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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Governo do
Estado do Paraná
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SEED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS – DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL -
PDE
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2013
Título: Literatura e outras linguagens: alamedas à formação de leitores críticos.
Autor: Martinha Aparecida da Silva
Disciplina/Área
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto
e sua localização
Colégio Estadual Padre Carlos Zelesny
Rua: Michel Laidane, s/n, Sabará
Município da Escola
Ponta Grossa
Núcleo Regional de Educação
Ponta Grossa
Professor Orientador
Marly Catarina
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual de Ponta
Grossa – UEPG
Relação Interdisciplinar
Filosofia, Sociologia e Arte
Resumo
Neste trabalho pretende-se, além da
formação de leitores críticos,
possibilitar também que a literatura,
música e artes visuais auxiliem na
compreensão das relações cotidianas.
Através da Literatura pode-se entrar
em contato com temas humanos
complexos. Isso vem contribuir para
que o aluno entenda melhor a si
mesmo e o outro. Numa sociedade
capitalista em que o homem é levado
ao individualismo, torna-se pertinente o
uso das artes nessa perspectiva.
Dentre as possibilidades existentes de
incentivo, optou-se por essas
linguagens, uma vez que são caminhos
prazerosos para ampliação de leituras.
Nessa investigação buscaram-se
referências nos autores Tzvetan
Todorov, Antonio Cândido, DCES,
entre outros. Espera-se que este
projeto venha contribuir de forma
significativa à vida desses
adolescentes.
Palavras-chave
Literatura; leitores críticos; relações
humanas.
Formado do Material Didático
Sequência Didática
Público Alvo
1º Ano do Ensino Médio
MARTINHA APARECIDA DA SILVA
LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: alamedas à formação de leitores
críticos
Material Didático – pedagógico apresentado ao
Programa Desenvolvimento Educacional PDE da
Secretaria de Estado Do Paraná – SEED, sob a
orientação da Professora Doutora Marly Catarina
Soares.
Ponta grossa
2013
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Martinha Aparecida da Silva
Professora Orientadora IES: Marly Catarina Soares
IES Vinculada: Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG
Escola de Implementação: Colégio Estadual Padre Carlos Zelesny
Público Objeto da intervenção: Ensino Médio
Município: Ponta Grossa – Paraná
APRESENTAÇÃO
A Escola encara desafios diários concernentes à aprendizagem. Isso atrelado
à problemática de convivência conflituosa dificulta as relações humanas e,
consequentemente, torna o ambiente inadequado para a aquisição do
conhecimento. Por isso, pensou-se num tema que viesse contribuir de maneira
significativa à vida do aluno utilizando linguagens que façam parte de seu cotidiano.
A sociedade em suas atitudes atrozes contribui para que o adolescente
também se torne incivilizado. Contudo, as leituras de várias linguagens pode ajudar
essa geração compreender a si mesmo e o outro, construindo relações de respeito e
alteridade.
Esta sequência didática será desenvolvida numa turma de 1º Ano do Ensino
Médio. Nela há sugestões de atividades para leitura de obras ou trechos das
mesmas, contos, poesias, músicas e artes visuais visando despertar a consciência
de sua realidade social. Para assim desmistificar [...] “É triste, mas, que fazer? A
realidade é mesmo está.” (Freire, 1999, p. 83). Paralelamente levá-los a reflexão
das atitudes humanas complexas numa sociedade capitalista, socializando-as em
produções orais e escritas.
O conhecimento adquirido deve permitir ao aluno maior criticidade, porém,
cabe ao profissional da educação em sua metodologia usar estratégias que lhe
permitam, de acordo com (SILVA, 2013), des-cobrir; des-vendar; re-escrever. De tal
modo, que possa transformar sua realidade, participando desse processo
dignamente.
[...] Eu me sentiria mais do que triste, desolado e sem achar sentido
para minha presença no mundo, se fortes e indestrutíveis razões me
convencessem de que a existência humana se dá no domínio da
determinação. Domínio em que dificilmente se poderia falar de
opções, decisão, de liberdade, de ética. [...] (FREIRE, 1999, p. 83).
Dessa forma, pretende-se ampliar o olhar do aluno, permitindo-lhe sair dos
limites, ou seja, libertando-o das amarras de discursos hegemônicos.
O objetivo da união dessas linguagens à Literatura é sensibilizar e atrair o
aluno à Arte da Palavra. Os textos musicais, visuais e literários buscam o mesmo
tema tendo como objetivo ampliar os horizontes de expectativas. Como a formação
de leitores críticos é o objetivo geral do Projeto, as múltiplas linguagens dessa
sequência didática permitirão, além disso, auxiliar na compreensão das relações
humanas.
Evidencia-se que não há pretensão nenhuma de esgotar alternativas de
atividades com as linguagens apresentadas, mesmo porque cada contexto, cada
turma mostra-se específica, e o professor (a), sempre faz adaptações conforme
necessário em suas aulas. Assim, esta proposta didática pedagógica, colega
professor (a), pode agora ser completada por você. Comente-a, faça adaptações,
preencha lacunas e, se for o caso, corrija eventuais equívocos.
ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA
A metodologia dessa Unidade Didática usa como orientação o Método
Recepcional. Contudo, ao desenvolver as seções/aulas, houve adaptações.
Primeira etapa: Determinação do horizonte de expectativas.
A primeira seção procura estimular a atenção do leitor através da exposição
de encartes, bem como de livros, audição de músicas, os quais servirão para
analisar os interesses e o nível de leitura dos alunos. Assim, nesse momento
oportunizar-se-á apreciação, fruição dessas artes. Em seguida, sugerem-se
discussões orais em duplas/grupos desses textos dando ao professor conhecimento
da realidade sociocultural do aluno/leitor. Concomitantemente, encaminhar-se-ão
reflexões sobre alguns conceitos de arte, identificando o principal elemento de
distinção entre as linguagens destacadas nessa produção didática. A investigação
da preferência musical dos adolescentes no final dessa seção e as visitas às
bibliotecas contribuirão também para determinação do horizonte de expectativas
desse aluno/leitor.
Segunda etapa: Atendimento ao horizonte de expectativas.
