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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014

Título: O ENSINO DA LÍNGUA DE SINAIS PARA PROFESSORES/AS DO ENSINO FUNDAMENTAL FASE II E MÉDIO

Autor: MARIA GRACIA DA SILVA

Disciplina/Área: EDUCAÇÃO ESPECIAL

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Monteiro Lobato

Município da escola: Umuarama Pr

Núcleo Regional de Educação: Umuarama-Pr

Professor Orientador: Teresa Kazuko Teruya

Instituição de Ensino Superior: UEM- Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar: O Ensino da língua de Sinais LIBRAS para professores do Colégio Monteiro Lobato

Resumo:

Nas últimas décadas, em função das novas demandas por uma sociedade multicultural e aliadas aos avanços das tecnologias, a educação têm se voltado na busca de alternativas pedagógicas, menos discriminativas e inclusivas. Nessa perspectiva, esta produção didática- pedagógica pretende auxiliar professores/as por meio de curso Básico de LIBRAS destinado aos professores/as do ensino Fundamental II e Médio do Colégio estadual Monteiro Lobato da cidade de Umuarama – PR, para conhecer o básico da Língua de Sinais com a finalidade possibilitar uma comunicação com seus alunos/as surdos inclusos nessa escola. A falta de conhecimento desses professores/as regentes de sala, sobre a cultura e a linguagem, “LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais”, dificultam o aprendizado de alunos/as com surdez, criando assim uma lacuna no processo de aprendizagem, as quais têm contribuído diretamente para o insucesso desses/as alunos/as inseridos/as na escola. O fato é que a maioria dos/as professores/as desconhece essa linguagem. Por isso, pretendemos, com esse material didático Pedagógico, oferecer aos/às professores/as deste estabelecimento de ensino um curso intiulado: LIBRAS Técnicas Básicas para que os educadores conheçam a comunicação básica da comunidade surda. Dessa forma, esperamos contribuir para diminuir as dificuldades no processo de ensino e aprendizagem no âmbito da Educação Inclusiva.

Palavras-chave: Surdez, Educação Inclusiva, LIBRAS, Língua de Sinais.

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público:

Professores e professoras do ensino fundamental II e Médio do Colégio estadual Monteiro Lobato da cidade de Umuarama

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INTRODUÇÃO

Atualmente a educação de surdos é um assunto inquietante, por causa das

dificuldades de comunicação e das limitações na formação docente. Nos últimos

tempos, em função das novas demandas por uma sociedade multicultural e dos

avanços tecnológicos de informação e comunicação, o sistema educacional tem

procurado alternativas pedagógicas, menos discriminativas e inclusivas, já que toda

a criança, portadora de necessidades especiais, em especial com surdez, tem direito

a educação no ensino regular.

Nessa perspectiva, este material didático pedagógico pretende oferecer

aos/às professores/as do Ensino Fundamental II e Médio do Colégio Estadual

Monteiro Lobato da Cidade de Umuarama – PR, um curso Básico de LIBRAS. O

conteúdo prático e teórico oferecerá aos/às educadores/as uma noção básica para

para que possam se comunicar a comunidade surda. A formação de profissionais da

educação e a mediação pedagógica possibilitam a inserção do sujeito com surdez

nos diversos contextos, entretanto a maioria dos/as professores/as desconhece a

Língua de Sinal (LIBRAS), dificultando a aprendizagem dos/as alunos/as surdos/as.

A Inclusão no sistema escolar e na sociedade é uma preocupação de

profissionais que direta ou indiretamente trabalham com pessoas portadoras de

necessidades especiais. Percebemos que a educação é um processo em constante

transformação, não para no tempo porque é dinâmico, necessitando de um novo

olhar. Para que uma escola seja realmente inclusiva é necessária à participação

consciente e responsável de todos os envolvidos nela: gestores/as, professores/as,

familiares e membros da comunidade na qual cada aluno/a está inserido.

Com isso viabilizar um redirecionamento do aprendizado, de forma mais

rápida, através de transformações significativas, já que a inclusão significa uma

mudança tanto na escola, quanto na formação profissional dos educadores e não no

aluno/a com surdez, Portanto uma escola inclusiva é aquela que oferece uma

qualidade de ensino há todos seus alunos, reconhecendo, respeitando a diversidade

e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para assimilarmos o cenário que abrange as pessoas com surdez temos que

compreender a trajetória histórica na educação de surdos para interpretarmos as

tendências atualmente adotadas. Segundo Monteiro “[...] em décadas passadas,

existiam famílias ouvintes que escondiam os filhos surdos pela vergonha de ter

concebido uma criança fora dos padrões considerados normais; e por isso os surdos

quase não saíam de casa ou sempre ficavam acompanhados dos pais. A

comunicação dos/as pais/mães com os/as filhos/as surdos/as era complexa, pois

esses/as não sabiam a Língua de Sinais e também não a aceitavam; achavam que

era feio fazer gesto ou mímica como forma de comunicação com sua criança e,

consequentemente, não aceitavam a língua de sinais como a primeira língua dos

surdos.”

Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os

surdos não fossem educáveis, ou que fossem imbecis. Os poucos textos

encontrados referem-se prioritariamente a relatos de curas milagrosas ou

inexplicáveis (MOORES 1978). Entretanto, segundo Pereira 2000, o surdo voltaria a

ser humano a partir do momento em que aprendesse a falar, pois era a única forma

de adquirir as noções gerais e abstratas que lhe faltavam para se relacionar com

outros na sociedade.

O início do trabalho com Sinais como elemento prioritário da educação do

surdo ocorreu com Charles Michel de l’Epée (1712-1789), professor de duas irmãs

surdas, experiência que lhe possibilitou inaugurar a primeira escola pública para

surdos no mundo, o Instituto Nacional para Surdos-mudos em Paris. Seu grande

mérito foi ter “reconhecido que os surdos possuíam uma língua que servia para

propósitos comunicativos” (MOURA et al., 1997:330).

