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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: A Ressignificação do Futebol na Escola Pública Brasileira: Um Estudo de Caso.

Autor Luiz Carlos Estolaski

Disciplina/Área (ingresso no PDE)

Educação Física

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual do Campo Santa Inês - EFM.

Município da escola Chopinzinho

Núcleo Regional de Educação

Pato Branco

Professor Orientador Dr. Deoclecio Rocco Gruppi

Instituição de Ensino Superior

UNICENTRO

Relação Interdisciplinar Sociologia, História e Geografia

Resumo

O que representa o futebol para os alunos do primeiro ano do ensino médio e de que forma podemos ressignificá-lo como atividade pedagógica? Essa questão norteia o presente trabalho que abordará o contexto sociocultural que permeiam a prática do futebol no Brasil. A partir da análise histórica e sociológica pretende-se investigar sobre o papel social do futebol pela teoria figuracional de Norbert Elias. E a abordagem do futebol na escola se dará através da Pedagogia Hisórico-Crítica de Saviani; na perspectiva de Gasparin presente em seu livro “Uma Didática para a Pedagogia Histórico- Crítica”. Objetivos: Desenvolver a consciência crítica acerca do papel social do futebol; analisar o futebol no contexto brasileiro enquanto atividade da escola; refletir sobre futebol e a compreensão que os alunos têm sobre este esporte. Esse trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo que segue a abordagem da pesquisa-ação.

Palavras-chave Futebol; História do Futebol; Sociedade; Escola

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 1º ano do Ensino Médio

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1. APRESENTAÇÃO

Esse Material Didático tem como principal objetivo a compreensão do papel

social do futebol pela teoria figuracional de Norbert Elias e abordar o futebol no

contexto escolar a partir de suas possibilidades pedagógicas.

Pensando nisso será relevante, abordar o futebol no Brasil e seu papel no

processo civilizador a partir da Primeira República. Segundo Lucena (2000), houve

uma grande influência inglesa e francesa na modernização da cidade do Rio de

Janeiro, então Capital Nacional (até fundação de Brasília em abril de 1960),

compreendendo ser este o início que levaria a modernização das demais cidades do

país; o autor destaca a questão de “individualização” e “interdependência”,

essenciais neste processo de mudanças sociais. Esses conceitos estão presentes

na obra de Norbert Elias.

Pretende-se ampliar o conhecimento através dos autores que escreveram

sobre futebol no Brasil, como Jocimar Daolio (1997), Mauro Betti (1997), Ricardo de

Figueiredo Lucena (2000), entre outros e, buscar respostas a algumas indagações

como: Porque o brasileiro é tão apaixonado e identifica-se tanto com o futebol? O

futebol se tornou um instrumento de distração e compensação dos problemas

sociais? Porque se tornou o esporte nacional? É possível associar a prática do

futebol na escola à questão histórica?

A escolha do futebol como conteúdo a ser pesquisado e trabalhado na escola,

se deve ao fato de observar que, assim como nos demais seguimentos da

sociedade, na escola o futebol exerce o mesmo fascínio sobre as pessoas que ali

estão. Mesmo percebendo que os esportes em geral são tratados de forma peculiar

no espaço escolar; com muitas adaptações, estes não perdem sua essência. No

entanto, como o local de realização desse trabalho é a escola, torna-se necessário

conhecer um pouco de suas características e da história da comunidade onde está

localizada.

A luta de cerca de cento e sessenta famílias atingidas pela barragem de Itá

através do movimento social intitulado Movimento de Atingidos por Barragens (MAB)

resultou no re-assentamento de Santa Inês. Da mesma forma, também através de

reivindicação, em 1995 foi construído a Escola Estadual Santa Inês que inaugurada

no ano de 1996, atendia inicialmente ensino fundamental, mais tarde também ensino

médio.

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O Colégio ainda atende outras quinze comunidades da zona rural de

Chopinzinho, entre elas as comunidades indígenas Guarani e Kaingang e o

assentamento Nova conquista (MST).

Desta forma, pode-se dizer que atendemos a um público muito interessante e

temos um ambiente privilegiado; pois a escola localiza-se em uma área grande, com

dez hectares; tendo neste espaço uma capela, posto de saúde, ginásio de esporte,

campo de futebol, um bosque e, uma pequena reserva florestal permanente. Esses

espaços são de uso comum, escola e comunidade.

A relação de trabalho destas famílias tem predominância na agricultura

familiar, algumas trabalham de agregados (empregados) e outros trabalhadores

rurais eventuais1. Algumas dessas comunidades, ainda preservam o futebol e o jogo

de bocha como suas principais atividades de lazer. Essas atividades de lazer

esportivo, depois dos encontros religiosos, apresentam-se como as principais

atividades nos fins de semana.

A vivência dos alunos no futebol possibilita que tragam consigo um repertório

motor muito significativo. O gosto por esse esporte e sua influência, desperta nosso

interesse em desenvolver esse trabalho de investigação sobre como essa relação

efetivamente acontece.

Segundo Kunz (2004, p. 36). O esporte deve ser tratado na escola em seus

múltiplos sentidos e significados desenvolvendo no aluno um agir com autonomia,

para que aprenda praticar o esporte e tenha capacidade da interação social e

comunicativa. “Implica dizer que esporte, na escola, não deve ser algo apenas para

ser praticado, mas sim ser estudado.”

Durante a aplicação do material didático pretende-se estabelecer relações

existentes do futebol com a prática escolar tendo em vista a recriação desta prática

corporal conforme propõem (PARANÁ, 2008, p. 63).

Ao final do desenvolvimento e aplicação da Unidade Didática se quer

responder a seguinte pergunta: O que representa o futebol para os alunos do ensino

médio e de que forma podemos ressignificá-lo como atividade pedagógica?

1 Podemos entender como trabalhadores eventuais as pessoas contratadas apenas em determinado

estágio do processo de produção agrícola, um exemplo em nossa região é a colheita do feijão.

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Portanto, é nesse esforço de compreender melhor esse fenômeno social

brasileiro chamado futebol, que se pretende conduzir o trabalho e apontar as

relações, que este se estabelece com os indivíduos na sua formação; provocando

esta discussão no interior da escola.

2. MATERIAL DIDÁTICO

2.1. Futebol da Escola

Figura 1: Alunos do Colégio Est. do C. Santa Inês

FONTE: Foto – Luiz Carlos Estolaski

Na escola, o trabalho do conteúdo estruturante esporte, deve ser tratado num

contexto histórico-social, tendo em vista a possibilidade de recriação como prática

corporal. Entendido como um fenômeno social, nas suas diferentes manifestações e

abordagens, podendo ser um instrumento de aprendizado para o lazer, saúde e

interação social. (PARANÁ, 2008, p. 63)

Segundo Kunz (2004, p. 36). O esporte deve ser tratado possibilitando a

compreensão dos seus múltiplos sentidos e significados, desenvolvendo no aluno

um agir com autonomia, para que aprenda praticar o esporte e tenha capacidade de

interação social e comunicativa. “Implica dizer que esporte, na escola, não deve ser

algo apenas para ser praticado, mas sim ser estudado.”

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Na perspectiva da Cultura Corporal do Movimento, o “Coletivo de Autores”

aponta para uma abordagem pedagógica de esporte “da” escola, onde esse

conteúdo pode adquirir um novo significado (ou ressignificado), para além da

reprodução mecânica da prática pela prática, buscando atingir a compreensão

crítica.

O esporte, como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura

corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos,

sentidos e significados da sociedade que o cria e o pratica. Por isso, deve ser

analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma em que deve ser

abordado pedagogicamente no sentido de esporte “da” escola e não como esporte

“na” escola. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.70).

Ao abordar o esporte da escola, escolhemos como objeto de ensino, o

conteúdo específico futebol. Abordaremos suas possibilidades do jogo no espaço

escolar, modificando regras e outras adaptações. Do mesmo modo faremos um

estudo sobre seu papel social; com o objetivo de torná-lo significativo para o aluno,

enquanto prática social.

Segundo o (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 72), o estudo do futebol na

escola deverá ser tratado nos seguintes aspectos:

Futebol enquanto jogo e seu conteúdo tático, técnico, suas regras, etc.

Futebol enquanto espetáculo, na forma de lazer contemplativo;

O futebol, enquanto trabalho, esporte profissional;

O futebol enquanto prática de lazer;

O futebol como fenômeno cultural de massa, principalmente no Brasil.

Dessa forma, o futebol, deve ser abordado nos diferentes contextos

históricos; desde a sua gênese na Inglaterra; sua chegada no Brasil; sua

popularização, ganhando as ruas, várzeas, praças, etc. Como prática semi-

profissional e suas implicações; ou ainda quando já profissionalizado como esporte

alto rendimento e sua identificação nacional.

Por fim, torna-se relevante considerar o destaque dado por Betti (1988, p. 39)

ao citar as palavras de (PARLEBAS apud BELBENOIT, 1976, p. 114):

O desporto não possui nenhuma virtude mágica. Ele não é em si nem socializante nem anti-socializante. É conforme: ele é aquilo que se fizer dele. A prática do judô ou do râguebi pode formar tanto patifes como homens perfeitos preocupados com o „fair-play‟.

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Portanto, nessa perspectiva de esporte da escola, para iniciar a aplicação da

Unidade Didática será realizado um diagnóstico a respeito do significado do Futebol

para o aluno. O que ele sabe sobre o Futebol? Qual a vivência que ele tem do

esporte? E como a relação com o futebol se estabelece em sua comunidade?

Para coleta de dados do diagnóstico, serão utilizados questionário e produção

de material de multimídias.

Aula 1

Ao iniciar essa aula o professor fará exposição oral do tema “Futebol” e

aplicação de questionário diagnóstico (pré-teste) sobre o que o aluno sabe sobre o

tema.

Com isso busca-se despertar o interesse no aluno sobre o conteúdo que será

estudado e verificar qual é seu nível de conhecimento e compreensão sobre Futebol.

Através da exposição oral do tema e a aplicação deste questionário,

estaremos tratando da primeira etapa do método de Gasparin (2005, p.15), que é a

“Prática Social Inicial”.

Neste momento você irá realizar uma avaliação diagnóstica para verificar os seus

conhecimentos sobre o futebol. Fiquem tranquilos! É apenas uma sondagem, uma

tomada de opinião a respeito do que você lembra, sobre este esporte.

2.2. Pré-Teste E Pós-Teste

Futebol

1 – O futebol como conhecemos hoje, teve sua origem em que pais?

a( ) Grécia b( ) Itália c( ) Alemanha d( ) Inglaterra e( ) Brasil

2 – Como se chama o brasileiro que trouxe o futebol para o Brasil?

a( ) Pelé b( ) Barão de Mauá c( ) Presidente Getulio Vargas d( )

Charles Miller c( ) Santos Dumont

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3 – Quem foram os primeiro brasileiros a jogar futebol?

a( ) Os negros escravos nos Quilombos;

b( ) Os imigrantes italianos nas fazendas de café;

c( ) Os rapazes ricos nos clubes da cidade de São Paulo e na capital Rio de

Janeiro;

d( ) Os meninos pobres, filhos de imigrantes e filhos de escravos, nas ruas e

campos de várzea;

e( ) Os aristocratas rurais nos dias festivos;

4 – Como foi a inserção do negro no futebol no Brasil?

a( ) Foi tranqüila, pois desde muito cedo o jogador negro demonstrava ser

muito habilidoso com a bola nos pés.

b( ) Foi muito rápida, pois o futebol sempre foi um esporte fácil de se praticar

com material muito barato.

c( ) Foi demorado pois os negros se interessavam mais pelas Regatas e

Turfe.

d( ) Foi tumultuado, as primeiras práticas populares do futebol no Brasil foi

reprimida com força policial e nos clubes o negro tinha que maquiar-se com pó de

arroz para parecer branco.

e( ) Foi fácil pois o governo queria que uma nova modalidade esportiva

substituísse a prática da capoeira.

5 - Por que o brasileiro é tão apaixonado e identifica-se tanto com o futebol?

a( ) Porque o futebol é um esporte violento e o povo brasileiro é violento.

b( ) Porque o futebol é um esporte místico e o povo brasileiro é muito

religioso.

c( ) Porque o futebol foi o primeiro esporte que chegou ao Brasil e desde sua

chegada era jogado por todos sem distinção.

d( ) Porque o Presidente Getulio Vargas, colocou o Brasil num processo de

nacionalismo, declarando o futebol como esporte nacional.

e( ) Nenhuma das alternativas estão corretas.

