29
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · passam a professar sua crença em outra instituição religiosa, ou tornam-se agnósticas, ateus ou ecléticos; além das religiões

  • Upload
    ngophuc

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: O Diálogo Interreligioso e a Construção da Cidadania

Autor: Luiz Antonio Piai

Disciplina/Área:

(ingresso no PDE)

Sociologia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - Maringá

Município da escola: Maringá

Núcleo Regional de Educação: Maringá

Professor Orientador: Geovanio Rossato

Instituição de Ensino Superior: UEM

Relação Interdisciplinar:

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Resumo:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Vivemos em um mundo globalizado e em constantes mudanças que nos levaram, nas ultimas décadas, a conviver com modificações muito rápidas em todos os setores da vida humana. O contexto escolar reflete as transformações ocorridas, entre as quais a secularização que abrange uma gama de alunos e professores que se tornaram agnósticos, ateus ou professam os mais variados tipos de credos, em paralelo ao declínio do catolicismo. Neste sentido, no âmbito religioso, o crescente número de pessoas que abandonam o catolicismo e passam a professar sua crença em outra instituição religiosa, ou tornam-se agnósticas, ateus ou ecléticos; além das religiões não cristãs, faz surgir assim uma sociedade bastante diversificada e complexa a partir do sagrado. É preciso um repensar sobre as formas de nos relacionarmos com o outro e

quando respeitamos a crença alheia estamos demonstrando um profundo apreço ao ser humano; por isso a escola deve ser um espaço de aprendizagem importante neste contexto, ela deve propiciar um trabalho de diálogo interreligioso para promover o encontro, o respeito mutuo, a ética, e a construção da cidadania através da tolerância com quem possui uma relação diferente da nossa com o sagrado.

Palavras-chave:

(3 a 5 palavras)

Diálogo interreligioso; tolerância; cidadania; escola; ensino religioso.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

Alunos do Ensino Médio

1. APRESENTAÇÃO

Vivemos em um mundo globalizado e em constantes mudanças. Nos últimos

cinquenta anos aprendemos a conviver com modificações muito rápidas em todos os

setores da vida humana, basta ver as profundas modificações nas tecnologias de

informação e comunicação, a biotecnologia; as novas formas de produção

capitalista, e consequentemente as mudanças de ordem social e política: a rápida

urbanização, o crescimento da miséria, o desmatamento, o crescimento da violência

urbana.

Toda mudança econômica acaba modificando a vida cotidiana das pessoas,

pois elas precisam seguir sobrevivendo da forma que puderem, adaptando-se a

novas formas de trabalho e de relacionamento social; tanto é que milhares de

pessoas circulam pelo mundo atrás de um emprego e de uma melhor condição de

vida. Toda esta transformação produz uma gama de incertezas, gerando dessa

forma uma crise de valores pouco vista na história.

A sociedade brasileira tem se modificado muito ao longo das últimas décadas,

no âmbito religioso, há o crescente número de pessoas que abandonam o

catolicismo e passam a professar sua crença em outra instituição religiosa cristã ou

não, ou tornam-se agnósticas, ateus ou ecléticos. Isto faz surgir, a partir do sagrado,

uma sociedade bastante diversificada e complexa, a qual, segundo Chauí (2003:

253) [...] é, pois, a qualidade excepcional – boa ou má benéfica ou maléfica,

protetora ou ameaçadora – que um ser possui e que o separa e distingue de todos

os outros...”.

Este contexto de crenças ou descrenças permeia, também, o universo

escolar, sendo necessário um aprendizado respeitoso por todos. Sabe-se que a

intolerância cresce a passos largos, na medida em que o diálogo é substituído pela

força e pela violência, pois CAULYT (2013) nos aponta que “o número de denúncias

referentes à intolerância religiosa no Brasil, feitas pelo Disque 100 da Secretaria de

Direitos Humanos da Presidência da República, aumentou de 15 em 2011 para 109

em 2012”. O contexto escolar é fruto de todas estas transformações ocorridas, entre

as quais a secularização que abrange uma gama de alunos e professores que se

tornaram agnósticos, ateus ou professam os mais variados tipos de credos, em

paralelo ao declínio do catolicismo.

É preciso um repensar sobre as formas de nos relacionarmos com o outro e

quando respeitamos a crença alheia estamos demonstrando um profundo apreço ao

ser humano; por isso a escola deve ser um espaço de aprendizagem importante

neste contexto, ela deve propiciar um trabalho de diálogo interreligioso para

promover o encontro, o respeito mútuo, a ética, e a construção da cidadania através

da tolerância com quem possui uma relação diferente da nossa com o sagrado. Isto

feito, não só haverá apenas um cotidiano escolar mais plural, mas teremos uma

sociedade mais tolerante. Neste trabalho queremos proporcionar aos alunos do

ensino médio do CEEBJA a possibilidade do diálogo interreligioso para a construção

da cidadania.

Sendo assim, surgem algumas indagações: De que forma a heterogeneidade

de credos interage dentro do cotidiano escolar? Em que medida esta

heterogeneidade é trabalhadas em sala de aula? Existe espaço para o dialogo

interreligioso no cotidiano do Centro de Estadual de Educação Básica Para Jovens e

Adultos Professor Manoel Rodrigues da Silva?

Na busca por respostas a estes questionamentos apresentaremos um

material didático voltado a diagnosticar e melhorar o diálogo interreligioso no

ambiente escolar e, desta forma, contribuir para formação cidadã do nosso aluno.

2. MATERIAL DIDÁTICO

2.1 TEXTO BASE

O Diálogo Interreligioso e a Construção da Cidadania

O caso brasileiro é interessante, devido à pluralidade e a diversidade religiosa

de nosso povo. Refletindo um pouco sobre a história do nosso país, sabemos que

era habitado por uma infinidade de povos indígenas que possuíam suas próprias

crenças e sua própria cultura. No início do século XVI, com a expansão do

capitalismo mercantilista tomando forma, o colonizador português põe os pés no

solo das “novas terras” e imprime um processo de conquista e de ocupação através,

primeiramente, do corte do Pau-brasil com o trabalho indígena e posteriormente o

plantio da cana-de-açúcar com a importação da mão de obra escrava negra trazida

de diversos e distintos lugares da África, totalizando, segundo GOES (2008),

3.600.000 escravos. Esta população, no momento em que chegavam rapidamente

era separada do seu grupo linguístico e cultural sendo misturados com outros de

povos diferentes para que não pudessem se comunicar.

