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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PRODUÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2013
Título: “A representação do sujeito feminino nas propagandas: memória e
atualidade”
Autora Kátia Mery Felipe
Disciplina de ingresso/ PDE Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua Localização
Colégio Estadual João Cavalli da Costa – EFM
Município da escola Palmital / PR
Núcleo Regional de Educação NRE – Pitanga / PR
Professora Orientadora Prof. Dra. Célia Bassuma Fernandes
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste
Relação Interdisciplinar História
Resumo O presente projeto tem como propósito desenvolver a prática de leitura de propagandas pelo viés da Análise de Discurso, tendo em vista a dificuldade que os alunos apresentam nessa área. O principal objetivo é, portanto, desenvolver “gestos de interpretação” nas aulas de Língua Portuguesa, com alunos de 9º. Ano. Para isso, procuraremos, especificamente, compreender quais imagens dos sujeitos femininos circulam na mídia, em diversas campanhas publicitárias antigas e atuais. As q serão relacionadas com músicas, poesias e vídeos atuais e antigos que representam os sujeitos femininos em nossa sociedade.
Palavras-chave: Análise de Discurso; propagandas; sujeitos-femininos
Formato do Material Didático Unidade Temática
Público Alvo 9º Ano do Ensino Fundamental
1. APRESENTAÇÃO
O presente material destina-se à prática da leitura e interpretação de peças
publicitárias, pelo viés da Análise do Discurso de linha pecheutiana. Segundo essa
perspectiva, não existem discursos neutros, pois todos eles estão sempre
carregados de ideologias, isto é, de como as pessoas devem ver, aceitar e inserir-se
na sociedade ou mais especificamente, nos termos de Pêcheux (1997, p.166, grifos
do autor), de um “conjunto complexo de atitudes e de representações que não são
nem ‘individuais’ nem ‘universais’, mas se relacionam mais ou menos diretamente a
posições de classes em conflitos umas com as outras”.
Por isso, precisamos desenvolver os gestos de leitura em nossas salas de
aula, proporcionando uma análise crítica, para que nossos alunos não leiam apenas
o que está dito, mas também aquilo que não-dito, mas que também significa e
constitui o discurso.
Há que se considerar ainda, que os alunos estão em contato direto com uma
multiplicidade de textos, que não são compostos apenas pela linguagem verbal. De
acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Básica de Língua Portuguesa:
O professor de Língua Portuguesa precisa, então, propiciar ao educando a prática, a discussão, a leitura de textos das diferentes esferas sociais (jornalística, literária, publicitária, digital, etc). Sob o exposto, defende-se que as práticas discursivas abrangem, além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com outras linguagens (2008, p.50).
Dessa forma, entendemos que a escola deve mostrar ao aluno que existe um
universo simbólico na leitura e que tanto a música, a pintura e a fotografia, quanto o
cinema e as outras artes podem ser lidos e analisados em sala de aula.
Pensando nisso, esse trabalho tem como objetivo desenvolver uma proposta
de leitura de propagandas antigas e atuais, que circularam ou ainda circulam na
mídia, utilizando a imagem dos sujeitos femininos, com os alunos de 9º. Ano do
Colégio Estadual João Cavalli da Costa – EFM, a fim de que estes desenvolvam
“gestos de interpretação”, de modo a levá-los a observar os diferentes efeitos de
sentido que delas decorrem. Pretendemos, portanto, analisar os efeitos de sentido
produzidos pelos textos publicitários selecionados e discutir sobre o lugar ocupado
pelo sujeito-feminino na sociedade atual, visando à quebra de representações já
sedimentadas no imaginário popular.
2. MATERIAL DIDÁTICO
1ª. AULA
Apresentação da Unidade Temática na Escola
Professor, nesta primeira aula, a Unidade Temática será apresentada à Direção e Equipe Pedagógica do colégio, esclarecendo o motivo da escolha do tema a ser trabalhado, bem como seus objetivos. Serão apresentados também os fundamentos teóricos que embasaram a elaboração do referido material para que a equipe tenha ciência do trabalho que será feito e de sua importância para a escola pública do Paraná.
2ª. AULA
Professor, nesta segunda aula, instigue seus alunos a pensar no conceito de propaganda, bem como sua finalidade. Após obter algumas respostas, escreva-as no quadro.
A seguir, mostre os conceitos que estão em boxes no material didático para contrapor e comparar com os conceitos apontados pelos alunos.
Após discutir cada conceito, apresente o projeto aos alunos “A representação do sujeito feminino nas propagandas: memória e atualidade”, explicando que ele trata da representação do sujeito feminino nas peças publicitárias.
Discuta com o professor e colegas os seguintes conceitos de propaganda e publicidade:
“A propaganda é um conjunto de técnicas e atividades de informação e persuasão destinadas a influenciar, num determinado sentido, as opiniões, os sentimentos e as atitudes do público receptor” (p. 22)
PINHO, J.B. Propaganda institucional: usos e funções da propaganda em relações públicas. 4ª. Ed. São Paulo: Summus, 1990.
“A propaganda é a manipulação planejada da comunicação visando, pela persuasão, promover comportamentos em benefício do anunciante que a utiliza” (p. 26)
SAMPAIO, R. Propaganda de A a Z: como usar a propaganda para construir marcas e empresas de sucesso. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
“Propaganda: 1. Ato ou efeito de propagar. 2 Disseminação de ideias, informação ou rumores com o fim de auxiliar ou prejudicar uma instituição, causa ou pessoa. 3 Doutrinas, ideias, argumentos, fatos ou alegações divulgados por qualquer meio de comunicação a fim de favorecer a causa própria ou prejudicar a causa oposta. 4 arc Sociedade que vulgariza certas doutrinas. 5 O mesmo que publicidade. P. enganosa, Propag: propaganda que anuncia determinado produto ou serviço, atribuindo-lhe qualidade superior à real, ou características que o mesmo não possui.”
Fonte:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=propaganda Acesso em 04/09/2013
“[...] Para alguns autores, a propaganda está mais relacionada à mensagem política, religiosa, institucional e comercial, voltada para a esfera dos valores éticos e sociais”. (p. 10)
“[...] A publicidade busca transmitir uma mensagem de renovação, progresso, abundância, lazer e juventude, criando e exibindo um mundo perfeito e ideal, onde tudo são luzes, calor e encanto, utilizando-se de uma beleza perfeita e não-perceptível. Ela concilia o princípio do prazer com o da realidade, indicando o que deve ser usado ou comprado, destacando a marca, o ícone do objeto. Encontra algo de extraordinário para falar sobre coisas simples. Torna familiar o produto que está vendendo, banalizando-o e, ao mesmo tempo, diferenciando-o para valorizá-lo”. (p. 11)
CARVALHO, Nelly. Publicidade: a linguagem da sedução. Editora Ática, São Paulo, 1996.
1. Pinte de azul as palavras que se relacionam à publicidade e de vermelho as que
correspondem à propaganda.
RELIGIÃO mundo ideal Argumentos
LAZER beleza manipulaçãoDESEJOS valores éticos e sociais
INFORMAÇÃO Disseminação de ideias
SONHOS MARCA/ÍCONE
IDEOLOGIA
2. RESUMINDO COM SUAS PALAVRAS...
Propaganda é:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Publicidade é:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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3ª AULA
Professor, na terceira aula, faremos um apanhado geral da forma como é composta uma propaganda. Para tanto, assista, com seus alunos, ao vídeo Linguagens no ENEM - que se encontra no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=-g8oRoYZvDw, analisando as informações dos boxes abaixo, para que eles possam entender a estrutura de um anúncio publicitário, bem como suas principais características.
Explique-lhes que as palavras “propaganda” e “publicidade”, bem como anúncio e peça publicitária serão utilizadas como tendo o mesmo sentido.
Lembre-se: Para responder à palavra cruzada sobre o vídeo, é recomendado que os alunos assistam-no novamente com a atividade em mãos.
Observe como se estrutura um anúncio publicitário.
A estrutura do anúncio
Título
Imagem
Texto
Marca
Slogan
Fonte: GONZALES, Lucilene. Linguagem Publicitária análise e produção. Arte e Ciência Ed. São Paulo, 2003, p. 18
Vamos ver como isso funciona “na prática”:
Título: deve ser criativo e conciso, para chamar a atenção do sujeito leitor / consumidor (de 5 a 7 palavras). É ele quem seleciona o público alvo, fazendo com que ele se lembre do seu produto na hora da compra
Texto é a argumentação verbal usada para induzir o consumidor à compra. Deve ser objetivo, além de salientar a qualidade e superioridade do produto.
Fonte: Fonte: GONZALES, Lucilene. Linguagem Publicitária análise e produção. Arte e Ciência Ed. São Paulo, 2003, p. 18-25
Aplique seus conhecimentos na propaganda abaixo:
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=131753996982017&set=pb.105491682941582.-2207520000.1382460013.&type=3&theater
acesso em 22/10/13
Mas qual a função do anúncio publicitário? Leia o texto que segue:
Resolva as palavras cruzadas de acordo com o que você aprendeu sobre a estrutura e a linguagem do anúncio publicitário.
A imagem/ilustração dá vida ao anúncio, chamando a atenção do sujeito leitor para o texto, despertando nele o desejo de compra. Composta por desenhos, fotografias ou gravuras, serve para ilustrar o texto, e provocar, no sujeito leitor/ enunciador o efeito de necessidade do produto e de que é po-ssível obtê-lo.
Slogan é uma palavra gálica que significa “grito de guerra”. É conciso, marcante e fácil de memorizar. Deve causar impacto e “colar” na mente do sujeito leitor/consumidor.
Marca/Assinatura É a identificação do anunciante. Geralmente vem disposta no fim do anúncio.É essencial em qualquer anúncio, pois de nada adiantaria o sujeito leitor/consumidor ser atraído para a compra, mas não saber a marca do produto.
“A função do anúncio publicitário é cumprida quando ele consegue transformar o produto em objeto de desejo, fazendo com que ele seja a solução para os problemas do leitor, ou seja, cria a necessidade de compra.”
GONZALES, Lucilene. Linguagem Publicitária análise e produção. Arte e Ciência Ed. São Paulo, 2003, p. 18
1-
5-
6-
3-
4-
2-
1- É composto por fotos, figuras ou gravuras e desperta no sujeito a necessidade do produto: _______________________________
2- O slogan tem por objetivo _____________________ o enunciado na mente
do leitor.
3- Ele induz o consumidor à compra, salientando suas qualidades, é o
_____________________
4- A _________________________ é a identificação do anunciante.
5- O _______________________ deve ser criativo e conciso.
6- O anúncio publicitário tem por função transformar o produto anunciado em
objeto de ________________________ para o leitor.
4ª AULA
Professor, na quarta aula, apresente aos seus alunos uma propaganda do liquidificador Walita, que circulou em comemoração ao Dia das Mães, em 05 de maio de 1954, e está disponível no site: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1955/
Leia o texto no quadro que segue e discuta com eles o fato de as mães, por vezes, não ganharem presentes para elas mesmas, mas para serem utilizados em casa, evidenciando os “lugares” ocupados pelo sujeito feminino ao longo dos tempos.
Depois da discussão oral, dê as questões abaixo, para que eles as respondam.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Com o desenvolvimento das cidades e da vida burguesa no século XIX, cada vez mais é reforçada a ideia de que ser mulher é ser quase integralmente mãe dedicada e atenciosa. A sociedade patriarcal passa a valorizar os cuidados da mãe para supervisionar a educação de seus filhos e não deixá-los simplesmente aos cuidados de amas, negras, “estranhos” ou “moleques” de rua. Com a emergência da classe burguesa, há o reforço imaginário da importância do amor e cuidado para com o marido e os filhos. Percebe-se o endosso desse papel por parte dos meios médicos, educativos e da imprensa. Eles combatiam severamente o ócio e sugeria que as mulheres se ocupassem ao máximo dos afazeres domésticos. Através de romances da época, percebe-se a crescente santificação da mãe, da domesticidade e dos deveres de ser esposa, enquanto isso o homem ocupa-se em ganhar dinheiro para o sustento da família.¹
D’INCAO, Maria Ângela. Mulher e a família burguesa. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), p. 229
Você já viu alguma propaganda antiga? Como será que o sujeito feminino era representado nela?
FIGURA 1
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1955/ . Acesso em 17/09/13
1- Qual a relação que você estabelece entre o texto histórico e a propaganda?
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2- A propaganda retrata uma família? Como ela é representada?
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3-Observe o enunciado:
“No Dia das Mães... um presente útil a fará ainda mais feliz!”
a) O que ele significa?
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4- O enunciado: “A mamãe se sentirá sempre feliz, qualquer que seja seu presente”
provoca o efeito de sentido de que as mães:
a) ( ) merecem qualquer presente, pois não se importam com isso.
b) ( ) são sempre resignadas, aceitando qualquer coisa que venha dos filhos.
c) ( ) sentem-se felizes sempre, mesmo sem ganhar presentes.
d) ( ) não precisam de objetos, porque já tem seus filhos como maior presente.
5- No texto abaixo da marca, na imagem 2, está escrito o seguinte:
“A mamãe se sentirá sempre feliz, qualquer que seja seu presente... mas um presente útil, com certeza a deixará ainda mais contente! Escolha um presente útil... Escolha um Liquidificador Walita, o mais completo dos liquidificadores. Nenhum outro presente terá tanto valor para a mamãe!”
a) A quem esse texto se dirige? Quais palavras fizeram você chegar a essa
conclusão?
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b) Observe o último enunciado: “Nenhum outro presente terá tanto valor para a
mamãe!” Qual relação ao produto anunciado? Qual a finalidade da propaganda em
utilizar esse tipo de discurso?
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c) Que relação se estabelece entre as palavras “útil” e “valor”? Tudo o que é “útil”
tem valor e vice versa?
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5ª. AULA
Professor, apresente aos alunos outra propaganda intitulada “Presente útil no Dia das Mães”, que circulou em 15/05/1969, por ocasião do Dia das Mães, e que pode ser acessada no site:
http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1969/ .
Inicialmente, faça, junto aos alunos, gestos de interpretação, buscando fazê-los compreender que, embora seja posterior, se parece muito com a propaganda anterior.
Chame a atenção para o uso constante de adjetivos e para a representação do sujeito feminino. Peça-lhes que respondam as questões que se seguem:
Como as mães eram representadas em 1969? Quais produtos eram destinados a elas como presente? Veja uma propaganda daquele ano.
FIGURA 2
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1969/ acesso
11/09/2013
Para facilitar a leitura, transcrevemos a propaganda acima. Note que a linguagem daquela época era diferente da que usamos hoje.
Presentes Úteis estudados detalhe por detalhe para proporcionar confôrto ao
seu lar.
Acerte em cheio, oferecendo essas modernas e maravilhosas utilidades, garantidas pela técnica G-E – o mais alto padrão mundial de qualidade, comprovado através de gerações.
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Nosso mais importante produto é o progresso.
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Você lembra o que são os ADJETIVOS?
ADJETIVOS são palavras que caracterizam um substantivo atribuindo-lhe qualidade / característica, estado ou modo de ser.
1. Como a mulher é representada nesta propaganda? A que sentidos remetem a roupa que ela está usando?
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2. Essa propaganda circulou no Dia das Mães, em maio de 1969. Pelos produtos
anunciados, é possível compreender o lugar ocupado pela mulher na sociedade
daquela época? Explique.
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3- Que efeitos sentido provocam o enunciado “Acerte em Cheio”? O que ele
significa?
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4- Observe o enunciado em destaque: “Presentes Úteis estudados detalhe por
detalhe para proporcionar confôrto ao seu lar”. A quem ele se dirige e o que
significa?
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5. Com base no texto da propaganda, responda nos espaços entre parênteses com
(V) para verdadeiro ou (F) para falso:
a) ( ) Há a exaltação do produto e da marca.
b) ( ) Existem palavras que “perderam” acentuação nos dias de hoje.
c) ( ) Esta propaganda dirige-se ao público masculino.
d) ( ) O slogan sugere que a fábrica traz progresso para o Brasil.
e) ( ) Os modelos dos produtos mudaram muito e são bem diferentes dos atuais.
f) ( ) Os adjetivos estão presentes em todo o texto.
g) ( ) O logotipo da marca não é evidenciado nesta propaganda.
6ª. AULA
Professor, nesta aula, trabalharemos com mais uma propaganda de
eletrodoméstico, que circulou também por ocasião do Dia das Mães, 03/05/197, e
que está disponível em http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-
estadao/tag/maquina/.
Observe o anúncio e responda:
FIGURA 3
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/maquina/ acesso
11/09/2013
Para facilitar a leitura, transcrevemos o texto:
Mãe não é máquina. Dê uma Brastemp para ela.
Tanque acaba com qualquer mãe. Por menos que ela reclame e por maior que seja seu espírito de sacrifício, não há mãe que agüente. Aproveite o Dia das Mães e dê uma nova lavadora automática Brastemp para ela. Você vai transformar a vida dela num mar de rosas. Ou você não sabe que a nova lavadora Brastemp deixa a roupa de molho, lava, bate, enxágua e torce? A roupa fica prontinha para secar e as mães ficam com mais tempo para serem mães. Faça isso por sua mãe. Por sua sogra. Por sua mulher. Agora, se ela já tem uma nova lavadora Brastemp, dê a secadora. Aí o mar de rosas não estará mais sujeito a chuvas e trovoadas.
Brastemp. Quem é líder sabe o que faz.
1. Estabeleça as semelhanças/diferenças entre este anúncio e os estudados na aula anterior.
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2-Que efeitos de sentido derivam do enunciado “Mãe não é máquina”.
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3-Como é representado o sujeito mãe no enunciado: “Por menos que ela reclame e
por maior que seja seu espírito de sacrifício, não há mãe que aguente.”
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4- A que sentidos remetem o enunciado: “Você vai transformar a vida dela num mar
de rosas”?
