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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

O FUTSAL NO ENSINO MÉDIO: ATENDENDO AS NECESSIDADES DOS

ALUNOS MEDIANTE SUAS DIFERENTES HABILIDADES

BRITO, Daniel Bernardes de. 1

CANAN, Felipe. 2

RESUMO

O presente estudo fez parte do PDE 2013, na disciplina de Educação Física. No intuito de promover o desenvolvimento da cidadania, observou-se que o Futsal vem se tornando uma modalidade esportiva que só atrai os alunos que já têm habilidades desenvolvidas para essa prática, segregando e excluindo os demais. Sendo assim, o objetivo deste artigo é demonstrar o percurso de um trabalho que organizou uma metodologia alternativa para o ensino do Futsal no primeiro ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Chateaubriandense de Assis Chateaubriand, PR. O processo se iniciou com revisão de literatura a aplicação de um questionário no qual os professores de Educação Física relataram as suas dificuldades metodológicas em trabalhar o Futsal no primeiro ano do Ensino Médio, bem como a aplicação do Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas (QMAD), modificado para esta pesquisa, aplicado aos alunos do 1º ano do Ensino Médio. A partir dos resultados dessas pesquisas criou-se, através da pedagogia do esporte (FREIRE, 2011) e do trabalho com a cultura corporal (PARANÁ, 2008), uma sequência didática para o ensino do Futsal compatível com as necessidades individuais de cada aluno, Os resultados do trabalho foram discutidos com os demais profissionais da área, através de grupo de estudo específico, de forma a concluir-se que é possível trabalhar o Futsal envolvendo todos os educandos, indiferentemente de suas habilidades. Da mesma forma, constata-se que é urgente o investimento em metodologias didáticas compatíveis com as realidades dos educandos. Palavras-chave: Futsal; Educação Física Escolar; Metodologia.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho corresponde à última das etapas do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE 2013-2014, desenvolvido junto aos

professores da rede estadual de ensino do estado do Paraná. As primeiras

etapas deste estudo consistiram na estruturação de um projeto de intervenção,

via revisão de literatura e diagnóstico das necessidades práticas para melhoria

da Educação Física Escolar, na criação de uma unidade didática, constando de

32 aulas e na avaliação desses procedimentos, por parte dos pares, dos alunos

e dos orientadores. Sendo assim, o presente texto relata como desenvolveu-se

uma proposta de ensino do Futsal para o primeiro ano do Ensino Médio, tendo

1 Professor estadual de Educação Física, turma PDE 2013. 2 Professor orientador da UNIOESTE, Campus de Marechal Cândido Rondon. Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná.

como base o Colégio Estadual Chateaubriandense - Ensino Médio, Normal e

Profissional, no município de Assis Chateaubriand-PR.

A escolha da temática do estudo se deve ao fato de que o esporte se

caracteriza como fenômeno social de relevância para crianças, jovens,

adolescentes e pessoas adultas. Dentro do esporte, tem-se o Futsal como uma

das modalidades mais populares no Brasil. Acredita-se que o não

conhecimento do mesmo por parte de algumas pessoas acontece mais por

falta de oportunidade do que por opção.

Dessa forma, o Futsal que está enraizado na cultura brasileira,

juntamente ao Futebol e se apresenta como conteúdo estruturante das

Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (PARANÁ,

2008), na disciplina de Educação Física, correspondendo a uma modalidade

esportiva presente em quase todos os colégios públicos e particulares da

Educação Básica de todo o Brasil. Necessita de pouco material e não exige

espaços sofisticados, podendo ser ensinado a todas as idades e gêneros,

inclusive colocando meninos e meninas juntos, prática comum nos dias atuais

(FREIRE, 2011). Ainda apresenta a capacidade de envolver alunos de classes

sociais heterogêneas, bastando para tanto somente utilizar-se a pedagogia e a

metodologia adequada, práticas pedagógicas que facilitem e motivem os

alunos a aprender a desenvolver suas habilidades, a liberdade para a

criatividade, a capacidade para tomar as decisões e resolver problemas com

maior naturalidade.

Nesse sentido, a escola tem grande responsabilidade em oferecer em

seus currículos essa atividade, mas cabe aos professores de Educação Física

escolher a pedagogia que melhor atenderá as necessidades dos alunos e a

metodologia que dará a todos o melhor resultado no seu desenvolvimento

esportivo, motriz, cognitivo e afetivo, promovendo assim o crescimento global

do ser humano. Sendo assim, para que o aluno seja motivado, é necessário

que o professor também se motive. A prática sem prazer, gosto e/ou alegria, ou

seja, sem a ludicidade pode deixar o ambiente carregado, pesado e na maioria

das vezes pode também provocar a desmotivação do aluno e do professor,

prejudicando a aprendizagem dos alunos e consequentemente o ensino

docente.

