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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · papel do sujeito ativo do sujeito-aluno nas atividades com e sobre a ... A leitura é a extensão da escola na ... Por que no conto

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2013

Título: O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA ATRAVÉS DO UNIVERSO FEÉRICO DE

MARINA COLASANTI.

Autor Zenilda Maria De Souza

Disciplina Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual do Campo São Francisco de Assis. Ensino Fundamental e Médio

Município Campo Largo

Núcleo Regional de Educação

Área Metropolitana Sul

Professor Orientador Naira de Almeida Nascimento

Instituição de Ensino Superior

UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Resumo

O material da Unidade Didática apresenta as atividades propostas, com base nos contos de Marina Colasanti, a ser implementado no 8º ano do Ensino Fundamental, tendo como objetivo servir como estímulo ao aluno – leitor, a fim de que possa encontrar na literatura uma forma lúdica, entender melhor a sua realidade e tornar-se um sujeito leitor. Objetiva também, a partir da exploração da paródia e analisando o papel da mulher na sociedade com base nos contos contemporâneos, levar o leitor a uma formação crítica da sua realidade cultural.

Palavras-chave Leitura; Conto; Paródia; Marina Colasanti.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo

Alunos do 8º ano do Ensino Fundamental

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“Quem não lê, não pensa

Quem não pensa, será sempre um servo”

Paulo Francis

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1. Apresentação

Esta unidade didática é parte integrante do Programa do Desenvolvimento

Educacional (PDE). Trata-se de uma proposta que faz uso do discurso como prática social,

norteado pelos processos discursivos, numa dimensão histórica e social, considerando o

papel do sujeito ativo do sujeito-aluno nas atividades com e sobre a linguagem.

Conforme Bakhtin, a interação verbal ocorre por meio de gêneros

textuais/discursivos, que são formas estáveis de comunicação, pois aprendemos a nos

comunicar dessa forma. A língua – o código linguístico é aprendido por nós na comunicação,

não isoladamente, mas por meio dos gêneros. Portanto, para interagir é preciso entender o

que lê, em diferentes situações dominando os diferentes gêneros da esfera sócio-discursiva.

Dessa forma, apresentamos como tema de estudo o Gênero Discursivo/textual

conto, procurando atender às Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa

do Paraná (DCES), que sugerem a teoria da estética da recepção, buscamos a formação de

alunos que não temem a ruptura com o estabelecimento, mas que sejam questionadores

constantes e flexíveis em termos de ajustamentos sociais. Valemo-nos dos preceitos de

Silva, como metodologia para as práticas pedagógicas com o texto literário em sala de aula.

Neste sentido, Ivanda Maria Martins Silva explica que:

A leitura de contos pode estimular o aluno-leitor a encontrar, na leitura literária, uma forma lúdica de entender melhor sua própria realidade. Ao ler narrativas curtas, que exijam uma resposta mais rápida e dinâmica do receptor, o aluno pode se sentir mais atraído pelo texto. (SILVA, 2005, p. 93).

Podemos observar que, nessa perspectiva, o conto pode estimular o aluno-leitor a

encontrar, na leitura literária uma forma lúdica através da paródia, compreender sua própria

realidade. “Ler é imergir num universo imaginário [...]” (Aguiar, 1993, p. 27). Através desse

olhar, apresentamos como tema de estudo o sub-gênero narrativo conto contemporâneo, de

Marina Colasanti, em que é possível vislumbrar os recursos da paródia nas suas construções

de enunciados a partir de outros já existentes, transformando o velho em novo e em uma

literatura moderna, fantástica, dinâmica e viva. Para Sant’Anna,

Modernamente a paródia é como um Jogo intertextual, mantido por uma relação oposta com o texto original. O redator desconstrói e desvirtua o pensamento do autor, sem, contudo, perder a identidade do texto fonte. Tem por objetivo satirizar, contestar

.

ou ridicularizar fatos sócio-históricos que ocorrem cotidianamente. (Sant’Anna, 2006, p. 12).