Em meados do século XIX até o início do século XX, devido à lavoura de café,

o Brasil tem novamente uma forte leva de imigrantes, principalmente europeus, mas

sem esquecer-se dos turcos e árabes, que na sua maioria eram muçulmanos,

japoneses que na sua chegada professavam, em geral, o budismo e xintoísmo e

muitos outros.

Este processo histórico permite ao Observatório da Laicidade do Estado

concluir:

Quando comparado a outros países, o campo religioso é, no Brasil,

especialmente complexo, pois abrange religiões de diferentes graus de

institucionalização e de distintas tradições culturais. Desde o monoteísmo

judaico-cristão até o politeísmo indígena ou de origem africana, e as mais

recentes incorporações de tradições orientais, inclusive de religiões que não

possuem a noção de deus. (...) No meio do caminho, estão as Igrejas

Evangélicas Pentecostais, algumas com maior grau de institucionalização,

outras menor, pois a criação de nova igreja depende da iniciativa e da

liderança do pastor ou do ministro dissidente, inaugurando sua própria

confissão.

De fato nota-se que a formação do povo brasileiro é sem dúvida e marcada

pela multirreligiosidade e pela multiculturalidade, pois a cultura é uma forma da

expressão da religião.

Desde a época da chegada dos europeus no Brasil, o catolicismo tornou-se

religião oficial até a Constituição de 1891, ou seja, foi um Estado confessional no

período do Brasil colônia até o Brasil império. Mesmo assim, durante todo este

período conviveu e incorporou, em sua cultura nacional, diversas práticas religiosas

indígenas, africanas e, posteriormente as primeiras igrejas protestantes chegaram

ao Brasil juntamente, com a vinda da família real portuguesa, em 1808, entre outras.

A partir do Segundo Reinado o número de seguidores da Igreja Católica foi

diminuindo, (fonte IBGE): entre os anos de 1872 e 1970, com perda de 7,9% de

participação no total da população; e tornaram-se muito acelerada nas últimas três

décadas quando o número de fiéis chegou a 64,6% do total da população, um

processo que impulsionou o crescimento tanto de evangélicos (cristãos

protestantes), como de pessoas sem vínculo com uma instituição religiosa e de

ateus, de acordo com a pesquisa do censo 2010, (IBGE: 2012).

Mas, o que ocorreu, sobretudo, nas ultima décadas, que impulsionou esta

mudança tão significativa no perfil religioso da população brasileira?

Vejamos então, o mundo atual do ponto de vista econômico e político vive em

constante e rápida transformação, sobretudo, a partir de 1980, quando se deu o

processo de globalização da economia a partir de um viés neoliberal; processo que

vem integrando diversos setores produtivos da sociedade, com o objetivo de

maximizar os lucros barateando ou eliminando a mão de obra.

Toda mudança econômica acaba modificando a vida cotidiana das pessoas,

pois elas precisam seguir sobrevivendo da forma que puderem, adaptando-se a

novas formas de trabalho e de relacionamento social; mas toda esta transformação

acaba gerando uma gama de incertezas, gerando dessa forma uma crise de valores

pouco vista na história.

Neste sentido todo este o processo histórico vivido pelo povo brasileiro,

acrescido de um profundo processo de industrialização e urbanização iniciado a

partir de meados do século XX, o qual, nas ultimas décadas aliou-se à globalização

e ao neoliberalismo, nos leva a refletir como as mais diferentes formas de cultura se

relacionam em um ambiente urbano restrito espacialmente, a cidade, ao mesmo

tempo em que concentra uma infinidade de indivíduos de culturas e meios sociais

diferentes?

Assim nos responde Guerra (2008:98):

Nada que seja de estranhar, pois as cidades sempre se opuseram ao

campo pela sua heterogeneidade social e cultural sendo, por definição,

consideradas «cosmopolitas» na medida em que concentra num território

restrito uma grande diversidade de indivíduos de culturas e meios sociais

diferentes. É isso que torna as cidades lugares de inovação (identificada

com a cultura urbana), mas também, e paradoxalmente, lugares de tensão e

de confronto cultural.

Devemos lembrar, ainda, que a urbanização brasileira aconteceu de forma

socialmente desordenada, pois milhares de pessoas se deslocaram da região norte

e nordeste em direção, principalmente, a região sudeste e sul, e ao chegar nestas

regiões não encontraram uma infraestrutura mínima de habitação, de educação, de

saneamento básico; ficando jogadas à própria sorte e desta forma inchando os

centros urbanos e fazendo crescer as favelas. Nas palavras de PINHO (2012:1):

A década de 80 mergulhou o país numa crise econômica maior

ainda, aumentando o abismo social e a segregação existente na

cidade. Os indicadores sociais urbanos continuaram piorando,

aumentou o processo de favelização e a violência e o processo de

migração para as cidades foi intensificado agravando ainda mais

esses indicadores.

Essa situação de miséria e abandono aprofundou a exclusão social que em

muitos casos, convive concomitantemente ao lado dos que tem poder aquisitivo.

Com esse cenário da sociedade brasileira, carregado de contradições sociais e

econômicas, temos de levar em conta outro aspecto, não menos importante, que é a

relação intercultural.

Neste sentido, nos últimos trinta anos as diversificações das crenças

religiosas se modificaram profundamente no Brasil, a Igreja Católica, ao que parece,

não soube dar respostas a nova realidade social presente em nosso país. Disso

resultou um crescimento surpreendente das igrejas pentecostais, que ocuparam um

espaço aberto por esta nova configuração da vida, principalmente urbana, da

sociedade brasileira.

Segundo CARRERO (2007: 118):

Para os teóricos do Pentecostalismo clássico do Brasil e da América Latina,

a face pentecostal do meio evangélico sempre foi compreendida como um

refúgio das classes populares e como local de reintegração dos laços

perdidos com a transferência de enormes contingentes do meio rural para o

meio urbano. As firmas pentecostais desempenhariam o papel de formadora

de comunidades fraternais capazes de integrar os nãos privilegiados.