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3- A propaganda sugere que você transforme a vida de sua mãe num “mar de
rosas” isso significa que:
a) ( ) A vida dela é cheia de “chuvas e trovoadas”, que na propaganda, significam as
tarefas domésticas;
b) ( ) a família toda pode ajudar nas tarefas domésticas, inclusive lavando roupas,
para agradá-la.
c) ( ) a vida de qualquer mulher pode ser modificada se ela ganhar uma lavadora
de roupas de presente.
d) ( ) a expressão remete para sentidos relacionados à possibilidade de a mulher ter
mais tempo para si e para os filhos;
4- Na propaganda em questão, o que significa o enunciado: “Aí o mar de rosas não
estará mais sujeito a chuvas e trovoadas.”
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5- Analise o seguinte enunciado retirado da propaganda: “A roupa fica prontinha
para secar e as mães ficam com mais tempo para serem mães.” O que ele significa
na propaganda? Pensando em uma mulher comum do século XXI, será que o único
objetivo do sujeito feminino é ser mãe em tempo integral? O que fazem ou gostam
de fazer as mulheres que você conhece, além de cuidar dos filhos? Leia os quadros
abaixo e discuta com seus colegas:
FILHOS? NÃO, OBRIGADA.
Segundo reportagem de capa da Revista Veja de 29 de maio de 2013, um dos dados mais espantosos do último senso do IBGE é o de que as brasileiras que estão prestes a fazer 50 anos (portanto fim do ciclo reprodutivo) já fazem parte de um grupo de 20% das que não possuem filhos (número que cresceu bastante na segunda década). Entre as que declaram ter diploma de ensino superior, pouco mais de um quinto optou por não experimentar a maternidade. Essa é uma tendência que pode crescer, pois as famílias que não tem filhos multiplica-se em um ritmo três vezes mais rápido do que as que tem filhos.
Como se constata em outros países, muitas brasileiras não se sentem mais presas ao conceito de que a felicidade passa necessariamente pela maternidade, diz Mirian Goldenberg, antropóloga. A apenas uma geração atrás, as mulheres que não conseguiam dar filhos a seus maridos eram consideradas seres incompletos.
Os pensamentos existencialistas de Simone de Beauvoir, do século XIX (que falava que a maternidade não é algo natural na mulher), foram comprovados mais tarde com a descoberta do hormônio da oxitocina (responsável pela sublime sensação de plenitude feminina ao amamentar ou acariciar seu bebê). As mulheres incapazes de produzir tal hormônio não experimentam essa sensação.
Quase metade das brasileiras trabalham fora, cerca de 50% mais do que no final da década de 60. O casamento e a maternidade vão sendo empurrados para frente em nome da liberdade e do trabalho. Quanto mais educadas e bem-sucedidas, mais elas têm se revestido de coragem para se desviar do que todo mundo sempre viu como um destino inescapável.
Por trás dessas escolhas há a preocupação de estudiosos que dizem que uma baixa na população tende à redução do contingente economicamente ativo, que podem trazer prejuízos para a economia, e o aumento do número de idosos que tende a desestabilizar o sistema previdenciário. Porém, isso abre uma oportunidade única para a Educação, pois com menos crianças, é possível investir mais e melhor em cada uma, esculpindo talentos que saberão lidar com o desafio das populações envelhecidas: fazer mais com menos gente.
Fonte: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx acesso em 10/12/2013
a) A maternidade é algo natural para as mulheres? Explique de acordo com o
que você leu no quadro acima.
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b) As mulheres que não são mães têm a possibilidade de realizar-se fazendo
outras coisas? Comente sua resposta.
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7ª. AULA
Professor, serão apresentados trechos da música “Ai que saudades da Amélia”, de
Mário Lago e Ataulfo Alves, disponível em http://www.vagalume.com.br/mario-
lago/ai-que-saudades-da-amelia.html#ixzz2e2yBwQBY, que retrata dois tipos
distintos de sujeitos femininos: o companheiro que sofre calado e aceita todas as
situações sem nada exigir, e outro, vaidoso, que valoriza os bens materiais.
Observe, com seus alunos, que há certo saudosismo em relação à mulher do tipo
“Amélia”, retratada nas propagandas analisadas até então.
Você sabe o que é uma “Amélia”? Conhece alguma?
Antes de ouvir a música, vamos conhecer um pouco da sua história.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Escrita durante a Era Vargas – período de militarismo e de repressão no Brasil – a música fez com que Amélia ganhasse sinônimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos. Nessa época, o governo não gostava de sambas que exaltassem o malandro, preferia que as letras de música enaltecessem a mulher “do lar”, o trabalhador, o “chefe de família”. Portanto esta música deve ter agradado à Getúlio Vargas – presidente deste período.
O filho de Ataulfo, Ataulfo Alves Júnior, diz que a letra da música foi escrita para homenagear “dona Amélia dos Santos, lavadeira de Aracy de Almeida” – cantora e compositora de samba. “Ela era uma mulher que fazia de tudo: passava roupa, limpava a casa, dava banho no cachorro. Meu pai e Mario Lago decidiram enaltecê-la.”
Descoberta pela revista O Cruzeiro, Amélia foi encontrada morando no subúrbio do Rio de Janeiro. Ela era lavadeira e sustentava oito filhos sozinha.
Mas o próprio Mario Lago não chegou a conhecê-la. Em entrevista à revista Marie Claire, ele contou que a música surgiu de uma brincadeira do irmão de Aracy, o Almeidinha, que sempre que se falava em mulher ele dizia: “Amélia é que era mulher, Amélia é que lavava, passava” e Mario entrava na brincadeira e emendava mais verbos: “bordava, chuleava, tricotava” até que percebeu que aquilo poderia virar samba.
A música foi sucesso no carnaval de 1942 na voz do próprio Ataulfo Alves, já que muitos cantores recusaram-se a cantá-la por achar que era triste e fúnebre. Grande engano, pois ela é cantada até hoje nas rodas de samba!
Fonte: http://passeandopelocotidiano.blogspot.com.br/2011/08/historia-por-tras-da-musica-ai-que.html. Acesso em 21/11/2013.
Agora vamos aos trechos da música:
“Ai que saudades da Amélia”
Mario Lago e Ataulfo Alves
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai meu Deus que saudade da Amélia
Aquilo sim que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado dizia
Meu filho o que se há de fazer
[...]
1. Analisando a história da música, podemos afirmar que:
a) ( ) Amélia foi uma mulher criada pelos compositores do samba, pois não existem
mulheres assim;
b) ( ) O próprio Mario Lago não conhecia a “Amélia” a quem se referia, pois essa
foi uma música composta para agradar ao governo.
b) ( ) A mulher que fazia exigências na música foi baseada na cantora e
compositora Aracy de Almeida, que gostava de trabalhos domésticos.
c) ( ) A música retrata um tipo de mulher real, que viveu na época em que ela foi
criada e exalta o sujeito feminino dado a trabalhos domésticos, submisso e
resignado.
d) ( ) Amélia era uma costureira que criava oito filhos sozinha e trabalhava no
subúrbio do Rio de Janeiro, na década de 1940.
2. Nesta música, são representados dois tipos de sujeito feminino. Quais são eles?
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3. Qual das representações mais se assemelha à das propagandas analisadas
até agora? Justifique sua resposta.
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4. O sujeito enunciador/compositor demonstra preferência por um dos tipos de
mulher. Qual? Qual o trecho da música que comprova essa afirmação?
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5. Analise novamente o enunciado da propaganda da Brastemp: “Por menos
que ela reclame e por maior que seja seu espírito de sacrifício, não há mãe que
aguente”, relacionando-o com um trecho da música. Qual trecho você escolheria?
Por quê?
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6. Relacione os tipos femininos representados na música. Para a “Amélia”
responda com (A) e para a mulher “fútil” (F):
a) ( ) “Nunca vi fazer tanta exigência”
b) ( ) “Você só pensa em luxo e riqueza”
c) ( ) “Às vezes passava fome ao meu lado”
d) ( ) “Não tinha a menor vaidade”
e) ( ) “Tudo o que você vê, você quer”
8ª. AULA
Professor, nesta aula, será analisada uma propaganda de um banco, que faz alusão ao “dote”, antiga prática, segundo a qual, o sujeito feminino deveria levar consigo bens ou dinheiro. A materialidade em questão circulou em 27/11/1974 e encontra-se disponível em: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1974/ .
Antes porém, é interessante saber um pouco mais sobre essa prática.
Vamos saber um pouco mais sobre o que é a prática do “dote”?
UM POUCO DE HISTÓRIA...
O dote feminino
O dote é uma antiga prática, herdada pelos portugueses, aonde o pai – rico senhor de terras - combina o casamento da filha com alguém que ele considera bem sucedido (por ter um sobrenome importante, ou poder cuidar bem dos negócios dele, ou até mesmo rico) e ao casar-se a moça leva consigo bens ou dinheiro. Moça sem dote corria o risco de morrer solteira.
No romance “Senhora” de 1875, José de Alencar critica a prática do dote e mostra uma moça pobre condenada ao celibato forçado por não ter dinheiro. Ele queria com isso dar um “puxão de orelhas” nos rapazes interesseiros que não se casavam por amor, mas com vistas nos bens materiais das moças.
Esta prática do dote foi abandonada na Inglaterra no final do século XIX. Na Alemanha, durou até pouco depois da 1ª. Guerra Mundial. Na Europa contemporânea já foi extinta quase que totalmente, restando apenas em algumas localidades rurais da Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, Portugal e Malta. Na Índia, essa prática persiste até os dias de hoje.
No século XVIII, na sociedade paulista, a base da viabilização material da família era o dote que a mulher de elite trazia consigo. Já no século XIX, ocorre a inversão dessa prática, pois a grande maioria de pequenos proprietários, comerciantes e profissionais liberais não possuiam bens para dotar suas filhas e elas iam para o casamento “de mãos abanando” mesmo.
Com o declínio do dote, a mulher de elite passa a não ser mais a peça fundamental do casamento. Os filhos precisam procurar outros recursos para seu sustento (pois não há mais o aceno de bom dote o esperando no altar). Essas transformações ocorrem nas famílias paulistas dos séculos XVII a XIX, embora o maior declínio do dote no século XVIII. Com os pensamentos individualizantes da classe burguesa, quando começa a surgir uma maior autonomia dos filhos, um declínio da família patriarcal e o predomínio do casamento por amor (era romântica).
Nas famílias cafeeiras, patriarcais, paulistas do século XIX, talvez não tenha sido o individualismo que enfraquecera o hábito do dote, mas sim o fortalecimento econômico gerado por um casamento entre pessoas ricas (as quais somariam suas fortunas), pois não era preciso ter um genro para dar seu sobrenome importante ou que tocasse os bens da família. O mais importante era não dissolver a fortuna.
MOURA, Denise Aparecida Soares de. Mulheres e dote no Brasil. Revista Estudos Femininos. Universidade de São Paulo. Vol. 10. nº 1. Florianópolis, jan. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2002000100022&script=sci_arttext Acesso em 20/11/2013
Responda as frases abaixo com as palavras que você vai encontrar no caça-palavras, o qual está relacionado ao texto histórico acima.
a) No Brasil, herdamos a prática do dote dos _______________________.
b) O dote ainda existe na _____________________.
c) José de Alencar criticou o dote no seu livro ________________________.
d) Rapazes ___________________________ buscavam um bom casamento com vistas no dote que a moça traria.
e) O dote era praticado com as ________________ de elite, pois as pobres casavam sem dote ou corriam o risco de ficarem ___________________.
f) O dote poderia ser em ____________________ ou bens materiais como terras e jóias.
g) A Era Romântica gera o sentimento do ___________________________ nos filhos e eles começam a pensar em casamento por _____________.
h) As famílias ____________________ do século XIX, em São Paulo, desistem do ______________ porque querem casar suas filhas com homens ricos para ________________ suas fortunas.
VAMOS VER UMA PROPAGANDA DE 1974, QUE FAZ ALUSÃO À PRÁTICA DO DOTE:
FIGURA 4
Fonte: Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1974/
Acesso em 23/09/13.
1. A quem se dirige essa propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Que tipo de sujeito feminino é retratado nesta propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Que efeito de sentido provoca o enunciado: “Quem sabe aparece algum interessado”.
___________________________________________________________________
S V C O J L B S E R A M O S I A Q M G K L S L E T M N W N I R S P G O Y I X E N Q G D T N I S E D U T E N K X H I F O D E J F S E A V K S V V O V T I T E J W E T S F D I T U R B A L J V J G U K E D D Q N N A S O I P G T O G U L L Z V B A L S Q E O S Y A U C K N S R N X X G Z N D L M Z T Z Z I M M D R S O R I E S S E R E T N I S E O D S J X G B E E O W L M A B X M I J X X X F A U P W K S J O M A Z Y Y A F P Z L Z T J F D S F O R C D I N H E I R O
______________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Se você fosse a filha citada no anúncio, gostaria da maneira como ele foi formulado? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Quais os sentidos atribuídos ao sujeito feminino nessa propaganda? Explique.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9ª. AULA
Nesta aula, apresente aos alunos a propaganda do Fusca, a qual sugere que o sujeito masculino presenteie o sujeito feminino com um carro, pois a sua esposa precisaria dele para dar conta dos afazeres com os filhos, com a família e a casa.
Acompanha texto histórico sobre o lugar ocupado pelo sujeito feminino na sociedade burguesa. Propaganda disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=508229302521468&set=pb.507777489233316.-2207520000.1382464555.&type=3&theater
Texto das curiosidades disponível em: http://maisquecuriosidade.blogspot.com.br/2011/02/fusca-20-coisas-que-voce-precisa-saber.html
Vejamos um pouco sobre a história dos sujeitos femininos e os lugares que ocupavam na época do lançamento do Fusca:
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Mulher e a Família Burguesa
“Da esposa do rico comerciante ou do profissional liberal, do grande proprietário investidor ou do alto funcionário do governo, das mulheres passa a depender também o sucesso da família, quer em manter seu elevado nível e prestígio social já existentes, quer em empurrar o status do grupo familiar mais e mais para cima.
Num certo sentido os homens eram bastante dependentes da imagem que suas mulheres pudessem traduzir para o restante das pessoas de seu grupo de convívio. Em outras palavras, significavam um capital simbólico importante, embora a autoridade familiar se mantivesse em mãos masculinas, do pai ou do marido. Esposas, tias, filhas, irmãs, sobrinhas (e serviçais) cuidavam da imagem do homem público; esse homem aparentemente autônomo, envolto em questões de política e economia, estava na verdade rodeado por um conjunto de mulheres das quais esperava que o ajudassem a manter a sua posição social.”
D’INCAO, Maria Ângela. Mulher e a família burguesa. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), pág. 229 e 230
Algumas curiosidades sobre o carro mais fabricado no mundo:
VOCÊ SABIA...- que o Fusca é m carro alemão que foi encomendado por ninguém menos que Adolf Hitler para ajudar na 2ª. Guerra Mundial?
- é o carro fabricado por mais tempo em todo o mundo: seus primeiros protótipos são de 1934 e os últimos veículos que saíram das fábricas são de 2003 (69 anos!)?
- que a fábrica da Volkswagen foi inaugurada em 1957 no Brasil?
- que o Fusca foi o veículo mais emplacado no Brasil?
- era para se chamar Folks, mas o brasileiro simplificou para Fusca mesmo...
Blog Mais que Curiosidade
FIGURA 5
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=508229302521468&set=pb.507777489233316.-2207520000.1382464555.&type=3&theater
acesso em 22/10/2013
Como sempre, para facilitar a leitura, transcrevemos o TEXTO da propaganda:
ÊLE
De manhã vai ao trabalho e volta à noite.
ELA
Leva as crianças à escola, vai à feira, vai ao cabeleireiro, vai buscar a mamãe, busca as crianças da escola, busca os sobrinhos para brincarem com as crianças que voltaram da escola, vai à costureira, leva mamãe para a casa, vai fazer compras na cidade, devolve os sobrinhos, vai visitar as amigas, vai ver como titia Celina está passando, volta à casa de uma amiga para apanhar a bolsa que tinha esquecido etc, etc, etc.
NÃO É JUSTO QUE ELA TENHA UM VOLKSWAGEN SÓ PARA ELA?
COM BASE NA PROPAGANDA E NO TEXTO HISTÓRICO ACIMA, RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES:
1- Observe a imagem. Os lugares ocupados pelos sujeitos masculino e feminino na
propaganda encaminham para o seguinte sentido:
a) ( ) os lugares ocupados por esses sujeitos são iguais na sociedade: os dois
trabalham fora, mas somente o sujeito masculino vai de carro para o trabalho;
b) ( ) o sujeito masculino precisa mais do carro, pois trabalha longe. Já o sujeito
feminino trabalha em casa e pode ficar sem ele.
c) ( ) somente o sujeito masculino sabe dirigir e, por isso, ele está ao lado do carro.
Ao sujeito feminino cabe cuidar das crianças e usar o automóvel para passeios com
a família.
d) ( ) A propaganda remete para o modelo de família patriarcal: o sujeito
masculino preocupa-se em prover a família de bens materiais, enquanto ao
feminino é atribuída a função de cuidar da casa e dos filhos.
2- No texto, o sujeito enunciador descreve o dia a dia enfrentado pelo sujeito feminino. Que efeito de sentido essa descrição provoca?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Qual o significado de “só para ela”, ao lado da marca?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4- Observe a propaganda novamente e assinale a classe social a que pertence a
família apresentada. Uma dica é prestar atenção no vestuário dos sujeitos:
a) ( ) insere-se na classe média-alta, pois apesar de ter tantos compromissos, o
sujeito-feminino não precisa se preocupar com a limpeza da casa e feitio das
refeições.
b) ( ) Insere-se na classe alta, porque ela apenas cuida dos familiares, da beleza e
tem empregados que fazem os trabalhos domésticos e as compras do lar.
c) ( ) Está inserida na classe alta, pois a propaganda sugere que o marido dê à
esposa um carro de presente, pois ela já tem quem leve os filhos para a escola.
d) ( ) Pertence à classe baixa, pois a mulher precisa mais do carro. Portanto, o
marido pode ir ao emprego a pé ou de ônibus.