Sendo assim, os contos oferecidos despertam interesse no aluno. Ele deve perceber

que a leitura é uma necessidade, como correr, brincar, comer, dormir. Para que a leitura seja

efetivada com compreensão é necessário ter uma base teórica para melhorar e abranger

mais a compreensão do ato de ler. A escola, pela sua prática, dificulta o ato de ler. É

importante ter consciência disso para poder operar com ações contrárias e o professor ter

claro para si e para os alunos “para que ler’’, para que a leitura, além de prazerosa, seja

sobretudo um processo de aprendizagem. O progresso dos alunos dependerá basicamente

do professor que deve possuir vários conhecimentos para que desenvolva em seus alunos a

habilidade de leitura, de interpretação e de compreensão. A leitura é a extensão da escola na

vida das pessoas. “[...] A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma’’(AGLIARI,

1997, p. 148).

Essa Unidade Didática foi dividida em seis módulos para realizar a implementação, a

qual está relacionada ao desenvolvimento da leitura através do universo feérico de Marina

Colasanti. Assim que o gênero conto for se concretizando, esperamos também alcançar a

dimensão dada pelo conteúdo estruturante da leitura, na disciplina de Língua Portuguesa,

que é levar os alunos a perceber por si mesmo que as produções da autora se valeram dos

recursos harmoniosos de modelo da paródia, tornando seus contos uma expressão exata da

literatura contemporânea.

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UNIDADE DIDÁTICA

Módulo 1: “Com sua voz de mulher’’

http://www.infoescola.com/livros/longe-como-o-meu-querer/

Esse módulo objetiva trabalhar com o conto “Com sua voz de mulher’’ que faz parte

da coletânea de contos da obra Longe como o meu querer, publicado em 1997.

A grande maioria dos contos, nesta obra, aborda o direito da busca de afetos por

parte das personagens feminina revelando, em sua narrativa no mundo de fadas tradicionais,

que prevalece a valorização cultural e o comportamento da mulher de um tempo e de um

espaço, contribuindo para a formação social, dentro dos parâmetros a serem seguidos.

Analisa que o conceito da família, do casamento e das relações sociais sofreu modificações

ao longo do tempo. Partindo desse universo e situando-o no contexto da narrativa

contemporânea, a autora direciona sua obra ao público infanto-juvenil.

Algumas dessas narrativas transcorrem numa época ambientada em aldeias,

campos ou castelos, tendo pastores, camponeses, cavaleiros, reis ou princesas por

personagens. Em desacordo com os padrões típicos dos contos de fadas, os de Marina

Colasanti não estão comprometidos com um “final feliz”. No entanto, no conto ‘’Com sua voz

de mulher’’, a autora recria o mito da primeira narrativa entre os homens e nos fala sobre a

importância de ouvir histórias para a felicidade das pessoas. Porém, nesta obra, a autora usa

recursos harmoniosos de modelo de paródia que dá ao conto uma expressão exata da

literatura contemporânea em que o leitor entra em contado com a figura do príncipe e com o

ato de narrar em si, que nelas é descrito.

Nossa proposta de trabalho parte inicialmente da leitura de conto em sala de aula,

feita pela professora com fundo musical. Logo após faremos uma discussão dando ênfase às

informações do conto e levando os alunos a perceber por si mesmos, através de

questionamento oral, que a produção da autora toma a coletividade à fala feminina

encontrada na Bíblia sagrada.

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Momento reflexivo sobre o conto e o filme.

O que podemos lembrar através do trecho do conto? “E assim o deus prendeu

seus cabelos na nuca, e foi procurar um trabalho. Mas a uma mulher não se dá

trabalho de ferreiro, nem se põe na carroça a conduzir cavalos”.

O título tem relação com o texto?

Com qual identidade a voz se apresenta ao mundo dos mortais?

Por que as pessoas não eram felizes, se nada lhes faltava?