6 – No início do século XX, no ano de 1933, o futebol tornou-se prática

profissional. Em sua opinião por que isso ocorreu?

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a( ) Porque os jogadores brasileiros não gostavam do novo esporte e os

dirigentes esportivos queriam a todo o custo formar boas equipes.

b( ) Porque com os campeonatos nacionais a rivalidade entre os clubes

tornou-se acirrada e, os jogadores que tinham que trabalhar para se sustentar não

conseguiam treinar adequadamente, então para não faltarem aos treinos passaram

a receber salários.

c( ) O futebol nesse período já levava multidões para os campos e como a

arrecadação era grande, os dirigentes tiveram a idéia de repartir os lucros na forma

de salários.

d( ) A crescente rivalidade entre clubes e a identificação do torcedor com os

mesmos, levou a uma maior cobrança por resultados positivos nas competições.

Combinado a isso, a saída dos bons jogadores, que deixavam os seus clubes para

jogar no exterior em busca de ganhos melhores, levou o futebol ao profissionalismo;

e( ) No início da década de trinta, os clubes contavam com jogadores negros

e imigrantes Europeus, estes traziam consigo os ideais do anarcossindicalismo e,

através da organização de sindicatos de jogadores reivindicaram seus direitos ao

profissionalismo.

7 – Alguns esportes modernos evoluíram das práticas dos jogos tradicionais.

Outros surgiram da adaptação de algum esporte; no caso do futebol quais outros

esportes surgiram a partir dele?

a( ) Voleibol, basquetebol e futevôlei;

b( ) Handebol, futebol americano e futsal;

c( ) Futebol suíço, futsal e futevôlei;

d( ) Handebol, futsal e futebol suíço;

e( ) Futebol suíço, futebol de areia e futebol sete;

8 – Quais esportes são praticados na sua comunidade?

a( ) Voleibol b( ) handebol c( ) Basquetebol d( ) Futebol e( ) outros

9 – Quem prática esses esportes?

a( ) Praticado por homens, mulheres;

b( ) Só homens;

c( ) Só mulheres;

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d( ) Só as crianças e os adolescentes praticam;

e( ) Todos praticam sem distinção de sexo nem idade;

10 - Como é a prática desse esporte? (pode assinalar mais de uma resposta)

a( ) O esporte é praticado seguindo as regras oficiais, com arbitragem,

uniforme, etc.

b( ) Sempre são seguidas as regras do esporte, porém, sem arbitragem e

sem uniforme.

c( ) A prática e feita sempre com regras flexíveis, não importando as regras

oficiais, nem arbitragem, nem uniforme.

d( ) As regras oficiais do esporte são seguidas apenas quando a comunidade

recebe visita de outras comunidade, assim como auxilio de arbitro e uso de

uniforme.

e( ) Em minha comunidade não se prática esportes.

11 – Por que se prática esporte em sua comunidade?

a( ) Porque, através do esporte podemos formar equipes para competir e

mostrarmos o quanto somos melhores que outras comunidade.

b( ) Porque praticar esportes é ter qualidade de vida.

c( ) Porque o esporte sociabiliza, auxilia na manutenção da saúde e

promove a integração entre membros da comunidade e desta com as demais

comunidades.

d( ) Porque com a prática do esporte podemos nos tornar esportistas

profissionais e ganharmos muito dinheiro.

e( ) Porque não tem outra coisa prá fazer em minha comunidade.

12 – Por que a prática do esporte na escola é importante?

a( ) Apenas para formarmos equipes competitivas e representar bem a

escola em jogos oficiais.

b( ) Para revelar talentos esportivos.

c( ) Porque o esporte faz parte da composição da sociedade moderna,

através da compreensão do esporte podemos compreender a sociedade, tem

grande potencial educativo e deve, além de ser praticado, estudado na escola.

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d( ) Porque praticando esporte na escola os alunos desenvolvem o gosto

pela prática e, no futuro se tornarão consumidores de material esportivo, aquecendo

a economia do pais.

e( ) Porque ao praticar esportes na escola os alunos gastam energia,

aprendem a respeitar regras e tornam cidadão conscientes.

13 – Qual é o principal papel do esporte profissional (rendimento)?

a( ) Receber os jovens que se destacam nas escolas e valorizar seu

potencial.

b( ) Para entretenimento e distração da população através dos jogos nos

estádios, televisão e demais meios de comunicação de massa.

c( ) Para a integração nacional e como identificação cultural do pais, assim

como representar o pais em jogos internacionais.

d( ) Apenas para arrecadar impostos com vendas de ingressos e material

esportivo.

e( ) Aquecer a economia com a venda de material esportivo e representar o

pais em jogos internacionais.

14 – Como deve ser o futebol da escola?

a( ) Ser a representação fiel do esporte rendimento, pois nossos alunos tem

o direito de praticá-lo tal qual ele é.

b( ) Ser adaptado a realidade da escola para que todos tenham acesso,

meninas e meninos, habilidosos(as) e não habilidosos(as), para que possam jogar

juntos e além da praticar, estudar e compreender o futebol enquanto fenômeno

sociocultural brasileiro.

c( ) Ser de qualquer jeito pois o importante é praticá-lo.

d( ) Não devemos jogar futebol na escola, é um esporte violento e perigoso;

devemos evitar o risco de acidentes.

e( ) O futebol na escola deve ser tratado como um conteúdo a se estudado

profundamente pois trata-se da expressão cultural do povo brasileiro.

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Aula 2

Produção de um vídeo curta metragem usando apenas roteiro e a câmera do

aparelho celular.

Com esta atividade pretende-se identificar e documentar a forma como o

futebol é vivenciado pelo aluno em sua comunidade.

A idéia central desta etapa do trabalho é dar início ao que Gasparin (2005,

p.35) chamou de problematização, momento do processo ensino-aprendizagem que

visa “detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e,

em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar”.

Explicarei em detalhes como faremos essa atividade

1 – Formaremos alguns grupos da turma. (Nosso critério será organizar os

grupos de alunos da mesma comunidade ou comunidades próximas).

2 – Os grupos terão o próximo final de semana para fazer os registros das

imagens e áudio para a produção do curta, usando apenas um roteiro e a câmera do

aparelho celular.

3 – Produção e escolha do roteiro.

Modelo de roteiro

1- Áreas do conhecimento a ser abordada (DCEs): Cultura Corporal e Lazer,

Áreas: Educação Física; História; Sociologia;

2 - Conteúdo específico por área do conhecimento:

Educação Física: Futebol História: Cultura do povo brasileiro Sociologia: Lazer na comunidade

3 - Apresentação da idéia ou objetivo:

A ideia deste trabalho é fazer um documentário sobre a prática do futebol nas comunidades pertencentes à abrangência da escola e, identificar seu papel social enquanto atividade de lazer. Valorizar o uso das novas mídias que o aluno dispõe como ferramenta que pode ser utilizada na escola.

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4 - Titulo do vídeo e o enredo:

Título: (escolhido pelo grupo) Enredo: (Produzido pelos alunos. Deve constar os nomes de quem está sendo entrevistado, o que faz na comunidade, e o que representa suas palavras para o grupo e o trabalho em questão)

5 - Lista e descrição dos personagens: (quem fez parte do grupo, o que cada um fez e novamente os nomes dos entrevistados. Obs. mesmo que a ficha técnica.)

6 - Qual o Cenário (s): ( Comunidade tal: ......; local da comunidade:......, etc.)

7 - Liste os títulos das cenas: ( Ex. Cena no vestiário; no campo; fora do campo no momento do intervalo, na arquibancada ou local reservado para o público, etc.)

Cena 1:

Cena 2:

Cena 3:

Essa ficha foi adaptada tendo como modelo a ficha disponível na Fonte:

http://www.slideshare.net/andradej/construo-do-roteiro-de-produo-de-curta-metragem

Acesso em: 02/10/2013

Aula 3, 4, 5 e 6

4 – Como próximo passo, o material produzido por cada grupo deverá ser

editado. Os programas que poderão ser usados são: Kino ou Avidemux, ambos

estão instalados nos computadores do laboratório do Proinfo. Os grupos poderão

utilizar temas musicais e poderão incluir legendas. Sendo indispensável ficha

técnica. Os vídeos deverão ter entre 3 a 5 minutos de duração.

Obs: Outro programa que poderá ser utilizado na edição dos vídeos é o

Windows Movei Maker. Porém, outra observação importante; uma vez que

sugerimos temas musicais para os vídeos não devemos nos esquecer da questão

dos direito autorais. Uma solução seria utilizar os vídeos somente na escola para

fins pedagógicos.

Nesse momento iremos até o laboratório de informática para editar o material que

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cada grupo produziu. A ideia é fazer vídeos muito simples, pois teremos que otimizar

nosso tempo.

Aula 7 e 8

Pretende-se durante o transcorrer dessas aulas concluir a problematização

sobre o tema proposto.

O material produzido será socializado com a turma com o propósito de gerar

discussão e reflexão crítica. Nesse momento os alunos questionarão sua prática

social inicial.

Durante a socialização desse material e discussão pelos grupos, serão feitas

anotações na forma de relatórios (quadro 1).

Agora assistiremos aos curtas metragens produzidas por cada grupo, em seguida

debateremos sobre o conteúdo dos vídeos considerando alguns aspectos abaixo

relacionados: Em seguida relataremos alguns pontos que julgarmos importante.

Avaliação 01 – Plenária

Aspectos:

a. O futebol jogado na comunidade tem características diferentes ao jogado nos

clubes profissionais? Que características são essas?

b. Em caso afirmativo, porque essas diferenças são importantes?

c. Durante o passar dos anos houve mudanças na forma que se jogava futebol

em sua comunidade? Com relação a número de praticantes, ou seja: Ainda é

possível jogar com equipes de onze jogadores? A prática do futebol foi

substituída pelo futsal? As pessoas vão para o campo assistir aos jogos?

d. Outros aspectos:_________________________________________________

Quadro 1

Relatório da plenária:

Aspecto (a): Características da prática do futebol

Na comunidade Nos clubes profissionais (vistos na Tv).

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Aspecto (b): Pontos importantes

Aspecto (c): Prática do futebol na comunidade?

Aspecto d:

Aulas 9 e 10

A etapa de Instrumentalização refere-se ao momento do processo de ensino-

aprendizagem em que as ações do professor e do aluno vão se orientar para a

elaboração e apropriação do conhecimento. (GASPARIN, 2005, P.51).

Nessa aula o professor levará os alunos até o campo de futebol para fazer um

jogo com as mesmas características daquele jogado nas comunidades.

Caso haja formas diferentes do jogo, dividiremos o tempo da aula fazendo as

modificações necessárias até todos terem experimentado o jogo em suas variações.

Já sabemos como o futebol é jogado por vocês em suas comunidades, nesse

momento iremos para o campo e jogaremos utilizando as diferentes formas de

jogar.

No caso de haver variações na organização do jogar futebol pelos alunos ao

final de cada jogo podemos discutir (roda de conversa) sobre as vantagens e

desvantagens de se jogar assim.

Certamente as variações terão pequenas diferenças, sendo a flexibilização de

regras tais como, a relacionada às dimensões do campo, quantidade de jogadores,

formação das equipes (podendo ser mistas), uniforme, bola, formas de reposição da

bola em jogo, duração do jogo por gols marcados, etc.

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2.3 Por que a expressão “Jogar Bola”?

Muitos esportes são praticados com bola, voleibol, basquetebol, handebol,

etc., no entanto no Brasil o fenômeno futebol está tão enraizado em nossa cultura

que jogar futebol passou a ser sinônimo de jogar bola.

Na aula anterior vivenciamos o futebol nas formas em que é jogado nas

comunidades que pertencem à abrangência da escola. Porém, observamos algumas

variações na forma de jogar.

Sabemos que essas variações não alteram a essência do futebol; porém, com

o passar do tempo, no Brasil e no mundo surgiram algumas formas diferentes de se

jogar futebol, dando origem a outros esportes e jogos como o Futsal, Futebol Sete,

Futevôlei, etc. Essas variações estão tão intimamente ligadas ao futebol que é

comum, ao sair de casa para uma partida de futsal ou futebol sete, dizer que vamos

jogar bola. Mesmo diante de uma grande variação de esporte com bola, essa

expressão só se vê nesses exemplos que acabamos de citar.

Algumas dessas variações do futebol foram institucionalizadas e viraram

esportes; como podemos observar no caso do futsal.