Com o surgimento de novos credos a partir do declínio católico, e ao mesmo

tempo em que a secularização se faz presente em nossa sociedade, faz-se

necessário um diálogo que favoreça o pluralismo religioso, pois há, também, outras

formas de pensamento que nos remete ao sagrado, ao sobrenatural. Temos as

religiões de origem africana, o ocultismo, as religiões do extremo oriente, os

agnósticos, etc. É neste contexto complexo que são forjadas as pessoas que cedo

ou tarde estarão interagindo, seja no cotidiano, seja na sala de aula, razão pela qual

a escola deve constituir-se enquanto um espaço aberto de diálogo e respeito que

promova a valorização do direito a igualdade.

Neste sentido o que estamos propondo aqui é uma reflexão a respeito da

igualdade, do diálogo, da liberdade de expressão e de religião, da busca do bem

comum, tão caro às sociedades democráticas.

As nossas escolas podem exercer um papel crucial na implantação de um

diálogo interreligioso, contribuindo assim para que o aluno possa perceber que a sua

crença é uma das inúmeras possibilidades de acesso ao sagrado, e que ninguém e

nenhuma religião têm o monopólio da verdade, mesmo porque sabemos que as

religiões têm a função de acolher, de apaziguar os temores, de conduzir seus

adeptos a uma vida de reflexão e oração; ela é a crença de que não estamos

abandonados neste mundo e quando se está solitário temos o conforto de que algo

pode nos ajudar com sua mística presença e diante da morte encontramos um

pouco de refrigério. É nisto que se encontra a sentido de cada crença religiosa.

Desta forma cada religião possui a sua verdade e não a verdade. Conhecer

outras crenças nos abre a possibilidade de compreender outras dimensões da vida e

do universo. Como nos lembra DURKHEIM (1983:206):

Portanto, no fundo, não existem religiões falsas. À sua maneira, todas são

verdadeiras, todas respondem, mesmo que de diferentes formas, a

condições dadas da existência humana. [...] Todas são igualmente religiões,

assim como todos os seres vivos são igualmente vivos, desde os mais

humildes plastídios até o homem.

Quando falamos que o diálogo interrelioso é importante, posto que se não há

diálogo há intolerância. A história está recheada de casos onde a intolerância atingiu

níveis inimagináveis, tais como a inquisição ou algo mais recente como é o caso dos

regimes totalitários e em especial o nazismo. Após os horrores e flagelos da

Segunda Grande Guerra de 1939 - 1945, as potências vitoriosas, promoveram a

criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos onde em seu artigo XVIII diz:

Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;

este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade

de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e

pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Muito embora esta declaração não possua força legal, ela representa um

referencial para a tomada de consciência de que as pessoas possuem direitos que

devem ser respeitados principalmente pelos governos que se intitulam em Estados

de Direito.

Partindo deste pressuposto, e da necessidade do diálogo interreligioso, temos

um longo caminho a trilhar. Neste caso, a educação para a cidadania é um ponto de

partida, a qual, segundo JOHNSON apud MARSHALL (1997:34), inclui [...] “ o direito

de livre expressão, de ser informado sobre o que está acontecendo, de reunir-se,

organizar-se, locomover-se sem restrição indevida e receber igual tratamento

perante a lei.”

A escola pública é um espaço de presença do Estado e no caso brasileiro é

laico e democrático, ao menos formalmente. Nesse sentido, referir-se a diversidade

religiosa no ambiente escolar no remete a formas de se compreender o sagrado e as

relações interculturais.

Sendo assim, a escola pode se constituir em um local apropriado para a luta

contra a intolerância através de uma ética do respeito à diferença e do respeito

incondicional ao outro. PFEFFER (2009) nos lembra:

As religiões compatíveis com a democracia e que podem contribuir com a

realização deste projeto são religiões humanizadoras: religiões capazes de

superar os excessos da espiritualidade evasiva e ajudar formar sujeitos

livres, dotados de consciência na luta contra o sofrimento, a injustiça e a

opressão. São religiões que proclamam a dignidade humana baseada na

solidariedade entre os povos e nos direitos humanos.

Vivemos em uma época, onde a luta pelos direitos humanos é uma constante,

tanto através dos tratados internacionais, tal como a Declaração Universal dos

Direitos Humanos, com nacionais, haja vista em nosso país a existência de uma

série de leis humanitárias como os Estatutos da Criança e do Adolescente (ECA) e o

do Idoso, entre outras; demonstrando ser a ideia de igualdade um imperativo que

deva chegar atingir a todas as pessoas de modo indistinto.

A liberdade religiosa é uma expressão desta conquista, mas é preciso

colocá-la em prática e a sala de aula pode ser um espaço para seu aprendizado

contribuindo para o fim da intolerância. Por isto COTLER (2000:60) afirma

(...) o que é válido para a revolução e a contrarrevolução dos direitos do

homem é particularmente válido para os direitos do homem no plano

religioso. De fato, a liberdade religiosa não é somente o mais fundamental

dos direitos do homem; ela é, também, o principal entre os direitos incluídos

nos tratados internacionais.

Este questionário que você acaba de receber está sendo usado

para o programa PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) do

governo do estado do Paraná, na disciplina de Sociologia. O

questionário terá duração aproximada de 15 minutos, os

procedimentos empregados não provocam nenhum tipo de

constrangimento.

O preenchimento do questionário significa que você está

colaborando para que as aulas de sociologia possam ajudar a construir

uma cidadania mais consciente. Sua colaboração será anônima, os

dados aqui declarados não serão divulgados em hipótese nenhuma.

Pedimos que preencha o questionário com sinceridade e

AGRADEÇEMOS A SUA COLABORAÇÃO.

