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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · portugueses, principalmente pelo príncipe regente dom João, os costumes da população brasileira que foram alterados com a chegada

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: História da higiene no Brasil até o século XIX

Autor Soilene Sabatovicz

Disciplina/Área História

Escola de Implementação do projeto e sua localização

Colégio Estadual João Cavalli da CostaRua Moisés Lupion, s/n. Centro

Município da escola Palmital

Núcleo Regional de Educação

Pitanga

Professor Orientador Marcelo de Souza Silva

Instituição de Ensino Superior

Unicentro

Relação Interdisciplinar --------------------------------------------------

Resumo Esta Produção Didático-pedagógica, organizada na forma de caderno temático, tem por objetivo instigar os alunos do 8º ano, a pesquisar e descobrir peculiaridades sobre a História do Brasil, bem como, informações que possam contribuir para seu aprendizado na disciplina. Para isso pretende-se trabalhar a higiene ao longo da História, principalmente no Brasil durante o século XIX, pois de acordo com as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná, é imprescindível o trabalho com a História do Brasil, de modo a promover maior significado aos conceitos históricos nos alunos, instigando-os a problematizar as situações estudadas, desenvolvendo assim suas habilidades e competências para compreensão do passado e, consequentemente sua consciência cidadã.Os costumes higiênicos da Europa, tiveram avanços e retrocessos, principalmente no cuidado com a higiene, o que influenciou a população brasileira que tinha contato com os europeus ou com os seus descendentes. As questões de higiene e os bons modos, vem sendo do interesse humano desde a antiguidade. Na Europa, principalmente entre as pessoas da corte, os bons modos, maneiras estas diretamente ligadas a higiene, passaram a

representar um sinal de civilidade, contrário as maneiras rudes dos camponeses.No século XIX, quando a corte portuguesa aqui chegou, trouxe consigo costumes europeus que foram seguidos pelos habitantes desta terra. O Brasil tornou-se sede do governo português e apresentou a população seu príncipe, dom João e seus bizarros hábitos de higiene pessoal. Nesse período houve mudanças de atitudes com relação aos habitantes das cidades brasileiras e a higienização teve destaque entre os programas do governo.

Palavras-chave História do Brasil, higiene, civilidade,

Formato do Material Didático

Caderno Temático

Público Alvo Alunos do 8º ano

SOILENE SABATOVICZ

HISTORIA DA HIGIENE NO BRASIL ATÉ O SÉCULO XIX

Caderno Temático apresentado em conformidade com as orientações da Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/SEED, sob a orientação do professor da IES – UNICENTRO – Universidade do Centro-Oeste, Guarapuava – PR. Orientador: Professor Doutor Marcelo de Souza Silva.

PALMITAL/PR2013

APRESENTAÇÃO

Esta Produção Didático-pedagógica está organizada em forma de caderno

temático e faz um histórico da higiene e sua evolução ao longo da História, com

seus progressos e regressos até o início do século XIX, tendo como foco principal a

vinda da família real para o Brasil, a conturbada viagem da Corte, até a sua chegada

no Rio de Janeiro em 1808 e os hábitos de higiene trazidos da Europa pelos

portugueses, principalmente pelo príncipe regente dom João, os costumes da

população brasileira que foram alterados com a chegada da nobreza ao Brasil, são

questões que muitas vezes passam despercebidas quando se trabalha esse período

da história na disciplina.

Outra questão que será trabalhada através deste caderno é a História da

higiene do corpo, como por exemplo o hábito de tomar banho todos os dias, que

nem sempre existiu como acreditamos ser normal atualmente. Pode-se dizer que

lavar-se com água, sabonete e xampu é um costume muito moderno, pois ao

pesquisar sobre esse assunto, compreende-se que ao longo da história houve

alguns tabus com relação ao banho, como também os bons modos a mesa nem

sempre foram da forma como hoje são concebidos, ou a limpeza e organização do

lar, inclusive muitos hábitos considerados comuns a alguns séculos, hoje causariam

repugnância a qualquer pessoa.

O objetivo deste material é contribuir para o aprendizado dos alunos e

instigá-los a pesquisar e aprofundar seus conhecimentos sobre a história do Brasil

no século XIX, principalmente os hábitos de higiene desta época e sua evolução ao

longo da história, bem como, refletir sobre as consequências desses hábitos na

sociedade brasileira.

Este caderno temático foi elaborado visando conter atividades que levem os

alunos a instigar sua curiosidade sobre os hábitos de higiene em diferentes tempos

e lugares, principalmente no Brasil, bem como promover, a partir das leituras,

pesquisas, análises e interpretações, o entendimento de que a noção sobre a

importância da higiene passou por mudanças ao longo do tempo e do espaço.

Também tem por objetivo estimular o aluno a presentificar os costumes higiênicos do

passado e tornar-se um pesquisador da História, assim como contribuir para a

superação das dificuldades de aprendizagem na disciplina de História.

1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

Segundo as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná: “Para os anos

finais do Ensino Fundamental propõe-se, que os conteúdos temáticos priorizem as

histórias locais e do Brasil, estabelecendo-se relações e comparações com a história

mundial” (PARANÁ, 2008, p. 68).

De acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares de História, é

imprescindível que se trabalhe com temáticas sobre a história do Brasil de modo a

promover maior significado aos conceitos históricos nos alunos, instigando-os a

problematizar as situações estudadas, desenvolvendo assim, suas habilidades e

competências para compreensão do passado e, consequentemente, sua

consciência cidadã.

Os costumes higiênicos na Europa, tiveram avanços e retrocessos,

principalmente no cuidado com a higiene pessoal, o que influenciou a população

brasileira que tinha contato com os europeus ou com os seus descendentes.

Na Europa durante a Idade Média até o século XVIII, dava-se muito valor a

aparência e aos bons modos a mesa, principalmente na vida cortesã, o que era visto

como uma “polidez de fachada.” Segundo Norbert Elias: A humanidade tem

interesse por questões sobre bons modos desde a Idade Média, a antiguidade

greco-romana e até mesmo em épocas anteriores já havia tal preocupação. Tanto

que em seu livro, “Erasmo de Rotterdam trata sobre o comportamento humano em

sociedade e fala com uma linguagem clara e com muita seriedade sobre a educação

e os modos que as crianças deveriam ser educadas” (ELIAS, 1994, p. 69).

Entre os conselhos que Erasmo escreve em seu livro sobre como educar

crianças, ele fala de atitudes incivilizadas que os seres humanos deixaram de

praticar e de outras que são aceitas como naturais, dentre estes: “Não deve haver

meleca nas narinas, diz ele mais adiante. O camponês enxuga o nariz no boné ou

no casaco e o fabricante de salsichas no braço ou no cotovelo” (ELIAS, 1994, p. 69).

Na Europa, principalmente entre pessoas da corte, os bons modos,

maneiras estas diretamente ligadas a higiene, passaram a representar um sinal de

civilidade, contrario as maneiras rudes dos camponeses.

No século XIX quando a Corte Portuguesa aqui chegou, trouxe consigo

costumes europeus que foram seguidos pelos habitantes desta terra. O Brasil

tornando-se sede do governo português apresentou a população seu príncipe, D.

João e seus bizarros hábitos de higiene pessoal.

Mudanças de atitudes com relação aos habitantes das cidades no Brasil e

questões de higienização tiveram destaque entre os programas do governo que

estavam ligadas a saúde, principalmente da população urbana. O trabalho dos

médicos, objetivando o combate de doenças, especialmente ligadas a falta de

higiene teve início neste mesmo século. Segundo Jurandir Freire Costa:

A medicina que desde o início do século XIX lutava contra a tutela jurídico-administrativa herdada da Colônia deu um largo passo em direção à sua independência, aliando-se ao novo sistema contra a antiga ordem colonial. Este progresso fez-se através da higiene, que incorporou a cidade e a população do campo ao saber médico (COSTA, 2004, p. 28).