Por fim, cabe ressaltar que no decorrer do século XX, o futebol assume diferentes formatos, dando origem a outros jogos e esportes como, por exemplo, o futebol de salão que surgiu na década de 1930, tendo sua “pa-ternidade” disputada entre brasileiros e uruguaios, sendo que em 1989 a Federação Internacional de Futebol (FIFA), com a concordância da Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), cria uma nova modalidade que passa a ser denominada de futsal, tendo como base o futebol de salão da FIFUSA e o futebol de cinco que foi criado pela FIFA com o intuito de fazer frente ao mesmo futebol de salão. (SANTANA, 2010, Apud RODRIGUES, et al. 2011).

O intenso processo de urbanização e a diminuição de espaços para o lazer

contribuíram para o surgimento de novas formas de se jogar futebol nas cidades. O

mesmo fenômeno social que causou o “inchaço” das cidades, o êxodo rural;

provocou o esvaziamento das comunidades do interior. Essa nova configuração

urbana e rural tem reflexos na organização do lazer esportivo. Ou seja, se num

ambiente falta espaço no outro faltou pessoas para continuar praticando futebol.

Portanto será comum que determinadas comunidades não joguem mais

futebol, mas mesmo assim, ainda jogam bola. Da mesma forma, sugiro que os

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professores que por ventura, quiserem aplicar este material em sua escola, poderão

fazê-lo com algumas adaptações para a quadra.

Aula 11

Iniciaremos essa aula assistindo ao vídeo sobre a história do futebol, em

seguida discutiremos com a turma alguns pontos importantes.

Seria interessante que o professor anotesse as considerações dos alunos no

quadro.

Vídeo: “A História do Futebol - Primeiros anos”

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=gyos1XLoUO8

Acesso em: 02/10/2013

Para conhecermos sobre alguns dos jogos tradicionais que se acredita terem dado

origem ao futebol, vamos assistir ao vídeo “A história do futebol - Primeiros anos”.

Plenária: Discussão com a turma a partir do conteúdo que assistimos,

abordando as seguintes questões:

Quais os jogos que teriam dado origem ao futebol e em que pais eram

jogados?

Qual é o jogo que você viu no vídeo que mais se assemelha com o

futebol jogado hoje?

Qual a diferença essencial entre jogo e esporte? Considerando que

todo esporte é jogo e nem todo jogo é esporte.

A partir da análise das características que definem esporte, a qual país

é possível creditar a gênese do futebol?

Como era o futebol em seu país de origem e em quais circunstâncias

ocorreu o crescente interesse por sua prática?

Aula 12

Na continuação desse trabalho faremos a leitura de dois textos sínteses que

relatam a História do Futebol no Brasil e a formação das Cidades no Processo de

Civilização, são eles: O Futebol no Brasil: História e Sociedade, e O Futebol no

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Brasil e seu Papel Civilizador.

Para saber um pouco mais sobre o Futebol, organizados em duplas, faremos a

leitura destes textos que em síntese tratam sobre sua história e o papel social do

futebol.

2.4. O Futebol no Brasil: História e Sociedade

São Paulo, 1894... onde tudo começou; o brasileiro Charles Miller recém

chegado da Inglaterra onde conheceu o novo esporte, trazendo consigo Duas bolas

e a ideia de difundir o football; como afirma Inezil Penna Marinho em seu livro

História da Educação Física no Brasil.(19--. p. 40)

Ao referir-se ao futebol parece natural lembrar-se deste brasileiro que

acreditando numa ideia, trouxe para o Brasil, o que mais tarde seria uma das mais

valiosas expressões populares.

Segundo Coutinho (1985, p. 107) finalmente acontece na cidade São Paulo,

várzea do Carmo, no dia 15 de abril de 1895 a primeira partida de football no Brasil.

Organizada, com sumula, juiz, etc.; os times ou teams, já vinham sendo treinada há

meses por Charles Miller, aquele hábil sportmen.

O football que no início era jogado pelos jovens bem nascidos da cidade de

São Paulo, influencia outros grupos de cidades importantes para a época, incluindo

jovens da capital. Já nas primeiras décadas do século XX alguns jornais da capital

observam com crescente interesse o novo esporte.

Coincidência ou não em abril (grifo nosso) de 1906, o jornal A Gazeta de

Notícias contava assim o nascimento do futebol no Rio de Janeiro:

Em 1901, o sr. Oscar Cox organizou um team, para jogar em São Paulo contra os jogadores daquella cidade. Na ocasião deste senhor escolher os jogadores deixou de parte o Mr. Machentock, então capitain do Rio Crickt e Atletic Club Associon, resultando uma rivalidade entre aquelles dous jogadores. Mr. Machentock aproveitando a estadia daquelle team em São Paulo, procurou os srs. H Paim, J. Pereira, R. Lima e A Cerqueira para, com o appoio destes poder organizar uma sessão e fundar um club de foot-ball. A sessão foi effectuada no extinto club de Natação e Regatas, organizando-se então o primeiro club deste gênero no Rio de Janeiro, que teve o nome de - 'Rio Foot-ball Club. ' Quando o 'team do Rio' voltou e foi conhecedor da fondação daquelle club tratou immediatamente da fondação do Fluminense Football Club que, com muitas dificuldades no princípio, conseguiu rompe-las e collocar-se na

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vanguarda desse sport tão salutar. (apud LUCENA, 2000, p. 10-11).

Assim o futebol ganha as ruas, as praças as várzeas e não demora adquirir

popularidade e, a identificação com o esporte foi tão intensa que a partir de meados

da década de 1920 atinge, de uma forma ou de outra, toda a população brasileira.

(DAOLIO, 1997, p. 101).

Segundo Negreiros (1998, p.108) Até os anos 20 o futebol no Brasil ainda era

amador, alguns jogadores já recebiam para jogar, porém seu vínculo com os clubes

era por acordos, que na sua maioria não eram cumpridos, pois não havia nenhuma

legislação esportiva. Nessa época, o maior estádio era o Parque Antártica e mesmo

com improvisações acomodava 30 mil torcedores.

No final dos anos 20, a paixão crescente pelo futebol reflete na sua

organização, passando para um nível de semi-profissionalismo. O torcedor cobrava

resultados dos seus clubes, a vitória tornava-se mais do que importante, o clube se

viu obrigado a pagar bem seus jogadores. (Idem, p. 109).

Nesse período de semi-profissionalismo do futebol alguns clubes brasileiros

perderam seus principais jogadores, que saiam jogar em outros Estados e até

mesmo para o exterior. Esse fato, e outros eventos daquela época, levaram ao fim

da prática oficial do futebol amador no país, inicia assim uma nova fase. “Para a

maior parte dos que escreveram sobre o futebol, sejam cronistas esportivos ou

pesquisadores em geral, a profissionalização de 1933, foi o grande marco do futebol

brasileiro.” (Idem, p. 109).

O futebol já era esporte Nacional, o Brasil havia participado da Copa do

Mundo de 1930 no Uruguai, e a paixão por este esporte tomou conta da população;

com o passar dos anos nossa Seleção colecionou decepções e alegrias nas copas

do mundo que participou; sendo campeã mundial só em 1958. Sua maior decepção,

em 1950, mesmo jogando em casa e tendo como palco o Maracanã, recém

inaugurado; amargou uma derrota de 2x1 para o Uruguai, silenciando uma Nação

inteira.

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Figura 2: Copa do Mundo de 1950 - Uruguai Campeão

Fonte: http://www.exposicoesvirtuais.arquivonacional.gov.br/

http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=792&evento=5

No entanto, o nosso interesse não está na história das copas do mundo de

futebol, ou como foram as participações de nossa Seleção, mas sim tentar buscar

explicação a essa paixão que move multidões para os estádios e faz parar o país em

dia de jogo da Seleção. Ou seja, tentar responder o porquê o brasileiro é tão

apaixonado e identifica-se tanto com o futebol?

Segundo Daolio (1997, p. 105-107) esta é uma discussão que não se encerra

facilmente, mas parece haver uma relação das exigências do futebol com as

características socioculturais do povo brasileiro; diz o autor que isso pode ser

explicado através de quatro pontos:

O primeiro é a igualdade de condições na prática do futebol; ou seja, muito

difícil uma equipe entrar em campo sem esperanças da vitória; mais ainda, a vitória

pode ocorrer mesmo jogando contra uma equipa teoricamente mais forte. A condição

de igualdade também estende à torcida, uma pessoa pode torcer por um time,

independente de sua classe social. Essa igualdade de condições não se observa

nas relações sócias.

Segundo ponto, o futebol é jogado com os pés e por questões culturais o

brasileiro tem facilidade com atividades as quais faz uso dos pés; usa os pés na

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capoeira, tem samba no pé, etc. É possível que a miscigenação racial brasileira

facilite essa habilidade de praticar atividades com os pés.

Terceiro, a malandragem do brasileiro, sua ginga, seu jeito esperto de ser, são

exigências que a vida lhe confere e passa por uma questão de sobrevivência, numa

sociedade tão desigual.

O quarto ponto, é que o futebol mesmo sendo um esporte coletivo, valoriza a

jogada individual e o brasileiro tem essa facilidade, sobretudo o espírito de

superação. Essas características, atribuídas à facilidade de dribles e improvisações,

só vemos aqui.

Certamente existem outros pontos que podem ser considerados na tentativa

de explicar a paixão do brasileiro pelo futebol; mas podemos concluir que o futebol

não é um simples esporte com suas regras técnicas e táticas, ele é expressão

cultural do povo brasileiro.

2.5. O Futebol no Brasil e seu Papel Civilizador

Parece relevante fazer algumas considerações sobre o contexto histórico e

social, que possibilitou ao futebol, um esporte nascido na Inglaterra, ter chegado ao

Brasil e adquirir tão rápida aceitação e tornar-se esporte nacional.

O Brasil passava por uma nova fase no seu desenvolvimento social, político e

econômico: marcado pela abolição da escravatura, chegada dos primeiros

imigrantes europeus e Proclamação da República. Estes fatos levam a uma

mudança na figuração da cidade da corte que marca a segunda metade do século

XIX. A vida mais sofisticada tinha novas exigências; segundo Lucena (2000, p.17) o

acesso aos bens de consumo, meios de transporte, casas mais bem construídas e

passatempo mais comedidos eram componentes dessa nova forma de viver.

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Figur3: Rio antigo - exposição nacional( 1908)

Fonte: http://bndigital.bn.br/

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=872&evento=4

As mudanças impulsionam a modernização nas cidades e os novos hábitos

marca a vida do cidadão da corte provocando transformações sociais. No

passatempo os esportes modernos, tidos como práticas civilizadas significam formas

menos violentas de ocupação do tempo livre, contrapondo aos jogos tradicionais.

Podemos observar a importância que se dava aos esportes no processo de

transformação da vida nas cidades brasileiras. No esporte, considerado como um

produto para a elite, só poderia galgar seu espaço nestas atividades aqueles que

fossem educados dentro de certos preceitos aceitos pela classe dominante da época

como podemos observar:

(...) esporte se caracteriza como uma ação "nova" e própria de uma sociedade em transformação. É considerado, pelas elites, como uma prática "civilizada", por isso educada e educativa, em contraposição aos jogos tradicionais vistos como parte de uma sociedade colonial e arcaica, fonte de emergência de atitudes rudes e primitivas. (LUCENA, 2000, p. 13).

Nota-se que não bastava enaltecer as qualidades da prática esportiva como

sendo moderna e civilizada, adequada como os novos hábitos da vida moderna num

contexto social em transformação; também se fazia necessário desconsiderar

valores que pudessem ter relação com a sociedade colonial. Assim a elite

considerava os jogos tradicionais como sendo arcaicos, rudes, primitivos, enquanto

o esporte civilizado.

E é em meio a essas transformações que o futebol, esporte civilizado

importado da Europa, do mesmo modo que os demais produtos ou bens culturais

trazido de lá, vai galgar o prestigio de produto para a elite brasileira.

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No Brasil o futebol começa sendo praticado em clubes fechados, pelos moços

bem nascidos da aristocracia rural e da burguesia, do mesmo modo que ocorrera na

Inglaterra nas Public Schools. (DUNNING, 2001, p. 99). Mas não demora ganha o

gosto da população, seguindo o que ocorreu com as regatas, passa a mobilizar

multidões para assistir e reivindicar seu direito de praticar.

Segundo Lucena (2000, p. 15). Como uma febre, o futebol, invade a cidade e

adquire o poder de unir os diferentes e extrair destes as mais variadas emoções,

que até então só se viria em recintos fechados, entre familiares ou grupos de

amigos. Isso se dá pelo resultado da materialização de ações como “educação e

autocontrole”, o cidadão civilizado deve saber se comportar conforme novas

exigências que a vida moderna lhe confere.