Em 1856, chegou ao Brasil o professor Ernest Huet, surdo francês que trouxe

o alfabeto manual francês e alguns sinais para o Brasil. Os/as surdos/as

brasileiros/as, que deviam usar algum sistema de sinais próprio, em contato com a

Língua de Sinais Francesa (LSF), produziram a Língua de Sinais Brasileira. No ano

seguinte, no dia 26 de setembro de 1857, foi fundado o Instituto dos Surdos-Mudos

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do Rio de Janeiro, e denominado o atual Instituto Nacional de Educação de Surdos.

(MONTEIRO, 2006)

A partir do ano de 2002 a língua brasileira de sinais foi oficialmente

reconhecida e aceita como segunda língua oficial brasileira, através da Lei 10.436,

de 24 de abril de 2002: “O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei”:

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados; Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Entretanto a partir do século XXI começou e fez a LIBRAS realmente avançar

de forma mais rápida, através do Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005 a

língua brasileira de sinais foi regulamentada como disciplina curricular: “O

PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,

inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de

abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000,

DECRETA”:

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Somente a partir do ano de 2010 foi regulamentada a profissão de

Tradutor/Interprete de LIBRAS, sinalizando uma grande conquista para essa

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comunidade especifica. Ressalta que o interprete precisa se restringir ao seu papel

cuidadosamente para não exercer o papel do/a professor/a.

[...] a intérprete ocupa o lugar de professor, uma vez que a sua presença e sua atuação, mediando, negociando, etc [para ele] é suficiente. Há um respeito pela professora ouvinte, porém, estes papéis [professora ouvinte e intérprete] se sobrepõem, podendo, às vezes, não ser tão simples para o aluno perceber qual realmente é o papel de cada um. (SOARES 2002, p.92)

Quando não é estabelecida uma linguagem adequada em um ambiente

pedagógico ocorre um desentendimento conceitual, na presença de um interprete

dentro da sala de aula. Mesmo que haja um amplo conhecimento da língua de

sinais, acaba traduzindo ideias que às vezes se difere da desejada pelo professor

regente em sala de aula, pois a LIBRAS é constituída de um conjunto de sinais

reduzidos em detrimento a outras linguagens.

A maioria dos professores do ensino regular não possui uma formação que

assimila o preparo para atuar com as diferenças dos/as alunos/as surdos.

Geralmente detecta-se uma completa ausência de abordagens pedagógicas do

tema educacional entre eles. Entretanto Goffredo (1999) afirma que, no contexto

educacional o/a professor/a é um dos elementos primordiais para garantir um

adequado funcionamento, assim, cabe a ele estar em constante atualização e

formação, inclusive em relação ao processo inclusivo. Somente assim será possível

a identificação e o atendimento aos surdos e então mediar o aprendizado com os

mesmos.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:

O processo de inclusão de crianças com necessidades especiais, ainda hoje,

existe grande resistência, tanto nas escolas, quanto na sociedade, no que diz

respeito à aceitação dos direitos educacionais desses/as alunos/as com surdez. A

educação especial como modalidade da educação escolar, está definida em uma

proposta pedagógica que assegura um conjunto de recursos, entre outros a

necessidade de um tradutor ou intérprete constantemente em sala de aula.

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Dessa forma, possibilitaria que eles/as acompanhariam as aulas sem perder

nenhuma informação acerca de conhecimento cientifico. Lembramos que o ingresso

e a permanência nas escolas do ensino regular é direito de todo cidadão para de

que possam participar e contribuir para uma vida em sociedade discursiva. Neste

sentido, nosso objetivo é trabalhar com os professores do Ensino Fundamental Fase

II e Médio do ano de 2015, por meio de uma oficina com o tema: Curso Básico de

Libras, partindo dos sinais básicos, para que os professores desse estabelecimento

de ensino possam ter uma comunicação básica com seus alunos surdos. Será

fundamental a importância para a vida profissional desses/as professores/as, que

atuam nessa escola conhecer um pouco da cultura surda e sua linguagem de sinal.

Com um conhecimento prévio, o início de uma capacitação, para que

futuramente saibam como melhor acolher este/a aluno/a com necessidade especial,

surdez, bem como garantir a ele o acesso, a permanência e a promoção na vida

escolar. Para o desenvolvimento deste trabalho serão utilizados alguns recursos

didáticos junto aos educadores do Colégio Estadual Monteiro Lobato da Cidade de

Umuarama - PR.

UNIDADE I – ESTRUTURA BÁSICA DA LÍNGUA DE SINAIS

Objetivos da unidade

Conhecer a cultura e a comunidade surda;

Reconhecer as configurações de mãos utilizadas para a datilologia e

sinais;

Conhecer o sistema de transcrição para a LIBRAS;

Conhecer e identificar o alfabeto manual.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO DA UNIDADE

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Ainda há uma crença de que as línguas de sinais são apenas um conjunto de

gestos que interpretam as línguas orais. As pesquisas sobre as línguas de sinais

demonstram que estas línguas são comparáveis em complexidade a qualquer língua

oral. Estas línguas expressam ideias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários

podem discutir filosofia, literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda e

utilizá-las com função estética para fazer poesias, contar estórias, criar peças de

teatro e humor.

Como todas as línguas, as línguas de sinais aumentam seus vocabulários

com novos sinais introduzidos pelas comunidades surdas em resposta às mudanças

culturais e tecnológicas. Assim a cada necessidade surge um novo sinal e, desde

que se torne aceito, será utilizado pela comunidade.

Acredita-se que existe somente uma língua de sinais no mundo, mas, assim

como as pessoas ouvintes em países diferentes falam diferentes línguas, as

pessoas surdas por toda parte do mundo, inseridas em “Culturas Surdas”, possuem

suas próprias línguas, existindo, portanto, muitas línguas de sinais diferentes.