Os médicos tiveram que fazer um trabalho junto as famílias para combater a

falta de higiene, causadora de várias doenças e para ganharem a confiança das

famílias “O que a higiene precisava desenvolver, como de fato o fez, era a ideia de

que os pais erravam por ignorância. […] no fundo eles desejavam para os filhos

aquilo que a higiene previa como correto e bom” (COSTA, 2004, p. 70-71).

2. MATERIAL DIDÁTICO E ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

2.1. Apresentação do Caderno Temático na Escola

Professor:

Primeiramente será apresentado o Caderno Temático, esclarecendo os objetivos e a

problemática que levou à escolha do tema, bem como os fundamentos teóricos que

embasaram a elaboração do referido material pedagógico, para que equipe

pedagógica e direção possam ter conhecimento da relevância da Produção Didático-

pedagógica para a realidade da Escola Pública e para a turma onde será realizada a

aplicação das aulas.

Aula 1

Professor:

Apresentação da Produção Didático-pedagógica aos alunos do 8º ano, possibilitando

troca de ideias a respeito do tema a ser trabalhado e relacionando-os ao Caderno

em questão. Será apresentado a metodologia da avaliação. Para as apresentações

será usado o projetor multimídia. Também será aplicado um questionário individual,

que visa verificar o conhecimento e o gosto pela disciplina de História. Você poderá

usá-lo no final da implementação para averiguar se houve mudanças com relação a

visão dos alunos sobre a disciplina.

Questionário individual.

Sexo: ( ) feminino ( ) masculino

Idade: _______

1 - Você gosta de História? Por que?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2 - O que mais você acha interessante nesta disciplina? Justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3 - O que você acha menos interessante? Justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4 - O que você estudou no ano passado em História e que mais lhe chamou a

atenção? Por quê? O que lembra sobre o assunto?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5 - O que você teve que estudar e não gostou? Você aprendeu alguma coisa sobre o

assunto?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6 – E sobre a História do Brasil, o que você estudou até agora e que consegue

lembrar?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7 - O que poderia mudar nesta disciplina para que ela se tornasse mais interessante

de se estudar?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8 – Como você gostaria de ser avaliado nesta disciplina?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Aula 2

Professor:

Levando em consideração o objetivo de instigar no aluno o gosto pela

disciplina de História, melhorando seu aprendizado, nesta aula, antes de entrar no

tema sobre higiene, pode-se falar um pouco sobre as peculiaridades da história,

coisas do cotidiano, que não estão nos livros didáticos e que podem despertar maior

interesse do aluno pela disciplina. Nas questões propostas para esta aula, o aluno

vai expressar sua opinião pessoal a respeito do tema.

HIGIENE E SUAS CURIOSIDADES

Você sabia que...

A História de muitas coisas pelas quais a humanidade passou não são

estudadas nos livros de História? E que essas passagens podem tornar a história

mais interessante de se estudar?

Os fatos são muitos, porém podemos começar descobrindo um pouco mais

sobre a higiene.

Ao longo de sua história, ao contrário do que se pensa, os seres humanos

nem sempre foram somente evoluindo.

Lembrando do asseio pessoal, por exemplo, houve uma época em que as

pessoas regrediram em relação a higiene, pois acreditavam que tomar banho era

pecado e que o mesmo enfraquecia a saúde.

Tinha gente que tomava banho uma ou duas vezes por ano e tinha gente

que passava a vida toda sem se banhar.

As pessoas eram aconselhadas a não sair de casa por alguns dias após

tomar banho, para não contrair as doenças que elas acreditavam estarem no ar.

Com relação a estas ideias dos nossos antepassados, o que você acha?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Hoje, depois de muito estudo e da evolução da medicina, podemos afirmar que sem

uma boa higiene, em todos os sentidos, não teremos uma boa qualidade de vida.

Você concorda com isso? Justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Antes de conhecer um pouco mais sobre as peculiaridades da história da

higiene ou da “sujeira” temos que saber do que estamos falando. Não é mesmo?

Então vamos deixar claro o que é higiene:

Higiene é uma palavra que veio da Grécia. Vem de hygeinos, que significa,

em grego, “o que é são,” “o que é sadio.” Antes, sua origem, era um adjetivo usado

para qualificar a saúde.

As pessoas deviam ter “saúde higiênica.” Depois, a palavra virou um

substantivo, um conjunto de hábitos que se deve ter para conseguir o bem-estar e a

saúde. (Profuncionário, caderno 12, pag.14).

Para refletir e escrever:

1 - Para você, higiene e saúde estão ligadas ou podem existir separadas uma da

outra?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2 – Você acredita que poderia existir outra definição para a palavra higiene? Qual?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Para refletir:

Para Henry J. Temple, nobre inglês que viveu entre os séculos XVIII e XIX:

“Sujeira é só matéria fora do lugar.”

Você concorda com essa ideia de Henry J. Temple? Por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

AULA 3

Professor:

Nas aulas 3 e 4 serão relacionados a higiene e os bons modos com a civilidade,

buscando facilitar o entendimento do aluno sobre o assunto e tentando despertar

sua curiosidade. Também será necessário verificar antecipadamente as condições

dos computadores do laboratório de informática da escola, para o uso da internet e

se for necessário, agendar o horário para levar os alunos, indicando e auxiliando-os

na busca pelos sites de pesquisa se houver necessidade.

HIGIENE E CIVILIDADE

Em nossa aula anterior vimos o que é higiene. No entanto, em alguns

momentos da História a higiene foi praticada apenas de “fachada” principalmente

pela nobreza, pois sua aparência e seus modos os distinguiriam das pessoas

comuns.

Segundo o historiador Norbert Elias a preocupação com os bons modos e

com a aparência são do interesse humano desde a antiguidade, mas especialmente

na Idade Média até o século XIX os bons modos, principalmente na vida cortesã

eram vistos como uma “polidez de fachada”. Apresentar-se limpo e ter bons modos,

passaram a representar um sinal de civilidade.

Civilidade: Conjunto de formalidades que regem o procedimento dos

indivíduos dentro da sociedade. Cortesia; urbanidade; polidez. (Dicionário Luft)

Civilidade: Conjunto de formalidades observadas pelos cidadãos entre si, em

sinal de respeito mútuo e consideração. ( Dicionário Aurélio)

Atividade de Pesquisa:

Refletindo um pouco sobre o que Norbert Elias escreve, vamos pesquisar

sobre o que seriam esses bons modos e porque ele chama isso de polidez de

fachada.

Para a pesquisa serão organizados grupos de alunos e esta será feita no

laboratório de informática da escola, os alunos anotarão os pontos principais no

caderno.

Aula 4

Professor:

Após a realização da pesquisa pode-se incentivar que os grupos apresentem os

pontos que mais lhes chamaram a atenção em um debate sobre os bons modos e a

importância de sua prática atualmente.

Atividade:

Discutir o significado da palavra civilidade.

Atividade complementar:

Para ilustrar e analisar melhor sobre o assunto vamos assistir trechos do

filme: “Turma da Mônica – Boas Maneiras”, após faremos a análise destes trechos,

debatendo com os alunos sobre a importância de termos bons modos.

Professor:

É importante assistir ao filme antecipadamente, pois, o vídeo completo possui

aproximadamente 7 minutos, mas os trechos que serão apresentados são:

- Mônica brigando com os meninos na rua e batendo no Cebolinha.

- Cebolinha comendo com as mão e falando com a boca cheia e depois arrotando

alto.

- Na escola de boas maneiras, quando todos chegam e começam a brigar.

- Durante a aula de boas maneiras à mesa, brigam durante a refeição e jogam

comida uns nos outros.