Desta forma, é na vivência no futebol, seja como espectador ou como

praticante, que a nova concepção de homem moderno vai se constituindo e, na

medida em que as exigências do novo esporte vão regular sua participação através

de um novo padrão de comportamento desejado, as mudanças pessoais irão

provocar transformação da sociedade uma vez que a sociedade se configura através

da inter-relação desses mesmos sujeitos.

Assim, os membros da classe social brasileira mais pobre, sendo

principalmente, os ex-escravos e os imigrantes recém chegados da Europa, buscam

se estabelecer enquanto cidadãos reivindicando seu direito de participação no

futebol. No entanto, se a aceitação do imigrante Europeu foi mais tranquila, a

aceitação do jogador negro nos clubes de brancos não aconteceu sem resistência

ou sem explicitar o preconceito racial presente na sociedade brasileira.

Continuação da Aula 12

Após os alunos terem feito a leitura dos textos, vamos propor que respondam

a algumas questões.

Uma vez feita à leitura dos textos, procurem responder as seguintes questões:

Segundo o texto, quais fatos históricos marcam as mudanças na figuração

das cidades brasileiras na segunda metade do século XIX?

Que importância teve os esportes modernos na formação das cidades e quais

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as principais mudanças que ocorreu nas vidas das pessoas?

Como foi a chegada do futebol ao Brasil?

Quem foram os primeiros brasileiros a praticar o futebol no Brasil?

Como foi a popularização do Futebol no Brasil?

Aula 13 e 14

Para que os alunos possam socializar as respostas das questões da aula

anterior, eles farão uma pesquisa na internet ampliando seu conhecimento sobre

uma das questões e farão uma apresentação contendo 3 ou 4 slide. As duplas

permanecem as mesmas e eles escolhem qual questão irão pesquisar.

Dando sequência a aula anterior, cada dupla escolherá uma das questões que

responderam e pesquisarão na internet sobre o assunto. Em seguida farão uma

apresentação que deverá ter entre 3 ou 4 slide. Na próxima aula apresentaremos

para a turma na Tv Pendrive ou no Data show, a escolha será de vocês.

Aula 15

Nessa aula teremos a socialização do material produzido. As duplas que

pesquisaram questões iguais apresentarão uma na sequência da outra para

contribuírem entre si e intensificar as discussões e reflexão sobre o tema.

Após as apresentações de cada questão (duas ou mais dupla), teremos um

tempo para debate, prosseguindo da mesma forma até todos terem apresentado.

Podemos utilizar a tv-pendrive ou datashow e notebook. Durante o debate o

professor fará suas contribuições.

OBS: Sendo a apresentação na Tv-Pendrive não se esqueça de salvar na forma de

imagem.

Com o material da pesquisa pronto, cada dupla irá apresentar, seguido da próxima

dupla que ficou com a mesma questão. Fiquem tranqüilos, se esforcem para fazer o

melhor que puderem. Após as apresentações faremos um pequeno debate sobre as

conclusões das questões apresentadas, durante o debate procuraremos contribuir

com os colegas para incrementar seus trabalhos.

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2.6. O Racismo no Futebol Brasileiro

O futebol brasileiro, inglês por descendência, seleto e racista desenvolve-se

como uma das práticas esportivas nos clubes elitizados das principais cidades do

país. No Rio de Janeiro, clubes como Flamengo, fundado em 1885; o Botafogo de

1904; o Vasco da Gama de 1898; e o “Fluminense, responsável não apenas pela

implantação definitiva desse esporte no Rio de Janeiro, em 1902, mas também em

favor da profissionalização” (CORREIA, p. 35).

Segundo Daolio (1998, p. 20). Outros clubes importantes de futebol também

tiveram suas fundações nos primeiros anos do século XX. Destacando no Estado de

São Paulo a Ponte Preta em 1900 e o Corinthians em 1910 além de outros.

Tão logo a prática do futebol deixou de ser simples passatempo, e as disputas

entre as equipes passam a se acirrar; os grupos da elite brasileira, em seus clubes

seletos, se veem forçados a aceitar, primeiro jogadores de outras classes sociais e

mais tarde os negros. Porém, com muita resistência por parte dos sócios e por vezes

dos próprios jogadores dos times.

Esse espaço para a participação do negro no futebol, não acontece por

acaso, mas porque desde cedo já havia presente o sentimento de identificação do

torcedor por seu clube; com isso, os negros brasileiros, já demonstrando serem

hábeis com a bola nos pés, começam, muito discretamente, ocupar seu lugar. Temos

representado aí, o que Elias chamou de rede de interdependência, marcado pela

presença do negro na condição de outsiders para se estabelecer socialmente

através do futebol.

O primeiro clube, que se tem notícia, a admitir jogadores negros foi o Vasco

da Gama em 1923; o fez para ganhar o campeonato do Rio de Janeiro naquele ano.

“É ilustrativa aqui a lembrança de que, por essa época, alguns negros tinham que

ser embranquecidos com pó de arroz a fim de não parecerem tão negros quanto

eram e, assim, serem aceitos pelos sócios brancos dos clubes.” (DAOLIO, 1998,

p.2)

Segundo Correia (1985, p. 31-39). Este fato, ocorrido no campeonato do Rio

de Janeiro de 1923, leva o Fluminense apoiado pelo Flamengo a tentar expulsar o

Vasco da Liga de Futebol, alegando que este mantinha em seu quadro jogadores

negros e operários.

O fato foi tão bem explorado; como afirma Correia (p. 35), pelo então

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presidente do Vasco da Gama, Sr. Augusto Prestes, que este além de ignorar as

acusações, usa isso em campanha para ganhar o referido campeonato e arrecadar

fundos para a construção da sede do Vasco em São Januário.

No Rio e em São Paulo o racismo se encarregou de maquiar, literalmente, os

jogadores negros para serem aceitos em campo pelos demais sócios dos clubes. No

Rio, o fluminense que havia combatido o Vasco anos atrás, agora se rende e torna-

se conhecido pela expressão pó-de-arroz ao aplicar espessa camada de pó-de-arroz

no jogador negro Carlos Alberto. (Idem, p. 35).

Em São Paulo, Arthur Friedenreich primeiro negro a se projetar no futebol

brasileiro, comumente se atrasava para entrar no campo, pelo mesmo motivo

anteriormente citado. Em 1925, se destacou quando marcou onze dos trinta gols que

o Paulistano fez numa excursão pela Europa. Na época foi tão genial quanto Fausto,

primeiro negro a ser convocado para Seleção Brasileira. (Idem, p. 36).

Foram muitos os casos de racismo no futebol; porém, os negros conquistaram

seu espaço no futebol e em outros esportes pela sua competência e determinação.

No entanto, situações que nos remetem ao racismo, em pleno século XXI, ainda

eventualmente são noticiadas nos meios de comunicação de massa, não só no

Brasil, mas em outros países do mundo.

Figura5: Jogador de Futebol

Fonte: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/

O esporte como parte da estrutura da sociedade, também reflete as

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características da sociedade ao qual faz parte; ou seja, traz aspectos sociais que de

uma forma ou de outra, através do esporte é representada e se revela. O que se

quer dizer é que o racismo não chega ao esporte do nada, o racismo no futebol é

reflexo de uma sociedade racista.

Do mesmo modo podemos concluir que, a luta do negro em conquistar seu

espaço no futebol, é também sua luta pelas demais conquistas por seu espaço na

sociedade. No dizer de Daolio (1997, p. 112). “Através do futebol é possível ver,

analisar e, talvez, compreender melhor a sociedade brasileira”.

Aula 16 e 17

Ao contrário do que fizemos nas aulas anteriores, começaremos esta aula

com atividades práticas.

Atividade 1

Essa aula será no campo de futebol, poderia ser na quadra ou mesmo no

pátio.

1º passo: Pediremos para que um aluno se ausente do campo, a única

informação que esse aluno terá é que participará de uma atividade e deverá retornar

após o sinal do professor.

2º passo: Formaremos grupos com 4 ou 5 alunos sentados em círculos (em

colchonetes ou grama) de frente para o centro do circulo, distribuídos em uma ala

do campo.

3º passo: Combinaremos com a turma que ao retorno do colega ao campo

agiremos com indiferença em relação a ele, conversando entre os membros do

grupo e não dando a menor atenção a aquele em destaque.

4º passo: Chamaremos o aluno ausente para que retorne; provavelmente ele

irá tentar chamar a atenção dos colegas de uma forma ou de outra, mas os

membros dos pequenos grupos devem ignorá-lo até o término de 1 ou 2 minutos ou

até que ele desista de chamar a atenção dos colegas.

A ideia é provocar uma situação de desconforto nesse aluno, uma sensação

de não pertencimento, de não estabelecido; fazendo com que ele se esforce para

integrar à atividade do grupo.

Em seguida discutiremos a situação a partir dos sentimentos e sensações que

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os alunos vivenciaram. Sobretudo dando destaque ao relato do aluno que estava

ausente no início da atividade.

Iremos até o campo de futebol e iniciaremos a aula de hoje com uma atividade em

grupos formados com 4 ou 5 integrantes, na sequência faremos duas equipes para

aulas práticas de futebol. No entanto para essa segunda parte da aula usaremos um

campo reduzido com as traves de futebol sete.

Atividade 2

1º passo: A turma será dividida em duas equipes mistas de futebol;

2º passo: As equipes iniciam a atividade com um número reduzido de

participantes, o professor escolhe quem ficará de fora do jogo, dois ou três alunos de

cada equipe, devendo ser aqueles que mais gostam de jogar futebol.

3º passo: A atividade segue, e conforme acontecem às reivindicações dos

alunos que ficaram de fora, pedindo para entrar no jogo, o professor dirá que

“esperem um pouco mais”, testando a paciência desses alunos.

4º passo: No momento em que o professor perceber que deve explicar o que

está acontecendo, ele interromperá o jogo e explicará o propósito da atividade (roda

de conversa).

A idéia é reproduzir na atividade a situação de outsider ou não estabelecido,

das classes populares brasileiras, Negros e Imigrantes, no início do séc. XX quando

lutaram por seu espaço no esporte e através deste na sociedade.

Obs: O professor deve mencionar que essa luta pelo direito ao espaço nos

esportes (o Futebol nosso exemplo aqui), em um momento histórico mais recente,

foi também a luta da mulher contra sua discriminação, e pela conquista em seu

espaço na sociedade através dos esportes. (A discriminação da mulher no futebol

será tema das aulas 19 e 20).

5º passo: Após o debate toda a turma continuará o jogo, mas desta vez com

todos os integrantes das equipes.

Agora faremos um jogo de futebol 7, peço que dois alunos escolham equipes mistas.

Como teremos mais de sete jogadores em cada equipe alguns ficaram esperando a

vez.

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Aula 18

Não poderíamos tratar da história do futebol no Brasil sem discutir a questão

racial presentes nas relações sociais, sobretudo com mais intensidade nos anos

finais do século XIX e início do século XX, em que os imigrantes europeus vieram

substituir o trabalho escravo sob o pretexto, segundo D. Pedro I de “embranquecer a

população brasileira”. (PILATTI, 2006, P.137)

Para que nosso aluno conheça um pouco sobre como se deu esse esforço do

negro em se estabelecer socialmente através do futebol, faremos a leitura do texto

“O Racismo no Futebol Brasileiro”.

Em seguida assistiremos ao vídeo: O Negro no Futebol Brasileiro. Esse

vídeo relata as dificuldades dos jogadores em sua carreia profissional no futebol.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=PD8TR_lO-Fw

Acesso em: 02/10/2013

Vocês estão lembrados das duas atividades da aula anterior? Com estas atividades

tentamos esboçar alguns dos sentimentos que provavelmente os negros

vivenciaram com maior intensidade no período pós-abolição. Vamos agora

conhecer um pouco mais sobre como foi esse processo lendo o texto “O Racismo

no Futebol Brasileiro”, e na sequência assistiremos um vídeo sobre o assunto.

Talvez, alguns de vocês assistiram à novela das seis da rede Globo de Televisão

“Lado a Lado”? Lembram que essa novela fazia referência ao contexto social nas

cidades brasileiras no final do século XIX e inicio do século XX? Também se

lembram que em alguns dos seus capítulos, o autor mostrava o lazer dos jovens

ricos em seus clubes sociais? Talvez, na ocasião vocês não deram muita atenção

ao que viram? Mas quem assistiu pode ajudar a recordar como o autor mostrou o

futebol recém chegado ao Brasil e como era a participação dos primeiros jogadores

negros.