Em sua opinião, que atitude o rei deveria tomar para deixar seu povo feliz.

No início, a mulher foi aceita na cidade? Justifique sua resposta.

Entre as personagens da cidade, quem se coloca na posição de superior?

Por que no conto deus é escrito com letra minúscula?

Que outros textos podem ser lembrados através desse conto?

Num segundo momento, trabalhamos o filme chamado O livro de Eli, uma ficção

científica que narra a busca pelo último exemplar da bíblia no mundo inteiro.

Discussão oral sobre o enredo do filme.

Mostrar a importância da palavra, da narrativa em nossas vidas.

O que Eli faz para proteger o livro?

O que representa o livro sagrado nesse pós-mundo?

Avaliação

A avaliação desse módulo será efetuada pela participação oral nas discussões, seja

em grandes grupos, como nas reflexões trabalhadas pelos pequenos grupos e também na

produção de um pequeno texto sobre um mundo em que haja a história narrada, ou não

conforme o entendimento do aluno.

Professor (a), o objetivo desta atividade é que os alunos conheçam a ideologia nos

textos, portanto devemos tomar cuidado para que o assunto não se direcione para a

religião, ou seja, o credo religioso de cada um.

.

Módulo 2 “O moço que não tinha nome’’

Ainda na obra Longe como o meu querer, Marina Colasanti vai tecendo sua narrativa

ligada a um moço, que busca desesperadamente por uma identidade, ou seja, o rosto que

nunca teve. Ele só o encontra quando finalmente se apaixona. O amor passa a ser

reconhecimento mútuo, o equilíbrio na descoberta do autoconhecimento. O conto demostra

os sentimentos do ser humano, medos, dúvidas, o amor.

Nesta proposta de trabalho pediremos para que os alunos formem duplas. Em

seguida entregaremos o texto “O moço que não tinha nome” para que os alunos façam uma

leitura conjunta em voz alta e, parar encerrar, uma dramatização.

Momento reflexivo sobre o conto e os textos.

No conto “O moço que não tinha nome”, ele na realidade não tinha rosto, e as

pessoas quando o chamavam, viam no lugar do rosto dele o seu próprio rosto

refletido como num espelho e enchiam-se de espanto. Em sua opinião, por que

as pessoas enchiam-se de espanto com seu próprio reflexo?

A partir do questionamento anterior pretende-se ampliar a ideia. Tudo é uma questão

de perspectiva! Pode-se trabalhar com os espelhos côncavos, convexos, os que ampliam,

que reduzem, os que nos deixam finos e altos, os que nos focam baixos e gordos.

Ainda relacionamos a música de “Monte Castelo”, que as pessoas estabelecem nas

uniões amorosas. Muitas vezes, não se ama o outro, mas busca-se nele o conhecimento

(como no espelho da modista da Branca de neve) por nossas próprias qualidades.

Colocaremos a música na TV multimídia para os alunos ouvirem uma vez, e

providenciamos cópias para a dupla. Em seguida será feita a leitura do poema pelos alunos,

abordando a importância do amor na vida do ser humano. Após a discussão, a música será

ouvida novamente para que possam cantar junto.

Atividade escrita

.

Qual a relação do conto com o poema?

Retire do poema versos que se referem ao texto bíblico?

O que é amor para você?

Na música de Monte Castelo, o autor consegue definir o que é o amor?

Justifique sua resposta.

Você consegue definir o amor no conto?

Retire do conto afirmações que comprovam o nascimento do amor.

Em outro momento apresentamos o conto da madrasta da Branca de neve em forma

de slide, fazemos a leitura do mesmo, e para finalizar em grupos apresentar o conto em

forma de texto jornalístico.

Para ampliação dessa ideia, trabalharemos ainda o conto de Machado de Assis, “O

espelho”, que discute a noção da identidade do sujeito a partir dos olhares que a sociedade

impõe. Ou seja, acabamos refletindo no espelho o retrato que os outros nos imputam de

acordo com seus próprios valores.