O vídeo está disponível em:

http://youtu.be/YHS34tkXdR8 Acessado em 17/09/2013

Atividades:

Em seu caderno, produza um pequeno texto sobre o tema pesquisado e

debatido. Em seu texto você deve tentar responder as seguintes questões:

Você conhece alguém que não considere civilizado? Qual o motivo? Essa

pessoa é bem vista pelos que convivem com ela? O que você sente quando está

próximo desta pessoa? Por que? Se fosse em outra época, ou seja, a alguns

séculos atrás, ela seria considerada não civilizada? Se ela quisesse, poderia mudar

suas maneiras? Se essa pessoa passasse a se comportar de forma diferente, ou

seja, com bons modos, isso seria para você, apenas uma “polidez de fachada”? Por

quê?

AULA 5

Professor:

Nesta aula você pode usar o vídeo sugerido, porém, deve conhecê-lo antes, pois

não há necessidade de assisti-lo na íntegra, então você poderá selecionar as cenas

que lhe tragam as informações pertinentes.

HISTÓRIA DA HIGIENE PESSOAL

A higiene do corpo, como por exemplo o hábito de tomar banho todos os

dias, nem sempre existiu como acreditamos ser normal em nossos dias. Pode-se

dizer que lavar-se com água, sabonete e xampu é um costume muito moderno, pois

ao pesquisar sobre esse assunto, podemos compreender que ao longo da história

houveram alguns tabus com relação ao banho, como também os bons modos a

mesa nem sempre foram da forma como hoje são concebidos, inclusive muitos

hábitos considerados comuns a alguns séculos, hoje causariam repugnância a

qualquer pessoa.

Para que possamos entender a mentalidade das sociedades em diferentes

épocas, com relação a higiene e sua importância na saúde ou bem estar, podemos

começar analisando a sociedade romana.

Antes de iniciarmos o estudo vamos assistir ao trecho de um vídeo sobre os

banhos públicos que existiam em Roma, desde antes de Cristo e após assistir, o

professor poderá fazer uma análise do vídeo e orientar os alunos para que no

caderno, eles façam anotações que sejam importantes sobre o mesmo.

Professor:

O vídeo possui 20 minutos e fala sobre os balneários romanos, mais

especificamente sobre um encontrado na Inglaterra e que está bem preservado,

podendo usar as imagens para que os alunos tenham melhor ideia de como eram e

para que serviam, pois os romanos acreditavam que as águas tinham o poder de

curar doenças. O vídeo mostra que os espaços eram separados para homens e

mulheres se banharem e haviam salas específicas para os escravos aguardarem

seus senhores saírem do banho. Nesses espaços também haviam templos para

adoração e altares para sacrifícios aos deuses e deusas.

Vídeo disponível em: http://youtu.be/pGMkccA7u08. Acessado em 17/09/2013.

Desde antes de Cristo, os gregos e os Romanos, apreciavam um bom banho

aquecido, o que para eles representava mais do que a simples higienização do

corpo. Segundo Paul Veyne, para eles “o banho não era uma simples prática de

higiene, e sim um prazer complexo, como a praia é para nós.” Em todas as cidades

greco-romana existiam banhos públicos e estes eram construídos para servir de

lazer aos habitantes destas. O objetivo dos banhos não era o de higienizar sua

população. Os gregos, assim como os romanos adoravam os banhos aquecidos,

porém nem todos se entregavam a esse prazer. Os pensadores, por exemplo,

acreditavam que manter-se limpo era sinal de fraqueza e só tomavam banho uma ou

duas vezes por mês. A barba suja de um filósofo constituía prova de austeridade, da

qual sentia orgulho.

Os banhos públicos podiam ser desfrutados pelos pobres por um preço

muito baixo. Nesses banhos a regra geral era a separação por sexo, ou seja,

homens e mulheres não banhavam-se juntos nas piscinas. Mas, com o passar do

tempo e a propagação do cristianismo, os banhos públicos começaram a ser

abolidos devido a exposição do corpo, então o prazer de banhar-se passou a ser

visto como um pecado. Os banhos mantiveram-se por algum tempo, reservando-se

porém aos enfermos.

Vamos analisar algumas imagens dos banhos públicos greco-romanos:

Fonte 1

Disponível em:http://thearcheology.wordpress.com/2010/06/23/thermae-os-banhos-na-roma-antiga-parte-1/ Acessado em 29/09/2013.

Fonte 2

Disponível em:http://thearcheology.wordpress.com/2010/06/23/thermae-os-banhos-na-roma-antiga-parte-1/ Acessado em 29/09/2013

Após a análise das imagens (Fonte 1 e 2) pode-se iniciar um questionário sobre as

mesmas, de acordo com as interpretações dos alunos.

AULA 6

Professor:

Antes de apresentar o texto aos alunos, pode-se fazer uma síntese sobre a

sociedade medieval, pois neste momento os alunos irão estudar a higiene na Idade

Média e início da Idade Moderna. Após a leitura do texto proposto os alunos poderão

dirigir-se ao laboratório de informática, para a realização da atividade de pesquisa,

por isso, é preciso verificar a disponibilidade dos computadores, para depois formar

duplas ou grupos maiores.

E AS COISAS VÃO MUDANDO...

Como o ser humano está em constante “evolução”, as coisas foram

mudando. E como!!!

Já no início da Idade Média o hábito de tomar banho foi ficando mais raro,

pois os príncipes carolíngios trocavam de roupa e tomavam banho no sábado. Mas

assim como a higiene do corpo foi diminuindo, a saúde das pessoas também foi

ficando abalada. A ideia que se tinha é que trocar de roupa bastava (se estivesse

muito suja) pois acreditava-se que a roupa fazia a limpeza necessária ao corpo,

retirando dele as impurezas que houvessem. Porém, isso trouxe sérios problemas

de saúde para as pessoas da época, entre eles a peste negra, ou peste bubônica.

Os cuidados com a higiene do corpo, assim como dos alimentos e moradia, tiveram

que ser revistos e já no final da Idade Média, estavam passando a ter o hábito de

lavar as mãos antes e depois das refeições (quanta higiene hem!).

Podemos dizer que o banho para nós é um ritual, mas por volta dos séculos

XIV e XV o ritual que antecedia o banho era destinado a livrar-se dos indesejáveis

piolhos, pois nesta época eles já causavam repugnância e ainda poderiam se

proliferar rapidamente, e no caso dos homens, poderia infestar também a barba, e

ter que raspá-la, significava perder a sua dignidade. Quem realizava a catação era

uma pessoa próxima, geralmente de sua intimidade.

No final da Idade Média, o moralismo em torno do banho tende a

desaparecer, pois segundo o historiador, Philippe Braunstein, haviam

recomendações para que além da lavagem corporal, se trocasse regularmente a

roupa de baixo.

E passando para o século XVII, ainda não podemos ter orgulho do asseio

corporal de nossos antepassados europeus, pois segundo Georges Vigarello, este

foi o século mais sujo de nossa história (FLANDRIN, 1991). Como exemplo

podemos citar um trecho do diário de um médico chamado Héroard, este foi médico

de Luís XIII, famoso rei da França. Em seus registros sobre a infância do rei, ele

escreve: Um corpo, mas sobretudo a cabeça e o rosto, alterados pela má higiene

alimentar […] pela insuficiência, pelos inadequados cuidados de limpeza […] a sarna

que em janeiro afeta-lhe a cabeça inteira, a sarna que lhe cingia a cabeça como uma

coroa. (FOISIL, 1991)

No diário deste médico, sobre a vida de Luís XIII, ainda é destacado que no

primeiro ano de sua vida a palavra 'lavar' aparece só uma vez.

Mas a falta de hábitos higiênicos era normal na corte francesa, sendo

comum conviver com a sujeira. A historiadora Madeleine Foisil diz que “Uma

orgulhosa sujeira reinava na corte, assim como escreve Philippe Erlanger”.

Estas informações sobre a Idade Média e início da Idade Moderna nos dão

ideia de como era a higiene pessoal neste período, pois os tabus em torno do corpo

eram muito presentes na mentalidade das pessoas, pois interferia na higiene

pessoal e isso resultava em doenças, entre outros males.