5. Quais as relações que existem entre o contexto histórico e a propaganda do
Fusca?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Releia este trecho e explique-o com suas palavras:
Num certo sentido os homens eram bastante dependentes da imagem que suas mulheres pudessem traduzir para o restante das pessoas de seu grupo de convívio. Em outras palavras, significavam um capital simbólico importante, embora a autoridade familiar se
mantivesse em mãos masculinas, do pai ou do marido.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10ª. AULA
Professor, nesta aula, trabalharemos com alguns trechos da música “Karatê”, de Cácio e Marcos, disponível em: http://www.vagalume.com.br/cacio-e-marcos/karate.html#ixzz2eVbYsCZB, que retrata o sujeito feminino ambicioso, que está interessado apenas em bens materiais e não deseja ter um relacionamento mais profundo.
Analise, com seus alunos, a inversão de valores que ocorre nesta música, comparando-a com propaganda do banco estudada na aula anterior.
Analisaremos trechos da música para ver como é retratado o sujeito feminino no século XXI:
KARATÊ
Cácio e Marcos
Esse mundo está perdido, chega, eu vou dizerA última coisa que elas querem é se envolverCaio a noite na balada, deixo acontecerEntra no clima, chega junto, ver no que vai darMas não perca o seu tempo se quer namorarPois o que elas querem é só te enrolarSó zoar...
Como diz o ditado, é só o KaratêKaratê carro, ter dinheiro, status e poderSe não for isso, pode crer, vão esnobar vocêElas só querem fugir do compromissoSair no fim de semana, dois corpos sobre a camaMas elas não me enganamVou te dar um conselhoEla pode ser filé
Mas sai do pé dessa mulherSe liga aí...
[...]Contribuição: leandrostz
1. Na primeira estrofe, o autor da música fala:
“Mas não perca o seu tempo se quer namorar
Pois o que elas querem é só te enrolar”.
Explique o sentido da expressão sublinhada na música em questão.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Na segunda estrofe há seguinte afirmação:
Como diz o ditado, é só o KaratêKaratê carro, ter dinheiro, status e poderSe não for isso, pode crer, vão esnobar você
a- Que sentidos podem ser atribuídos ao enunciado em questão?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b- Você sabe o que é um ditado popular? Como ele surge? Que ditado popular esse enunciado retoma?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c- Por que a palavra sublinhada no enunciado acima foi abreviada? Que efeito de sentido ela produz? O que ela significa?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d- Contrapondo esta música com a propaganda da aula anterior, podemos dizer que se trata da mesma representação do sujeito feminino? Explique.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
e- Quem seria o interessado em dinheiro na propaganda 4?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
f- Quem estaria interessado em bens materiais na letra da música?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
g- Você concorda com a letra da música? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________
h- Como o sujeito enunciador representa o sujeito feminino que ele descreve? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
i- Explique o sentido da palavra sublinhada no trecho abaixo:
Ela pode ser filé Mas sai do pé dessa mulher Se liga aí...____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
j- Por trás do discurso humorístico se “esconde” um outro tipo de discurso. Qual?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11ª. AULA
A propaganda a ser analisada nessa aula retrata um sujeito feminino mais “moderno” que os apresentados até então, e aponta para aqueles que conhecemos na atualidade: um sujeito que decide quando será a sua iniciação sexual (se antes ou depois do casamento) e, por apresentar um homem nu, podemos inferir que ela também explora o corpo masculino, pois o mais comum é ver o contrário acontecer. O interessante nesta peça publicitária é analisar o texto, que está repleto de sentidos, principalmente no que se refere ao verbo “dar”- que por se tratar do Dia dos Namorados – adquire uma conotação sexual. Para contrapor com essa peça publicitária, serão analisados trechos de textos históricos sobre o comportamento feminino do século XIX, em especial sobre a sexualidade e a exigência da virgindade antes do casamento (principalmente na classe alta). É interessante tratar o tema da sexualidade com cuidado em sala de aula, pois muitas famílias ainda são contra a ideia do sexo antes do casamento. A discussão desse assunto em sala de aula é interessante, pois essa é uma questão que vem ganhando novamente, maior visibilidade.
http://www.propagandashistoricas.com.br/2013/05/casa-das-cuecas-dia-dos-namorados-1982.html Acesso em 22/10/2013
Leia um pouco sobre o que se esperava do sujeito feminino antes do casamento, antigamente, em cada um dos quadros abaixo:
“Os relatos dos cronistas, viajantes e historiadores do período exibem um quadro em que a menina ou a mulher candidata ao casamento é extremamente cuidada, é trancafiada nas casas [...]. todavia essa rigidez pode ser vista como o único mecanismo existente para a manutenção do sistema de casamento, que envolve a um só tempo aliança política e econômica. [...] Nos casamentos das classes altas [...] a virgindade feminina era um requisito fundamental.[...] Funcionava como um dispositivo para manter o status da noiva como objeto de valor econômico e político, sobre o qual se assentaria o sistema de herança de propriedade que garantia linhagem e parentela.”
D’INCAO, Maria Ângela. Mulher e a família burguesa. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), p. 235
“A piauiense Amélia de Freitas, costumava relatar o início do namoro com Clóvis Beviláqua [...] o qual havia sido cercado de regras e imposições sociais. Amélia acabou se casando com Clóvis em 5 de maio de 1883.
A filha mais velha deveria casar-se primeiro [...] como exigência de seu pai, o pretendente inicialmente pedira a mão de sua irmã mais nova, Ana Julieta, em casamento. Além disso, a pouca exposição do casal a sós para evitar os contatos sexuais antes das núpcias, numa época em que a virgindade da moça era vista como condição primeira, a noção de que a conquista e o galanteio partem do rapaz, a certeza de que o marido nem sempre seria o rapaz mais desejado, e sim o possível, num mercado matrimonial relativamente restrito, e aceito pelos pais e familiares, impunham à mulher a condição de aceitar, com resignação, o par que lhe era mais que sugerido – praticamente imposto – pela família da
moça.”
FALCI, Miridan Knox. As Mulheres no Sertão Nordestino.¹ In: História das Mulheres no Brasil /
Mary Del Piore (org.), (p. 258)
A propaganda que segue é de 06/06/1982 e circulou nos jornais por ocasião do Dia dos Namorados daquele ano:
FIGURA 6
Fonte: http://www.propagandashistoricas.com.br/2013/05/casa-das-cuecas-dia-dos-namorados-1982.html acesso em 22/10/2013
Leia o Texto que a acompanha a propaganda
DÊ PARA O SEU NAMORADO
Dia 12 de junho é o dia do seu namorado em qualquer uma das nossas 11 lojas.
Não deixe de dar para ele: temos mais de 500 artigos diferentes com etiquetas famosas e preços apaixonantes.
Oferta para o namorado friorento: pijama longo fio escócia só Cr$ 2.200,00
“Presente para o namorado esportivo: training de moleton apenas Cr$ 4.600,00”
E para o romance que dá pé: meia tamanho único por Cr$ 320,00 o par
1- A quem se dirige esta propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2- Sabemos que 12 de junho é o Dia dos Namorados, mas o sujeito enunciador optou por dizer: “Dia 12 de junho é o dia do seu namorado”. Que efeitos de sentido o uso desse pronome possessivo provoca?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Quem assina a propaganda? Que efeito de sentido esse nome produz?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4- Qual o (s) sentido (s) do verbo “dar” na propaganda?
a) ( ) significa “entregar”, “ceder gratuitamente” algo a alguém, pois o objetivo da propaganda é vender os produtos anunciados.
b) ( ) possui um duplo sentido, pois tanto aponta para o ato de oferecer algo a alguém, como remete para o campo da sexualidade.
5- No texto, ao lado da figura há a expressão: “preços apaixonantes”. Por que esse tipo de expressão foi escolhida para este anúncio?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6- Qual o possível sentido(s) da expressão grifada no enunciado “E para o romance que dá pé: meia tamanho único por Cr$ 320,00 o par”. Que efeito de sentido provoca?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7- Esta propaganda assemelha-se ou diferencia-se da propaganda do banco e da música de Cácio e Marcos? O que você observou com relação a isso?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Relacione os sentidos que estavam inscritos na história e aqueles que derivaram da propaganda:
(1) História ( ) O sujeito feminino era livre para
escolher seu parceiro.
(2) Propaganda da Casa ( ) A moça era vigiada e educada para
das Cuecas não manter relações sexuais antes
do casamento.
( ) Os presentes e galanteios partem
do homem.
( ) Ambos os sexos presenteiam os
seus namorados.
( ) A família escolhia com quem a moça
iria se casar.
( ) Deve casar primeiro a filha mais
velha.
( ) A moça tinha liberdade de escolha
e pode casar com quem deseja.
12ª. AULA
Professor, nesta aula, analisaremos uma propaganda disponível em http://ruminantia.wordpress.com/, em que o sujeito enunciador pretende vender uma lava-louças e, portanto, faz uma crítica ao sujeito masculino que não sabe que sua esposa “não foi feita” para lavar pratos. A propaganda sugere que, com a máquina, ela terá mais tempo livre para dedicar-se a ele, que não precisa ajudá-la nos afazeres domésticos.
Analise esta propaganda abaixo:
FIGURA 7
Fonte: Disponível em http://ruminantia.wordpress.com/
Acesso em 11/06/2013.
1. A quem, possivelmente é dirigida esta propaganda?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Que sentido pode ser atribuído ao enunciado “Você casou com uma mulher ou uma lava louça?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Que relação de sentido pode ser estabelecida entre o sujeito feminino e o produto oferecido?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Explique o que significa o enunciado “Está na hora de você saber quem é quem na sua casa?”
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13ª. AULA
Nesta aula, analisaremos uma propaganda, disponível em http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1969/page/2/, que demonstra como o sujeito feminino era tratado na década de 1960 (e quem sabe até nos dias atuais...). Nessa época, ele era subjugado e ocupava uma posição inferior ao sujeito masculino.
Em alguns textos que retratam o sujeito feminino de antigamente, eles possuíam um caderninho em que faziam “[...] anotações sobre os gastos da casa, nos espaços entre o preço da cebola e o caixote do sabão, confissões sonhadoras feitas com a fina pena de ganso (ou pato) e com tinta roxa, da cor da paixão. [...]. Mas quando se casavam, trancavam a sete chaves esses diários porque está visto que segredos saindo da pena de uma mulher casada só podia ser bandalheira...” (Fagundes Telles, 2010, p. 671).
Observe a propaganda de 1969 que segue:
FIGURA 8
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1969/page/2/
Texto:
Mulher que não compra na Sensação merece ‘bronca’! (... e o homem também)
O que não é grátis é quase de graça!
Tudo sem entrada ou 24 pagamentos iguais
1. A quem é destinada esta propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Que sentidos podem ser depreendidos da relação que se estabelece entre o enunciado principal e a imagem?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Observe a imagem desta propaganda e marque as respostas adequadas:
a) ( ) O sujeito masculino dá “bronca” na esposa, porque ela não soube
economizar.
b) ( ) O sujeito feminino demonstra uma fisionomia pensativa e parece concordar
com o que o marido fala.
c) ( ) O sujeito feminino parece estar muito ofendido com a “bronca” do marido.
d) ( ) A propaganda sugere que tanto sujeito masculino quanto feminino que não
compram nesta loja merecem receber “bronca”.
e) ( ) A posição em que o casal é representado na propaganda não interfere no seu
sentido.
g) ( ) As letras menores no texto da propaganda e o uso entre parênteses: “(e o
homem também)”, indicam que o homem não pode ser questionado nunca sobre
seus atos.
4. Além de dona de casa, o sujeito feminino adquire outro papel nesta propaganda. Qual é ele?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Que tipos de produtos são ofertados na propaganda? Que efeitos de sentido produzem? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14ª. AULA
Professor, apresente outra propaganda, disponível em
http://www.propagandasantigas.blogger.com.br/, em que o sujeito feminino assume o lugar de controladora e/ou colaboradora do orçamento doméstico. Observe, com seus alunos que ele poderá contribuir com o orçamento.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Na história das mulheres em Minas Gerais, “descortina-se um universo de significativa participação das mulheres nas práticas sociais e na economia, ao contrário do que sempre pareceu constituir submissão e passividade, outrora marcas da presença feminina na história do Brasil”.
FIGUEIREDO, Luciano. Mulheres nas Minas Gerais. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), pág. 184
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Na história das mulheres do Sul, as ricas estavam confinadas aos cuidados do lar e dos filhos. As mulheres de Desterro – antigo nome da capital de Santa Catarina, no século XIX – determinou-se “uma nova distribuição de funções e delimitação de espaços e papéis sexuais. Nas antigas vendas, nas pequenas casas comerciais, as mulheres eram presença constante, atendendo à freguesia, auxiliada ou não pelos maridos. [...] na agricultura, nos engenhos de farinha de mandioca, na limpeza e secagem do peixe, as mulheres permaneciam ativas. [...] As famílias demonstravam sua “distinção social”, entre outras coisas, pela dedicação de suas mulheres exclusivamente aos papéis familiares”
PEDRO, Joana Maria. Mulher e a família burguesa. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), p.. 285
1. No texto, percebemos que o fato de o sujeito feminino trabalhar significava que ele era pobre e precisava ajudar no orçamento doméstico. Nos dias atuais:
a) ( ) as mulheres pobres trabalham fora e as ricas não precisam trabalhar.
b) ( ) tanto às mulheres pobres quanto às ricas é recomendado que trabalhem em
casa, cuidando dos filhos e do lar.
c) ( ) percebemos que o trabalho é algo que a mulher faz para, além de ter seu
dinheiro, ter uma profissão e realizar-se completamente.
d) ( ) vemos que as mulheres ricas são formadas, porém não exercem sua
profissão, pois não precisam dela.
Vejamos uma propaganda que demonstra que o sujeito feminino também ajudava no orçamento doméstico:
FIGURA 9
Fonte: http://www.propagandasantigas.blogger.com.br/ acesso em 29/07/13
Para facilitar sua leitura colocamos o texto da propaganda aqui:
Texto:
[...] o jeito foi comprar a moderna LEONAM [...] A criançada estava crescendo [...] não havia roupa que chegasse. O jeito foi comprar a moderna LEONAM, que costura e remata ao mesmo tempo! Hoje além de costurar toda a roupa aqui de casa, ainda pego alguma de fora, para ajudar nas despesas.
Adapta-se à grossura certa dos tecidos!
Costura seda, linho, flanela ou malha com a mesma facilidade e rapidez. Seu dispositivo especial a ajusta à grossura de qualquer tecido.
Remata sua própria costura!
Você não perde tempo com remate! Todos os pontos da máquina LEONAM são automaticamente rematados. Sua costura fica mais segura.
Para bordar... vire o botão!
Nenhuma complicação... uma simples viradas nos botões e a sua máquina LEONAM está pronta para bordar.
2. Quem é o sujeito enunciador desta propaganda? Que efeito de sentido essa escolha produz?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Que relação de sentido se estabelece entre a imagem e o enunciado: “A criançada estava crescendo [...] não havia roupa que chegasse”?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Explique o que significa, no texto, a expressão “o jeito foi comprar a moderna LEONAM”?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Na propaganda, além de mãe e controladora dos gastos domésticos, o sujeito feminino também assume outro lugar. Procure no texto, um enunciado que comprove isso.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. É comum hoje em dia uma família numerosa, com muitos filhos? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Nos dias atuais, é comum o sujeito feminino participar das despesas do lar? Explique.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. A maioria das mulheres que você conhece são donas de casa ou trabalham fora? Elas costumam agregar as duas funções? O que você pensa com relação a isso?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
15ª. AULA
Professor, analisaremos uma propaganda de 1969, em que o produto oferecido é o café (com a promessa de dar “força de 10 tigres e 10 elefantes juntos”!) para que a dona-de-casa pudesse enfrentar sua jornada diária de limpeza. Com a crise de 1929 e as quedas das vendas internacionais do grão, o governo investe no mercado nacional para alavancar o produto. Observe, com seus alunos, que este café não possui uma marca específica, ele é oferecido como “aditivo” e busca atingir um público específico: o sujeito feminino que está trabalhando em casa. Disponível em http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1969/page/2/
Por que seria importante fazer uma propaganda sobre café para uma dona-de-casa?
UM POUCO DE HISTÓRIA...
“Tudo começa no início do século XX, quando a economia cafeeira concentrada na região do Vale do Paraíba começa a impulsionar a economia brasileira em um momento em que o grão estava em alta cotação na Europa. Compreendido entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, o Vale do Paraíba tinha ótimas condições geográficas como regularidade de chuvas e clima adequado para o cultivo do café. O Vale do Paraíba é formado, no lado paulista, por São José dos Campos, Taubaté, Jacareí, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Cruzeiro e Lorena. Após a concentração inicial do ciclo do café naquela região, o grão também foi cultivado nas zonas de terra roxa do interior do Paraná e de São Paulo.
Na época da expansão do ciclo do café, a vantagem do Brasil era possuir a maior parte da oferta do produto para o mundo todo, controlando os preços e decidindo de que forma iria atuar na economia internacional. Apesar disso, o crescimento da economia brasileira dependia de maneira fundamental do aumento populacional dos países consumidores, em sua maioria europeus. Desta forma, a oferta do café começa a se tornar muito superior do que a demanda, o que indicava que uma diminuição dos preços ocorreria gradualmente.
Outro fator que exerceu influência sobre a economia do café foi a crise de 1929 nos Estados Unidos. Se os preços já tendiam a cair, a crise fez com que a demanda internacional pelo produto diminuísse ainda mais, o que forçou a baixa dos preços com maior rapidez. O governo brasileiro não encontrava nenhuma solução para absorver os estoques, o que causou uma quebra na economia cafeeira da época.”
Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/ciclo-do-cafe/. Acesso em 23/11/2013
Com base no texto histórico responda o caça-palavras.
a) A economia cafeeira está localizada na região do Vale do _________________, entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
b) O preço do café estava em alta na ______________________, por isso sua produção estava em alta aqui no Brasil.
a) Para o cultivo do grão, é necessário que haja regularidades de
___________ e clima adequado.
b) O Brasil conseguia possuía a maior parte da _______________ de grãos de café no início do século XX.
c) Com a grande produção cafeeira, nosso país podia controlar os _______________ e decidir como iria atuar na __________________ internacional.
d) Apesar de controlar o mercado internacional de café, o Brasil dependia do crescimento da ___________________________ consumidora.
e) Ocorre uma diminuição gradual do preço do café quando a oferta do grão torna-se maior que a ___________________.
f) Em 1929, ocorre uma _________________ nos Estados Unidos e o preço do café cai com rapidez, provocando uma quebra na economia _________________ da época.