No 1º ano há necessidade do aluno reconhecer a especificidade da Literatura.
Pretende-se, então, fazê-lo entrar em contato com a arte Literária através da
sensibilização, explorando a linguagem poética não só na literatura, como também
na arte visual e musical. Isso se coloca em foco na segunda seção.
Na terceira seção haverá também atendimento ao horizonte de expectativas –
a partir das músicas que eles trarão – as quais serão, após reflexão na equipe,
apresentadas à turma. Além disso, iniciar-se-á aqui a Ruptura do horizonte de
expectativas, através da análise da letra musical O lobo, de Pitty, oportunizando
reflexões sobre as diferentes atitudes do homem em suas relações sociais.
Terceira etapa: Ruptura do horizonte de expectativas.
Na quarta seção o rompimento de expectativas avança, e o aluno/leitor é
desafiado a perceber como se processam as relações familiares em textos de
diferentes gêneros. Um dos objetivos, como pode ser verificado, refere-se ao papel
do pai no âmbito familiar. Sugere-se audição da música, leitura silenciosa dos textos,
para em seguida, refletir sobre as questões apresentadas. Importante ressaltar que
a mudança de horizonte de expectativas acontece quando, ao término da leitura, o
leitor sente-se surpreendido.
Quarta etapa: Questionamento do horizonte de expectativas.
Na quinta seção optou-se em trabalhar com Relações interpessoais usando o
teatro para refletir sobre essas relações, apoiando-se no romance O pequeno
Príncipe. Além disso, ao trabalhar o tema enfocado no texto musical, será
possibilitado reflexões sobre as características do amor, o qual também se revela no
texto poético de Drummond.
Quinta etapa: Ampliação do horizonte de expectativas.
Por fim, a última seção sugere aprimorar o senso estético através de uma
visita ao Museu Oscar Niemeyer em Curitiba. Isso permitirá ao aluno (a) ampliar sua
visão de mundo. Em seguida, sugere-se uma produção, com a qual se pode
encerrar o projeto ou, se desejar, realizar uma autoavaliação.
Conteúdo:
Objetivos:
Sensibilizar o aluno, colocando-o em contato com a Literatura e outras
linguagens e, ao mesmo tempo, apresentando-lhe o Projeto de
Implementação;
Refletir sobre alguns conceitos de arte;
Identificar o principal elemento de distinção entre a arte visual, literária e
musical.
Visitar espaços literários como estratégias para diagnosticar o interesse dos
alunos pela arte literária.
Investigar a preferência musical dos alunos.
Material:
Encartes de obras visuais;
Obras literárias: Romances; Contos; Crônicas; Poemas.
CD, TVpendrive.
Cópias da crônica de Cecília Meireles.
Sugestões de atividades:
01. Explanação do Projeto de Implementação: uso da TV Pendrive.
Dica ao professor (a):
Arrumação da sala de aula: disposição de materiais referente à arte visual e
literária, audição de músicas clássicas e populares. Organização da sala – Encartes
de obras Visuais distribuídos em varais: (coleção particular – promoção Revista
Caras); – Textos literários: contos, poemas, romances.
02. Obras para apreciação e fruição.
Após apreciar, desfrutar: relatos orais, os quais podem ser sintetizados
pelo professor e registrados em papel Kraft ou na lousa.
A linguagem artística é por natureza polissêmica, isto é, admite uma pluralidade de
sentidos, apelando à nossa capacidade para descobri-los. Não existe uma única
forma de interpretá-la, como não existe uma única maneira de senti-la.
03. Algumas indagações de Ferreira Gullar sobre Arte em seu poema:
Traduzir-se
Uma parte de mim
É todo mundo:
[...]
Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?
Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/gula.html. Acessado em
06/11/2013.
Biografia:
Poeta, dramaturgo, ensaísta, crítico de arte e jornalista, Ferreira Gullar (José
Ribamar Ferreira) nasceu em São Luís do Maranhão em 1930. Aos 24 anos,
publicou A Luta Corporal, livro que é um marco da poesia brasileira, prenunciador
dos movimentos de vanguarda. Participou do movimento concretista e
neoconcretismo, de que foi o teórico. Integra-se no Centro Popular de Cultura,
engajando-se na luta política revolucionária e, a partir de então, sua poesia ganha
cunho social, mantendo uma linguagem poética inovadora. (Gullar, Ferreira.
Melhores Poemas, 1983).
3.1. Leitura silenciosa.
3.2. Para despertar emoções, fazer com que o aluno se aproxime da poesia
prazerosamente. Assim, a oralização do poema deve ser feita pelo professor (a).
3.3. Nesse momento pode-se questionar o aluno (a): E para você, o que é Arte?
3.4. Solicitar a alguns alunos que socializem sua resposta, as quais o/a professor/a
poderá registrá-las na lousa.
3.5. Audição da música “Traduzir-se”, interpretada por Fagner. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=9rYwWUlXRiI. Acessado em 06/11/2013.
04. Definições de arte:
4.1. A arte pode ter várias definições. Entre elas encontra-se de Susanne k. Langer
(1895- 1985), filósofa americana, para quem a arte pode ser entendida como a
prática de criar formas perceptíveis expressivas de sentimentos humanos. Análise
do conteúdo essencial dos termos dessa definição:
Prática de criar – a arte é produto do fazer humano. Deve combinar a
habilidade desenvolvida no trabalho (prática) com a imaginação (criatividade);
Formas perceptíveis – a arte concretiza-se em formas capazes de serem
percebidas por nossa mente. Essas formas podem ser estáticas (uma obra
arquitetônica, um escultura) ou dinâmicas (uma música, uma dança).
Qualquer que seja sua forma de expressão, cada obra de arte é sempre um
todo perceptível, com identidade própria. A palavra perceptível não se refere
às formas captadas apenas pelos sentidos exteriores, mas também pela
imaginação;
Expressão do sentimento humano – a arte é sempre a manifestação
(expressão) dos sentimentos humanos. Esses sentimentos podem revelar
emoção diante daquilo que amamos ou revolta em face dos problemas que
atingem uma sociedade. Sentimentos de alegria, esperança, agonia ou
decepção diante da vida.