A partir dessas metas, optou-se pelo primeiro ano do Ensino Médio por

entender que os alunos, nessa faixa etária e nessa seriação, necessitam de

maiores cuidados e atenção. Por serem recém-chegados do Ensino

Fundamental, tais educandos encontram muita dificuldade de adaptação,

podendo estranhar a estrutura física, pedagógica, a matriz curricular e a

metodologia dos professores. Portanto, desenvolver uma metodologia de

ensino do Futsal no primeiro ano do Ensino Médio, compatível com as

necessidades de cada aluno, é o mínimo a ser feito como profissional da

Educação, na busca de uma escola de melhor qualidade.

Dessa forma, elaborou-se o seguinte problema de pesquisa/intervenção:

como efetivar uma prática educacional do Futsal onde todos tenham suas

habilidades desenvolvidas?

Para tentar responder à questão, foi traçado o seguinte objetivo:

desenvolver uma metodologia inclusiva, democrática e eficaz para o ensino do

Futsal escolar. Em somatório, estabeleceu-se os objetivos específicos:

descobrir quais são os motivos que levam os alunos a participarem ou não nas

aulas de Educação Física, quando o conteúdo é o Futsal; identificar quais são

os principais entraves metodológicos enfrentados pelos professores de

Educação Física que trabalham com o Futsal no primeiro ano do Ensino Médio

e por fim; buscar a resolução dos problemas identificados pelos professores e

educandos.

2. METODOLOGIA

A construção do projeto e da unidade didática se deu através de

pesquisa descritiva e pesquisa bibliográfica. Em relação à última, seguiu-se o

seguinte percurso metodológico: primeiramente, revisaram-se vários

estudiosos da pedagogia do esporte e Educação Física Escolar, com destaque

para Freire (2011), Graça e Mesquita (2007), Scaglia (1999); Reverdito (2005),

Paes (2002) e Greco (1998). Nos trabalhos desses estudiosos e

pesquisadores, foi buscado: problemas para o ensino do esporte na Educação

Física Escolar; pedagogia do Futsal, métodos de ensino e diferentes formas de

trabalhar os passos, técnicas e táticas desse esporte.

Em relação à pesquisa descritiva, foi buscado um diagnóstico da

realidade onde seria posteriormente realizada a intervenção. Para tanto,

utilizou-se de dois instrumentos: um deles correspondeu a um questionário com

dez questões abertas, elaborado pelo autor deste artigo, no qual os

professores de Educação Física relataram as suas dificuldades metodológicas

em trabalhar o Futsal no primeiro ano do Ensino Médio, no município de Assis

Chateaubriand, PR.

Já o segundo instrumento foi o “Participation Motivation Questioner”, de

Gill et al. (1983), traduzido e adaptado, segundo Veigas (2009), para o

português, por Serpa e Frias (1991), na forma do “Questionário de Motivação

para as Atividades Desportivas” (QMAD) e adaptado pelo autor para o contexto

da Educação Física Escolar, aplicado a alunos do primeiro ano do Ensino

Médio. Nesse questionário, pesquisaram-se os motivos que levam os alunos à

prática ou não do Futsal nas aulas de Educação Física. O QMAD, adaptado

para este trabalho, contém 29 respostas para a seguinte questão: “Eu pratico

Futsal nas aulas de Educação Física para...”, e utiliza-se de escala tipo likert

com cinco alternativas, indo de “nada importante” a “totalmente importante”.

Participaram da pesquisa um total de nove professores e 46 alunos,

sendo 21 do sexo masculino e 25 do feminino.

Dessa forma, a revisão literária atrelada à reflexão dos resultados da

pesquisa diagnóstica e à própria experiência do autor da pesquisa, com trinta

anos de magistério na área de Educação Física, possibilitaram a efetivação de

uma sequência didática atendendo aos objetivos propostos, com

encaminhamentos diferentes do modelo militarista e tecnicista do passado e

em busca da inclusão. Como afirma Saviani (1986), não deve-se discriminar

nem selecionar os melhores e bem dotados para ensinar.

A elaboração e aplicação da unidade didática se deu através de

pesquisa participante, na qual o próprio autor compunha o objeto, em conjunto

com os demais participantes, divididos em: alunos componentes das turmas

nas quais a unidade didática foi ministrada; e professores participantes do GTR

- Grupo de Trabalho em Rede, espaço educativo próprio da rede pública de

ensino do Paraná, o qual propicia reflexões de educadores da mesma área

sobre uma prática pedagógica situada. 3 Dessa forma, outros professores de

Educação Física puderam ler, acompanhar e sugerir melhorias à presente

proposta enquanto a mesma estava sendo aplicada.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: POR UMA PEDAGOGIA DO FUTSAL

Para tratar do Futsal na escola, primeiramente é preciso pensar na

relação da disciplina de Educação Física com a aprendizagem.