à X V I V R D U D P F E D C
Q A Í Z Ê Ê Ê Z E S N L Q Z
C U Ú Ô C G D Ê O V M P S M
X Ê K Ç B Ç J Z C H U V A S
A Ò A I M O N O C E N V Ã Ç
D R L Z O Ó V P N Ç P Ê P N
L Â I Z Ú I I H I O W O S O
P Ç Z E À U N E É É Ê Í Ô X
W X P S E Ê Á Õ Ú Ô D S R O
M Ó F X Z F N D O A E Ú Ã Â
S J O W Ú A A Ô Ò Ó M Ç Z J
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Ò G S K C O Z C J L N Ê H L
Ô F Ú D I Ç Ô F U A D À Â É
Q Â J É P E H P Z I A P N Ô
J T Ê S S R O L C A T S Q N
Ú U Ò I O P Ó Á T T C S M N
Ô J R Á K Ã E P A R A I B A
F C M V X Y O Ã À E Ç E Z M
Ó R M A P O R U E F E R L Ê
Ú Ó Í N W Ç W E Ê O F Ú V A
Q V Q E Q I B Ê Ü Z À Á A Q
Ú O Õ Ü S H Ç R H V À Ê P J
E L Ò Õ Á Ã Â Ê I X Í H J K
Ü F E M S D Ú Â F K U L E T
FIGURA 10
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1969/page/2/ , de 21/08/1969. Acesso em 11/12/2013
Leia com atenção o texto desta propaganda abaixo:
O aditivo das donas de casa. Nunca inventaram um aditivo como este.
Até o cheirinho estimula.
Entre o aspirador e a enceradeira, um cafezinho faz nascer de novo.
Poeira, pó, desarrumação, todos os obstáculos caem diante de um cafezinho gostoso, amargo ou doce.
Enfrentar o dia-a-dia com um bule de café quentinho é o que se chama unir o útil ao agradável.
É o que se chama ganhar força de 10 tigres e 10 elefantes juntos.
Acabou-se o tempo em que as mulheres desdobravam fibra por fibra para arrumar a casa.
Inventaram o cafezinho: o aditivo das donas de casa.
1. Qual a relação estabelecida entre a imagem e o texto da propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Como o sujeito feminino é representado na propaganda?
______________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Segundo o dicionário Michaelis on line, “aditivo” significa:
adj (lat additivu) 1 Que se soma. 2 Mat Diz-se da quantidade marcada com o sinal + e que se deve juntar a outro número. 3 Gram Diz-se das preposições e partículas que se juntam a uma palavra primitiva para formar uma composta. sm 1Projeto de emenda a um projeto de lei em tramitação, com acréscimos de dispositivos. 2 Substância adicionada a outra em quantidades relativamente pequenas para dar ou melhorar as propriedades desejáveis ou suprimir as indesejáveis.
a) Qual dessas acepções se aplica à palavra “aditivo” utilizada na propaganda, isto é, o que ela significa na propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) No texto, foram usados dois ditos populares. Quais são e que efeitos de sentido produzem na propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) O que a propaganda promete? Você acha isso possível?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Essa propaganda vem com a marca do produto? Por que você acha que isso acontece?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Releia o texto histórico e responda: por que essa propaganda pode ter circulado no Brasil?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
16ª. AULA
Professor, nesta aula, leve para seus alunos ouvirem, a música “Mulheres de Atenas”, de Chico Buarque e Augusto Boal, a qual retrata o sujeito feminino submisso e busca, através da ironia, dar um conselho: “mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas” e não deixem que seus maridos as tratem com violência e desdém. Observe que o vocabulário desta música pode não ser compreendido plenamente por seus alunos. Portanto, sugiro levar dicionários para a sala de aula para uma eventual consulta.
Fonte: http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/mulheres-de-
atenas.html#ixzz2ehNuYbuY. Acesso em 12/09/13
“Mulheres de Atenas”
Chico Buarque e Augusto Boal
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasVivem pros seus maridos, orgulho e raça de AtenasQuando amadas, se perfumam[...]Quando fustigadas não choramSe ajoelham, pedem, imploramMais duras penasCadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasSofrem pros seus maridos, poder e força de AtenasQuandos eles embarcam, soldadosElas tecem longos bordadosMil quarentenasE quando eles voltam sedentosQuerem arrancar violentosCarícias plenasObscenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasDespem-se pros maridos, bravos guerreiros de AtenasQuando eles se entopem de vinhoCostumam buscar o carinhoDe outras falenasMas no fim da noite, aos pedaçosQuase sempre voltam pros braços[...]
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasGeram pros seus maridos os novos filhos de AtenasElas não têm gosto ou vontadeNem defeito nem qualidadeTêm medo apenasNão têm sonhos, só têm presságiosO seu homem, mares, naufrágios[...]
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasTemem por seus maridos, heróis e amantes de AtenasAs jovens viúvas marcadasE as gestantes abandonadasNão fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhemSe conformam e se recolhemÀs suas novenasSerenas
[...]
Fonte: http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/mulheres-de-atenas.html#ixzz2ehNuYbuY
1. Qual é o tipo de sujeito feminino é representado nesta canção?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Leia o enunciado:
"Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de AtenasGeram pros seus maridos os novos filhos de AtenasElas não têm gosto ou vontadeNem defeito nem qualidadeTêm medo apenas"
a) No enunciado em questão, o sujeito enunciador dá visibilidade a alguns sentimentos que regem a vida dos sujeitos femininos retratados no texto. Quais são?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Será que estes sujeitos são encontrados apenas em Atenas ou eles ainda existem em nosso tempo?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. A violência doméstica contra a mulher é comum? Leia o texto abaixo que fala sobre esse tipo de violência no Brasil e dê sua opinião sobre o assunto.
Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres. Brasil e Unidades da Federação brasileiras, 2009-2011. Principais resultados:
. A taxa corrigida de feminicídios foi 5,82 óbitos por 100.000 mulheres, no período 2009-2011, no Brasil.
• Estima-se que ocorrem, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia.
• As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte apresentaram as taxas de
feminicídios mais elevadas, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100.000 mulheres.
• As UF com maiores taxas foram: Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84), Roraima (8,51) e Pernambuco (7,81). Por sua vez, taxas mais baixas foram observadas nos estados do Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28) e São Paulo (3,74).
• Mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.
• No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras (61%), que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%).
• A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.
• No Brasil, 50% dos feminicídios envolveram o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou contundente. Enforcamento ou sufocação foi registrado em 6% dos óbitos. Maus tratos – incluindo agressão por meio de força corporal, força física, violência sexual, negligência, abandono e outras síndromes de maus tratos (abuso sexual, crueldade mental e tortura) – foram registrados em 3% dos óbitos.
• 29% dos feminicídios ocorreram no domicílio, 31% em via pública e 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde.
• 36% ocorreram aos finais de semana. Os domingos concentraram 19% das mortes. Fonte: http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/23/Documentos/130925_sum_estudo_feminicidio_leilagarcia.pdf Acesso 27/11/2013
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Relacione a letra da música, na primeira coluna, com os seus possíveis sentidos, na segunda coluna:
(a) “Mirem-se no exemplo daquelas ( ) Os maridos costumam
mulheres de Atenas...” trair suas esposas quan- do estão embriagados.
(b) “Quandos eles embarcam, soldados ( ) Sujeitos femininos que Elas tecem longos bordados tem medo que seus maridos
Mil quarentenas” morram em suas viagens
marítimas.
(c) “E quando eles voltam sedentos ( ) Ironia, quer dizer oQuerem arrancar violentos contrário para os su-Carícias plenas” jeitos femininos, pois elas não
devem seguir o exem-
plo daquelas de Atenas.
(d) “Quando eles se entopem de vinho ( ) Os maridos praticamCostumam buscar o carinho violência sexual comDe outras falenas” suas esposas.
(e) “Não têm sonhos, só têm presságios ( ) As esposas esperam por O seu homem, mares, naufrágios” seus maridos fazendo
trabalhos manuais e
orando.
(f) “As jovens viúvas marcadas ( ) Os sujeitos femininos são E as gestantes abandonadas comparados à plantas queNão fazem cenas murcham e secam.Vestem-se de negro, se encolhem Seres vegetativos, queSe conformam e se recolhem nao tem opinião Às suas novenas” própria.
(g) “Secam por seus maridos, ( ) Os sujeitos femininos são
orgulho e raça de Atenas” resignados, não reclamam
por estarem por estarem
sozinhas para criar seus filhos, apenas
usam o luto e fecham-se
em suas orações.
17ª. AULA
Nesta aula, analisaremos uma propaganda, disponível em: http://colunistas.ig.com.br/cip/tag/violencia-contra-a-mulher/, sobre a violência doméstica contra o sujeito feminino, que provoca o estranhamento, tendo em vista que foge daquilo que é considerado “normal”. Assim tanto a imagem como o enunciado “Até que a morte nos separe”, convencionalmente usado nas cerimônias religiosas do casamento remete para outros sentidos, que derivam pelo trabalho da memória discursiva ou do interdiscurso, entendido por Orlandi (ano, 2012, p. 33), como “todo o conjunto de formulações já feitas e esquecidas que determinam o que dizemos”.
Como deve ser uma noiva no dia do seu casamento? Observe esta propaganda de combate à violência doméstica:
FIGURA 11
Disponível em: http://colunistas.ig.com.br/cip/tag/violencia-contra-a-mulher/ Acesso em 12/09/13
1. O que causa impacto e estranhamento nesta propaganda? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Em que ocasião formal é usado o enunciado “Até que a morte nos separe”?
No texto, ele provoca o mesmo efeito de sentido? Explique.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Neste enunciado, a palavra “morte” foi usada no sentido de:
a) ( ) morte natural, pois a morte chegará um dia para qualquer pessoa, daí então ocorrerá a separação do casal.
b) ( ) algo provocado pelo relacionamento perigoso que o casal vive, pois a violência gerada entre eles poderá ocasionar a morte do sujeito feminino.
c) ( ) relacionamento perigoso porque alguns casais gostam de viver arriscando-se, perigosamente.
d) ( ) morte pela falta de saúde, pois qualquer pessoa está sujeita a adoecer a qualquer momento.
4. Observe quem assina a propaganda, bem como a imagem que representa essa instituição. Que sentidos delas derivam?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. O enunciado “A violência doméstica não tem que ser para sempre. Fale agora” remete para alguns discursos sobre a violência doméstica que circulam no Brasil. Quais são eles? Que efeito de sentido produz o uso do imperativo?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Observe os dados da aula anterior sobre violência contra a mulher no Brasil e responda:
a) Você acha importante existir campanhas publicitárias no sentido da não-violência ainda no século XXI? Por quê?
___________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________7. Produza um pequeno texto argumentativo para expor no mural da escola no qual constem algumas das seguintes palavras:
Mulher –Lar –Respeito – Violência – Homem _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
18ª. AULA
Professor, a partir dessa aula, serão apresentadas propagandas de lingerie da marca “Duloren”, disponíveis em: http://solembrandoque.files.wordpress.com/2010/09/duloren_eleicoes.jpg, as quais quebram representações já sedimentadas no imaginário popular e, logo, retratam sujeitos femininos sensuais, ativos e decididos. Contudo, o que chama a atenção nessas materialidades selecionadas é a circulação de um discurso machista, que ainda busca agradar ao público masculino.
A primeira propaganda a ser analisada circulou na época das eleições de 2010, e trabalha com os possíveis sentidos da palavra “renda”, entrecruzando o discurso político, da economia e da moda, pois de acordo com a AD, os sentidos não são literais nem tampouco derivam das propriedades da língua, mas dependem formações discursivas nas quais se inscrevem. Assim, “[...] palavras iguais podem significar diferentemente porque se inscrevem em formações discursivas diferentes” (ORLANDI, ano 2012, p. 44).
Você sabia que o direito ao voto não era concedido aos sujeitos femininos até bem pouco tempo atrás? Leia esse texto e descubra a partir de que ano eles conquistaram esse direito.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
“ As mulheres passaram a ter o direito de voto assegurado pelo Decreto nº 21.076, de 24/02/1932, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Esta conquista, porém, não foi gratuita.
A luta pelos direitos políticos das mulheres começou ainda no século XVIII. No início da Revolução Francesa, o Marquês de Condorcet – matemático, filósofo e iluminista – foi uma das primeiras vozes a defender o direito das mulheres. Nos debates da Assembleia Nacional, em 1790, ele protestou contra os
políticos que excluíam as mulheres do direito ao voto universal, dizendo o seguinte: ‘Ou nenhum indivíduo da espécie humana tem verdadeiros direitos, ou todos têm os mesmos; e aquele que vota contra o direito do outro, seja qual for sua religião, cor ou sexo, desde logo abjurou os seus’.”
No Brasil, uma líder fundamental foi Bertha Maria Julia Lutz (1894-1976) que conheceu os movimentos feministas da Europa e dos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX. Ela foi uma das primeiras pessoas que organizaram o movimento sufragista no Brasil. As mulheres brasileiras conseguiram conquistar o direito ao voto em 1932, mas ainda não são representadas adequadamente no Poder Legislativo. Até 1998 as mulheres eram ainda eram minoria do eleitorado brasileiro. Mas a partir do ano 2000, passaram a ser maioria e, nas últimas eleições, em 2010, já superavam os homens em 5 milhões de pessoas aptas a votar. Contudo elas ainda não conseguem apoio dos partidos para disputar as eleições em igualdade de condições, isso apesar de as mulheres brasileiras já possuírem nível de escolaridade maior do que o dos homens, maior expectativa de vida e ainda serem a maioria da População Economicamente Ativa (PEA) com mais de 11 anos de estudo. Elas já avançaram muito em termos sociais e não merecem esperar mais 80 anos para conseguir igualdade na participação política.
Disponível em: http://www.enfpt.org.br/node/413, acesso 28/11/2013
Após ler e refletir sobre as informações contidas no quadro acima, responda as palavras cruzadas:
5-
2-
4-
3-
8-
7-
1-
6-
1. No ano de 1932 as mulheres brasileiras conseguem o direito ao _______________.
2. _______________________ Francesa, no século XVIII, marcou o início da luta pelos direitos políticos femininos.
1. O Marquês de Condorcet defendeu o _________________ das mulheres em 1790.
2. Na Assembleia Nacional de 1790, os políticos que ______________ as mulheres do seu direito ao voto foram atacados pelo Marquês de Condorcet.
3. A brasileira Bertha Maria Julia teve contato com movimentos ___________________________________ na Europa e nos Estados Unidos e começou a implantá-los aqui no Brasil.
4. Após 82 anos de sufrágio feminino brasileiro, as mulheres ainda não conseguem apoio dos partidos para disputar as eleições em ____________________________________ com os homens.
5. O nível de ___________________________________ das mulheres brasileiras é maior que o dos homens.
6. As mulheres possuem maior expectativa de ___________________ do que os homens.
O que os brasileiros reivindicam nas épocas de eleição? E na vida pessoal, o que costumamos reivindicar? Observe uma propaganda que circulou no ano eleitoral de 2010.
FIGURA 12
Fonte: http://solembrandoque.files.wordpress.com/2010/09/duloren_eleicoes.jpg
acesso em 09/04/13
Analise a propaganda e discuta com seu professor e colegas as seguintes questões:
1. É possível saber a que público se dirige a propaganda? Que elementos colaboram para isso?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Para constituir seus sentidos, a propaganda entrecruza discursos provenientes de diferentes campos do saber. Quais são eles?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Quais são os sentidos da palavra “renda” na propaganda? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. O sujeito feminino retratado nesta propaganda se parece com os demais
estudados até agora? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5. Que efeitos de sentido derivam do slogan “Você não sabe do que uma Duloren é capaz”?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
19ª. AULA
Professor, a propaganda disponível em: http://www.inteligemcia.com.br/wp-content/uploads/2010/02/duloren.jpg, retrata um casal em momento de desarmonia: enquanto ele assiste à TV, com o controle remoto na mão, sem dar a menor atenção ao sujeito feminino; ele, se sentindo super sexy com um conjunto de lingerie, fala ao telefone. A imagem juntamente com o enunciado “Só Jesus é fiel”, que desliza do domínio do religioso (“Jesus é fiel”), aponta para sentidos relacionados à infidelidade e para a negação da totalidade, isto é, defende a possibilidade de o sujeito feminino pensar em trocar de companheiro quando se sentir abandonado ou rejeitado pelo seu companheiro.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Na época colonial, no Brasil, a mulher podia ser mãe, irmã, filha, esposa, religiosa, mas de modo algum amante. O desejo, muitas vezes dava vazão à paixões proibidas e acabava por arrebentar as correntes das convenções e das imposições.
Um relatório holandês do século XVII diz que os homens do Brasil “são muito ciosos de suas mulheres e as trazem sempre fechadas, reconhecendo assim que os de sua nação são inclinados a corromper mulheres alheias”.
Com efeito, o adultério assombrava os homens como um fantasma que podia aparecer nos lugares e nos momentos mais inesperados, aterrando suas mentes sempre apavoradas com o estigma de marido que não satisfaz sexualmente a mulher.
Nesse período a mulher arriscava a vida ao praticar o adultério, pois a própria lei permitia que “achando o homem casado sua mulher em adultério, licitamente poderá matar a ela como o adultero”. Mas a carne é fraca e a tentação era grande e muitos casos terminaram em tragédia. A justiça era bem branda para com os maridos traídos que matavam suas esposas, pois era “desculpável pela paixão e arrebatamento com que foi cometido”. Porém em alguns casos o marido simplesmente encerrava a mulher em um “recolhimento” ou apenas se separava dela. Às vezes uma boa surra bastava, como é o caso de uma sátira de Gregório de Matos em que o marido pegou sua esposa com um franciscano num bananal.
Os refúgios para os amantes eram sempre os mesmos: o mato, a rede, a cama, mas as ocasiões variavam... Os padres, por exemplo, aproveitavam a reclusão dos confessionários para seduzir algumas paroquianas, alegando que, por elas estarem confessando ter traído o marido, podiam cometer o adultério com ele também.
