Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

CONDIÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL NA CIDADE DE PONTA

GROSSA-PR: O CASO DO BAIRRO CONTORNO.

Jorge Luiz PEREIRA DA SILVA

Mª Ligia CASSOL PINTO

RESUMO

O saneamento ambiental atinge toda a população mundial, mas prejudica, principalmente, as populações que vivem em áreas de risco, em função da contaminação pelos efluentes domésticos ou industriais despejados, in natura, nos corpos hídricos. Saneamento Ambiental Urbano e Educação constituem-se no objeto deste estudo, por ser considerado o principal indicador de qualidade de vida da população humana. Este artigo caracterizou o saneamento ambiental urbano com ênfase nos usos múltiplos da água e esgotamento sanitário, a partir do Bairro do Contorno, Ponta Grossa, PR. A pesquisa envolveu revisão de bibliografia, por parte dos alunos; coleta de dados e informações, in lócus, sobre o perfil dos moradores das proximidades do arroio Santa Gertrudes- Ponta Grossa; tratamento e interpretação dos dados obtidos através de aplicação de questionários-entrevistas aos moradores; coleta e análise físico-química de amostras de águas do arroio e registros fotográficos. Os questionários foram aplicados a 31 das 150 famílias. Segundo Relatório Estatístico do Levantamento Socioeconômico de 2011realizada pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa e analisada pelo departamento de patrimônio, dentro do Programa Casa Segura. As amostras de água foram coletadas e dois pontos situados no médio curso, nas proximidades do Colégio, por ser considerada como área mais degradada. Os registros fotográficos focaram pontos de despejos de efluentes e resíduos sólidos. No interior do Colégio fotografou-se a linha de água do arroio e do reservatório de água (cisterna). O trabalho foi aplicado a 30 alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Professora Elzira Correia de Sá, Bairro Contorno, cuja participação foi considerada satisfatória, com 100% de participação. Do perfil dos moradores cabe ressaltar que, 19,3% são analfabetos; 3,22% possuem ensino superior. A renda familiar 35,42 % recebem até 2 salários mínimos. 96% recebem água tratada; 35% jogam efluentes no corpo hídrico. E as principais doenças de veiculação hídrica são Micose (6,44%), Diarréia (6,44%) Dengue (3,22). O saneamento ambiental urbano é responsável por uma parcela significativa da falta de qualidade de vida e saúde principalmente das populações mais carentes – baixa renda familiar, baixa escolaridade, e moradores de áreas de fragilidade hidrogeomorfológica e de risco geoambiental.

PALAVRAS CHAVE: Educação; Saneamento Ambiental e Água

2

1. INTRODUÇÃO

A temática saneamento ambiental no ambiente urbano com ênfase nos

usos múltiplos da água e esgotamento sanitário em Ponta Grossa, PR. Tem-se

como pressuposto a idéia de que “a qualidade de vida urbana está diretamente

ligada às questões de saneamento ambiental e da co-responsabilidade cidadã

no sentido de uma gestão compartilhada do território”.

Saneamento Ambiental Urbano e Educação é o tema em pauta e a

investigação visa fazer a caracterização do saneamento ambiental urbano, como

indicador de qualidade de vida da população humana residente, em especial, na

área deste estudo: Bairro do Contorno, Ponta Grossa - PR.

Isto porque se entende por Saneamento Ambiental como sendo acesso

ao abastecimento de água potável, esgotamento sanitário (águas cinza, e negra)

coleta e disposição de resíduos sólidos (domésticos industriais e hospitalares).

Como afirma Daltro Filho:

O Saneamento Ambiental é o conjunto de ações para promover e

assegurar condições de bem estar e segurança a uma população, através de

sistemas de esgoto, de abastecimento de água, de coleta e disposição final do

lixo, de drenagem das águas e do controle tanto da poluição do ar como da

produção de ruídos (2004: p22).

A questão da falta de saneamento ambiental atinge, principalmente, as

populações que vivem em áreas de risco - a contaminação por efluentes, e

doenças transmissíveis pela água- como nos fundos de vale, e áreas de

moradias irregulares. Nesse sentido, este trabalho propõe-se contribuir no

âmbito da Escola, com a formação de cidadãos consciente das questões

relativas à qualidade ambiental.