Enquanto disciplina, a Educação Física deve ser integrada a Proposta

Pedagógica da escola, sendo componente curricular da Educação Básica e

ajustando-se as faixas etárias da população escolar (LDB, 1996). Em termos

conceituais, é possível afirmar que:

A Educação Física engloba um vasto conjunto de atividades e exercícios físicos além dos esportes, bem como todo o conhecimento científico que é necessário para estudar tais atividades que envolvem a totalidade do movimento humano (OLIVEIRA; SILVA, 2005, p. 3).

Recorrendo ao histórico da Educação Física no Brasil, na época dos

militares a mesma foi usada para formar pessoas fortes, disciplinadas,

obedientes cumpridoras de ordens e prontas para o combate e defesa da

nação (PARANÁ, 2008). Outra interferência foi a da classe médica, manipulada

também pelos detentores do poder, que utilizaram a Educação Física no

sentido de fortalecer a nação que está doente e fraca, com o discurso “corpo

são em mente sã" (GHIRALDELLI JR, 1994). Ao passar uma imagem de nação

forte, melhorava-se a imagem do país.

Outra etapa para a Educação Física foi utilizá-la para atender as

necessidades e os interesses da elite na industrialização do Brasil, ou seja,

treinar as pessoas para realizar as tarefas, força de trabalho disciplinada e

cumpridora dos seus deveres, além de formar atletas para as competições,

com aulas nas escolas voltadas ao treinamento desportivo (BRASIL, 1997, p.

05).

No Brasil, a Educação Física começa a ganhar mais credibilidade

intelectual a partir dos anos oitenta, quando alguns professores da área

3 Ver PARANÁ (2014).

começam a escrever e a tecer algumas críticas sobre seu caráter esportivista,

acrítico e ingênuo, o que não reflete a sua prática, seu objetivo real e não a

valoriza como disciplina (MEDINA, 1983).

Foi por isso que na década de 80, a partir da democratização do país,

surgem novas Propostas Curriculares em todo a nação para escolas estaduais

e na Educação Física dá-se um marco histórico: a publicação do Coletivo de

Autores (1992), que com base em Saviani (1986) buscou uma Educação Física

para a cultura corporal e a emancipação do sujeito.

Como Cita Bracht (1992, p.37), "legitimar a Educação Física significa,

então, apresentar argumentos plausíveis para a sua permanência ou inclusão

no currículo escolar". É compreendendo esse histórico e optando pela

transformação do esporte competitivo em pedagogia de cidadania que,

enquanto disciplina, a Educação Física só ganhará legitimidade se o professor

souber compreender a importância que a mesma tem nesse universo, sendo

capaz de articular-se com todos os demais componentes da comunidade

escolar.

Nesse contexto, o esporte foi um dos conteúdos mais enfocados pela

prática da Educação Física. Apesar de diversas mudanças conceituais,

enquanto patrimônio cultural da humanidade, o esporte traz uma diversidade

grande de situações. O mesmo possui uma riqueza de significados capaz de

transformar a realidade dos alunos em uma qualidade de vida melhor. Todavia,

para isso é preciso compreender duas coisas bem diferentes: prática

esportivizada e esportes.

Paes (2001) diz que a prática esportivizada tem um fim em si mesma e

sendo assim, repete as mesmas coisas em diferentes níveis de ensino

(fundamental e médio) desrespeitando as fases de desenvolvimento dos alunos

e contribuindo para a evasão desses nas aulas de Educação Física. Então, a

prática esportivizada, tradicional na história da Educação Física, está

relacionada à metodologia tecnicista e consiste na repetição de gestos técnicos

em todos os anos de ensino, sem contexto com o jogo em si. Não há

preocupação com o desenvolvimento global do educando, nem com a ligação

entre o esporte e a inserção do indivíduo na sociedade (PAES, 2001).

Também de acordo com Paes (2001), o esporte ensinado na escola

deve estar vinculado ao Projeto Político Pedagógico da mesma e só terá

sentido se preservar seu caráter lúdico, emancipatório, onde os alunos tenham

oportunidades de conhecer, tomar gosto e manter o interesse pela ação

esportiva. Semelhante a sistematização de conteúdo, como todos os assuntos

trabalhados na escola, o esporte deve ser desenvolvido de forma planejada e

organizada.