Avaliação:

A avaliação neste módulo será escrita, através do questionário e oral pela

participação nas discussões e pela produção de uma pequena narrativa sobre sua

personalidade.

Professor, o conto de Machado de Assis é uma sugestão, e poderá ser trabalhado de

uma forma mais compreensiva, por vídeo.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=v2NnmHTs33s

.

Módulo 3 “Uma ideia toda azul”

http://biblionphilia.wordpress.com/

Esse módulo tem a finalidade de trabalhar o conto “Uma ideia toda azul”, que faz

parte do volume com o mesmo nome.

Esse livro de Marina Colasanti foi publicado em 1979. É uma obra que se

caracteriza, em geral, pelas temáticas associadas a unicórnios, cisnes, reis e princesas.

Porém, tratam de assuntos sempre presentes na vida do ser humano, situações que

encontram soluções na fantasia e ou no real, como: liberdade, paixão, medo, coragem,

alegria, tristeza etc...

A narrativa é enriquecedora e completa de sentidos. Fala de um rei que teve uma

“ideia toda azul”, uma ideia diferente que brinca com ele no jardim e até dorme como uma

jovem. Mas o rei achava que ela poderia ser perigosa. Então decide não deixá-la solta. Então

ele a tranca num quarto e pendura a chave no pescoço em grossa corrente. E nunca mais

mexeu nela. O tempo passou. O rei, já velho, retorna ao quarto para liberar a ideia, mas

percebe que já era tarde para colocá-la em prática. Por isso, ele “fecha para sempre a porta”.

Nossa proposta de trabalho com o conto “Uma ideia toda azul” se iniciará com leitura

feita em voz alta pelo professor (a) e continuada pelos alunos.

Momento reflexivo sobre o conto.

Você acha que o que aconteceu com o Rei em relação à sua ideia, acontece só

nas histórias ou pode acontecer na vida real? Justifique seu ponto de vista.

Uma narrativa se desenvolve em determinado espaço. Qual é o espaço desta

narrativa?

Que tipo de sentimento lhe desperta com a morte da ideia? E qual foi o

sentimento do Rei?

Se você tivesse o poder do Rei guardaria essa ideia?

O que significa metaforicamente “a ideia azul”?

.

Ampliando horizontes.

O professor deve instigar os alunos sobre o que o conto nos oferece, ou seja, das

ações que pretendemos fazer, mas por sentir medo da transformação que possa causar em

nossas vidas, por serem muito radicais em relação aos nossos costumes, não fazemos. Mas,

ao abrir mão delas e guardá-las, talvez estejamos condenando nossa vida à mediocridade ou

à insatisfação total. Pode se referir também a um objeto que consideramos precioso e que,

para não gastar ou para não deixar à disposição dos outros, guardamos e acabamos não

usufruindo do seu uso.

Professor (a) deve levar o aluno a refletir sobre vontades, desejos do ser humano.

Muitas pensam em fazer o que nunca puderam quando se apresentam algo,

esquecendo que muitas vezes aqueles desejos talvez não venham a ter mais sentido

depois de muitos anos, ou então pode ser que não tenham mais condições físicas ou

de saúde para realizá-los.

Avaliação:

A avaliação desse módulo será em grupo. Os alunos deverão produzir um texto

sobre o que poderia ser essa ‘’ideia toda azul’’ ou o que seria para cada um a ideia toda azul

nos nossos dias. Cada grupo escolhe uma “ideia azul” que poderia colaborar para

transformação ou para ajudar a melhorar o mundo.

Módulo 4 “Entre as folhas do verde O”

No conto “Entre as folhas do verde O”, que também faz parte da obra Uma ideia

toda azul, a narrativa tem como foco o amor e a feminilidade que são questões que ainda

mobilizam o sujeito da contemporaneidade.