ARAÚJO, Emanuel. A arte da sedução: sexualidade feminina na colônia. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), p.. 45-73
Será que o sujeito feminino pensa em trocar de parceiro quando se sente rejeitado por ele? Observe esta propaganda de lingerie:
FIGURA 13
Fonte: http://www.inteligemcia.com.br/wp-content/uploads/2010/02/duloren.jpg
acesso em 09/04/13
1. Que sentidos podem ser depreendidos da propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Esta propaganda possui alguma semelhança com as primeiras analisadas? Por quê? Como são representados os sujeitos masculino e feminino? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Você já conhecia a frase “Jesus é fiel”? Que efeitos de sentido ela produz?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Na propaganda, esse enunciado muda para “Só Jesus é fiel” e produz outros sentidos. Quais?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Após a análise da propaganda e das discussões, escreva um texto argumentativo que será exposto no mural da sala de aula que expresse a sua opinião sobre as seguintes questões:
- Por que a mulher é acusada de ser a causadora de todos os pecados da humanidade?
- Será que a mulher comete o adultério sozinha?
- As traições conjugais são acontecimentos da sociedade atual?
- Qual é o posicionamento das religiões com relação ao adultério?
- Qual é a sua opinião com relação a esse assunto?
Não esqueça de dar um título ao seu texto.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________
20ª. AULA
Professor, nesta aula, a propaganda (disponível em: http://tudibao.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/12/255676_188068834575883_103541576361943_430585_3710883_n.jpg) a ser analisada, retrata o sujeito feminino como tentador e causador de pecados, retomando o discurso bíblico, segundo o qual, Eva teria seduzido Adão, fazendo-o cair em tentação.
É importante ressaltar o papel das imagens e das cores utilizadas. O vermelho e o laranja, cores quentes, remetem para a paixão e sedução e também para visão do Inferno. As colunas romanas ao fundo, fazem retornar sentidos relativos à promiscuidade do povo romano, na Antiguidade, e o fogo, no alto, parece formar uma figura masculina (Hades, deus das profundezas, do inferno). Ao fundo da figura feminina, do lado direito, nas nuvens, há uma sombra onde as flores do cabelo da mulher parecem formar dois chifres (o que remete também à figura satânica). O sujeito masculino é retratado como passivo, como aquele que “assiste” à performance feminina.
O enunciado verbal “Anjo não tem sexo. Então, qual a vantagem?”, também remonta para o discurso bíblico, e aponta para o fato de que os anjos são assexuados, colocando em dúvida as “vantagens” de o sujeito feminino ser “anjo”.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Sendo a mulher a causadora do pecado – pois ela era descendente de Eva, a qual levou Adão ao pecado e tirou da humanidade a futura possibilidade de gozar da inocência paradisíaca – estava condenada, por definição, a pagar eternamente pelo erro da primeira mulher da Bíblia. Então a Igreja instruía que o sexo feminino fosse vigiado de perto e permanentemente controlado. É comum naquela época, acordarem pensamentos como esses dos dominicanos alemães Heinrich Krämer e Jakob Sprenger, publicado em 1486: “houve falha na formação da primeira mulher, por ter sido ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma costela do peito, cuja curvatura é, por assim dizer, contrária à retidão do homem. E como, em virtude dessa falha, a mulher é animal imperfeito, sempre decepciona a mente”.
Fonte: ARAÚJO, Emanuel. A arte da sedução: sexualidade feminina na colônia. In: História das Mulheres no Brasil / Mary Del Piore (org.), p. 45-73.
A mulher herdou de Eva a figura do pecado. Observe esta propaganda:
FIGURA 14
Fonte: http://tudibao.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/12/255676_188068834575883_103541576361943_430585_3710883_n.jpg) Acesso em 09/04/2013
Veja estas quadrinhas publicadas no jornal República, em 1832 e 1893, respectivamente, e disponível no livro História das Mulheres no Brasil, de autoria de Mary Del Piore (p. 309-310),
1. Que sentidos derivam da imagem que constituiu a propaganda?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2. O enunciado: “Anjo não tem sexo”, produz mais do que um sentido. Por um lado, podemos pensar que não possuir sexo é não ter um sexo ou órgãos sexuais
TEXTO 1Deus criou o homem e ficou satisfeito.Deus criou a mulher e sentiu-se remordido na sua santa consciência.E então disse:A mulher será vaidosa, inconstante e pérfida.Enganará o homem e o homem será infeliz.E para consolá-lo criou o cão.
TEXTO 2Quando a Eva Deus criouDo homem pra companheiraE aquela mulher pecouAo mundo a culpa primeiraPor seu pecado largouPor uma mulher entãoFoi o mundo de uma vezArrastado à perdiçãoE se a primeira isso fez,O que as outras não farão?
funcionais, ser assexuado. Por outro, pode significar abster-se da prática sexual. Qual desses sentidos se aplica à propaganda em questão. Por quê?
______________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Assinale a alternativa que NÃO corresponde aos sentidos da propaganda:
a) ( ) O texto da peça publicitária valoriza o discurso religioso: uma vida santa, regrada, remetendo à pureza dos anjos.
b) ( ) Percebemos que o sujeito masculino ocupa uma posição de submissão e admiração em relação ao sujeito feminino.
c) ( ) O fogo remete ao inferno e também à ideia de que os sujeitos femininos pecadores, na Idade Média, eram queimados na fogueira, acusados de bruxaria e de ter “parte” com demônio.
d) ( ) As ruínas que estão ao fundo, em chamas, remetem à quebra do discurso da Igreja, a qual proíbe o sexo antes do casamento e aceita-o apenas para procriação do ser humano.
4. O texto 1 afirma que Deus não ficou satisfeito com a criação do sujeito feminino e, portanto, criou o cão. Isso remete para um enunciado bem conhecido que é:
a) ( ) Quem não tem cão caça com gato.
b) ( ) O cão é o melhor amigo do homem.
c) ( ) Estar em um mato sem cachorro.
d) ( ) Quanto mais conheço os homens, mais admiro os cães.
5. Qual a relação existente entre o texto 2 e o texto histórico? Discorra sobre o que os dois afirmam.
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21ª. AULA
Professor, nesta aula, será analisada uma propaganda de “O Boticário”, que atualiza o discurso dos contos de fadas, nesse caso, o conto “Chapeuzinho Vermelho”. Comece relembrando, com os alunos, o clássico da Literatura Infantil e peça para que um deles conte oralmente a versão do que ele conhece, antes de mostrar-lhes a propaganda. Depois, apresente-lhes o conto, surgido provavelmente na Idade Média, com Charles Perrault e explique que, ao longo dos tempos, outras versões foram surgindo.
Discuta com seus alunos as diferenças entre essas versões, lembrando que, originalmente essas histórias eram contadas para adultos (como forma de entretenimento, à noite), e que só mais tarde, foram adaptadas para crianças.
Lembre ainda, que nas versões antigas de Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, a heroína não parece ser uma criança inocente e nem precisa de um caçador para salvá-la do lobo: “a menina, depois de se despir e fazer a ladainha já conhecida, pede para ir lá fora para se aliviar e com isso consegue fugir”. No entanto, em todas elas, o lobo, animal que existia e causava medo nas florestas ( um híbrido com o homem mau – um lobisomem), em razão da sua natureza predatória, é uma metáfora dos homens sexualmente sedutores.
Com relação aos sentidos do “chapeuzinho vermelho”, críticos e especialistas em psicanálise analisam a cor vermelha como sendo a representação da paixão, do pecado, sugerindo certa cumplicidade da garota com a sedução exercida sobre o lobo (culpando novamente a mulher pelo pecado). Porém, essa versão do capuz ou gorro vermelho só foi introduzida por Perrault e, portanto, historiadores e folcloristas rejeitam a ideia da sedução, já que tanto Charles Perrault quanto os irmãos Grimm tentam retirar dos contos camponeses as partes chocantes e obscenas, para torná-los moralizantes e educativos para crianças.
Fonte: TATAR, Maria. Contos de fadas: edição comentada e ilustrada. Editora Zahar, 2004. p.: 28-36 disponível em http://books.google.com.br/books/about/Contos_de_Fadas.html?id=5wTzXaPQpiQC&redir_esc=y acesso em 30/11/2013.
Propaganda disponível em: http://propagandice.files.wordpress.com/2010/06/chapeuzinhovermelho.jpg acesso em 12/09/13
Leia o conto de Chapeuzinho Vermelho (talvez você ainda não conheça essa versão...)
CHAPEUZINHO VERMELHO – versão original de Charles Perault
Era uma vez...
Uma garotinha que sempre estava vestida com um capuz avermelhado, que lhe rendeu o apelido de Chapeuzinho Vermelho. Um certo dia foi levar mantimentos para sua avó que morava longe, como sua mãe havia lhe mandado, e enquanto caminhava alegremente pela floresta, um grande lobo apareceu e perguntou-lhe onde ia.
- À casa da vovó - respondeu ela prontamente.
O lobo, muito esperto, lhe recomendou o caminho mais longo como atalho, e inocentemente a garotinha seguiu o conselho. Quando chegou primeiro à casa, o lobo matou a avó, colocou todo seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, vestiu a camisola da idosa e esperou na cama a chegada da menina.
Em pouco tempo ele ouviu batidas na porta.
- Entre, minha querida. - disse o lobo imitando a avó da garotinha.
- Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó. - respondeu Chapeuzinho Vermelho.
- Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa. - disse o lobo.
A Menina comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto se servia, o gato de sua vó a observava aos murmúrios:
"Meretriz! Então, comes a carne e bebes o sangue de tua própria avó com gosto. Ata teu destino ao dela."
Após a garota se alimentar, o Lobo então disse cheio de malícia:
- Dispa-se e venha para cama comigo.
- O que faço com minhas roupas? - questionou Chapeuzinho.
- Jogue na lareira, querida. Não precisará mais disso - respondeu o lobo. E para cada peça de roupa que a garota retirava, corpete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo apenas respondia:
"Jogue na lareira. Não precisará mais disso"
Já totalmente despida, a garota deitou-se ao lado do lobo, e ao sentir o toque do pelo roçar em seu corpo disse:
- Como a senhora é peluda vovó. – exclamou Chapeuzinho
- É para te esquentar, minha neta. - respondeu o lobo.
- Que unhas grandes a senhora tem! - ela disse.
- São para me coçar, minha querida. - o lobo respondeu.
- Que ombros largos a senhora tem!
- São para carregá-la nas costas, minha jovem.
- Que coisa dura e longa a senhora tem entre as pernas.
- É para saber quando estou feliz, querida.
- E que olhos grandes!
- São para te ver melhor.
- E que nariz grande!
- É para lhe cheirar melhor.
- E que dentes grandes a senhora tem!
- São para te comer
E então o lobo a devorou.
Disponível em: http://dimartizando.blogspot.com.br/2012/03/chapeuzinho-vermelho-versao-original.html . Acesso em 30/11/2013
1. Após a leitura do conto, responda:
a) O conto lido difere dos conhecidos atualmente, pois a morte da avó e da menina são fatos negados nas histórias contemporâneas. Também há um personagem neste conto que existia para nós que é o ________________,que prevê o final trágico da Chapeuzinho Vermelho.
( ) Lobo Mal ( ) gato ( ) caçador
b) Os contos de fadas que conhecemos eram contados para ______________ e, portanto, possuíam trechos macabros e sensuais que hoje em dia foram retirados por serem destinados às crianças.
( ) adultos ( ) avós ( ) jovens
1. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, colocando (1) para o conto de fada original, (2) para o conto de fada atual:
(1) Conto de fada original
(2) Conto de fada atual
( ) O Lobo tem um final trágico.
( ) Chapeuzinho sofre as consequên- cias por acreditar nas palavras de um Lobo.
( ) O Lobo é a personificação do homem que gosta de iludir as menininhas e “levá-las para a cama”.
( ) O personagem do caçador vem para corrigir um “erro” da menina.
Como seria a Chapeuzinho Vermelho do século XXI? A propaganda de O Boticário pensou nisso? Veja:
FIGURA 15
Fonte: http://propagandice.wordpress.com/2010/06/09/tema-de-campanha-publicitaria/ Acesso em 12/09/13
Transcrevemos o texto da propaganda para facilitar sua leitura:
“A história sempre se repete. Todo Chapeuzinho Vermelho que se preze, um belo dia, coloca o Lobo Mau na coleira.”
Slogan: O Boticário, você pode ser o que quiser.
1- Que elementos da propaganda permitem associá-la ao conto de fadas infantil?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2- Que efeito de sentido produz o enunciado “A história sempre se repete”? Explique._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Qual o sentido da expressão grifada: “Todo Chapeuzinho Vermelho que se preze, um belo dia coloca o lobo mau na coleira”. Use-a em outra frase.___________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________
4- O que é uma coleira? Para que serve? O que significa colocar alguém “na coleira”?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5- Por que a expressão “colocar na coleira” geralmente é usada para referir-se ao fato de a mulher namorar/casar com alguém? O que isso revela?
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6- De qual versão do conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho” você gostou mais? Por quê?
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22ª. AULA
Esta propaganda também faz parte da campanha publicitária de O Boticário, que tem como título “Contos de Fadas”, e retoma o conto da fadas “Branca de Neve”, de autoria dos Irmãos Grimm, que trata da inveja feminina, pois a madrasta faz de tudo para matar a concorrente.
Para iniciar a aula, peça para que um dos alunos conte a história da Branca de Neve que ele conhece e que, provavelmente, será baseada na versão da Disney para o cinema. Depois dê a eles o texto que acompanha este material para que possam compará-lo com a versão contada pelo colega. Para ajudá-lo na análise, leia estas considerações baseadas no livro de Maria Tatar (2004 e p.84-96):
“Apesar de variantes do conto em alguns países, há um núcleo comum em todos os contos de Branca de Neve: o conflito entre mãe e filha. Na versão original, a rainha é mãe da menina e não madrasta. Quem modifica esse fato são os Irmãos Grimm, que esforçaram-se para transformar mães em madrastas em vários contos para conservar a imagem santa da maternidade. O fato de a mãe ter morrido no parto só é implantado no conto nas versões posteriores a 1810 pelos Grimm. Antes disso, só havia uma rainha: a que fazia o papel de mãe e ao mesmo tempo de algoz da história. Para alguns autores, há uma dicotomia entre a mulher boa, ingênua, jovem, bela, meiga e passiva com a mulher mais velha, bela, impetuosa, ardilosa, ativa, competitiva e invejosa. [...] O pai, nesta história, pode ser personificado pelo espelho e é a força que impulsiona o desejo de aprovação constante que a madrasta quer.
A versão da Disney foi tão forte que ofuscou a que vamos ler agora e, portanto, as crianças não chegam à interpretação da rivalidade, não entendem a trama edipiana entre mãe e filha, mas uma catarse com a punição da madrasta má e invejosa no final, transformando-a em bruxa.
Branca de Neve não deixa de ter dimensões problemáticas, pois ela possui
apenas sua beleza como força de defesa. No conto apresentado, a mãe/ madrasta é apresentada como uma figura presa a uma moldura negra da janela e também está atada à opinião de um espelho mágico. A voz do espelho pode representar tanto a voz masculina e a forte aprovação pela beleza, como também a própria voz avaliativa da rainha, que é, sem dúvida, uma avaliação moldada por normas culturais relativas à aparência física.”
A propaganda de O Boticário faz alusão à imagem da maçã que, desde o Jardim do Éden, é o símbolo do desejo e do pecado, a qual faz todo sentido na publicidade em si, pois ela ínsita nos “morenos de 1,80m” a tentação de Eva sobre o “pobre” Adão.
A propaganda está disponível em: http://propagandice.files.wordpress.com/2010/06/chapeuzinhovermelho.jpg Acesso em 12/09/13
Análise do conto, por Maria Tatar:
[...]
O fato de a rainha odiar Branca de Neve quando o espelho fala da beleza da menina (apesar da tenra idade – sete anos – as crianças passavam da infância à fase adulta sem viver a adolescência e eram tratadas como um adulto em miniatura) gira em torno de rivalidade (sexual) entre madrasta e filha o qual até tornou-se um estudo de caso sobre o ciúme materno patológico.
[...] Neste conto, a rainha pratica atos canibalescos, na esperança de, ao ingerir partes do corpo de Branca, adquirir, dessa forma, sua beleza.
[...] Ao aceitar os termos dos Sete Anões para cuidar da casa, Branca de Neve não é mais uma criança e prepara-se para o estágio seguinte: o casamento.
[...] O caixão de vidro transforma Branca de Neve em objeto posto em exibição, colocada no topo de uma montanha, que tornou-se uma espécie de atração turística. Apesar de o príncipe desse conto demonstrar grande devoção pela moça, seu despertar é acidental, retirando o romantismo do filme da Disney.
[...]
No final, a meiga Branca de Neve demonstra que também pode ser perversa, ao mandar aquecer sapatos de ferro para que a madrasta dance até a morte em seu casamento, revela sua crueldade.
Fonte: Disponível em :http://books.google.com.br/books/about/Contos_de_Fadas.html?id=5wTzXaPQpiQC&redir_esc=y acesso em 30/11/2013.