Sugestão: Caso o professor consiga o recorte de algumas cenas da referida

novela seria um material interessante para uma analise crítica em sala de aula.

Obs: Lembrando sempre que um material como este deverá ser utilizado

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apenas na escola com fins pedagógicos, pois outra forma de divulgação ficaria

sujeita a lei de direitos autorais.

2.7. A Mulher e o Futebol no Brasil

Durante os primeiros anos da prática do futebol no Brasil as mulheres tiveram

notória presença nos locais de competição. Em meio a um ambiente de respeito

podiam transitar nestes locais ou até mesmo participar de jogos. Segundo Lucena

(2000, p. 15) Isso se deve ao resultado da materialização de ações como “educação

e autocontrole”, que exigiam do cidadão civilizado um comportamento adequado a

vida moderna.

Logo o futebol ganha popularidade, a mulher é afastada dos locais de prática

do futebol, sob alegação de que sua natureza frágil e recatada não eram

condizentes com o novo ambiente que se configurava. Com relação à presença da

mulher em campo, da mesma forma e sob a mesma alegação os médicos

higienistas do início do século XX trataram de contra-indicar a prática esportiva para

as mulheres.

No decorrer dos anos que seguem a história do futebol no Brasil, sob o

pretexto de prejudicar a integridade física da mulher; desta vez a partir da concepção

do pensamento eugênista, o que era contra-indicação passa a ser proibição na

forma de lei. Pois a participação da mulher nos esportes poderia causar danos

irreparáveis ao aparelho reprodutor feminino.

Como podemos observar na publicação de uma matéria do jornal O Imparcial

do dia 10 de maio de 1940.

Ninguem no Rio de Janeiro - será mesmo somente aqui? - ignora o surto notavel que teve o foot-ball feminino de alguns dias para cá. Clubs, ás pressas, eram organizados e jogados aos campos para enfrentar adversárias já treinadas com entrada paga! Porém, há males que vêem para bem. Um moralista - se não nos enganamos Sr. Fuzeira - resolveu por cobro á questão. Endereçou, há dias passados, uma carta-aberta ao Chefe da nação onde relatava os inconvenientes que existiam para o sexo fragil, desde que viessem praticar o foot-ball em constancia. E, agora, o primeiro magistrado da Nação acaba de enviar o protesto ao ministro da Educação, sr. Gustavo Capanema para tomar as medidas que achar conveniente. Entretanto, apesar dos maiores esforços desenvolvidos, ainda não se conseguiu saber qual será a altitude que irá tomar o sr. Capanema. Parece, todavia, que extinguirá o foot-ball feminino. Isto acontecendo, terá dado S. Ex. provas cathegoricas que zela pelo reerguimento da raça, impedindo a pratica de sports prohibidos, em todo o universo, pelas maiores sumidades medicas.( Apud LESSA, 2003 p. 41.).

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Segundo Lessa (2005, p.41) no ano seguinte, 1941 o Presidente Getulio

Vargas (Presidente do Brasil por dois períodos, o primeiro de 1930 a 1945; o

segundo período de 1951 a 1954) cria uma legislação esportiva baixando normas

para “„desenvolvimento‟ e „enquadramento saudável‟ das práticas físico-esportivas

vivenciadas pelas mulheres. Com isso, de maneira legal, veio às proibições de

algumas práticas „não condizentes‟ para o corpo feminino. Dentre essas, estava a

prática do futebol”.

Essa proibição constava no artigo 54 do Decreto Lei de n°. 3.199, que foi

regulamentado pela deliberação n° 7/65 e que ficou em vigor segundo Lessa até o

ano de 1979.

Atualmente o futebol feminino no Brasil tem conseguido bons resultados em

competições internacionais como a Copa do Mundo de futebol e Jogos Olímpicos.

Porém ainda enfrenta muitas dificuldades, seja na falta de incentivo, seja na questão

do preconceito.

Podemos observar que a história do futebol feminino, com sua prática tardia,

confunde-se com a demora em que as meninas iniciam-se no futebol. Mesmo que já

se perceba meninas em escolhinhas de futebol ou projetos esportivos nas escolas,

elas começam mais tarde e são em número muito reduzido em relação à

participação dos meninos.

Aula 19 e 20

Diante do texto que acabamos de ler, vamos propor algumas atividades para

que possamos abordar a questão de gênero no futebol.

Atividade 1

1º passo: O professor poderá perguntar alguns nomes de jogadores da

Seleção Brasileira de Futebol e escrever no quadro.

2º passo: Em seguida perguntará a turma alguns nomes de jogadoras da

Seleção Brasileira Feminina.

Trata-se de uma atividade simples, mas creio será útil para iniciar uma

reflexão importante acerca do tema em questão.

Para a aula de hoje faremos algumas atividades que se referem à mulher no

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futebol.

Na primeira delas peço que me digam os nomes de alguns jogadores da Seleção

Brasileira de Futebol. Agora preciso que me digam alguns nomes de jogadoras da

Seleção Feminina.

É mais fácil se lembrar de nomes de jogadores ou jogadoras? Por quê?

Atividade 2

Após esse exercício simples vamos assistir ao vídeo, “A História do Futebol

Feminino até 1992”.

Esse vídeo retrata o futebol desde as primeiras equipes femininas do Norte da

Inglaterra, assim como de outras equipes da Europa, e que mais tarde, a exemplo do

que aconteceu no Brasil, também sofreram a proibição da prática do futebol. O

vídeo mostra o primeiro Mundial de Seleções em 1991 na China, e segue com as

conquistas da mulher por seu espaço no futebol (ou através dele).

Vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=BPO7VDGE1jg

Acesso em: 29/10/2013

Agora assistiremos a um vídeo sobre Futebol feminino, o vídeo é legendado por

isso a atenção deverá ser redobrada.

Logo que assistirmos ao vídeo, faremos a leitura de um pequeno texto sobre o

futebol feminino no Brasil.

Atividade 3

Assim que a turma assistir ao filme, sugere-se que leiam o texto “A Mulher e o

Futebol no Brasil”. Dessa forma o professor poderá dar sequência à reflexão a partir

de algumas questões:

1- As dificuldades enfrentadas pelas mulheres, que pudemos observar no

vídeo e no texto, que dizem respeito à prática esportiva, eram e são

apenas dificuldades relacionadas à discriminação nos esportes?

2- Em quais outros seguimentos sociais a mulher sofreu e ainda sofre

discriminação?

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3- E na escola, como são tratadas as meninas? Tanto em relação à prática

esportiva como em outras atividades da escola?

Atividade 4

Entrevista com as mulheres que trabalham na escola sobre a questão de

gênero.

Obs: A direção, equipe pedagógica e os colegas professores serão

importantes para a realização desta atividade. Portanto não se esqueça de pedir

ajuda a eles.

Dando continuidade a nossa aula vamos fazer uma entrevista com as mulheres que

trabalham na escola. Anotem as questões no caderno. Vocês têm 15 minutos para

fazer a entrevista.

Questões para entrevista:

1. Você acha que futebol é coisa de homem?

2. Você já se sentiu discriminada, em algum momento, por ser mulher?

Comentar.

3. Você já deixou de fazer alguma coisa que quisesse muito, só por que se

costuma dizer que isto não é coisa de mulher?

4. Seu esposo (companheiro), assim como você também trabalha fora? Quando

estão em casa quem faz o trabalho doméstico? Comentar.

5. Você acha que o espaço da mulher no mercado de trabalho foi uma conquista

importante?

6. Você acredita que houve mudanças sociais, em relação à valorização da

mulher se comparar a época de nossos avôs com a atualidade?

Depois de feita a entrevista, os alunos se reunirão na sala de aula para uma

plenária sobre a última atividade.

2.8. A Violência no Futebol

Através da teoria figuracional de Elias, além das questões do preconceito

racial, e do preconceito contra a mulher, que foram temas de nossas aulas

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anteriores; podemos compreender a onda de violência, entre as torcidas

organizadas, que marcou o futebol nos anos noventa. Para um olhar mais desatento

parece apenas que a violência nos estádios é fruto de um esporte violento; no

entanto, não é bem assim.

“No dia 20 de agosto de 1995, o conflito das torcidas do Palmeiras e do São

Paulo no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, chocou a todos.” (BETTI, 1997, p.

207).

A escolha desse fato, que Betti chamou de “A guerra do Pacaembu”, ao iniciar

o assunto violência no futebol, se justifica por julgar que este acontecimento foi o

mais, se não um dos mais marcantes da história do futebol brasileiro, em se tratando

da violência entre torcidas.

Na ocasião, relata Betti, disputava-se a final do Campeonato de Juniores, com

portões abertos e transmissão ao vivo pela TV. O Pacaembu passava por reforma e,

assim que terminou a partida, as pedras e paus dos entulhos viraram armas nas

mãos da torcida enfurecida; resultando em muitos feridos e uma morte.

O fato repercutiu por vários dias na mídia, foi assunto de debates em muitos

programas de televisão. A imprensa cobrava punições mais severas aos torcedores,

com medidas policiais e judiciais contra os responsáveis. Sugeriu-se até o fim das

torcidas organizadas.

A televisão defendia comportamentos mais civilizados pelos torcedores, em

discordância daqueles comportamentos em que classificou como; “covardes”,

“selvagens”, “animalescos”, etc. Mas o que levou esse grupo de torcedores a agirem

com tanta violência?

O motivo a agirem assim Mauro Betti busca explicação em Elias.

Como nos lembra Elias, pode ser muito tênue a linha divisória que separa as batalhas miméticas das batalhas reais, quando as tensões produzidas pela sociedade encontram repressões débeis, e quando aumenta o grau de hostilidade e ódio entre grupos diferentes. O esporte pode também alterar sua função e sua natureza quando aumentam as tensões e atos violentos dentro e entre os Estados, tendendo então a perder sua definição e fundir-se com as tensões próprias da sociedade em geral. (BETTI, 1997, p.207-208).

Nesse trecho do texto de Betti podemos concluir que não é possível analisar o

futebol e sociedade brasileira separadamente.

Segundo Daolio, (1997, p. 112) para entender a questão da violência no

futebol, primeiro teremos que entender o que representa o futebol para sociedade

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brasileira. O futebol tem a capacidade de paralisar o país em dias de jogos da copa

do mundo; o menino, quando nasce já tem um time de futebol para torcer, a grande

quantidade de obras artísticas que relatou o futebol; cinema, teatro, pintura, música,

etc. Isso tudo nos permite pensar que o futebol é mais que um simples esporte, com

regras, técnicas e táticas. “O futebol é um fenômeno social e, como tal permite uma

análise além dos aspectos técnicos. Através do futebol é possível ver, analisar,

talvez, compreender melhor a sociedade brasileira”.

Mas o que vinha acontecendo na sociedade brasileira dos anos noventa que

gerou tanta violência nos estádios?

Segundo Daolio (1997, p. 115), a explicação está na crise em que o país

passava naquele período; inflação alta, problemas de desemprego, falta de moradia,

precariedade no atendimento médico, etc. Tudo levando a falta de perspectiva que

gerou tanta tensão a ponto de “explodir”, culminando naquela “barbaria” como se

referiu à imprensa. Outro fato que nos parece provável é a sensação de impunidade,

histórica no Brasil.

Portanto, seria correto pensar que a situação adversa, em que passava a

população brasileira, causando angustia e revolta no torcedor, foi canalizada na

forma de violência para o cenário esportivo? Seria a comprovação da visão

utilitarista da sociologia que prega o “futebol é o ópio do povo”? Em outras palavras:

O futebol se tornou um instrumento de distração e compensação dos problemas

sociais?

Procurando responder a essa questão, torna-se necessário abordar o futebol

a partir da sociologia critica dos esportes.

2.9. Algumas Reflexões Sociológicas sobre o Futebol

A partir da critica de orientação Frankfurteana2, Bracht (1997, p. 25-43) revela

que o esporte tem a função de desviar a atenção e atenuar as tensões sociais,

permitindo assim, compensação para as condições de vida, diante das frustrações

do trabalho alienado e das condições de moradias; canalizando para agir com

2 Teóricos da chamada Escola de Frankfurt: Herbert Marcuse, Theodor Adorno, Max Horkheimer e

Jungen Habermas.

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agressividade, não contra as causas dessas frustrações, mas no contexto das

práticas esportivas.