Na pedagogia do esporte, o professor deve assumir um papel no ensino/

aprendizagem, de agente mediador e incentivador na busca do saber (GRAÇA;

MESQUITA, 2007). Nesse sentido, o profissional de Educação Física face à

evolução do mundo e a sua complexidade, precisa ter o domínio e o

conhecimento das pedagogias que melhor explicam e apontam formas para

bem enfrentar esses desafios, pois de nada adianta uma estrutura física ótima

ou excelente material didático se o aluno não estiver motivado. Tal material

pode inicialmente até atrair o educando, mas se tornará obsoleto se não houver

motivação.

Compreendendo essa problemática, torna-se possível enfrentar os

desafios propostos neste objeto de pesquisa, que correspondem ao

atendimento das necessidades dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio,

partindo da premissa que os menos habilidosos ficam em segundo plano e os

habilidosos ganham destaque e preferências nas aulas de Educação Física. Da

mesma forma, de nada adiantaria criar uma metodologia voltada somente ao

ensino dos menos habilidosos em detrimento dos mais habilidosos, que seriam

excluídos do processo.

Estudos atuais apontam que além de dominar o conhecimento das

pedagogias, os profissionais de Educação Física precisam ter o conhecimento

da Psicologia do Desporto (BRITO, 1996), pois nesse campo está a motivação.

Segundo Veigas et al. (2009), a motivação é caracterizada por um processo

ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende de fatores pessoais

(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos), de acordo com o modelo das

determinantes energéticas (nível de motivação) e uma determinante de direção

de comportamento (interações, interesses, motivos e metas). Também Rocha

(2009) destaca que no aspecto psicológico:

[...] motivação é um aspecto psicológico tão importante quanto o aspecto físico. Assim, o profissional de EF, deveria preocupar-se não somente com a parte física das pessoas, mas também com o aspecto

psíquico, pois muitas vezes estes aspectos são determinantes para o desenvolvimento das práticas desportivas, principalmente em crianças e adolescentes visando também à manutenção deste comportamento quando adultos (ROCHA, 2009, p.09).

Dessa forma, os alunos precisam estar motivados para participarem das

aulas de Educação Física e o profissional só passará esse entusiasmo se

também o estiver, na medida em que domine e acredite no seu conteúdo de

ensino, neste caso, o Futsal.

Os alunos do Ensino Médio estão na fase da puberdade e entrando na

adolescência, com completa mutação e maturação física, biológica e

psicológica. É fundamental que se entenda todo esse processo de

transformação, para melhor direcionar os conteúdos e poder desenvolver um

trabalho eficaz. É nessa fase que acontece a preparação para a vida adulta, a

quebra da dependência dos familiares, financeira e emocional (GALLAHUE;

OZMUN; GOODWAY, 2013).

A influência cultural também é determinante para definir o início da

puberdade e o término da adolescência. O meio onde se vive, o ambiente

favorável ou não vai acelerar ou atrasar esse processo. Ainda Gallahue,

Ozmun e Goodway (2013) descrevem que a transição da infância para a

adolescência é marcada por uma série de eventos físicos e culturais

significativos que combinados, contribuem para o crescimento e o

desenvolvimento motor.

Assumir esses desafios e transpô-los na prática didática do Futsal

envolve, pois, compreender a essência do jogo, da disciplina e dos objetivos da

Educação Física na escola, conseguindo os adaptar às características da faixa

etária em pauta e à heterogeneidade da turma.

O Futsal como jogo é oriundo do Futebol porque é jogado também com

os pés, semelhante a este, sobretudo nos aspectos técnicos, mas também com

similaridades táticas.

Sendo assim, Freire (2011) aponta que para ensinar a jogar Futebol

(Futsal) é preciso entender alguns princípios: ensinar a todos; ensinar bem;

ensinar mais do que (FUTSAL); ensinar a gostar de (FUTSAL).

Esses pressupostos configuraram-se os orientadores da prática

pedagógica almejada. Portanto, o propósito deste trabalho foi ensinar tanto

meninas e meninos, os mais e os menos habilidosos, desenvolvendo em todos

eles habilidades que atinjam o psicológico, o social e o biológico, deixando para

os mesmos o Futsal como uma ferramenta de exercício da cidadania em suas

vidas adultas. Para tanto, organizou-se uma sequência didática com base em

diferentes pedagogias e métodos de ensino dos jogos esportivos, adotando

como base a ideia de interacionismo, ou seja, a ideia de ensino através do

jogo, deixando as metodologias tecnicistas em segundo plano, apenas como

complemento aos demais procedimentos. Basicamente utilizou-se de:

a. Método Situacional: parte do princípio que as situações de jogo devem

ser trabalhadas e aprendidas pelos alunos através de situações práticas

com números reduzidos de jogadores e espaços (GRECO, 1988).