4.2. Nós, homens, somos seres racionais. Mas não é apenas a capacidade de
raciocinar que nos diferencia dos outros animais. Somos, também, seres simbólicos,
pois criamos símbolos cheios de significados para interpretar o que percebemos do
mundo e de nós mesmos. Nenhuma outra espécie é capaz de simbolizar, fantasiar,
sonhar, criar, imaginar. A arte é um tipo de produção simbólica do ser humano.
Disponível em:
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/arte/elementos/frame.htm. Acessado
em 19/11/2013.
4.3. Obra de Marcel Duchamp “Fonte”. Será que podemos chamar esse objeto de
arte?
Ready-made significa confeccionado, pronto.
Termo criado por Marcel Duchamp (1887 - 1968). Seu primeiro ready-made, de
1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de Bicicleta.
Posteriormente, expõe um escorredor de garrafas e, em seguida, um urinol invertido,
assinado por R. Mutt, a que dá o título de Fonte, 1917. Os ready-mades de
Duchamp constituem manifestação plena do espírito que caracteriza o Dadaísmo.
Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical
ao sistema da arte.
Disponível em:
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=ter
mos_texto&cd_verbete=5370. Acesso em 05/12/2013.
05. Elementos distintos da arte visual, literária e musical.
Na explanação desses elementos uma sugestão é que se retomem as linguagens
através dos textos já apresentados, exemplificando essas distinções.
As manifestações artísticas são múltiplas: pintura, escultura, dança, música,
fotografia, literatura, por exemplo – e, entre elas, há pontos comuns e pontos
distintivos. O principal elemento de distinção é a matéria-prima com que trabalha
cada artista e a maneira com que se expressa, ou seja, a linguagem.
A pintura explora formas e cores no espaço bidimensional da tela; a escultura
explora formas num espaço tridimensional.
A música explora sons ao usar elementos como, melodia, harmonia e ritmo.
A literatura é o exercício artístico da linguagem. A arte literária trabalha com uma
matéria-prima específica: a palavra. Contudo, não basta fazer uso da palavra para
produzir literatura. Existe uma diversidade da produção artística que se utiliza da
linguagem verbal.
06. Investigação da preferência musical dos alunos através de entrevistas
conhecidas como Bate-Bola: entrevistas curtinhas – pergunta-resposta.
a) Você gosta de música?
b) Qual seu/sua cantor (a) preferido (a)?
c) Toca algum instrumento? Qual?
d) Você já se emocionou ao ouvir determinada música?
e) Há músicas que o faz lembrar-se de momentos tristes? Quais?
f) Muitos momentos felizes são marcados por alguma música. Você lembra-se de
alguma em especial?
g) Será que os compositores retratam o contexto vivido por eles em suas
composições?
Você sabia que por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram feitas
para serem cantadas? Sabia também que o termo “lírico” pode ser usado quase
como sinônimo de Poesia? E que isso acontece porque o sentido está ligado à
origem da palavra: canção entoada ao som da lira?
Como sugestão pedir ao aluno que traga para próxima aula/semana a música
preferida dele: letra; áudio ou vídeo. Além disso, breve biografia cantor/compositor.
Marcar uma data para entrega dessa pesquisa, explicando a turma que ela fará
parte de uma seção do projeto.
07. Visitas a Biblioteca da Escola, UEPG e Municipal.
Este passeio é uma estratégia para diagnosticar o interesse do aluno pela arte
literária. Sugere-se orientação aos alunos do material adequado para essa aula
passeio: agenda para anotações sobre autores e obras que lhes interessem.
Sugerir aos alunos que procurem na Biblioteca o romance Pequeno Príncipe para
leitura.
Conteúdo: Linguagem poética
Objetivo:
Investigar através da oralidade o gosto poético do aluno;
Sensibilizar o adolescente para a linguagem poética na Literatura e outras
linguagens através de apreciação, leituras e análises dos textos.
Diferenciar palavras e expressões em sentidos denotativo/conotativo.
Analisar os recursos expressivos da linguagem, os quais dão ao texto novas
significações;
Estabelecer ligação entre os conteúdos que o texto apresenta com os
conhecimentos prévios que possui.
Material:
Dicionário;
Cópias da crônica de Cecília Meireles e de sua biografia;
Cópias do poema;
TV pendrive.
Lousa;
Biografia do poeta Jorge de Lima.
Sugestões de atividades
01. Oralidade:
a) Você gosta de poesia?
b) Há um poeta de sua preferência?
c) O que move alguém a fazer um poema?
d) Qual seu poema favorito?
e) Já escreveu algum poema? Gostaria de socializá-lo com os colegas de
turma?
f) Em que um texto científico é diferente de um poema?
Construindo o sentido do texto: Denotação/ conotação
Incentivar o aluno a procurar no dicionário o significado dos termos denotação/
conotação.
A linguagem do texto – Figuras de linguagem: são recursos expressivos
utilizados para dar ao texto novas significações, tornando-o, assim, mais
adequado às relações subjetivas.
Só se produz um texto literário quando a intenção do escritor vai além da mera
informação ou de uma proposta de reflexão sobre a condição humana. Sua intenção
também deve estar voltada para a própria elaboração da mensagem, selecionando e
combinando as palavras de uma forma muito especial, como podemos observar
nessa crônica de Cecília Meireles.
02. Questões pré-textuais:
> Esse título “Se eu fosse pintor” chama a atenção do leitor?
> O que ele sugere?
> Pelo título dá para imaginar o assunto da crônica?
03. Leitura silenciosa da crônica Se eu fosse Pintor, de Cecília Meireles.
Se eu fosse pintor, começaria a delinear este primeiro plano de trepadeiras
entrelaçadas, com pequenos jasmins e grandes campânulas roxas, por onde flutua
uma borboleta cor de marfim, com um pouco de ouro nas pontas das asas.
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos de
cintilante alvura, e pássaros azuis tão rápidos e certeiros que seria impossível deixar
de fixá-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os viram ou virão.
Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira, ainda
com moles folhas cor de bronze sobre fronde sombria, uma delicada mangueira
repleta de pequenos frutos, [...]
