vaga na empresa?

8. O (a) senhor(a) trabalhou em qual empresa?

9. Qual era o seu trabalho nessa empresa?

10. Quais eram as vantagens de trabalhar na construção rodovia?

11. O (a) senhora lembra-se de alguma desvantagem de trabalhar na rodovia?

12. Quanto tempo trabalhou na construção?

13. A vida do(a) senhor(a) melhorou por ter trabalhado na construção da rodovia?

Por que?

14. Quando acabou a construção da rodovia onde o(a) senhor(a) foi trabalhar?

15. E como o (a) senhor (a) viu a nossa região quando acabaram os trabalhos da

construção da rodovia, como ficaram os trabalhadores?

16. O (a) senhor (a) se lembra de algum acontecimento da época da construção

que gostaria de nos contar?

17. O que mais marcou sua memória daquele período da construção? O que não

esquece?

18. Na época que o senhor trabalhou na construção da rodovia o senhor se

sentia privilegiado?

19. E hoje, o (a) senhor(a) acha a rodovia traz alguma coisa ruim para nossa

região? O que?

20. Na atualidade o (a) senhor (a) acha que a rodovia é boa para a nossa

região? Ela trouxe mais pessoas, mais desenvolvimento?

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · oralidade, ou seja, daquelas conversas gostosas com nossos tios, tias, mãe, pai e avós; também são fontes imateriais filmes,

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REFERÊNCIAS

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