Atividades de pesquisa:

Conforme orientação da professora, será realizado uma pesquisa no

laboratório de informática do colégio. Sua pesquisa será feita com o objetivo de

responder as questões a seguir:

1 - Quais as doenças causadas pela falta de higiene no período citado?

2 - Como essas doenças poderiam ser evitadas?

3 - Qual a interferência destas doenças tanto na parte social, quanto econômica?

4 - Os problemas atingiam igualmente a área urbana e rural ou haviam diferenças?

Justifique.

5 - Essas doenças que você pesquisou, ainda existem? Onde os casos ocorrem?

Como são as condições de vida, em geral, dessas pessoas que ainda hoje passam

por problemas parecidos com o do homem medieval? Como isso poderia melhorar?

AULA 7

Professor:

Nesta aula, você pode selecionar previamente alguns jornais e revistas que tragam

notícias atuais sobre o tema trabalhado (doenças causadas pela falta de higiene) e

levá-los para que os alunos possam presentificar a situação, isso ajudará na

apresentação e debate.

Após a pesquisa, os alunos farão uma apresentação, em sala, com a

interferência da professora, para as complementações, quando houver necessidade.

Após as apresentações será feito um debate, comparando esses problemas

medievais com os atuais, tentando observar algumas permanências com relação a

doenças ligadas a falta de higiene e tentar levantar possíveis ideias para a solução

destes.

AULA 8

Professor:

Nesta aula você auxiliará os alunos na seleção de informações que eles colocarão

nos cartazes, podendo sugerir algumas. Após o termino destes, os mesmos poderão

ser expostos.

Depois de concluída a etapa de pesquisa e debate, os alunos

confeccionarão cartazes, informando as doenças que atingiam o medievo, por falta

de higiene e que ainda permanecem atualmente, bem como as possíveis formas de

prevenção destas, através da mudança de hábitos.

Aula 9

Professor:

Pode-se falar, nesta aula, sobre a diferença entre estar limpo e aparentemente

limpo. Um exemplo que pode ser usado é que haviam pessoas que para estarem

apresentáveis, em vez de escovar os dentes, limpavam apenas os dentes da frente.

Também poderá levar imagens de pessoas, representando épocas diferentes da

História. Sempre tentando instigar a curiosidade dos alunos para o conhecimento de

modos de vida em tempos passados e fazendo ligações com o presente.

Nas aulas anteriores, aprendemos um pouco sobre a higiene pessoal na

Idade Média, agora vamos ver algumas peculiaridades sobre a higiene e os bons

modos à mesa, também neste período.

BONS MODOS A MESA

Havia nos séculos XVII e XVIII, uma preocupação com as boas maneiras a

mesa e isso incluía a limpeza apresentada, bem como algumas regras quanto a não

comer com as mãos e nem levar os alimentos diretamente das travessas a boca. O

uso de talheres individuais passa a fazer parte das boas maneiras a mesa.

Segundo Norbert Elias, 1994, “Na Idade Média eram raros os talheres,

sendo uma faca compartilhada por todos à mesa. O garfo surgiu no final da Idade

Média e não era comum o seu uso”.

Debate:

O que será que quer dizer a frase, limpeza apresentada.

Aula 10

Professor:

Para as aulas 10 e 11, sua orientação aos alunos será muito importante, pois eles

realizarão uma pesquisa e formarão grupos para apresentar o tema em outras

turmas da escola. Esses grupos de alunos, formados segundo sua orientação,

confeccionarão cartazes, com imagens e escrita sobre o tema pesquisado, para

facilitar suas falas ao apresentar o trabalho nas outras turmas da escola.

Atividades:

1 - Se na Idade Média os talheres eram raros e todos compartilhavam os mesmos

objetos à mesa, as pessoas corriam algum risco de prejudicar sua saúde por causa

disso? Quando foi que as pessoas começaram a usar talheres individuais? Todos

passaram a ter esse hábito ao mesmo tempo? O que representava, cada um possuir

seu garfo, sua colher e sua faca, assim como seu guardanapo ou o seu pão? Será

que isso trouxe alguma mudança na sociedade de final de Idade Média e início de

Idade Moderna, já que isso ainda era novidade?

Podemos responder essas questões, entre outras, fazendo uma pesquisa sobre o

tema. Que tal começarmos agora no laboratório de informática.

Aula 11

Após a pesquisa:

Com orientação da professora, os alunos formarão grupos para confecção

de cartazes, expondo as curiosidades sobre o tema pesquisado. Depois, farão

apresentação para os demais alunos, passando nas salas de aula do ensino

fundamental, explanando o trabalho em cada sala. Ao encerrarem as apresentações,

os cartazes ficarão expostos na sala de aula da turma ou no mural se a escola tiver.

Professor:

Devido ao tempo, os cartazes deverão ser concluídos em contra turno.

Se os alunos tiverem disponibilidade e facilidade de uso de computadores, poderão

preparar a apresentação e levar no pendrive para apresentar a outras turmas.

Aula 12

Professor:

A higiene do lar é o tema das próximas aulas, você poderá trazer imagens

referentes ao tema e fazer uso dos recursos multimídia que a escola dispõe para

mostrá-las aos alunos.

Já sabemos um pouco sobre a higiene pessoal e também sobre os modos à

mesa, mas e quanto a higiene do lar? Nossos antepassados tinham cuidados com a

limpeza de suas casas?

HIGIENE DO LAR

Você sabia que somente no século XIX, na França é que a água chegará

aos apartamentos e pisos superiores, até então era necessário levar água até lá e

livrar-se dela após usá-la, assim como era preciso também eliminar os excrementos,

porém estes eram considerados estercos e quando as “ latrinas higiênicas - por ação

da água – tinham aparecido no século XVIII” não tiveram boa aceitação, pois os

franceses consideravam desperdício de água e adubo humano, ideia que só foi

abandonada no final do século XIX, com o uso de fertilizantes químicos.

Já a limpeza e higiene das casas mais simples no século XIX, na França,

não eram muito diferentes do que foi durante e Idade Média, segundo uma tese de

medicina da época

No mesmo reduto preparavam-se os alimentos, guardam-se os resíduos que servem de ração aos animais e os pequenos utensílios agrícolas; em um canto encontra-se a pedra de lavar louça, em outro as carnes salgadas; ali se fermenta o leite e o pão; há até animais domésticos que, partilhando esta estrita morada, vem ter ali suas refeições e satisfazer suas necessidades físicas; é nesta viciosa habitação, onde a chaminé, de boca demasiadamente larga e curta deixa cair uma coluna de ar glacial, repelindo a fumaça, que vivem o agricultor e sua família. (PERROT, 199', p. 352)

Atividades:

Os alunos confeccionarão cartazes, utilizando recortes de revistas e livros

velhos, para tentar montar o cenário descrito neste relato.

Aula 13

Professor:

Nestas aulas, a turma montará um teatro e sua orientação contribuirá em todas as

etapas deste trabalho, tanto na parte prática, como na escrita e ensaio da peça, que

terá que ser feito em contra turno. A apresentação poderá ser feita conforme o

espaço disponível na escola.

Conforme orientação da professora, reúnam-se para preparar um teatro,

montando um cenário como descrito e comportando-se como personagens

históricos, com relação a higiene pessoal e bons modos à mesa. Para que o público

entenda melhor sugere-se que este tenha um narrador ou que antes da

apresentação, se faça uma síntese para o público.

Aula 14

O teatro será apresentado para os alunos de outras turmas do colégio.

Aula 15

Professor:

Nesta aula, você poderá trazer no pendrive, que poderá usar nos recursos

multimídia da escola, para mostrar aos alunos, algumas imagens e informações

sobre as invenções a respeito da higiene, como por exemplo, a escova de dentes, o

papel higiênico, o sabonete, etc. Existem diversos sites para pesquisa.