2.2 Questionário Sociológico

1. Sexo:

( ) Masculino

( ) Feminino

2. Idade:

_______ Anos completos.

3. Estado Civil:

( ) Solteiro(a)

( ) Casado(a)

( ) Separado(a) / Divorciado(a)

( ) Viúvo(a)

( ) Vivo com companheiro (a)

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos

¨Prof. Manoel R. da Silva¨

Rua Paranaguá, 430 - Zona Sete - 87020-190

Maringá – PR - Fone: (44) 3262-2232

4. Naturalidade:

( ) Brasileiro(a)

( ) Residente estrangeiro

( ) Estrangeiro(a) naturalizado(a) Qual país?__________________

5. Município em que mora hoje:

______________________________________________________________

7. Com quem você mora? (múltipla escolha)

( ) Pais

( ) Cônjuge

( ) Companheiro (a)

( ) Filhos

( ) Sogros

( ) Parentes

( ) Amigos

( ) Outros

( ) (ou) Sozinho (a)

8. Atualmente você:

( ) Apenas estuda

( ) Trabalha e estuda

9. Qual é o seu trabalho ou ocupação principal?

______________________________________________________________

10. Você participa de alguma entidade ou associação? (múltipla escolha)

( ) Associação pastoral ou eclesial

( ) Associação de pais e mestres

( ) Sindicato de trabalhadores ou patronal

( ) Partido ou associação política

( ) Organização não governamental

( ) Time de futebol ou clube esportivo

( ) Escola de samba

( ) Grupo de dança, música ou teatro

( ) Igrejas católicas

( ) Igrejas evangélicas

( ) Cultos afro-brasileiros (umbanda, candomblé)

( ) Centros espíritas: kardecistas; Roustainguismo; Racionalismo cristão;

Renovação Cristã; Conscienciologia; Apometria; Ramatis.

( ) Outro grupo religioso. Qual?________________________________

( ) Não participo.

11. Com que frequência você tem acesso à informação? Marque sua resposta com um “X”:

Diariamente Às vezes Raramente Nunca

Jornais

Revistas

Televisão

Internet

Livros

Rádio

12. Quantos livros em média você costuma ler por ano?

( ) Nenhum

( ) Um livro

( ) De 2 a 5 livros

( ) De 6 a 10 livros

( ) Mais de 11 livros

13. Em relação à cor da pele, você se considera:

( ) Branco(a).

( ) Pardo(a).

( ) Preto(a).

( ) Amarelo(a) (Oriental).

( ) Indígena.

14. Em relação à religião, você diria que é:

( ) Ateu

( ) Acredita em Deus mas não segue nenhuma religião

( ) Católica

( ) Católica não praticante

( ) Católico Ortodoxo

( ) Igreja Batista

( ) Igreja Luterana

( ) Igreja presbiteriana

( ) Igreja Metodista

( ) Assembleia de Deus

( ) Congregação Cristã do Brasil

( ) Igreja Universal do Reino de Deus

( ) Igreja do Evangelho Quadrangular

( ) Igreja Deus é Amor

( ) Testemunhas de Jeová

( ) Espiritismo

( ) Umbanda

( ) Candomblé

( ) Budismo

( ) Muçulmana

( ) Judaísmo

( ) Crenças indígenas

( ) Outra religião. Qual? _____________________________________

( ) Prefiro não declarar

15. Em relação à religião, você diria que sua família (ou a maior parte dos seus familiares) é:

( ) Ateísta

( ) Acredita em Deus mas não segue nenhuma religião

( ) Católica

( ) Católica não praticante

( ) Católico Ortodoxo

( ) Igreja Batista

( ) Igreja Luterana

( ) Igreja presbiteriana

( ) Igreja Metodista

( ) Assembleia de Deus

( ) Congregação Cristã do Brasil

( ) Igreja Universal do Reino de Deus

( ) Igreja do Evangelho Quadrangular

( ) Igreja Deus é Amor

( ) Testemunhas de Jeová

( ) Espiritismo

( ) Umbanda

( ) Candomblé

( ) Budismo

( ) Muçulmana

( ) Judaísmo

( ) Crenças indígenas

( ) Outra religião. Qual? _____________________________________

( ) Prefiro não declarar

16. Você recebeu algum tipo de educação religiosa na infância?

( ) Em casa com meus responsáveis

( ) Com outras pessoas da família

( ) No meu trabalho

( ) Na minha igreja

( ) Pela televisão

( ) Pelo rádio

( ) Vizinhos

( ) Internet

( ) Por outro meio. ( ) Qual?_____________________________

( ) Não recebi nenhuma educação religiosa

17. Com que frequência você participa de cerimônias religiosas (missas, cultos,

etc.)?

( ) Diariamente

( ) Até 3 vezes por semana

( ) Cerca de uma vez por semana

( ) Cerca de uma vez a cada quinze dias

( ) Cerca de uma vez ao mês

( ) Raramente ou apenas em datas especiais (Natal, Páscoa, dias sagrados,

etc.)

( ) Não frequento, mas vejo pela televisão ou pelo rádio

( ) Somente em cerimônias especiais (casamento, funeral etc.)

( ) Nunca

18. Você pratica os preceitos (regras, mandamentos, rituais, proibições, jejuns, etc.) de sua religião?

( ) Sim, busco praticar todos os preceitos

( ) Busco praticar a maior parte dos preceitos

( ) Pratico somente aqueles com os quais eu concordo

( ) Pratico poucos preceitos

( ) Não estou preocupado em praticar preceitos religiosos

19. Qual o papel que sua religião ou crença tem na sua vida?

( ) É o que há de mais importante na minha vida e sobre a qual eu procuro

basear todos os meus atos e opiniões

( ) É algo muito importante para a minha vida e sobre o qual eu procuro

basear a maior parte dos meus atos e opiniões

( ) Tem relativa importância para mim, mas nem sempre está de acordo com

as minhas opiniões ou atitudes

( ) Tem pequena importância e pouco me baseio nela para tomar minhas

atitudes ou formar minhas opiniões

( ) Tem alguma importância na minha vida, mas eu não baseio minhas

decisões ou opiniões na religião.

( ) Não é importante e não baseio minhas opiniões ou atitudes em nenhuma

religião.

( ) Nenhum papel em minha vida

20. Como você entende o fato de existirem muitas religiões ou denominações

religiosas?

( ) É um fato positivo, pois demonstra que meu país é democrático

( ) Pouco positivo, pois só deveria haver uma religião

( ) É negativo, devido ao fato de existirem religiões falsas

( ) Muito negativo, devido ao fato de existirem religiões demoníacas

( ) Não sei o que responder

21. Você tem dificuldade de conviver e dialogar com pessoas de religiões

diferentes?