Para reforçar esta proposta, encontram-se disponíveis vários livros e

artigos científico, periódicos de circulação nacional e local de diferentes autores,

tratando tanto da questão ambiental como em especial, do saneamento

ambiental - uso da água, resíduos sólidos, esgotamento sanitário, uso do solo

urbano - quanto da necessidade de sensibilizar a comunidade sobre

necessidade de conservação e preservação do meio ambiente em nosso

planeta.

2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

O tema Saneamento Ambiental tornou-se uma preocupação Mundial, e

no Brasil esta questão vem se desenvolvendo através de políticas que visam

à necessidade de preservar a qualidade de vida para todas as classes

social presentes e futuras.

Conforme Milaré (1991) a população brasileira atualmente passa por um

intenso processo de aprimoramento da legislação ambiental no país, pois as

resoluções o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) as Constituições

Federal e Estadual e mais recente, as leis Orgânicas dos Municípios,

introduziram dispositivos legais capazes de promover uma sensível melhora nas

relações entre desenvolvimento e meio ambiente.

No tocante à gestão urbana, a legislação aponta a questão saneamento

ambiental como um dos principais indicadores de qualidade de vida à

população, ao lado da saúde, educação, trabalho e moradia. Daltro Filho (2004-

p.22) explica que, em termos de políticas de saneamento, o Brasil tem

muito pouco para contar. Poucas foram às políticas implementadas,

entretanto deve-se ressaltar àquela referente ao Plano Nacional do Saneamento

(PLANASMA). Lei considerada a mais importante até a presente data, com o

apoio financeiro do Banco Nacional de Habitação (BNH) pode-se desenvolver

um programa para atender 80% da população urbana com água e 50% de

cobertura com esgotos, e atendimento de 85% de todas as sedes municipais e

vilas com população superior a cinco mil (5.000) pessoas. Conceitualmente,

Saneamento Ambiental é entendido como o conjunto de ações, obras e

condições de bem estar e segurança, voltadas ao abastecimento humano com

água potável, o tratamento dos efluentes, a coleta, transporte e disposição final

dos resíduos sólidos e, o uso do solo urbano (REZENDE & HELLER. 2002).

Segundo Starke (1991), hoje claramente percebe-se que as ações

educativas podem levar a mudanças e transformações comportamentais. E ao

buscar a educação ambiental como uma prática educacional que precisa estar

sintonizada com a vida em sociedade e que pode ser inserida sob diversos

enfoques: tanto no social, como no econômico, político, é que percebemos que

estamos inseridos no meio ambiente e como o produto e fruto da qualidade de

ar, da água dos alimentos e dos espaços em que vivemos.

Para auxiliar nessa tarefa os PCN apresentam os chamados temas

transversais, ”que são processos que estão sendo intensamente vividos pela

sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos, pelos educadores

em seu cotidiano” (PCN’s, 1998, p.26).

3. METODOLOGIA

3.1. ÁREA DE ESTUDO

A cidade de Ponta Grossa está localizada na região centro sul do estado

do Paraná, região fitogeográfica dos Campos Gerais, unidade morfoescultural do

Segundo Planalto Paranaense (MINEROPAR, 2001). A população municipal é

estimada em 317.339 habitantes, IBGE (2012), numa área total de 2.067,551

km, sendo que 87,5% correspondem à população urbana. A área de estudo

corresponde à sub-bacia do Arroio Gertrudes (Figura 1), da margem direita do

Rio Tibagi, situada entre as coordenadas do sistema UTM, N: 7.226.003,17 m e

7.222.378,84 m; E: 579.675,54 m e 581.870,60 m.

Figura 01- Localização da área de estudo com a delimitação da sub-bacia do

Arroio Gertrudes em vermelho.

Fonte: Santana et all ( 2013)

Conforme Roza (2013) a área total da sub-bacia hidrográfica do Arroio

Gertrudes é de aproximadamente 2.221.055 m², e seu perímetro é de 7.598 m².

A altitude da sub-bacia varia de 845 a 965 metros: da área total 11,3% estão

inseridas no intervalo de 845 a 865 m, 18,3% entre 865 a 885 m, 28,2% no

intervalo de 885 e 905 m, 19% variam de 905 a 925m, 16,8% entre 925 a 945m

e 1,5% no intervalo de 945 a 965 metros (Roza, 2013p. 549).

3.2. MATERIAL & MÉTODOS

Da Pesquisa

O desenvolvimento do trabalho de pesquisa apoiou-se em

procedimentos básicos e clássicos de estudo de caso, a saber:

Revisão de literatura sobre o tema central- Saneamento Ambiental, bem

como sobre a legislação urbana- Estatuto da Cidade; Plano Diretor Urbano;

Gestão urbana compartilhada, Educação ambiental, Agenda 21 Escolar.