b. Método Global: permitem a simplificação de jogos de acordo com a

idade e através de um aumento de dificuldades na formação de jogos

até o jogo final. A aprendizagem se dá a partir do jogo para depois ir

para as particularidades (DIETRICH et al.,1984).

c. Método de Confrontação: uma equipe confronta-se com a outra, jogando

constantemente (DIETRICH, et al.,1984).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. O ENSINO DO FUTSAL PARA OS PROFESSORES

A pesquisa realizada com os professores(as) do primeiro ano do Ensino

Médio abordou as dificuldades encontradas nas aulas de Educação Física

nessa série, questionou as metodologias utilizadas pelos Educadores, a

opinião desses sobre como agir com os educandos que rejeitam o Futsal, bem

como o que motiva professores e alunos para esse esporte.

Também se questionou com os educadores que tipo de procedimento,

em aula, pode trabalhar de forma igualitária com alunos com diferentes

habilidades e como as questões sobre gênero social se revelam no Futsal.

Ainda buscou-se saber que parte da aula mais chama a atenção do aluno e de

que maneira a estrutura física e o material para o esporte podem interferir nas

aulas.

As dificuldades apresentadas pela maioria dos professores é o desnível

motor entre as meninas e os meninos, além das diferentes habilidades

presentes na aula, o que pode ser explicado por Freire (2011, p. 26). Diz o

referido autor:

Se a criança for à escola de esportes e trouxer um repertório motor bastante rico, as exigências do gesto desportivo serão atendidas com certa facilidade. Se, ao contrário, o repertório motor for pobre, as dificuldades poderão ser grandes.

A dificuldade se liga, assim, a escolha do método, pois nele estão

contidas as intenções do professor, o qual se baseia em determinado currículo

e ideologia. Então, na formulação e aplicação de seu método, o educador pode

direcionar-se para o individual ou para o coletivo, pois

O professor de Educação Física tem, assim, a responsabilidade de organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que possibilita a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. No processo pedagógico, o senso de investigação e de pesquisa pode transformar as aulas de Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimentos que não se esgotam nos conteúdos, nas metodologias, nas práticas e nas reflexões (PARANÁ, 2008, p.72).

Quanto a participação do educando, essa deveria se fazer obrigatória,

superando as questões de habilidades ou gênero social, retirando assim

qualquer pretexto para a não participação (REVERDITO; SCAGLIA, 2007).

Longe da conclusão de que alguém é capaz de aprender, nos deparamos com

conclusões inatistas e ‘achismos’, revelando a incompetência em ensinar

quando aquela criança/adolescente não demonstra aprender determinadas

especificidades, características desta ou daquela modalidade.

Para a motivação, o questionário demonstrou que criar um ambiente

favorável e valorizar os alunos é fundamental para o sucesso de uma aula, mas

segundo Graça e Mesquita (2007) o professor no processo de ensino

aprendizagem deverá assumir o papel de agente mediador e incentivador na

busca do saber. Embora o aluno e o educador sejam, ambos, responsáveis por

esse processo, a função do professor, longe de ser o único detentor das tarefas

de ensino, deverá ser a de estimular os alunos a buscarem outras fontes para a

aprendizagem, fazendo com que encontrem soluções próprias para problemas

contextualizados.

Em termos gerais, identificou-se que ninguém faz algo se não estiver

motivado. E a estrutura física e o material adequado são imprescindíveis.

Portanto, nossos alunos precisam estar motivados para as aulas de Educação

Física. Porém, o professor(a) só passará esta motivação se estiver seguro do

que faz e neste caso específico, terá que, além de ter os conhecimentos do

Futsal, saber passar para os alunos com entusiasmo, alegria e prazer.

4.2 A VOZ DOS EDUCANDOS - A APRENDIZAGEM DO FUTSAL PARA OS

ALUNOS

Para os meninos os motivos mais importantes e relevantes são: ganhar

o jogo, trabalhar em equipe, tirar boas notas, sentirem-se mais saudáveis, estar

em boa condição física e divertimento. Os motivos menos relevantes são: ter

emoções fortes e não participam das aulas de Educação Física.

Para as meninas os motivos mais relevantes são: fazer algo que é bom,

tirar boas notas e fazer novas amizades. Consideraram menos relevante o

esporte fazer parte do currículo, ter emoções fortes, pretexto para sair de casa,

receber prêmios, entrar em competição, ter a sensação de ser muito

importante, ser conhecida e ter prazer nas instalações e materiais esportivos.