Leia agora a versão original do conto:
BRANCA DE NEVE – Irmãos Grimm Há muito e muito tempo, bem no meio do inverno, quando os flocos de neve caíam do céu leves como plumas, uma rainha estava sentada costurando junto a uma janela com esquadrias de ébano. Costurava distraída, olhando os flocos de
neve que caíam lá fora e, por isso, espetou o dedo com a agulha e três gotas de sangue caíram na neve. Aquele vermelho em cima do branco ficou tão bonito que ela pensou: "Eu queria ter um neném assim, que fosse branco como a neve, vermelho como o sangue e negro como a madeira da moldura desta janela." Algum tempo depois, ela teve uma filha, que era branca como a neve, vermelha como o sangue e tinha cabelos negros como o ébano. Deram a ela o nome de Branca de Neve, mas, quando ela nasceu, a rainha morreu. Um ano mais tarde, o rei casou de novo. A nova rainha era linda, mas muito orgulhosa e prepotente; tão vaidosa que não podia suportar a idéia de que alguém pudesse ser mais bonita do que ela. Tinha um espelho mágico e gostava de se olhar nele e perguntar: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? E o espelho respondia: - Senhora Rainha, tu és a mais linda de todo o país. Então ela ficava satisfeita, porque sabia que o espelho dizia sempre a verdade. Mas, à medida que Branca de Neve crescia, ia ficando cada vez mais bonita e, quando tinha sete anos, já era tão bela quanto o dia e mais bonita do que a própria rainha. Um dia, quando a rainha perguntou ao espelho: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? O espelho respondeu: - Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí. A rainha engoliu em seco, ficou amarela e verde de inveja. Cada vez que ela olhava para Branca de Neve, depois disso, tinha tanto ódio dela que seu sangue até fervia no peito. A inveja e o orgulho cresceram como ervas daninhas dentro do coração da rainha até que ela não conseguia ter um momento de sossego, nem de noite nem de dia. Finalmente, mandou chamar um caçador e disse: - Suma com essa menina da minha frente. Quero que você a leve para o fundo da floresta e a mate. Para provar que você fez mesmo isso, traga-me os pulmões e o fígado dela. O caçador obedeceu. Levou a menina para a floresta, mas, quando puxou seu facão de caça e se preparava para atravessar o coração inocente de Branca de Neve, ela começou a chorar e disse: - Por favor, querido caçador, deixe-me viver. Eu fujo para o fundo do mato e nunca mais volto para casa... Ela era tão bonita que o caçador ficou com pena e disse: - Está bem, menina, pobre coitada. Fuja! Mas, para si mesmo, pensou: "Num instante os animais selvagens vão devorá-la." Porém, como nesse caso não era ele mesmo quem ia matar a criança, isso já tirava um peso enorme de cima dele. Logo depois, um filhote de javali saiu correndo do mato. O caçador meteu a faca nele, tirou os pulmões e o fígado e os levou para a rainha, como prova de que tinha cumprido sua missão. A malvada mandou o cozinheiro salgar e assar esses miúdos e comeu tudo, certa de que estava comendo os pulmões e o fígado de Branca de Neve. Enquanto isso, a pobre menina estava sozinha no meio da grande floresta. Apavorada, ela se assustava com todas as folhas das árvores e não sabia para onde ir. Começou a correr. Correu, correu, por cima de pedras afiadas e pelo meio de moitas de espinhos e os animais ferozes passavam por ela sem fazer mal nenhum. Correu enquanto as pernas aguentaram até que, finalmente, pouco antes
de anoitecer, avistou uma casinha e entrou nela para descansar. Lá dentro tudo era pequenininho, mas limpo de fazer gosto. A mesa estava posta com uma toalha branca e sete pratinhos, cada um com sua faca, seu garfo, sua colher e sete canequinhas. Do outro lado, junto à parede, havia sete caminhas enfileiradas, cobertas por lençóis brancos imaculados. Branca de Neve estava morrendo de fome e sede, mas não queria comer a comida toda de ninguém, por isso comeu um pouquinho de pão e de legumes de cada prato e bebeu um gole de vinho de cada caneca. Depois estava tão cansada que resolveu se deitar em uma das camas, mas nenhuma servia exatamente para ela - algumas eram compridas demais, outras eram curtas demais, até que a sétima era do tamanho perfeito. Resolveu ficar por ali, rezou suas orações e caiu no sono. Quando já estava bem escuro, chegaram os donos da casa. Eram sete anões que, todos os dias, iam para as montanhas minerar prata, com suas pás e picaretas. Acenderam suas sete velinhas e, quando tudo ficou iluminado, eles perceberam que alguém tinha estado por ali, porque algumas coisas estavam fora do lugar.[...] Perceberam que alguém havia comido e bebido usando seus pertences. Logo depois perceberam que suas camas estavam desarrumadas: - Alguém deitou na minha cama também! Mas quando o sétimo olhou para a cama dele, viu que Branca de Neve ainda estava deitada lá, dormindo. Chamou os outros, que chegaram num instante. Começaram a gritar muito espantados, foram buscar as velas e as levantaram bem alto por cima de Branca de Neve: - Deus do céu! - gritaram - Deus do céu! Que menina tão linda! Ficaram tão maravilhados com ela que nem a acordaram, mas deixaram que ela continuasse dormindo na caminha. O sétimo anão dormiu com seus companheiros, uma hora com cada um e depois a noite já tinha acabado. Na manhã seguinte, Branca de Neve acordou e, quando viu os sete anões, levou um susto. Mas eles foram muito simpáticos, com um jeito amigo e perguntaram: - Qual é o seu nome? - Meu nome é Branca de Neve - respondeu ela. - Como é que você veio parar na nossa casa? - os anões quiseram saber. Então ela contou a eles tudo o que tinha acontecido. [...] Os anões disseram: - Se você tomar conta de nossa casa, cozinhar para nós, fizer as camas, lavar, costurar e cerzir as nossas roupas e deixar tudo bem limpinho e arrumado sempre, pode ficar morando conosco e nunca vai lhe faltar nada. - Que bom! - disse Branca de Neve - Eu ia adorar... Todas as manhãs eles saíam para a montanha, para garimpar ouro e prata e, todas as noites, voltavam para casa e ela tinha que ter feito o jantar. Mas ela passava o dia todo sozinha e os bondosos anões acharam bom avisar: - Muito cuidado com sua madrasta. Ela vai descobrir logo que você está aqui. Não deixe ninguém entrar nunca. Pois bem, a rainha que pensava ter comido os pulmões e o fígado de Branca de Neve, agora tinha certeza de que era a mais bonita do lugar. Foi até diante do espelho e perguntou: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? E o espelho respondeu: - Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve, que já foi-se embora com os sete anões, na montanha onde mora, é mil vezes mais linda
que todas as lindas que há por aí. A rainha engoliu em seco. Como ela sabia que o espelho não mentia nunca, compreendeu que o caçador a enganara e que Branca de Neve ainda estava viva. Ficou então pensando sem parar, imaginando que jeito podia dar para matar a menina, porque ela tinha que ser a mulher mais linda do mundo... Se não, a inveja não ia deixá-la em paz. Afinal, acabou fazendo um plano. Sujou o rosto todo e se vestiu como se fosse uma velha vendedora ambulante, para que ninguém pudesse reconhecê-la. Com esse disfarce, atravessou as sete montanhas até a casa dos sete anões, bateu na porta e anunciou: - Belas coisas para vender! Quem quer comprar? Bonito e barato! Branca de Neve olhou pela janela e perguntou: - Bom dia, minha boa velha, que é que a senhora tem para vender? - Corpetes lindos, de todas as cores - respondeu ela. E estendeu um corpete brilhante, tecido em seda colorida. "Esta senhora tem um ar tão honesto," pensou Branca de Neve, "não pode fazer mal se eu deixar que ela entre..." Por isso, abriu a porta e comprou o belo corpete. - Minha filha, você está toda mal-ajambrada! - disse a velha - Venha cá, deixe que eu dê o laço direito... Sem desconfiar de nada, Branca de Neve se aproximou dela e deixou que a velha a vestisse e amarrasse o corpete novo. Mas ela teve um gesto tão rápido e apertou tanto o cadarço do colete, que Branca de Neve ficou sem fôlego e caiu como se tivesse morrido. - Muito bem, - disse a rainha - agora você não é mais a mais linda do mundo. E foi embora correndo. Um pouco mais tarde, quando caiu a noite, os sete anões voltaram para casa. Ficaram horrorizados ao ver sua adorada Branca de Neve caída no chão! Ela estava tão imóvel que eles pensaram que ela estivesse morta. Levantaram-na com cuidado e, quando viram que a roupa estava apertada demais, cortaram o corpete. Com isso, ela respirou um pouquinho e, bem devagar, foi voltando à vida. Quando os anões ouviram o que tinha acontecido, disseram: - É claro que essa velha vendedora era a rainha malvada e mais ninguém. Você tem que ser mais cuidadosa e não pode deixar ninguém entrar em casa. Quando a malvada chegou em casa, foi direto para a frente do espelho perguntar: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? E o espelho respondeu, como sempre: - Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve, que já foi-se embora com os sete anões, na montanha onde mora, é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí. Quando ouviu isso, a rainha sentiu um aperto tão grande no peito que parecia que o sangue ia ferver, pois compreendeu que Branca de Neve ainda estava viva. - Mas não faz mal... - disse - Desta vez vou pensar em alguma coisa que vai mesmo destruir você de uma vez por todas... Com a ajuda de uns encantamentos mágicos que conhecia, fez um pente envenenado. Depois se disfarçou de novo, como se fosse outra velhinha.[...]
- Belas coisas para vender! Quem quer comprar? Bonito e barato! Branca de Neve olhou pela janela e disse: - Vá embora! Não posso deixar ninguém entrar.
- Mas você pode olhar, não pode? - perguntou a velha, mostrando o pente. A menina gostou tanto dele que esqueceu de tudo e abriu a porta. Combinaram o preço e aí a velha disse: - Agora eu vou pentear você direitinho. Sem desconfiar de nada, Branca de Neve ficou bem quieta, deixando que a velha a penteasse, mas, assim que o pente tocou seu cabelo, o veneno fez efeito e ela caiu desmaiada, como se estivesse morta. - Aí está, minha beleza, - disse a malvada - agora vai ser o seu fim. E foi-se embora. Mas, felizmente, a noite já vinha caindo e logo os anões chegaram em casa. Quando viram Branca de Neve caída no chão como se estivesse morta, imediatamente desconfiaram da madrasta. Examinaram Branca de Neve com cuidado e encontraram o pente envenenado. Assim que o arrancaram dos cabelos dela, a menina despertou e contou como tudo tinha acontecido. Mais uma vez, eles avisaram que ela precisava ter cuidado e não devia abrir a porta para ninguém. Quando a rainha chegou ao castelo, foi direto para o espelho e perguntou: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? O espelho respondeu do mesmo jeito que antes: - Senhora Rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas Branca de Neve, que já foi-se embora com os sete anões, na montanha onde mora, é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí. Quando ouviu o espelho dizer isso, ela tremeu e se sacudiu de raiva, gritando: - Branca de Neve tem que morrer! Mesmo que isto custe a minha própria vida. Então ela foi até um quarto secreto e isolado onde ninguém entrava, nem se sabia que existia e fez uma maçã muito venenosa. Tinha um aspecto tão bonito por fora, branca com faces vermelhas, que qualquer pessoa que a visse ia querer comer. Mas qualquer um que comesse um pedacinho ia morrer. Quando a maçã ficou pronta, ela sujou bem o rosto e se disfarçou de camponesa. E, mais uma vez, atravessou as sete montanhas até a casa dos sete anões. Bateu na porta e Branca de Neve pôs a cabeça para fora da janela. - Não posso deixar ninguém entrar. Os anões não querem. - Não faz mal - disse a camponesa - eu só quero me livrar dessas maçãs. Tome. Eu lhe dou uma de presente. - Não posso - disse Branca de Neve - não posso aceitar nada. - Você está com medo de que esteja envenenada? - perguntou a velha - Bobagem... Veja, vou cortar a maçã pelo meio. Você fica com a banda vermelha e eu fico com a banda branca. Mas a maçã tinha sido tão bem feita que só a banda vermelha é que tinha veneno. Branca de Neve estava morrendo de vontade de comer a maçã e, quando viu a camponesa dando uma dentada na fruta, não conseguiu resistir. Estendeu a mão e pegou a metade envenenada. Assim que deu uma mordida, caiu morta no chão. A rainha deu um olhar cruel, uma gargalhada terrível e disse: - Branca como a neve, vermelha como o sangue, negra como o ébano... Desta vez os anões não vão conseguir reviver você... E, quando chegou ao castelo, perguntou ao espelho: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? E o espelho finalmente respondeu: - Senhora Rainha, tu és a mais linda de todo o país. Então seu coração invejoso ficou sossegado - se é que um coração invejoso
pode ficar sossegado. Quando os anões voltaram para casa ao cair da noite, encontraram Branca de Neve caída no chão. Não saía nem um pouco de hálito de sua boca e ela estava morta realmente. Eles a levantaram, procuraram bem para ver se encontravam alguma coisa venenosa, afrouxaram as roupas dela, despentearam o cabelo, lavaram a menina com água e vinho, mas não adiantou nada - sua bem-amada estava morta e morta ficou. Puseram-na numa maca, sentaram-se todos em volta, choraram e se lamentaram durante três dias. Depois iam enterrá-la. Mas ela ainda tinha aspecto fresco e cheio de vida e continuava com suas lindas bochechas vermelhas. - Não podemos botar essa menina na terra escura - disseram. Então fizeram um caixão transparente, de vidro, de modo que ela pudesse ser vista de todos os lados. Deitaram Branca de Neve no caixão e escreveram o nome dela em letras de ouro, acrescentando que ela era filha de um rei. Depois puseram o caixão no alto de uma colina e um deles sempre ficava ao lado, montando guarda. E os pássaros foram chegando e também choraram por Branca de Neve; primeiro uma coruja, depois um corvo e depois uma pomba. Branca de Neve ficou no caixão por muitos e muitos anos. Ela não se decompunha e parecia dormir, continuando sempre branca como a neve, vermelha como o sangue e negra como o ébano. Até que um dia um príncipe veio por aquela floresta e parou para passar a noite junto à casa dos sete anões. Viu o caixão no alto da colina, viu a linda Branca de Neve dentro dele, leu as letras de ouro no caixão. Então, disse aos anões: - Eu quero esse caixão, por favor. Pagarei por ele o quanto vocês pedirem. Mas os anões responderam: - Não nos separaríamos dele nem por todo o dinheiro do mundo. - Então, por favor, me dêem o caixão, - insistiu ele - porque não vou poder continuar vivendo se não puder ficar olhando Branca de Neve. Vou honrá-la e respeitá-la para sempre. Aí os anões ficaram com pena e resolveram dar o caixão a ele. Quando os criados do príncipe o levantaram e foram carregá-lo nos ombros, um deles tropeçou numa raiz. Com o tropeção, o pedaço envenenado da maçã que ela havia comido se soltou da garganta, Branca de Neve desengasgou, abriu os olhos, levantou a tampa do caixão, sentou e voltou à vida. - Onde é que eu estou? - perguntou. - Está comigo! - respondeu o príncipe, todo alegre. Então ele contou o que tinha acontecido e disse: - Eu amo você mais do que qualquer outra coisa no mundo. Venha comigo até o castelo de meu pai e vamos nos casar. Branca de Neve também se apaixonou pelo príncipe e foi com ele. Começaram logo os preparativos para uma festa maravilhosa de casamento. A madrasta malvada de Branca de Neve também foi convidada. Depois de se arrumar toda, com suas roupas mais bonitas, foi para a frente do espelho perguntar: - Espelho, espelho, vem já e me diz, quem é a mais linda de todo o país? O espelho respondeu: - Senhora rainha, tu és a mais linda que está aqui, mas a jovem rainha é mil vezes mais linda que todas as lindas que há por aí. Ouvindo isso, a malvada xingou e amaldiçoou. Ficou tão horrorizada que não sabia o que fazer. Primeiro não queria ir ao casamento, mas não podia resistir à curiosidade de ver a jovem rainha. No momento em que entrou no salão,
reconheceu Branca de Neve e ficou tão apavorada que nem conseguiu se mexer. Mas já tinham mandado botar dois sapatinhos de ferro na brasa. Alguém os tirou de lá com umas tenazes e os pôs diante dela, que foi obrigada a calçar os sapatinhos em brasa e dançar até cair morta.
Fonte: http://books.google.com.br/books?id=5wTzXaPQpiQC&pg=PA84&hl=pt-PT&source=gbs_toc_r&cad=4#v=onepage&q&f=false (p. 86-99)
Acesso em 30/11/2013
1. Os índios canibais costumavam comer seus oponentes acreditando que assim estariam ganhando a força do seu rival. Baseado nessa informação, explique os efeitos de sentido produzidos pelo trecho abaixo:
“A malvada mandou o cozinheiro salgar e assar esses miúdos e comeu tudo, certa de que estava comendo os pulmões e o fígado de Branca de Neve.”
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2. Neste conto, percebemos a competição existente (por parte da rainha) com relação à beleza. Você acredita que, na sociedade em que vivemos, ainda há esse tipo de competição entre os sujeitos femininos? Comente.
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Veja, agora, uma versão atual da Branca de Neve em uma propaganda de 2009 de O Boticário:
FIGURA 16
Fonte: http://propagandice.files.wordpress.com/2010/06/chapeuzinhovermelho.jpg acesso em 12/09/13
Transcrevemos o texto da propaganda para facilitar sua leitura:
“Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões. Mas vários morenos de 1,80 m.”
3. O que significa a maçã na propaganda? De onde vêm esses sentidos?
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4. O enunciado “era uma vez” é comum em que tipo de textos? Que efeito de sentido ele produz? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. No enunciado “[...] que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões, mas vários morenos de 1.80m”, como é representado sujeito feminino?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Preencha o quadro abaixo, apontando as semelhanças e diferenças entre a “Branca de Neve” retratada na propaganda e aquela do conto que você leu nessa aula .
SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
23ª. AULA
Professor, nesta aula será analisada uma propaganda que circulou em 2011, na época do Carnaval, e faz parte da campanha publicitária da Bombril, intitulada
“Mulheres que Brilham” e que segundo o sujeito enunciador, é “uma homenagem da Vai Vai e da Bombril às mulheres brasileiras”.
Disponível em http://ruminantia.wordpress.com/, a propaganda traz o seguinte enunciado: “Mulheres evoluídas são assim: brilham no trabalho, brilham em casa e ainda sobra tempo para brilharem na avenida”. Porém, apesar de se propor a fazer uma homenagem aos sujeitos femininos que ocupam outros lugares que não apenas o de mãe e de dona de casa, acaba por reforçar essa representação já sedimentada no imaginário popular, já que ele somente brilha na avenida, porque “ainda sobra tempo”. Esse sentido é reafirmado pela imagem, que o retrata cercado de produtos de limpeza, destacando o seu “lugar” de doméstica.