Este módulo objetiva apresentar uma leitura voltada para o gênero, por meio deste

conto que narra de forma singular as particularidades do universo feminino, a partir do sexo

oposto. Essas características, presentes em sua narrativa, favorecem o propósito desse

.

estudo que é contribuir na reflexão nos conceitos de feminilidade e de amor ao longo das

décadas; esse sentimento que ainda ocupa um lugar significativo na constituição da

identidade feminina atualmente.

Para analisar o mencionado conto, são necessários alguns apontamentos acerca dos

apoios que relacionam a crítica feminista, para então observar sua presença, ainda que

implícita, na obra literária em questão.

Trabalharemos o conto relacionando-o com a Cantiga de amigos composto pelo rei

D. Dinis.

-Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

Ai Deus, e u é?

Ai, flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pos comigo!

Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado

aquel que mentiu do que mi ha jurado!

Ai Deus, e u é?

-Vós me preguntades polo voss'amigo,

e eu ben vos digo que é san'e vivo.

Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado,

e eu ben vos digo que é viv'e sano.

Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é san'e vivo

e seerá vosc'ant'o prazo saído.

Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é viv'e sano

.

e seerá vosc'ant'o prazo passado.

Ai Deus, e u é?

Aprenda mais um pouco

Sugestão de site

http://pt.wikisource.org/wiki/Ai_flores,_ai_flores_do_verde_pino

Esta é uma das cantigas mais conhecidas do autor. Trata-se de uma cantiga de

amigo, porém relata a visão da mulher na Idade Média. Dentro de um panorama literário no

percurso feminino da época.

Professor (a), verificar o vocabulário, com os alunos antes das atividades, pois o

poema é trovadorismo, a linguagem está em desuso na linguagem contemporânea,

como; pino = pinheiro, sabedes = sabei, U é? = onde está?, Do que pós comigo =

sobre o que combinou comigo.

Em outro momento, pedimos para que os alunos formem grupos de quatro pessoas.

Em seguida, entregamos o conto “Entre as folhas do verde O’’, para que os alunos façam

uma leitura em voz alta a seguir discutiremos sobre o mesmo. No momento posterior,

entregaremos o poema “Cantiga de amigos D. Dinis”, cuja leitura será realizada pelo

professor e continuará com alunos, ao que segue a discussão do poema, levando os alunos

a fazerem menções aos textos lidos.

Refletindo sobre o conto e o poema.

Discussões em grupos sobre o conto e o poema.

Qual a simbologia; das flores e do verde no poema de D. Dinis.

Procure o que há de semelhante entre a canção e o conto

.

Atividade escrita

Ilustre o que nos dias de hoje representa a demonstração de amor? Que gestos?

Procure o que há de semelhante entre as cantigas de amigos de D. Dinis e as

músicas de funk, que abordem o tema estudado.

Trabalharemos com notícias online através de testemunhas violências domésticas

contra mulher. Alguns exemplos estão disponíveis em:

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/07/marido-acusado-de-matar-ex-modelo-e-solto-

um-ano-depois-do-crime.html

http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/08/suspeito-de-matar-jovem-se-apresenta-

policia-em-palmas.html

Em outro momento cada aluno receberá as notícias impressas. Em seguida, será

feita a leitura em voz alta e, a seguir, discutiremos o papel da mulher referente às notícias

apresentadas, para que os alunos possam perceber a visão oposta da mulher na Idade

Média, no poema de D. Dinis. E também será mencionado o conto, onde discutiremos o

universo feminino a parti do sexo oposto, no conto.

Para saber mais

Será apresentada e debatida a lei 11: 340/06 - A lei Maria de Penha.

Refletindo sobre os textos:

Em sua opinião, o homem usa de sua força física, fazendo com que a mulher perca

sua identidade?

Isso acontece porque os homens ainda estão ligados a um passado ou por que desde

cedo os homens são educados para responder a expectativas sociais de forma

dominante?

Por que surgiu a lei Maria da Penha?

O que você entende pela lei Maria da Penha?

.