No final do século XIX haviam alguns projetos de habitação para os

trabalhadores e que garantissem boas condições de segurança e higiene. Com

relação aos cuidados com o corpo nesse período também houve progressos, porém

essa higienização não estava livre de algumas regras: “Normas extremamente

rígidas regulam a prática do banho conforme o sexo, a idade, o temperamento e a

profissão” (CORBIN, 1991, p. 442).

Por questões de saúde haviam recomendações para estar limpo, porém a

água ainda representava uma ameaça a fertilidade da mulher e essa ideia dificultava

a higienização feminina. Devemos saber ainda, que o progresso higiênico não

acontecia da forma que concebemos hoje em dia. “Lavam-se com frequência as

mãos; todos os dias o rosto e os dentes, ou pelo menos os dentes da frente; os pés,

uma ou duas vezes por mês; a cabeça, jamais” (CORBIN, 1991, p.444).

Também no final deste século aparece a ducha, porém ela é pouco

difundida, além disso, havia um “regulamento da Escola Normal de Sèvres,

elaborado em 1881, reservando as duchas a doentes acompanhadas por uma

enfermeira” (CORBIN, 1991, p. 444).

Nesta época entendia-se ou confundia-se higiene com aparência, pois

“andar sem manchas nas roupas, evitar modos grosseiros, pentear os cabelos e às

vezes lavar as mãos e mais tarde usar perfume, bastava para os padrões higiênicos

da época” (CORBIN, 1991, p.444).

Na verdade, a ducha e o banheiro passaram a fazer parte do cotidiano das

pessoas a partir da metade do século XX.

Atividades:

Como visto no texto, a partir da metade do século XX, o banheiro e a ducha

passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Será que essa informação está

certa? Ou será que hoje, em pleno século XXI, ainda existem pessoas que não tem

banheiro em casa? Vamos fazer uma pesquisa para descobrir a realidade sobre

isso. Como será em nível de Brasil, estado e município? E internacionalmente, ainda

tem gente sem banheiro? Em que isso pode interferir, local e nacionalmente? O que

poderia ser feito para mudar esta situação? No site do IBGE você encontrará

algumas informações.

Sugestão de site para pesquisa:

http://www.ibge.gov.br/home/

BRASIL

Aula 16

Professor:

Nesta aula você poderá previamente levantar dados sobre o conhecimento dos

alunos a respeito da questão indígena no Brasil. Também é importante, comentar

sobre as viagens de descobrimento e as questões relacionadas a higiene nas

mesmas, bem como, é fundamental falar um pouco sobre cultura. Nas questões

apresentadas, espera-se que o aluno seja capaz de relatar seu conhecimento sobre

a História do Brasil, sabendo um pouco da História do descobrimento, o encontro do

europeu com o índio, as viagens marítimas, etc.

HIGIENE INDÍGENA

Como você sabe bem, no início do século XVI, as pessoas que já habitavam

o Brasil, antes dos europeus, passaram a conviver com os homens “brancos e

civilizados.” Civilizados, porém de hábitos nada higiênicos, se comparados aos

costumes indígenas, pois enquanto na Europa se tomava banho poucas vezes ao

ano, os índios banhavam-se nos rios todos os dias, inclusive, devido ao clima

tropical, esse banho acontecia várias vezes ao dia, assim como devido ao clima, não

havia necessidade de se vestir e era natural que homens, mulheres e crianças

andassem nus e sem se envergonhar ou escandalizar-se com isso. Houve então,

desde o primeiro momento, um desencontro cultural, o que sabemos que permanece

ainda hoje, não somente devido ao asseio ou vestimentas, mas a muitos outros

fatores.

Atividades para refletir e responder com suas palavras:

1 - O que você já ouviu falar ou já estudou sobre os índios do Brasil?

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2 - Por qual motivo os portugueses os chamaram de índios?

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3 - Como você vê o fato de os indígenas andarem nus, sem envergonhar-se ou

escandalizar-se com isso?

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4 - Como poderia ser explicado o “desencontro cultural” entre índios e europeus?

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Aula 17

Professor:

Nesta aula, você poderá falar da importância para a historiografia brasileira, dos

relatos, ou cartas, dos viajantes que estiveram no Brasil neste período. Também

poderá levar para a sala as obras de Gilberto Freyre, Casa-grande e Senzala e

Sobrados e Mucambos e falar de sua importância para o Brasil e o estudo da

História, sabendo que essas obras devem ser analisadas de acordo com a época

em que foram escritas.

No século XVI, quando o conquistador português chegou ao Brasil, se

escandalizou com o hábito do banho diário praticado pelos indígenas, mas aos

poucos foi se acostumando com isso, tanto que com o passar do tempo passou a se

banhar diariamente também. Segundo um sociólogo, muito importante para a

historiografia brasileira, chamado Gilberto Freyre:

“Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós.” (FREYRE, 1998, p.94)

5 – Você também acredita, assim como escreve Gilberto Freyre, que foram os

indígenas que ensinaram os brancos a terem hábitos mais higiênicos? Justifique.

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Durante os primeiros séculos da colonização do Brasil, muitos viajantes

europeus estiveram neste país e documentaram em suas cartas ou diários, o que

presenciavam aqui. Segundo Gilberto Freyre, um desses viajantes do século XVI, foi

o francês Jean de Léry que em seus relatos que “ficou encantado com a higiene

infantil e doméstica dos indígenas, que mesmo sem fraldas de pano, eram cuidados

pela mãe e cresciam com muita limpeza e asseio.” Alguns séculos depois, já não se

podia dizer a mesma coisa da higiene das crianças descendentes de europeus, pois

de acordo com o relato de Luccock, viajante que esteve no Brasil no século XIX, ao

visitar uma escola para meninos, ficou impressionado com a falta de alegria destes e

relata “que os achou ainda por cima pouco asseados. Olhos remelentos e dentes

sujos.” (FREYRE, 1998, p. 412)

6 – Se assim como Gilberto Freyre enfatiza, outros viajantes da época também

apontam a higiene indígena como algo encantador, então, por qual motivo hoje em

dia, entre muitos indígenas, em questão de higiene, as coisas não são mais como

eram?

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Aula 18

Professor:

Nesta aula, você poderá instigar seus alunos a uma reflexão sobre a sociedade atual

e o que ela representa para o indígena, que perdeu sua identidade cultural e não

tem os meios necessários para uma sobrevivência digna.

Analisando a situação:

Na cidade de Palmital, assim como em outras de nossa região, muitos

indígenas aparecem de vez em quando e ficam acampados em lugares públicos

como rodoviária, igreja, pátio da matriz, etc. Estes indígenas, durante o tempo que

estão na cidade, saem pedir comida nas casas ou no comércio do município. Ao que

parece, eles não são tão limpos como eram no passado, segundo os relatos

existentes. Nem suas crianças parecem estar crescendo asseadas como era no

início da colonização do Brasil.

7 – O que levou o indígena a mudar tanto os seus hábitos de higiene? Será que a

natureza está preservada para que ele possa desfrutar dela como a alguns séculos

atrás? Será que os rios podem ser utilizados para seus banhos? Eles podem

acampar em áreas rurais, na beira de rios, pescar, caçar e coletar frutos da natureza

para a sobrevivência de suas famílias, ou será que estas terras, assim como as

margens dos rios tem seus donos? O que há de errado então com a higiene dos

índios? Será que tem gente privando eles da limpeza? Se você já passou por eles,

ou esteve nos lugares onde eles ficam acampados, então presenciou a situação e se

não pode ver de perto, certamente já ouviu comentários. Então converse com seus

familiares a respeito disso e com suas próprias reflexões, produza uma narrativa

sobre este tema.

Os moradores de rua, ou andarilhos, também não estão em melhor situação

que a dos indígenas, pois sua condição não oferece lugares apropriados para a

higiene pessoal ou alimentar.

Aula 19

Professor:

Nesta aula você poderá levar informações sobre o trabalho escravo no Brasil

colonial, mostrando imagens na TV pendrive, livros ou revistas e instigar o aluno a

pesquisar sobre os diversos tipos de trabalho que eles desenvolviam.