Embora cada língua tenha sua própria estrutura gramatical, surdos de países

com língua de sinais diferentes comunicam-se com mais facilidade uns com os

outros, fato que não ocorre entre falantes de línguas orais, que necessitam de um

tempo maior para um entendimento. Isso se deve à capacidade que as pessoas

surdas têm em desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas para a comunicação e

estarem atentos às expressões faciais e corporais das pessoas e devido ao fato

dessas línguas terem muitos sinais que se assemelham às coisas representadas

(SILVA, 2007)

A LIBRAS é considerado o português feito com as mãos, pois os sinais

substituem as palavras desta língua, e que ela é uma linguagem como a linguagem

das abelhas ou do corpo, como mímica. Entre as pessoas que acreditam que a

LIBRAS é realmente uma língua, há também as que pensam ser limitada,

expressando apenas informações concretas, portanto, incapaz de transmitir ideias

abstratas.

Esses mitos precisam ser desfeitos, porque a LIBRAS, como toda língua de

sinais, é uma língua de modalidade gestual-visual que utiliza, como canal ou meio

de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela

visão.

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Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com

um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma

parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que

podem ser comparadas aos fonemas e, às vezes aos morfemas são chamadas de

parâmetros. Nas línguas de sinais, podem ser encontrados os seguintes parâmetros:

a) Configuração de mão (CM);

b) Ponto de articulação (PA);

c) Movimento (M).

Velh@1

Figura1

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Configuração de mãos: são formas das mãos, que podem ser da datilologia

(Alfabeto Mundial) ou outras formas feitas pelas duas mãos. Os sinais APRENDER,

LARANJA E ADORAR têm a mesma configuração de mão e são realizados na testa,

na boca, no peito, no lado esquerdo, respectivamente.

1 O @ indica masculino e feminino para transcrever a lingua de sinais para o português

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TELEFON@ BRANC@

CM [ Y ] CM [ B ]

VEADO ONTEM

CM [ 5 ] CM [ L ]

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Ponto de Articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada,

podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical

(do meio do corpo até a cabeça) e horizontal (à frente do emissor). Os sinais

TRABALHAR, BRINCAR, CONSERTAR são feitos no espaço neutro e os sinais

ESQUECER, APRENDER E PENSAR são realizados na testa.

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LARANJA APRENDER

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Movimento: os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados

acima têm movimento, com exceção de PENSAR que, como os sinais AJOELHAR e

EM-PÉ, não tem movimento.

GALINHA HOMEM

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Orientação/direcionalidade: os sinais têm uma direção com relação aos

parâmetros acima. Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação à

direcionalidade, como os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e APAGAR,

FECHAR-PORTA.

a) Unidirecional: movimento em uma direção no espaço, durante a

realização de um sinal. EX. PROIBID@, SENTAR, MANDAR;

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b) Bidirecional: movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em duas

direções diferentes. EX. PRONT@, JULGAMENTO, GRANDE COMPRID@,

DISCUTIR, EMPREGAD@, PRIM@, TRABALHAR, BRINCAR;

c) Multidirecional: movimento que exploram várias direções no espaço,

durante a realização de um sinal. EX. INCOMODAR, PESQUISAR.

Expressão facial e/ou corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros

mencionados acima, em sua configuração, têm como traço diferenciador também a

expressão facial e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais feitos

somente com a bochecha como LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais feitos com a mão e

expressão facial, como o sinal Bala, e há ainda sinais em que sons e expressões

faciais complementam os traços manuais, como os sinais HELICÓPTERO e MOTO.

Sistema de Transcrição para LIBRAS

As Línguas de sinais têm características próprias. Existem sistemas de

convenções para escrevê-las, mas como geralmente eles exigem um período de

estudo para serem aprendidos, nestas unidades de estudo estaremos utilizando um

“Sistema de notação em palavras”.

Este sistema, que vem sendo adotado por pesquisadores de línguas de sinais

em outros países e aqui no Brasil, tem este nome porque as palavras de uma língua

oral-auditiva são utilizadas para representar aproximadamente os sinais.

Assim, a LIBRAS será representada a partir das seguintes convenções:

a) Os sinais da LIBRAS, para efeito de simplificação, serão representados

por itens lexicais da Língua Portuguesa (LP) em letras maiúsculas. Ex. CASA,

ESTUDAR, CRIANÇA;

b) Um sinal que é traduzido por uma ou mais palavras em língua oral-

escrita será representada pelas palavras correspondentes, porém separadas

por hífem. Ex. TER-NÃO, BEIJA-FLOR, GUARDA-CHUVA, LEMBRAR-NÃO,

DIAS-DA-SEMANA;

c) Um sinal composto, formado por dois ou mais sinais, que será

representado por duas ou mais palavras, mas com a idéias de uma única

coisa, serão separados pelo símbolo^. Ex. CAVALO^LISTRA = ZEBRA

d) A datilologia (alfabeto manual), que é usada para expressar nome de

pessoas, de localidade e outras palavras que não possuem um sinal, está

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representada pela palavra separada, letra por letra, por hífen. Ex. J-O-Ã-O, A-

N-E-S-T-E-S-I-A;

e) O sinal soletrado, ou seja, uma palavra da língua portuguesa que, por

empréstimo, passou a pertencer à LIBRAS por ser expressa pelo alfabeto

manual com uma incorporação de movimento própria desta língua, está

sendo representado pela soletração ou parte da soletração do sinal em itálico.

Ex. R- S “reais”, A-C-H-O, QUM “quem”, N-U-N-C-A

f) Na LIBRAS não há desinência para gênero (masculino e feminino). O

sinal, representado por palavras da língua portuguesa que possuem marcas de

gênero, está terminado com símbolo @ para reforçar a ideia e não haver

confusão. Ex. AMIG@ “amigo ou amiga”, FRI@ “frio ou fria, MUIT@ “muito ou

muita”, TOD@ “toda ou todo, EL@ “ela ou ele”, ME@ “minha ou meu. (FELIPE

2001, p.38 LIBRAS em contexto – Curso Básico. Livro do Professor.FENEIS.