( ) Sim

( ) Não

( ) Depende da religião da outra pessoa

( ) Não sei responder

22. Você concorda com a ideia de que todas as religiões são iguais?

( ) Sim, todas as pessoas tem o direito de acreditar no que quer

( ) Não, isto é uma mentira para confundir as pessoas

( ) Não tenho opinião formada, pois não conheço as outras religiões

( ) Prefiro não responder

23. Para você o caráter e a ética das pessoas dependem da religião que ela acredita?

( ) Plenamente, a religião é a base da conduta

( ) Talvez, pois muitos seguem uma religião mas sua conduta é duvidosa

( ) Não acredito, devido ao fato de conhecer pessoas sem religião e serem

muito éticas e comprometidas com a sociedade

( ) Não acredito pelo fato de muitos religiosos cometerem injustiças e até

crimes

( ) Prefiro não responder

24. Existe alguma religião ou religiões que você não aceita? Para responder esta questão marque com um X em quantas caselas forem necessárias de acordo com as suas opiniões:

Você não aceitaria ter pessoas destes grupos como:

A

T

E

U

S

N

E

N

H

U

M

A

D

E

L

A

S

C

A

T

Ó

L

I

C

O

S

E

V

A

N

G

É

L

I

C

O

S

M

U

Ç

U

L

M

A

N

O

S

R

E

L

I

G

Õ

E

S

AFRICA-

NAS

E

S

P

I

R

I

T

A

S

R

E

L

I

G

I

Õ

E

S

ORIEN-

TAIS

1. Na sua família (marido, esposa, filho (a), irmãos.

2. Parentes (genro, nora, padrasto, madrasta, enteado (a), cunhado (a), etc).

3. No meu grupo de amizades, ou como amigos de meus filhos.

4. Como doadores de sangue ou de órgãos, caso você ou alguém da sua família venha precisar um dia.

5. Como vizinhos, da mesma rua ou prédio.

6. Como colegas ou parceiros de trabalho ou da escola.

7. Como empregados na minha empresa ou na minha propriedade.

8. Como cidadãos do meu país.

9. Como turistas no meu país.

10. Eu os afastaria do meu país.

2.3 TEXTO PEDAGÓGICO

Conhecer para compreender!

Devido ao pouco conhecimento, em geral, que alunos e professores possuem

sobre a religião alheia, apresenta-se aqui um pequeno roteiro sobre algumas das

religiões mais praticadas no Brasil. Ao entrar em contato com outras formas de se

chegar ao sagrado, e refletindo sobre suas doutrinas estaremos caminhando rumo à

desconstrução dos preconceitos religiosos que se originaram ao longo de nossa

história.

O texto a seguir baseia-se Livro Didático Público de Sociologia do Estado do

Paraná. Este livro é de fácil acesso, está disponível na internet e, é utilizado por

muitas escolas; oferecendo, ao mesmo tempo, um excelente material (amplo e

didático) para o tema religião, dentre os livros didáticos de sociologia disponíveis.

A INSTITUIÇÃO RELIGIOSA

“A busca de respostas sobre os mistérios da vida e da morte motivou-nos a

desenvolver o que podemos chamar de pensamento sagrado, ou seja, nossa

imaginação e inteligência, movidas pela curiosidade, levaram-nos a criar histórias

que nos explicam e aquietam nossas angústias sobre os mistérios acerca da criação

de todo o universo, e sobre o destino que nos espera.”

“Segundo Marilena Chauí, filósofa brasileira, o “sagrado opera o

encantamento do mundo” (Chauí,1998: 297), ou seja, essa forma de pensamento

nos remete a um mundo povoado de seres sobrenaturais com poderes ilimitados

que nos observam, nos recompensam, nos castigam, nos auxiliam, etc. Em todas as

culturas conhecidas, vamos encontrar sinais do sagrado. Não importa se são seres

naturais dotados de poderes sobrenaturais – a água, o fogo, o vento, se animais – o

cordeiro, a vaca, a serpente, se seres com forma humana – santos, heróis, ou seres

imaginários – anjos, demônios. Em outros casos não há deuses, mas práticas,

regras ou rituais com dimensões sagradas. Exemplificando: para alguns povos

indígenas o Sol e a Lua são considerados sagrados, para os hindus, a vaca é um

animal digno de idolatria, os judeus não cultuam deuses, mas têm seus dogmas,

assim como os budistas, que transformam todo o universo em entidade sagrada.”

“Juntamente com o desenvolvimento do pensamento sagrado, são criados os

“locais sagrados”, templos, igrejas, sinagogas, terreiros, mas talvez nem seja

necessário pensar no fim do mundo, ou na própria morte, mas o simples fato de ficar

“frente a frente” com a perda de alguém muito querido, comover-se com as

catástrofes que levam à morte de milhões de pessoas ou com o drama cotidiano dos

doentes e famintos que passam a vida somente em busca de alimento, e morrem

ignorando totalmente as possibilidades que a vida pode nos oferecer, sejam

situações que certamente levam muitos de nós a pensar sobre o sentido da vida,

sobre as razões de nossa existência, sobre os motivos que fazem cada um de nós

termos vidas tão diferentes.”

“Em resumo, consideramos que esta seja uma das formas de

compreendermos o pensamento religioso:

A religião como uma forma de alimento às nossas esperanças, como uma

força que nos impulsiona em direção a construção daquilo que consideramos justo,

ético e ideal. A crença de que em última instância, algo ou alguém irá nos socorrer

que não estamos abandonados à própria sorte, pode nos dar a força necessária

para prosseguirmos em nossa aventura pela vida! A religião pode também nos

ensinar a conviver com nossos conflitos interiores e aceitarmos o que é inevitável,

caso contrário, a vida se tornará inviável. Talvez elevar o pensamento ao Céu possa

colocá-lo à altura de nossos desejos.”

“Mas por que estudar a religião, e suas várias manifestações?”

“Antes de tudo porque não vivemos isolados no mundo. Estamos em contato

contínuo com as mais diversas culturas do planeta! Já há muito tempo a

antropologia nos alertou sobre os riscos e os prejuízos que o pensamento

etnocêntrico causaram à humanidade. Quantas culturas arrasadas, quantos povos

destruídos e dominados em virtude da ignorância e da arrogância de outros, mais

poderosos economicamente. Hoje, é inadmissível termos este tipo de atitude, qual

seja, a de olharmos com superioridade para povos com culturas diferentes da nossa,

julgarmos como inferiores comportamentos culturais que nos parecem “estranhos”

ou exóticos. Conhecer as diferentes religiões que se espalham por nosso país e pelo

mundo afora, possibilita-nos abrirmos os olhos para o mundo, ou melhor,

conhecermos outras dimensões para se compreender e explicar a vida e o universo.