Levantamentos de campo, relativo às condições gerais dos usos múltiplos

da água e do esgotamento sanitário na área de estudo, incluindo-se ai aplicação

de questionários (entrevistas) aos diferentes segmentos da população, registros

fotográficos e mapeamentos temáticos;

Análise laboratorial de amostras de água coletadas no Arroio Gertrudes,

principal curso de água no Bairro Contorno e seus afluentes;

Tratamento dos dados e análise dos resultados obtidos nos levantamentos

de campo. - em tabelas, gráficos e mapas.

Plano de atividades educativas para 30 alunos do 1º ano do ensino médio

voltadas a ressaltar a importância do Saneamento Ambiental e da Preservação

Ambiental urbana, a partir do seu local de vivência.

a) Atividade de pesquisa: Levantamentos de campo com registros fotográficos

de situações onde ocorre deposição de resíduos sólidos domésticos a céu

aberto e despejos de efluentes domésticos na rede fluvial.

Aspecto Geral do entorno do Arroio Santa Gertrudes.

Fonte; arquivo pessoal

Figura 1 Figura 2

Figura 3 Figura 4

b) Atividade complementar:

Proposta alternativa de aproveitamento da água - linha de água natural- que

circula nas dependências do Colégio para a limpeza em geral e nas descargas

dos banheiros.

Detalhes das instalações da Cisterna no interior do Colégio

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 5 Figura 6

Figura 7 Figura 8

3.3TRABALHO COM OS ALUNOS

No primeiro momento era selecionar uma turma de 30 alunos do Ensino

Médio através de um sorteio para a participação deste projeto de

implementação, posteriormente já com a turma selecionada formar 5 grupos de

6 alunos.

No segundo momento seria feita a distribuição de tarefas a cada grupo,

onde o primeiro grupo faria o Diário das situações vivenciadas por todos os

grupos em todas as atividades que iriam desenvolver neste projeto; o segundo

grupo faria a coleta da água para posteriormente levá-la até um laboratório para

a devida análise; o terceiro grupo faria o questionário para ser aplicado junto as

famílias moradoras próximo ao Arroio; o quarto grupo faria a tabela dos dados

obtidos na pesquisa;o quinto grupo o texto percentual sobre a tabela.

No terceiro momento era desenvolver uma aula de campo, onde todos

os alunos deveriam por em prática o conteúdo assimilado no debate que foi

realizado em sala de aula.

No quarto momento já em campo todos os grupos deveriam desenvolver

esta pesquisa junto às famílias e que cada um do grupo realizasse uma

pesquisa, pois a turma era de 30 alunos, o que resultou que uma entrevista

ficasse para o professor, diante ao fato exposto os alunos foram desafiados a

elaborarem uma tabela e juntamente um texto sobre o percentual obtido através

da coleta de dados (entrevista) e também a coleta das amostras da água do

Arroio Santa Gertrudes e da linha da água que passa sobre o colégio.

Do trabalho em rede

Outra atividade que se desenvolveu foi como tutor no curso a distância,

intitulado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) de Grupo de trabalho

em Rede (GTR). Nesta atividade o professor PDE compartilhou a proposta que

irá implementar no seu colégio com outros professores da Rede Estadual, os

quais também lecionam a mesma disciplina.

4.0RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Do trabalho com os estudantes

O trabalho desenvolveu-se com 30 alunos do primeiro ano do ensino médio do

Colégio Estadual Professora Elzira Correia de Sá, Bairro Contorno, cuja

participação foi considerada satisfatória, com 100% de participação.

No primeiro encontro em campo os alunos do 1ºB fizeram a aplicação do

questionário (entrevista) sobre as famílias que moram próximo ao Arroio Santa

Gertrudes.

No segundo encontro, em sala de aula foi elaborado um debate o que

eles tinham de conhecimento sobre os conceitos da temática o Saneamento

Básico e Saneamento Ambiental, posteriormente aberto um debate para a

questão da água no Mundo, no Brasil e em Ponta Grossa focando sua realidade

em problemática, diante desta elaboramos um desafio a todos os alunos

desenvolveram uma redação relacionando a problemática global, nacional e

local com possíveis soluções para atenuá-la.