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Agora vamos conhecer o alfabeto manual ou datilológico

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

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Números

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Pré Requisitos para Compreensão da Unidade

Para que alcance um nível aceitável em se desempenho comunicativo,

precisará ter o desejo e oportunidade de se comunicar em LIBRAS, por isso as

orientações metodológicas abaixo servirão dos seguintes princípios gerais que

nortearão o ensino aprendizagem desta língua:

Evite falar durante as aulas;

Use a escrita ou expressões corporais para se expressar;

Não tenha receio de errar;

Desperte a atenção e memória visual;

Sempre fixe o olhar na face do emissor da mensagem;

Atente-se para tudo que está acontecendo durante a aula;

Demonstre envolvimento pelo que está sendo apresentado;

Comunique-se com seus colegas de classe em LIBRAS, mesmo em

horário extra classe ou em outros contexto;

Envolva-se com as comunidades surdas;

Treine em frente ao espelho;

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Utilizando DVD

Educação de Surdos/Curso Básico de LIBRAS/ INES – Instituto Nacional de

Educação dos Surdos/Secretaria de Educação Especial / Ministério da Educação/vol

06

Estrutura gramatical da LIBRAS

Conhecendo e aprofundando a Língua Brasileira de Sinais

Este vídeo foi realizado pelo INES Instituto Nacional de Surdos, Pela

Secretaria de Educação Especial e Ministério da Educação do Governo Federal,

com o objetivo de esclarecer algumas dúvidas acerca da Língua Brasileira de Sinais

– LIBRAS, para aqueles que estão iniciando o seu aprendizado e almejam

aprofundar algumas questões sobre o tema.

Sobre esta perspectiva, o que se procura demonstrar é um pouco do que

encontramos no universo dos surdos, fundamentalmente no que concerne à sua

expressão linguística, seja intermédio das mãos, seja por meio da expressão facial

que como qualquer língua viva, mantém-se em um processo contínuo de evolução e

consequentemente de enriquecimento.

Pelas definições, ainda que simplificadas que foram apresentadas podemos

entender que tanto surdos como ouvintes fazem uso de sinais e gestos significativos

em sãs comunicações. Porém se conseguimos extrair do gesto humano uma

característica intrínseca, que nasce da natureza essencialmente comunicativa do

homem, observa-se que a utilização de uma língua de sinais em sua intenção de

transmitir mensagens vai bem mais adiante.

Com isso, cumpre ressaltar, ainda, que a proposta apresentada não tem o

objetivo de dar respostas definitivas às questões suscitadas, mas, pelo contrário,

visa contribuir com o debate e a pesquisa, incentivando novos registros acadêmicos

em nosso país a partir da temática abordada.

Veja e reveja o DVD quantas vezes forem necessárias para que possa

assimilar os conteúdos propostos.

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Atividade para Compreensão do Conteúdo

1) Marque com um X os sinais que têm a mesma configuração de mão e são

realizados na testa, na boca e no peito.

( ) Sorrir, amarelo, macã

( ) Aprender, laranja, adorar

( ) Cavalo, gostar, chuchu

2) Coloque no 1 (sinais simples) no 2 (sinais compostos)

( ) Conhecer

( ) Açougueiro

( ) Amigo

( ) Zebra

3) Marque com um X a afirmativa correta

( ) A LIBRAS é um código como o Braile

( ) A LIBRAS é uma forma reduzida do Português

( ) A LIBRAS é uma língua capaz de expressar qualquer idéia

( ) A LIBRAS é uma língua que incorpora muitas pantominas

4) A SOLETRAÇÃO do Alfabeto Manual é utilizada:

( ) No lugar de qualquer sinais

( ) Para especificar as marcas dos produtos, nomes de pessoas e lugares

( ) Como forma de libras artísticas

( ) Para comunicação de surdos e ouvintes

5) Responda SIM ou NÃO

a) As pessoas que ouvem podem fazer parte das Comunidades Surdas?

( ) Sim ( ) Não

b) Toda pessoa surda faz parte da Comunidade Surda?

( ) Sim ( ) Não

c) A maioria dos surdos são filhos de pais surdos

( ) Sim ( ) Não

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d) Surdo, Cego, Cadeirantes são denominações erradas e pejorativas?

( ) Sim ( ) Não

e) As pessoas ouvintes podem estar na Comunidade Surda sem dela fazer

parte?

( ) Sim ( ) Não

6) Marque com um X a alternativa correta

Além da palavra “SURDO” qual dos seguintes nomes é apropriado,

culturalmente para identificar as pessoas surdas?

( ) Surdo-Mudo

( ) Deficiente Auditivo

( ) Ambos os nomes anteriores

( ) Nenhuma das alternativas

Justifique sua escolha.

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7) Marque a Alternativa Correta

( ) As crianças surdas, para aprenderem a Língua de Sinais devem se

integrar nas escolas, juntamente com a criança ouvinte

( ) As crianças surdas para aprenderem a Língua de Sinais devem se

integrar nas escolas especiais, junto com outros/as alunos/as ouvintes e

portadores de necessidades especiais.

( ) As crianças surdas para aprenderem a Língua de Sinais devem se

integrar nas escolas de Surdos

Justifique sua escolha

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8) Responda

a) Por que a estrutura da Língua Portuguesa não é igual a estrutura da

LIBRAS?

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b) Quais são os papéis das expressões faciais nas Línguas de Sinais?

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c) As Línguas de Sinais são iguais em todos os países?