As análises comparativas entre os dois sexos levam a crer que as

respostas do público masculino estão voltadas ao ato de jogar em si, ou seja, à

experiência proporcionada pelo jogo e o prazer que o mesmo provoca. As

respostas das meninas evidenciaram uma pouca motivação para a prática,

para o ato de jogar, sendo necessário, neste caso, uma necessidade exterior,

além da própria atividade, para as motivar.

Ao que tudo indica, comparando as respostas do QMAD com as

respostas do questionário aplicado aos professores, foi possível identificar que

a falta de motivação em relação à atividade, sobretudo por parte das meninas,

possivelmente está relacionada ao tradicionalismo presente nas aulas de

Educação Física, que leva a disciplina a se pautar na repetição de movimentos

pouco conectados ao jogo em si, além do machismo histórico presente no

Futebol e no Futsal e das próprias características relacionadas ao crescimento,

desenvolvimento e maturação.

Dessa forma, a pequena motivação da maioria do público feminino e da

parte menos habilidosa e/ou experiente do público masculino representam

desafios para o ensino do Futsal na Educação Física Escolar, mas desafios

passíveis de solução, sobretudo através da utilização de pedagogias

modernas, pautadas na contextualização, no lúdico, na democratização e na

consequente inclusão.

5. AJUSTES DA PRÁTICA – A CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DA

UNIDADE DIDÁTICA

A partir das conclusões retiradas da revisão de literatura e da pesquisa

com os professores e alunos sobre os desafios do ensino do Futsal no primeiro

ano do Ensino Médio, organizou-se uma sequência didática correspondendo a

32 encontros de uma hora aula cada, aplicada entre fevereiro e maio de 2014,

com 37 alunos, sendo 18 meninas e 19 meninos, da qual as principais

características serão descritas a seguir.

O planejamento se organizou para que cada atividade fosse realizada

pelo educando duas vezes, de forma que o mesmo pudesse fixar o movimento

e a sequência elaborada. As bases teóricas corresponderam ao método

situacional, global e de confrontação no Futsal (DIETRICH et al. 1984).

Também apresentam-se atividades com base em Kröger e Roth (2006), Lopes

(1967) e Melo (2011).

A sequência do trabalho passou pela apresentação da proposta a toda a

comunidade escolar, na Semana Pedagógica no ano de 2014. Depois,

aconteceu a apresentação da proposta para os alunos do primeiro ano do

Ensino Médio matutino do Colégio Estadual Chateaubriandense- Ensino Médio,

Normal e Profissional.

A proposta didática entre os meses de março e maio contou com 26

aulas feitas com atividades que contemplaram diferentes situações de jogo,

distribuídos em blocos, módulos. No primeiro módulo aplicaram-se, em 7 aulas,

15 atividades recreativas, atividades técnicas, jogos pré-desportivos e jogos de

rua. Assim, a sequência montada pode propiciar atividades que foram,

sistematicamente, evoluindo na complexidade, na técnica e nos objetivos finais,

que pouco a pouco iam imitando os mesmos objetivos de diferentes

movimentos pedidos no Futsal.

Já no segundo módulo houveram situações de jogo, jogos reduzidos e

jogos de rua através de 13 atividades distribuídas em 7 aulas. Essas atividades

já simulavam movimentos pedidos no esporte Futsal e demonstram-se, pois,

mas elaboradas na técnica.

Por fim, o terceiro módulo, maior, compôs-se de jogos modificados,

lógica tática e jogo formal, correspondendo a 9 aulas e 17 atividades. Assim, os

exercícios puderam evoluir em dificuldade, área motriz e situação de jogo

envolvida. Os alunos foram, sistematicamente, trabalhando partes do Futsal

para só no final, nos últimos três encontros, se concentrarem no jogo como

esporte em sua totalidade, o que culminou com um torneio, no qual todos os

educandos envolvidos participaram.

Refletindo sobre as dificuldades da aplicabilidade da proposta, é

possível citar como um empecilho a quadra descoberta e assim a necessidade

de preverem-se os dias de chuva na aplicação do projeto, bem como a

urgência em se ter o mínimo de material adequado às situações planejadas.

Muitas vezes, a gestão escolar não dá prioridade, na Educação Física, à

compra de cones ou coletes. Esses itens fizeram falta no desenvolvimento das

aulas, como já se previu anteriormente nas respostas ao questionário aplicado

aos educadores.

Em contrapartida, mesmo com desníveis de desenvolvimento, todos os

educandos participaram. E é preciso ponderar que, se fosse em aulas que

objetivassem diretamente o jogo, o esporte em si, os mais fracos não

participariam. Em atividades ou aulas como as da unidade didática aqui

referenciada, os alunos mais fracos se superaram, pois eles estão em

ambientes reduzidos, o que lhes permite uma participação mais acentuada e

dentro de grupos de trabalho com nível de experiência/habilidade semelhantes.