No terceiro encontro os alunos fizeram as coletas das amostras de água

do Arroio Santra Gertrudes e da Linha da água que passa sobre o Colégio.

4.2 Do Trabalho com o Grupo De Trabalho em Rede (GTR)

Outra atividade que se desenvolveu foi como tutor no curso a distância,

intitulado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) de Grupo de trabalho

em Rede (GTR). Nesta atividade o professor PDE compartilhou a proposta que

irá implementar no seu colégio com outros professores da Rede Estadual, os

quais também lecionam a mesma disciplina.O GTR estava dividido em três

etapas:

Na primeira etapa tinha-se por objetivos a leitura, análise e discussão

sobre o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, intitulado como:

Caracterização das Condições de Saneamento Ambiental na cidade de Ponta

Grossa-PR: O Caso do Bairro do Contorno. Em retorno a este trabalho, ficou

claro na maioria dos comentários no fórum e no diário, a avaliação da proposta

foi pertinente e de grande relevância e que a maioria dos cursistas irão usar este

projeto para desenvolver em suas escolas. Alguns colocaram que diante da

realidade que nos encontramos, precisa-se de um trabalho pedagógico para

uma conscientização e uma sensibilização sobre as questões de Saneamento

Ambiental, pois para que o aluno venha torne-se um agente ativo de

transformação ele precisa conhecer seus direitos e deveres, para então ser um

aplicador direcionado a ensinar e transformar uma sociedade capitalista a fazer

cobranças em todos os seus aspectos.

Na segunda etapa teve-se por objetivos a socialização dos fundamentos

teóricos e metodológicos e também a reflexão sobre a relevância da Produção

Didática Pedagógico para a realidade da escola pública. Em retorno a este

trabalho ficou claro que os comentários no Fórum 2 e no Diário 2 que esta

Produção Didático Pedagógica leva os alunos a pensar sobre a preservação dos

recursos hídricos assim como fazer uso de fotos, mapas, tabelas, gráficos,

trabalhos em campo, coleta de material para análise em laboratório, discussão

com os vereadores e que diante da realidade que nos encontramos haja

necessidade de um trabalho pedagógico para uma conscientização e uma

sensibilização sobre as questões de Saneamento Ambiental.

Na terceira etapa era refletir e opinar sobre os resultados que

apresentei, trazendo contribuições para o debate. No Fórum (Vivenciando a

Prática) tínhamos por objetivos socializar os encaminhamentos metodológicos

da implementação do Projeto de Intervenção na Escola - na perspectiva do

professor participante compartilhar suas experiências usando pelo menos uma

ação de implementação já aplicada em sua escola, relatando uma experiência e

seu desenvolvimento, ou sugerir uma atividade para ser desenvolvida com seus

objetivos relacionando com uma das ações da minha implementação. Em

retorno a este trabalho observa-se no Fórum e no Fórum (Vivenciando a Prática)

que toda a implementação ficou bem amarrada, tanto na teoria quanto na prática

e que os educandos ao se apropriarem dos conhecimentos científicos que a

escola lhes proporciona, passam a serem multiplicadores de boas ações,

criando hábitos de cidadania. Também mostra que esta implementação envolve

muito a participação dos alunos, da comunidade.

4.3 Das análises de água

a) Água Do Córrego Santa Gertrudes

Pela analise bacteriológica da amostra percebe alta quantidade de

coliformes totais, valor que deveria estar ausente e o responsável por esse valor

é a Eshcrichia coli. O valor encontrado para bactéria está pelos menos dez

vezes maior em unidade formadora de colônias que valores dos rios.

Na analise físico-química pela cor encontrada é menor que os

parâmetros para água in-natura, o pH a 25° o valor é compatível com flora

apresenta o pH levemente básico, também apresenta pequena quantidade de

partículas suspensas pela baixa turbidez.

A água desse córrego recebe grande quantidade de esgoto provenientes

dos despejos das residências, isso reflete no número elevado de

microrganismos encontrados pela grande quantidade de matéria orgânica. Essa

água é inadequada para tratamento, a maneira de amenizar a poluição desse

córrego é conscientização da população ao redor que utilizem a rede coletora de

esgoto, e com o tempo o ambiente vai depurar a matéria orgânica.

b) Linha D’água Que Passa No Colégio

A água não apresentou sólido orgânico e inorgânico dissolvidos,

comprovado pela analise de cor. Comprovou-se pequena presença de materiais

em suspensão na amostra pela turbidez, porém o valor é compatível com água

potável já que o valor encontrado é menor do que 1NTU, o pH encontrado é

ácido e incompatível com pH de água potável (pH < 6),. Encontraram-se valores

altos de coliformes totais, porém a quantidade de bactérias esta abaixo dos

parâmetros da portaria 2.914.