Solicitar aos alunos como pesquisa uma breve biografia de Cecília Meireles,
dando-lhes uma data para a entrega dessa atividade.
Poesia e Poema querem dizer a mesma coisa?
Pedir à classe que discutam essa questão em dupla.
Poesia é um termo que vem do grego. No sentido original, poiesis é "a atividade de
produção artística", "a atividade de criar ou de fazer". De acordo com essa definição,
haverá poesia sempre que, criando ou fazendo coisas, somos dominados pelo
sentimento do belo, sempre que nos comovermos com lugares, pessoas e objetos. A
poesia, portanto, pode estar nos lugares, nos objetos e nas pessoas. Assim, não só
os poemas, mas uma paisagem, uma pintura, uma foto, uma dança, um gesto, um
conto, por exemplo, podem estar carregados de poesia.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-
pedagogica/os-poetas-e-o-fazer-poetico-426210.shtml. Acesso em: 19/11/2013.
Em relação ao poema, observa Norma Goldstein (apud Poetas da Escola, 2010,
p.22) “... é um texto marcado por recursos sonoros e rítmicos”. Permite
outras leituras, além da linear, sua organização sugere ao leitor a associação de
palavras ou expressões posicionadas estrategicamente no texto.
3.1. Levantamento do vocabulário:
3.2. Questionamentos:
a) Qual a impressão que a crônica provoca?
b) Logo no primeiro parágrafo do texto percebe-se o emprego dos sentidos para
captar uma realidade. Qual dos cinco sentidos foi privilegiado? Comprove sua
resposta com um trecho presente no segundo parágrafo.
c) Esse texto pode ser considerado artístico? Justifique.
d) De que maneira/ modo percebe-se poesia nessa crônica?
e) Percebe-se nesse texto linguagem conotativa? Justifique.
Dica ao professor (a):
Comente com os alunos sobre as características intrínsecas do discurso poético:
abstrato, inacabado, ambíguo. Depois os instigue a observarem se há no texto
essas características.
03. Leitura dos textos 1 e 2.
Lembrete: Para responder a primeira questão o aluno deve ter contato apenas aos
títulos dos textos.
a) A partir dos títulos “A Negra e Pai João” qual é sua expectativa em relação ao
tema dos textos 1 e 2, respectivamente.
b) Após a leitura, suas expectativas foram confirmadas? Justifique.
c) Estes textos circulam em que esfera social? O primeiro circula na esfera artística;
o segundo, na esfera literária.
d) A que gênero pertence? A tela pertence ao gênero Pintura; e o texto ao gênero
Poema.
e) Como as mulheres são retratadas no texto 1 e 2? Aponte semelhanças e
diferenças.
f) Descreva a imagem que você tem da mulher a partir de suas experiências e de
seu conhecimento de mundo.
g) Como se dá a intertextualidade entre a tela e o poema?
h) Um recurso muito comum para dar ritmo e sonoridade ao texto poético é a rima.
Houve exploração desse recurso no poema “Pai João”? Exemplifique.
i) Ao analisar os termos turina, ioiô e mucamas pode-se inferir que o poema faz uma
denúncia. Comente.
Observe como o eu-lírico (narrador do poema)
Texto1
A Negra, de Tarsila do Amaral.
A Negra, 1923 Óleo s/ tela, 100 x 81,3 cm
Disponível em:
http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo/artista
s/tarsila/obras.htm. Acesso em 11/11/2013.
Esta tela foi pintada por Tarsila em Paris, enquanto tomava aulas com Fernand
Léger. A tela o impressionou tanto que ele a mostrou para todos os seus alunos,
dizendo que se tratava de um trabalho excepcional. Em A Negra temos elementos
cubistas no fundo da tela. Essa negra de seios grandes fez parte da infância de
Tarsila, pois seu pai era um grande fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de
escravos, eram as amas-secas, espécies de babás que cuidavam das crianças.
Texto 2
Pai João, de Jorge de Lima.
A filha de Pai João tinha um peito de
Turina para os filhos de ioiô mamar:
[...]
Biografia de Jorge de Lima
Jorge de Lima (1893-1953) nasceu em União dos Palmares, Alagoas, no dia 23 de
abril de 1893. Filho de senhor de engenho, mudou-se para Maceió, em 1902.
Estudou no Colégio Diocesano de Alagoas. Com apenas 17 anos, escreveu o
poema "Acendedor de Lampiões". Estuda Medicina no Rio de Janeiro. Em 1914
publica "XIV Versos Alexandrinos", que foi sua estreia no mundo literário.
A carreira poética de Jorge de Lima foi múltipla, iniciou-se no Movimento
Parnasiano, e no final da década de 20 acercou-se de técnicas do Modernismo, em
especial do verso livre.
A arte da crônica:
A crônica é um gênero que retrata os acontecimentos da vida diária, podendo ser
poético, filosófico ou divertido. Ela ocupa o espaço da reflexão mais leve. Sugere-se
retomar a crônica “Se eu fosse pintor”, de Cecília Meireles para enfatizar
características inerentes a esse gênero literário.
04. Eu e a Literatura. Uma história:
Relato da experiência do aluno referente às suas leituras literárias.
Conteúdo: Relações sociais – Intolerância
Identificar as atitudes humanas através da análise de textos musicais, visuais
e literários.
Discutir sobre as atitudes do ser humano apresentadas nos textos;
Inferir sobre as informações implícitas no texto, refletindo sobre o assunto
apresentado;
Expandir sua leitura, descentralizando-se do texto, ligando os assuntos
apresentados aos conhecimentos prévios que possui.
Material
Biografia de Pitty e contextualização de sua música;
Cópias da letra da música;
Cd;
Lousa;
TVpendrive.
Sugestões de atividades:
O1. Organização dos alunos em equipe, os quais estarão de posse do material
solicitado (pesquisa referente à sua música preferida). Orientá-los para que elejam
uma dessas músicas para analisá-la, conforme é solicitado a seguir.
a) Que sentimentos essa música pode despertar?
b) Qual o assunto?
c) Considerando os textos já trabalhados neste projeto, percebe-se alguma
semelhança quanto:
> organização em versos e estrofes;
> assuntos tratados.
d) Quais são os pares de rima que você encontra nos versos dessa música?
e) Que linguagem predomina em texto musical a informal ou a culta? Justifique.