Os alunos provavelmente se lembrarão de outras propagandas da marca, em que os sujeitos masculinos são comparados a cães (que deixam cheiro por onde passam e podem ganhar até uma surra de jornal se “não se comportarem direito”), a outros animais que podem ser adestrados com choques ou ainda, a robôs comandados por controle remoto. Os alunos deverão ser capazes de compreender que essas propagandas, apesar de produzirem o efeito de sentido do humor, causando o riso, são sexistas e discriminatórias e somente aumentam a desigualdade entre os sexos, ao invés de diminuí-las, além de colaborarem para a manutenção de representações que há muito tempo povoam o imaginário popular.
De que forma o sujeito feminino pode “brilhar” em um sambódromo? Observe a propaganda da Bombril e discuta sobre ela com seus colegas.
FIGURA 17
Fonte: http://ruminantia.wordpress.com/ Acesso em 11/06/13
TEXTO:
“BOM BRIL. Mulheres evoluídas são assim: brilham no trabalho, brilham em casa e ainda sobra tempo para brilhar na avenida. Mulheres que brilham. Uma homenagem da Bombril e da Vai-Vai às mulheres brasileiras.”
1. Observe a propaganda e responda:
a) O que chama a atenção na fantasia usada pela mulher nesta propaganda? O que isso representa?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) O que significa, na propaganda, ser uma “mulher evoluída”?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Que efeitos de sentido produz o verbo “brilhar” no enunciado principal da
propaganda? Que relação esse verbo estabelece com os produtos anunciados?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Qual a imagem de sujeito feminino esta propaganda reafirma?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Procure seis palavras da propaganda que estão no caça-palavras abaixo:
24ª. AULA
As propagandas da campanha “Dove, Real Beleza” (que começaram a circular na Inglaterra, em 2004) foram escolhidas, porque quebram as representações já cristalizadas no imaginário coletivo, retratando sujeitos femininos mais próximos da realidade e valorizam a sua beleza de forma diferenciada.
A referida campanha aumentou em 700% as vendas dos produtos Dove, pois “fala” de algo que todos os sujeitos femininos querem ouvir: a valorização da sua essência, da sua beleza única e ímpar, e o fato de ser mulher!
Inicialmente, apresente o vídeo “Verão sem Vergonha”, disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8590 , destacando a paisagem paradisíaca de praia, sol e mar, as cores dos biquínis e dos produtos anunciados (cores quentes que contrastam com o azul do céu), e que produzem o efeito de sentido de calor, de verão.
Em seguida, apresente-lhes a propaganda, disponível em: http://lafora.com.br/2006/11/uma-campanha-de-real-beleza-dove-verao-ii/, fazendo com que observem que, apesar de a propaganda retratar sujeitos femininos que fogem
HTQE EG J PGNTMFJ I PQNWVXDAORPUBMS RFA J I OYEAEKLK B B JAY P I H LBT F J HWHA BATE J KAUSKMEWGD HRSNOLP J I PAROUX QCMAHLIRBDYEEYC LIUOCHERNTASWQQ NLKFOFVCUKXSXME EQANLHTPYWYKMOL PYCEODRZOVSYQVD PFTURFPFXJVNGYR BRASILEIRASPFIP SQJBXILPILGYDTN TBHEECJMZPMXVDW
dos padrões impostos pela sociedade, eles não diferem tanto daqueles considerados totalmente fora do padrão. Chame atenção ainda, para os possíveis sentidos do enunciado “verão sem vergonha”.
VÍDEO 1 – Verão sem vergonha
Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8590 acesso em 12/09/2013
O verão brasileiro é muito comentado, pois moramos em um país tropical com ampla extensão litorânea. Portanto, as férias na praia povoam a imaginário da maioria das pessoas. Analise esta propaganda sobre o “Verão sem vergonha” da Dove:
FIGURA 18
Fonte: http://lafora.com.br/2006/11/uma-campanha-de-real-beleza-dove-verao-ii/
Acesso em 12/09/2013
Após assistir ao vídeo e analisar a propaganda intitulada “Verão sem vergonha” da Dove, discuta as seguintes questões com seus colegas.
TEXTO DO VÍDEO “VERÃO SEM VERGONHA” – DOVE
“Não fique envergonhada, vem mulher brasileira,
não diga “não” à praia, ao biquíni, vem pra areia,
curvas diferentes, pois ninguém é igual,
realce em você o que é especial!
Verão sem vergonha (2x)
Tira a canga e vem curtir esse verão sem vergonha.
Dove verão, porque o sol nasceu para todas.”
1. Observe o texto da propaganda e a letra da música do vídeo e responda,
marcando a resposta mais adequada:
a) ( ) O refrão da música “verão sem vergonha” indica que, no verão, as pessoas
perdem a compostura e fazem coisas que os outros podem recriminar.
b) ( ) O refrão da música, assim como o slogan da propaganda, apontam para o
fato de que os sujeitos femininos não precisam ter vergonha de seus corpos e
devem aproveitar o verão para ir à praia.
c) ( ) A campanha é dirigida apenas às pessoas que podem ir à praia.
d) ( ) A propaganda induz os sujeitos femininos a ficarem bonitos e magros para
poderem ir à praia sem o uso de cangas.
2. Que elementos da propaganda permitem afirmar que ela foi feita para circular no Brasil?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Pesquise o significado da palavra “canga”. Por que muitas mulheres a utilizam em praias ou piscinas? Agora observe: o que elas fazem com essa peça no vídeo? Por quê? O que isso significa na propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Analise o slogan, criado a partir de um ditado popular: “Dove verão. Por que o sol
nasceu para todas”, que significa:
a) ( ) a igualdade entre os sujeitos femininos.
b) ( ) o desequilíbrio no clima.
c) ( ) a desigualdade entre as pessoas.
d) ( ) as diferenças entre dia e noite.
5. No texto da propaganda “O verão é SEM VERGONHA. E você?” percebemos uma
personificação, pois o “verão” não pode possuir “vergonha”, visto que se trata de
uma estação do ano. Na propaganda, esse enunciado serve para:
a) ( ) afirmar que as pessoas não podem ter vergonha do verão, pois ele é apenas
uma estação do ano.
b) ( ) denunciar que há muitas pessoas que sentem vergonha no verão, por ser
uma estação do ano em que os corpos estão mais expostos
c) ( ) demonstrar que é uma época em que as pessoas usam roupas mais curtas,
vão a locais de banho e que precisam aceitar suas diferenças físicas.
d) ( ) afirmar que os locais de banho e o uso de roupas intituladas “moda praia” não
são bem vistas pela sociedade, pois deixam muito à mostra algumas partes do
corpo.
25ª. AULA
É fato que as mulheres do mundo inteiro têm em comum a autocrítica excessiva. A campanha de Dove descobriu, em uma pesquisa de mercado global, que apenas 4% dos sujeitos femininos sentem-se seguros em relação à sua aparência física.
Então nesta aula, trabalharemos com um vídeo que retrata meninas perfeitas com muitos preconceitos consigo mesmas. Leia com seus alunos a tradução da letra da música do comercial e analise-a com eles no sentido de levá-los a compreender que esta música antiga faz todo sentido quando vemos meninas tristes por não conseguirem ver beleza em si mesmas.
O vídeo está disponível em:
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8589 acesso em 03/12/2013
Chame a atenção de seus alunos para a letra da música utilizada neste vídeo para que eles tenham a capacidade de perceber que ela é pertinente ao objetivo da campanha que visa melhorar a autoestima dos sujeitos femininos.
VÍDEO 2
Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8589 acesso em 03/12/2013
Texto do vídeo “Real Beleza”
Odeia suas sardas
Ela se acha feia
Queria ser loira
Ela se acha gorda
Dove acredita que é possível mudar
A maneira como elas se sentem
Por isso estamos lançando
O programa Dove pela auto-estima
Porque toda menina
Merece se sentir
Bem com ela mesma
E perceber o quanto
Ela é realmente bonita
Campanha pela real beleza
Saiba mais, acesse campanhapelarealbeleza.com.br
Programa Dove pela auto-estima
Letra da música utilizada no vídeo:
Música “True Colors” de Cyndi Lauper, 1986
True Colors
You with the sad eyes
Don't be discouraged
Oh I realize
It's hard to take courage
In a world full of people
You can lose sight of it all
And the darkness inside you
Can make you feel so small
But I see your true colors
Shining through
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
Your true colors
True colors are beautiful,
Like a rainbow
Show me a smile then,
Don't be unhappy, can't remember
When I last saw you laughing
If this world makes you crazy
And you've taken all you can bear
You call me up
Because you know I'll be there
Tradução
Cores Reais
Você, com olhos tristes,
Não fique desanimada.
Oh, eu sei,
É difícil criar coragem,
Num mundo cheio de pessoas
Você pode perder tudo de vista,
E a escuridão dentro de você
Pode te fazer sentir tão insignificante...
Mas eu vejo suas cores reais
Brilhando por dentro.
Eu vejo suas cores reais
E é por isso que eu te amo.
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,
Suas cores reais.
Cores reais são lindas
Como um arco-íris.
Mostre-me um sorriso então,
Não fique infeliz, não me lembro
Quando foi a última vez que vi você sorrindo.
Se este mundo te deixa louca
E você aguentou tudo que consegue tolerar,
Me chame
Porque você sabe que estarei lá...
E eu vejo suas cores reais
And I see your true colors
Shining through
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
Your true colors
True colors are beautiful,
Like a rainbow
I can't remember
When I last saw you laughing
If this world makes you crazy
And you've taken all you can bear
You call me up
Because you know I'll be there
And I see your true colors
Shining through
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
Your true colors, true colors
True colors are shining through
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
Your true colors
True colors are beautiful,
Like a rainbow
Brilhando por dentro.
Eu vejo suas cores reais
E é por isso que eu te amo.
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,
Suas cores reais.
Cores reais são lindas
como um arco-íris...
Não me lembro
A última vez que vi você sorrindo
Se este mundo te deixa louca
E você deu tudo o que você pode suportar
Me chame
Porque você sabe que eu estarei lá
E eu verei suas cores reais
Brilhando por dentro
Eu vejo suas cores reais
E é por isso que eu te amo
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,
Suas cores reais, cores reais
Cores reais estão brilhando através de você
Eu verei suas cores reais
E é por isso que eu te amo
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,
Suas cores reais
Cores reais são lindas,
Como um arco-íris..
Você pode ouvir a música completa em : http://letras.mus.br/cyndi-lauper/#mais-acessadas/402399 Acesso 03/12/2013.
* Com base na propaganda que você assistiu e na tradução da letra da música acima, responda as palavras cruzadas abaixo e complete as lacunas dos enunciados:
1- A propaganda apresenta ___________________________ bem novas que não aprovam sua aparência.
2- A propaganda acredita que é possível _____________________ a maneira como as meninas se sentem.
3- Com imagens e enunciados, a propaganda justifica o lançamento do programa Dove pela ______________________________.
4. A propaganda afirma que toda menina precisa perceber o quanto ela realmente é ________________________________.
5- Podemos perceber, no segundo verso, que esta música dirige-se ao sujeito _________________________________.
6- A música afirma que as meninas não podem sentir-se ____________________, pois precisam ter coragem em um mundo cheio de pessoas com opiniões divergentes.
7- A música utiliza a metáfora da ____________________________ para demonstrar que sem luz não é possível ver as cores reais que uma pessoa possui.
8- Essa música pede para que o sujeito feminino retratado por ela mostre um ______________________________ e deixe de ser infeliz.
9- Há o pedido, na música, para que a menina deixe parecer suas _____________ reais, que é uma metáfora para sua beleza interior.
10- O autor da música oferece sua ___________________________ nos versos “E você aguentou tudo que consegue tolerar / Me chame / Porque você sabe que estarei lá...”
3-
10-
2-
4- 7-
*
6-
9-
5- 8-
1-
2. Responda, baseado no vídeo:
a. Você acredita que esta música foi bem escolhida para esta campanha? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b. Qual parte do vídeo da Dove que você assistiu nesta aula mais lhe chamou a atenção? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c. Você concorda com o que as meninas do comercial acham de si mesmas? Coloque pelo menos um adjetivo positivo para cada uma delas que:
- odeia suas sardas:
______________________________________________________________
- se acha feia: ____________________________________________________________
- queria ser loira:
_______________________________________________________________
- se acha gorda:
_______________________________________________________________
26ª. AULA
Analisaremos a seguir mais uma propaganda da campanha da Dove, que questiona as medidas das outras mulheres apresentadas na mesma revista na qual ela circula, e o vídeo “Evolution” da campanha Dove pela Real Beleza, que apresenta uma produção fotográfica realizada com uma modelo, utilizando a técnica do photoshop, além de um texto de um psicólogo e psicoterapeuta que questiona os chamados “padrões de beleza”. Para ter acesso ao vídeo, clique no link: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8588 que foi acessado em 03/12/2013.
A propaganda está no site: http://publicidadeaocubo.blogspot.com.br/2010/06/no-inicio-de-2004-campanha-pela-real.html Acesso em 03/12/2013.
Leia um texto que questiona o chamado “padrão de beleza” imposto pela mídia:
Respeito ao biotipoColoque um fim no hábito de se comparar aos outros e seja muito feliz com seu corpo.
Um dos conceitos mais estranhos que conheço é o de "padrão de beleza", contraditório já em seu significado. Estatisticamente, "padrão" ou norma é um atributo que 50% das pessoas apresentam. Biologicamente, pessoas "normais" são as que apresentam IMC (Índice de Massa Corporal) entre 18,5 e 24,9, intervalo em que, segundo a OMS, os riscos para a saúde são menores. IMC = peso dividido pela altura ao quadrado. Um exemplo concreto, para ficar mais fácil. Se você pesa 60 kg e mede 1,67 m, você deve utilizar a seguinte fórmula para calcular o IMC: IMC = 60 ÷ (1,67)² IMC = 60 ÷ 2,78 IMC = 21,5 O movimento cultural ocidental postula como "padrão" a beleza das modelos, autênticas exceções genéticas; belas, sim, mas não "padrão". O biotipo de uma modelo é encontrado em 0,5% das mulheres da humanidade, se tanto, e corresponde a um IMC frequentemente entre 16 e 17. Se não fossem autenticamente assim, seriam tachadas de subnutridas. Ou seja, o "padrão" não é padrão... Cada mulher tem sua estrutura física, seu biotipo. Assim, ossos, músculos, vísceras, gordura seguem uma programação genética. Umas têm mais; outras, menos. Existem limites biológicos que não podem ser contrariados, a não ser com enormes riscos para a saúde. E você? Qual sua estrutura física? Beleza não é privilégio deste ou daquele biotipo. Existem belas em todos. Beleza é atributo aplicável a todas as idades, formas e etnias. É conceito intimamente ligado à saúde e à
autoestima. Faça de seu biotipo seu aliado, não seu inimigo! Explore o que tem de bom. Valorize seus diferenciais, aquilo que a torna única! O que é só seu! Beleza não é padronizada, reside na diversidade! Cada uma tem a sua. É um conceito não competitivo. Em matéria de beleza, não há "mais que", mas "DIFERENTE DE". Encerro com uma frase de um famoso zoólogo e antropólogo, Desmond Morris: "Toda mulher tem um corpo belo porque é o brilhante coroamento de milhões de anos de evolução, fruto de surpreendentes ajustes e sutis refinamentos que o tornam o mais extraordinário organismo existente no planeta."
Autor: Marco Antonio De Tommaso, psicólogo e psicoterapeuta.
Fonte: http://www.dove.com.br/pt/Universo-Dove/Artigos-e-Dicas/Respeito-ao-biotipo.aspx
Acessado em 03/12/2013
Leia com atenção o texto do psicólogo Marcos Antonio de Tommaso para preencher as lacunas abaixo:
a) O psicólogo acredita que não é possível existir um _____________________ de beleza.
b) Se houvesse um padrão de beleza, seria necessário que pelo menos 50% das pessoas tivessem os mesmos _______________________.
c) As modelos não apresentam um Índice de Massa Corporal comumente encontrado no restante das ______________________ da humanidade.
d) Não podemos ter um padrão de beleza porque nosso biotipo segue uma programação _________________________________.
e) Para Tommaso, ____________________________ é atributo que pode ser aplicado em todas as idades, formas e etnias.
f) A __________________________________________ feminina é onde mora a beleza, pois não somos robôs padronizados.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
VÍDEO 3
Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?
video=8588 , acessado em 03/12/2013.
Para facilitar a compreensão do vídeo, transcrevemos aqui o texto utilizado nele:
Texto do vídeo “Evolution”: Tradução:
“No wonder our perception não é de admirar que nossa
of beauty is distorted” percepcão de beleza seja tão
distorcida
“Take part in the Dove Real Participe da oficina Dove Real
Beauty Workshop for girls. Beleza para meninas. Visite
Visit campaignforrealbeault.ca” campaignforrealbeault.ca
FIGURA 19
Fonte: http://publicidadeaocubo.blogspot.com.br/2010/06/no-inicio-de-2004-campanha-pela-real.html Acesso em 03/12/2013.
Leia aqui o texto da propaganda:
“Ao contrário das outras modelos desta revista, nós estamos aqui para mostrar curvas reais”
“Sistema Firmador DOVE. Testado em curvas reais.”
1.Como são representados os sujeitos femininos nessa propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Qual adjetivo você usaria para descrever cada um dos sujeitos femininos retratados nesta propaganda?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Qual a relação entre os sujeitos femininos e o produto anunciado nesta propaganda?
______________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4. Por que as propagandas da campanha da Dove se diferenciam das outras propagandas estudadas até então?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Explique o que significa o enunciado: “testado em curvas reais” usado na propaganda.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
27ª. AULA
No vídeo que assistiremos nesta aula é tratada a questão do “bombardeio” que as meninas sofrem diante da mídia. Ele inicia com a palavra “Onslaught” (investida) e logo aparece uma criança do sexo feminino que olha fixamente para algo. Quando ela esboça um sorriso (sinal de aprovação e de assujeitamento) começam as imagens de forma rápida e com posições de sujeitos femininos sensuais e belos, seguidos de palavras como “transform your skin” (transforme sua pele) “body” (corpo), “diet” (dieta), “hot” (quente, ardente, picante), “you soft” (você leve), “what to eat to stay sum” (o que comer fica, ou soma), “long” (longo, alongado), “small” (pequeno), “skinny” (magro), enfim, palavras relacionadas ao corpo esbelto e magro que o padrão atual de beleza exige.