Para consumir essa água não é necessário tratamento convencional, já

que apresenta cor e turbidez dentro dos parâmetros do ministério da saúde e do

meio ambiente, é necessário a correção do pH com soda caustica ou cal e fazer

a desinfecção, embora haja vários métodos o mais viável e cloração além da

adição de flúor se for para consumo até valores de 0,6 a 0,8 ppm.

4.4 Do levantamento de dados socioeconômicos da amostra populacional 31

famílias

Da coleta de dados sobre as variáveis selecionadas para traçar o perfil

dos moradores das margens ou proximidades do Canal do Arroio Stª Gertrudes,

constatou-se o seguinte quadro geral:

Quadro 1: Escolaridade das 31 famílias moradoras ao longo das margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Nível de Escolaridade Nº de Pessoas %Analfabetos 6 19,3Ensino Fundamental Incompleto 17 55,0

Ensino Fundamental Completo 2 6,4

Ensino Médio Incompleto 3 9,7Ensino Médio Completo 2 6.4Ensino Superior 1 3,2Total 31 100,0

Quadro 2: Renda Familiar das 31 famílias moradoras ao longo das margens do

Arroio Santa Gertrudes (2014)

Nível de Renda Nº de

Famílias

%

Até 2 Salários Mínimos 23 73,83 - 5 03 9,86 - 8 02 6,6 >8 Salários Mínimos 0,0 0,0Não Informaram 03 9,8

Total 31 100,0

Quadro 3: Faixa Etária do Entrevistado das 31 famílias moradoras ao longo das

margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Faixa Etária Nº de Pessoas %Menor que 20 anos 1 3,221 - 30 anos 8 24,831 - 40 6 18,4

Acima de 40 16 53,6Total 31 100,0

Quadro 4: Origem da água para o consumo humano31 famílias moradoras ao

longo das margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Origem Nº de residências %Água da SANEPAR 30 96,8 Poço Raso 01 3,2

Total 31 100,0

Quadro 5: Destino dos Efluentes Domésticos31 famílias moradoras ao longo

das margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Destino Nº de Residências %Esgoto 14 46,5Arroio 12 36,4

Fossa Séptica 05 17.1

Total 31 100,0

Quadro 6: Doenças Freqüentes (veiculação hídrica)nas 31 famílias moradoras

ao longo das margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Doenças Nº de Pessoas % Virose 01 3,2 Dengue 01 3,2

Micose 02 6,4

Malária 01 3,2Não Houve 24 77,6Diarréia 02 6,4Total 31 100,0

Quadro 7: Destino dos Resíduos Sólidos (Lixo) 31 famílias moradoras ao

longo das margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Destino Nº de Residências %Direto para o Arroio 0,0 0,0Coletado 30 96,8

Queimado 01 3,2

Não Informou 0,0 0,0Total 31 100,0

Quadro 8: Acidentes Freqüentes das 31 famílias moradoras ao longo das

margens do Arroio Santa Gertrudes (2014)

Acidentes Nº de Famílias %Alagamentos 05 15,4

Desmoronamentos 03 9,6

Não Presenciado 23 75,0Total 31 100,0

Quadro 9: Sanitário das 31 residências ao longo das margens do Arroio Santa

Gertrudes (2014)

Instalação de Sanitários Nº Residências %Sim 01 3,2Não 30 96,8

Não Informado 0,0 0,0

Total 31 100,0

O questionário-entrevista estava constituído de 16 variáveis,

selecionadas em acordo com o objetivo do trabalho, a saber: Nível de

Escolaridade; Renda Familiar; Faixa Etária; Estado Civil; Moradores por

Residência; Tipologia das Residências; Motivo de Permanência em Áreas de

Risco; Destino dos Resíduos Sólidos; Eventos ou Desastres Naturais (acidente).

Pretensão de Sair do Local da Residência; Tempo de Moradia; Origem da

Água Consumida; Destino dos Efluentes Domésticos; Doenças Freqüentes

(veiculadas a água; Energia Elétrica; Sanitários.