Professor (a), Esses são textos complementares sobre o mesmo tema, que ajudarão

os alunos a perceberem o amor sobre o olhar contemporâneo que é de medo

incerteza, tragédias etc... Diferente da imagem feminina no poema de D. Dinis. Para

melhor compreensão dos contos de fadas contemporâneos, no mundo que o cerca.

Avaliação

A avaliação desse módulo será realizada pela participação nas discussões

individuais ou em grandes grupos, por meio de dramatização, paródia, poema e slogan, cada

um será responsável para escolher e efetuar sua atividade.

Módulo 5 “Doze reis no labirinto do vento”

http://www.bibliotecamaluquinha.blogger.com.br/

Esse módulo objetiva trabalhar com o conto “Doze reis no labirinto do vento” que faz

parte do volume com o mesmo nome, publicado em 1982.

É um livro de contos de fadas, que cria um universo mágico e intemporal que

influencia de modo simbólico o nosso inconsciente. Os personagens habitam lugares

distantes, vivem em outros tempos, buscando a liberdade, a justiça, o amor e a própria

identidade.

Essa narrativa relata a história de uma moça que escolhe o momento de se casar e

escolhe também a quem vai se entregar. Doze reis passam por teste por ela. Mas onze

fracassam e se perdem no labirinto da moça. Finalmente, surge um rei que desvenda o

labirinto. Fazendo uso da força de sua masculinidade abre espaço nesse labirinto com a

espada e encontra a moça, que se entrega com um sorriso.

Nossa proposta de trabalho parte inicialmente da leitura do conto com os alunos, que

será em voz alta pelos alunos.

.

Discutindo o conto:

Qual é a intenção do pai com os Doze nichos de azulejo no fundo do jardim?

Você sabe com era constituída a família antigamente?

Em sua opinião, o que significa esse labirinto em relação à moça?

Partindo para a curiosidade da autora:

Quem é a autora desse conto “Doze reis no labirinto do vento”?

Você conhece outros contos ou outras obras dessa autora? Cite-as.

O que você sabe sobre a autora? Pesquise e faça um breve relato.

Professor(a), é importante para os alunos conhecerem sobre a produção literária da

autora Marina Colasanti. Para facilitarem em suas produções, e orientado que além da

biografia observe outros contos, pois pode ser um momento oportuno para o

reconhecimento e a valorização da autora, a qual não pode ser esquecida.

Em outro momento trabalhamos com trechos do filme Shrek terceiro da Dream

Works. Discutimos os elementos da narrativa presentes na obra, assim como a

desconstrução do conto de fada de hoje. Também pretende-se questionar sobre as

personagens, e como a narrativa está diferente do conto tradicional, fazendo uma

comparação.

Questionando o filme e o conto:

O que há em comum entre o filme e os contos de Marina Colasanti?

O que foi desconstruído no filme?

Em sua opinião, você é a favor da reconstrução dos contos de fadas? Justifique.

Em outro momento, objetiva-se com contos tradicionais como: Cinderela, Rapunzel,

A pequena sereia. Cada aluno receberá uma cópia dos textos para leitura individual, em

.

seguida pedimos para que formem duplas; cada uma será responsável para fazer a

desconstrução de um conto e apresentar para a classe.

Avaliação:

A avaliação desse módulo será feita através da discussão oral e também da

produção escrita / desconstrução dos contos.

Módulo 6 “A moça tecelã’’.

Esse conto também faz parte do livro Doze reis no labirinto do vento. Ele narra a

história de uma moça que tecia todo o tempo, passava seus dias a tecer com cuidado e amor

ao trabalho que executa, trazia através dele tudo o que necessitava e era feliz desta maneira.

Porém, com o passar dos anos, começou a se sentir sozinha e desejou ter um marido.

Imediatamente, pega os fios e começa a tecer o marido. Foi feliz por algum tempo, porém, o

marido, ao descobrir o poder do tear, submete a esposa a tecer seus caprichos. Ela,

sentindo-se infeliz e perdendo o desejo da vida, decide se desfazer do seu tear para ser feliz

novamente, e desconstrói a figura do marido que havia criado.