Quando se pensa nos alunos mais fortes, foi possível constatar que

esses sabem a técnica no jogo, mas não se saem bem na competição

individual, no improviso e no inesperado. Observa-se, pois, que o planejamento

das situações criadas nesta caminhada trabalha com diferentes situações do

jogo e das técnicas do esporte, de forma que só ser mais forte não determina o

êxito final. Nesse sentido, atividades elaboradas como as da sequência didática

desenvolvida neste estudo fazem com que se sobressaia a cultura corporal do

aluno, a capacidade de adaptar-se a uma situação. Também em espaços

menores, se trabalha corpo e território, domínio do espaço individual de cada

um. Dessa forma, confirma-se que o sujeito que aprende em situações

adversas da vida desenvolve a competência de se sobressair em diversas

situações. Esse resultado dialoga com a questão ‘dez’ do questionário dos

educadores e com a pesquisa feita com os educandos sobre a motivação para

o Futsal. Então, a motivação pode surgir pelo fator metodológico.

Pensando na reação dos educandos, eles primeiro estranharam não

começar pelo jogo, pelo jogar o esporte definido, “jogar Futsal apenas”, não

percebendo que toda a caminhada planejada e efetivada fazia parte do projeto.

Depois de se dedicarem a cada etapa, a cada módulo e a sequência de

atividades preparadas, puderam ir das atividades recreativas, atividades

técnicas, jogos pré-desportivos e jogos de rua para os jogos modificados,

lógica tática e só no final o jogo formal. Assim, somente ao término do trabalho

eles compreenderam que estavam jogando Futsal através das atividades

preparadas pelo professor, depondo, então, que perceberam a diferença de um

educador estar com sua aula mais e diferentemente preparada.

Sintetizando, as aulas ministradas neste estudo foram do simples para o

complexo, trazendo dificuldades gradativas. O grupo foi levado a caminhar da

das atividades individuais e suas particularidades: o lúdico, o movimento de

defesa, o drible, o trabalho em conjunto; para o jogo, usando todos os

movimentos, a motricidade do dia a dia, reflexo, direção, equilíbrio emocional

durante a atividade, trabalho em equipe, coordenação fina e grossa. Como

esses movimentos fazem parte da vida cotidiana, o aluno pode também refletir

sobre o seu lugar no espaço e a sua identidade em relação ao contexto,

objetivos da Educação Física na DCEs (PARANÁ, 2008).

A diferença entre tomar como ponto de partida o Futebol/Futsal

enquanto esporte e a sequência didática deste método, trabalhando assim

diferentes momentos do esporte, através de atividades especificas, é que a

escolha pelo jogo formal, em sua totalidade, discrimina. No jogo formal, todos

já têm que saber jogar (drible, defesa, ataque, passe), ou não farão parte da

atividade, se sentirão inferiores, o que pode explicar o porquê de diversos

alunos se recusam a praticar esportes. Atuando por partes, por diferentes

atividades que focam também diferentes habilidades, todos aprendem para

depois competirem. Supera-se o medo e trabalha-se a socialização antes do

jogo/esporte. Dessa forma, na hora do Futsal, na prática, todos já estarão

adaptados à situação. Quando se começa pelo jogo/esporte, o Futsal formal,

de forma direta, não se propicia esse domínio.

6. GTR: O TRABALHO EM DISCUSSÃO

O GTR é um grupo de trabalho em rede que acontece por área,

geralmente no primeiro semestre letivo. Nele, o professor PDE e um grupo de

educadores discute, reflete e faz apontamentos sobre os trabalhos

desenvolvidos no PDE, através do uso de uma plataforma própria, num espaço

de tempo concomitante com a aplicação da unidade didática. Sendo assim,

enquanto o professor PDE está aplicando suas aulas, entre março e junho

(aqui no primeiro semestre de 2014), frutos de pesquisa e planejamento teórico

realizados durante o ano anterior de afastamento das atividades letivas (aqui o

ano de 2013), os demais profissionais podem ler o trabalho, discutir e sugerir

melhoramentos para o mesmo.

Nesse espaço educativo, primeiro os profissionais se apresentam, leem

o projeto inicial do professor tutor, o professor PDE, que é o pesquisador que

elaborou trabalhos de pesquisa e então, discutem a pertinência do foco da

pesquisa. Sobre essa ação, o grupo concordou que é preciso motivar os alunos

e melhorar a metodologia das aulas para com todas as modalidades

desportivas, sobretudo pela idade focada, o primeiro ano do Ensino Médio,

momento de transição e mudança na vida de meninos e meninas.