HABITAÇÕES E TRABALHO ESCRAVO:

Nos primeiros séculos da colonização brasileira, houve grande influência dos

costumes e hábitos dos africanos, que foram trazidos para o Brasil para serem

escravizados e que aqui sofreram duras penas, como trabalhos forçados e castigos

físicos, além da diferença cultural entre eles e os europeus aos quais tinham que

obedecer. Dos trabalhos sujos que tiveram que realizar, o mais destacado era o

trabalho dos “tigres,” assim conhecidos os africanos escravizados e que eram

incumbidos de levarem os dejetos das casas de seus senhores, até a praia, em

barris, que quando cheios, vazavam o seu líquido e escorriam na pele negra do

escravo, dando um tom esbranquiçado e por essa aparência, o negro que fazia este

tipo de serviço, ficou conhecido vulgarmente como tigre. Os negros escravizados,

realizavam o trabalho sujo, mas não por isso se pode dizer que eram sem higiene,

pois segundo a historiografia:

Barris que nas casas-grandes das cidades ficavam longos dias dentro de casa, debaixo da escada ou num outro recanto acumulando matéria. Quando o negro os levava é que não comportavam mais nada. Iam estourando de cheios. De cheios e de podres. As vezes largavam o fundo, emporcalhando-se então o carregador da cabeça aos pés. […] Entretanto, não foi com o negro que se introduziu no Brasil o piolho; nem a 'mão de coçar,' nem o percevejo de cama. E é de se presumir que o escravo africano principalmente o de origem maometana, muitas vezes experimentasse verdadeira repugnância pelos hábitos menos asseados dos senhores brancos. (FREYRE, 1998, p. 462)

Vamos visualizar o trabalho dos “tigres” através de imagens desse trabalho

sujo que os negros escravizados eram obrigados a realizar para os seus senhores:

Fonte 1 Fonte 2

Professor:Após a análise das imagens (fonte 1 e 2), pode pedir para que os alunos façam uma descrição das mesmas, descrevendo as cenas, personagens retratados, etc.

Fonte 1 disponível:http://imagemetempo.blogspot.com.br/2011/05/situacao-sanitaria-e-os-

tigres-do-rio.html Acessado em 29/09/2013Fonte 2 disponível: http://www.jangadabrasil.com.br/maio21/of21050b.htm Acessado em 29/09/2013

Atividades:

Agora que você sabe um pouco sobre o trabalho dos tigres, que tal realizar

uma pesquisa para saber um pouco mais sobre este assunto. Na internet, você

encontrará várias informações. Novos conhecimentos sempre são bem vindos, não

é mesmo? Então esta tarefa fica por sua conta.

Aula 20

Professor:

Nesta aula os alunos devem produzir uma história em quadrinhos, por isso, você

poderá levar para sala, vários livros, gibis, entre outros, com histórias em quadrinhos

para seus alunos apreciarem antes de iniciarem o trabalho desta aula.

Agora... mãos a obra:

Utilizando seu conhecimento e criatividade, em uma folha branca, você vai

criar uma história em quadrinhos, sobre o tema estudado. Pode imaginar cenas do

cotidiano e escrever os diálogos de forma bem humorada. O artista é você. Capriche

em sua obra!

Aula 21

Professor:

Nesta aula você poderá falar da importância da História oral e do valor que pode ter

uma conversa com as pessoas mais velhas, sendo elas, muitas vezes, testemunhas

vivas de acontecimentos recentes da nossa história.

E AS CASAS MAIS HUMILDES, COMO SERIAM?

As habitações dos ricos proprietários de escravos ou a casa-grande, como

denomina Gilberto Freyre, não era modelo de higiene, assim como seus moradores

também padeciam pela falta desta. Mas as casas mais simples também não

recebiam muitos elogios dos viajantes, que estiveram no Brasil no século XIX, pois

ao buscar abrigo, sempre atentos ao asseio e a higiene, eles apontam “a falta de

acomodações, o chão batido e a fumaça que enchia o único ambiente, em razão da

ausência de chaminés e das poucas janelas” (ALGRANTI, 1997, p. 100).

Com o passar do tempo as casas foram modificando e passando a ter duas

cozinhas, uma ficava do lado de fora, assim os alimentos mais demorados em seu

preparo eram ali cozidos, assim passou a ter menos sujeira e fumaça dentro de

casa, mas, as boas maneiras à mesa no Brasil, deixavam, ainda no século XIX,

muito a desejar, pois comia-se com as mãos. “Por essa época, visitando Salvador,

Lindley observou que era 'costume do país comer com as mãos, mesmo que os

convidados fossem finos'” (ALGRANTI,1997, p.122).

Porém alguns hábitos devem ser destacados, como o de lavar as mãos

antes das refeições e lavar os pés antes de dormir. Os banhos quentes eram

também recomendados para curar resfriados. “Desde o século XVIII haviam

recomendações que deveriam fazer parte da higiene cotidiana, como o de lavar as

mãos e o rosto com água fria pela manhã e de espreguiçar-se, além de pentear o

cabelo e limpar os dentes, isso serviria para fazer o corpo funcionar bem e para não

estragar os dentes e nem o hálito.” (PRIORE, 1997, p. 304)

Para ilustrar uma cena do cotidiano na hora das refeições, temos a imagem

seguinte. Vamos fazer a análise da mesma:

Fonte 1

http://commons.wikimedia.org/

Disponível em:

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=13&evento=1 Acessado em 07/10/2013.Atividades:

Descreva a cena representada na imagem (fonte 1).

Descreva o que você vê e pode estar relacionados com o que já se estudou sobre

hábitos de higiene.

Descobrindo a História através da conversa:

1 - Será que alguns dos hábitos descritos no texto, ou construções como as citadas,

estão presentes ainda hoje? Converse com seus familiares e tente descobrir como

eram as construções no passado e como eram os hábitos de higiene a algumas

décadas atrás? Escreva sobre essa conversa e o que mais lhe chamou a atenção,

assim como o motivo disso.

Descobrindo a História através da pesquisa:

2 - Como seriam os modos à mesa, aqui no Brasil, já que era normal comer com as

mão? Temos que descobrir não é mesmo? Então vamos pesquisar para saber.

Depois anotamos no caderno para poder apresentar aos colegas.

Aula 22

Professor:

Nesta aula convém fazer uma análise da situação da Europa, levando em

consideração a Revolução Francesa e as consequências desta para Portugal e

Brasil. Você poderá fazer esse trabalho inicial com os recursos que possuir e da

forma que melhor preferir.

A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL

No século XIX, um acontecimento inusitado, trouxe profundas mudanças

para a população que vivia no Brasil: a chegada da Corte Portuguesa e da Família

Real no Rio de Janeiro em 1808. Ao desembarcar, as mulheres portuguesas já

traziam sinais dos hábitos nada higiênicos, que lhes causara sofrimento durante a

viagem nos navios que os transportaram de Portugal até sua colônia na América.

Seus cabelos foram raspados pela infestação de piolhos durante a viagem e por isso

foram obrigadas a desembarcar usando turbantes na cabeça.

Agora vamos pesquisar:

No século XIX a Corte Portuguesa e a Família Real vieram para o Brasil. Você sabe

explicar o motivo de terem deixado Portugal, assim como estarem abrindo mão do

luxo e do conforto que tinham lá? Será que eles gostavam muito do Brasil e queriam

viver aqui?

Faça uma pesquisa para descobrir o que levou a Corte a mudar para o Brasil. Qual

foi o principal motivo?

Aula 23

Professor:

Nesta aula serão apresentados três vídeos aos alunos e sua interferência nos

momentos de maior destaque é fundamental para melhor assimilação por parte dos

alunos, a respeito do tema estudado.