O esporte teria ainda o conteúdo ideológico que postularia a igualdade de

chances, que corresponderia às presumíveis chances na sociedade. Sendo que o

intensivo engajamento no esporte provocaria o desinteresse político.

Um dos pontos fundamentais do trabalho de Bracht (1997, p. 62-63) ao

formular a crítica da sociologia do esporte, é trazer à discussão, nas palavras de

Chauí, o conceito de hegemonia Gramsciana; esse conceito inclui o papel da cultura

como processo social e o conceito de ideologia em seus sistemas de representação.

Através desse conceito de hegemonia pode-se entender o esporte sob dois

aspectos, enquanto elemento de dominação e como elemento de resistência cultural

e política. Em meio a essa estrutura dinâmica de inter-relação surge outro conceito

Gramsciano, a contra-hegemonia.

Para entender como esse processo hegemônico acontece no Brasil é

necessário observar a dinâmica de produção e consumo de cultura, considerando o

processo que acontece a partir de dois movimentos que se opõem. (OLIVEN, 1983

apud BRACHT, 1997, p. 64-65).

O primeiro quando a classe dominante se apropria reelabora e transforma em

símbolos nacionais as culturas originalmente populares e que em determinado

período foi reprimida. (Ex. Samba, música sertaneja, capoeira, etc.)

No segundo movimento acontece o contrário, as classes populares se

apropriam, reelaboram e transformam em símbolos nacionais conferindo-lhe uma

marca de distinção. O Futebol é um exemplo clássico desse movimento de

ressignificação e apropriação pelas classes populares da cultura da classe

dominante, transformando-se num símbolo nacional.

Segundo Damatta (1982. apud DAOLIO, 1997, p. 102), essa compreensão

sobre o papel do futebol teve uma maior repercussão nos anos setenta, diante do

contexto político em que a repressão militar figurava no Brasil, onde uma facção

política de esquerda acusava o governo militar de fazer uso do resultado positivo

obtido pela Seleção brasileira de futebol na copa de 70, com o objetivo de enganar e

distrair a população.

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Figura 6: Presidente Médici e a Seleção Brasileira Campeã em 1970.

Fonte: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=872&evento=4

Esses grupos de esquerda não estavam completamente enganados, pode ter

existido essa intenção política, como podemos observar em outros períodos da

nossa história. Porém, nota-se um duplo equívoco, por parte de quem tentou fazer

uso utilitarista do futebol e, por parte de quem acusou essa tentativa. Pois, não é

possível compreender esporte e sociedade como se o primeiro fosse prejudicial ao

segundo. Nem tampouco reduzir a concepção de futebol à atividade menos séria em

comparação com outras atividades; como a economia, a guerra, etc.

Na sua coluna (Jornal do Brasil, 4-07-81), João Saldanha (1981, apud

GONÇALVES, 1985, p. 27), escreveu:

A tese ou teoria de que os espetáculos de futebol atenuam as crises políticas ou econômicas é falsa. É errada. Fosse assim e o Império Romano, com seu circo, estaria de pé. Dava grandes espetáculos. Mussolini, que ganhou duas Copas (34 e 38), não teria o fim que teve. O senhor Heleno Nunes fortaleceu a ARENA com os seus clubes e o resultado das eleições de 74 foi uma clamorosa derrota.

Exemplos mais recentes; em 1998 na Copa do Mundo da França, a frustração

do povo brasileiro diante da derrota, na final contra os “donos da casa” não fez com

que o então presidente, Fernando Henrique Cardoso3, tivesse dificuldades para se

reeleger. Quatro anos mais tarde, diante da euforia da conquista do penta

3 Fernando Henrique Cardoso: presidente do Brasil por dois mandatos, o primeiro no período de 1995

a 1998 e, reeleito para o segundo mandato de 1999 a 2002.

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campeonato mundial na Coréia, com recepção e homenagem aos jogadores e

comissão técnica em Brasília, o mesmo presidente FHC não conseguiu fazer seu

sucessor.

Outro fato importante que recebeu destaque em todos os meios de

comunicação, nos últimos dias: Em plena Copa das Confederações deste ano

(2013) que está acontecendo no Brasil, no dia 06 de junho um grupo de

manifestantes reuniu-se na Avenida Paulista para protestar contra o aumento de

tarifa do transporte coletivo. A repressão policial agiu ostensivamente como no pior

da “repressão do regime militar”; porém o movimento tomou força e o crescente

engajamento da população levou milhares de pessoas às ruas. O movimento se

estendeu para as principais cidades do país, virando um ato de protesto pacífico e

apartidário, chamando a atenção para vários problemas: na área da saúde, na

educação, segurança, combate a corrupção, etc. Pois o que não falta no Brasil é

motivo para protestar. O protesto iniciado em São Paulo, contra o aumento da tarifa

do transporte público virou apenas o estopim do movimento.

No dia 19 de junho, dia do jogo da Seleção Brasileira contra a Seleção

Mexicana, os torcedores estenderam para o interior do estádio suas reivindicações

na forma de cartazes. Logo após o jogo, o Governador de São Paulo Geraldo

Alckmin e o Prefeito da capital paulista Fernando Haddad, em entrevista coletiva

anunciaram a diminuição das tarifas do transporte coletivo. No Rio de Janeiro o

Prefeito Eduardo Paes anunciou simultaneamente a revogação das tarifas da capital

carioca. No dia seguinte, os meios de comunicação divulgaram que havia cerca de

350 mil pessoas na Avenida Paulista para comemorarem a conquista. Nesse dia

estima-se que as manifestações reuniram cerca de um milhão de pessoas em mais

de cem cidades do país. No dia 21 de junho, a presidenta Dilma Rousseff4 convocou

seu ministério para discutir os episódios. A classe política brasileira ficou perplexa. A

imprensa mundial demorou entender. E a respeito ao que se pensava sobre o

futebol, como instrumento de manipulação e desvio da atenção popular, tudo indica

ser falsa; pois estamos em meio a um importante evento mundial de futebol e o povo

não teria nenhum “motivo para protestos”, nossa Seleção ainda não perdeu.

Isso nos mostra que não é possível querer entender o futebol de forma

4 Dilma Vana Rousseff: Presidenta do Brasil, mandato 2011 a 2014.

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reduzida; para compreender esse esporte, principalmente no que representa para o

povo brasileiro, é necessário uma análise mais profunda.

Faz parte dessa análise, entender as razões que levam os chefes de estado

investir tanto nos esportes e estarem sempre querendo aparecer ao lado dos

esportistas de sucesso.

O que leva a aproximação dos políticos ao esporte de alto rendimento é o

papel que este representa no reforço do comportamento nacionalista, principalmente

o futebol para os brasileiros. Justificando, além dessa aproximação nos momentos

de comemoração esportiva; também os investimentos do estado, sobretudo na

forma de incentivos fiscais nos esportes.

De forma simples, podemos ressaltar que os países em desenvolvimento,

absorveram dos países centrais, tanto capitalistas como socialistas duas ideias que

direcionam as ações governamentais sobre o esporte: a primeira é o esporte como

instrumento de afirmação política internacional; a outra, como prática esportiva, pela

grande massa da população, como fator importante para o bem estar social

(promoção da saúde). (BRACHT, 1997, p. 80)

As práticas esportivas para o bem estar social e promoção da saúde

compreendem os esportes informais, que acontecem em clubes, praças, academias,

etc.

Aquelas práticas, que correspondem ao esporte alto rendimento e,

configuram como afirmação política internacional, além do incentivo na estrutura

esportiva profissional, o estado intervém na construção e manutenção de um

sistema integrado baseado na idéia de pirâmide esportiva. Aqui podemos citar as

escolinhas esportivas, mantidas na grande maioria pelas prefeituras municipais,

através de convênios com clubes profissionais ou com programas ligados ao

ministério dos esportes, esse último também mantém programas esportivos nas

unidades escolares. Lembrando que os programas de incentivo a prática esportiva

mantidas pelo Governo Federal, tem como principal objetivo a inclusão social.

Podemos citar como componente dessa pirâmide esportiva o tratamento dado

ao esporte nas aulas de Educação Física; muito embora, o esporte na escola, há

décadas vem sendo discutido e novas propostas pedagógicas já podem ser

observadas. Como podemos notar neste trabalho que aqui se propõem.

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Aula 21e 22

Na aula de hoje trabalharemos com dois textos que são importantes na

compreensão do futebol enquanto fenômeno sociocultural.

Na tentativa de simplificar a compreensão desses dois textos “A Violência no

Futebol” e “Algumas Reflexões Sociológicas sobre o Futebol“, proponho como

atividade um júri.

Atividade

1º passo: Dividiremos a turma em dois grupos. Esses dois grupos

representarão o júri.

Um dos grupos irá defender duas idéias centrais:

1ª idéia – “O Futebol é um esporte violento”

2ª idéia – “O Futebol é usado para desviar a atenção do povo em relação aos

problemas sociais”.

O outro grupo deverá argumentar o contrario, negará essas afirmações.

2º passo: Esse grupo que irá discordar dessas duas afirmações sobre o

futebol fará a leitura dos dois textos, e permanecerá com os textos para consulta

durante o júri.

3º passo: O grupo que defende esses dois conceitos se reunirá e organizará

no caderno sua argumentação, a partir do que já estudaram e sabem sobre o

futebol.

Podemos combinar com turma que o tempo para preparar o material será 20

minutos. Logo após faremos o júri.

Um pouco antes de iniciar o júri o professor pedirá que cada grupo escolha

um orador (advogado), Por que só agora? Para evitar que apenas um aluno leia os

textos ou prepare a defesa dos conceitos.

4º passo: Os alunos dos dois grupos ficarão sentados separadamente, de

cada lado da sala. Permanecerão em pé apenas os dois alunos oradores

(advogados).

Os “advogados” poderão durante sua fala questionar os colegas, tanto de seu

grupo como do outro, explorando o que os colegas sabem sobre o tema. As falas

não poderão exceder um minuto. As falas serão alternadas entre os grupos.

O professor fará o papel do juiz.

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O objetivo principal dessa atividade é confrontar a opinião dos alunos que

tiveram um pouco mais de informações sobre o tema futebol, através das leituras

dos temas propostos; em relação a aqueles que não tiveram essas informações e

recorreram apenas aos seus conhecimentos.

Faremos uma atividade um pouco diferente. Vamos começar formando dois grupos

sendo que um defenderá uma idéia e o outro negará essa idéia. Chamaremos essa

atividade de “júri”. Vocês terão um tempo para se prepararem e ao voltarem prá sala

daremos sequência à atividade, os grupos terão que estar organizados para uma

boa participação.

Ao final da atividade podemos fazer um feedback com a turma para ver se

atingimos o resultado esperado.

No final da aula é importante que o professor disponibilize os textos também

para os alunos que não tiveram a oportunidade dessa leitura durante a atividade.

Aula 23 e 24

Nessa aula vamos trabalhar os aspectos técnicos e áticos do futebol, através

de jogos mais simples que fazem parte da cultura popular relacionada ao futebol.

Sendo eles: Bobinho, Gol de Cabeça e Rebatida.

Muitos de vocês já devem ter jogado Bobinho. Mas quem sabe o que é um jogo

chamado “Gol de Cabeça”, e Rebatida? Hoje iremos conhecer e praticar esses

jogos.

O jogo de bobinho.

Seria interessante o professor permitir a alguém da turma que conheça jogo

explique para os colegas.

Mesmo que alguém fale de uma variação do bobinho que conheça e tenha

jogado, o professor explicará como será a variação que escolheu para essa aula.

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O jogo de bobinho é um jogo conhecido entre as crianças e é comum que as

mesmas conheçam muitas variações desse jogo, tanto utilizando os fundamentos do

futebol como de outros esportes com bola.

1º passo: Para iniciar o jogo, vamos dividir a turma em dois grupos, grupo “A”

e grupo “B”.

2º passo: Os grupos deverão ficar em círculos (roda); devendo posicionar-se,

um grupo do outro, a uma distância que seja suficiente para não se atrapalharem.

3º passo: O grupo “A” escolhe um de seu grupo para iniciar como o Bobinho

na roda do Grupo “B”. O grupo “B” deverá fazer o mesmo.

4º passo: O grupo “A” deverá trocar passes entre seus membros, sem que o

Bobinho (grupo B) consiga recuperar a bola, e contará os passes em voz alta, ao

final de 10 passes marcará um ponto. Caso o bobinho recupere a bola marcará um

ponto para seu grupo. O mesmo deve fazer o grupo “B”.