Em seguida, no GTR o grupo comenta a metodologia utilizada, os

integrantes dão opiniões e sugestões sobre a unidade didática, ou seja, o plano

de aula que o professor PDE está desenvolvendo. Nessa etapa, todos os

envolvidos no GTR foram favoráveis ao plano de aula demonstrado. Segundo

os educadores, o plano de aula desenvolvido corresponde a realidade das

escolas públicas e consegue, pelo trabalho didático, uma proposta que

contemple toda a diversidade de educandos. Afirmaram ainda ser pertinente a

linguagem da unidade didática, uma vez que essa apresentou-se ilustrada, o

que possibilitou uma fácil leitura e compreensão dos passos da proposta. As

aulas retomavam as brincadeiras e a alegria do Futebol de rua que hoje não

existe mais e esse aspecto foi valorizado pelos professores.

Um terceiro momento corresponde à aplicabilidade das atividades

sugeridas na unidade didática. Então, os integrantes do grupo de estudo do

GTR podem sugerir ou comentar atividades ou planejamentos que venham de

encontro a proposta estudada ou ainda incrementar tais ações. Nesse

momento, o grupo insistiu na ludicidade e didatização do Futsal como pontos

positivos do trabalho, comentando assim a necessidade de preparar-se aulas

diferenciadas em todas as demais áreas da Educação Física.

Tais comentários foram importantes no sentido de que o plano de

trabalho acaba sendo discutido em tempo real. Assim, o olhar do grupo

reafirma a certeza dos objetivos propostos, endossa as metas e gratifica a

produção teórica.

Por fim, na quarta etapa o grupo de educadores avalia o percurso da

discussão, o grupo do GTR em si. Então, concluiu-se que são necessários

mais espaços formativos voltados para a metodologia, é preciso repensar a

didática em sua essência para todas as disciplinas e aqui para a Educação

Física. Embora a teoria seja essencial, os professores precisam ver a prática,

ter contato com outros educadores. Buscar “receitas” que estão dando certo e

adaptá-las ao contexto em que se atua. E o PDE propicia essas trocas, propicia

a formação de um educador pesquisador, pesquisando e montando aulas

diferenciadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O percurso de estudos desenvolvidos permitiu a contemplação sobre o

trabalho real do educador na Educação Física e seus complexos desafios.

Sendo assim, ficou claro que hoje se trabalha pouco com as etapas do

jogo/esporte formal. Não se parte do princípio de que diferentes atividades são

responsáveis pelos diferentes elementos do Futsal. Assim, as atividades

desenvolvidas na sequencia didática, que compreendem um planejamento de

atividades destinadas a diferentes áreas e objetivos do Futsal, as quais foram

criadas com base nos jogos recreativos, reduzidos, pré-desportivos e

modificados, podem, olhando para diferentes áreas e habilidades específicas,

criar uma rotina que culmine, que dê conta de todos os passos do esporte em

questão.

Assim, admite-se que, na prática, só se pede para que o aluno jogue o

esporte e eles nunca jogam. Quando chega-se no Ensino Médio, tais alunos

querem jogar, mas não sabem. E suas diferenças acabam desmotivando-os,

uma vez que o jogo exige uma nivelação de atitudes.

A partir dessa constatação, retoma-se a pergunta “o que deveria

mudar”? O desenvolvimento deste estudo apontou que são necessárias menos

atividades por aula, uma rotina mais compassada, organizada, principalmente

devido ao grande número de educandos. O certo é organizar uma metodologia

na qual todos os alunos possam realizar todas as atividades. Não adianta só o

aluno ver, ele também tem que fazer. Não basta um grupo selecionado

representar a turma. Todos têm que poder jogar.

O sucesso do trabalho demonstrou que para se avançar, tem que ser

através de sequencias pedagógicas, planejamentos estruturados, receitas de

aulas que precisam ser produzidas pelos educadores. Aqueles que são (ou

deveriam ser) por direito e dever, os melhores no que fazem.

Investindo em planejamento, também se respeita o conhecimento do

aluno, a sua vivência. Boas aulas trazem isso para a escola e vão além, fazem

dessa experiência uma ciência. A ciência de ensinar Futsal. A prática aqui

descrita respeitou a experiência de seu autor, as opiniões de professores e

alunos, a base teórica de autores que se preocupam com o Futebol/Futsal e

sobretudo, buscou acontecer, buscou dar certo. Foi da pesquisa para a

reflexão e depois para a prática. É isso que falta à escola como um todo: que

boas aulas saiam do papel.

Como sugestão fica o desafio de implementar práticas como a aqui

descrita desde o sexto ano. Se os pequenos começassem a ter contato com a

bola por este prisma, ai sim, no Ensino Médio eles só jogariam. E todos

jogariam.

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