02. Oralidade:
Eleger um dos participantes para apresentação do trabalho realizado na equipe.
Na música são explorados todos os nossos sentimentos do dia a dia. Nela também
se criam polêmicas, protestos, enfim, registram-se acontecimentos que estão ao
lado daquele que escreve e interpreta a música, assim como ao redor daqueles que
as ouvem.
Recursos encontrados na música são os mesmos de um poema:
Geralmente escrita em versos;
Agrupam-se em estrofes;
Pode apresentar rimas em alguns versos.
02. “Vamos refletir”
TEXO 1
Letra da música O Lobo, de Pitty.
Disponível em http://letras.mus.br/pitty/69129/. Acesso em 18/09/2013.
01. Ao ler o título da música, quais suas expectativas em relação ao assunto?
02. Audição da música.
03. Leitura silenciosa.
Houve um tempo em que os homens
Em suas tribos eram iguais
Veio a fome e então a guerra
[...]
O homem é o lobo do homem!
[...]
a) Após audição e leitura da letra suas expectativas confirmaram-se? Comente.
Observe a biografia da cantora antes de responder as questões que seguem:
b) Contexto de produção:
c) A composição dessa letra musical é de que ano?
d) Com que intenção se produziu essa letra?
TEXTO 2
Guernica, de Pablo Picasso.
01. Questões pré-textuais: dialogando com a imagem.
O que significa este título?
Que sensação esta obra provoca em você?
Você sabe o nome do autor dessa pintura?
Conhece outras obras desse artista?
02. Leitura da Obra.
Disponível em http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/guernica2.jpg
.Acessado em 11/11/2013.
a) Depois de saber o significado do título dessa obra é possível entendê-la?
b) O que pode estar acontecendo nesta cena?
c) Qual é o tema apresentado?
d) Há semelhança quanto ao assunto dessa pintura e a música “O lobo”?
e) Que comparações podem ser feitas em relação ao texto 1 e 2?
f) Nesses dois textos as intolerâncias são visíveis ou invisíveis? Justifique.
TEXTO 3
Trecho da obra de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás cubas
01. Questões pré-textuais:
Já ouviram falar dessa obra de Machado de Assis?
A partir do título, qual seria o assunto (tema) abordado?
E a partir do capítulo “O encontro”, que hipóteses podem ser levantadas em
relação ao assunto?
Após sua morte em 1869, Brás Cubas, disposto a se distrair um pouco da
eternidade, decide narrar suas memórias e revisitar os fatos mais marcantes de sua
vida. E adverte: "A franqueza é a primeira virtude de um defunto".
E é com desconcertante sinceridade que Brás Cubas conduz o espectador à sua
infância e juventude, relembrando incidentes familiares e personagens como o
amigo Quincas Borba que reencontra adulto como mendigo e depois milionário.
Discorre sobre sua displicente formação acadêmica em Portugal e o discutível
privilégio de nunca ter precisado trabalhar.
Com a mesma franqueza, Brás Cubas convida o espectador a testemunhar sua
tumultuada vida amorosa. Lembra o primeiro amor, a cortesã espanhola Marcela
que o amou por "15 meses e 11 contos de réis". O segundo amor, a jovem Eugênia,
que "apesar de ser bonita era coxa". Depois, Brás Cubas apaixona-se por Virgília,
mas esta acaba optando pelo bem-sucedido político Lobo Neves.
Abordando o cotidiano ou acontecimentos nacionais, na vida ou na morte, Brás
Cubas alterna ironia e amargura, melancolia e bom-humor. Em qualquer estado de
espírito, ele nos surpreende pela irreverência e devastadora lucidez.
Disponível em: http://www.memoriaspostumas.com.br/sinopse.htm. Acesso em
22/11/2013.
CAPÍTULO LIX / UM ENCONTRO
Deve ser um vinho enérgico a política, dizia eu comigo, ao sair da casa de Lobo
Neves; e fui andando, fui andando, até que na Rua dos Barbonos vi uma sege, e
dentro um dos ministros, meu antigo companheiro de colégio. Cortejamo-nos
afetuosamente, a sege seguiu, e eu fui andando... andando... andando...
— Por que não serei eu ministro?
Esta idéia, rútila e grande, — trajada ao bizarro, como diria o Padre
Bernardes, — esta idéia começou uma vertigem de cabriolas e eu deixei-me
estar com os olhos nela, a achar-lhe graça. Não pensei mais na tristeza de
Lobo Neves; sentia a atração do abismo. Recordei aquele companheiro de
colégio, as correrias nos morros, as alegrias e travessuras, e comparei o
menino com o homem, e perguntei a mim mesmo por que não seria eu como
ele. Entrava então no Passeio Público, e tudo me parecia dizer a mesma coisa.
— Por que não serás ministro, Cubas? — Cubas, por que não serás ministro de
Estado? Ao ouvi-lo, uma deliciosa sensação me refrescava todo o organismo.
Entrei, fui sentar-me num banco, a remoer aquela idéia. E Virgília que havia de
gostar! Alguns minutos depois vejo encaminhar-se para mim uma cara, que não
me pareceu desconhecida. Conhecia-a, fosse donde fosse.
Imaginem um homem de trinta e oito a quarenta anos, alto, magro e
pálido. As roupas, salvo o feitio, pareciam ter escapado ao cativeiro de
Babilônia; o chapéu era contemporâneo do de Gessler. Imaginem agora uma
sobrecasaca, mais larga do que pediam as carnes, — ou, literalmente, os ossos
da pessoa; a cor preta ia cedendo o passo a um amarelo sem brilho; o pêlo
desaparecia aos poucos; dos oito primitivos botões restavam três. As calças, de
brim pardo, tinham duas fortes joelheiras, enquanto as bainhas eram roídas
pelo tacão de um botim sem misericórdia nem graxa. Ao pescoço flutuavam as
pontas de uma gravata de duas cores, ambas desmaiadas, apertando um
colarinho de oito dias. Creio que trazia também colete, um colete de seda
escura, roto a espaços, e desabotoado.