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UNIDADE II – SAUDAÇÃO

Figura 1: saudação

Fonte: .(LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

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Objetivos da unidade

Aprender e utilizar as saudações em Libras em contexto formal e

informal;

Utilizar adequadamente os pronomes pessoais, possessivos e

expressões interrogativas;

Utilizar adequadamente os advérbios de lugar e os pronomes

demonstrativos;

Reconhecer os numerais de 01 até 100 e a diferença da utilização para

quantidade;

Compreender pequenos diálogos e estórias em LIBRAS.

Situação 1: O encontro

(Surdos/as se encontram na rua e uns apresentam aos outros aqueles que

não se conhecem)

Quando uma pessoa aprende uma língua, aprende também os hábitos

culturais e os contextos aos quais certas expressões estão vinculadas. Diante de

situações, cerimoniais religiosos, casamentos, velórios, entre outros eventos, as

pessoas assumem comportamentos distintos e se comunicam de acordo com estas

situações. (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Para todas as situações há formas de expressões diferenciadas mais formais

e informais. Por exemplo: o cumprimento e saudações de duas pessoas que são

amigas são diferentes de pessoas que são apenas conhecidas e diferentes ainda de

pessoas que estão sendo apresentadas pela primeira vez. (LIBRAS em contexto:

Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Nesta unidade serão trabalhados contextos formais e informais, onde poderão

ser vistas expressões relacionadas a este contexto.

Geralmente, aqui no Brasil, quando as pessoas são apresentadas umas as

outras, elas dizem seus primeiros nomes, após os cumprimentos (aperto de mãos –

contexto formal, e/ou beijo (s) no rosto, contexto informal). No mudo dos surdos, a

pessoa, além de dizer o nome em datilologia, ela primeiro se apresenta pelo seu

sinal, que lhe foi dado pela comunidade a qual faz parte.

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O sinal pessoal é o nome próprio, o nome de batismo de uma pessoa que é

membro de uma comunidade surda. Este sinal geralmente pode:

a) Representar iconicamente uma característica da pessoa,

exemplificando, BIGODE LONG@; CABEL@ ENCARACOLAD@;

PINTA NA TESTA; OLH@ AMENDOAD@;

b) Representar a profissão de uma pessoa e uma característica:

PROFESSOR@ MAGR@;

c) Representar ou um número que a pessoa passou a ter na caderneta

de sua turma da escola, ou a primeira letra do nome da pessoa: 6

(Nelson); I (de Iraci).

O sinal pessoal pode ser, portanto, uma representação visual de uma

pessoa ou um atributo.

Situação 2: Entre amigos.

...............int..................

a) TUDO BO@? VIAJAR FÉRIAS VOCÊ?

................neg................

b) EU FIO CRUZ PRECISAR TRABALHAR.

.................int................

VOCÊ FERIAS VIAJAR BO@?

a) EU VIAJAR RECIFE, BO@! BONIT@ LÁ! CONHECER SURD@

MUIT@

(chega uma amiga de uma das pessoas que estavam conversando e,

após a apresentação, a primeira toma a palavra)

b) ME@ AMIG@ SILAS.

a) DESCULPAR EU PRESSA SAIR PRECISAR ESTUDAR DEPOIS

ME@ ENCONTRAR ME@ S-A-L-A 25 DEPOIS CONVERSAR VOCÊ.

CERTO.

b) ME@ MELHOR ENCONTRAR ME@ S-A-L-A No 28. AULA ACABAR 6

MELHOR ENCONTRAR ESQUINA LÁ CERTO.

a) APARECER EU CONHECER. ELE TRABALHAR FIO CRUZ?

b) FIO CRUZ CERTO!

a) AH!

b) VOCÊ S-A-L-A No?

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a) ME@ No 26.

b) AH! DESCULPAR EU ATRASAD@ AULA TCHAU!!!

a) TUDO BO@! TCHAU!!!’

Situação 3: Na recepção da escola

a) TUDO BO@

b) TUDO BO@! O QUE DESEJAR?

a) EU QUERER INSCRIÇÃO ENTRAR ESCOLA

b) HORÁRIO? SERIE?

a) EU 3a . SÉRIE 2o. GRAU. EU QUERER NOITE

b) PARECER NÃO- TER V-A-G-A. MELHOR EU TELEFONAR VOCÊ.

TER TEL T-D-D.

a) NÃO TER. AH! EU TER AMIG@ PERTO TER No. SE@?

b) TEL. ME@... TEL 265-2310 ME@ NOME R-E-G-I-N-A. SE@ NOME?

a) ME@ NOME M-A-R-L-E-N-E. AMANHÃ CEDO HORA 8:00

TELEFORNAR.

b) TELEFONAR OK! ESPERAR VOCÊ CERTO.

a) OBRIGAD@. TCHAU.

GRAMÁTICA

PRONOMES PESSOAIS

As LIBRAS possuem um sistema pronominal para representar as pessoas do

discurso:

Primeira pessoa (singular, dual, Trial, quatrial e plural), EU; NÓS 2; NÓS 3;

NÓS 4; NÓS-GRUPO; NÓS-TUD@;

Primeira pessoa do sigular: EU. Apontar para o peito do enunciador (a

pessoa que fala)

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Eu

Figura 2

Fonte: .(LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Primeira pessoa do plural: NÓS 2; NÓS 3; NÓS 4; NÓS-DOIS

(ENFRENTE) NÓS-TUD@;

Nós 2 Nós 3

Nós 4 Nós 2 (enfrente)

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Nós – Tod@

Segunda pessoa (singular, dual, Trial, quatrial e plural. VOCÊ; VOCÊ 2;

VOCÊ 3; VOCÊ 4; VOCÊ-GRUPO; VOCÊ-TOD@:

Segunda pessoa do singular: VOCÊ (apontar para o interlocutor a

pessoa com quem fala);

Você

Figura 4

Fonte:(LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Segunda pessoa do plural: VOCÊ + 2; VOCÊ + 3; VOCÊ + 4; VOCÊ+4

TODO; VOCÊ-TOD@:

VOCÊ+-2 VOCÊ+-3

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VOCÊ+-4 VOCÊ+-TOD@

VOCÊ+-TOD@/VOCÊ+-GRUPO

Terceira pessoa do singular: El@. Apontar para uma pessoa que não está

na conversa ou para um lugar convencional.