Para complementar sua pesquisa e o que foi visto no texto, vamos assistir a trechos

dos vídeos que foram baseados no livro Dom João Carioca e a corte no Brasil de

Lilia Moritz Schwarcz:

Vídeo 1 “Nos tempos de Bonaparte”

Duração de aproximadamente 5 minutos e ilustra as ordens de Napoleão Bonaparte

a D. João para que rompam as relações com a Inglaterra.

Disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=vMCGkrGB9E4&feature=share&list=PL401CB23CF025E581

Vídeo 2 “Ir ou não ir, eis a questão”

Duração de aproximadamente 5 minutos e ilustra a saída de Portugal e os navios

escoltados pela frota inglesa.

Disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=w-BLqvhYPGk&feature=share&list=PL401CB23CF025E581

Vídeo 3 “Homens ao mar”

Duração de aproximadamente 4 minutos e trata da viagem pelo mar e os problemas

que tiveram pela falta de higiene, como a infestação de piolhos. A chegada na Bahia

e depois ao Rio de Janeiro.

Disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=QvWSE-sF-w4&feature=share&list=PL401CB23CF025E581Todos os vídeos dessa aula foram acessados em 24/09/2013

Aula 24

Professor:

Nas aulas 24, 25 e 26, será apresentado para a turma, um dos personagens mais

interessante da História do Brasil e a sua tão polêmica esposa. Sugere-se comentar

sobre as características deste monarca e dos arranjos matrimoniais que eram

normais na época, além de falar de sua contribuição para a História do Brasil, não

esquecendo de comentar sobre a Biblioteca Nacional.

DOM JOÃO, O PRÍNCIPE NO BRASIL:

A figura que mais se destaca, entre todos os que vieram de Portugal,

certamente era a de Dom João, pois tinha costumes um tanto bizarros, por exemplo,

não tomava banho e também não gostava de trocar de roupa, usava-as até

apodrecerem no corpo, quando estas rasgavam, seus criados as costuravam

enquanto ele dormia, vestido nelas é claro. Banho, dizem que Dom João tomou dois,

durante a vida toda. Andava com as mãos gordurosas e mesmo assim as pessoas

faziam filas para as beijarem, numa cerimônia chamada de “beija mãos,” onde

aproveitavam para pedir e também bajular o príncipe.

[…] um príncipe com poderes de rei, príncipe aburguesado, porcalhão, os gestos moles, os dedos quase sempre melados de molho de galinha, mas trazendo consigo a coroa; trazendo a rainha, a corte, fidalgos para lhe beijarem a mão gordurosa mas prudente […] (FREYRE, 2004, p.105).

Como Gilberto Freyre diz, Dom João era um homem muito prudente, pois

mesmo com a fama de medroso, conseguiu enganar Napoleão Bonaparte e fugir de

Portugal em segurança. Foi ele também que transformou o Brasil em reino, não

sendo mais, apenas uma colônia de Portugal, assim como deixou uma herança

cultural muito grande, com a fundação da Biblioteca Nacional e trazendo milhares de

livros para cá. Foi também responsável por muitas outras coisas importantes para a

melhoria do Brasil na época.

Um artista francês, que esteve no Brasil, no século XIX, chamado Jean

Baptiste Debret, entre muitas obras, pintou o retrato de Dom João e de sua esposa

Carlota Joaquina. A imagem parece de um casal que vivia em harmonia. Na verdade

a história nos diz o contrário. Vamos ver e analisar a imagem:

Fonte: http://pt.wikipedia.org/ Disponível em:http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=972&evento=5 Acessado em 29/09/2013.

Texto complementar:

A higiene do rei

“O gosto pela higiene também não era muito forte no monarca. Não havia

memória, nem em Lisboa nem no Rio de Janeiro, de d. João ter tomado um banho

de corpo inteiro. No Brasil, apenas quando um carrapato mordeu sua perna,

infeccionando-a, aderiu aos banhos de mar, tidos como medicinais. Vestia-se com

desmazelo. Suas roupas, sempre gastas, com grandes nódoas de gordura, eram

usadas até caírem de podres. Os criados aproveitavam as suas longas sestas para

remendá-las sobre o próprio corpo do monarca. Era extremamente glutão, e a lenda

dos franguinhos que passou à história pitoresca foi registrada por vários viajantes.

Trazia-os sempre nos bolsos do casaco, comia-os com frequência mesmo entre as

refeições, e eram especialmente preparados para ele por um cozinheiro francês, já

sem os ossos, para facilitar-lhe o trabalho.” (LUSTOSA, 2006, p. 32-33)

Para saber um pouco mais sobre esse personagem da história do Brasil,

vamos assistir mais alguns trechos de vídeos sobre o tema. Estes também são

baseados no livro Dom João carioca e a Corte no Brasil de Lilia Moritz Schwarcz:

Vídeo 4 “Venha cá, meu rei”

Duração de aproximadamente 5 minutos e trata sobre a Família Real na Bahia e os

pedidos desse povo. A abertura dos portos e autorização de fabricas e escola de

medicina, etc.

Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=2N5wBvpgyXE&feature=share&list=PL401CB23CF025E581

Vídeo 5 “Olha a Corte aí, gente”

Duração de aproximadamente 5 minutos e conta sobre a Corte no Rio de Janeiro, o

problema de habitação para milhares de recém-chegados e a esperança do povo.

Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=VaHrSAFBf1U&feature=share&list=PL401CB23CF025E581

Vídeo 6 “Uma Corte brasileira com certeza”

Duração de aproximadamente 5 minutos e mostra a cerimônia do Beija mãos, os

pedidos ao rei e as reclamações por conta dos problemas de moradia e dificuldade

de adaptação dos portugueses ao calor do Rio de Janeiro.

Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=8RrCMbOZTsA&feature=share&list=PL401CB23CF025E581Todos os vídeos dessa aula foram acessados em 24/09/2013.

Aula 25

Atividade de pesquisa biográfica:

Que tal saber um pouco mais sobre a vida de Dom João VI, pesquisando na

internet, em livros ou revistas que falem sobre ele. A pesquisa pode ser realizada em

dupla, mas todos os alunos devem escrever em seu caderno o que foi pesquisado

sobre esse rei.

Aula 26

CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL

Dom João VI, assim como sua esposa, eram um casal muito polêmico entre

os historiadores, pois alguns dizem que o rei era medroso, preguiçoso, entre outros

adjetivos e outros ainda dizem que ele era muito astuto, pois foi o único rei que

enganou Napoleão Bonaparte.

Assim como seu marido, a princesa Carlota Joaquina, também é a causa de

grandes debates entre pesquisadores, pois para muitos ela era uma mulher

ambiciosa, feia, infiel e foi capaz de tramar contra seu marido, para outros ele foi

uma mulher muito conservadora.

No filme, Carlota Joaquina – princesa do Brasil, de Carla Camurati, tanto

Dom João, como Carlota Joaquina, são muito criticados. Vamos assistir alguns

trechos do filme, depois faremos uma análise destes, relacionando-os com a

historiografia.

Carlota Joaquina, Princesa do Brazil - Família real portuguesa

O filme retrata a vida de Carlota Joaquina, a infanta espanhola que conheceu o

príncipe de Portugal com apenas dez anos, decepcionando-se com o futuro marido.

Sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo poder e se sentiu

tremendamente contrariada quando a corte portuguesa veio para o Brasil, tendo

uma grande sensação de alívio quando foi embora.

(Carlota Joaquina, Princesa do Brazil), Comédia, Brasil, 1995, 100 min., COR.

Direção: Carla Camurati.

Vídeo 1 – Neste trecho de aproximadamente 6 minutos, D. João é aconselhado pela

Inglaterra a transferir a corte portuguesa para a Colônia Brasil.

Disponível em:

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17283# Acesso em 25/09/2013

Vídeo 2 - Neste trecho de aproximadamente 8 minutos, a diretora narra os eventos

relacionados à fuga da família real portuguesa para o Brasil e sua chegada em solo

brasileiro.