— Aposto que me não conhece, Sr. Dr. Cubas? disse ele.
— Não me lembra...
— Sou o Borba, o Quincas Borba.
Recuei espantado... Quem me dera agora o verbo solene de um Bossuet
ou de Vieira, para contar tamanha desolação! Era o Quincas Borba, o gracioso
menino de outro tempo, o meu companheiro de colégio, tão inteligente e
abastado. Quincas Borba! Não; impossível; não pode ser. Não podia acabar de
crer que essa figura esquálida, essa barba pintada de branco, esse maltrapilho
avelhentado, que toda essa ruína fosse o Quincas Borba. Mas era. Os olhos
tinham um resto da expressão de outro tempo, e o sorriso não perdera certo ar
escarninho, que lhe era peculiar. Entretanto, ele suportava com firmeza o meu
espanto. No fim de algum tempo arredei os olhos; se a figura repelia, a
comparação acabrunhava.
— Não é preciso contar-lhe nada, disse ele enfim; o senhor adivinha
tudo. Uma vida de misérias, de atribulações e de lutas. Lembra-se das nossas
festas, em que eu figurava de rei? Que trambolhão! Acabo mendigo...
E alçando a mão direita e os ombros, com um ar de indiferença, parecia
resignado aos golpes da fortuna, e não sei até se contente. Talvez contente.
Com certeza, impassível. Não havia nele a resignação cristã, nem a
conformidade filosófica. Parece que a miséria lhe calejara a alma, a ponto de
lhe tirar a sensação de lama. Arrastava os andrajos, como outrora a púrpura:
com certa graça indolente.
— Procure-me, disse eu, poderei arranjar-lhe alguma coisa.
Um sorriso magnífico lhe abriu os lábios. — Não é o primeiro que me
promete alguma coisa, replicou, e não sei se será o último que não me fará
nada. E para quê? Eu nada peço, a não ser dinheiro; dinheiro sim, porque é
necessário comer, e as casas de pasto não fiam. Nem as quitandeiras. Uma
coisa de nada, uns dois vinténs de angu, nem isso fiam as malditas
quitandeiras... Um inferno, meu... ia dizer meu amigo... Um inferno! o diabo!
todos os diabos! Olhe, ainda hoje não almocei.
— Não?
— Não; saí muito cedo de casa. Sabe onde moro? No terceiro degrau
das escadas de São Francisco, à esquerda de quem sobe; não precisa bater na
porta. Casa fresca, extremamente fresca. Pois saí cedo, e ainda não comi...
Tirei a carteira, escolhi uma nota de cinco mil-réis, — a menos limpa, —
e dei-lha. Ele recebeu-ma com os olhos cintilantes de cobiça. Levantou a nota
ao ar, e agitou-a entusiasmado.
— In hoc signo vinces! bradou.
E depois beijou-a, com muitos ademanes de ternura, e tão ruidosa
expansão, que me produziu um sentimento misto de nojo e lástima. Ele, que
era arguto, entendeu-me; ficou sério, grotescamente sério, e pediu-me desculpa
da alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via, desde muitos anos,
uma nota de cinco mil-réis.
— Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu.
— Sim? acudiu ele, dando um bote para mim.
— Trabalhando, concluí eu.
Fez um gesto de desdém; calou-se alguns instantes; depois disse-me
positivamente que não queria trabalhar. Eu estava enjoado dessa abjeção tão
cômica e tão triste, e preparei-me para sair.
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse ele,
escarranchando-se diante de mim.
CAPÍTULO LX / O ABRAÇO
Cuidei que o pobre diabo estivesse doido, e ia afastar-me, quando ele
me pegou no pulso, e olhou alguns instantes para o brilhante que eu trazia no
dedo. Senti-lhe na mão uns estremeções de cobiça, uns pruridos de posse.
— Magnífico! disse ele.
Depois começou a andar a roda de mim e a examinar-me muito.
— O senhor trata-se, disse ele. Jóias, roupa fina, elegante e.. Compare
esses sapatos aos meus; que diferença! Pudera não! Digo-lhe que se trata. E
moças? Como vão elas? Está casado?
— Não...
— Nem eu.
— Moro na rua...
— Não quero saber onde mora, atalhou Quincas Borba. Se alguma vez
nos virmos, dê-me outra nota de cinco mil-réis; mas permita-me que não a vá
buscar à sua casa. É uma espécie de orgulho... Agora, adeus; vejo que está
impaciente.
— Adeus!
— E obrigado. Deixa-me agradecer-lhe de mais perto?
E dizendo isto abraçou-me com tal ímpeto, que não pude evitá-lo.
Separamo-nos, finalmente, eu a passo largo, com a camisa amarrotada do
abraço, enfadado e triste. Já não dominava em mim a parte simpática da
sensação, mas a outra. Quisera ver-lhe a miséria digna. Contudo, não pude
deixar de comparar outra vez o homem de agora com o de outrora, entristecer-
me e encarar o abismo que separa as esperanças de um tempo da realidade de
outro tempo...
— Ora adeus! Vamos jantar, disse comigo.
Meto a mão no colete e não acho o relógio. Última desilusão! O Borba
furtara-mo no abraço.
Disponível em:http://machado.mec.gov.br/images/stories/html/romance/marm05.htm.
Acesso em 21/11/2013.
02. Questões pós-leitura:
a) Após a leitura suas hipóteses foram confirmadas? Justifique.
b) Situar historicamente o contexto de produção do romance: disponibilização desse
material ao aluno pelo professor.
c) Repensar o texto depois de ter conhecido seu contexto de produção.
TEXT0 4
“O HOMEM É O LOBO DO HOMEM”
O autor dessa frase que viveu no século XVI considera o homem um ser egoísta,
uma vez que possui como preceito supremo “defender-se por todos os meios
possíveis”.
Você concorda com o filósofo inglês Thomas Hobbes referente à afirmação “O
homem é o lobo do homem”? Justifique.