EL@

Figura 6

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Terceira pessoa do plural: El@+ 2; El@+ 3; El@+ 4; El@+4 Grupo; El@+ 4

Tod@.

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VOCÊ+-2 VOCÊ+-3

VOCÊ+-4 VOCÊ+-TOD@

VOCÊ+-TOD@/VOCÊ+-GRUPO

No singular, o sinal para todas as pessoas é o mesmo, o que difere uma das

outras é a orientação da mão: o sinal para “eu” é um apontar para o peito do emissor

(a pessoa que está falando), o sinal para “você” é um apontar para o receptor ( a

pessoa com quem se fala) e o sinal para “ela/ele” é um apontar para uma pessoa

que não está na conversa ou para um lugar convencionado para uma terceira

pessoa que está sendo mencionada. (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de

Janeiro: FENEIS, 1997)

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No dual, a mão ficará com o formato do numeral dois (quantidade), no trial o

formato será do numeral três (quantidade), no quatrial ao formato será do numeral

quatro (quantidade). Para o plural há dois sinais: um sinal composto formado pelo

sinal para a respectiva pessoa do discurso 1a; 2a; 3a, mais o sinal do grupo; e outro

sinal para plural que é feito pela mão predominante com a configuração em “d”,

fazendo um semicírculo à frase ou ao lado do sinalizador.

Como na Língua Portuguesa, na LIBRAS, quando uma pessoa surda está

conversando, ela pode omitir a primeira pessoa, porque pelo contexto as pessoas

que estão interagindo sabem qual das duas o contexto está relacionado, por isso

quando esta pessoa está sendo utilizada pode ser para das ênfase à frase.

Quando se quer falar sobre a terceira pessoa que está presente, mas deseja-

se certa reserva, por educação, não se aponta para esta pessoa diretamente. Nesta

situação, o emissor faz um sinal com os olhos e um leve movimento da cabeça para

a direção da pessoa que está sendo mencionada, ou aponta para a palma da mão,

encontrando o dedo indicador da mão esquerda mão direita um pouco a frente do

peito do emissor, estado o dorso desta mão direita voltada para a direção onde se

encontra a pessoa referida. Diretamente do Português, os pronomes pessoais na

terceira pessoa não possuem marca para gênero (masculino e feminino).

PRONOMES DEMONSTRATIVOS E ADVÉRBIOS DE LUGAR

Na LIBRAS, como em Português, os pronomes demonstrativos e os

advérbios de lugar estão relacionados às pessoas do discurso e representam, na

perspectiva do emissor, o que está bem próximo, perto ou distante. Eles têm a

mesma configuração de mãos dos pronomes pessoais, mas os pontos de

articulações e as orientações do olhar são diferentes.

Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar, relacionado às 2a e 3a

pessoa têm o mesmo sinal, somente o contexto os diferencia pelo sentido da frase

acompanhada de expressão facial. Os pronomes demonstrativos e os advérbios de

lugar relacionados a 1a pessoa, EST@/AQUI são representados por um apontar

para o lugar perto e em frente do emissor, acompanhado de um olhar para este

ponto. EST@ também pode ser sinalizado ao lado do emissor apontando para a

pessoa/coisa mencionada.

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ESS@/AÍ é um apontar para o lugar e em frente do receptor, acrescido de um

olhar direcionado não para o receptor, mas para o ponto sinalizado com relação à

coisa/pessoa que está perto da segunda pessoa do discurso.

AQUEL@/LÁ é um apontar para um lugar mais distante, o lugar da terceira

pessoa, mas diferentemente do pronome pessoal, ao apontar para este ponto há um

olhar direcionado para a coisa ou lugar.

Como os pronomes pessoais, os pronomes demonstrativos também não

possuem marca para gênero masculino e feminino.

Tabela 1

PRONOMES PESSOAIS PRONOMES DEMONSTRATIVOS OU ADVÉRBIOS DE

LUGAR

Eu

(olhando para o receptor)

VOCÊ

(olhando para o receptor)

EL@

(olhando para o receptor)

EST@/AQUI

(olhando para a coisa/lugar apontando perto da 1a).

ESS@/AÍ

(olhando para a coisa/lugar apontando perto da 2a pessoa).

AQUEL@

(olhando par a coisa/lugar distante apontando

Pronomes demonstrativos em libras

Tabela 2

PRONOMES DEMOSNTRATIVOS

PESSOA DO DISCURSO ADVÉRBIO DE LUGAR

Est@

Figura

Fonte : (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Localidade da 1 pessoa do discurso EU

AQUI

Figura:

Fonte:(LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

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ESS@

Figura

Fonte:

Localidade da 2a Pessoa do

discurso

VOCÊ

Figura Fonte : (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

AQUEL@

Figura

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Localidade da 3a Pessoa do

discurso

ELE@

Figura

Fonte: (LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997)

Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos, como pessoais e demonstrativos , também não

possuem marca para gênero e estão relacionadas às pessoas do discurso e não á

coisa possuída, como acontece em Língua Portuguesa:

Tabela 3

EU ME@ SOBRINHO

VOCÊ TE@ ESPOS@

EL@ SE@ FILH@/DEL@

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Para a primeira pessoa: ME@ pode haver duas configurações de mão: uma é

a mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor; a outra

é a configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito – MEU –

PRÓPRIO. Para a segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda

configuração em P, mas o movimento é em direção a pessoa com quem se fala

(segunda pessoa) ou está sendo mencionada (terceira pessoa).