Veremos que o mundo é muito maior do que imaginamos e muito mais fascinante

depois de conhecermos as histórias que buscam dar significado às nossas

existências.”

“Uma segunda forma de compreensão do pensamento religioso é percebê-lo

como instrumento de dominação, de intolerância, e que ao extremo pode chegar ao

fanatismo religioso.”

“No Brasil, temos hoje o respeito e a tolerância pelas mais diversas religiões.

Não somos obrigados a seguir uma única religião, como ocorre em alguns países.

Inclusive a Constituição Nacional nos assegura a liberdade de credo e de culto

segundo o art.5º, cap.I, inciso VI.”

“Isso significa que, ao nascermos, quase sempre seguimos a religião de

nossa família, mas que ao longo da vida podemos escolher uma nova religião, ou

mesmo optarmos pelo ateísmo.”

“Importa ressaltar, antes de conhecermos o quadro das religiões, a existência

de uma postura filosófica denominada Ateísmo. Surge na antiguidade 19reem-

romana e ganha maior espaço à partir do século XVIII, com o surgimento das teorias

anarquistas, liberais e socialistas. Consiste na total ausência de explicação divina

para a vida.”

“Vamos, em seguida, apresentar as principais religiões que podemos

encontrar espalhadas por todo o mundo. Apenas citaremos e apontaremos algumas

características de cada uma delas. O interesse e a curiosidade de vocês poderá

levar à pesquisa e ao aprofundamento sobre o assunto.”

“Religiões originárias do Extremo-Oriente:”

“Taoísmo

Baseia sua doutrina num livro chamado “Tao Te Ching” – o livro do Tao

(ordem do mundo) e do Te (força vital), escrito presumivelmente pelo filósofo chinês

Lao Tsé, no séc. VI a. C. O Taoísmo prega a passividade para se alcançar o Tao, ao

contrário do confucionismo que propõe o conhecimento. Para Lao Tsé, o mundo

ideal era aquele das antigas aldeias, onde a simplicidade e a ingenuidade criariam

as condições propícias para o perfeito equilíbrio entre o Tao e o Te.”

“Xintoísmo

Trata-se da antiga religião oficial do Japão. Originariamente não possuía um

fundador, doutrinas nem dogmas. Estrutura-se por intermédio de um conjunto de

mitos e ritos que estabelecem o contato com o divino e explicam a origem do

mundo, do Japão e da família imperial japonesa. O universo xintoísta é povoado por

milhares de deuses, denominados kamis – que se manifestam na forma de rios,

montanhas, flores, seres humanos, animais, etc. Kami também pode ser traduzido

por espírito, sendo o culto aos ancestrais uma das práticas mais importantes do

xintoísmo.”

“Hinduísmo

São surpreendentes a permanência no tempo e a complexidade desta

religião, que perdura há aproximadamente 6 mil anos, e compõe-se de tão grande

variedade de cultos e práticas religiosas, que pode ser considerada como um grande

conjunto formado por várias pequenas religiões. Mas algumas características unem

todos os hinduístas, quais sejam: o sistema de castas, a adoração às vacas e a

crença no carma. A organização da sociedade em castas parte do princípio de que

os indivíduos vêm ao mundo já ocupando um lugar na hierarquia social, como

resultado de suas encarnações nas vidas passadas. Portanto, este deve cumprir

com resignação a função que lhe coube, porque um viver com pureza pode resultar

como “prêmio”, uma vida futura numa casta superior. As quatro castas do hinduísmo

são: 1º. – os sacerdotes (brâmanes), 2º. – guerreiros, 3º. – agricultores,

comerciantes e artesãos e 4º. – os servos. Um quinto grupo que não é considerado

casta são os párias. Cada casta tem suas próprias regras de condutas e suas

próprias regras religiosas.”

“A vaca é considerado um animal sagrado, um símbolo da vida, porque ela

supre tudo que é necessário à sobrevivência humana, portanto, não é permitido

matá-la.”

“Budismo – criado na Índia, pelo príncipe Sidarta Gautama”

“O Buda (o iluminado), por volta do séc. VI A.C.. Este é tratado pelos adeptos

do budismo como um guia espiritual, e não um deus. Importa ressaltar que Buda era

absolutamente contra o sistema de castas existente na Índia.”

“Segundo o budismo, o ser humano está condenado à reencarnação após

cada morte, e a enfrentar novamente os sofrimentos do mundo (lei do carma). Para

encerrar este constante ciclo, deve-se buscar o estado da perfeita iluminação, ou

nirvana. Este estado é alcançado por intermédio da meditação e da contemplação,

que corresponde à negação dos desejos – fonte de todos os sofrimentos.”

“Confucionismo”

“Foi a doutrina oficial da China durante quase dois mil anos (do séc.II ao início

do séc. XX). Criada pelo filósofo Confúcio (Kung Fu Tzu), seus ensinamentos

apontam no sentido da busca do caminho do Tao – que seria o equilíbrio e a

harmonia entre o universo, a natureza e o indivíduo.”

“Para alcançar este caminho é necessário o conhecimento e a compreensão,

os quais são obtidos por meio do estudo do passado, da tradição. A respeito da vida

após a morte, Confúcio não ousava comentar, uma vez que ainda não havíamos

compreendido o que é a vida na Terra.”

“Religiões de origem africana:”

“Citaremos aqui somente as principais religiões afro-brasileiras presentes hoje

no Brasil, não esquecendo de que, na África, encontraremos uma grande variedade

de religiões – as religiões tradicionais ou tribais.”

“Candomblé”

“Originário da África, o candomblé chegou ao Brasil junto com os primeiros

escravos africanos, entre os séc. XVI e XVII. Seus deuses são chamados de Orixás

e representam as principais nações africanas de língua iorubá. Suas cerimônias são

realizadas em língua africana, acompanhadas de cantos e sons de atabaques.