Conteúdo: Relações familiares
Objetivo:
Observar como se processam as relações familiares em textos de diferentes
gêneros;
Identificar o papel do pai no âmbito familiar;
Localizar informações explícitas no texto referente às atitudes humanas dos
diversos contextos familiares;
Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros;
Inferir sobre as figuras de linguagem na construção do texto;
Produzir texto expressando seus conflitos familiares.
Material
Cópias da letra musical, dos contos e do texto teatral;
Cd;
Tvpendrive;
Lousa;
Computador.
TEXTO 1
Pais e Filhos
(Legião Urbana)
Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.
[...]
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar,
Na verdade não há.
[...]
Disponível em: http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/pais-e-
filhos.html#ixzz1jFPnDgxF. Acesso em 07/10/2013.
a) Audição da música;
b) Leitura da letra;
c) Você já conhecia essa música?
d) Você já se sentiu só ou ameaçado? Nesse momento, pediu ajuda a uma pessoa
da família? Justifique.
e) É possível a partir da leitura e da audição da música inferir:
> Tema:
> Finalidade do texto:
f) Sou a gota d água
Sou um grão de areia
Que figura de linguagem está presente nesses versos?
TEXTO 2: “As mãos de meu filho”, de Érico Veríssimo.
TEXTO 3: “O Peru de Natal”, de Mário de Andrade.
01. Sugere-se encaminhar essas atividades pré-textuais nos dois contos:
Esse título chama a sua atenção? Por quê?
Você consegue imaginar o assunto do conto pelo título apresentado?
Justifique sua resposta.
Todo conto retrata uma situação. Vocês acham que esse conto vai retratar o
quê?
02. Em relação ao texto – As mãos do meu filho:
a) Leitura silenciosa pelos alunos;
b) Audição do conto;
a) O que mudou sobre a percepção do texto após a audição?
b) Suas hipóteses em relação à situação apresentada no conto se confirmaram?
03. Leitura silenciosa: O Peru de Natal, de Mário de Andrade.
a) Há semelhanças entre o texto 2 e 3? Quais?
b) Em relação ao texto 2, como o pai se relaciona com o filho?
c) Que imagem o filho apresenta do pai no texto 3? Por quê?
d) Produção de um poema abordando as atitudes humanas presentes nos textos
lidos:
Do romance ao teatro:
Embora o romance e o texto teatral narrem uma história, este último apresenta
linguagem e recursos específicos.
O texto teatral é organizado em atos, cenas ou quadros:
Atos – estabelecem a progressão da história, desenvolvem uma unidade
informativa para cada conflito apresentado.
Cenas ou quadros – determinam as entradas e saídas de personagens;
correspondem a mudanças de cenários.
Trabalhando o gênero literário: texto teatral
TEXTO 4
HAMLET, de William Shakespeare.
Tradução de Millôr Fernandes
01. Questões pré-textuais:
a) Vocês conhecem um texto teatral?
b) Que elementos o diferenciam de outros textos?
c) Você já leu esta peça?
Ato I
Cena 5
Outra parte da Esplanada. Entram o Fantasma e Hamlet.
HAMLET: Pra onde me leva? Fala; não passo daqui.
FANTASMA: Me escuta.
[...]
HAMLET: Fala: estou pronto pra ouvir.
FANTASMA: E também pra me vingar, depois de ouvir.
HAMLET: O quê?
FANTASMA: Sou o espírito de teu pai
Condenado, por um certo tempo, a vagar pela noite.
[...]
HAMLET: Ó, Deus!
FANTASMA: Vinga esse desnaturado, infame assassinato.
HAMLET: Assassinato!
FANTASMA: Todo assassinato é infame:
Este é infame, perverso — monstruoso.
HAMLET: Me conta tudo logo, pra que eu,
Mais rápido do que um pensamento de amor,
Voe para a vingança.
[...]
Quando dormia em meu jardim;
Com essa versão mentirosa do meu falecimento
Se engana grosseiramente o ouvido de toda a Dinamarca
Mas saiba você, meu nobre jovem:
A serpente cuja mordida tirou a vida de teu pai
Agora usa a nossa coroa.
HAMLET: Ó, minha alma profética! Meu tio!
FANTASMA: Sim, essa besta incestuosa e adúltera,
Com seu engenho maligno e dádivas de traição —
Maldito engenho e dádivas malditas
Por seu poder de sedução! — descobriu, pra sua lascívia incontrolável,
A volúpia da minha rainha tão virtuosa — em aparência.
Oh, Hamlet, que queda foi aquela!
[...]
Assim, dormindo, pela mão de um irmão, perdi, ao mesmo tempo,
A coroa, a rainha e a vida.
Abatido em plena floração de meus pecados,
Sem confissão, comunhão ou extrema-unção,
Fui enviado para o ajuste final,
Com todas minhas imperfeições pesando na alma.
HAMLET: Oh, terrível! Terrível! Tão terrível!
FANTASMA: Se você tem sentimentos naturais não deve tolerar;
Não deve tolerar que o leito real da Dinamarca
Sirva de palco à devassidão e ao incesto.
Mas, seja qual for a tua forma de agir [...]
Disponível em:
www.acessograduacao.ufrj.br/index.php?...hamlet...traducao...millor-fer. Acesso
em 04/12/2013.
Você sabe o que é rubrica?
Nome que se dá aos trechos descritivos entre parênteses, com indicações do autor
para o leitor (ou diretor, atores) do contexto da fala dos personagens, da entonação,
dos gestos. Como as rubricas antecipam o que será visto no palco, também são
usadas para informar sobre cenários, maquiagem, figurino.
02. Após a leitura:
a) Que pistas nesse Ato 1, cena 5 são fornecidas ao leitor sobre o tema abordado
nessa peça?
b) Os conflitos familiares presentes neste texto são semelhantes aos encontradas
atualmente? Justifique.
Para contextualização da obra sugere-se orientar os alunos para pesquisa na
internet, usando, se possível, os computadores da Escola. Também essa sugestão
pode ser usada em relação à biografia do autor.
Conteúdo: Relações interpessoais
Objetivo
Compreender a literatura como forma de reavaliar as atitudes humanas.
Relacionar as atitudes demonstradas nos textos com as atitudes do cotidiano
humano.