As imagens começam nos outdoors, vão para as vitrines de lojas e acabam em propagandas de TV, que vendem produtos para dietas alimentares. Também retratam uma jovem que sofre o “efeito sanfona”: come e engorda, não come, faz exercícios e emagre (e até um sujeito feminino ajoelhado em frente a uma privada, lembrando a prática usada por muitas) num ir e vir constante na balança de seu quarto, fechada em seu mundo angustiante em busca da beleza perfeita.
Depois, podem ser vistos sujeitos femininos bonitos e magros, submetendo-se a cirurgias plásticas, com longas agulhas sendo injetadas em seus corpos, pois estão insatisfeitos com sua beleza. Observe que não são todas as meninas afetadas, muitas passam e não se atém ao que está à sua volta, mas uma (a que possui mais características ocidentais) sofre mais a influência. Ela está mais afastada das outras, produzindo o efeito de sentido de não pertencer mais ao mundo infantil. A música do vídeo é eletrizante, fala sobre uma “brisa” que chega até nós e nos envolve sem que percebamos (fazendo a metáfora de que a mídia seria essa brisa)
Fonte: Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8587 Acesso em 04/12/2013
Para endossar a discussão, analisaremos um texto que trata do mesmo assunto do vídeo:
As meninas contemporâneas já crescem preocupadas com a beleza, desde cedo
percebem que a aparência é importante para conseguir a aprovação dos outros.
Desde tenra idade elas ouvem sua mãe, suas tias, suas primas mais velhas suspirarem diante de um espelho, ou soltarem um sorriso de satisfação, e acabam absorvendo delas o quão crucial é focar esforços em seus corpos.
Quando elas procuram modelos de beleza em suas amigas, na TV ou na publicidade acabam por idealizar um padrão de beleza que nem sempre é alcançado. Com isso vem a frustração e, muitas vezes, dietas desnecessárias (sem acompanhamento de um profissional), compulsão por exercícios físicos e até cirurgias plásticas.
O discurso recorrente na mídia é o culto à beleza, à magreza e ao consumo. Se a mulher (independente da idade) fugir desses padrões ela sente-se excluída, e geralmente é! 70% das meninas de nove anos fazem dieta alimentar, mesmo não sendo gordinhas e já tem casos de anorexia em asilos porque algumas mulheres mais velhas não sentem-se bem com seu peso.
Podemos ter certeza dos “estragos” feitos pela mídia quando vemos o exemplo da ilha Fiji, no Pacífico Sul, a Leste da Austrália. A TV foi introduzida lá em 1995. Apenas três anos depois, 12 de cada 100 adolescentes apresentaram bulimia por causa da forte influência dos programas norte-americanos que estavam assistindo.
Com isso as campanhas publicitárias da Dove focaram no mote da Real Beleza feminina e esperam que as mulheres busquem a “sua” beleza, apreciem a sua aparência, melhorando-a (é claro!) com o uso dos seus produtos.
Fonte: Texto baseado nas informações contidas em artigo disponível na página: http://www.dove.com.br/pt/Universo-Dove/Artigos-e-Dicas/A-pressao-dos-padroes-de-beleza-atuais-nas-meninas-e-mulheres.aspx com acesso em 03/12/2013
1. Baseado no texto acima, relacione as palavras da coluna esquerda com os enunciados da coluna direita.
(1) APROVAÇÃO
(2) CORPOS
(3) BULIMIA
(4) DIETAS
( ) Sujeitos femininos mais velhos também podem sofrer com os padrões de beleza. Outros, que vivem em asilos, desenvolvem _________________.
( ) Ao espelhar-se em adultos, algumas meninas percebem que é importante focar seus esforços na beleza de seus _________________.
( ) Desde pequenas, as meninas buscam a ____________________________ dos outros.
( ) O problema em tentar manter um padrão de beleza é que dificilmente ele é alcançado, gerando com isso, a _________________________ de muitas
(5) ANOREXIA
(6) FRUSTRAÇÃO
garotas.
( ) Muitas meninas fazem _______________ desde pequenas, pois tem medo de engordar.
( ) Com apenas três anos de televisão, as adolescentes de Fiji apresentaram uma doença chamada _______________________ por causa da forte influência desse meio de comunicação.
VÍDEO 4
Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8587 acesso dia 04/12/2013
Texto do vídeo: Ditadura da Beleza
“Onslaught” (investida)
“Talk to your daughter before the beauty does” (fale com sua filha antes que a indústria da beleza faça isso)
“Download our self-esteem programmes at campaignforrealbeauty.com.ik” (baixe nossos programas de auto-estima em campaignforrealbeauty.com.ik)
“The Dove self-esteem fund” (O fundo de autoestima da Dove)
TRADUÇÃO DA MÚSICA DA PROPAGANDA “LA BREEZE” DE SIMIAN
La brisa
Whoah oh oh oh , aí vem la brisatem que ter ido lá vem la
[...] Aí vem aqui vemAqui vem a brisa vai soprartodo o seu problema e sua sanidade, pequenas mentes sãspara fazer o seu melhor para fugir, mas tomar um fôlego e você vai pagarvocê não pode esconder
TRADUÇÃO DA MÚSICA DA PROPAGANDA “LA BREEZE” DE SIMIAN
La brisa
Whoah oh oh oh , aí vem la brisatem que ter ido lá vem la
[...] Aí vem aqui vemAqui vem a brisa vai soprartodo o seu problema e sua sanidade, pequenas mentes sãspara fazer o seu melhor para fugir, mas tomar um fôlego e você vai pagarvocê não pode esconder
não há nenhum lugar para se esconder
whoah oh oh oh, lá vem la brisa[...]
não há nenhum lugar para se esconder
whoah oh oh oh, lá vem la brisa[...]
2. O título do vídeo que você assistiu é “Onslaught” e significa “investida”. Neste caso pense: quem está investindo em quem? Que efeito de sentido essa palavra produz?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. A menina do vídeo sofre um “bombardeio” de imagens e informações que estão
relacionadas à indústria da beleza, pois:
a) ( ) não querem que ela se torne uma adulta gorda, por isso oferecem produtos para seu bem estar.
b) ( ) querem vender seus produtos, por isso, investem em imagens que seduzem para garantir que sempre terá seus consumidores.
c) ( ) trazem a ideia de que se ela se esforçasse terá um corpo perfeito usando apenas os produtos anunciados.
d) ( ) precisa de informações seguras para poder ter uma vida saudável.
4. Como os sujeitos femininos desse comercial estão representados?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Analise o trecho da música da propaganda que diz:
“a brisa vai soprartodo o seu problema e sua sanidade, pequenas mentes sãs
para fazer o seu melhor para fugir, mas tomar um fôlego e você vai pagarvocê não pode esconder
não há nenhum lugar para se esconder”
a) Por que a música sugere que a menina tem de fazer “seu melhor para fugir”? O que significa esse trecho?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Em que sentido não podemos nos esconder dos discursos da mídia?
______________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
28ª. AULA
Professor, analise a propaganda disponível em: http://www.dm9ddb.com.br/?p=662, do mesmo banco citado na 7ª. Aula e mostre aos seus alunos como as representações do sujeito feminino mudaram em alguns aspectos (no que se refere ao dote, por exemplo). Observe que a propaganda dirige-se ao pai ou à mãe e a preocupação já é outra: se a filha terá segurança financeira durante as fases difíceis pelas quais passará na vida, e nas quais não poderá ser protegida pelos pais.
Além de analisar o texto, analise também a imagem que a acompanha: uma menina deitada em uma rede, num pôr-do-sol, destacando as cores do banco (laranja e azul) com a fisionomia de tranquilidade, que produzem o efeito de sentido de felicidade, de liberdade e de segurança.
Qual o tipo de segurança que os pais podem dar a seus filhos? Analise esta propaganda do Banco Itaú:
FIGURA 20
Fonte: http://www.dm9ddb.com.br/?p=662 acesso 12/09/13
Texto da propaganda:
“Você não pode impedir que ela tenha medo do escuro. Você não pode impedir que ela caia da bicicleta. Você não pode impedir que ela tenha espinhas. Você não pode impedir que ela vá mal na escola. Você não pode impedir que ela não saiba que faculdade escolher. Você não pode impedir que ela chore por amor. Você não pode impedir que ela fique sem seu colo um dia. Mas pode garantir que ela passe por tudo isso com mais segurança.”
“Faça um Seguro Itaú Vida. Tranquilidade para você, mais segurança para sua família. Fale com seu gerente. Itaú feito para você.”
Após ler o texto e analisar a propaganda, responda as questões que seguem:
1. A quem se dirige esta propaganda? Que efeito de sentido produz o uso da negação ao longo de todo o texto?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Nesta propaganda, são retratadas as várias fases da vida de uma pessoa, que vão, produzindo o efeito de sentido de passagem do tempo e também das dificuldades que surgem com isso. Numere as frases baseadas na propaganda de acordo com as fases da vida:
(1) Infância ( ) Ter espinhas.
( ) Ir mal na escola.
(2) Adolescência ( ) Escolher a faculdade.
( ) Sofrer por amor.
(3) Adulto ( ) Medo do escuro.
( ) Cair de bicicleta.
3. Há uma situação que pode ocorrer em qualquer fase da vida de uma pessoa que é a morte de um ente querido. Como a propaganda se refere a isso?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4. A propaganda usa a palavra “segurança” duas vezes. Qual é o possível sentido dessa palavra no texto?
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29ª. AULA
A propaganda desta aula é uma homenagem do Grupo BBN (agência de propaganda), ao Dia das Mulheres, a qual utiliza de um ditado popular como slogan. Segundo Fernandes (2010, p.70), “há um consenso entre os especialistas quanto ao fato de que os ditados populares configuram um conjunto de verdades ou juízos, os quais demonstram conhecimentos acumulados ao longo do tempo pela sabedoria popular”. Eles buscam solucionar problemas recorrentes com a difusão de conselhos concisos e estereotipados.
No caso da oralidade, quando um sujeito usa um ditado popular normalmente ele o introduz com uma fórmula: “Como diz o ditado...”.
Nas peças publicitárias, eles fazem a ponte entre a memória e a atualidade, ressignificando já ditos. Na propaganda analisada há o enunciado: “Em nosso caso...” anuncia a reformulação do que já é conhecido, do já-sabido.
Fernandes (2010) lembra, em sua tese, citando Sandmann (2007, p.27), que os ditados são anônimos, impessoais e atemporais, possuindo uma existência própria e quando utilizados na propaganda tem por fim “[...] prender a atenção do interlocutor, apresentando-lhes textos familiares, ou causar estranhamentos, mormente pelas mudanças ou frustrações que o texto apresenta”
Conforme a autora, o discurso publicitário atualmente vem carregado de diversos sentidos e pode ter outros objetivos que não apenas o da venda, mas também o de impor um sistema de valores aos consumidores, almejando modificar antigos hábitos e transformar comportamentos (FERNANDES, 2010).
No caso da propaganda analisada, busca valorizar o sujeito feminino em todos os setores da empresa anunciada, desejando produzir o efeito de sentido da criação e manutenção de seu nome no mercado ou junto ao público a que se destina. Aqui o provérbio é utilizado na íntegra e serve de entrada para o texto.
Fonte: FERNANDES, C. B. Entre o mesmo e o diferente: trajetos dos enunciados proverbiais no discurso publicitário. Disponível: http://www.uel.br/cch/ppgel/index.php?option=com_k2&view=item&id=448:entre-o-mesmo-e-o-diferente-trajetos-dos-enunciados-proverbiais-no-discurso-publicit%25C3%25A1rio
Acesso 18/12/2013
Propaganda disponível em:
http://www.roupanovaral.com.br/publicidade/grupo-bbn-dia-internacional-da-mulher/
Acesso em 11/09/2013
História do 8 de março
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Fonte: Disponível em: http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm Acesso 10/12/2013
* Releia também o texto da 8ª. aula, de Maria Ângela D’Incao, sobre “Mulher e a Família burguesa”
Um grupo especializado em propagandas fez a seguinte homenagem para o Dia Das Mulheres:
FIGURA 21
Fonte: http://www.roupanovaral.com.br/publicidade/grupo-bbn-dia-internacional-da-mulher/
acesso em 11/09/2013
Para ajudar sua leitura, transcrevemos o texto da propaganda:
Atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher.
No nosso caso, o ditado ficaria assim:
Em todas as áreas do nosso grupo, há sempre grandes mulheres.
Parabéns por mais este dia das mulheres. Grupo BBN
1. Após reler o texto histórico na aula 8, explique o que significa o ditado que aparece na propaganda:
“Atrás de um grande homem
há sempre uma grande mulher”
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2. Esta propaganda difere-se das demais principalmente por que:
a) ( ) os sujeitos femininos retratados não possuem rostos, apenas sombras, portanto, indica que pode se tratar de qualquer sujeito trabalhador.
b) ( ) explora o corpo feminino, insinuando suas formas, roupas e acessórios, deixando claro que o que importa é seu trabalho.
c) ( ) traz um ditado popular no texto, o que não é comum em nenhuma propaganda.
d) ( ) foi feita por um grupo que faz propagandas.
3. Quando a empresa anuncia “No nosso caso...” ela deseja produzir o sentido
de que:
a) ( ) acredita no ditado popular de que o sujeito feminino era apenas um coadjuvante, dando apoio ao sujeito masculino.
b) ( ) desconsidera o antigo ditado, criando um novo a partir dele, o qual valoriza os sujeitos femininos que trabalham na empresa.
c) ( ) considera os sujeitos femininos que trabalham na empresa como profissionais que dão apoio aos sujeitos masculinos.
d) ( ) inscreve-se no ditado popular e concorda com ele em todos os aspectos.
4. Releia a propaganda e complete adequadamente:
a) Você conhece o ditado popular que foi modificado na propaganda? Que efeito de sentido produziu essa troca?
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b) Para a segunda parte do ditado que é “há sempre uma grande mulher” a empresa modificou para? Que efeito de sentido produziu essa troca? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Relendo os dois textos da história que antecedem a propaganda reflita: a situação dos sujeitos femininos mudou nos dias atuais? Ele ainda precisa lutar por seu espaço, por seus diretos? Será que nossa sociedade ainda é machista e preconceituosa? Discorra sobre estes aspectos produzindo um pequeno texto argumentativo para ser lido para os colegas, que demonstre sua opinião. Capriche, pois depois exporemos sua produção no mural da sala de aula.
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30ª. AULA
Professor, estamos caminhando para a finalização do nosso projeto. Portanto,
nestas últimas aulas, auxiliaremos nossos alunos na produção de uma propaganda que apresente o sujeito feminino de forma não estereotipada, valorizando-o através de um discurso não preconceituoso, sem a exploração do corpo ou das imagens que a mídia costuma utilizar.
Para tanto, leve para a sala de aula revistas e jornais que possam ser recortados para a montagem da propaganda. Sugira-lhes que escolham um produto a ser anunciado (vendido), no qual um sujeito feminino deverá estar presente.
Divida a sala em grupos, de no máximo quatro integrantes, dê-lhes tesouras e material para recorte. Percorra os grupos observando as ideias que estão surgindo e se necessário oriente-os para o que devem procurar. Peça-lhes para guardarem as figuras recortadas para que a propaganda seja montada na próxima aula.
Combine antecipadamente com eles que o material produzido será exposto no saguão do colégio para a apreciação da comunidade escolar.
Agora você é o produtor...
Pense em um produto que possa ser vendido para o público feminino e pesquise em jornais e revistas figuras que você poderá utilizar em sua propaganda.
Lembre-se de fugir das representações que já estudamos nas aulas anteriores e busque valorizar o sujeito feminino em sua produção!
Bom trabalho!
31ª. AULA
Agora, com o material selecionado em mãos, é hora de muni-los com cartolina, cola, pincel atômico e mais revistas para recorte (pois eles ainda podem precisar de mais imagens durante a produção).
Neste momento, professor, é necessário que seus alunos relembrem a estrutura do anúncio publicitário, que vimos no começo de nosso projeto. Eles criarão um título, um texto, um slogan, uma marca para sua propaganda.
Auxilie-os quando necessário e faça a correção ortográfica dos textos antes que a equipe transcreva-o para a cartolina.
CHEGOU A HORA DA PRODUÇÃO!
Relembre a estrutura do anúncio publicitário para poder criar o seu.
Título
ImagemTexto
Marca Slogan
Com seu material em mãos e a ajuda de sua equipe, crie uma propaganda em que o título, o texto e o slogan sejam bem criativos! Crie uma marca para seu produto também e não se esqueça de valorizar os sujeitos femininos que serão retratados em seu trabalho!
32ª. AULA
Professor, chegou a hora da apresentação do trabalho de seus alunos!
Tranquilize-os, pois eles costumam ficar nervosos antes de qualquer apresentação e revise com eles o material produzido.
Arrume a sala para que ela se torne um ambiente prazeroso neste momento, dispondo as cadeiras de forma diferenciada (uma maneira interessante é o semi-círculo), deixando espaço na frente para as equipes que apresentarão ficarem à vontade.
Depois da apresentação, convide-os para expor o material no saguão do colégio, como haviam combinado.
CHEGOU O GRANDE MOMENTO!
Vamos mostrar às outras equipes (e depois ao colégio) a sua produção e de seus colegas.
Vocês podem eleger um elemento da equipe para a apresentação ou dividir o trabalho a ser apresentado. A escolha é de vocês. Bom trabalho!
3. REFERÊNCIAS
CARVALHO, Nelly. Publicidade: a linguagem da sedução. Editora Ática, São Paulo, 1996.
GONZALES, Lucilene. Linguagem Publicitária análise e produção. Arte e Ciência Ed. São Paulo, 2003, p. 18
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 10. ed. Campinas - SP: Pontes Editores, 2012. 100 p.
PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica de língua portuguesa, 2008.
PINHO, J.B. Propaganda institucional: usos e funções da propaganda em relações públicas. 4ª. Ed. São Paulo: Summus, 1990.