Como esta forma de religião era proibida no Brasil, seus adeptos associaram seus

deuses a santos católicos, criando o que se conhece como sincretismo religioso.”

“Os deuses do candomblé dão proteção às pessoas, mas não determinam

como essas devem agir, e não castigam caso essas cometam algo considerado

incorreto para a sociedade.”

“Umbanda”

“É uma religião brasileira, resultado da fusão de duas religiões africanas: a

cabula e o candomblé, e de crenças europeias. O universo para os umbandistas é

habitado por entidades espirituais – os guias, que entram em comunicação com as

pessoas por intermédio dos iniciados, ou médiuns. Os guias assumem formas como

o caboclo, a pomba-gira, o preto velho e outros. A umbanda se propagou por todas

as regiões do Brasil, e é frequentada por pessoas de todas as classes sociais e

todas as origens étnicas.”

“Religiões originárias do Oriente-médio:”

“As religiões comentadas abaixo adotam a prática do monoteísmo, ou seja, o

culto a um único Deus.”

“Judaísmo”

“É a mais antiga da três grandes religiões monoteístas, sendo suas origens

encontradas há aproximadamente 1.OOO anos A.C. A palavra judeu deriva de

Judéia, parte de uma região do antigo reino de Israel.”

“Os judeus acreditam num único Deus, onipotente, o qual estabeleceu com

eles um pacto, uma aliança. Por isso, consideram-se “o povo escolhido por Deus”. O

livro sagrado dos judeus é a Bíblia judaica, ou Torá, que corresponde ao Antigo

Testamento dos cristãos, porém organizada de uma forma um pouco diferente. A

vida dos judeus é regida por normas rígidas estabelecidas por Deus. O não

cumprimento dos deveres com Deus e com seus semelhantes implicará em castigos

divinos”.

“Cristianismo”

“Tem origem no séc. I, na região ocupada hoje pelos atuais Estados de Israel

e territórios palestinos. Seus primeiros adeptos são os seguidores de Jesus Cristo e

de seus apóstolos.”

“A doutrina cristã nos ensina que Deus envia à Terra, seu filho Cristo – o

salvador, o qual foi morto a favor dos homens que estavam distanciado-se de Deus.

Na sua ressurreição Jesus oferece às pessoas a possibilidade de salvação eterna

após a morte, caso essas aceitem seguir seus preceitos de amor a Deus e aos seus

semelhantes. O cristianismo segue a Bíblia, que se divide em Antigo e Novo

Testamento. Algumas vertentes do cristianismo são apresentadas a seguir:”

“Igreja Católica Romana; Igreja Ortodoxa; Igreja Anglicana; Igreja Luterana;

Igreja Presbiteriana; Igreja Metodista; Igreja Batista; Igreja Pentescostais:

Congregação Cristã no Brasil; Assembléia de Deus; Evangelho Quadrangular; Deus

é Amor; Igrejas Neopentecostais: Igreja Universal do Reino de Deus, entre outras.”

“Cristianismo de fronteira: Mórmons; Adventistas; Testemunhas de Jeová.”

“Islamismo”

“Sua origem baseia-se nos ensinamentos do profeta Maomé, assim como

ocorre com o cristianismo. A palavra islã significa submeter-se.”

“Seu deus é chamado Alá, e seus seguidores são conhecidos como

muçulmanos (em árabe Muslim, aquele que se subordina a Deus). O livro sagrado

do islamismo é o Alcorão, sendo seus principais ensinamentos: onipotência de Deus

e a necessidade de bondade, generosidade e justiça entre as pessoas. A maioria

dos muçulmanos está concentrada no norte e no leste da África, no Oriente Médio e

no Paquistão.”

“Após elencarmos todo este numeroso rol de religiões e suas subdivisões em

igrejas, que aliás não termina aqui, se você pesquisar, certamente encontrará outras

ramificações destas religiões ou seitas isoladas e provavelmente você ficará

surpreso com a quantidade e a diversidade de manifestações religiosas existentes

no mundo. Este quadro constitui-se no que se chama de pluralismo religioso, e

certamente nos coloca importantes questões sociológicas, que não poderão ser

aprofundadas neste momento, mas sobre as quais vale a pena pensar:”

“A lógica do mercado que nas últimas décadas do século XX invadiu todas as

esferas da vida humana nas sociedades capitalistas não poupou as religiões. Por

isso, temos que estar atentos aos “espertalhões”, que se aproveitam dos sofrimentos

e falta de perspectivas das pessoas para vender sua “mercadoria” e ganhar adeptos

que favorecerão seus “negócios”,”.

“O desenvolvimento industrial levaria a uma perda da influência das religiões,

diziam os teóricos do séc. XIX. A ciência avançou vertiginosamente no último século,

e as religiões, por sua vez, ganharam uma abrangência e diversidade nunca antes

conhecidas. É importante observar o papel dos meios de comunicação na difusão de

mensagens religiosas, que chegam prontas em nossas casas.”

“Não importam suas crenças religiosas, não importa se você é ateu. “Mas

importa que você não espere o mundo acabar para lembrar se da experiência da

vida, do presente, que se acaba e recomeça a cada dia.”

3. METODOLOGIA:

Colega professor, o objetivo do nosso estudo foi promover uma discussão

sobre as questões da intolerância na sala de aula, buscando análise do conceito e

uma possível desconstrução de sua prática através do conceito de cidadania. Para

uma melhor compreensão do tema estudado, apresento um texto base enquanto

uma referência teórica organizada a partir de uma problemática percebida na sala

de aula do ensino médio do Centro de Educação Básica Para Jovens e Adultos

Professor Manoel Rodrigues da Silva.

O material apresentado trata-se de um ponto de partida para que o professor

possa fundamentar teoricamente seu discurso em prol da cidadania e da tolerância

não só em sala de aula como em todo o ambiente escolar.

Também apresento um questionário sóciorreligioso. Através dele é possível

detectar se há intolerância religiosa na escola que o professor trabalha. Depois de

aplicado e tabulado os dados, com muita prudência, comente os resultados com

seus alunos. A partir deste momento, utilize-se do texto pedagógico apresentado

aqui ou da página do portal da educação do governo do estado do Paraná, que está

apontado nas referências.