Do perfil dos moradores cabe ressaltar que, 19,3% são analfabetos;

3,22% possuem ensino superior. A renda familiar 35,42 % recebem até 2

salários mínimos. 96% recebem água tratada; 35% jogam efluentes no corpo

hídrico. E as principais doenças de veiculação hídrica são Micose (6,44%),

Diarréia (6,44%) Dengue (3,22).

Foram analisados apenas os dados considerados como mais relevantes

e com maior número de alternativas.

5.0 DISCUSSOES

Numa análise geral dos resultados sobre o perfil das famílias moradoras

nas proximidades (Áreas de Preservação Ambiental) do Arroio Santa Gertrudes,

Bairro Contorno, zona sudoeste do urbano de Ponta Grossa, pode-se afirmar

que as condições de saneamento ambiental local expõem uma realidade que

pode ser considerada regra geral na maioria das cidades brasileiras.

Partindo-se de uma amostra de 31 famílias para um universo de 150 que

moram ao longo do curso de água, conforme dados do Relatório Estatístico do

Levantamento Socioeconômico de Ponta Grossa, 2011, disponibilizados pela

Secretaria Municipal de Administração, devidamente analisadas pelo

Departamento de Patrimônio tem-se que; 74,3% dos responsáveis (entrevistado)

pelas residências não possuem o Ensino Fundamental Completo; sendo que

dentre estes 19,32% são declarados analfabetos; Do total geral, 73,8% recebem

menos que dois(2) salários mínimos de renda familiar; 53,6% estão na faixa

etária acima dos 40 anos; e 51,4% afirmam serem casados.

Em relação ao número de pessoas por residência, o questionário

apontou que em 77,1% delas vivem até 5 pessoas, indicando que situações

como, a baixa remuneração; os altos custos de aluguel, a proximidade do

trabalho e a não cobrança de imposto territorial urbano atuam como

condicionantes para numero tão elevado de pessoa/residência.

Especificamente sobre a questão do saneamento básico, 36,4% das

residências destinem seus efluentes domésticos para o arroio; 17,1% para fossa

séptica e os demais 46,5% para o esgoto.

Em relação à questão doenças, verificou-se que 77,6% não foram

atingidos por doenças freqüentes de vinculação hídricas, talvez porque, 96,8%

das residências possuem água encanada, e o mesmo percentual apresenta o

sanitário, além de estarem na zona de coleta semanal de resíduos sólidos (3

vezes/semana)

Como parâmetro de qualidade de vida e saúde, a energia elétrica está

presente em 96,8% das residências; 75,0% não presenciaram a nenhum

desastre natural (acidente) e 32,2% destes moradores vivem neste local há mais

de 20anos, sendo que 61,18% possuem residências em alvenaria o que leva

45,0% a declararem que não pretendem sair do local onde moram.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O saneamento ambiental urbano é responsável por uma parcela

significativa da falta de qualidade de vida e saúde principalmente das

populações mais carentes – baixa renda familiar, baixa escolaridade, e

moradores de áreas de fragilidade hidro-geomorfológica e de risco

geoambiental.

Conforme Roza (2013) diante do exposto ressalta-se a importância do

planejamento urbano para que, em conformidade com o Estatuto da Cidade (lei

nº 10.257 de 10/07/2011), se possa assegurar o direito às condições básicas de

infra-estruturar e saneamento básico.

. A principal contribuição do trabalho para o Ensino da Geografia foi a

participação dos 30 alunos do 1ºB do Ensino Médio e a elaboração deste

trabalho com uma atividade de campo, esta por sua vez com contribuições dos

nossos Professores, Funcionários, equipe pedagógica e com uma contribuição

especial dos professores cursistas do GTR 2014.

Com várias colocações de colegas profissionais da educação assim

como dos discentes participantes, podemos afirmar que este trabalho com

certeza poderá ser utilizada com grande relevância para um desenvolvimento de

uma conscientização sobre o meio ambiente.

Enfim, na conclusão deste artigo espera-se que gere avanço no

sentido das políticas públicas juntamente com a comunidade local em

desenvolverem meios para solucionar problemas ambientais no seu dia a dia.

Diante desta temática precisamos democraticamente envolver todos os setores

para que no futuro possamos aperfeiçoar e implementar políticas públicas

visando desenvolver valores que levem a sensibilização do cidadão. A educação

é o meio pelo qual podemos chegar a minimizar qualquer situação e quem sabe

até a solução cabível e final para a questão de saneamento ambiental.

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