Não há sinal específico para os pronomes possessivos no dual, Trial, quadrial

e plural (grupo). Nesta situação são pronomes pessoais correspondentes. Exemplos:

NÓS FILH@ “nosso/a filho/a.

PRONOMES INTERROGATIVOS

Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no ínicio

da frase, mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUE, quando está sendo

usado com o sentido de “que-é” ou “de quem é” são mais usados no final. Todos os

três sinais têm uma expressão facial interrogativa feita simultaneamente com eles.

O Pronome interrogativo QUEM, dependendo do contexto, pode ter duas

formas diferentes, os sinais QUEM e o sinal soletrado QUM. Se quiser perguntar

“quem está tocando a campainha” usa-se o sinal QUEM, se quiser perguntar “quem

falou hoje” ou “quem está falando”, ainda “quem fez isso”, usa-se o sinal soletrado

QUM, como nos exemplos abaixo:

Interrogativa:

1. QUEM

QUEM NASCE RIO?

QUEM FAZER ISSO?

PESSOA, QUEM-É? “Quem é está pessoa?”

CANETA, DE QUEM-É? “De quem é está caneta?

(Contexto: Telefone TDD tocar) QUEM É?

(Contexto: Campainha tocar) QUEM É?

Interrogativa

2. Q-U-M

Q-U-M TER LIVRO?

Q-U-M FALAR?

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Numerais

As línguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando

utilizados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou

mês, horas e valores monetários. Isso acontece nas LIBRAS. Nesta unidade, serão

apresentados os numerais em relação às situações mencionadas acima.

É erro de uma determinada configuração de mãos para o numeral cardial

sendo utilizada em um contexto, onde o numeral é ordinário ou quantidade, por

exemplo: o numeral cardinal 1 é diferente de quantidade 1, como em LIVRO 1, que é

diferente de PRIMEIRO – LUGAR, que é diferente do numeral PRIMEIRO, que é

diferente de PRIMEIRO-ANDAR, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU. Que é

diferente de MÊS-1.

Números cardinais

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Quantidade

Pré-requisitos para compreensão da unidade

Alguns aspectos importantes devem ser analisados:

Ficar atento às orientações, às leituras e a resolução das atividades;

Entender que há diferenças entre gramática da Língua Portuguesa com

a gramática de LIBRAS;

Não tenha receio de errar, pois o erro não deve ser entendido como

falha, mas como um processo de ensino e aprendizagem;

Use a escrita, expressões faciais e corporais para se comunicar.

Atividades para compreensão do conteúdo

Caro/a aluno/a

Após a leitura e compreensão dos assuntos abordados nesta unidade, faça as

atividades descritas abaixo, atentando que as mesmas serão de extrema

importância para seu entendimento dos conteúdos. A execução destes exercícios

lhe proporcionará mais segurança para posteriormente resolver as atividades de

avaliação da unidade. Bom trabalho!

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Exercícios

1) Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira. Colocando a frase correta

da LIBRAS para a Língua Portuguesa.

a) Q-U-M faltar hoje? ( ) Quem tem este livro?

b) Q-U-M quer falar comigo? ( ) Quem é que sabe?

c) Q-U-M saber? ( ) Quem faltou hoje?

d) Carro, DE-QUEM -É? ( ) quem é ela eu não conheço?

e) Pessoa, QUEM É? ( ) Telefone TDD de quem é?

f) Telefonar TDD, QUEM É? ( ) Quem nasceu no Rio?

g) Campainha tocar, QUEM É? ( ) Quem fez isso?

h) Q-U-m ter livro? ( ) Que é esta pessoa?

i) Q-U-M fazer isso? ( ) De quem ~´e esse carro?

j) Q-U-M nascer no Rio? ( ) Quem sabe?

k) Ela, QUEM-É, eu não conheço? ( ) Quem quer falar comigo?

2) Apresente frases em LIBRAS nas formas: AFIRMATIVA, NEGATIVA,

EXCLAMATIVA E INTERROGATIVA.

a)_____________________________________________ (AFIRMATIVA)

b)_______________________________________________ (NEGATIVA)

c)____________________________________________ (EXCLAMATIVA)

d)_________________________________________ (INTERROGATIVA)

3) Escrever em Língua Portuguesa e apresentar os exemplos com dois sinais

formando só uma frase em LIBRAS, conforme abaixo:

a)____________________________________(ACEITAR-NÃO/QUERER)

b)__________________________________(NÓS-3 SABER/EL@ NADA)

c)________________________________(DEPOIS-DE-MANHÃ/QUEMÉ)

d)__________________________________(CONHECER-NÃO/QUEM É)

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4) Escreva as quantidades

a) _______________________________________

b) ________________________________________

c) _________________________________________

d) __________________________________________

e) ____________________________________________

5) Marque as afirmativas corretas

a) Os pronomes possessivos em LIBRAS estão relacionados às pessoas do

discurso.

b) Os pronomes possessivos em LIBRAS estão relacionados às coisas

possuídas.

c) Os pronomes possessivos em LIBRAAS não possuem marca para

gênero.

d) Os pronomes possessivos em LIBRAS possuem marcas específicas para

gênero.

6) Complete as frases com as palavras e/ou expressões:

LÍNGUAS – LÍNGUA OFICIAL – MONOLINGUES – BILÍNGUES –

POLILÍNGUES – MINORIA LINGUISTICA - ASSOCIAÇÕES –

UNIVERSAIS LINGISTICOS – SUPERIOR OU INFERIOR –

GESTO/VISUAL - LÍNGUA DE SINAIS – COMUNIDADES MAJORITÁRIAS.

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a) Não se tem registro de quantidade os homens começaram a desenvolver

comunicações que pudessem ser consideradas

_________________________

b) Hoje, cada nação tem sua_________________ ou Línguas Oficiais.

c) Os países que possuem somente uma Língua Oficial são

___________________e os países que possuem mais de uma língua

são ________________

d) Geralmente os Membros de uma _______________________se

tornam_____________________________ por estarem inseridos

em__________________ que utilizam línguas distintas.

e) Todas as Línguas possuem ____________________que as tornam

Linguagem Humana. Não se pode dizer que ma Língua é

_________________________________ ou ______________a outra

Língua.