Disponível em:

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17284 Acesso em 25/09/2013

AULA 27

Professor:

O vídeo 3 não está disponível no site do dia a dia, portanto, se você não possui o

filme Carlota Joaquina – Princesa do Brasil, tem que procurar baixá-lo ou alugar o

mesmo para usá-lo na aula.

Vídeo 3 – Seleção de cenas que aparecem D. João e a sua Corte em banquetes ou

momentos de reuniões, onde dom João está sempre com pedaços de frango nas

mãos e com as roupas sujas, assim como a cena em que um súdito costura as

roupas de D. João enquanto ele dorme e também quando ele pede para parar a

carruagem em que está, para obrar (fazer cocô) e após terminar, pede comida.

Estas cenas estão em vários momentos do filme: Aos 36-38m, 45-47m, 51-59m,

1h.02m-1h.4m e 1h.15m, aproximadamente.

Vídeo 4 – Nesse trecho, de aproximadamente 2 minutos, D. João VI conversa com

seu filho D. Pedro sobre a possibilidade de proclamar a Independência do Brasil.

Disponível em:

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17285 Acesso em 25/09/2013

Trabalho sobre o filme:

As cenas assistidas, mostram de forma bem humorada, os hábitos de dom João e

da nobreza que o acompanhava. Tendo como base as cenas assistidas, faça uma

descrição, do que você percebeu e que é diferente do que imaginava, sobre o rei e

sobre as pessoas da nobreza, daquela época. O que mais lhe chamou a atenção?

Por quê? Anote em seu caderno. Após será feita apresentação e as considerações

da professora sobre essas cenas.

Aula 28

Professor:

Nas aulas 28, 29 e 30, será tratado sobre as mudanças ocorridas no Brasil com a

vinda da Corte e sobre o trabalho dos médicos que vieram para cá com o objetivo de

combater as epidemias, que na maioria das vezes existiam por falta de higiene.

Mostrar que os médicos não tiveram logo nos primeiros tempos, a confiança das

famílias, que preferiam confiar na medicina popular do que na ciência, fazendo

analogia com o que ocorre ainda hoje nesta área.

AS TRANSFORMAÇÕES NO BRASIL:

Após a chegada da Corte, o Brasil passou por transformações,

principalmente a cidade do Rio de Janeiro deveria ser modernizada, ela seria a sede

do governo português, mas os problemas sanitários eram graves e os médicos não

eram bem aceitos pela população em geral, que confiavam mais nos saberes

populares, das benzedeiras ou curandeiros e nas sangrias praticadas pelos

barbeiros.

Os médicos tiveram de fazer um trabalho junto as famílias para combater a

falta de higiene, causadora de várias doenças. E para ganharem a confiança das

famílias “O que a higiene precisava desenvolver, de fato o fez, era a ideia de que os

pais erravam por ignorância. (…) no fundo eles desejavam para os filhos aquilo que

a higiene previa como correto e bom”. (COSTA, 2004, P.70-71).

Atividades:

Em dupla, pesquise sobre as transformações, ocorridas no Brasil, principalmente no

Rio de Janeiro, com a vinda de Dom João para cá.

Discuta com seu colega de dupla sobre a importância dessas transformações para o

Brasil e a sua independência. Anote no caderno suas conclusões.

A respeito da medicina, como você vê o trabalho dos médicos? Você considera

importante a medicina preventiva? Justifique.

Trabalho em grupo:

Discuta com seus colegas de grupo sobre o tema estudado, analisando as seguintes

questões:

Hoje em dia, com todos os avanços na medicina, ainda existem benzedeiras,

curandeiros ou pessoas que de alguma forma fazem o trabalho que caberia a

profissionais da área da medicina. Por que as pessoas doentes procuram a cura

através de outros meios, que não a medicina tradicional e esperam serem curadas

com ervas ou orações ao invés de fazer um tratamento comprovado cientificamente?

Anotem suas conclusões no caderno e apresentem para a turma.

Aula 29

OS PROBLEMAS SANITÁRIOS

Os médicos higienistas, não tiveram o seu trabalho facilitado pela população,

no entanto não teriam de qualquer forma, pois a falta de rede de esgotos, que só

começaram a ser construídas depois de 1860 e isso fazia com que as cidades,

principalmente o Rio de Janeiro, que era a mais modernizada nesta época, tivesse

uma infestação muito grande de mosquitos, não somente isso, mas cupins, mofos,

insetos, calor, falta de higiene, tudo contribuía para a infestação de epidemias.

Segundo Gilberto Freyre, a disponibilidade dos “tigres” para dar fim aos dejetos

humanos, fez tardar a construção de rede de esgotos.

Além da falta de higiene, as famílias davam mais confiança a cura alcançada

por outras formas, como por exemplo, o culto a certos santos que tinham poder de

curar doenças específicas e também remédios feitos até mesmo de excrementos.

Pratica herdada da medicina popular europeia.

“Sergio Buarque de Holanda estudou outras práticas médicas populares,

recorrentes na Colônia e no Império. […] Na Regência ainda se fazia um unguento,

supostamente útil para prevenir a queda dos cabelos, com a gordura do corpo dos

escravos e outros indivíduos enforcados em sentença criminal.” (ALENCASTRO,

2007, p. 76)

Nos anos de 1830-2 ocorreu uma pandemia mundial de cólera, atingindo as

regiões tropicais, assim como Europa e regiões norte-americanas. Os problemas

sanitários eram muitos, a cólera poderia trazer muitos prejuízos aos senhores se

eles perdessem muitos escravos, uma solução seria calçá-los, mas se eles usassem

sapatos, como poderiam se diferenciar dos livres e libertos? A ideia era de que eles

os usassem somente enquanto durasse o surto de cólera.

Atividade de pesquisa:

Em grupo, conforme a orientação da professora, pesquise sobre as epidemias

causadas pelos problemas sanitários no Brasil logo após sua independência. O que

eram esses problemas sanitários e quais as classes sociais que essas doenças

atingiam. Anote em seu caderno.

Aula 30

Em grupo, conforme a orientação da professora, pesquise sobre as epidemias

causadas pelos problemas sanitários no Brasil atualmente e tente descobrir quais

classes sociais ela atinge.

Aula 31

Professor:

Nestas aulas finais o projeto será concluído por parte dos alunos e professor.

Atividade:

Apresentem para a turma suas conclusões sobre a importância da vinda da família

Real para o Brasil, sua modernização e a independência do mesmo.

Aula 32

Encerramento do projeto com uma exposição oral, fazendo um apanhado geral

sobre o tema estudado e levantando junto aos alunos, sua mudança de ponto de

vista com relação a História.

AVALIAÇÃO:

A avaliação será feita, com a participação dos alunos em todas as atividades

propostas para o desenvolvimento do trabalho. Será levado em consideração seu

trabalho individual, também sua participação nas atividades em dupla ou grupo, bem

como a participação nos debates e apresentações, enfim, o educando será avaliado

em todas as etapas e com todas as formas de participação.

Segundo as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná:

A fim de que as decisões tomadas na avaliação diagnóstica sejam implementadas na continuidade do processo pedagógico, faz-se necessário o diálogo acerca de questões relativas aos critérios e à função da avaliação, seja de forma individual ou coletiva. Assim, o aprendizado e a avaliação poderão ser compreendidos como fenômeno compartilhado, contínuo, processual e diversificado, o que propicia uma análise crítica das práticas que podem ser retomadas e reorganizadas pelo professor e pelos alunos. (Paraná, 2008, p. 79)

Assim como propõe as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná, é

necessário avaliar o aluno, segundo suas potencialidades e de diversas maneiras,

pois isso dará oportunidade para que o aluno mostre suas habilidades e ao

professor a oportunidade de retomar e reorganizar sua prática pedagógica, se

necessário.

REFERÊNCIAS:

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LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2000.

LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I: Um Herói sem nenhum caráter. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

PARANÁ, SEED. Diretrizes Curriculares Estaduais do estado do Paraná/História.2008.

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http://diaadiaeducacao.pr.gov.br

http://www.ibge.gov.br

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