Separe os alunos em grupos e peça que cada um destes analise o texto e

descubra as semelhanças e diferenças que existem entre as religiões ou pode-se

propor aos alunos pesquisarem no laboratório de informática da escola os locais no

mundo, onde existe intolerância religiosa e o porquê delas existirem. Por fim, é

interessante promover palestras e/ou oficinas sobre a questão da

tolerância/intolerância religiosa no cotidiano escolar.

Para enriquecer o conteúdo da aula, segue abaixo a indicação de

alguns links de pequenos vídeos sobre intolerância religiosa no Brasil e no

mundo:

a) Este vídeo mostra um trecho do programa Brasil Urgente, da Rede

Bandeirantes de Televisão, em 27 de julho de 2010, onde o apresentador

José Luiz Datena atribui aos ateus a maioria dos males da sociedade e, ainda

neste mesmo vídeo, um delegado aposentado discrimina uma mulher

muçulmana no Rio de Janeiro.

Link: <https://www.youtube.com/watch?v=YX3LwIuOpWI> .

Acesso em 26 set. 2013.

b) Neste outro vídeo são apresentados dados de intolerância religiosa na história

recente do mundo.

Link: <https://www.youtube.com/watch?v=QciUHpahRLM>

Acesso em 26 set. 2013.

c) Notícia do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, em que o bispo da

Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, no dia 12 de outubro

de 1995, chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Link:< https://www.youtube.com/watch?v=luzdtANdj0s>.

Acesso em 27 set. 2013.

Sites:

Caro professor, apresento alguns sites que nos mostram que a

intolerância religiosa é um problema de grande amplitude. Veja alguns sites

que podem ser utilizados em aula.

Intolerância contra Cristãos:

Link:

<http://www.istoe.com.br/reportagens/168132_CRISTAOS+PERSEGUIDOS>.

Acesso em 23 set. 2013.

Intolerância contra Católicos:

Link: < http://www.jornadacrista.org/intolerancia-contra-os-catolicos-sim-e-

orquestrada/>

Acesso em 24 set. 2013.

Intolerância contra Umbandistas:

Link:< http://religioesafroentrevistas.wordpress.com/2012/08/20/intolerancia-

religiosa-contra-umbandistas/>.

Acesso em 23 set. 2013.

Intolerância contra Evangélicos:

Link: < http://intoleranciareligiosadossie.blogspot.com.br/2012/07/jornalista-

afirma-que-uol-promove-raiva.html>.

Acesso em 20 set. 2013.

Intolerância contra Muçulmanos:

Link: < http://qbrandotabus.wordpress.com/2011/09/26/intolerancia-religiosa-

muculmana-francesa-multada-por-usar-veu-diz-que-e-chamada-de-lixo/>.

Acesso em 24 set. 2013.

Intolerância contra Ateus:

Link:<http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/06/por-que-os-ateus-do-

brasil-tem-medo-de-sair-do-armario.html>.

Acesso em 24 set. 2013.

REFERÊNCIAS CARREIRO, Gamaliel da Silva. Análise Sócio-Desenvolvimental do Crescimento Evangélico no Brasil. 2007. 323 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2879/1/2007_GamalieldaSilvaCarreiro.pdf>. Acesso em: 11 maio 2013. CAULYT, Fernando. Religiões africanas são principal alvo da intolerância religiosa no Brasil. Revista Carta Capital, por Deutsche Welle, fev. 2013. Disponível em:<http://www.cartacapital.com.br/sociedade/religioes-africanas-sao-principal-alvo-da-intolerancia-religiosa-no-brasil>. Acesso em: 11 jun. 2013. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo. Editora Ática, 2003. 424 p. COTLER, Irwin. Religião, Intolerância e Cidadania: Rumo a Uma Cultura Dos Direitos do Homem. A Intolerância. Rio de Janeiro, Bcd União de Editoras S.A., 2000. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Disponível em:<http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm> Acesso em: 12 maio 2013. DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo, Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Pensadores). GOES, José Roberto Pinto de. Escravidão. Rede da memória virtual brasileira. Fundação Biblioteca Nacional. 2008. Disponível em: <http://bndigital.bn.br/redememoria/escravidao.html> Acesso em: 21 jun 2013. GUERRA, Isabel. A cidade multicultural e multiétnica: Gestão da diversidade e procura da democracia. Portugal: Percursos De Interculturalidade. 2008; volume II, (cap. III): 98-117. Disponível em:< http://www.oi.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&file=article&sid=2245> Acesso em: 09 maio 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Sala de imprensa. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php? id_noticia=2170> Acesso em 19 mar. 2013. JOHNSON, G. Allan. Dicionário de Sociologia: Guia Prático Da Linguagem Sociológica. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1997. PARANÁ. Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Livro Didático Público -

Sociologia. Vários autores. 2. ed. Curitiba: SEED-PR, 2006. p.83 – 97.Ou disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/sociolo gia.pdf> OLE, Observatório da Laicidade do Estado. Campo religioso: harmonia ou conflito? Disponível em:< http://www.nepp-dh.ufrj.br/ole/conceituacao2.html>. Acesso em 12 jun. 2013. PFEFFER, Renato Somberg. Diálogo interreligioso e construção da cidadania em um mundo globalizado: a contribuição do sincretismo religioso brasileiro. Revista Mosaico. 2009. Edição nº2, ano I. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/mosaico/?q=artigo/di%C3%A1logo-interreligioso-e-constru%C3%A7%C3%A3o-da-cidadania-em-um-mundo-globalizado-contribui%C3%A7%C3%A3o-do-sinc>. Acesso em: 29 abr. 2013. PINHO, João Ricardo Braga de. O crescimento das igrejas evangélicas no bairro de campo grande, município do Rio de Janeiro: um estudo de casa na Rua Artur Rios. Revista Brasileira De História Das Religiões, Ano IV nº XIII – Maio de 2012. Disponível em: <http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st7/Pinho,%20Joao%20Ricardo%20Braga%20de.pdf>. Acesso em: 08 maio 2013. VÍDEOS DO YOUTUBE: Acesso em: 24 set. 2013.

https://www.youtube.com/watch?v=YX3LwIuOpWI

https://www.youtube.com/watch?v=QciUHpahRLM

https://www.youtube.com/watch?v=luzdtANdj0s