7) Responda

a) Para o surdo, a pessoa além de dizer o nome em datilologia, ela tem um

sinal que lhe foi dado pela Comunidade Surda. Como é escolhido este sinal?

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b) A LIBRAS possui um sistema pronominal para representar as pessoas.

Quais são?

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c) O que difere um sistema do outro? Explique.

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8) Ligue:

Singular

Dual

Trial

Quatrial

Plural

9) Atividade Complementar

No Mundo dos Surdos

Cultura e Comunicação

A palavra “cultura” possui vários significados. Relacionando esta palavra ao

contexto de pessoas, ela representa identidade porque pode afirmar que estas

possuem uma cultura, uma vez que têm uma forma peculiar de apreender o mundo

que as identificam como tal.

STOKOE, um linguista americano, e seu grupo de pesquisa em 1965, na

célebre obra A Dictionary of American Sign Language on linguistc principales, foram

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os primeiros estudiosos a falar sobre as características sociais e culturais dos

surdos.

A linguista surda Carol Padden (1995, p. 5) estabeleceu uma diferença entre

cultura e comunidade. Para ela “uma cultura é um conjunto de comportamento

apreendidos de um grupo de pessoas que possui sua própria língua, valores, regras

de comportamento e tradições”. Ao passo que uma comunidade é um sistema social

geral, no qual pessoas vivem juntas, compartilham metas comuns e partilham certas

responsabilidades umas com as outras.

Para esta linguista surda “uma Comunidade Surda é um grupo de pessoas

que mora em uma localização particular, compartilham as metas comuns e seus

membros e, de vários modos, trabalha para alcançar suas metas”. (PADDEN 1995, p.

5) Portanto, nessa comunidade pode haver também ouvintes e surdos que não

sejam culturalmente Surdos. Já a Cultura Surda é mais fechada do que a

comunidade Surda. Membros de uma Cultura Surda se comportam como as

pessoas Surdas, usam a língua das pessoas de sua comunidade e compartilham

das crenças das pessoas Surdas entre si e com outras pessoas que não são

Surdas.

Ainda as pessoas Surdas que atuam politicamente para obter seus direitos de

cidadania e linguística respeitados, fazem uma distinção entre “ser Surdos” e ser

“deficiente Auditivo”. A palavra “deficiente”, que não foi escolhida por elas para se

denominarem, estigmatiza a pessoa porque a mostra sempre pelo que ela não tem,

em relação às outras e, não, o que ela pode ter de diferente e, por isso acrescentar

às outras pessoas.

Ser Surdo é saber que pode falar com as mãos e aprender uma língua oral-

auditiva por meio dessa técnica, é conviver com pessoas que em um universo de

barulhos, depare-se com pessoas que estão percebendo o mundo, principalmente,

pela visão, e isso faz com que eles sejam diferentes e não necessariamente

deficientes.

A diferença está no modo de aprender o mundo, que gera valores,

comportamento comum compartilhado e tradições sócio-interativas, a este modus

vivendi está sendo denominado de Cultura Surda.

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10) Responda

1) Explique a diferença entre cultura e comunidade, conforme definição da

linguista surda Carol Padden.

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2) Para esta pesquisadora o que é uma Comunidade Surda?

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Artigos, sites e links

Na internet, você poderá encontrar alguns sites de pesquisa sobre esta aula.

www.libraselegal.com.br

www.surdosol.com.br

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Politica Nacional de Educação Especial. Brasilia/MEC/SEESP, 1994;

BUENO, J.G.S. Educação Especial Brasileira : integração , segregação do aluno diferente. SP: EDUC,1993

Decreto 5.626: Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004

2006/2005/decreto/d5626.htm Acesso em 06/05/2014

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, para construção de currículos inclusivos: Governo do Estado do Paraná SEED: Superintendência da Educação, 2006.

DORZIAT, Ana; FIGUEIREDO, Maria Julia Freire. Problematizando o ensino de língua portuguesa na educação de surdos. Revista Espaço, nº 18/19, dez./2002 a jul/2003.

FERREIRA B. L. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/UFRJ. 1995

FERREIRA, Maria E. Caputo. Educação Inclusiva. Rio de Janeiro: DP&A, 2003

FELIPE, T. A. Bilinguismo e surdez. Campinas. 1989.

FERRARI, L. V. Aspectos da interferência da língua de sinais na produção de português. Rio de Janeiro: GELES, 1988.

GOFFREDO, Vera Lúcia F. Senechal de. A escola como espaço inclusivo..

Brasília: MEC, SEED, 1999. p. 45-50. (Col. Salto para o Futuro: Educação especial:

tendências atuais/secretaria de educação a distância.

JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. Campinas/SP: 1992.

LACERDA, Cristina Bróglia Feitosa de. O intérprete educacional de língua de sinais no Ensino Fundamental: refletindo sobre limites e possibilidades. In: LODI, Ana Claudia; HARRISON, Kathryn Marie Pacheco; CAMPOS, Sandra Regina Leite de; TESKE, Ottmar (Org.). Letramento e Minorias. Porto Alegre: Mediação, 2002.

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LADEIRA, Maria Gracia da silva. Lingua Brasileira de Sinais – LIBRAS, 2007, Guia Didático da Disciplina de LIBRAS.Lei 10.436: Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm Acesso em 06/05/2014.

LIBRAS em contexto: Curso Básico. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997

MANTOAN, Maria Tereza E. Inclusão Escolar: pontos e contra pontos. São Paulo: Summus, 2006.

MENDES, Enicéia Gonçalves. Perspectivas para a Construção da Escola

Inclusiva. UFRJ. 1998.

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