5º passo: A cada ponto troca-se o bobinho de ambas as rodas até todos

terem participado. Ganhando o jogo quem marcar mais pontos.

Obs: O jogo de Bobinho pode ser realizado com inúmeras variações, por

exemplo: O bobinho não precisa recuperar a posse da bola, bastando tocá-la;

também pode ser considerado ponto a bola que for tocada entre as pernas do

bobinho; outra variação, os jogadores da roda ao trocarem passes devem fazê-lo

com o pé que não é o dominante; passar a bola de primeira (sem dominá-la), etc.

Após o término do jogo, o professor deverá reunir os alunos para rápida

conversa sobre o que eles acharam do jogo. Essa variação do jogo de Bobinho que

fizemos hoje agradou? Poderia ser jogado de outro jeito? E aproveitando a atenção

da turma explicará o próximo jogo.

Gol de Cabeça.

Outro jogo que foi muito praticado no passado era o “gol de cabeça”, ou “gol

de primeira”, ou talvez possa ser conhecido por outro nome.

Agora nós vamos jogar um jogo conhecido em algumas regiões como “Gol de

Cabeça”, Vocês conhecem esse jogo? Explicarei como vamos nos organizar e como

se joga.

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Nesse jogo, utiliza-se de uma trave, que pode ser até mesmo feita por cones.

Um grupo de 5 a 6 jogadores jogam conta um goleiro.

1º passo: Para esse jogo, dividiremos os dois grupos da atividade anterior que

passarão a formar quatro pequenos grupos, e utilizaremos as duas traves e faremos

as outras duas traves de cones.

2º passo: Explicação das regras.

O jogo consiste em trocar passes altos entre a equipe e finaliza de cabeça

(cabeceando a bola), obviamente com o intuito de fazer gol.

Ao sofrer gol o goleiro (choca), ou seja, continuava no gol.

Mas quando faz a defesa ou a bola for finalizada para fora ou ocorrer toque

de mão, o goleiro faz ponto,

No terceiro ponto que o goleiro marcar, o jogador que for responsável pelo

ponto (Cabeceio prá fora ou toque de mão) passa a ser ele o goleiro.

Obs: Com a variação desse jogo, também se pode utilizar a finalização de

primeira (chute antes que a bola toque o chão). Também é possível variar o jogo

alterando o número de toques na bola antes da finalização, utilizando cobrança de

escanteio (em situações em que o goleiro fez a defesa parcial tirando a bola para a

linha de fundo).

Rebatida

Ao descrever esse jogo, o professor fará como se estivesse contando a

história do jogo e, depois deixará que os alunos escolham as regras que mais os

agradem para assim jogar.

Um terceiro jogo comum entre as crianças, no tempo que se praticava futebol

na rua, é a “Rebatida”.

Jogada por 2 ou 3 pessoas de cada equipe. Utiliza-se de uma trave (dois

tijolos, pedras, chinelos, cones, etc).

O jogo iniciava-se por uma equipe fazendo cobranças de pênaltis, contra um

goleiro da outra equipe.

Os demais jogadores aguardavam fora da área do goleiro, e caso ocorresse a

rebatida do goleiro ou se a bola voltasse para o campo de jogo após tocar a trave,

eles disputavam a posse de bola na tentativa de finalizar em gol ou recuar para o

goleiro.

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Depois de rebatida, trave ou escanteio, e a bola era recuada para o goleiro e

este a encaixava (segurava com as mãos), não era considerado gol para nem uma

das equipes.

Quando se fazia gol, havia valores distintos para cada situação; quando a

cobrança do pênalti era convertida em gol valia apenas um “gol”, se o gol fosse

depois da rebatida valia dois “gols”, trave e escanteio também valiam mais.

Cada jogador cobrava (chutava) 3 pênaltis, somado-se os seus gols aos gols

de seus companheiros de equipe, e só depois a outra equipe fazia suas cobranças

(chutes).

A distância da cobrança podia variar para além da marca do pênalti,

facilitando a defesa para o goleiro. As regras eram sempre combinadas entre os

jogadores.

Agora podemos considerar que todos sabem como é o jogo de rebatida, peço que

se organizem em trios e se reúnam com outro trio que gostariam de desafiar e

combinem as regras do jogo. Vocês podem usar as duas traves e podem fazer

traves utilizando os cones.

No final do primeiro jogo os alunos que jogaram nas traves oficiais trocam

com quem utilizou os cones.

O professor poderá encerrar a aula com uma roda de conversa para fazer um

feedback, como início poderá ouvir as variações de como a rebatida foi jogada

pelos diferentes trios, e estender a discussão sobre os outros jogos relacionados ao

futebol que os alunos talvez conheçam.

Aula 25

Dando sequência à ideia de trabalhar os aspectos técnicos e táticos do

futebol através de pequenos jogos, na aula de hoje faremos o jogo “Futebol de

Caranguejos”, Controlinho e Tênisbol.

Futebol de Caranguejos

O futebol de caranguejos é um jogo de equipes em que os jogadores deverão

deslocar-se apoiados com os pés e mãos no chão (em posição de cócoras), com

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isso cria-se uma condição de igualdade entre os alunos mais habilidosos e os

menos habilidosos.

Serão formadas seis equipes de 4 a 5 alunos cada, e dividindo a quadra em

três partes utilizando cones como traves. As regras serão as mesmas do

futebol/futsal porém sem goleiros.

Após 5 minutos de jogo o professor trocará as equipes adversárias para que

uma mesma equipe jogue com pelo menos outras três equipes.

Obs: Podemos explorar outras formas de jogos adaptando as regras com o

objetivo de torná-lo desafiador. Um exemplo é o jogo em que todos têm que tocar a

bola com o pé que não é dominante, outra variação é jogar fazendo passes e chutes

ao gol apenas com o calcanhar.

Continuando nossas aulas práticas, faremos outros três jogos que estão

relacionados ao futebol.

Logo que terminar o tempo desse jogo ou o professor perceber que os alunos

estão perdendo o interesse, ele interromperá a atividade e conversará com os

alunos sobre o que eles acharam do jogo, e também poderá aproveitar para explicar

a próximo jogo.

Jogo Controlinho

Esse jogo é bastante usado para iniciação do futebol, nele temos

representado vários aspectos técnicos e táticos pressentes no futebol.

O jogo consiste em jogar com um goleiro, uma fila ao lado do gol e três

jogadores na linha (campo).

O goleiro joga a bola com a mão para fora de sua área como se estivesse

fazendo a reposição de bola; os jogadores da linha serão, nesse momento do jogo,

seus adversários, eles trocam passes (de primeira) entre si com o objetivo de se

aproximarem da área para fazer gol.

Caso façam gol, o goleiro irá para o fim da fila e o primeiro da fila vai para o

gol, os jogadores da linha permanecem.

Mas se o goleiro defender ou a bola chutada para fora, quem chutou vai para

o fim da fila o primeiro da fila vai ao gol e o goleiro vai pra a linha.

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O goleiro pode tentar sair do gol enquanto os jogadores da linha estiverem

trocando passes tentando interceptar a bola (tocando na bola com qualquer parte do

corpo exceto a mão), se isso ocorrer serão cobrados pênaltis.

Serão feitas uma cobrança de pênaltis por cada jogador da linha, e aquele

que fizer o gol continua jogando na linha, mas se não fizer gol vai para a fila. No

caso dos três terem feito gols o goleiro é quem vai para a fila e o primeiro da fila será

o novo goleiro. Caso o goleiro defenda um pênalti acontecerá o seguinte: O jogador

que errou o pênalti vai para a fila, o goleiro vai para a linha e o primeiro da fila vai

para o gol.

Caso o goleiro defenda todos os pênaltis, ele e os dois primeiros da fila vão

para a linha o terceiro da fila será o goleiro. E os três que erraram as cobranças de

pênaltis vão para o fim da fila na ordem das cobranças.

Nesse jogo não há ganhadores, o professor poderá deixar que os alunos

joguem por uns 15 minutos. A turma poderá ser dividida em dois grupos e jogar nos

dois lados do campo de futebol ou dois lados da quadra futsal.

Após o jogo o professor poderá fazer uma roda de conversa e questionar os

alunos sobre quais movimentos técnicos e quais estratégias táticas são utilizadas

nesse jogo que também podem se observar no jogo de futebol.

Jogo de “Tênisbol”

Trata-se de um jogo muito simples que mistura Tênis de mesa e futebol.

Para o campo de jogo desenha-se com giz no piso da quadra ou pátio da

escola, esse campo de jogo poderá ser um retângulo de 2 x 4 metros. Pode-se

utilizar como rede, dois cones e uma corda ou cabo de vassoura.

A bola poder ser tocada com qualquer parte do corpo exceto com as mãos e

braços.

Para realizar o saque, o aluno se posiciona atrás da linha de fundo da

pequena quadra, segurando à bola a frente do corpo a deixa cair quicando-a no

chão e a toca por sobre a “rede” com o pé. O jogo segue com regras semelhantes

ao do tênis de mesa.

Para dinamizar esse jogo podem-se fazer pequenas partidas de três pontos,

permanecendo no jogo o vencedor.

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Sugere-se que sejam feitas várias quadrinhas (pontos para o jogo), fazendo

com que vários alunos joguem ao mesmo tempo.

No final dessa aula o professor poderá discutir com os alunos (roda de

conversa) sobre os três jogos que eles vivenciaram na aula de hoje, questionando-

os sobre quais variações poderiam surgir a partir desses jogos, e se é possível jogar

no pátio de casa ou na rua com os amigos.

Aula 26

Conhecendo elementos da lógica tática do jogo de futebol/futsal.

Para as aulas “26, 28, 29 e 30” utilizamos como referência atividades das

aulas do professor coordenador de núcleo do Programa Segundo Tempo: Everton

Tostes. Esse material está presente no livro “Ensinando e Aprendendo Esportes no

Programa Segundo Tempo”. (OLIVEIRA et al. 2011, p. 43-65).

Nessa aula vamos compreender os princípios elementares da lógica tática do jogo

de futebol/futsal, ou seja, durante os jogos e suas fases de defesa e ataque vocês

devem tentar se posicionar adequadamente, no sentido de colaborar com a sua

equipe. Por exemplo: na defesa procurar proteger o alvo e no ataque ocupar

espaços vazios para receber o passe em segurança.

Nesse primeiro jogo de 1x1 (um contra um), o objetivo e driblar o adversário e

derrubar o cone.

Utilizando uma ala no campo de futebol, faremos duas linhas paralelas a uma

distância de 5 a 6 metros entre elas, a distância entre os cones deverá ser de 3

metros. Conforme mostra a figura 1.

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Figura 7: Jogo 1x1

Fonte: Luiz Carlos Estolaski

Com os alunos organizados em grupos com quatro participantes, sendo que

dois jogam e os outros esperam a vês atrás dos cones. A cada ponto (cone

derrubado) podemos fazer a troca dos participantes.

Após alguns minutos, podemos variar o jogo posicionando no centro, entre os

dois cones, um aluno que será o “coringa”, este ajudará o aluno que estiver de

posse da bola recebendo e passando de volta a mesma, fazendo o que se conhece

no futebol como “um - dois”.

Outra variação é colocar o coringa como o segundo jogador fazendo a

superioridade numérica 2 contra 1. As duas duplas permanecem as mesmas e ora

uma joga com superioridade numérica ora a outra.

No intervalo de um jogo e outro o professor poderá questionar os alunos

perguntando quais dificuldades encontraram no jogo e dar dicas para ajudá-los na

superação destas dificuldades.

Agora faremos um jogo com todos os alunos participando juntos, divididos em

duas equipes. Utilizaremos os cones para demarcar as linhas limítrofes de um

pequeno campo de jogo e quatro cones para as traves.

As equipes posicionam atrás das linhas laterais atrás dos cones, e cada

integrante das equipes receberão um número, portanto para o número 1 da equipe

“A” terá um aluno que também será o mesmo “1” da outra equipe.

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O jogo se inicia quando o professor chamar um número qualquer, sendo que

os alunos que correspondem ao número chamado devem correr até o centro do

campo (área delimitada pelos cones) onde estará posicionada uma bola de futebol e

conduzir a mesma até a trave do adversário.

No decorrer do jogo os gols feitos serão somados para a respectiva equipe,

obviamente ganhará o jogo a equipe que marcar mais gols.

Assim como no jogo anterior dá para fazer variações, com 2x2. Exemplo: Ao

chamar o número 4 o número que é imediatamente superior ao número chamado

vem participa do jogo também.