Nossa proposta de trabalho parte inicialmente de leitura do conto feita pelos alunos

em voz alta. Logo após faremos uma análise oral.

Por que a moça “desteceu” o marido e a vida que criara com ele? O que, em sua

opinião, a fez tomar essa decisão? O que lhe faltava?

Se você pudesse “tecer’’ sua vida, como seria?

Para ampliações das atividades deste módulo, será proposta a leitura de alguns

folhetos de cordel com temáticas amorosas ou desamorosas com xilogravuras, trabalhando

essa literatura de forma lúdica, visando contribuir para a produção escrita dos alunos.

Atividades finais:

Revisar os conteúdos trabalhados.

.

Em outro momento trabalharemos em grandes grupos, onde os alunos farão uma

apresentação do conto em forma de peça teatro. (Ensaiando com a orientação do

professor).

Produção de folhetos de cordel em grupos 5 alunos.

Organização e ensaio das atividades desenvolvidas em todos os módulos.

Coletânea dos contos produzidos e montagem de um livreto.

Apresentação das atividades realizadas pelos alunos, para as outras turmas do

colégio.

Professor (a), devemos pensar em uma proposta de mudança que deve partir

primeiramente do educador, que deverá analisar sua prática diária de ensino e,

através dela, fazer um balanço para verificar se a mesma está dentro das perspectivas

e necessidades dos alunos ou se está simplesmente cumprindo com suas obrigações

de “professor” sem ao mesmo perceber ou refletir sobre como é que deve ser sua

prática (metodologia, técnica, objetivos) enquanto educador consciente, ativo e

participante do processo ensino-aprendizagem. Pois a leitura é bastante complexa, e

o bom professor caminha do fácil para o difícil. Por conseguinte, parte da linguagem

oral para alcançar a escrita. A habilidade passiva é mais fácil que a ativa, escutar

antes de falar, ler antes de escrever.

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REFERÊNCIAS AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2 ed: Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Os gêneros do discurso. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. COLASANTI, Maria. Doze reis e a moça no labirinto do vento. S.P: Círculo do livro S.A, 1982. COLASANTI, Marina. Longe como o meu querer. S. P: Ática, 1997. COLASANTI, Maria. Uma ideia toda azul. S. P: Círculo do livro S.A, 1979. GAGLIARDI, Eliana; AMARAL, Heloísa. Pontos de vista: caderno do professor: orientação para produção de textos. São Paulo: Cenpec, 2010. (Coleção da Olímpiada de Português). PARANÁ, Secretaria do Estado. DCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa – Curitiba: SEED, 2008. SANT’ANNA, Afonso Romano de. Paródia, Paráfrase &Cia. 7ª ed: São Paulo: Ática, 2006 SILVA, Ivanda Maria Martins. Literatura em sala de aula: da teoria à prática escolar. Recife: Programa de Pós-Graduação da UFPE, 2005. TOMAZ, Kleber. G1 São Paulo. Marido acusado de matar ex- modelo é solto um ano depois do crime. 05 de jun. de 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/07/marido-acusado-de-matar-ex-modelo-e-solto-um-ano-depois-do-crime.html>. Acesso em 07 de out. de 2013. G1 TO. Homem confessa que matou ex- mulher por ciúmes. Disponível em: http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/08/suspeito-de-matar-jovem-se-apresenta-policia-em-palmas.html. Acesso em 07 de out. de 2013. WIKISOURCE. Disponível em:

http://biblionphilia.wordpress.com/. Acesso em 12 nov. 2013.

http://www.bibliotecamaluquinha.blogger.com.br/. Acesso em 12 nov. 2013.

http://www.infoescola.com/livros/longe-como-o-meu-querer/. Acesso em 12 nov. 2013.

http://pt.wikisource.org/wiki/Ai_flores,_ai_flores_do_verde_pino. Acesso em 07 out. 2013.