Identificar elementos implícitos na relação entre os textos;
Perceber a relevância de possuir informações a respeito das obras que
compõem um determinado universo cultural à compreensão dos textos;
Refletir na maneira como as ações diárias interferem em relações
interpessoais.
Material:
Cópias do texto musical e do poema;
Cd;
Bíblia.
Sugestões de atividades:
01. Questões pré-textuais:
O título deste texto musical “Monte Castelo” dá pistas ao leitor sobre o
assunto que será abordado?
Dica ao professor (a):
Solicitar aos alunos que escrevam trechos de músicas que falem sobre o amor. Em
seguida pedir a eles que socializem suas respostas com os colegas afixando esses
trechos musicais num mural.
TEXTO 1
01. Letra da música “Monte Castelo”, composição de Renato Russo.
a) Leitura silenciosa da letra musical;
b) Audição da música;
c) Qual a visão de amor presente na letra dessa música?
d) Contextualização:
Música;
Autor.
02. As músicas O lobo, de Pitty e, Monte castelo da Banda Legião Urbana, levam-
nos a refletir sobre nossas ações no cotidiano. O primeiro; como já vimos, fala da
intolerância; no segundo, percebe-se uma solução para os conflitos. E você, tem
alguma sugestão para a paz entre as pessoas?
TEXTO 2
Trecho do texto Bíblico, do Apóstolo Paulo.
(1 Coríntios 13:1-12)
Ainda que falasse a língua dos homens e dos anjos,
[...]
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é
orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios
interesses, não se irrita, não guarda rancor.
[...]
a) Você já conhecia esse texto bíblico?
b) Compare o texto musical com o trecho bíblico:
Os textos são semelhantes?
Qual texto faz alusão ao outro? Por quê?
c) Você sabia que a essa citação de um texto por outro, a esse diálogo entre os
textos dá-se o nome de intertextualidade? Por que essas citações não aparecem
entre aspas?
d) Esse assunto abordado no texto 1 e 2 são atuais?
TEXTO 3
Almas perfumadas, de Drummond.
Tem gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.
[...]
Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
[...]
Disponível em http://www.bilibio.com.br/poema/239/Almas+Perfumadas.html. Acesso
em 11/10/2013.
a) Qual a reflexão que o poema traz?
b) Conforme ouvimos o poema vamos imaginando as pessoas que possuem essas
características. Cite uma pessoa de seu convívio diário que possui uma dessas
qualidades descritas no texto.
c) As pessoas com as quais convive, enxergam em você essas características
apontadas no poema? Comente.
04. A partir da leitura do romance O Pequeno Príncipe – atividade extraclasse, cuja
proposição se deu na seção 1 – planejar/escrever o roteiro da cena referente a um
trecho dessa obra de Antoine de Saint-Exupéry.
Sugere-se o envolvimento de todos os alunos na produção do texto, cenário,
figurino.
a) Encenação.
b) Promoção de um debate sobre a apresentação a partir das proposições a seguir.
Assunto da cena apresentada;
As intenções dos personagens;
Que sentimentos a história despertou em você?Há semelhanças com
outros assuntos trabalhados neste projeto? Quais?
Este trecho encenado do romance “O Pequeno Príncipe” sugere alguma
solução para os problemas encontrados nas relações, sejam familiares
ou interpessoais? Qual?
05. Retome o conceito de ready-made e siga as orientações a seguir:
a) Escolha dois objetos que fazem parte do seu dia a dia;
b) Argumente a favor ou contra a necessidade desses objetos em nossa vida.
c) Componha um ready-made, juntando os dois objetos, que revele o conhecimento
produzido/adquirido até o momento através deste projeto.
d) Dê um título ao seu ready-made que evidencie essa aprendizagem e apresente à
turma.
Conteúdo: Leitura de múltiplas linguagens
Objetivos:
Compreender a arte como saber cultural e estético;
Aprimorar o senso estético através do acesso ao museu de Arte.
Ampliar sua visão de mundo através do contato, fruição e apreciação de
obras artísticas;
Ler os diversos textos expostos percebendo a riqueza da produção estética
humana.
Sugestões de atividades:
01. Visita ao Museu Oscar Niemeyer.
02. Após todas essas reflexões, escolha uma das sugestões a seguir para sua
produção. Pretende-se socializar essas produções em um mural.
a) Produção de um poema, crônica ou conto - sugestões de temas:
> As relações familiares;
> O amor;
> Tem gente que tem cheiro de sol quando acorda?
03. Conclusões finais: autoavaliação.
Referência Bibliográfica
CONGRESSO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, 2013, Ponta Grossa. Palestra: Leitura
Ensino e Formação Humana. Cine Teatro Ópera.
COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia: Volume Único. 1ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2010 ( p. 349 ? )
ELEMENTOS da Arte Visual. Disponível em:
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/arte/elementos/frame.htm. Acesso em:
19/11/2013.
FREIRE, Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: Saberes necessários à prática
educativa. 11ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
GULLAR, Ferreira. Melhores Poemas. Seleção: Alfredo Bosi. 5ª edição. São Paulo:
Global, 1994.
HAMLET - Shakespeare. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/hamlet/. Acesso em 30/11/2013.
HISTÓRIAS das Obras. Tarsila do Amaral. Disponível em:
http://www.tarsiladoamaral.com.br/versao_antiga/historia.htm. Acesso em: 11/ 11/
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LIMA, Jorge de. Poesia completa. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. V. I,
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MEMÓRIAS Póstumas. Disponível em:
http://www.memoriaspostumas.com.br/sinopse.htm. Acesso em 22/11/2013.
NOVA Escola: Os poetas e o fazer poético. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/os-poetas-e-o-
fazer-poetico-426210.shtml. Acesso em: 19/11/2013.
OS POETAS e o fazer poético. Disponível em:
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POETAS DA ESCOLA: caderno do professor. Olimpíada de Língua Portuguesa. O
papel da escola. Brasília, DF: MEC, 2010. 143 p.
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http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=ter
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TRABALHANDO o gênero: texto teatral. Disponível em:
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=735
Acesso em 21/112013.