Para encerrar a aula o professor poderá fazer uma roda de conversa para

discutir com os alunos algumas questões:

O que é mais fácil para o atacante, driblar ou trocar passes?

Em quais circunstâncias o atacante deve driblar e em quais ele deve passar a

bola?

Como deve ser o posicionamento dos jogadores de ataque?

Quanto a defesa, como deve ser o posicionamento dos jogadores de defesa?

Aula 27

Nessa aula faremos um jogo no campo de futebol.

Iniciaremos com uma roda de conversa sobre as questões técnicas e táticas

que foram tratadas nas aulas anteriores e durante o segundo tempo do jogo o

professor deverá interromper para dar dicas ao perceber alguma dificuldade tática, e

assim ajudar os alunos na superação das mesmas.

Nessa aula vamos dividir a turma em duas equipes e faremos um jogo de futebol,

faremos dois tempos de 20 minutos. No primeiro tempo desse jogo vocês irão jogar

livremente. No segundo tempo farei intervenções.

Para encerrar a aula o professor poderá questionar os alunos em relação às

diferenças em realizar aspectos táticos e técnicos nos jogos mais simples em

comparação ao jogo oficial na forma de competição.

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E questionar qual a diferença de se jogar futebol livremente (primeiro tempo

do jogo), e com a interferência do Professor (segundo Tempo).

Aula 28

Resgatar e valorizar o jogo de futebol de tampinhas e proporcionar a

compreensão da organização e desenvolvimento das competições esportivas.

Objetivos:

Resgatar e valorizar o jogo de futebol de tampinhas.

Compreender as formas de organização e implementação de competições

esportivas.

Construir e administrar regras e regulamentos no sentido de possibilitar

competições esportivas.

Organizar, implementar e participar de um torneio de futebol de tampinhas.

O jogo de tampinhas é muito simples e divertido, basta ter três tampinhas de

refrigerante e demarcar com giz no chão ou sobre uma mesa o campo de jogo, que

pode ser um retângulo de uns 70 X 120 cm, demonstrado na figura 2.

Figura 8: Futebol de Tampinha

Fonte: Luiz Carlos Estolaski

As regras do jogo de tampinha:

O jogo é feito para dois jogadores, que atacam com as mesmas tampinhas. Para iniciar o jogo, um dos jogadores posiciona as três tampinhas próximas ao seu gol, formando um triângulo. As tampinhas devem ser deslocadas com toquinhos com a lateral do dedo dobrado, com “petelecos” ou ainda

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com a lateral da palma da mão, desde que não sejam conduzidas. As tampinhas devem ser tocadas de forma que sempre a que foi empurrada passe pelo meio das outras duas, ou seja, formando uma espécie de trança. Para que as nossas regras fiquem mais claras, podemos fixar um número de toques, que será de quatro, ou seja, o jogador cruza uma, duas, três vezes e no quarto cruzamento deve finalizar ao gol. Se durante o ataque alguma das tampinhas sair do campo pela lateral ou pela linha de fundo ou a tampinha lançada não passar pelo meio das outras duas, o jogador perde o ataque e o adversário inicia o seu ataque colocando as três tampinhas em formato de triângulo, na frente de seu gol. Se a tampinha virar de lado e sair rolando, mas não sair do campo, é só esperá-la parar e deitá-la novamente para continuar a jogada. Cada jogador tem direito a cinco ataques, que são feitos de forma alternada, ou seja, jogador A ataca primeiro, em seguida ataca o jogador B, depois no-vamente o A, e assim sucessivamente, até que ambos tenham atacado cinco vezes. Se o jogo for de um campeonato que não puder haver empates e depois de cinco jogadas terminar empatado, cada jogador irá fazer uma jogada até que alguém desempate o jogo. (OLIVEIRA et al. 2011, p.65).

Logo que o professor fizer a exposição das regras do jogo aos alunos, estes

poderão jogar durante essa aula.

A segunda atividade da aula será a de organizar, com a orientação do

professor, um torneio de futebol de tampinhas. Porém a competição terá início na

próxima aula.

Para a organização da competição torna-se necessário que o professor

trabalhe as noções básicas de torneio e campeonato. Onde:

Campeonato é basicamente a competição em que os participantes jogam

entre si (todos contra todos), e para não se estender nesse assunto, o

professor explicará apenas o sistema de rodízio simples.

Torneios são a competições em que apenas os ganhadores permanecem na

competindo e o sistema mais comum é a eliminatória simples.

Aulas 29 e 30

Com a competição organizada, desenharemos os campos de jogo do futebol

de tampinha com giz no chão da quadra, e os alunos jogarão entre si.

Já temos nossa “Copa de Futebol de Tampinhas” organizada, agora iremos para a quadra para jogarmos.

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Encerrada a competição, o professor reunirá os alunos para uma roda de

conversa em que discutirão sobre a experiência de jogar o “Torneio de Futebol de

Tampinha” e se o sistema de disputa utilizada na competição é justo, se poderia ser

diferente.

Aulas 31

Nessa aula o professor aplicará as mesmas questões que aplicou no inicio da

implementação da Unidade Didática, desta vez na forma de um “pós-teste”.

Neste momento vocês irão realizar uma avaliação diagnóstica para verificar os seus

conhecimentos sobre o futebol. Trata-se do mesmo teste que vocês fizeram no início

dos nossos trabalhos. Queremos comparar os dois testes para verificar o nível de

conhecimento de vocês sobre o futebol.

Com os questionários em mãos o professor deverá comparar o pré-teste e o

pós-teste para verificar se ocorreram mudanças em relação ao conhecimento dos

alunos sobre futebol nas dimensões da proposta desse trabalho.

Temos aqui representada, no método de Gasparin (2005, p.127-128) a

Catarse, sendo esta a fase em que o aluno terá condições em demonstrar, oral e por

escrito, o que assimilou sobre o conteúdo, e o quanto se aproximou da solução dos

problemas iniciais sobre o tema em questão.

Aula 32

Esse será o momento de finalizarmos a implementação da Unidade Didática,

o professor fará um feedback com a turma para discutir os trabalhos realizados até o

momento, a discussão poderá partir de algumas questões:

O que os alunos acharam da forma como foi o estudo e prática do

futebol.

Esse estudo mudou a visão que eles tinham sobre sociedade, cultura e

política.

De que forma esse conhecimento sobre futebol vai interferir em suas

vidas?

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Seria interessante utilizar esse método de estudo e prática com outros

esportes, ou mesmo outros conteúdos?

O professor trará para a discussão o resultado que obteve ao comparar os

dois testes aplicado.

Nesta fase o aluno terá condições de demonstrar uma postura prática

diferente e uma nova visão sobre as dimensões que envolvem o futebol. Essa etapa

corresponde a uma nova prática social.

A nova prática social pode ser entendida como fim e/ou um novo começo do

processo pedagógico. Para Gasparin (2005, p 143) “professor e alunos modificam-se

intelectualmente em relação a suas concepções sobre o conteúdo que

reconstruíram”. Passam para um estágio mais avançado de compreensão do

conteúdo em comparação ao estágio anterior.

3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Este Material Didático será aplicado no Colégio Estadual do Campo Santa

Inês durante o ano de 2014; tendo como sujeitos alunos do primeiro ano do ensino

Médio, estes alunos têm idade entre 14 a16 anos.

O mesmo será implementado utilizando como metodologia a abordagem

qualitativa que segue a abordagem da pesquisa-ação.

Durante sua elaboração foi desenvolvido pesquisa bibliográfica sendo

realizada a fundamentação teórica a partir de diferentes fontes científicas disponíveis

sobre o futebol, sejam elas: livros, periódicos, artigos, documentos fotocopiados,

imagem, documentários, questionários, sites, etc. Foram analisados, selecionados e

organizados, com o propósito de ser útil aos trabalhos de elaboração e

implementação desta unidade didática.

Através da pesquisa-ação a intervenção pedagógica será desenvolvida em

estreita associação das ações para a resolução do problema coletivo. Nesse sentido,

professor e alunos estarão envolvidos de modo cooperativo e participativo.

(TRIOLLENT apud PRODANOV E FREITAS, 2013, p. 65).

A implementação dessa Unidade Didática seguirá as etapas do método de

Gasparin presentes no livro “Didática para a Pedagogia Histórico – Crítica”.

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Conforme quadro a seguir:

Primeira Etapa: Pratica Social Inicial

Aula 01 Exposição do tema “Futebol” e aplicação de questionário

diagnóstico (pré-teste) sobre o que o aluno sabe a respeito do

tema.

Com isso busca-se despertar o interesse no aluno sobre o

conteúdo que será estudado e verificar qual é seu nível de

conhecimento e compreensão sobre Futebol.

Objetivo Geral da Unidade Didática: Desenvolver a consciência

crítica acerca do papel social do futebol e explorar suas

possibilidades pedagógicas.

Objetivos Específicos:

Analisar o futebol no contexto brasileiro enquanto

atividade da escola.

Analisar o papel social do futebol.

Refletir sobre futebol e a compreensão que os alunos

têm sobre este esporte.

Observar se há mudanças do nível de compreensão

relativas ao futebol, após o desenvolvimento desse

trabalho.

Tópicos:

Futebol e seu papel no processo de civilização; esporte

para as elites, esporte popular, o negro no futebol, a

mulher no futebol.

O futebol enquanto trabalho, esporte profissional; a

profissionalização do futebol no Brasil.

O futebol enquanto prática de lazer; futebol nas

comunidades, o jogo de bola.

O futebol como fenômeno cultural de massa,

principalmente no Brasil;

Futebol enquanto jogo e seu conteúdo tático, técnico,

suas regras, etc.

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Segunda Etapa: Problematização

Aulas 02 Trabalho em grupo. Produção de um vídeo curta metragem

usando apenas roteiro e a câmera do aparelho celular. Escolha

e produção de roteiro.

Com esta atividade pretende-se identificar e documentar a

forma como o futebol é vivenciado pelo aluno em sua

comunidade.

Aulas 03, 04, 05 e

06

Trabalho em Grupo. Edição do material gravado e produção do

vídeo.

Aulas 07 e 08 Apresentação dos vídeos para a turma e plenária. Socializar o

material produzido e em seguida debate sobre o conteúdo dos

vídeos.

Nessa fase os alunos terão oportunidade de questionar sua

prática social, quais os motivos que nos levam a estudar futebol

e em quais dimensões será estudado.

Terceira Etapa: Instrumentalização

Aulas 09, 10, 11,

12, 13, 14, 15, 16,

17, 18, 19, 20, 21,

22, 23, 24, 25, 26,

27, 28, 29 e 30

Esse é o momento em que as ações do professor e do aluno

vão se orientar para a elaboração e apropriação do

conhecimento. (GASPARIN, 2005, P.51).

Nessa etapa será estudado o futebol em suas dimensões

histórica, social, cultural e política.

O conteúdo será apresentado aos alunos através de slides,

textos, vídeos, imagens fotográficas e sites.

Nela abordaremos o futebol como atividade da escola. Com

espaços e atividades alternativas; discussão e adaptação das

regras.

Teremos aulas práticas de futebol, pequeno jogo com regras

adaptadas, espaços adaptados, equipes mistas, superioridade

numérica, com e sem intervenção externa (árbitro), etc.

Faremos jogos com regras oficiais, uniforme e árbitro. O

objetivo desse jogo de futebol que se aproxima da prática

oficial será criar uma situação que provoque a reflexão sobre

qual forma de jogo (oficial ou da escola) é mais significativo

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para a turma. As considerações dos alunos farão parte de um

relatório.

Quarta Etapa: Catarse

Aula 31 e 32 Aplicação de questionário diagnóstico (pós-teste) sobre o que o

aluno aprendeu a respeito do futebol.

Discussão com a turma propondo que o aluno faça uma

comparação do conhecimento sobre futebol no início da

implementação da unidade didática até a conclusão.

Fase em que o aluno poderá demonstrar, oral e por escrito, o

que assimilou sobre o conteúdo, o quanto se aproximou da

solução dos problemas iniciais sobre o tema em questão.

(Idem, p.127-128).

Quinta Etapa: Prática Social Final

Nesta fase o aluno terá condições de demonstrar uma postura

prática diferente e uma nova visão sobre as dimensões que

envolvem o futebol. Essa etapa corresponde a uma nova

prática social.

Avaliação

A avaliação será um processo formativo, contínuo e dialógico, verificada durante

toda a aplicação da unidade didática.

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http://www. youtube.com/watch?v=BPO7VDGE1jg. Acesso em: 29/10/2013.